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MODELOS EXPERIMENTAIS DE PSICOPATOLOGIA

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Modelos Experimentais de 
Psicopatologia
ROBERTO ALVES BANACO
PARADIGMA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO 
COMPORTAMENTO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ANÁLISE DO 
COMPORTAMENTO APLICADA
A influência dos modelos experimentais 
no tratamento de portadores de 
transtornos graves
Roberto Alves Banaco 
Paradigma
2
Modelos Experimentais de Psicopatologia
• Análogos construídos em laboratório
• Objetivo: mimetizar problemas humanos em
• sintomatologia, 
• etiologia e 
• tratamento
3
Concepção de psicopatologia
• Diversas na história da loucura
• Pessotti, Isaias. A Loucura e as Épocas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994 
• Pessotti, Isaias. O Século dos Manicômios. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996 
• Pessotti, Isaias. Os Nomes da Loucura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999
• Skinner, B. F.; Solomon, H. & Lindsley, O. R. (1954). A new method 
for the experimental analysis of the behavior of psychotic patients. 
Journal of Nervous and Mental Disease, 120, 403-406.
4
Concepção de psicopatologia
• Diversas na história da loucura
• Pessotti, Isaias. A Loucura e as Épocas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994 
• Pessotti, Isaias. O Século dos Manicômios. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996 
• Pessotti, Isaias. Os Nomes da Loucura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999
• Skinner, B. F.; Solomon, H. & Lindsley, O. R. (1954). A new method 
for the experimental analysis of the behavior of psychotic patients. 
Journal of Nervous and Mental Disease, 120, 403-406.
5
Onde se dá a diferença?
• ...por que algumas pessoas, cujas vidas são marcadas por desamparo e 
adversidades significativas, evoluem para a total incapacitação ou 
chegam mesmo a cometer suicídio, enquanto outras seguem firmes e 
vêm a se tornar, por exemplo, grandes estadistas? 
• De quais variáveis estas diferenças são função?
Felipe Corchs (2011). Decompondo a resiliência. Boletim Paradigma. 
http://www.nucleoparadigma.com.br/mac/upload/arquivo/Boletim2011.p
df
• Física:
• “propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo 
deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma 
deformação elástica” 
(DICIONÁRIO AURÉLIO, 1999)
O que é resiliência?
• Ciências da saúde
• Inicialmente relacionado à capacidade 
de 
• regeneração, 
• adaptação e 
• flexibilidade, 
• pessoas que conseguiam se recuperar 
de doenças, catástrofes, guerras, e 
outras situações traumáticas abruptas 
ou duradouras.
O que é resiliência?
• Resistência como invulnerabilidade: 
Conceito superado
• pessoa não pode absorver um evento 
estressor e voltar à forma anterior. 
• Ela aprende, cresce, desenvolve e 
amadurece. 
• Processos de enfrentamento e de superação 
de crises e adversidades
O que é resiliência na psicologia?
M. POLETTO & S.H. KOLLER (2008). Contextos ecológicos:
promotores de resiliência, fatores de risco e de proteção. Estudos
de Psicologia 25(3) 405-416.
• Resiliência não denota resistência 
absoluta a qualquer adversidade; pelo 
contrário, pode implicar enfrentamento
O que é resiliência?
M. POLETTO & S.H. KOLLER (2008). Contextos ecológicos:
promotores de resiliência, fatores de risco e de proteção. Estudos
de Psicologia 25(3) 405-416.
• Não é o oposto de psicopatologia. 
• A pessoa pode ter uma patologia e ter uma vida de superação e sucesso.
• O sujeito resiliente não é aquele que não reage aos estressores, mas o que reage 
aos estressores de modo a sofrer menos prejuízos. 
Felipe Corchs (2011). Decompondo a resiliência. Boletim Paradigma. 
http://www.nucleoparadigma.com.br/mac/upload/arquivo/Boletim2011.pdf
O que é 
resiliência?
• Complexa interação entre 
fatores genéticos, ontogênicos 
e culturais. 
• tema interdisciplinar
• (Davydov, Stewart, Ritchie 
& Chaudieu, 2010; Luthar 
& Brown, 2007). 
Felipe Corchs (2011). 
Decompondo a resiliência. 
Boletim Paradigma. 
http://www.nucleoparadigma.co
m.br/mac/upload/arquivo/Boleti
m2011.pdf
O que é 
resiliência?
O que é um comportamento psicopatológico?
•1955 - What is psychotic behavior?
•1957 - Psychology in the understanding of mental disease
•Ambos republicados em 1959: Skinner (Cumulative records) 
13
Transtornos psiquiátricos para a 
Análise do Comportamento?
• “... O comportamento ‘mal adaptado’ pode ser 
resultado de combinações quantitativas e qualitativas 
de processos que são, eles próprios, intrinsecamente 
ordenados, absolutamente determinados, e normais em 
sua origem”
Sidman, 1960
14
Ferster (1973)
• Psicopatologia:
• Déficits e Excessos comportamentais
• Remete a critérios
• Sociais:
• Prejuízos emocionais, físicos e materiais para o indivíduo ou para seu grupo 
social
15
Uma concepção particular:
Transtorno mental e comportamento anormal
Falk & Kupfer, 1998
• Deve-se perguntar se o comportamento “transtornado” é 
primariamente
• Uma resposta anormal para uma situação normal
• Indica problema físico e sua origem deve ser descrita por outras ciências
• No entanto, seu tratamento pode ser desenvolvido pela análise do 
comportamento
• Uma resposta normal para uma situação extrema ou desordenada
• Âmbito de estudo da análise do comportamento
16
Leva-se em consideração que: 
Fontes da psicopatologia
•Fatores físicos e predisposicionais
•Contingências extremas
17
Modelos Experimentais: abordam os diversos 
processos comportamentais analiticamente
• Vários tipos:
• Médicos
• Químicos fatores físicos e predisposicionais
• Genéticos ( também alterações de drogas)
• Comportamentais  reações normais a trajetórias
históricas de contingências extremadas
(Contingências externas)
18
Análise do comportamento
• “A ciência avança do simples para o complexo; 
constantemente tem que decidir se os processos e leis 
descobertos para um estágio são adequados para o 
seguinte.” 
Skinner, 1953
Uma análise do comportamento, avança de estudos 
simples sobre o comportamento para estudos 
gradativamente mais complexos.
19
20
CONCEITO DE INCLUSIVIDADE
COMPLEXIDADE DE FENOMENOS COMPORTAMENTAIS `A LUZ DO 
MODO CAUSAL DE SELEÇAO POR CONSEQUENCIAS 
(Tourinho, 2009)
COMPLEXIDADE DE FENOMENOS COMPORTAMENTAIS
FILOGENESE 
ONTOGENESE 
CULTURA 
Humanos 
Processos comportamentais envolvidos na 
resiliência comportamental
sensibilidade do 
organismo a 
reforçadores e a 
aversivos
História de 
reforçamento 
positivo
resistência à extinção 
história de 
controlabilidade na 
interação com 
eventos aversivos
variabilidade 
comportamental
repertório sob 
controle de 
estímulos relevantes 
para a solução de 
problemas
habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto
Flexibilidade 
comportamental
Processos comportamentais envolvidos na 
resiliência comportamental
sensibilidade do organismo a reforçadores e a aversivos
Sensibilidade inata dos organismos
• Algumas teorias na psiquiatria que falam sobre temperamento e 
caráter
• Temperamento são as sensibilidades inatas a estímulos do mundo
• Caráter o que se constrói a partir dessas sensibilidades.
23
sensibilidade do organismo 
a reforçadores e a aversivos
(O desenvolvimento da personalidade) 
sensibilidade do organismo a reforçadores e a 
aversivos
Personalidade: 
interação entre 
Temperamento e 
Caráter 
(Corchs, 2013)
Filogenético 
(biológico)
Ontogenético (da 
história de vida)
Cultural (do 
grupo 
social)
• Temperamento
• envolve predisposições herdadas de comportamentos
• Caráter 
• Padrões aprendidos ao longo da vida 
Temperamento e Caráter
Corchs, 2013
• Jeffrey Gray (1987, 2000) - estudos com animais 
• variações individuais de respostas ao ambiente que eram estáveis e 
herdadas
• diferenças de sensibilidade a estímulos 
Temperamento
Corchs, 2013
• Jeffrey Gray (1987, 2000)
• Teoria da sensibilidade ao Reforçamento
• Teoria da Ansiedade e Impulsividade
Temperamento
Sensibilidade 
ao 
reforçamento
Sensibilidade 
à punição
Sistema de 
resposta ao 
risco
Corchs, 2013
Sensibilidade ao reforçamento
BASE DO COMPORTAMENTO IMPULSIVO
“princípio do prazer”
Sensibilidade a reforçadores positivospromovendo aproximação 
Sensibilidade ao reforçamento negativo 
promovendo respostas de fuga
Temperamento
Sensibilidade ao reforçamento
BASE DO COMPORTAMENTO IMPULSIVO
“princípio do prazer”
Sensibilidade a reforçadores positivos 
promovendo aproximação 
Sensibilidade ao reforçamento negativo 
promovendo respostas de fuga
Temperamento
Sensibilidade à punição 
BASE DO COMPORTAMENTO “ANSIOSO”
Sensibilidade a aversivos condicionados
Sensibilidade à extinção
inibição comportamental e esquiva 
intensa
Temperamento
Sensibilidade à punição 
BASE DO COMPORTAMENTO “ANSIOSO”
Sensibilidade a aversivos condicionados
Sensibilidade à extinção
inibição comportamental e esquiva 
intensa
Temperamento
Resposta ao risco
SENSIBILIDADE A AVERSIVOS 
INCONDICIONADOS
Respostas incondicionadas e explosivas de fuga 
e luta (diferentes de respostas de fuga 
aprendidas)
“Luta” não deve ser confundida com a 
agressividade apetitiva, relacionada a 
sensibilidade aos reforçadores
Temperamento
Corchs, 2013
Resposta ao risco
SENSIBILIDADE A AVERSIVOS 
INCONDICIONADOS
Respostas incondicionadas e explosivas de fuga 
e luta (diferentes de respostas de fuga 
aprendidas)
“Luta” não deve ser confundida com a 
agressividade apetitiva, relacionada a 
sensibilidade aos reforçadores
Temperamento
Corchs, 2013
• As diversas possibilidades de combinações desses três grupos 
estariam relacionadas aos diferentes estilos de “personalidade”
• Maior ou menor emocionalidade positiva ou negativa estável ao 
longo do tempo
(Fowles 1993, Gray 1994)
Temperamento
• As diversas possibilidades de combinações desses três grupos 
estariam relacionadas aos diferentes estilos de “personalidade”
• Maior ou menor emocionalidade positiva ou negativa estável ao 
longo do tempo
(Fowles 1993, Gray 1994)
Temperamento
• Quatro dimensões de temperamento, 
relativamente estáveis ao longo da vida 
e em diferentes culturas (Gutierrez et al 
2001)
• Evitação de danos (sensibilidade a 
aversivos?)
• Busca de novidades (sensibilidade a 
reforçadores?)
• Dependência de gratificação (apego -
sensibilidade a reforçadores sociais?)
• Persistência (resistência a extinção?)
Temperamento: 
O modelo de Cloninger
• Três fatores de caráter, que mudam ao longo da 
vida. 
• padrões aprendidos, muitas vezes verbais, adaptando 
o organismo ao ambiente
• Seriam produto da interação entre temperamento, 
história de vida e cultura
Temperamento: 
O modelo de Cloninger
http://www.tci-cloningerteste.com.br/ 
conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_cloninge
r
• Cooperatividade (CO) 
• Desenvolvimento de valores do indivíduo 
como parte integral da sociedade e da 
humanidade. 
• Identificação empática com os outros, 
proporcionando compaixão, consciência, 
senso de comunidade, caridade e amor. 
• Possíveis problemas no desenvolvimento: 
• Intolerância às diferenças interpessoais, 
“egoístas”, vingativos etc
Caráter:
O modelo de Cloninger
http://www.tci-cloningerteste.com.br/ 
conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_clon
inger
• Autotranscendência 
