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Modelos Experimentais de Psicopatologia ROBERTO ALVES BANACO PARADIGMA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO COMPORTAMENTO MESTRADO PROFISSIONAL EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA A influência dos modelos experimentais no tratamento de portadores de transtornos graves Roberto Alves Banaco Paradigma 2 Modelos Experimentais de Psicopatologia • Análogos construídos em laboratório • Objetivo: mimetizar problemas humanos em • sintomatologia, • etiologia e • tratamento 3 Concepção de psicopatologia • Diversas na história da loucura • Pessotti, Isaias. A Loucura e as Épocas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994 • Pessotti, Isaias. O Século dos Manicômios. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996 • Pessotti, Isaias. Os Nomes da Loucura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999 • Skinner, B. F.; Solomon, H. & Lindsley, O. R. (1954). A new method for the experimental analysis of the behavior of psychotic patients. Journal of Nervous and Mental Disease, 120, 403-406. 4 Concepção de psicopatologia • Diversas na história da loucura • Pessotti, Isaias. A Loucura e as Épocas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994 • Pessotti, Isaias. O Século dos Manicômios. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996 • Pessotti, Isaias. Os Nomes da Loucura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999 • Skinner, B. F.; Solomon, H. & Lindsley, O. R. (1954). A new method for the experimental analysis of the behavior of psychotic patients. Journal of Nervous and Mental Disease, 120, 403-406. 5 Onde se dá a diferença? • ...por que algumas pessoas, cujas vidas são marcadas por desamparo e adversidades significativas, evoluem para a total incapacitação ou chegam mesmo a cometer suicídio, enquanto outras seguem firmes e vêm a se tornar, por exemplo, grandes estadistas? • De quais variáveis estas diferenças são função? Felipe Corchs (2011). Decompondo a resiliência. Boletim Paradigma. http://www.nucleoparadigma.com.br/mac/upload/arquivo/Boletim2011.p df • Física: • “propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica” (DICIONÁRIO AURÉLIO, 1999) O que é resiliência? • Ciências da saúde • Inicialmente relacionado à capacidade de • regeneração, • adaptação e • flexibilidade, • pessoas que conseguiam se recuperar de doenças, catástrofes, guerras, e outras situações traumáticas abruptas ou duradouras. O que é resiliência? • Resistência como invulnerabilidade: Conceito superado • pessoa não pode absorver um evento estressor e voltar à forma anterior. • Ela aprende, cresce, desenvolve e amadurece. • Processos de enfrentamento e de superação de crises e adversidades O que é resiliência na psicologia? M. POLETTO & S.H. KOLLER (2008). Contextos ecológicos: promotores de resiliência, fatores de risco e de proteção. Estudos de Psicologia 25(3) 405-416. • Resiliência não denota resistência absoluta a qualquer adversidade; pelo contrário, pode implicar enfrentamento O que é resiliência? M. POLETTO & S.H. KOLLER (2008). Contextos ecológicos: promotores de resiliência, fatores de risco e de proteção. Estudos de Psicologia 25(3) 405-416. • Não é o oposto de psicopatologia. • A pessoa pode ter uma patologia e ter uma vida de superação e sucesso. • O sujeito resiliente não é aquele que não reage aos estressores, mas o que reage aos estressores de modo a sofrer menos prejuízos. Felipe Corchs (2011). Decompondo a resiliência. Boletim Paradigma. http://www.nucleoparadigma.com.br/mac/upload/arquivo/Boletim2011.pdf O que é resiliência? • Complexa interação entre fatores genéticos, ontogênicos e culturais. • tema interdisciplinar • (Davydov, Stewart, Ritchie & Chaudieu, 2010; Luthar & Brown, 2007). Felipe Corchs (2011). Decompondo a resiliência. Boletim Paradigma. http://www.nucleoparadigma.co m.br/mac/upload/arquivo/Boleti m2011.pdf O que é resiliência? O que é um comportamento psicopatológico? •1955 - What is psychotic behavior? •1957 - Psychology in the understanding of mental disease •Ambos republicados em 1959: Skinner (Cumulative records) 13 Transtornos psiquiátricos para a Análise do Comportamento? • “... O comportamento ‘mal adaptado’ pode ser resultado de combinações quantitativas e qualitativas de processos que são, eles próprios, intrinsecamente ordenados, absolutamente determinados, e normais em sua origem” Sidman, 1960 14 Ferster (1973) • Psicopatologia: • Déficits e Excessos comportamentais • Remete a critérios • Sociais: • Prejuízos emocionais, físicos e materiais para o indivíduo ou para seu grupo social 15 Uma concepção particular: Transtorno mental e comportamento anormal Falk & Kupfer, 1998 • Deve-se perguntar se o comportamento “transtornado” é primariamente • Uma resposta anormal para uma situação normal • Indica problema físico e sua origem deve ser descrita por outras ciências • No entanto, seu tratamento pode ser desenvolvido pela análise do comportamento • Uma resposta normal para uma situação extrema ou desordenada • Âmbito de estudo da análise do comportamento 16 Leva-se em consideração que: Fontes da psicopatologia •Fatores físicos e predisposicionais •Contingências extremas 17 Modelos Experimentais: abordam os diversos processos comportamentais analiticamente • Vários tipos: • Médicos • Químicos fatores físicos e predisposicionais • Genéticos ( também alterações de drogas) • Comportamentais reações normais a trajetórias históricas de contingências extremadas (Contingências externas) 18 Análise do comportamento • “A ciência avança do simples para o complexo; constantemente tem que decidir se os processos e leis descobertos para um estágio são adequados para o seguinte.” Skinner, 1953 Uma análise do comportamento, avança de estudos simples sobre o comportamento para estudos gradativamente mais complexos. 19 20 CONCEITO DE INCLUSIVIDADE COMPLEXIDADE DE FENOMENOS COMPORTAMENTAIS `A LUZ DO MODO CAUSAL DE SELEÇAO POR CONSEQUENCIAS (Tourinho, 2009) COMPLEXIDADE DE FENOMENOS COMPORTAMENTAIS FILOGENESE ONTOGENESE CULTURA Humanos Processos comportamentais envolvidos na resiliência comportamental sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos História de reforçamento positivo resistência à extinção história de controlabilidade na interação com eventos aversivos variabilidade comportamental repertório sob controle de estímulos relevantes para a solução de problemas habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto Flexibilidade comportamental Processos comportamentais envolvidos na resiliência comportamental sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos Sensibilidade inata dos organismos • Algumas teorias na psiquiatria que falam sobre temperamento e caráter • Temperamento são as sensibilidades inatas a estímulos do mundo • Caráter o que se constrói a partir dessas sensibilidades. 23 sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos (O desenvolvimento da personalidade) sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos Personalidade: interação entre Temperamento e Caráter (Corchs, 2013) Filogenético (biológico) Ontogenético (da história de vida) Cultural (do grupo social) • Temperamento • envolve predisposições herdadas de comportamentos • Caráter • Padrões aprendidos ao longo da vida Temperamento e Caráter Corchs, 2013 • Jeffrey Gray (1987, 2000) - estudos com animais • variações individuais de respostas ao ambiente que eram estáveis e herdadas • diferenças de sensibilidade a estímulos Temperamento Corchs, 2013 • Jeffrey Gray (1987, 2000) • Teoria da sensibilidade ao Reforçamento • Teoria da Ansiedade e Impulsividade Temperamento Sensibilidade ao reforçamento Sensibilidade à punição Sistema de resposta ao risco Corchs, 2013 Sensibilidade ao reforçamento BASE DO COMPORTAMENTO IMPULSIVO “princípio do prazer” Sensibilidade a reforçadores positivospromovendo aproximação Sensibilidade ao reforçamento negativo promovendo respostas de fuga Temperamento Sensibilidade ao reforçamento BASE DO COMPORTAMENTO IMPULSIVO “princípio do prazer” Sensibilidade a reforçadores positivos promovendo aproximação Sensibilidade ao reforçamento negativo promovendo respostas de fuga Temperamento Sensibilidade à punição BASE DO COMPORTAMENTO “ANSIOSO” Sensibilidade a aversivos condicionados Sensibilidade à extinção inibição comportamental e esquiva intensa Temperamento Sensibilidade à punição BASE DO COMPORTAMENTO “ANSIOSO” Sensibilidade a aversivos condicionados Sensibilidade à extinção inibição comportamental e esquiva intensa Temperamento Resposta ao risco SENSIBILIDADE A AVERSIVOS INCONDICIONADOS Respostas incondicionadas e explosivas de fuga e luta (diferentes de respostas de fuga aprendidas) “Luta” não deve ser confundida com a agressividade apetitiva, relacionada a sensibilidade aos reforçadores Temperamento Corchs, 2013 Resposta ao risco SENSIBILIDADE A AVERSIVOS INCONDICIONADOS Respostas incondicionadas e explosivas de fuga e luta (diferentes de respostas de fuga aprendidas) “Luta” não deve ser confundida com a agressividade apetitiva, relacionada a sensibilidade aos reforçadores Temperamento Corchs, 2013 • As diversas possibilidades de combinações desses três grupos estariam relacionadas aos diferentes estilos de “personalidade” • Maior ou menor emocionalidade positiva ou negativa estável ao longo do tempo (Fowles 1993, Gray 1994) Temperamento • As diversas possibilidades de combinações desses três grupos estariam relacionadas aos diferentes estilos de “personalidade” • Maior ou menor emocionalidade positiva ou negativa estável ao longo do tempo (Fowles 1993, Gray 1994) Temperamento • Quatro dimensões de temperamento, relativamente