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UNIDADE I Planejamento Físico em Serviços de Alimentação 2 Sumário Para início de converSa ............................................................................................................................ 2 imPorTÂncia e aPLicaBiLidade naS áreaS de maniPuLaÇÃo de aLimenToS ........................ 3 comPoSiÇÃo de coZinHaS; eSTruTuraÇÃo de coZinHaS; FLuXo de ProduÇÃo de aLimenToS, áreaS de maniPuLaÇÃo de aLimenToS, comPonenTeS FíSicoS daS áreaS de ProduÇÃo (PiSo, ParedeS, TeTo eTc.) ............................................................................................................................ 4 TiPoS de LaY ouT´S de coZinHaS ...............................................................................................................14 FaToreS inTerFerenTeS no dimenSionamenTo .................................................................................17 ParÂmeTroS de dimenSionamenTo em diFerenTeS áreaS de ProduÇÃo de aLimenToS 19 1 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD ___________________________________________________________________________ Macedo, Nivia Cristiane. Planejamento Físico em Serviços de Alimentação: Unidade 1 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2018. ___________________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 2 PLaneJamenTo FíSico em ServiÇoS de aLimenTaÇÃo unidade i Para início de converSa Olá, aluno (a)! Para compreender a proposta deste guia de estudos é importante saber o objetivo deste conteúdo, certo? Esta unidade busca desenvolver competências específicas: compreender a importância do planejamento físico de áreas de produção de alimentos; identificar os componentes físicos de unidades de produção de alimentos; e analisar criticamente layouts de espa- ços gastronômicos. Vamos começar? orienTaÇõeS da diSciPLina Se considerarmos as competências citadas, entenderemos que é importante que o tema seja explorado sobre representação do planejamento físico de serviços de ali- mentação. Nesta unidade, identificaremos as exigências básicas para o planejamen- to físico-funcional dos ambientes de cozinha como as recomendações básicas para a construção e instalação, visando assim, atender as operações realizadas nos serviços de alimentação, relacionando-as com a qualidade na produção de refeições. O conteúdo apresentado neste guia se relaciona com o livro-texto, contextualizando sobre os fatores que influenciam o planejamento dos espaços físicos de uma cozinha, bem como a importância da organização dos seus setores e sua relevância no fluxo de alimentos. Então, aluno (a), devemos considerar que o assunto é bastante importante para o su- cesso do estabelecimento gastronômico por atender as expectativas de clientes, os anseios dos profissionais da área e para o bom andamento da cozinha. 3 imPorTÂncia e aPLicaBiLidade naS áreaS de maniPuLaÇÃo de aLimenToS Neste primeiro tópico será introduzido o tema para você compreender que o planejamento físico não en- volve apenas a construção e as instalações da cozinha, mas também deve ser compreendido através dos processos e das atividades a serem desenvolvidas, além do fluxo dos alimentos e dos clientes. Como você descreveria a importância do planejamento físico de cozinhas para a execução das operações desenvolvidas pelos profissionais? aceSSe Sua BiBLioTeca virTuaL Você pode observar a figura 2.1, que está na página 5 do livro-texto, a qual apresenta o clico de planeja- mento que pode ser aplicado para o planejamento físico de uma cozinha gastronômica. Das páginas 7 à 17, do livro-texto, fala-se sobre a importância do planejamento do layout e é ressaltado que esta é uma fase muito importante porque a estrutura, o tipo de cozinha e os recursos profissionais (materiais e equipamentos), além do sistema de armazenamento, de preparo e de consumo dos alimentos são pontos que devem ser avaliados por causa das particularidades de uma cozinha de estabelecimento gastronômico. Por isso, o planejamento deverá ser feito por uma equipe multiprofissional especializada. Você