• Desenvolvimento de valores do indivíduo como parte 
integral do universo. 
• Consciência de que todas a pessoas, animais e objetos 
participam de forma integrada na natureza 
• noção de unidade universal, proporcionando coerência e 
satisfação.
• Relacionado a: Abstração, religiosidade, excentricidade 
etc
Caráter:
O modelo de Cloninger
http://www.tci-cloningerteste.com.br/ 
conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_cloni
nger
• Autodirecionamento
• Desenvolvimento do indivíduo 
como um ser autônomo. 
• Objetivos pessoais, 
proporcionando integridade, 
autoestima, efetividade, 
liderança e esperança frente 
aos desafios da vida. 
• Possíveis problemas no 
desenvolvimento: 
• Dificuldades em aceitar 
responsabilidades, falta de 
objetivos, passividade, 
dependência, etc
Caráter:
O modelo de Cloninger
http://www.tci-cloningerteste.com.br/ 
conteudo/modelo_psicobiologico_da_personalidade_de_clonin
ger
CARACTERÍSTICA MAIS PRÓXIMA DO QUE 
CONHECEMOS COMO RESILIÊNCIA
• COMO SE DESENVOLVE UM “CARÁTER RESILIENTE”?
• Interações complexas
• Ex. Indivíduos com elevada sensibilidade ao reforçamento, precisam aprender 
a:
• Tolerar frustrações
• Controlar tendências a verbalizações de queixas quando se deparam com aversivos
• Tolerar atrasos no reforçamento, etc.
CARÁTER E RESILIÊNCIA: 
O QUE NÃO É PSICOPATOLÓGICO?
Os modelos experimentais ajudam a explorar os 
caminhos para que pessoas desenvolvam 
repertórios de enfrentamento da vida de uma 
maneira socialmente aceita.
POR ESTUDAR MICROPROCESSOS ENVOLVIDOS NA INSTALAÇÃO DE COMPORTAMENTOS 
PSICOPATOLÓGICOS E AS ALTERNATIVAS DE MANEJO PARA A INSTALAÇÃO DE REPERTÓRIOS MELHORES. 43
Micro Processos envolvidos nessas relações
• O organismo sensível entra em contato com aspectos do mundo:
• Relações respondentes
• Relações operantes
• Relações de operantes discriminados
• ...
• Processos verbais (sociais)
44
Micro Processos envolvidos nessas relações
• Mas seu ambiente modelador de repertórios é o ambiente social
• Outras pessoas “preparadas” para a instalação de novos 
comportamentos
• Ambiente Social
• Ambiente Verbal
• Ambiente Cultural
45
INICIANDO A CAMINHADA DE CONTATO COM O 
MUNDO:
O COMPORTAMENTO RESPONDENTE
46
Processos comportamentais envolvidos na 
resiliência comportamental
repertório sob controle de estímulos relevantes para a solução de problemas
Papel dos Respondentes no Comportamento 
dos Animais
• Relação S-R papel na sobrevivência dos membros de 
uma determinada espécie.
• “se o animal não estiver em exata correspondência com o 
meio ambiente ele deixará, cedo ou tarde, de existir (...) 
o animal deve responder a mudanças do meio ambiente 
de maneira que sua atividade respondente seja dirigida à 
preservação de sua existência” (Pavlov, 1927/1980, p. 43).
• Relação S-R  “equilíbrio” fisiológico do organismo
48
Condições que Produzem Condicionamento 
Respondente
• Pavlov (1934/1980): 
“O equilíbrio garantido por esses reflexos [absolutos 
ou incondicionais] só poderia ser perfeito se o mundo 
exterior fosse constante, imutável. Entretanto, como 
o meio exterior, além de sua extrema diversidade, 
está em contínua transformação, os reflexos 
absolutos, como conexões permanentes, não bastam 
para assegurar esse equilíbrio e devem ser 
complementados por reflexos condicionais, isto é, por 
conexões temporárias.” (p. 54).
49
Evolução dos processos comportamentais
• Acompanhou a evolução dos organismos
• Comportamento respondente incondicionado
• Indivíduos “preparados” para responderem a aspectos 
específicos do ambiente, indispensáveis para sua 
sobrevivência
• Comportamento respondente condicionado
• Indivíduos preparados para mudanças ambientais “antes” 
que elas ocorram
• Sensibilidade ao pareamento entre estímulos
50
Resultado do processo de condicionamento
• Em geral, bom para os indivíduos:
• Garante a preservação
• Ex.: salivação perante o cheiro do sumo de limão
• Náusea e asco perante o cheiro de alimento 
estragado
• Geram outro tipo de comportamento: fuga e esquiva
• Mas pode gerar problema de comportamento:
• Fobias, obsessões, evitações (tais como em anorexia, 
etc.)
51
• Condicionamento de Resposta emocional – Pequeno Albert 
(Watson e Rayner, 1920)
– Discute a aprendizagem de emoções (amor/medo) como base 
de repertórios (problemas) complexos humanos
• Objetivos:
I. Nós podemos condicionar o medo de um animal, por exemplo, 
um rato branco, apresentando-o visualmente e simultaneamente 
fazer um barulho forte golpeando uma barra de aço?
II. se tal resposta emocional condicionada pode ser estabelecida, 
haverá uma transferência para outros animais ou outros objetos?
III. qual é o efeito do tempo sobre tais respostas emocionais 
condicionadas?
IV. se após um período razoável, tais respostas emocionais não 
tiverem perdido a força, que métodos de laboratório podem ser 
planejados para a sua remoção?Watson:
Condicionamento Respondente
Pavlov – Watson:
Condicionamento Respondente
US UR
CS CR
CS
US
UR
CR
gongo Sobressalto/Choro
rato Sobressalto/Choro/”afastamento”
gongo
Rato
Sobressalto/choro
Sobressalto/
Choro/
“afastamento"
Pavlov – Watson:
Condicionamento Respondente
CS CR
CS
CR
rato Sobressalto/Choro/”afastamento”
Rato
Sobressalto/
Choro/
“afastamento"
Branco
Peludo
Coelho
Cachorro
Mascara
CR
CR
CR
Sem aprendizagem (treino) 
direta – “generalização 
respondente”
Dessensibilização sistemática:
(Wolpe e Lazarus)
• Busca a diminuição da reação aos estímulos “fóbicos” 
(Aversivos)
• Formulação de uma hierarquia de medo
– Escala de 1 a 100 – dimensão subjetiva do medo
• Relaxamento inicial
– Diminuição da atividade fisiológica
• Apresentação sistemática dos estímulos listados iniciando do 
menos perturbador
Dessensibilização sistemática:
(Wolpe e Lazarus)
• Apresentação sistemática dos estímulos listados iniciando do 
menos perturbador
CS
CR CR CR CR CR
Estímulo menos 
ansiogênico
Menor tamanho
Mais distante
Pouco semelhante
Dessensibilização sistemática:
(Wolpe e Lazarus)
• Exemplo: Fobia de cachorros
CS
Cachorro:
pequeno
A 10 metros
Desenhado
Dessensibilização sistemática:
(Wolpe e Lazarus)
• Exemplo: Fobia de cachorros
CS
Cachorro:
Médio
A 5 metros
Fotografado 
Resultado do processo de condicionamento: 
Inibição Latente
• Um estímulo que tenha sido previamente apresentado, 
sem função, no ambiente do indivíduo, levará mais 
tempo para participar como estímulo condicionado em 
um pareamento pavloviano que um estímulo novo.
• A pré exposição ao estímulo resulta em uma habilidade 
diminuída para adquirir uma nova associação àquele 
estímulo
59
ESQUIZOFRENIA 60
Esquizofrenia
Quadro clínico
• atribuição de significados especiais a situações 
cotidianas
• pensamento vago ou incompreensível
• atribui-se poderes que não são explicados 
culturalmente 
• escuta vozes que falam ou discutem sobre o 
comportamento do paciente
• apatia, estupor, negativismo
• interrupções ou interpolações do pensamento
• retraimento social e queda do desempenho 
social 
• falta de metas e inatividade
61
Esquizofrenia
Quadro residual
• minoria dos pacientes: podem 
permanecer delírios, porém há 
certo controle, o que permite 
convivência com os sintomas
maioria: sintomas negativos: olhar indiferente; 
diminuição da expressão facial, monossilábicos; 
perda de iniciativa e apatia, dificuldade de con-
centração, certa crítica torna a percepção da 
deficiência dolorosa (pacientes muitas vezes deprimidos)
62
Inibição Latente
• Um estímulo que tenha sido previamente apresentado, 
sem função, no ambiente do indivíduo, levará mais 
tempo para participar como estímulo condicionado em 
um pareamento pavloviano que um estímulo novo.
• A pré-exposição ao estímulo resulta em uma habilidade 
diminuída para adquirir uma nova associação àquele estímulo
63
Inibição latente: histórico e noções gerais
• Apresentações repetidas de um estímulo sem consequência 
programada geralmente têm o efeito de retardar o 
estabelecimento do condicionamento quando, 
posteriormente, esse mesmo estímulo é seguido de um 
estímulo incondicionado.
• Os primeiros experimentos em que se verificou o efeito da 
exposição prévia ao estímulo sem consequência utilizaram, 
em sua maioria, procedimentos de condicionamento 
pavloviano. 
64
• Lubow e Moore (1959) pré-expuseram carneiros a 
apresentações de um S visual.
• No condicionamento, tanto o S da pré-exposição quanto 
um novo S visual foram alternadamente pareados com 
choque na perna do animal (o que produzia sua flexão 
incondicionada) até que se atingisse o critério de dez 
flexões de perna para o estímulo que gerasse 
aprendizagem mais lenta da CR.
• A aprendizagem mais lenta foi observada em relação ao 
estímulo da pré-exposição. 
65
66
X vezes
Mais lento
67
Até gerar 10 
flexões como 
respostas 
condicionadas
A aprendizagem mais lenta foi observada 
em relação ao estímulo da pré-exposição. 
Inibição latente: 
um modelo experimental de 
esquizofrenia
68
LI como modelo de esquizofrenia
• A LI simula distorção de atenção característica de esquizofrênicos
• delírios, alucinações e pensamentos incongruentes que ocorrem na 
esquizofrenia sejam em parte originados por uma atenção aumentada a 
eventos que ocorram no ambiente externo ou no próprio organismo do 
indivíduo com esquizofrenia. 
• A atenção aumentada poderia facilitar o condicionamento, 
• se um indivíduo esquizofrênico sente medo num dado momento em que, por 
coincidência, um automóvel para em frente à sua casa, é possível que se 
estabeleça uma relação entre os eventos, traduzida na forma de uma 
paranoia em relação a quem sair do automóvel. 
69
LI como modelo de esquizofrenia: 
relação com o sistema dopaminérgico
• LI mostra-se sensível e seletiva para drogas relacionadas à esquizofrenia: drogas 
agonistas e antagonistas dopaminérgicas
• Há bloqueio da LI para pacientes esquizofrênicos, e para animais sob efeito de 
anfetamina.
• Anfetamina: eleva atividade dopaminérgica, e bloqueia a LI
• Antipsicóticos: antagonistas dopaminérgicos, facilitam a LI
• Nota:
• Agonista: Droga que mimetiza um neurotransmissor em seu receptor, provocando 
uma resposta neuronal semelhante à do neurotransmissor
• Antagonista: uma droga que bloqueia o receptor, impedindo a resposta
70
Baruch e cols. (1988) - esquizofrenia
Gray e cols. (1992) - anfetamina
• Procedimento básico:
71
Fase 1: Você vai ouvir por meio do seu 
fone de ouvido algumas sílabas sem 
sentido. Escolha uma delas e conte 
quantas vezes ela vai aparecer.
Fase 2: Agora, você vai perceber que 
pontos serão acrescentados na tela do 
computador segundo alguma regra que tem 
a ver com o que você ouve por meio do seu 
fone de ouvido.
Levante a mão quando você souber dizer 
qual é a regra e todas as vezes em que 
souber que o ponto vai ser adicionado.
72
Grupo Fase 1: 
Variáveis
Fase 2:
condicionamen
to
Aprendizage
m
Esquizofrênico
s
Sílabas sem 
sentido
+
Ruído Branco
Sílabas sem 
sentido
+
Ruído Branco
+
Pontos, se 
ruído branco
rápida
Saudáveis +
Anfetamina
Sílabas sem 
sentido
+
Ruído Branco
Sílabas sem 
sentido
+
Ruído Branco
+
Pontos, se 
ruído branco
rápida
Saudáveis
Controle
Sílabas sem 
sentido
Sílabas sem 
sentido
+
Ruído Branco
+
Pontos, se 
ruído branco
lenta
LI ocorre em pacientes esquizofrênicos