estáveis ao longo da vida e em diferentes culturas (Gutierrez et al 2001) • Evitação de danos (sensibilidade a aversivos?) • Busca de novidades (sensibilidade a reforçadores?) • Dependência de gratificação (apego - sensibilidade a reforçadores sociais?) • Persistência (resistência a extinção?) Temperamento: O modelo de Cloninger • Três fatores de caráter, que mudam ao longo da vida. • padrões aprendidos, muitas vezes verbais, adaptando o organismo ao ambiente • Seriam produto da interação entre temperamento, história de vida e cultura Temperamento: O modelo de Cloninger http://www.tci-cloningerteste.com.br/ conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_cloninge r • Cooperatividade (CO) • Desenvolvimento de valores do indivíduo como parte integral da sociedade e da humanidade. • Identificação empática com os outros, proporcionando compaixão, consciência, senso de comunidade, caridade e amor. • Possíveis problemas no desenvolvimento: • Intolerância às diferenças interpessoais, “egoístas”, vingativos etc Caráter: O modelo de Cloninger http://www.tci-cloningerteste.com.br/ conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_clon inger • Autotranscendência • Desenvolvimento de valores do indivíduo como parte integral do universo. • Consciência de que todas a pessoas, animais e objetos participam de forma integrada na natureza • noção de unidade universal, proporcionando coerência e satisfação. • Relacionado a: Abstração, religiosidade, excentricidade etc Caráter: O modelo de Cloninger http://www.tci-cloningerteste.com.br/ conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_cloni nger • Autodirecionamento • Desenvolvimento do indivíduo como um ser autônomo. • Objetivos pessoais, proporcionando integridade, autoestima, efetividade, liderança e esperança frente aos desafios da vida. • Possíveis problemas no desenvolvimento: • Dificuldades em aceitar responsabilidades, falta de objetivos, passividade, dependência, etc Caráter: O modelo de Cloninger http://www.tci-cloningerteste.com.br/ conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_clonin ger CARACTERÍSTICA MAIS PRÓXIMA DO QUE CONHECEMOS COMO RESILIÊNCIA • COMO SE DESENVOLVE UM “CARÁTER RESILIENTE”? • Interações complexas • Ex. Indivíduos com elevada sensibilidade ao reforçamento, precisam aprender a: • Tolerar frustrações • Controlar tendências a verbalizações de queixas quando se deparam com aversivos • Tolerar atrasos no reforçamento, etc. CARÁTER E RESILIÊNCIA: O QUE NÃO É PSICOPATOLÓGICO? Os modelos experimentais ajudam a explorar os caminhos para que pessoas desenvolvam repertórios de enfrentamento da vida de uma maneira socialmente aceita. POR ESTUDAR MICROPROCESSOS ENVOLVIDOS NA INSTALAÇÃO DE COMPORTAMENTOS PSICOPATOLÓGICOS E AS ALTERNATIVAS DE MANEJO PARA A INSTALAÇÃO DE REPERTÓRIOS MELHORES. 43 Micro Processos envolvidos nessas relações • O organismo sensível entra em contato com aspectos do mundo: • Relações respondentes • Relações operantes • Relações de operantes discriminados • ... • Processos verbais (sociais) 44 Micro Processos envolvidos nessas relações • Mas seu ambiente modelador de repertórios é o ambiente social • Outras pessoas “preparadas” para a instalação de novos comportamentos • Ambiente Social • Ambiente Verbal • Ambiente Cultural 45 INICIANDO A CAMINHADA DE CONTATO COM O MUNDO: O COMPORTAMENTO RESPONDENTE 46 Processos comportamentais envolvidos na resiliência comportamental repertório sob controle de estímulos relevantes para a solução de problemas Papel dos Respondentes no Comportamento dos Animais • Relação S-R papel na sobrevivência dos membros de uma determinada espécie. • “se o animal não estiver em exata correspondência com o meio ambiente ele deixará, cedo ou tarde, de existir (...) o animal deve responder a mudanças do meio ambiente de maneira que sua atividade respondente seja dirigida à preservação de sua existência” (Pavlov, 1927/1980, p. 43). • Relação S-R “equilíbrio” fisiológico do organismo 48 Condições que Produzem Condicionamento Respondente • Pavlov (1934/1980): “O equilíbrio garantido por esses reflexos [absolutos ou incondicionais] só poderia ser perfeito se o mundo exterior fosse constante, imutável. Entretanto, como o meio exterior, além de sua extrema diversidade, está em contínua transformação, os reflexos absolutos, como conexões permanentes, não bastam para assegurar esse equilíbrio e devem ser complementados por reflexos condicionais, isto é, por conexões temporárias.” (p. 54). 49 Evolução dos processos comportamentais • Acompanhou a evolução dos organismos • Comportamento respondente incondicionado • Indivíduos “preparados” para responderem a aspectos específicos do ambiente, indispensáveis para sua sobrevivência • Comportamento respondente condicionado • Indivíduos preparados para mudanças ambientais “antes” que elas ocorram • Sensibilidade ao pareamento entre estímulos 50 Resultado do processo de condicionamento • Em geral, bom para os indivíduos: • Garante a preservação • Ex.: salivação perante o cheiro do sumo de limão • Náusea e asco perante o cheiro de alimento estragado • Geram outro tipo de comportamento: fuga e esquiva • Mas pode gerar problema de comportamento: • Fobias, obsessões, evitações (tais como em anorexia, etc.) 51 • Condicionamento de Resposta emocional – Pequeno Albert (Watson e Rayner, 1920) – Discute a aprendizagem de emoções (amor/medo) como base de repertórios (problemas) complexos humanos • Objetivos: I. Nós podemos condicionar o medo de um animal, por exemplo, um rato branco, apresentando-o visualmente e simultaneamente fazer um barulho forte golpeando uma barra de aço? II. se tal resposta emocional condicionada pode ser estabelecida, haverá uma transferência para outros animais ou outros objetos? III. qual é o efeito do tempo sobre tais respostas emocionais condicionadas? IV. se após um período razoável, tais respostas emocionais não tiverem perdido a força, que métodos de laboratório podem ser planejados para a sua remoção?Watson: Condicionamento Respondente Pavlov – Watson: Condicionamento Respondente US UR CS CR CS US UR CR gongo Sobressalto/Choro rato Sobressalto/Choro/”afastamento” gongo Rato Sobressalto/choro Sobressalto/ Choro/ “afastamento" Pavlov – Watson: Condicionamento Respondente CS CR CS CR rato Sobressalto/Choro/”afastamento” Rato Sobressalto/ Choro/ “afastamento" Branco Peludo Coelho Cachorro Mascara CR CR CR Sem aprendizagem (treino) direta – “generalização respondente” Dessensibilização sistemática: (Wolpe e Lazarus) • Busca a diminuição da reação aos estímulos “fóbicos” (Aversivos) • Formulação de uma hierarquia de medo – Escala de 1 a 100 – dimensão subjetiva do medo • Relaxamento inicial – Diminuição da atividade fisiológica • Apresentação sistemática dos estímulos listados iniciando do menos perturbador Dessensibilização sistemática: (Wolpe e Lazarus) • Apresentação sistemática dos estímulos listados iniciando do menos perturbador CS CR CR CR CR CR Estímulo menos ansiogênico Menor tamanho Mais distante Pouco semelhante Dessensibilização sistemática: (Wolpe e Lazarus) • Exemplo: Fobia de cachorros CS Cachorro: pequeno A 10 metros Desenhado Dessensibilização sistemática: (Wolpe e Lazarus) • Exemplo: Fobia de cachorros CS Cachorro: Médio A 5 metros Fotografado Resultado do processo de condicionamento: Inibição Latente • Um estímulo que tenha sido previamente apresentado, sem função, no ambiente do indivíduo, levará mais tempo para participar como estímulo condicionado em um pareamento pavloviano que um estímulo novo. • A pré exposição ao estímulo resulta em uma habilidade diminuída para adquirir uma nova associação àquele estímulo 59 ESQUIZOFRENIA 60 Esquizofrenia Quadro clínico • atribuição de significados especiais a situações cotidianas • pensamento vago ou incompreensível • atribui-se poderes que não são explicados culturalmente • escuta vozes que falam ou discutem sobre o comportamento do paciente • apatia, estupor, negativismo • interrupções ou interpolações do pensamento • retraimento social e queda do desempenho social • falta de metas e inatividade 61 Esquizofrenia Quadro residual • minoria dos pacientes: podem permanecer delírios, porém há certo controle, o que permite convivência com os sintomas maioria: sintomas negativos: olhar indiferente; diminuição da expressão facial, monossilábicos; perda de iniciativa e apatia, dificuldade de con- centração, certa crítica torna a percepção da deficiência dolorosa (pacientes muitas vezes deprimidos) 62 Inibição Latente • Um estímulo que tenha sido previamente apresentado, sem função, no ambiente do indivíduo, levará mais tempo para participar como estímulo condicionado em um pareamento pavloviano que um estímulo novo. • A pré-exposição ao estímulo resulta em uma habilidade diminuída para adquirir uma nova associação àquele estímulo 63 Inibição latente: histórico e noções gerais • Apresentações repetidas de um estímulo sem consequência programada geralmente têm o efeito de retardar o estabelecimento do condicionamento quando, posteriormente, esse mesmo estímulo é seguido de um estímulo incondicionado. • Os primeiros experimentos em que se verificou o efeito da exposição prévia ao estímulo sem consequência utilizaram, em sua maioria, procedimentos de condicionamento pavloviano. 64 • Lubow e Moore (1959) pré-expuseram carneiros a apresentações de um S visual. • No condicionamento, tanto o S da pré-exposição quanto um novo S visual foram alternadamente pareados com choque na perna do animal (o que produzia sua flexão incondicionada) até que se atingisse o critério de dez flexões de perna para o estímulo que gerasse aprendizagem mais lenta da CR. • A aprendizagem mais lenta foi observada em relação ao estímulo da pré-exposição. 