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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS

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MM. JUÍZO DA____VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU – SP
CAIPIRA HORTALIÇAS – LTDA - ME, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº XXXXX, com endereço comercial na Rua XXX, nº XX – SP – CEP: XXXXXXX, e-mail XXXXXXX, neste ato representada pela sua advogada, XXXXXX, OAB XXXXXX/XX e e-mail XXXXXXX, vem respeitosamente perante esse juízo, propor o presente:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS 
Em face da EMPRESA VIAÇÃO METEORO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ XXXXX, com sua sede em São Paulo – SP – CEP: 09021-020, e-mail XXXXXXXX pelas razões de fato e de direito a seguir delineadas.
	I - DOS FATOS
Na data de 11 de fevereiro de 2017, o Sr. Barnabé, proprietário da micro empresa CAIPIRA HORTALIÇAS – LTDA - ME, trafegava na curva do Km 447 , Rodovia BR 345 na cidade de Jaú/SP conduzindo o seu veículo pick-up Ranger placa GGG 1223, após mais um dia cansativo de trabalho. O Sr. Barnabé é agricultor e nesse dia realizou entregas aos fornecedores das hortaliças que cultiva, vende e entrega nas cidades das regiões vizinhas.
Ocorre que, quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345 no município de Jaú/SP, o Sr. Barnabé surpreendeu-se com o ônibus da EMPRESA VIAÇÃO METEORO LTDA, vindo em sua direção, invadindo a contramão. Neste momento, o Sr. Barnabé tentou ainda evitar o acidente fazendo uma manobra rápida, ocasionando a derrapagem pois que chovia naquele momento. A manobra não impediu o impacto com o ônibus da VIAÇÃO METEORO LTDA que já se movia em sua direção. 
No impacto do ônibus contra o veículo pick-up dirigida pelo Sr. Barnabé, a mesma foi arremessada por cerca de 10 metros e chocou-se contra o barranco da pista.
Em depoimento à Polícia Rodoviária Federal, o motorista do ônibus da EMPRESA VIAÇÃO METEORO LTDA., confirmou a invasão da pista contrária. Vide anexo do Boletim de Acidente de Trânsito (fl. XX). 
A equipe de perícia esteve juntamente no local onde pôde constatar a invasão da pista contrária pelo ônibus, porém foi inconclusiva pois que não havia as condições desejadas para medir as marcas de frenagem na pista, pois que chovia no momento da colisão. 
Como consequência da mesma, o Sr. Barnabé foi ferido com gravidade, sofrendo várias fraturas ortopédicas tanto nos braços quanto nas pernas além de um corte na testa onde foi preciso vários pontos cirúrgicos. Houve feridos entre os passageiros do ônibus, um deles em estado grave inclusive. Tamanho o impacto.
 O veículo pick-up Ranger, que dirigia o autor, com o forte impacto, teve sua lataria destruída inclusive com graves danos no chassi, como é possível constatar nas fotos anexas aos autos (fl. XX), assim com o boletim de ocorrência (fl. XX).
O autor é proprietário da empresa CAIPIRA HORTALIÇAS – LTDA – ME, conforme contrato social anexo (fl. XX) de onde retira o seu único sustento, sendo um senhor de 50 anos que trabalha sozinho, provedor único de sua família que vive exclusivamente do plantio e venda de hortaliças, onde utilizava a pick-up Ranger para fazer o trabalho de entregas das referidas hortaliças. Veículo este, envolvido no acidente, hoje inutilizável pelo citado acidente de trânsito.
Acontece que por conta dos fraturas ortopédicas em seus braços e pernas, ocasionados pelo choque contra o ônibus, foi obrigado a submeter-se a cirurgias e naturalmente tornou-se impossível que o Sr. Barnabé voltasse a exercer suas atividades de trabalho, necessárias ao sustento de sua família e forma de honrar seus compromissos com fornecedores entre eles, o pagamento do aluguel do ponto onde mantém o seu pequeno comércio que se encontram em atraso desde o dia em que sofreu o inesperado choque do ônibus, fruto da imprudência alheia.
Após o fatídico acidente, passaram-se 03 (três) meses onde o Sr. Barnabé foi impedido de suas atividades laborativas, conforme laudo médico anexo nos autos (fl. XX) e se não bastasse para aumentar o seu dissabor, ainda lhe restam os prejuízos do veículo pick-up Ranger que sofreu gravíssimos danos em sua lataria e chassi impossibilitando seu uso sem os devidos reparos, pois que jamais voltará a fazer o uso ao qual o Sr. Barnabé a destinava, ou seja, a entrega das mercadorias à sua clientela.
	Oficina Battera
	R$ 35.000,00
	Oficina Restaura Ltda.
	R$ 40.000,00
	Oficina Translider
	R$ 50.000,00
Foram apresentados três orçamentos, realizados pela VIAÇÃO METEORO LTDA., conforme anexo (fl. XX).
Porém a seguradora da empresa de ônibus, de nome ‘Seguradora Trafegar S/A’, negou -se a ressarcir os prejuízos da pick-up, como demonstrado em conversas por email (fl. XX).