• Baruch e cols. (1988) consideraram que a função 
dopaminérgica estaria presumivelmente elevada nos 
pacientes com esquizofrenia aguda, podendo haver 
correlação entre aumento de atividade dopaminérgica e 
a maior atenção mostrada por esses pacientes. 
• Os pacientes com esquizofrenia crônica presumivelmente 
teriam a função dopaminérgica mais próxima dos sujeitos 
normais, em função da história medicamentosa.
73
Inibição latente e patologia comportamental
• Inibição latente fornece uma ferramenta útil para o exame de 
processamento de informações básicas em certos grupos de 
humanos 
• (esquizofrênicos e hiperativos não apresentam inibição latente)
• Pode ajudar a explicar por que certas técnicas não são efetivas 
como seria de esperar
• Por exemplo, condicionamento aversivo de gosto em tratamentos para 
drogas de abuso, como o álcool. O álcool, por ter sido apresentado várias 
vezes sem a aversão, levaria um tempo maior para tornar-se um CS para o 
US (substância que provoca aversão)
74
Inibição latente e patologia comportamental
• Tem sugerido técnicas que podem ser efetivas em 
tratamentos profiláticos em medos e fobias.
• Imunização a alguns estímulos que frequentemente produzem medo 
e fobia tais como dentistas, hospitais, procedimentos médicos (a 
pré-exposição a esses estímulos, sem o pareamento com o estímulo 
aversivo preveniria o desenvolvimento da fobia)
• Faz decrescer efeitos colaterais indesejados em quimio ou 
radioterapias
• Tais como aversão a comida.
75
Respondente
Mostrou-se insuficientepara explicar as relações observadas entre organismos e ambiente
Thorndike: comportamento instrumental
Skinner: comportamento operante
76
R Sr+
R Sr+
R Sr+
R Sr+
Tom
CS US
Supressão condicionada
Sidman, 1958
R’
R’
R’
R’
R’ R’ R’
R’
“Propriedades quantitativas [operantes] da 
ansiedade”
• Estes e Skinner (1941) 
• Interação operante-respondente
– Linha de base operante: FI 4 min
– Sobreposição do pareamento CS – US
– CS: tom 3 min (2 pareamentos/hora) 5 min (1 pareamento/h)
– US: choque elétrico
R Sr+
R Sr+
R Sr+
R Sr+
Tom
CS US
Supressão condicionada
Estes e Skinner (1941) 
Estes e Skinner (1941)
Estes e Skinner (1941)
• Redução na taxa de R operante durante o CS
supressão condicionada
• “O efeito do estado emocional é uma depressão
temporária da força do comportamento” (p. 395)
Estes e Skinner (1941)
• Aumento compensatório
Estes e Skinner (1941)
Extinção
respondente:
CS após 27 min até o
final de 1h
Pesquisa 
aplicada 
relacionada
JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS 1999, 32, 95–98 NUMBER 1 (SPRING 1999)
A CASE STUDY OF BEHAVIORAL ASSESSMENT AND TREATMENT OF 
INSECT PHOBIA 
UM ESTUDO DE CASO DE AVALIAÇÃO E TRATAMENTO 
COMPORTAMENTAL DE FOBIA DE INSETOS
Kevin M. Jones & Patrick C. Friman
Objetivo: conduzir avaliação comportamental e o 
tratamento de fobia de insetos utilizando o 
responder acadêmico como medida (de variável) 
dependente.
. 
Método
Participante: Mike, 14 anos de idade, escola secundária, 
Encaminhado pelo diretor da escola porque a presença de 
insetos em sua classe e brincadeiras com o conteúdo de 
insetos perturbavam seriamente seu desempenho 
acadêmico. 
Relatou dificuldade em se concentrar e trabalhar quando 
pensava que os insetos pudessem estar presentes
Era frequentemente incomodado pelos seus colegas 
(“Mike, tem um grilo debaixo de sua cadeira!”). 
Ao ver um inseto abandonava seu trabalho, colocava o 
capuz de sua jaqueta sobre a cabeça ou gritar. 
Identificava grilos, aranhas e joaninhas como os insetos 
que ele tinha mais medo. 
Medidas:
Foco recaiu sobre o desempenho acadêmico porque esta era a 
principal preocupação referida pelo diretor da escola. 
A medida (de variável) dependente foi a taxa de conclusão do 
trabalho em presença de grilos comprados de uma loja de animais. 
Duas ou três provas de matemática de quatro minutos de duração 
aplicadas em cada sessão e sua taxa de respostas era o número 
médio de dígitos corretos em cada prova. 
Ambiente: sua carteira em uma sala de aula (de 7,0 x 7,0 metros) 
com uma das trinta folhas de exercícios elaboradas para a terceira 
série sobre sua mesa.
Instrução: completar tantos problemas quanto possível 
Controle das medidas: Vinte folhas de matemática (26%) foram 
avaliadas independentemente pelo terapeuta e por outra pessoa. A 
concordância entre observadores, que foi calculada dividindo a 
avaliação menor pela maior e multiplicada por 100% variou de 
83% a 100% (mediana=98%). 
Avaliação: efeitos de “insetos presentes”, “insetos ausentes”, e 
“declarações verbais a respeito de insetos” sobre as taxas de 
resposta acadêmica de Mike. Insetos presentes: seguindo as 
instruções, o terapeuta liberava três grilos vivos no chão, no 
centro da sala, e deixava a sala. 
Declarações verbais a respeito de “insetos” (dizer insetos): com 
Mike fora da sala, o terapeuta removia os grilos e examinava a 
sala para ter certeza de que não havia insetos. Então, ele trazia o 
Mike de volta e dizia “Tem insetos em algum lugar desta sala”.
Insetos ausentes: esta condição era idêntica à condição “dizer 
insetos”, com exceção de que o terapeuta dizia a Mike: “não há
insetos em nenhum lugar desta sala”. 
Entre as administrações das provas de matemática, Mike e o terapeuta participavam de uma conversa 
casual de 10 a 20 minutos de duração (por exemplo, sobre esportes, amigos, sobre a sua turma). 
Tratamento: Duas condições de tratamento foram implementadas: 
Exposição gradual: Mike se engajava em exercícios de exposição graduada de 
quinze a vinte minutos de duração imediatamente antes de cada prova de 
matemática. Esses exercícios incluíam uma hierarquia de tarefas de 
aproximação comportamental, que variavam desde segurar um vidro com 
grilos até segurar um grilo em cada mão por um minuto
Tabela 1
passos na hierarquia de exposição graduada
1 Segurar um vidro com grilos
2 Tocar um grilo com o pé
3 Fechar os olhos por sessenta segundos enquanto estava na sala com grilos presentes
4 Pegar um grilo com uma folha de papel
5 Pegar um grilo com a mão enluvada
6 Segurar um grilo por 20 segundos diretamente na mão
7 Deixar o grilo subir nas pernas de suas calças 
8 Permitir que o grilo subisse diretamente em seu braço
9 Segurar um grilo em cada mão por 20 segundos
Mike selecionava o nível inicial de exposição para cada sessão e continuava até que ele 
se recusasse a prosseguir para o próximo passo. 
Resultados:
Mike completou seis passos com assistência durante a primeira sessão
 Completou, independentemente, nove passos ao final da sessão de 
exposição na fase “sozinho”. 
As exigências de tempo foram incrementadas (por exemplo, segurar um 
grilo por 40 ou 60 segundos). 
Exposição gradual + reforçamento: esta fase foi idêntica à condição de exposição, com exceção de que 
Mike ganhava pontos para cada número correto (na prova de matemática). 
Esses pontos eram trocados ao final de cada semana por itens de uma lista de reforçadores, incluindo 
vales da Blockbuster®, vídeos, doces e Legos®. 
Delineamento experimental: 
Um delineamento multielementos foi usado para comparar os efeitos das três condições de avaliação. (1) 
delineamento A-B-BC-A-BC foi usado para comparar os efeitos das condições experimentais. O 
desempenho de Mike durante a condição inicial de “presença de insetos” serviu como a fase de linha de 
base inicial
Jones e Friman (1999)
Resultados:
Supressão condicionada
• Parâmetros do condicionamento respondente: 
(dependente de...)
– Contingência entre CS-US
– Duração e localização do CS
– Natureza e intensidade do US
• Variáveis da linha de base operante:
– Magnitude e tipo de reforçador
– Frequência de respostas e reforços
– Esquema de reforçamento
Supressão condicionada: síntese
• Efeito de redução da taxa de R operantes (Sr+) durante a 
presença de um CS aversivo
• Redução varia com:
– Esquema e magnitude do reforçamento
– Intensidade dos S aversivos
• As condições aversivas (CS) podem evocar respostas de esquiva
• Criação de CS aversivos devido hist. de punição (pareamento 
de S-Saver.)
Alguns dados de pesquisa básica com humanos
Banaco, R. A., Borges, N. B., Nogara, T., Oliveira, D., Rocha, A. C., Marangoni, A. M. .
. . Mello, M. E. (2004). Produção de supressão condicionada em humanos: Um
estudo inicial. Behaviors,8, 13-16.
Regis Neto, D. M. (2009). O efeito de diferentes durações do estímulo condicional
na supressão condicionada em humanos (Dissertação de mestrado). Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Regis Neto, D.; Banaco, R.A.; Bast, D.; Bellodi, A. C.; Bernardes, L. A.; Bernardo, A. J.;
Faggian, L. F.; Fidalgo, A. P.; Fontaneti, F. D. G.; Gracia, T. G. C.; de Lima, A. C. C. ;
Pinto, S. B.; dos Santos, P. M.; de Souza, F. G.; Wang, M. A. L. (2009) Supressão
condicionada em humanos: um estudo sobre os efeitos isolados e combina-dos
de estímulos perturbadores. Em Behaviors, 13, 5-15.
Banaco, Borges, Nogara, Oliveira, Rocha, Marangoni, Rosenthal, Jannareli, Parucker, 
Viva, Cardoso & Melo (2004)
• Produziram um estudo inicial da supressão com seres humanos
– 22 participantes de 18 a 30 anos
– Um programa de computador criado especialmente para a pesquisa
• Conduziram um experimento em três fases
– 1ª - Escolha do estímulo aversivo
• Palavra selecionada – mais rejeitada
– 2ª - Desempenho operante (linha de base)
• Jogo da forca – palavras de 5 letras deveriam ser completadas em 13 tentativas
– 3ª - Fase experimental
• Jogo da forca – mudança da cor da tela por 60s eapresentação da palavra rejeitada (1ª fase)
Banaco, Borges, Nogara, Oliveira, Rocha, Marangoni, Rosenthal, Jannareli, Parucker, 
Viva, Cardoso & Melo (2004)
• Resultados: Nenhum 
efeito
Indução
Supressão inicial e indução
Regis Neto (2009)
• Proposta:
Criar condições de estudo da supressão condicionada em
humanos, utilizando: (1a) perda de reforçadores e (1b)
apresentação de estimulação aversiva branda e a (2)
manipulação das durações relativas do estímulo que as
precede.
Método
• 1ª fase - Instalação do desempenho em VI
– VIs progressivas 1, 2, 3, 4, 5, 10, 20, 30, 40 e 60s
– Ampliação a cada 5 reforços
– Contador B – FT 1 s produzindo 0,01 (R$/Pontos)
– Critério de mudança de fase: atingir 90% do máximo de reforços possíveis na 
sessão (45/50)
• 2ª fase - fortalecimento da resposta e linha de base
– Manutenção do VI60s
– Critério de mudança de fase:
• (1) variação menor que 10% entre os totais de respostas das últimas 2 sessões
• (2) variação menor do que 10% nos 7 intervalos de 100 s intermediários das sessões
Método
• Software
Contador A
acumula os 
valores 
produzidos pelo 
responder em VI 
60s
Contador B
acumula os 
valores 
recebidos 
independente 
de qualquer 
resposta (0,01 
em FT1s)Figura 2. Modelo da tela mostrada aos participantes
Método
• 3ª fase – Experimental (3 sessões)
• 5 Ciclos de 180 s  Intervalo + Tom
• Apresentação de figura humana e risada ao fim do tom 
• Remoção de 50% dos pontos do contador B ao fim do som
– 2 sessões (1ª e 2ª)
• A cada 165 s presença do tom 15 s
– 1 Sessão (3ª)
• Tom estendido para 30 s (3 participantes) a cada 150 s
• Tom reduzido para 7,5 s (4 participantes) a cada 172,5 s
Resultados – Fase experimental
0
100
200
300
400
500
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
tempo (s)
re
sp
o
st
as
 