65 66 X vezes Mais lento 67 Até gerar 10 flexões como respostas condicionadas A aprendizagem mais lenta foi observada em relação ao estímulo da pré-exposição. Inibição latente: um modelo experimental de esquizofrenia 68 LI como modelo de esquizofrenia • A LI simula distorção de atenção característica de esquizofrênicos • delírios, alucinações e pensamentos incongruentes que ocorrem na esquizofrenia sejam em parte originados por uma atenção aumentada a eventos que ocorram no ambiente externo ou no próprio organismo do indivíduo com esquizofrenia. • A atenção aumentada poderia facilitar o condicionamento, • se um indivíduo esquizofrênico sente medo num dado momento em que, por coincidência, um automóvel para em frente à sua casa, é possível que se estabeleça uma relação entre os eventos, traduzida na forma de uma paranoia em relação a quem sair do automóvel. 69 LI como modelo de esquizofrenia: relação com o sistema dopaminérgico • LI mostra-se sensível e seletiva para drogas relacionadas à esquizofrenia: drogas agonistas e antagonistas dopaminérgicas • Há bloqueio da LI para pacientes esquizofrênicos, e para animais sob efeito de anfetamina. • Anfetamina: eleva atividade dopaminérgica, e bloqueia a LI • Antipsicóticos: antagonistas dopaminérgicos, facilitam a LI • Nota: • Agonista: Droga que mimetiza um neurotransmissor em seu receptor, provocando uma resposta neuronal semelhante à do neurotransmissor • Antagonista: uma droga que bloqueia o receptor, impedindo a resposta 70 Baruch e cols. (1988) - esquizofrenia Gray e cols. (1992) - anfetamina • Procedimento básico: 71 Fase 1: Você vai ouvir por meio do seu fone de ouvido algumas sílabas sem sentido. Escolha uma delas e conte quantas vezes ela vai aparecer. Fase 2: Agora, você vai perceber que pontos serão acrescentados na tela do computador segundo alguma regra que tem a ver com o que você ouve por meio do seu fone de ouvido. Levante a mão quando você souber dizer qual é a regra e todas as vezes em que souber que o ponto vai ser adicionado. 72 Grupo Fase 1: Variáveis Fase 2: condicionamen to Aprendizage m Esquizofrênico s Sílabas sem sentido + Ruído Branco Sílabas sem sentido + Ruído Branco + Pontos, se ruído branco rápida Saudáveis + Anfetamina Sílabas sem sentido + Ruído Branco Sílabas sem sentido + Ruído Branco + Pontos, se ruído branco rápida Saudáveis Controle Sílabas sem sentido Sílabas sem sentido + Ruído Branco + Pontos, se ruído branco lenta LI ocorre em pacientes esquizofrênicos • Baruch e cols. (1988) consideraram que a função dopaminérgica estaria presumivelmente elevada nos pacientes com esquizofrenia aguda, podendo haver correlação entre aumento de atividade dopaminérgica e a maior atenção mostrada por esses pacientes. • Os pacientes com esquizofrenia crônica presumivelmente teriam a função dopaminérgica mais próxima dos sujeitos normais, em função da história medicamentosa. 73 Inibição latente e patologia comportamental • Inibição latente fornece uma ferramenta útil para o exame de processamento de informações básicas em certos grupos de humanos • (esquizofrênicos e hiperativos não apresentam inibição latente) • Pode ajudar a explicar por que certas técnicas não são efetivas como seria de esperar • Por exemplo, condicionamento aversivo de gosto em tratamentos para drogas de abuso, como o álcool. O álcool, por ter sido apresentado várias vezes sem a aversão, levaria um tempo maior para tornar-se um CS para o US (substância que provoca aversão) 74 Inibição latente e patologia comportamental • Tem sugerido técnicas que podem ser efetivas em tratamentos profiláticos em medos e fobias. • Imunização a alguns estímulos que frequentemente produzem medo e fobia tais como dentistas, hospitais, procedimentos médicos (a pré-exposição a esses estímulos, sem o pareamento com o estímulo aversivo preveniria o desenvolvimento da fobia) • Faz decrescer efeitos colaterais indesejados em quimio ou radioterapias • Tais como aversão a comida. 75 Respondente Mostrou-se insuficientepara explicar as relações observadas entre organismos e ambiente Thorndike: comportamento instrumental Skinner: comportamento operante 76 R Sr+ R Sr+ R Sr+ R Sr+ Tom CS US Supressão condicionada Sidman, 1958 R’ R’ R’ R’ R’ R’ R’ R’ “Propriedades quantitativas [operantes] da ansiedade” • Estes e Skinner (1941) • Interação operante-respondente – Linha de base operante: FI 4 min – Sobreposição do pareamento CS – US – CS: tom 3 min (2 pareamentos/hora) 5 min (1 pareamento/h) – US: choque elétrico R Sr+ R Sr+ R Sr+ R Sr+ Tom CS US Supressão condicionada Estes e Skinner (1941) Estes e Skinner (1941) Estes e Skinner (1941) • Redução na taxa de R operante durante o CS supressão condicionada • “O efeito do estado emocional é uma depressão temporária da força do comportamento” (p. 395) Estes e Skinner (1941) • Aumento compensatório Estes e Skinner (1941) Extinção respondente: CS após 27 min até o final de 1h Pesquisa aplicada relacionada JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS 1999, 32, 95–98 NUMBER 1 (SPRING 1999) A CASE STUDY OF BEHAVIORAL ASSESSMENT AND TREATMENT OF INSECT PHOBIA UM ESTUDO DE CASO DE AVALIAÇÃO E TRATAMENTO COMPORTAMENTAL DE FOBIA DE INSETOS Kevin M. Jones & Patrick C. Friman Objetivo: conduzir avaliação comportamental e o tratamento de fobia de insetos utilizando o responder acadêmico como medida (de variável) dependente. . Método Participante: Mike, 14 anos de idade, escola secundária, Encaminhado pelo diretor da escola porque a presença de insetos em sua classe e brincadeiras com o conteúdo de insetos perturbavam seriamente seu desempenho acadêmico. Relatou dificuldade em se concentrar e trabalhar quando pensava que os insetos pudessem estar presentes Era frequentemente incomodado pelos seus colegas (“Mike, tem um grilo debaixo de sua cadeira!”). Ao ver um inseto abandonava seu trabalho, colocava o capuz de sua jaqueta sobre a cabeça ou gritar. Identificava grilos, aranhas e joaninhas como os insetos que ele tinha mais medo. Medidas: Foco recaiu sobre o desempenho acadêmico porque esta era a principal preocupação referida pelo diretor da escola. A medida (de variável) dependente foi a taxa de conclusão do trabalho em presença de grilos comprados de uma loja de animais. Duas ou três provas de matemática de quatro minutos de duração aplicadas em cada sessão e sua taxa de respostas era o número médio de dígitos corretos em cada prova. Ambiente: sua carteira em uma sala de aula (de 7,0 x 7,0 metros) com uma das trinta folhas de exercícios elaboradas para a terceira série sobre sua mesa. Instrução: completar tantos problemas quanto possível Controle das medidas: Vinte folhas de matemática (26%) foram avaliadas independentemente pelo terapeuta e por outra pessoa. A concordância entre observadores, que foi calculada dividindo a avaliação menor pela maior e multiplicada por 100% variou de 83% a 100% (mediana=98%). Avaliação: efeitos de “insetos presentes”, “insetos ausentes”, e “declarações verbais a respeito de insetos” sobre as taxas de resposta acadêmica de Mike. Insetos presentes: seguindo as instruções, o terapeuta liberava três grilos vivos no chão, no centro da sala, e deixava a sala. Declarações verbais a respeito de “insetos” (dizer insetos): com Mike fora da sala, o terapeuta removia os grilos e examinava a sala para ter certeza de que não havia insetos. Então, ele trazia o Mike de volta e dizia “Tem insetos em algum lugar desta sala”. Insetos ausentes: esta condição era idêntica à condição “dizer insetos”, com exceção de que o terapeuta dizia a Mike: “não há insetos em nenhum lugar desta sala”. Entre as administrações das provas de matemática, Mike e o terapeuta participavam de uma conversa casual de 10 a 20 minutos de duração (por exemplo, sobre esportes, amigos, sobre a sua turma). Tratamento: Duas condições de tratamento foram implementadas: Exposição gradual: Mike se engajava em exercícios de exposição graduada de quinze a vinte minutos de duração imediatamente antes de cada prova de matemática. Esses exercícios incluíam uma hierarquia de tarefas de aproximação comportamental, que variavam desde segurar um vidro com grilos até segurar um grilo em cada mão por um minuto Tabela 1 passos na hierarquia de exposição graduada 1 Segurar um vidro com grilos 2 Tocar um grilo com o pé 3 Fechar os olhos por sessenta segundos enquanto estava na sala com grilos presentes 4 Pegar um grilo com uma folha de papel 5 Pegar um grilo com a mão enluvada 6 Segurar um grilo por 20 segundos diretamente na mão 7 Deixar o grilo subir nas pernas de suas calças 8 Permitir que o grilo subisse diretamente em seu braço 9 Segurar um grilo em cada mão por 20 segundos Mike selecionava o nível inicial de exposição para cada sessão e continuava até que ele se recusasse a prosseguir para o próximo passo. Resultados: Mike completou seis passos com assistência durante a primeira sessão Completou, independentemente, nove passos ao final da sessão de exposição na fase “sozinho”. As exigências de tempo foram incrementadas (por exemplo, segurar um grilo por 40 ou 60 segundos). Exposição gradual + reforçamento: esta fase foi idêntica à condição de exposição, com exceção de que Mike ganhava pontos para cada número correto (na prova de matemática). Esses pontos eram trocados ao final de cada semana por itens de uma lista de reforçadores, incluindo vales da Blockbuster®, vídeos, doces e Legos®. Delineamento experimental: Um delineamento multielementos foi usado para comparar os efeitos das três condições de avaliação. (1) delineamento A-B-BC-A-BC foi usado para comparar os efeitos das condições experimentais. O desempenho de