Embora tenha a VIAÇÃO METEORO LTDA., apresentado os orçamentos expostos na tabela acima, a mesma não se manifestou a respeito da sua responsabilidade civil sobre os danos emergentes, pois que antes da interrupção alheia à vontade do Sr. Barnabé, o faturamento mensal do mesmo era de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) com lucro líquido de R$ 10.000,00 (dez mil reais) conforme balanço comercial (fl. XX) assim também, com as dívidas que se acumularam nesse período de 03 meses, o qual o requerente ficou impedido trabalhar e com isso o faturamento da sua micro empresa foi a zero, fazendo com que o Sr. Barnabé deixasse de honrar seus compromissos com seus fornecedores, assim como o aluguel do ponto comercial de sua micro empresa que somados os prejuízos são de R$ 10.000,00 (dez mil reais), demonstrados em documento anexos (fl. XX). 
	II - DOS FUNDAMENTOS JURIDÍCOS
Em depoimento à polícia, o próprio motorista do ônibus da VIAÇÃO METEORO, admitiu que a origem da sua conduta foi a imperícia, haja visto que no momento em que se aventurou a fazer a tal manobra, chovia e as condições climáticas por tanto, não eram favoráveis a tal procedimento. Sabendo-se que o mesmo como profissional da estrada, tendo conhecimento técnico para ocupar tal função, jamais poderia fazê-la sem expor a todos em iminente perigo, o que veio a se concretizar, tanto que veio a invadir a pista contrária chocando-se contra a pick-up e vitimando entre outros, Sr. Barnabé. 
Ademais, a imprudência do funcionário da viação infringiu mais de uma vez mais o Código de Trânsito Brasileiro Código de Trânsito Brasileiro quanto às regras para a circulação em segura dos veículos, Capítulo III – Das normas gerais de circulação e conduta:
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito;
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as demais normas de circulação;
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridadede trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.
XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade
DA SOLIDARIEDADE
Mediante o motorista de ônibus ser empregado e estar em prestação de serviços para a EMPRESA VIAÇÃO METEORO LTDA., requer a citação da empregadora de acordo com o Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
Diante do comportamento do motorista de ônibus da VIAÇÃO METEORO LTDA., a agir com tamanha imprudência e claramente infringir o Código de Trânsito Brasileiro, evidenciando-se assim, a sua responsabilidade pelo acidente.
Notória também é a responsabilidade civil por perdas e danos, e a obrigação de indenizar o requerido pelo que deixou de lucrar , como assegura Código Civil:
Dos Atos Ilícitos
 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito;
PERDAS E DANOS
O Código Civil elucida o conceito do dano emergente e dos lucros cessantes descrevendo que as perdas e danos abrangem: o prejuízo efetivamente sofrido, chamado de dano emergente; e o que o prejudicado deixou de lucrar em razão, ou seja, os lucros cessantes. 
 Código Civil - Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
Das Perdas e Danos
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
 Os danos emergentes são valores que a vítima, teve diminuído, efetiva e imediatamente, em seu patrimônio por um ato de um outrem, que não sua vontade.
Nota-se nestes autos, que o autor da ação de fato teve uma diminuição no seu patrimônio por interrupção por ato ilícito alheio. Assim como a destruição do seu veículo, peça fundamental para seu labor. E sobretudo a sua saúde física, que foi lesionada com fraturas em braços e pernas que o afastando por 03 meses de suas atividades de trabalho, o impede de prover o sustento a sua família, honrar com os compromissos assumidos diante dos fornecedores e despesas de locação da empresa que se acumulam, já que o faturamento da mesma cessou a zerou, o que possivelmente o tornará de homem “bom pagador”, para compor o rol dos inadimplente
DO DANO MATERIAL
A dimensão dos danos e prejuízos causados ao veículo do requerente é reconhecido nas fotos anexas (fl. XX)
Código Civil:
Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Em conformidade com os artigos supramencionados, requer, portanto, para efeito de ressarcimento do dano material ocasionados pelo choque em seu veículo pick-up, os reparos pertinentes do menor orçamento (fl. XX), demonstrando assim a sua boa-fé, requerendo assim indenização pelos danos sofridos.
DO LUCRO CESSANTE
Como demonstrado nos autos do processo (fl. XX), o autor que é dono da empresa CAIPIRA HORTALIÇAS ME., mantinha um faturamento mensal de liquido de R$ 10.000,00 (dez mil reais), o que veio a zerar seu faturamento por 03 meses, já que em virtude da colisão com o ônibus da VIAÇÃO METEORO LTDA., teve seus membros superiores e inferiores fraturados, o que o impede desde o dia fatídico de retornara às suas atividades laborais.
	 V - DOS PEDIDOS
I. Que o requerido seja citado no endereço constante no preambulo desta peça inicial para que conforme queira, comparecer à audiência de conciliação designada por este r. juízo e para contestar, sob pena de sofrer os efeitos da revelia.
II. Seja marcada com brevidade possível a audiência de conciliação tendo em vista o interesse de resolver a demanda amigavelmente;
III. Julgar procedente os presentes pedidos, condenando a Ré na obrigação indenização por perdas e danos no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) valor referente ao concerto do veículo pick-up, tendo em vista a boa-fé objetiva por ser o menor valor orçado e mais R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por inatividade que são referentes a 03 meses, ou seja, por lucros cessantes, e o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)por prejuízo com fornecedores e locador do imóvel comercial, ressarcindo assim os prejuízos causados mais juros e correção monetária.
IV. A condenação da ré no pagamento de custas processuais e honorários de advogado, no percentual de 20% (vinte por cento);
V. Para provar o alegado, requer a produção de provas documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão. Na oportunidade, requer a juntada do comprovante de pagamento das custas processuais, anexa.
Dá-se a causa o valor de R$ XXX.
Nestes termos, 
Pede e espera-se deferimento. 
 Bauru, XX de XXXX de XXXX.
Advogada
OAB XXXXXX

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