.
0
100
200
300
400
500
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
tempo (s)
re
sp
o
st
as
 
.
Figura 5. Gráficos de respostas acumuladas em função do tempo dos 
participantes E_A15_7,5 e R_B15_30 na primeira sessão da fase 
experimental
Resultados – Recuperação de respostas
0
100
200
300
400
500
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
tempo (s)
re
sp
o
st
as
 
.
Figura 11. Freqüência acumulada de respostas na segunda sessão experimental do 
participante E_A15_7,5. As linhas pontilhadas verticais marcam o início e o fim do 
período de tom. As linhas pontilhadas sobre as curvas mostram a tendência das 
respostas dos 65 s anteriores ao início do tom.
Resultados – Fase experimental
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
 7,5 s 15 s 30 s
T
a
xa
 d
e
 s
u
p
re
s
s
ão
 
 .
E_A15_7,5 C_B15_30
K_A15_7,5 R_B15_7,5
S_A15_7,5 I_B15_7,5
A_A15_30
Painel A
Figura 7. Taxa de supressão dos participantes em relação a cada duração 
do tom utilizadas no estudo 
Resultados – Fase experimental
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
 7,5 s 15 s 30 s
T
a
xa
 d
e
 s
u
p
re
s
s
ão
 
 .
E_A15_7,5 C_B15_30
K_A15_7,5 R_B15_7,5
S_A15_7,5 I_B15_7,5
A_A15_30
Painel A
Figura 7. Taxa de supressão dos participantes em relação a cada duração 
do tom utilizadas no estudo 
Resultados – Fase experimental
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
 7,5 s 15 s 30 s
T
a
xa
 d
e
 s
u
p
re
s
s
ão
 