Mike durante a condição inicial de “presença de insetos” serviu como a fase de linha de base inicial Jones e Friman (1999) Resultados: Supressão condicionada • Parâmetros do condicionamento respondente: (dependente de...) – Contingência entre CS-US – Duração e localização do CS – Natureza e intensidade do US • Variáveis da linha de base operante: – Magnitude e tipo de reforçador – Frequência de respostas e reforços – Esquema de reforçamento Supressão condicionada: síntese • Efeito de redução da taxa de R operantes (Sr+) durante a presença de um CS aversivo • Redução varia com: – Esquema e magnitude do reforçamento – Intensidade dos S aversivos • As condições aversivas (CS) podem evocar respostas de esquiva • Criação de CS aversivos devido hist. de punição (pareamento de S-Saver.) Alguns dados de pesquisa básica com humanos Banaco, R. A., Borges, N. B., Nogara, T., Oliveira, D., Rocha, A. C., Marangoni, A. M. . . . Mello, M. E. (2004). Produção de supressão condicionada em humanos: Um estudo inicial. Behaviors,8, 13-16. Regis Neto, D. M. (2009). O efeito de diferentes durações do estímulo condicional na supressão condicionada em humanos (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Regis Neto, D.; Banaco, R.A.; Bast, D.; Bellodi, A. C.; Bernardes, L. A.; Bernardo, A. J.; Faggian, L. F.; Fidalgo, A. P.; Fontaneti, F. D. G.; Gracia, T. G. C.; de Lima, A. C. C. ; Pinto, S. B.; dos Santos, P. M.; de Souza, F. G.; Wang, M. A. L. (2009) Supressão condicionada em humanos: um estudo sobre os efeitos isolados e combina-dos de estímulos perturbadores. Em Behaviors, 13, 5-15. Banaco, Borges, Nogara, Oliveira, Rocha, Marangoni, Rosenthal, Jannareli, Parucker, Viva, Cardoso & Melo (2004) • Produziram um estudo inicial da supressão com seres humanos – 22 participantes de 18 a 30 anos – Um programa de computador criado especialmente para a pesquisa • Conduziram um experimento em três fases – 1ª - Escolha do estímulo aversivo • Palavra selecionada – mais rejeitada – 2ª - Desempenho operante (linha de base) • Jogo da forca – palavras de 5 letras deveriam ser completadas em 13 tentativas – 3ª - Fase experimental • Jogo da forca – mudança da cor da tela por 60s eapresentação da palavra rejeitada (1ª fase) Banaco, Borges, Nogara, Oliveira, Rocha, Marangoni, Rosenthal, Jannareli, Parucker, Viva, Cardoso & Melo (2004) • Resultados: Nenhum efeito Indução Supressão inicial e indução Regis Neto (2009) • Proposta: Criar condições de estudo da supressão condicionada em humanos, utilizando: (1a) perda de reforçadores e (1b) apresentação de estimulação aversiva branda e a (2) manipulação das durações relativas do estímulo que as precede. Método • 1ª fase - Instalação do desempenho em VI – VIs progressivas 1, 2, 3, 4, 5, 10, 20, 30, 40 e 60s – Ampliação a cada 5 reforços – Contador B – FT 1 s produzindo 0,01 (R$/Pontos) – Critério de mudança de fase: atingir 90% do máximo de reforços possíveis na sessão (45/50) • 2ª fase - fortalecimento da resposta e linha de base – Manutenção do VI60s – Critério de mudança de fase: • (1) variação menor que 10% entre os totais de respostas das últimas 2 sessões • (2) variação menor do que 10% nos 7 intervalos de 100 s intermediários das sessões Método • Software Contador A acumula os valores produzidos pelo responder em VI 60s Contador B acumula os valores recebidos independente de qualquer resposta (0,01 em FT1s)Figura 2. Modelo da tela mostrada aos participantes Método • 3ª fase – Experimental (3 sessões) • 5 Ciclos de 180 s Intervalo + Tom • Apresentação de figura humana e risada ao fim do tom • Remoção de 50% dos pontos do contador B ao fim do som – 2 sessões (1ª e 2ª) • A cada 165 s presença do tom 15 s – 1 Sessão (3ª) • Tom estendido para 30 s (3 participantes) a cada 150 s • Tom reduzido para 7,5 s (4 participantes) a cada 172,5 s Resultados – Fase experimental 0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 tempo (s) re sp o st as . 0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 tempo (s) re sp o st as . Figura 5. Gráficos de respostas acumuladas em função do tempo dos participantes E_A15_7,5 e R_B15_30 na primeira sessão da fase experimental Resultados – Recuperação de respostas 0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 tempo (s) re sp o st as . Figura 11. Freqüência acumulada de respostas na segunda sessão experimental do participante E_A15_7,5. As linhas pontilhadas verticais marcam o início e o fim do período de tom. As linhas pontilhadas sobre as curvas mostram a tendência das respostas dos 65 s anteriores ao início do tom. Resultados – Fase experimental 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 7,5 s 15 s 30 s T a xa d e s u p re s s ão . E_A15_7,5 C_B15_30 K_A15_7,5 R_B15_7,5 S_A15_7,5 I_B15_7,5 A_A15_30 Painel A Figura 7. Taxa de supressão dos participantes em relação a cada duração do tom utilizadas no estudo Resultados – Fase experimental 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 7,5 s 15 s 30 s T a xa d e s u p re s s ão . E_A15_7,5 C_B15_30 K_A15_7,5 R_B15_7,5 S_A15_7,5 I_B15_7,5 A_A15_30 Painel A Figura 7. Taxa de supressão dos participantes em relação a cada duração do tom utilizadas no estudo Resultados – Fase experimental 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 7,5 s 15 s 30 s T a xa d e s u p re s s ão . E_A15_7,5 C_B15_30 K_A15_7,5 R_B15_7,5 S_A15_7,5 I_B15_7,5 A_A15_30 Painel A Figura 7. Taxa de supressão dos participantes em relação a cada duração do tom utilizadas no estudo Regis Neto, D.; Banaco, R.A.; Bast, D.; Bellodi, A. C.; Bernardes, L. A.; Bernardo, A. J.; Faggian, L. F.; Fidalgo, A. P.; Fontaneti, F. D. G.; Gracia, T. G. C.; de Lima, A. C. C. ; Pinto, S. B.; dos Santos, P. M.; de Souza, F. G.; Wang, M. A. L. (2009) • estudo sobre os efeitos isolados e combinados de estímulos perturbadores – Imagem + risada + perda de pontos – Imagem +risada sem perda de pontos – Perda de pontos sem imagem + perda de pontos Resultados Imagem + risada + perda de pontos Imagem + risada sem perda de pontos Risada sem imagem + perda de pontos Para mudar o comportamento, temos que mudar a contingência Especialmente a contingência social Como temos criado nossos filhos? Poderíamos estar criando condições (contingências) para a instalação da psicopatologia? Processos comportamentais envolvidos na resiliência comportamental sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos História de reforçamento positivo resistência à extinção história de controlabilidade na interação com eventos aversivos variabilidade comportamental repertório sob controle de estímulos relevantes para a solução de problemas habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto Flexibilidade comportamental ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO • Período dilatado de espera vivido pelos que já não são crianças, mas ainda não se incorporaram à vida adulta. • maturidade sexual mas despreparo para o casamento. • plena aquisição de capacidades físicas do adulto – força, destreza, habilidade, coordenação, etc. • mas falta de maturidade intelectual e emocional, necessária para o ingresso no mercado de trabalho. • Idade crítica. ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO • Jovem adulto cada vez mais tempo na condição de ‘adolescente”: • Mais recentemente, a escassez de empregos, • dependente da família, apartado das decisões e responsabilidades da vida pública, incapaz de decidir seu destino. • Formação complementar, disponível para os filhos passa a ser um diferencial • Do adolescente no mercado de trabalho futuro • No status da família que pode proporcioná-la Status familiar: valor cultural da atualidade • “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu sou como pai” • Reforçadores naturais sem necessidade de respostas (quebra da contingência entre resposta e reforçador natural) • Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos (tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”) Status familiar: valor cultural da atualidade • “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu sou como pai” • Reforçadores naturais sem necessidade de respostas (quebra da contingência entre resposta e reforçador natural) • Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos (tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”) Status familiar: valor cultural da atualidade • “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu sou como pai” • Reforçadores naturais sem necessidade de respostas (quebra da contingência entre resposta e reforçador natural) • Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos (tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”) Status familiar: valor cultural da atualidade • “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu sou como pai” • Reforçadores naturais sem necessidade de respostas (quebra da contingência entre resposta e reforçador natural) • Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos (tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”) ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO • EUA: indivíduos que vivem essa longa crise foram transformados em consumidores em potencial. • Rápida disseminação no mundo capitalista. • Juventude e adolescência como ideal atual da cultura: todos querem ser jovens e não adultos como no começo do séc. XIX. ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO • EUA: indivíduos que vivem essa longa crise foram transformados em consumidores em potencial. • Rápida disseminação no mundo capitalista. • Juventude e adolescência como ideal atualda cultura: todos querem ser jovens e não adultos como no começo do séc. XIX. ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO • EUA: indivíduos que vivem essa longa crise foram transformados em consumidores em potencial. • Rápida disseminação no mundo capitalista. • Juventude e adolescência como ideal atual da cultura: todos querem ser jovens e não adultos como no começo do séc. XIX. “Por um lado, a associação entre juventude e consumo favoreceu o florescimento de uma cultura adolescente altamente hedonista. O adolescente das últimas décadas do século XX deixou de ser a criança grande, desajeitada e inibida, de pele ruim e hábitos antissociais, para se transformar no modelo de beleza, liberdade e sensualidade para todas as outras faixas etárias. O adolescente pós moderno desfruta de todas as liberdades da vida adulta mas é poupado de quase todas as responsabilidades”. (Khel, 2009) Problemas com parentalização X comportamento operante (ou criação de caráter, ou personalidade) Processos comportamentais envolvidos na resiliência comportamental sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos História de reforçamento positivo resistência à extinção história de controlabilidade na interação com eventos aversivos variabilidade comportamental repertório sob controle de estímulos relevantes para a solução de problemas habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto Flexibilidade comportamental PARTE 1 APEGO: UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO APEGO (Attachment) HISTORICAMENTE Termo utilizado para caracterizar a relação do infante com sua mãe APEGO - ETOLOGIA - PSICOBIOLOGIA - NEUROCIÊNCIAS - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO - ANÁLISE DO COMPORTAMENTO Dois modelos principais para nossa abordagem: IMPRINTING → ATTACHMENT (em aves) (primatas não humanos) Lorenz ( 1935/1957) Harlow ( 1959/1961) Konrad Lorenz (1903-1989) 1935 – Termo alemão Prägung ( stamping in; coining) Traduzido no idioma inglês como Imprinting Processo em que muitos aninais recém-nascidos de espécies precociais (p. ex., galinha, ganso, gralha, faisão, perdiz) formam um vínculo social (social bond) relativamente rápido a um conspecífico biologicamente apropriado ou, em sua ausência, a algum objeto ou humano disponível. É irreversível e limitado a um período crítico ( primeiras 12 a 24 horas de vida). ENTRETANTO... A visão tradicional de imprinting como um processo irreversível que ocorre durante um período crítico é ainda controversa Por exemplo, – Modelo de reforçamento de imprinting ( Reinforcement model of imprinting) (Hoffman & Ratner, 1973) Fenômeno é uma forma de condicionamento clássico e que não estaria limitado a fatores como idade e experiência. Qualquer figura de apego é vista como um estímulo complexo que apresenta um número de diferentes características ( cor, forma, tamanho, som, movimento, etc). Várias dessas características eliciam inatamente comportamento filial e servem como reforçadores primários enquanto outras são inicialmente neutras e não evocam tais comportamentos e não os reforçam. Harry Frederic Harlow ( 1905-1981) 1950-1960: Estudos experimentais sobre como macacos rhesus recém-nascidos interagem com suas mães Filhotes separados de suas mães ao nascimento e: 1- permaneciam em isolamento, sem contato com outros da espécie 2- eram criados por mães substitutas O apego se desenvolve como resultado de a mãe fornecer "conforto tátil", sugerindo que os bebês têm uma necessidade inata de tocar e se apegar a algo para o conforto emocional, além de serem simplesmente nutridos por ela. TEORIA DO APEGO APEGO é ... - um tipo de vínculo no qual o senso de segurança de alguém está estreitamente ligado à presença de uma figura específica, a figura de apego (comumente a mãe) - um sistema comportamental regulador de segurança presente no bebê com a finalidade de buscar proximidade com essa figura para cumprir sua função de garantir a sobrevivência. (Bowlby, 1984/1969) APEGO O vínculo que liga a criança à mãe é a versão humana do comportamento observado em outras espécies e compreende esse fenômeno como uma estratégia de adaptação fundamental dessas espécies ao ambiente COMPORTAMENTO DE APEGO É uma classe especial de comportamento que se diferencia do comportamento alimentar e sexual Qualquer forma de comportamento que resulta em um indivíduo em alcançar e manter proximidade com outro, considerado mais apto a lidar com mundo. COMPORTAMENTO DE APEGO Constitui a mobilização expressivo-motora pela qual se consegue a proximidade, sendo eles: - sorrir, - fazer contato visual, - tocar, - chorar, - agarrar-se, - balbuciar, - chamar e posteriormente - mover-se em direção à figura materna ASSIM... APEGO é o PROCESSO COMPORTAMENTO DE APEGO é RESULTADO do processo PARTE 2 APEGO NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ANTES PORÉM UMA BREVE EXPLICAÇÃO SOBRE DESENVOLVIMENTO VEJAMOS ENTÃO ... - A Análise do Comportamento não tem, marcadamente uma teoria do desenvolvimento. - Porém, ela apresenta estudos dessas mudanças regulares que se dão durante a vida dos indivíduos. - Skinner explicou o “desenvolvimento” desde a infância até a velhice, em termos de contingências: - FILOGENÉTICAS - ONTOGENÉTICAS - CULTURAIS NÍVEL FILOGENÉTICO Características genéticas presentes em determinada espécie que são transmitidas de uma geração para outra. ) MAS... Além de características genéticas específicas, a filogênese seleciona a sensibilidade do organismo a certas formas de estimulação física e social. (Skinner, 1984) E TAMBÉM... a capacidade de imitar que seria considerada um dos processos comportamentais iniciais necessários à sobrevivência e procriação. Contingências de reforçamento as quais induzem um organismo a se comportar de determinada maneira afeta frequentemente um outro organismo quando ele se comporta daquela maneira. (Skinner, 1984). . NÍVEL ONTOGENÉTICO Interações de um indivíduo com seu ambiente, desde a concepção, incluindo sua história particular de aprendizagem ) NÍVEL ONTOGENÉTICO Sensibilidade especial do organismo, relativa às consequências de suas ações. O QUE POSSIBILITA... Variabilidade comportamental - aquisição de um vasto repertório para interações complexas com o ambiente que se assemelha muito pouco ao ambiente no qual a espécie humana foi selecionada NÍVEL CULTURAL Transmissão de práticas culturais ao longo de diferentes gerações. RETOMANDO ENTÃO... NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO... ESTAMPAGEM ( IMPRINTING) Seria uma instrução genética não muito específica, uma vez que o seguir ou a emissão de outros comportamentos que tenham por consequência manter a proximidade com uma figura específica pode ser desencadeado por outro objeto qualquer em movimento. (Skinner, 1984) processo de estampagem: seguir a mãe pode ser inicialmente semelhante a um reflexo evoluído estar em contato com o corpo que teve como consequência a alimentação, a proteção contra predadores e a manutenção de sua temperatura. (Henrique, 2016) A estampagem é um processo que se aproxima do condicionamento respondente ( Pavloviano). Por meio desse processo, respostas preparadas pela seleção natural poderiam vir a ficar sob o controle de novos estímulos. (Skinner, 1984) Variações de comportamentos de indivíduos como olhar, ouvir, orientar-se ou deslocar-se em direção a determinados estímulos em detrimento de outros, ocorrendo ao longo de muitos anos em um ambiente específico, podem ter garantido a uma determinada população maiores chances de sobrevivência e de procriação. (Catania, 1999; Skinner, 1984) . ASSIM... O apego do recém-nascido é considerado como repertório de respostas do organismo, primeiramente reflexas as quais passam a serem controladase modificadas pela interação recíproca com o ambiente, em especial com a mãe e aprendido lentamente em dias ou semanas após o nascimento por meio de interações repetidas, alterando a probabilidade de respostas um do outro. PORTANTO... Desenvolve-se por meio de um processo de aprendizagem constante (e não de um fenômeno do tipo tudo-ou-nada), que ocorre ao longo do tempo e no decorrer do qual se observam mudanças comportamentais que são plásticas e cumulativas. (Lucion & Bortolini, 2014) Bebês de espécies de mamíferos humanos e não humanos são organicamente imaturos ao nascimento e não apresentam comportamentos de autodefesa quando em contato com situações que os coloquem em risco de integridade física. Essas podem variar desde a privação de alimento e calor até a aproximação ou presença de estímulos de ameaça predatória. EM VIRTUDE DISSO... Os comportamentos de apego dos infantes à mãe são essenciais para sua sobrevivência; estão sob o controle de (ou são mais sensíveis a) estímulos inicialmente de naturezas sensoriais e motoras; e, por estarem presentes ao nascer poderiam evidenciar também sua base filogenética. Essa sensibilidade filogeneticamente herdada, que colocaria o organismo em contato com os estímulos do ambiente neonatal, seria condição para aprendizagem respondente e operante que, por sua vez, envolve a interação da maturação biológica do organismo e estímulos do ambiente físico e do social, primeiramente a mãe. PARTE 3 APEGO EM ESPÉCIES ALTRICIAIS Padrão de crescimento e desenvolvimento em organismos que são incapazes de se mover por si mesmos logo após a eclosão ou nascimento. MAMÍFEROS - Diferenças mais expressivas na qualidade e quantidade de cuidados parentais requeridos quando comparadas a outros tipos de animais como: - Alimentação - Calor - Proteção Com funções de : SOBREVIVÊNCIA PROCRIAÇÃO Entre mamíferos, mães são consideradas tipicamente cuidadoras de sua prole recém nascida. Em geral, na maioria das espécies, machos raramente se envolvem na criação dos jovens e as fêmeas assumem a responsabilidade primária de cuidados parentais