percebe a complexidade desta tarefa? Então, sugiro dar uma pausa na leitura deste guia de estudo para que faça a leitura do trecho do livro- texto que indiquei, para ampliar seu conhecimento sobre o assunto. Um bom planejamento físico poderá evitar os seguintes fatores negativos e oferecer vantagens: Fatores negativos a) Interrupções no fluxo de operações. b) Cruzamentos desnecessários de gêneros, funcionários e clientes. c) Limitação no planejamento dos cardápios por falta de equipamentos. d) Equipamentos ociosos ou mal localizados. e) Congestionamento na circulação. f ) Ocorrência de filas por falhas no dimensionamento e na localização de pontos de distribuição. 4 Vantagens a) Ambiência inadequada. b) Predisposição fisiológica e psicológica do funcionário para o trabalho. c) Orientação do funcionário para uma melhor utilização da matéria-prima, recursos, produtos semielaborados, máquinas e equipamentos. d) Ajustamento do homem ao meio (ergonomia). e) Elevação do conceito dos administradores perante os subordinados com melhoria da disciplina. f) Maior produtividade, menor custo, maior lucro. g) Menor número de acidentes no trabalho e de interrupções no processo produtivo. h) Condições para a existência de boas relações humanas no trabalho. i) Elevação do moral do grupo e do espírito de equipe. Vejamos alguns requisitos gerais para o planejamento físico de serviços de alimentação: 1. Estudo preliminar (análise das necessidades): dimensionamento e planejamento dos setores, considerando o fluxograma dos alimentos (Veja a figura 1.6, na página 35 do livro-texto). 2. Localização e configuração: planejamento da ambiência e das instalações hidráulicas, de combustíveis e elétricas, considerando os fluxos de trabalho. 3. Vias de acesso (gêneros, funcionários, fornecedores, usuários, administração, visitantes). 4. Circulação (pequenas e grandes). 5. Seleção e dimensionamento de equipamentos, móveis e utensílios. comPoSiÇÃo de coZinHaS; eSTruTuraÇÃo de coZinHaS; FLuXo de Pro- duÇÃo de aLimenToS, áreaS de maniPuLaÇÃo de aLimenToS, comPo- nenTeS FíSicoS daS áreaS de ProduÇÃo (PiSo, ParedeS, TeTo eTc.) No tópico anterior, foi pontuado para você que o planejamento é um trabalho muito abrangente que inclui não só o dimensionamento da área total, como também a distribuição desta área para os diversos setores, a localização, os acabamentos e equipamentos mais adequados a serem utilizados, tudo isto dentro de um projeto arquitetônico que favoreça e realce os fatores ambientais. Um dos elementos do planejamento da estrutura física de uma cozinha profissional é de proporcionar um adequado fluxograma para o desenvolvimento das atividades. Conhecer a estruturação e a composição da cozinha contribui para: Garantir execução dos cardápios planejados (diversificados e voltados para as necessidades dos clientes); Garantir produção das refeições dentro dos padrões de qualidade (microbiológico, sensorial, nutricional) desejados e previstos pela legislação brasileira; Permitir implementação das Boas Práticas e adequada manipulação de alimentos, principalmente evitando a contaminação cruzada; Melhorar a utilização dos recursos humanos, aumentando a produtividade pela disposição física dos setores e minimizando os desgastes físico, mental e psicológico dos funcionários; Garantir conforto e satisfação dos clientes e funcionários. 5 Não podemos esquecer que um adequado fluxogramaprevine: Limitações no planejamento de cardápios; Interrupções e cruzamento nos fluxos de operações; Utilização inadequada de equipamentos; Equipamentos ociosos e mal utilizados; Filas e atrasos na distribuição das refeições; Fatores de ambiência inadequados; Redução da produtividade; Aumento de custos; Acidentes de trabalho. É preciso prever todas as diferentes áreas que compõem uma cozinha profissional, mesmo que num pri- meiro momento estas não venham a funcionar. Para o planejamento das praças e para a composição e estruturação das cozinhas, é importante realizar uma profunda análise das suas necessidades e sua caracterização durante o seu projeto. Alguns elementos são importantes e vou