 .
E_A15_7,5 C_B15_30
K_A15_7,5 R_B15_7,5
S_A15_7,5 I_B15_7,5
A_A15_30
Painel A
Figura 7. Taxa de supressão dos participantes em relação a cada duração 
do tom utilizadas no estudo 
Regis Neto, D.; Banaco, R.A.; Bast, D.; Bellodi, A. C.; Bernardes, L. A.; Bernardo, A. J.; Faggian, L.
F.; Fidalgo, A. P.; Fontaneti, F. D. G.; Gracia, T. G. C.; de Lima, A. C. C. ; Pinto, S. B.; dos Santos, P.
M.; de Souza, F. G.; Wang, M. A. L. (2009)
• estudo sobre os efeitos isolados e combinados de estímulos 
perturbadores
– Imagem + risada + perda de pontos
– Imagem +risada sem perda de pontos
– Perda de pontos sem imagem + perda de pontos
Resultados 
Imagem + risada + perda de pontos
Imagem + risada sem perda de pontos
Risada sem imagem + perda de pontos
Para mudar o comportamento, 
temos que mudar a contingência
Especialmente a contingência social
Como temos criado nossos filhos?
Poderíamos estar criando condições (contingências) para a 
instalação da psicopatologia?
Processos comportamentais envolvidos na 
resiliência comportamental
sensibilidade do 
organismo a 
reforçadores e a 
aversivos
História de 
reforçamento 
positivo
resistência à extinção 
história de 
controlabilidade na 
interação com 
eventos aversivos
variabilidade 
comportamental
repertório sob 
controle de 
estímulos relevantes 
para a solução de 
problemas
habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto
Flexibilidade 
comportamental
ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO 
• Período dilatado de espera vivido pelos que já não são crianças, mas ainda 
não se incorporaram à vida adulta. 
• maturidade sexual mas despreparo para o casamento.
• plena aquisição de capacidades físicas do adulto – força, destreza, habilidade, 
coordenação, etc. 
• mas falta de maturidade intelectual e emocional, necessária para o ingresso no 
mercado de trabalho.
• Idade crítica.
ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E 
INDUSTRIALIZAÇÃO
• Jovem adulto cada vez mais tempo na condição 
de ‘adolescente”:
• Mais recentemente, a escassez de empregos,
• dependente da família, apartado das 
decisões e responsabilidades da vida 
pública, incapaz de decidir seu destino.
• Formação complementar, disponível para os 
filhos passa a ser um diferencial
• Do adolescente no mercado de trabalho 
futuro
• No status da família que pode proporcioná-la
Status familiar: valor cultural 
da atualidade
• “Quanto menos adversidades meu 
filho precisa enfrentar, melhor eu sou 
como pai”
• Reforçadores naturais sem 
necessidade de respostas 
(quebra da contingência entre 
resposta e reforçador natural)
• Reforçadores secundários sem 
necessidade de bons 
desempenhos
(tudo tem o mesmo valor e este é 
relativizado: “o que é melhor para 
você”)
Status familiar: valor cultural da atualidade
• “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu 
sou como pai”
• Reforçadores naturais sem necessidade de respostas 
(quebra da contingência entre resposta e reforçador natural)
• Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos
(tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”)
Status familiar: valor cultural da atualidade
• “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu 
sou como pai”
• Reforçadores naturais sem necessidade de respostas 
(quebra da contingência entre resposta e reforçador natural)
• Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos
(tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”)
Status familiar: valor cultural da atualidade
• “Quanto menos adversidades meu filho precisa enfrentar, melhor eu 
sou como pai”
• Reforçadores naturais sem necessidade de respostas 
(quebra da contingência entre resposta e reforçador natural)
• Reforçadores secundários sem necessidade de bons desempenhos
(tudo tem o mesmo valor e este é relativizado: “o que é melhor para você”)
ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO
• EUA: indivíduos que vivem essa longa crise foram transformados 
em consumidores em potencial.
• Rápida disseminação no mundo capitalista.
• Juventude e adolescência como ideal atual da cultura: todos 
querem ser jovens e não adultos como no começo do séc. XIX.
ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO
• EUA: indivíduos que vivem essa longa crise foram transformados 
em consumidores em potencial.
• Rápida disseminação no mundo capitalista.
• Juventude e adolescência como ideal atualda cultura: todos 
querem ser jovens e não adultos como no começo do séc. XIX.
ADOLESCÊNCIA: MODERNIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO
• EUA: indivíduos que vivem essa longa crise foram transformados 
em consumidores em potencial.
• Rápida disseminação no mundo capitalista.
• Juventude e adolescência como ideal atual da cultura: todos 
querem ser jovens e não adultos como no começo do séc. XIX.
“Por um lado, a associação entre 
juventude e consumo favoreceu 
o florescimento de uma cultura 
adolescente altamente 
hedonista. O adolescente das últimas 
décadas do século XX deixou de ser a 
criança grande, desajeitada e inibida, de 
pele ruim e hábitos antissociais, para se
transformar no modelo de beleza, 
liberdade e sensualidade para todas 
as outras faixas etárias. O adolescente 
pós moderno desfruta de todas as 
liberdades da vida adulta mas é 
poupado de quase todas as 
responsabilidades”. (Khel, 2009)
Problemas com parentalização X 
comportamento operante
(ou criação de caráter, ou personalidade)
Processos comportamentais envolvidos na 
resiliência comportamental
sensibilidade do 
organismo a 
reforçadores e a 
aversivos
História de 
reforçamento 
positivo
resistência à extinção 
história de 
controlabilidade na 
interação com 
eventos aversivos
variabilidade 
comportamental
repertório sob 
controle de 
estímulos relevantes 
para a solução de 
problemas
habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto
Flexibilidade 
comportamental
PARTE 1
APEGO:
UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
APEGO (Attachment)
HISTORICAMENTE
Termo utilizado para caracterizar a relação do infante com sua mãe
APEGO
- ETOLOGIA
- PSICOBIOLOGIA
- NEUROCIÊNCIAS
- PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
- ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Dois modelos principais para 
nossa abordagem:
IMPRINTING → ATTACHMENT
(em aves) (primatas não humanos)
Lorenz ( 1935/1957) Harlow ( 1959/1961)
Konrad Lorenz (1903-1989)
1935 – Termo alemão Prägung ( stamping in; coining)
Traduzido no idioma inglês como Imprinting
Processo em que muitos aninais recém-nascidos de espécies precociais (p. ex.,
galinha, ganso, gralha, faisão, perdiz) formam um vínculo social (social bond)
relativamente rápido a um conspecífico biologicamente apropriado ou, em sua ausência,
a algum objeto ou humano disponível.
É irreversível e limitado a um período crítico ( primeiras 12 a 24 horas de vida).
ENTRETANTO...
A visão tradicional de imprinting como um processo irreversível que ocorre
durante um período crítico é ainda controversa
Por exemplo,
– Modelo de reforçamento de imprinting ( Reinforcement model of
imprinting) (Hoffman & Ratner, 1973)
Fenômeno é uma forma de condicionamento clássico e que não estaria limitado a fatores
como idade e experiência.
Qualquer figura de apego é vista como um estímulo complexo que apresenta um número
de diferentes características ( cor, forma, tamanho, som, movimento, etc).
Várias dessas características eliciam inatamente comportamento filial e servem como
reforçadores primários enquanto outras são inicialmente neutras e não evocam tais
comportamentos e não os reforçam.
Harry Frederic Harlow ( 1905-1981)
1950-1960: Estudos experimentais sobre como macacos rhesus recém-nascidos
interagem com suas mães
Filhotes separados de suas mães ao nascimento e:
1- permaneciam em isolamento, sem contato com outros da espécie
2- eram criados por mães substitutas
O apego se desenvolve como resultado de a mãe fornecer "conforto tátil",
sugerindo que os bebês têm uma necessidade inata de tocar e se apegar a algo
para o conforto emocional, além de serem simplesmente nutridos por ela.
TEORIA DO APEGO
APEGO é ...
- um tipo de vínculo no qual o senso de segurança de alguém está
estreitamente ligado à presença de uma figura específica, a figura de apego
(comumente a mãe)
- um sistema comportamental regulador de segurança presente no
bebê com a finalidade de buscar proximidade com essa figura para
cumprir sua função de garantir a sobrevivência.
(Bowlby, 1984/1969)
APEGO
O vínculo que liga a criança à mãe é a versão humana do
comportamento observado em outras espécies e compreende esse
fenômeno como uma estratégia de adaptação fundamental dessas
espécies ao ambiente
COMPORTAMENTO DE APEGO
É uma classe especial de comportamento que se diferencia do
comportamento alimentar e sexual
Qualquer forma de comportamento que resulta em um indivíduo
em alcançar e manter proximidade com outro, considerado mais apto a
lidar com mundo.
COMPORTAMENTO DE APEGO
Constitui a mobilização expressivo-motora pela qual se consegue a
proximidade, sendo eles:
- sorrir,
- fazer contato visual,
- tocar,
- chorar,
- agarrar-se,
- balbuciar,
- chamar
e posteriormente
- mover-se em direção à figura materna
ASSIM...
APEGO é o PROCESSO
COMPORTAMENTO DE APEGO é RESULTADO do processo
PARTE 2
APEGO NA ANÁLISE DO 
COMPORTAMENTO
ANTES PORÉM UMA BREVE EXPLICAÇÃO SOBRE 
DESENVOLVIMENTO
VEJAMOS ENTÃO ...
- A Análise do Comportamento não tem, marcadamente uma teoria
do desenvolvimento.
- Porém, ela apresenta estudos dessas mudanças regulares que
se dão durante a vida dos indivíduos.
- Skinner explicou o “desenvolvimento” desde a infância até a
velhice, em termos de contingências:
- FILOGENÉTICAS
- ONTOGENÉTICAS 
- CULTURAIS
NÍVEL FILOGENÉTICO
Características genéticas presentes em determinada espécie
que são transmitidas de uma geração para outra.
)
MAS...
Além de características genéticas específicas, a filogênese seleciona
a sensibilidade do organismo a certas formas de estimulação física e
social. (Skinner, 1984)
E TAMBÉM...
a capacidade de imitar
que seria considerada um dos processos comportamentais
iniciais necessários à sobrevivência e procriação.
Contingências de reforçamento as quais induzem um organismo a se
comportar de determinada maneira afeta frequentemente um outro organismo
quando ele se comporta daquela maneira.
(Skinner, 1984).
.
NÍVEL ONTOGENÉTICO
Interações de um indivíduo com seu ambiente, desde a
concepção, incluindo sua história particular de aprendizagem
)
NÍVEL ONTOGENÉTICO
Sensibilidade especial do organismo, relativa às
consequências de suas ações.
O QUE POSSIBILITA...
Variabilidade comportamental - aquisição de um vasto repertório para
interações complexas com o ambiente que se assemelha muito pouco ao
ambiente no qual a espécie humana foi selecionada
NÍVEL CULTURAL
Transmissão de práticas culturais ao longo de
diferentes gerações.
RETOMANDO ENTÃO...
NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE DO 
COMPORTAMENTO...
ESTAMPAGEM ( IMPRINTING)
Seria uma instrução genética não muito específica, uma vez que
o seguir ou a emissão de outros comportamentos que tenham por
consequência manter a proximidade com uma figura específica pode ser
desencadeado por outro objeto qualquer em movimento.
(Skinner, 1984) 
processo de estampagem:
seguir a mãe pode ser inicialmente semelhante a um reflexo evoluído
estar em contato com o corpo que teve como consequência
a alimentação,
a proteção contra predadores e
a manutenção de sua temperatura.
(Henrique, 2016)
A estampagem é um processo que se aproxima do
condicionamento respondente ( Pavloviano).
Por meio desse processo, respostas preparadas pela seleção natural
poderiam vir a ficar sob o controle de novos estímulos.
(Skinner, 1984)
Variações de comportamentos de indivíduos como olhar, ouvir,
orientar-se ou deslocar-se em direção a determinados estímulos em
detrimento de outros, ocorrendo ao longo de muitos anos em um ambiente
específico, podem ter garantido a uma determinada população maiores
chances de sobrevivência e de procriação.
(Catania, 1999; Skinner, 1984)
.
ASSIM...
O apego do recém-nascido é considerado como repertório de
respostas do organismo, primeiramente reflexas as quais passam a serem
controladase modificadas pela interação recíproca com o ambiente, em
especial com a mãe e aprendido lentamente em dias ou semanas após o
nascimento por meio de interações repetidas, alterando a probabilidade de