ESSENCIALMENTE... A mãe é o ambiente para o desenvolvimento infantil no início da vida. (Schore, 1994) Classe Mammalia ) PORTANTO... A sobrevivência de crianças altriciais depende do apego ao cuidador - um processo que requer que os bebês - RECONHEÇAM - APRENDAM sua figura de apego - RECORDEM POR SUA VEZ... A manutenção de comportamentos maternos é dependente dos filhotes e é sincronizada com o desenvolvimento pós-natal da prole . Por exemplo, a construção do ninho em roedores é finalizada quando no dia quando os filhotes são capazes de regular sua temperatura corporal e a produção de leite termina quando esses diminuem a frequência de sucção dos mamilos. ASSIM... As exigências de um ambiente dinâmico combinado com um organismo em maturação requerem uma reorganização neurocomportamental frequente ADAPTAÇÃO É CONSTANTE A reestruturação comportamental está bem adaptada para garantir o relacionamento crucial entre o bebê e o cuidador, independentemente da qualidade dos cuidados. Com a maturação e o fim do período sensível de aprendizado do apego do bebê-cuidador, a interação complexa de estruturas neurais, hormônios e comportamento social coordena a eventual transição do indivíduo em desenvolvimento para a vida mais independente dos cuidados maternais. ( Debiec & Sullivan, 2016) NO ENTANTO... Fatores ambientais e fisiológicos do início da vida podem alterar a natureza resiliente deste sistema, ..., e essas mudanças podem fornecer pistas importantes para a compreensão dos efeitos duradouros do estresse precoce. (Sullivan & Holman, 2010) A perturbação da ligação mãe e filhote no período precoce de amamentação, quando o vínculo está sendo estabelecido, tem grande impacto sobre o bebê em desenvolvimento, particularmente em espécies altriciais. PARTE 4 MODELOS ANIMAIS DE APEGO Mesmo que resultados obtidos em estudos com animais não humanos não possam ser aplicados, em sua totalidade, diretamente ao comportamento humano, esses podem produzir informações relevantes sobre a maneira como a interação pais-filhotes (filhos) varia. (Ades, 1990) Essas informações sugerem quais seriam algumas variações ou processos envolvidos e conduziriam interesses para aspectos do comportamento pouco ou não investigados. (Ades, 1990) Dentre os inúmeros processos comportamentais básicos estudados por meio de modelos animais humanos e não humanos encontram-se aqueles sobre o APEGO mãe e filhote desde o nascimento da prole. Estudos de várias espécies de animais têm permitido identificar princípios gerais e mecanismos comportamentais e neurofisiológicos do apego que, em muitos casos, podem ser aplicados a humanos. Modelos animais de apego podem oferecer uma abordagem mais direta para o entendimento: 1- dos efeitos dos danos causados por maus tratos na infância sobre o desenvolvimento do cérebro, em especial sobre sobreposições nos circuitos neurais do apego 2- da etiologia de transtornos psiquiátricos 3- dos processos respondentes e operantes presentes na ontogênese do apego Pesquisas realizadas com animais não humanos indicam que: - aumento da aprendizagem de aproximação da mãe - supressão da aprendizagem de evitação da mãe são processos importantes envolvidos no desenvolvimento inicial do apego ao cuidador. Filhotes de ratos possuem um sistema de mecanismos neurobiológicos único que promove a aprendizagem de preferência (pelo odor materno) e bloqueio da aprendizagem aversiva (de estímulos dolorosos) com função de manter o apego. (Landers & Sullivan, 2012) SOCIAL BUFFERING Fenômeno o qual uma figura social significativa bloqueia a ativação do eixo HPA, diminuindo a liberação do hormônio do estresse ao longo do desenvolvimento Presença da mãe durante a apresentação do odor pareado ao choque em filhotes de 12 dias ( PN12) diminui níveis de noradrenalina do núcleo paraventricular do hipotálamo. (Debiec & Sullivan, 2016) Quando o circuito é ativado por estímulos somatosensoriais externos, como por exemplo, aquele produzido naturalmente pela mãe, filhotes ( que não ouvem e não enxergam) aprendem a preferir qualquer estímulo olfativo pareado em essa estimulação durante os primeiros dez dias de vida. (Landers & Sullivan, 2012) Estudos mostram que o odor da mãe pode ser aprendido rapidamente por ratos recém-nascidos mediante pareamentos entre estímulos que são considerados naturais ou artificiais, eliciando, em filhotes, respostas de procurar, aproximar e ficar em contato com os mamilos da mãe. Tal aprendizagem é crítica para a sobrevivência do infante uma vez que o odor materno varia em função da dieta alimentar . Na ausência desse odor, os filhotes diminuem o contato com a mãe, falham em sugar os mamilos e em virtude disso mostram baixos índices de sobrevivência. Filhotes de ratos de dois e três dias de nascimento aprendem rapidamente a discriminar, preferir, aproximar e manter proximidade a um odor previamente pareado, apenas duas ou três vezes, ao leite ou ao afago (i.e., estímulos considerados naturais que ocorrem na interação entre a mãe e o filhote). (Sullivan, Hofer & Brake,1986) A aprendizagem rápida de orientação a estímulos olfativos é um processo evolutivamente conservado em mamíferos recém-nascidos. Hofer ( 2006) A aprendizagem ser rápida e permanecer por vários dias indicaria que esse processo se assemelha ao imprinting, considerado ser fundamental ao apego em mamíferos que têm desenvolvimento mais lento . (Hofer, 2006) Durante a primeira semana após o nascimento, uma variedade de estímulos podem funcionar como reforçadores para produzir uma preferência de odor em filhotes de ratos que vão desde leite e acesso à mãe até estímulos aparentemente aversivos como choques moderados e “beliscão” na cauda. (Hofer, 2006) Dados de estudos experimentaiscom ratos mostram que os filhotes se mantêm próximos e dependentes dos cuidados de uma mãe considerada abusiva em uma interação dolorosa para eles. Apegar-se a um cuidador abusivo ou negligente pode ter vantagens de curto prazo como ter acesso aos cuidados neonatais (e.g, reforçadores primários) mas desvantagens a longo prazo como o comprometimento emocional (e.g., regulação de respostas emocionais a estímulos incondicionais e condicionais). Em ratos, menos cuidados maternos intensos ou maior privação materna durante os primeiros 10 dias após o nascimento mostram sérias consequências em fases posteriores do desenvolvimento como: - o aumento da ansiedade - aumento de respostas neuroendócrinas a estressores - alterações epigenéticas (na expressão genética) no sistema nervoso central - prejuízos na aprendizagem de comportamentos sociais (e.g., organização hierárquica) EXEMPLO ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA Na maioria dos animais que vivem em grupos, machos estabelecem hierarquias de dominância em que o animal dominante tem acesso prioritário a recursos limitados, como água, comida, espaço e fêmeas. Uma das principais funções de estabelecer hierarquias de dominância é eliminar as lutas dentro de um grupo, minimizando os custos de energia. (Van Kreveld, 1970) Em ratos de laboratório que são mantidos em uma colônia, uma hierarquia estável geralmente se estabelece dentro de alguns dias. (Blanchard, Flannelly & Blanchard, 1988) ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA Posição social emerge de diferenças individuais em agressão e reatividade ao estresse. Indivíduos criados por cuidadores abusivos no início da vida demonstram: • Aumento da agressividade • Apresentação de comportamentos com ansiedade e depressão • Diminuição da exploração social Abuso pode afetar a formação e a manutenção do estado estável de dominância. VISIBLE BURROW TEST (teste da toca visível) Ambiente seminaturalistico no qual roedores podem ser mantidos em grupo com acesso limitado a recursos ( água, comida, fêmeas receptivas). (Opendak, Gould & Sullivan, 2017) Paradigma naturalistico de mãe abusiva (Naturalistic abusive/stress- mother paradigm) Paradigma de condicionamento olfatório(Olfactory classical conditioning paradigm) Os dois paradigmas são complementares uma vez que: - NATURALÍSTICO - apresenta validade ecológica - CONDICIONAMENTO - apresenta validade de controle experimental sobre a aprendizagem infantil Ambos têm por base o apego ao cuidador e resultam em efeitos similares e duradouros que são observados na vida adulta Paradigma naturalistico de mãe abusiva (Naturalistic abusive/stress- mother paradigm) Mãe roedora possui uma quantidade de material insuficiente para construir o ninho o que resulta em mudanças de uma classe de comportamentos de cuidados maternos tais como: - mais tentativas de construir o ninho e permancer mais tempo fora dele e longe dos filhotes; - menos tempo de amamentação; - menos lambidas; - transporte brusco dos filhotes (i.e., mães lambem mais agressivamente os filhotes, os transportam pelos membros, pisam e pulam sobre eles). (Extraído de Molet, Maras, Avishai-Eliner & Tallie, 2014) Caixa experimental com mãe roedora e filhotes. Material para construção do ninho insuficiente com piso de alumínio revestido de plástico e com papel toalha desfiado Paradigma de condicionamento olfatório(Olfactory classical conditioning paradigm) Os filhotes recebem choques considerados brandos nas patas traseiras ou “apertões” na cauda (tailpinch) pareados com um novo odor (i.e, odor de menta) (Extraído de Debiec & Sullivan, 2016) A duração dos choques, número de pareamentos e intervalo inter-práticas variam de acordo com os protocolos. Esse tipo de manipulação experimental: - simula interações dolorosas com uma mãe abusiva; - adquire o valor de um odor materno; - modula comportamentos de apego dos filhotes ALGUNS ESTUDOS Ratos submetidos ao procedimento de mãe abusiva