respostas um do outro.
PORTANTO...
Desenvolve-se por meio de um processo de aprendizagem constante
(e não de um fenômeno do tipo tudo-ou-nada), que ocorre ao longo do
tempo e no decorrer do qual se observam mudanças comportamentais que
são plásticas e cumulativas.
(Lucion & Bortolini, 2014)
Bebês de espécies de mamíferos humanos e não humanos são
organicamente imaturos ao nascimento e não apresentam comportamentos
de autodefesa quando em contato com situações que os coloquem em risco
de integridade física. Essas podem variar desde a privação de alimento e
calor até a aproximação ou presença de estímulos de ameaça predatória.
EM VIRTUDE DISSO...
Os comportamentos de apego dos infantes à mãe são essenciais para
sua sobrevivência; estão sob o controle de (ou são mais sensíveis a)
estímulos inicialmente de naturezas sensoriais e motoras; e, por estarem
presentes ao nascer poderiam evidenciar também sua base filogenética.
Essa sensibilidade filogeneticamente herdada, que colocaria o
organismo em contato com os estímulos do ambiente neonatal, seria condição
para aprendizagem respondente e operante que, por sua vez, envolve a
interação da maturação biológica do organismo e estímulos do ambiente físico
e do social, primeiramente a mãe.
PARTE 3
APEGO EM ESPÉCIES ALTRICIAIS
Padrão de crescimento e desenvolvimento em 
organismos que são incapazes de se mover por si 
mesmos logo após a eclosão ou nascimento.
MAMÍFEROS
- Diferenças mais expressivas na qualidade e quantidade
de cuidados parentais requeridos quando comparadas a
outros tipos de animais como:
- Alimentação
- Calor
- Proteção
Com funções de :
SOBREVIVÊNCIA
PROCRIAÇÃO
Entre mamíferos, mães são consideradas tipicamente 
cuidadoras de sua prole recém nascida.
Em geral, na maioria das espécies, machos
raramente se envolvem na criação dos jovens e as fêmeas
assumem a responsabilidade primária de cuidados
parentais
ESSENCIALMENTE...
A mãe é o ambiente para o desenvolvimento infantil no 
início da vida. 
(Schore, 1994)
Classe Mammalia
)
PORTANTO...
A sobrevivência de crianças altriciais depende do
apego ao cuidador - um processo que requer que os bebês
- RECONHEÇAM
- APRENDAM sua figura de apego
- RECORDEM
POR SUA VEZ...
A manutenção de comportamentos maternos é
dependente dos filhotes e é sincronizada com o
desenvolvimento pós-natal da prole .
Por exemplo,
a construção do ninho em roedores é finalizada quando
no dia quando os filhotes são capazes de regular sua
temperatura corporal e a produção de leite termina quando
esses diminuem a frequência de sucção dos mamilos.
ASSIM...
As exigências de um ambiente dinâmico combinado
com um organismo em maturação requerem uma
reorganização neurocomportamental frequente
ADAPTAÇÃO É CONSTANTE
A reestruturação comportamental está bem adaptada para
garantir o relacionamento crucial entre o bebê e o cuidador,
independentemente da qualidade dos cuidados.
Com a maturação e o fim do período sensível de aprendizado
do apego do bebê-cuidador, a interação complexa de estruturas
neurais, hormônios e comportamento social coordena a eventual
transição do indivíduo em desenvolvimento para a vida mais
independente dos cuidados maternais.
( Debiec & Sullivan, 2016)
NO ENTANTO...
Fatores ambientais e fisiológicos do início da vida
podem alterar a natureza resiliente deste sistema, ..., e essas
mudanças podem fornecer pistas importantes para a
compreensão dos efeitos duradouros do estresse precoce.
(Sullivan & Holman, 2010)
A perturbação da ligação mãe e filhote no período
precoce de amamentação, quando o vínculo está sendo
estabelecido, tem grande impacto sobre o bebê em
desenvolvimento, particularmente em espécies altriciais.
PARTE 4
MODELOS ANIMAIS DE APEGO
Mesmo que resultados obtidos em estudos com
animais não humanos não possam ser aplicados, em sua
totalidade, diretamente ao comportamento humano, esses
podem produzir informações relevantes sobre a maneira
como a interação pais-filhotes (filhos) varia.
(Ades, 1990)
Essas informações sugerem quais seriam algumas
variações ou processos envolvidos e conduziriam
interesses para aspectos do comportamento pouco ou não
investigados.
(Ades, 1990)
Dentre os inúmeros processos comportamentais
básicos estudados por meio de modelos animais humanos
e não humanos encontram-se aqueles sobre
o APEGO mãe e filhote desde o nascimento da
prole.
Estudos de várias espécies de animais têm
permitido identificar princípios gerais e mecanismos
comportamentais e neurofisiológicos do apego que, em
muitos casos, podem ser aplicados a humanos.
Modelos animais de apego podem oferecer uma
abordagem mais direta para o entendimento:
1- dos efeitos dos danos causados por maus tratos na infância
sobre o desenvolvimento do cérebro, em especial sobre
sobreposições nos circuitos neurais do apego
2- da etiologia de transtornos psiquiátricos
3- dos processos respondentes e operantes presentes na
ontogênese do apego
Pesquisas realizadas com animais não humanos
indicam que:
- aumento da aprendizagem de aproximação da mãe
- supressão da aprendizagem de evitação da mãe
são processos importantes envolvidos no
desenvolvimento inicial do apego ao cuidador.
Filhotes de ratos possuem um sistema de mecanismos
neurobiológicos único que promove a aprendizagem de preferência
(pelo odor materno) e bloqueio da aprendizagem aversiva (de
estímulos dolorosos) com função de manter o apego.
(Landers & Sullivan, 2012)
SOCIAL BUFFERING
Fenômeno o qual uma figura social significativa bloqueia a
ativação do eixo HPA, diminuindo a liberação do hormônio do estresse
ao longo do desenvolvimento
Presença da mãe durante a apresentação do odor pareado ao
choque em filhotes de 12 dias ( PN12) diminui níveis de noradrenalina do
núcleo paraventricular do hipotálamo.
(Debiec & Sullivan, 2016) 
Quando o circuito é ativado por estímulos somatosensoriais
externos, como por exemplo, aquele produzido naturalmente pela
mãe, filhotes ( que não ouvem e não enxergam) aprendem a preferir
qualquer estímulo olfativo pareado em essa estimulação durante os
primeiros dez dias de vida.
(Landers & Sullivan, 2012)
Estudos mostram que o odor da mãe pode ser aprendido
rapidamente por ratos recém-nascidos mediante pareamentos entre estímulos
que são considerados naturais ou artificiais, eliciando, em filhotes, respostas
de procurar, aproximar e ficar em contato com os mamilos da mãe.
Tal aprendizagem é crítica para a sobrevivência do infante uma vez
que o odor materno varia em função da dieta alimentar .
Na ausência desse odor, os filhotes diminuem o contato com a mãe,
falham em sugar os mamilos e em virtude disso mostram baixos índices de
sobrevivência.
Filhotes de ratos de dois e três dias de nascimento aprendem
rapidamente a discriminar, preferir, aproximar e manter proximidade a um
odor previamente pareado, apenas duas ou três vezes, ao leite ou ao afago
(i.e., estímulos considerados naturais que ocorrem na interação entre a mãe e
o filhote).
(Sullivan, Hofer & Brake,1986) 
A aprendizagem rápida de orientação a estímulos olfativos é um
processo evolutivamente conservado em mamíferos recém-nascidos.
Hofer ( 2006) 
A aprendizagem ser rápida e permanecer por vários dias indicaria
que esse processo se assemelha ao imprinting, considerado ser fundamental
ao apego em mamíferos que têm desenvolvimento mais lento .
(Hofer, 2006) 
Durante a primeira semana após o nascimento, uma variedade de
estímulos podem funcionar como reforçadores para produzir uma preferência
de odor em filhotes de ratos que vão desde leite e acesso à mãe até
estímulos aparentemente aversivos como choques moderados e “beliscão” na
cauda.
(Hofer, 2006)
Dados de estudos experimentaiscom ratos mostram que os
filhotes se mantêm próximos e dependentes dos cuidados de uma
mãe considerada abusiva em uma interação dolorosa para eles.
Apegar-se a um cuidador abusivo ou negligente pode ter
vantagens de curto prazo como ter acesso aos cuidados neonatais
(e.g, reforçadores primários) mas desvantagens a longo prazo como o
comprometimento emocional (e.g., regulação de respostas
emocionais a estímulos incondicionais e condicionais).
Em ratos,
menos cuidados maternos intensos
ou
maior privação materna
durante os primeiros 10 dias após o nascimento mostram sérias
consequências em fases posteriores do desenvolvimento como:
- o aumento da ansiedade
- aumento de respostas neuroendócrinas a estressores
- alterações epigenéticas (na expressão genética) no sistema
nervoso central
- prejuízos na aprendizagem de comportamentos sociais (e.g.,
organização hierárquica)
EXEMPLO
ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA
Na maioria dos animais que vivem em grupos, machos estabelecem
hierarquias de dominância em que o animal dominante tem acesso prioritário
a recursos limitados, como água, comida, espaço e fêmeas.
Uma das principais funções de estabelecer hierarquias de
dominância é eliminar as lutas dentro de um grupo, minimizando os custos
de energia.
(Van Kreveld, 1970)
Em ratos de laboratório que são mantidos em uma colônia, uma
hierarquia estável geralmente se estabelece dentro de alguns dias.
(Blanchard, Flannelly & Blanchard, 1988)
ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA
Posição social emerge de diferenças individuais em agressão e reatividade ao estresse.
Indivíduos criados por cuidadores abusivos no início da vida demonstram:
• Aumento da agressividade
• Apresentação de comportamentos com ansiedade e depressão
• Diminuição da exploração social
Abuso pode afetar a formação e a manutenção do estado estável de dominância.
VISIBLE BURROW TEST (teste da toca visível)
Ambiente seminaturalistico no qual roedores podem ser mantidos em grupo com
acesso limitado a recursos ( água, comida, fêmeas receptivas).
(Opendak, Gould & Sullivan, 2017) 
Paradigma naturalistico de mãe
abusiva (Naturalistic abusive/stress-
mother paradigm)
Paradigma de condicionamento
olfatório(Olfactory classical conditioning
paradigm)
Os dois paradigmas são complementares uma vez que:
- NATURALÍSTICO - apresenta validade ecológica
- CONDICIONAMENTO - apresenta validade de controle
experimental sobre a aprendizagem infantil
Ambos têm por base o apego ao cuidador e resultam
em efeitos similares e duradouros que são observados na vida
adulta
Paradigma naturalistico de mãe abusiva 
(Naturalistic abusive/stress- mother 
paradigm)
Mãe roedora possui uma quantidade de material
insuficiente para construir o ninho
o que resulta em mudanças de uma classe de
comportamentos de cuidados maternos tais como:
- mais tentativas de construir o ninho e permancer mais tempo
fora dele e longe dos filhotes;
- menos tempo de amamentação;
- menos lambidas;
- transporte brusco dos filhotes (i.e., mães lambem mais
agressivamente os filhotes, os transportam pelos membros,
pisam e pulam sobre eles).
(Extraído de Molet, Maras, Avishai-Eliner & Tallie, 2014) 
Caixa experimental com mãe roedora e filhotes. Material para 
construção do ninho insuficiente com piso de alumínio revestido de 
plástico e com papel toalha desfiado 
Paradigma de condicionamento 
olfatório(Olfactory classical conditioning 
paradigm)
Os filhotes recebem choques considerados brandos nas
patas traseiras ou “apertões” na cauda (tailpinch) pareados com
um novo odor (i.e, odor de menta)
(Extraído de Debiec & Sullivan, 2016) 
A duração dos choques, número de pareamentos e intervalo
inter-práticas variam de acordo com os protocolos.
Esse tipo de manipulação experimental:
- simula interações dolorosas com uma mãe abusiva;
- adquire o valor de um odor materno;
- modula comportamentos de apego dos filhotes
ALGUNS ESTUDOS
Ratos submetidos ao procedimento 
de mãe abusiva ou ao de condicionamento olfatório
(Rainek et al, 2015)
A- Quando filhotes (PN13) foram testados no labirinto em Y para medir a
aproximação ao odor
odor familiar 
odor de menta 
odor materno 
Divididos em quatro grupos:
1- Grupo controle com o odor de mãe não abusiva;
Teste de escolha: odor materno natural x odor familiar
2- Grupo com o odor de mãe abusiva;
Teste de escolha: odor materno natural x odor familiar
3- Grupo com odor de menta condicionado ao choque;
Teste de escolha: odor de menta x odor familiar
4- Grupo com odor neutro ( filhotes criados por mãe não abusiva)
Teste de escolha: odor de menta x odor familiar
(Rainek et al, 2015)
B- Quando adultos passaram pelos testes de:
Nado forçado
Comportamento social 
Motivação sexual 
RESULTADOS 
 
1- Ratos dos grupos que foram criados por mãe abusiva ou não abusiva 
preferiram o braço com o odor natural da mãe; 
 
2- Ratos do grupo foram submetidos ao pareamento odor-choque 
preferiram aquele com odor materno condicionado de menta; 
 
3- Ratos do grupo de odor neutro não mostraram preferência entre os 
braços dos labirintos com odor familiar e neutro; 
 
4- Ratos criados por mães controles mostraram mais respostas de 
aproximação a essas em relação àqueles submetidos aos paradigmas 
de abuso. 
 
( Extraído e Rainek et al. 2015) 
Ou seja, sempre que houve odor da mãe 
associado, os ratos mostraram preferência aos 
estímulos a ele pareados, mesmo os aversivos!!!!
RESULTADOS
Animais que foram criados por mãe abusiva ou que receberam o pareamento menta 
e choque durante a infância: 
 
 
1- Apresentaram um aumento do tempo de imobilidade no teste de nado forçado 
(o que indica comportamento de depressão); 
 
 
 
2- Apresentaram um prejuízo de interações sociais; 
 
 
 
3- Não mostraram alterações de comportamentos sexuais 
 
 
quando comparados a seus controles 
 
CONCLUSÃO DOS AUTORES
• beneficio em curto prazo de formação do apego sob condições que
são adversas,
• podem ser prejudiciais em longo prazo, como no desenvolvimento
de transtornos de comportamento como a depressão.
• odor materno é um sinal de segurança na infância e na vida adulta.
Ratos submetidos ao procedimento de mãe abusiva e não abusiva 
( Yan et al , 2017)
Delineamento experimental
RESULTADOS
Ratos adolescentes e adultos criados por mães abusivas: 
1- apresentaram menor latência para parar de nadar 
2- consumiram menos sacarose 
3- ficaram menos tempo em interação social 
quando comparados aos seus controles criados por mães 
não abusivas 
4 – mudaram mais vezes de 
ambiente (embora as diferenças 
não tenham se mostrado 
significantes)
Além dos efeitos mencionados nos comportamentos de
depressão, interação social e sexual que foram investigados por Raineki et al
(2015) e por Yan et al. ( 2017), filhotes de ratos criados por mãe abusiva
apresentam também alteração de respostas de medo na presença de odor de
um predador como:
- congelamento,
- aproximar-se do odor,
- esconder-se em um abrigo
- manter-se erguido sobre as patas traseiras
Teste de Seleção de Respostas de Ameaça (Threat
Response Selection Test – TRST)
Sessão de habituação
Ratos adultos de mães abusivas e de não abusivas foram
habituados um dia antes do teste, na ausência do odor do predador,
ao ambiente da caixa experimental, podendo explorá-la livremente por
cinco minutos.
Sessão teste
Ratos foram colocados no compartimento de partida da caixa
com o odor do predador liberado
(Perry & Sullivan, 2014)
.
ASSIM, ratos que tiveram história com mães abusivas
despendem:
1- menos tempo em comportamentos passivos (i.e., congelamento e
escondendo-se)
2- mais tempo em comportamentos ativos de medo ( i.e., levantando-
se, aproximando-se e ficando em contato com o odor do predador)
em relação a seus controles, que foram criados por mães 
não abusivas. 
CONCLUSÃO DOS AUTORES
História de abuso em filhotes roedores diminui a
frequência de comportamentos defensivos passivos e aumentaa de defensivos ativos quando em uma situação de iminência
predatória.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• possíveis interações de estados iniciais do organismo e processos
ontogenéticos de determinação do comportamento de apegar-se.
A seleção natural é responsável por processos internos como
digestão e respiração e por determinadas interações necessárias com
o ambiente. Quanto maior a complexidade do ambiente, mais
características da anatomia, da fisiologia e repertórios mais
complexos de comportamentos estarão envolvidas.
(Skinner, 1983). 
O apegar-se seria uma dessas interações e que envolve um
repertório de comportamentos complexos do infante com função de
manter a proximidade da mãe e dessa com função de reforça-lo
positivamente, aumentando a probabilidade de serem apresentados
em situações semelhantes no futuro; promovendo o que Bowlby
(1984/1969) chamou de senso de segurança, bem estar e confiança.
O modelo de mãe abusiva mostra por meio de manipulação
experimental (i.e., que altera o ambiente de criação dos filhotes),
alguns dos possíveis efeitos do comportamento
• de uma mãe que em virtude desse ambiente, não é sensível e
não responde aos comportamentos de apego de sua prole
(na verdade, de uma mãe que está sob forte estresse, exatamente
para cuidar de sua cria)
• o desenvolvimento emocional e social da prole.
Em humanos, as mães também necessitam ser sensíveis aos
comportamentos de apego de sua criança e discriminar as condições
do ambiente sob as quais estão sendo controlados, respondendo
assim, às suas necessidades físicas e emocionais.
Isso implica em um repertório complexo de comportamentos
maternos que dependerá, além da história da espécie, de sua história
de aprendizagem e do ambiente atual no qual a interação ocorre.
Estratégia operante: 
Análise do comportamento
• “Quebra de comportamentos complexos em suas partes funcionais. 
Uma análise bem sucedida deveria permitir que o comportamento 
fosse sintetizado quando suas partes fossem recolocadas juntas”.
Catania, 1999 p. 385
• Estratégia metodológica: o estado estável do comportamento
214
Análise do comportamento
• Estado estável: a “análise” tem acontecido em situações 
muito restritas:
• Pouca variação na privação
• Pouca variação nos reforçadores (e nas suas “qualidades”)
• Pouca variabilidade de estímulos 
• Inclusive temperatura, ruído, umidade, mantidos estáveis
• Ou seja: os efeitos respondentes [e motivacionais] são 
“mantidos estáveis”
215
Síntese comportamental
• Juntar as partes obtidas por análise. Cf. ANÁLISE DO 
COMPORTAMENTO.
Catania, 1999, p.422
A questão principal é: as partes são juntáveis?
Os efeitos observados entre cada situação simples, são meramente 
somados, ou interagem?
216
Complexificação das contingências
• Necessidade de conhecimento de 
• Processos respondentes
• No controle de estímulos
• Nos efeitos sobre os organismos
• Em respostas operantes concorrentes à estudada
• Na síntese comportamental
• Processos de motivação
• Modelos experimentais: complexidade de contingências 
que “mimetizam” partes das condições humanas
217
Modelos experimentais
• Incluem processos respondentes
• base da compreensão de processos emocionais
• fundamentação dos efeitos de variáveis de nível filogenético
• Elucidam processos motivacionais
• Alterações do organismo em processos respondentes, (em parte ser 
considerados “emocionais”), 
• ocupam um lugar de extrema importância: considerados como operações 
de motivação 
• interferindo sobre contingências operantes.
218
Complexidade do comportamento
Johnston e Pennypacker (1993) 
• três tipos de classes de respostas que resultam das interações 
comportamento – ambiente 
• respondentes, 
• operantes e 
• operantes discriminados, e... 
• [Mais] Um quarto tipo de relação: comportamento adjuntivos
• um padrão que não é exigido pelo esquema de reforçamento em 
vigor, mas, por outro lado, parece ser uma função desse esquema.
219
Caracterização do Comportamento Adjuntivo
• Primeira observação: Falk (1961).
• Ratas privadas de alimento, sem qualquer privação hídrica.
• VI 60 segundos.
• Sessões de 3 horas de duração. 
• Disponibilidade de água durante a sessão experimental e 
registro de seu consumo.
• Tão logo os sujeitos recebiam a pelota de ração, a comiam 
rapidamente, bebiam grandes quantidades de água e só depois 
voltavam a pressionar a barra.
• Alguns sujeitos chegaram a ingerir quantidade de água 
equivalente à metade de seu peso corporal.
220
Caracterização do Comportamento Adjuntivo
• Falk, 1967:
• Se a quantidade de ração liberada ao longo de três horas 
duração for liberada de uma só vez, no início da sessão, 
o consumo de água cai para cerca de 10ml no mesmo 
período (ou seja, apenas 5% do peso corporal).
• Polidipsia psicogênica 
(a origem seria comportamental e não fisiológica)
221
Caracterização do Comportamento Adjuntivo
• Falk (1961b; 1964; 1966a; 1966b; 1966c; 1967)
• Outros esquemas de reforçamento, 
• outros tipos de alimentos, 
• diferentes tamanhos de pelotas de ração e 
• diferentes intervalos entre os reforços 
• Aparecimento de polidipsia e mais:
• agressão, pica, construção de ninhos, cópula, andar em uma roda de 
atividades
• Dependente do que estivesse disponível no ambiente
• Ratos, pombos, chinchilas, macacos Rhesus, chimpanzés.
(Gimenes, Brandão e Benvenuti, 2004)
• Humanos (Haydu, 1994)
222
223
• Humanos: sob as mesmas condições também 
mostraram comportamentos excessivos. 
• aumento da atividade geral (Wallace, Singer, 
Wayner & Cook, 1975; Clarke, Gannon, Hughes,
Keogh, Singer & Wallace, 1976), 
• - aumento do consumo de cigarros em
• situação de resolução de problemas 
• (Wallace & Singer, 
• 1976), 
• Aumento no consumo de álcool (Doyle &
Samson, 1988). 
224
• Os comportamentos adjuntivos: propostos como modelo 
animal para o estudo de vários outros excessos 
comportamentais em humanos
• roer unhas, 
• comer compulsivamente, 
• motilidade gástrica intestinal 
(Santarém, 1996/2001). 
Falk e Tang (1988):
• Vários excessos comportamentais (Por ex. alcoolismo) 
podem ser determinados por condições ambientais
• alternativas terapêuticas promovem um rearranjo de tais 
condições com o intuito de diminuir o excesso (no 
exemplo, a ingestão de álcool).