ou ao de condicionamento olfatório (Rainek et al, 2015) A- Quando filhotes (PN13) foram testados no labirinto em Y para medir a aproximação ao odor odor familiar odor de menta odor materno Divididos em quatro grupos: 1- Grupo controle com o odor de mãe não abusiva; Teste de escolha: odor materno natural x odor familiar 2- Grupo com o odor de mãe abusiva; Teste de escolha: odor materno natural x odor familiar 3- Grupo com odor de menta condicionado ao choque; Teste de escolha: odor de menta x odor familiar 4- Grupo com odor neutro ( filhotes criados por mãe não abusiva) Teste de escolha: odor de menta x odor familiar (Rainek et al, 2015) B- Quando adultos passaram pelos testes de: Nado forçado Comportamento social Motivação sexual RESULTADOS 1- Ratos dos grupos que foram criados por mãe abusiva ou não abusiva preferiram o braço com o odor natural da mãe; 2- Ratos do grupo foram submetidos ao pareamento odor-choque preferiram aquele com odor materno condicionado de menta; 3- Ratos do grupo de odor neutro não mostraram preferência entre os braços dos labirintos com odor familiar e neutro; 4- Ratos criados por mães controles mostraram mais respostas de aproximação a essas em relação àqueles submetidos aos paradigmas de abuso. ( Extraído e Rainek et al. 2015) Ou seja, sempre que houve odor da mãe associado, os ratos mostraram preferência aos estímulos a ele pareados, mesmo os aversivos!!!! RESULTADOS Animais que foram criados por mãe abusiva ou que receberam o pareamento menta e choque durante a infância: 1- Apresentaram um aumento do tempo de imobilidade no teste de nado forçado (o que indica comportamento de depressão); 2- Apresentaram um prejuízo de interações sociais; 3- Não mostraram alterações de comportamentos sexuais quando comparados a seus controles CONCLUSÃO DOS AUTORES • beneficio em curto prazo de formação do apego sob condições que são adversas, • podem ser prejudiciais em longo prazo, como no desenvolvimento de transtornos de comportamento como a depressão. • odor materno é um sinal de segurança na infância e na vida adulta. Ratos submetidos ao procedimento de mãe abusiva e não abusiva ( Yan et al , 2017) Delineamento experimental RESULTADOS Ratos adolescentes e adultos criados por mães abusivas: 1- apresentaram menor latência para parar de nadar 2- consumiram menos sacarose 3- ficaram menos tempo em interação social quando comparados aos seus controles criados por mães não abusivas 4 – mudaram mais vezes de ambiente (embora as diferenças não tenham se mostrado significantes) Além dos efeitos mencionados nos comportamentos de depressão, interação social e sexual que foram investigados por Raineki et al (2015) e por Yan et al. ( 2017), filhotes de ratos criados por mãe abusiva apresentam também alteração de respostas de medo na presença de odor de um predador como: - congelamento, - aproximar-se do odor, - esconder-se em um abrigo - manter-se erguido sobre as patas traseiras Teste de Seleção de Respostas de Ameaça (Threat Response Selection Test – TRST) Sessão de habituação Ratos adultos de mães abusivas e de não abusivas foram habituados um dia antes do teste, na ausência do odor do predador, ao ambiente da caixa experimental, podendo explorá-la livremente por cinco minutos. Sessão teste Ratos foram colocados no compartimento de partida da caixa com o odor do predador liberado (Perry & Sullivan, 2014) . ASSIM, ratos que tiveram história com mães abusivas despendem: 1- menos tempo em comportamentos passivos (i.e., congelamento e escondendo-se) 2- mais tempo em comportamentos ativos de medo ( i.e., levantando- se, aproximando-se e ficando em contato com o odor do predador) em relação a seus controles, que foram criados por mães não abusivas. CONCLUSÃO DOS AUTORES História de abuso em filhotes roedores diminui a frequência de comportamentos defensivos passivos e aumentaa de defensivos ativos quando em uma situação de iminência predatória. CONSIDERAÇÕES FINAIS • possíveis interações de estados iniciais do organismo e processos ontogenéticos de determinação do comportamento de apegar-se. A seleção natural é responsável por processos internos como digestão e respiração e por determinadas interações necessárias com o ambiente. Quanto maior a complexidade do ambiente, mais características da anatomia, da fisiologia e repertórios mais complexos de comportamentos estarão envolvidas. (Skinner, 1983). O apegar-se seria uma dessas interações e que envolve um repertório de comportamentos complexos do infante com função de manter a proximidade da mãe e dessa com função de reforça-lo positivamente, aumentando a probabilidade de serem apresentados em situações semelhantes no futuro; promovendo o que Bowlby (1984/1969) chamou de senso de segurança, bem estar e confiança. O modelo de mãe abusiva mostra por meio de manipulação experimental (i.e., que altera o ambiente de criação dos filhotes), alguns dos possíveis efeitos do comportamento • de uma mãe que em virtude desse ambiente, não é sensível e não responde aos comportamentos de apego de sua prole (na verdade, de uma mãe que está sob forte estresse, exatamente para cuidar de sua cria) • o desenvolvimento emocional e social da prole. Em humanos, as mães também necessitam ser sensíveis aos comportamentos de apego de sua criança e discriminar as condições do ambiente sob as quais estão sendo controlados, respondendo assim, às suas necessidades físicas e emocionais. Isso implica em um repertório complexo de comportamentos maternos que dependerá, além da história da espécie, de sua história de aprendizagem e do ambiente atual no qual a interação ocorre. Estratégia operante: Análise do comportamento • “Quebra de comportamentos complexos em suas partes funcionais. Uma análise bem sucedida deveria permitir que o comportamento fosse sintetizado quando suas partes fossem recolocadas juntas”. Catania, 1999 p. 385 • Estratégia metodológica: o estado estável do comportamento 214 Análise do comportamento • Estado estável: a “análise” tem acontecido em situações muito restritas: • Pouca variação na privação • Pouca variação nos reforçadores (e nas suas “qualidades”) • Pouca variabilidade de estímulos • Inclusive temperatura, ruído, umidade, mantidos estáveis • Ou seja: os efeitos respondentes [e motivacionais] são “mantidos estáveis” 215 Síntese comportamental • Juntar as partes obtidas por análise. Cf. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. Catania, 1999, p.422 A questão principal é: as partes são juntáveis? Os efeitos observados entre cada situação simples, são meramente somados, ou interagem? 216 Complexificação das contingências • Necessidade de conhecimento de • Processos respondentes • No controle de estímulos • Nos efeitos sobre os organismos • Em respostas operantes concorrentes à estudada • Na síntese comportamental • Processos de motivação • Modelos experimentais: complexidade de contingências que “mimetizam” partes das condições humanas 217 Modelos experimentais • Incluem processos respondentes • base da compreensão de processos emocionais • fundamentação dos efeitos de variáveis de nível filogenético • Elucidam processos motivacionais • Alterações do organismo em processos respondentes, (em parte ser considerados “emocionais”), • ocupam um lugar de extrema importância: considerados como operações de motivação • interferindo sobre contingências operantes. 218 Complexidade do comportamento Johnston e Pennypacker (1993) • três tipos de classes de respostas que resultam das interações comportamento – ambiente • respondentes, • operantes e • operantes discriminados, e... • [Mais] Um quarto tipo de relação: comportamento adjuntivos • um padrão que não é exigido pelo esquema de reforçamento em vigor, mas, por outro lado, parece ser uma função desse esquema. 219 Caracterização do Comportamento Adjuntivo • Primeira observação: Falk (1961). • Ratas privadas de alimento, sem qualquer privação hídrica. • VI 60 segundos. • Sessões de 3 horas de duração. • Disponibilidade de água durante a sessão experimental e registro de seu consumo. • Tão logo os sujeitos recebiam a pelota de ração, a comiam rapidamente, bebiam grandes quantidades de água e só depois voltavam a pressionar a barra. • Alguns sujeitos chegaram a ingerir quantidade de água equivalente à metade de seu peso corporal. 220 Caracterização do Comportamento Adjuntivo • Falk, 1967: • Se a quantidade de ração liberada ao longo de três horas duração for liberada de uma só vez, no início da sessão, o consumo de água cai para cerca de 10ml no mesmo período (ou seja, apenas 5% do peso corporal). • Polidipsia psicogênica (a origem seria comportamental e não fisiológica) 221 Caracterização do Comportamento Adjuntivo • Falk (1961b; 1964; 1966a; 1966b; 1966c; 1967) • Outros esquemas de reforçamento, • outros tipos de alimentos, • diferentes tamanhos de pelotas de ração e • diferentes intervalos entre os reforços • Aparecimento de polidipsia e mais: • agressão, pica, construção de ninhos, cópula, andar em uma roda de atividades • Dependente do que estivesse disponível no ambiente • Ratos, pombos, chinchilas, macacos Rhesus, chimpanzés. (Gimenes, Brandão e Benvenuti, 2004) • Humanos (Haydu, 1994) 222 223 • Humanos: sob as mesmas condições também mostraram comportamentos excessivos. • aumento da atividade geral (Wallace, Singer, Wayner & Cook, 1975; Clarke, Gannon, Hughes, Keogh, Singer & Wallace, 1976), • - aumento do consumo de cigarros em • situação de resolução de problemas • (Wallace & Singer, • 1976), • Aumento no consumo de álcool (Doyle & Samson, 1988). 