• A tarefa do terapeuta: modificar esquemas presentes no 
dia-a-dia de alcoolistas, que poderiam ser responsáveis 
por tal excesso comportamental. 
225
Processos comportamentais envolvidos na 
resiliência comportamental
sensibilidade do 
organismo a 
reforçadores e a 
aversivos
História de 
reforçamento 
positivo
resistência à extinção 
história de 
controlabilidade na 
interação com 
eventos aversivos
variabilidade 
comportamental
repertório sob 
controle de 
estímulos relevantes 
para a solução de 
problemas
habilidades sociaisAutocontroleConsistência no afeto
Flexibilidade 
comportamental
ALGUNS MODELOS 227
DEPRESSÃO
228
229
Reforço livre
Extinção, 
Desamparo
230
Falta de iniciativa
Abulia
Irritabilidade
231
Ferster: Depressão (o que deve ser observado)
• Beck:
• Representativa redução na gratificação
• Ferster:
• Estreita relação entre a frequência das atuações de uma pessoa e a perda de 
reforçadores (extinção)
• Redução nas atividades levaria a baixa taxa de reforçamento
232
Baixa frequência de 
respostas
Baixa taxa de 
reforçamento
Extinção
• Psicopatologia
• Gradações
• Déficits e excessos comportamentais
• Diminuição da gratificação
• Diminuição em alguma dimensão dos reforçadores
233
Extinção por suspensão de reforçadores
•Irritabilidade
•Ausência de respostas
234
10 Princípios Principais da Ativação
Comportamental
• Princípio 1: A solução para mudar como as pessoas se sentem está em ajudar a mudar o que elas fazem.
• Princípio 2: Mudanças na vida podem levar à depressão, e estratégias de sobrevivência a curto prazo 
podem manter pessoas presas no tempo.
• Princípio3: As pistas daquilo que se mostrará antidepressivo para um cliente em particular serão 
encontradas naquilo que precede e no que segue comportamentos importantes do cliente.
• Princípio 4: Estruture e programe atividades que sigam um planejamento, não um estado de espírito.
• Princípio 5: A mudança será mais fácil se você começa devagar.
• Princípio 6: Ênfase nas atividades que são reforçadas de forma natural.
• Princípio 7: Aja como treinador.
• Princípio 8: Ponha ênfase na abordagem de problemas empíricos e reconheça que todos os resultados 
são úteis.
• Princípio 9: não apenas falar, mas sim fazer!
• Princípio 10: Resolver barreiras reais e potenciais para a ativação.
Extinção sem suspensão de reforçadores
“Reforço livre”
•Apatia
•Tédio
•Ócio
•Distimia
236
Skinner, 1987
What is wrong with Daily life in the Western World?
• Coisas reforçadoras são relatadas como prazerosas
• Reforçam porque são gostosas ou
• São gostosas porque reforçam
• No entanto, são reforçadoras e são gostosas por causa 
da evolução da espécie
• Deve ser feita uma distinção entre agradar e reforçar
237
What is wrong with Daily life in the Western World?
• Quando nos sentimos agradados não estamos 
necessariamente sentindo um aumento na probabilidade 
de repetirmos a resposta que produziu o “agrado”
• Um evento reforçador é aquele que aumenta a 
probabilidade da resposta que o produziu
• Práticas culturais corroeram ou destruíram certas 
relações entre organismo e ambiente
238
5 práticas culturais que corroeram a relação entre 
organismo e ambiente
1. A alienação do trabalhador do produto do 
seu trabalho
• Pessoas trabalham por salário, mas a grande 
parte do que produzem não reforça seu 
comportamento
• (operário produz carro que não vai usar, por 
exemplo)
• Empregadores têm que usar sanções aversivas 
para que os trabalhadores façam seus trabalhos
239
5 práticas culturais que corroeram a relação entre 
organismo e ambiente
2. Pessoas pagam outras pessoas para produzirem o que elas 
consomem
• Evitam a parte aversiva do trabalho 
• Perdem a parte reforçadora dele
240
5 práticas culturais que corroeram a 
relação entre organismo e ambiente
3. Pessoas fazem muitas coisas por 
conselhos mas somente porque 
consequências reforçadoras 
seguiram-se quando elas 
obedeceram outros conselhos
• Evitam o custo de explorar novas 
contingências
• Perdem os reforçadores da 
descoberta
241
5 práticas culturais que 
corroeram a relação entre 
organismo e ambiente
4. Observando regras e obedecendo leis, 
as pessoas evitam punição tanto pelos 
seus conhecimentos, pelo governo ou 
pela religião
• As consequências pessoais que 
justificam as regras ou leis são 
indiretas e usualmente adiadas 
longamente (ir para o céu, por 
exemplo)
242
5 práticas culturais que corroeram a 
relação entre organismo e ambiente
5. As pessoas olham para coisas bonitas, 
ouvem músicas bonitas, e assistem a 
entretenimentos excitantes
• Mas os únicos comportamentos 
reforçados são
• Olhar,
• Ouvir e
• Assistir
243
5 práticas culturais que 
corroeram a relação entre 
organismo e ambiente
• Resultados dessas práticas:
• A despeito dos privilégios da 
cultura ocidental, as pessoas 
tornam-se
• Entediadas
• Indiferentes
• Deprimidas (distímicas)
244
Superstição
abulia
crença de inutilidade das respostas
Eventos independentes da 
resposta do indivíduo 245
Depressão (o que deve ser observado)
• Aumento na frequência de respostas de fuga 
/esquiva
• Queixas (não consigo dormir, 
sinto-me péssimo)
• Pedidos de ajuda
• Cansaço
• Doença
246
Reforçadas pela 
retirada de alguma 
atividade indesejada
Depressão (o que deve ser observado)
• Esquiva impede o comportamento positivamente reforçado
247
Queixar-se remove Ida a festa
Contato social
Atenção
Diversão
Afetos
(esquiva)
Depressão (o que deve ser observado)
• Repertório da pessoa deprimida é passivo
• Falta de iniciativa
• Seguimento de ordens
• Ausência de sugestões
• Silêncio
248
Indicam preponderância de 
controle aversivo sobre o 
comportamento
Desamparo:
Experimento de Seligman
Treino:
• Cães em arreios
• gaiolas acopladas – choque de tempos 
em tempos
• Sujeito 1: pode emitir uma resposta que 
elimina o choque 
• Empurrar uma placa lateral com a 
cabeça 
• Sujeito 2: não pode fazer nada
• Só o sujeito 1 pode desligar o choque
• Sujeito 3: só é colocado na caixa 
experimental, sem choque
249
Desamparo:
Experimento de Seligman
• Caixa 1: controlabilidade sobre o choque 
(cabeça do cachorro desliga o choque)
• Caixa 2: quem controla o desligamento do 
choque é o movimento do cachorro da 
caixa 1 (incontrolabilidade)
• Caixa 3: sem choque (Grupo não tratado)
250
M
E
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Teste: 251
Choque elétrico escapável numa caixa com barreira: 
saltos para o outro lado desligam o choque elétrico
Resultados na caixa com 
barreira (situação nova):
• Grupo 1 (controlável): 
aprendem a desligar o 
choque rapidamente
• Grupo 3 (não tratado): 
aprendem a desligar o 
choque rapidamente
• Grupo 2 (incontrolável): não 
aprendem a desligar o 
choque, ou aprendem muito 
mais tarde em relação aos 
outros dois grupos
252
Oliveira, E.C.A. (2007). Investigação Longitudinal dos efeitos de diferentes contingências 
com estímulos apetitivos e aversivos sobre o Desamparo Aprendido. Dissertação de 
Mestrado orientada por Dra. Maria Helena Leite Hunziker, Instituto de Psicologia, 
Universidade de São Paulo, São Paulo.
Desamparo:
Experimento de Seligman
• sujeitos que tinham um história anterior de choques 
inescapáveis 
• Em um situação nova, na qual eles poderiam controlar o 
choque (por exemplo, saltando uma barreira)
• Assim que choque é apresentado
• Param de se mexer; 
• Deitam-se e gemem mansamente. 
• Após um minuto o choque é desligado; 
• o cão não consegue saltar a barreira e não escapa do choque. 
253
Helena Matute: 
continuum superstição X desamparo aprendido
• Indivíduos que apresentam comportamento supersticioso 
apresentam menos desamparo aprendido
• Quanto > probabilidade de responder numa situação de 
incontrolabilidade, > chance de desenvolver comportamento 
supersticioso
• Presença ou não de indícios de que o evento é incontrolável 
(supersticioso e desamparo respectivamente)
• Consequências positivas: supersticioso
• Consequências aversivas: desamparo
254
Capelari e Hunziker, 2005
• mesmo com animais não verbais: 
• raras as demonstrações de desamparo aprendido 
quando a história de incontrolabilidade envolve 
estímulos apetitivos e o teste é feito com situações 
aversivas ou vice-versa.
255
Desamparo aprendido
• De qualquer maneira, o desamparo aprendido (e 
suas derivações) 
• um excelente modelo experimental e 
interpretativo para parte do fenômeno 
conhecido como depressão. 
• Ele abarca 
• abulia, da falta de iniciativa, dos relatos verbais de 
incapacidade para resolver problemas e da 
desesperança, que compõem o fenômeno depressivo.
256
Desamparo aprendido
• Imunização
• Exposição prévia a fugas evita ou atrasa a ocorrência 
do desamparo
• Ilusão de controle
• Instalação de comportamento supersticioso previne a 
ocorrência do desamparo
257
Condutas terapêuticas a partir do desamparo 
aprendido
• Ensino de resolução de pequenos problemas solúveis
• Exigência de resposta operante,
• Complexidade crescente.
• Experienciar controle por meio de comportamento 
operante
258
Tratamento de animais anormais
• Testes forçados de realidade (extinção do medo por 
inibição recíproca – inundação)
• Cachorros repetidamente arrastados
para locais seguros depois de terem
sido expostos a desamparo aprendido
• - Gatos forçados ao 
• local de alimentação
• previamente punido
259
A perda da sensibilidade 
a reforçadores
Anedonia resultante de Condições aversivas 
constantes e moderadas
(Chronic Mild Stress)
260
Willner, Towell, Sampson,

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