224 • Os comportamentos adjuntivos: propostos como modelo animal para o estudo de vários outros excessos comportamentais em humanos • roer unhas, • comer compulsivamente, • motilidade gástrica intestinal (Santarém, 1996/2001). Falk e Tang (1988): • Vários excessos comportamentais (Por ex. alcoolismo) podem ser determinados por condições ambientais • alternativas terapêuticas promovem um rearranjo de tais condições com o intuito de diminuir o excesso (no exemplo, a ingestão de álcool). • A tarefa do terapeuta: modificar esquemas presentes no dia-a-dia de alcoolistas, que poderiam ser responsáveis por tal excesso comportamental. 225 Processos comportamentais envolvidos na resiliência comportamental sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos História de reforçamento positivo resistência à extinção história de controlabilidade na interação com eventos aversivos variabilidade comportamental repertório sob controle de estímulos relevantes para a solução de problemas habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto Flexibilidade comportamental ALGUNS MODELOS 227 DEPRESSÃO 228 229 Reforço livre Extinção, Desamparo 230 Falta de iniciativa Abulia Irritabilidade 231 Ferster: Depressão (o que deve ser observado) • Beck: • Representativa redução na gratificação • Ferster: • Estreita relação entre a frequência das atuações de uma pessoa e a perda de reforçadores (extinção) • Redução nas atividades levaria a baixa taxa de reforçamento 232 Baixa frequência de respostas Baixa taxa de reforçamento Extinção • Psicopatologia • Gradações • Déficits e excessos comportamentais • Diminuição da gratificação • Diminuição em alguma dimensão dos reforçadores 233 Extinção por suspensão de reforçadores •Irritabilidade •Ausência de respostas 234 10 Princípios Principais da Ativação Comportamental • Princípio 1: A solução para mudar como as pessoas se sentem está em ajudar a mudar o que elas fazem. • Princípio 2: Mudanças na vida podem levar à depressão, e estratégias de sobrevivência a curto prazo podem manter pessoas presas no tempo. • Princípio3: As pistas daquilo que se mostrará antidepressivo para um cliente em particular serão encontradas naquilo que precede e no que segue comportamentos importantes do cliente. • Princípio 4: Estruture e programe atividades que sigam um planejamento, não um estado de espírito. • Princípio 5: A mudança será mais fácil se você começa devagar. • Princípio 6: Ênfase nas atividades que são reforçadas de forma natural. • Princípio 7: Aja como treinador. • Princípio 8: Ponha ênfase na abordagem de problemas empíricos e reconheça que todos os resultados são úteis. • Princípio 9: não apenas falar, mas sim fazer! • Princípio 10: Resolver barreiras reais e potenciais para a ativação. Extinção sem suspensão de reforçadores “Reforço livre” •Apatia •Tédio •Ócio •Distimia 236 Skinner, 1987 What is wrong with Daily life in the Western World? • Coisas reforçadoras são relatadas como prazerosas • Reforçam porque são gostosas ou • São gostosas porque reforçam • No entanto, são reforçadoras e são gostosas por causa da evolução da espécie • Deve ser feita uma distinção entre agradar e reforçar 237 What is wrong with Daily life in the Western World? • Quando nos sentimos agradados não estamos necessariamente sentindo um aumento na probabilidade de repetirmos a resposta que produziu o “agrado” • Um evento reforçador é aquele que aumenta a probabilidade da resposta que o produziu • Práticas culturais corroeram ou destruíram certas relações entre organismo e ambiente 238 5 práticas culturais que corroeram a relação entre organismo e ambiente 1. A alienação do trabalhador do produto do seu trabalho • Pessoas trabalham por salário, mas a grande parte do que produzem não reforça seu comportamento • (operário produz carro que não vai usar, por exemplo) • Empregadores têm que usar sanções aversivas para que os trabalhadores façam seus trabalhos 239 5 práticas culturais que corroeram a relação entre organismo e ambiente 2. Pessoas pagam outras pessoas para produzirem o que elas consomem • Evitam a parte aversiva do trabalho • Perdem a parte reforçadora dele 240 5 práticas culturais que corroeram a relação entre organismo e ambiente 3. Pessoas fazem muitas coisas por conselhos mas somente porque consequências reforçadoras seguiram-se quando elas obedeceram outros conselhos • Evitam o custo de explorar novas contingências • Perdem os reforçadores da descoberta 241 5 práticas culturais que corroeram a relação entre organismo e ambiente 4. Observando regras e obedecendo leis, as pessoas evitam punição tanto pelos seus conhecimentos, pelo governo ou pela religião • As consequências pessoais que justificam as regras ou leis são indiretas e usualmente adiadas longamente (ir para o céu, por exemplo) 242 5 práticas culturais que corroeram a relação entre organismo e ambiente 5. As pessoas olham para coisas bonitas, ouvem músicas bonitas, e assistem a entretenimentos excitantes • Mas os únicos comportamentos reforçados são • Olhar, • Ouvir e • Assistir 243 5 práticas culturais que corroeram a relação entre organismo e ambiente • Resultados dessas práticas: • A despeito dos privilégios da cultura ocidental, as pessoas tornam-se • Entediadas • Indiferentes • Deprimidas (distímicas) 244 Superstição abulia crença de inutilidade das respostas Eventos independentes da resposta do indivíduo 245 Depressão (o que deve ser observado) • Aumento na frequência de respostas de fuga /esquiva • Queixas (não consigo dormir, sinto-me péssimo) • Pedidos de ajuda • Cansaço • Doença 246 Reforçadas pela retirada de alguma atividade indesejada Depressão (o que deve ser observado) • Esquiva impede o comportamento positivamente reforçado 247 Queixar-se remove Ida a festa Contato social Atenção Diversão Afetos (esquiva) Depressão (o que deve ser observado) • Repertório da pessoa deprimida é passivo • Falta de iniciativa • Seguimento de ordens • Ausência de sugestões • Silêncio 248 Indicam preponderância de controle aversivo sobre o comportamento Desamparo: Experimento de Seligman Treino: • Cães em arreios • gaiolas acopladas – choque de tempos em tempos • Sujeito 1: pode emitir uma resposta que elimina o choque • Empurrar uma placa lateral com a cabeça • Sujeito 2: não pode fazer nada • Só o sujeito 1 pode desligar o choque • Sujeito 3: só é colocado na caixa experimental, sem choque 249 Desamparo: Experimento de Seligman • Caixa 1: controlabilidade sobre o choque (cabeça do cachorro desliga o choque) • Caixa 2: quem controla o desligamento do choque é o movimento do cachorro da caixa 1 (incontrolabilidade) • Caixa 3: sem choque (Grupo não tratado) 250 M E S M A Q U A N T ID A D E D E C H O Q U E S M E S M O A M B IE N T E Teste: 251 Choque elétrico escapável numa caixa com barreira: saltos para o outro lado desligam o choque elétrico Resultados na caixa com barreira (situação nova): • Grupo 1 (controlável): aprendem a desligar o choque rapidamente • Grupo 3 (não tratado): aprendem a desligar o choque rapidamente • Grupo 2 (incontrolável): não aprendem a desligar o choque, ou aprendem muito mais tarde em relação aos outros dois grupos 252 Oliveira, E.C.A. (2007). Investigação Longitudinal dos efeitos de diferentes contingências com estímulos apetitivos e aversivos sobre o Desamparo Aprendido. Dissertação de Mestrado orientada por Dra. Maria Helena Leite Hunziker, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. Desamparo: Experimento de Seligman • sujeitos que tinham um história anterior de choques inescapáveis • Em um situação nova, na qual eles poderiam controlar o choque (por exemplo, saltando uma barreira) • Assim que choque é apresentado • Param de se mexer; • Deitam-se e gemem mansamente. • Após um minuto o choque é desligado; • o cão não consegue saltar a barreira e não escapa do choque. 253 Helena Matute: continuum superstição X desamparo aprendido • Indivíduos que apresentam comportamento supersticioso apresentam menos desamparo aprendido • Quanto > probabilidade de responder numa situação de incontrolabilidade, > chance de desenvolver comportamento supersticioso • Presença ou não de indícios de que o evento é incontrolável (supersticioso e desamparo respectivamente) • Consequências positivas: supersticioso • Consequências aversivas: desamparo 254 Capelari e Hunziker, 2005 • mesmo com animais não verbais: • raras as demonstrações de desamparo aprendido quando a história de incontrolabilidade envolve estímulos apetitivos e o teste é feito com situações aversivas ou vice-versa. 255 Desamparo aprendido • De qualquer maneira, o desamparo aprendido (e suas derivações) • um excelente modelo experimental e interpretativo para parte do fenômeno conhecido como depressão. • Ele abarca • abulia, da falta de iniciativa, dos relatos verbais de incapacidade para resolver problemas e da desesperança, que compõem o fenômeno depressivo. 256 Desamparo aprendido • Imunização • Exposição prévia a fugas evita ou atrasa a ocorrência do desamparo • Ilusão de controle • Instalação de comportamento supersticioso previne a ocorrência do desamparo 257 Condutas terapêuticas a partir do desamparo aprendido • Ensino de resolução de pequenos problemas solúveis • Exigência de resposta operante, • Complexidade crescente. • Experienciar controle por meio de comportamento operante 258 Tratamento de animais anormais • Testes forçados de realidade (extinção do medo por inibição recíproca – inundação) • Cachorros repetidamente arrastados para locais seguros depois de terem sido expostos a desamparo aprendido • - Gatos forçados ao • local de alimentação • previamente punido 259 A perda da sensibilidade a reforçadores Anedonia resultante de Condições aversivas constantes e moderadas (Chronic Mild Stress) 260 Willner, Towell, Sampson,
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