apresentá-los para você: • Estabelecimento: o tipo de estabelecimento gastronômico determinará a caracterização e as ativi- dades específicas a serem desenvolvidas (ex.: restaurante típico, restaurante internacional, lanchone- te, bar, cafeteria, cantina, entre outros); o porte do estabelecimento (pequeno, médio e grande porte) determina a capacidade de produção, sendo que grandes produções podem exigir um estabelecimen- to maior. • Clientela: a quantidade de clientes a ser atendido e a caracterização (gênero, idade, perfil socioe- conômico, necessidades pessoais, preferências alimentares) são fatores importantes para o plane- jamento do cardápio que determinará a escolha de equipamentos, a quantidade de funcionários e o dimensionamento e tipos de setores. • Serviços oferecidos: definir os produtos e os serviços que serão oferecidos para os clientes irá indicar as características da produção. • Cardápio: os tipos de refeições (café da manhã, almoço, jantar), incluindo o horário de atendimento, e o padrão (cardápio básico, intermediário e superior) e estilo do cardápio, são elementos fundamentais para o planejamento das praças que farão parte da estrutura da cozinha. O estilo do cardápio deve ser discutido durante o planejamento somente com a especificação de quais constituintes farão parte dele. Para exemplificar, imagine o seguinte: quais seriam os constituintes de um cardápio de café da manhã: fruta? pães? bebidas quentes? sucos? bolos? biscoitos? Nas páginas 15, 16 e 32 é reforçado a influência do cardápio no planejamento da estrutura da cozinha. • Pico de produção máxima: este é um dos fatores mais relevantes para o planejamento do dimen- sionamento de uma cozinha. O período de maior movimento na produção servirá de referência para calcular o dimensionamento da cozinha e dos seus setores. • Concorrência: estudar seu mercado de concorrentes direto e indireto pode sugerir uma visão futura para uma possível ampliação do seu negócio, por isso é relevante considerar para o planejamento a eventualidade de uma reforma da estrutura física que seja viável para atender as necessidades do serviço oferecido. 6 veJa o vídeo! Para exemplificar este elemento, convido você a assistir a um vídeo sobre um estabe- lecimento gastronômico que adaptou um pequeno espaço associado à produção numa cozinha industrial unindo a oferta de dois serviços: restaurante e loja: LINK (Duração 2:00). • Política de compras: a frequência de aquisição dos insumos capacidade de armazenamento e fornecedores disponíveis e próximos ao estabelecimento gastronômico são fatores que podem influenciar no dimensionamento do estoque da cozinha. Portanto, podemos observar que a estruturação da cozinha depende de diversos fatores que irão de sobre- maneira contribuir na eficiência da operacionalização do estabelecimento gastronômico. Observando a figura 1.6, que está na página 35 do livro-texto, você consegue imaginar quais seriam as áreas de manipulação de alimentos necessárias num estabelecimento gastronômico? Com certeza algu- mas áreas são mais fáceis de identificar, né? Então, vamos listar as áreas de manipulação de alimentos em cozinhas gastronômicas. • Área de Administração e armazenamento: Setor de recebimento; Estoque; Câmaras frigoríficas; Compressores frigoríficos; Sala de administração; Sala do nutricionista; Vestiários e sanitários; Esto- que de material de limpeza; Depósito de engradados; Câmara de lixo; Central de gás. • Área de Produção: Estoque diário; Setor de pré-preparo e preparo de cereais; Setor de pré-preparo e preparo de hortifruti; Setor de pré-preparo e preparo de carnes; Setor de pré-preparo de massas; Setor de preparo de sobremesas e sucos; Setor de higienização de utensílios; Setor de cocção. Se o caso a ser analisado for uma cozinha em hospital podemos incluir também: Setor de preparo de desjejuns e Setor de preparo de dietas. • Área de Distribuição: Setor de distribuição; Copa de garçons; Área para balcão térmico; Área para esteira mecanizada; Área para autosserviço – cafeteria; Área para autosserviço – buffet; Copa de café; Copas auxiliares; Higienização de utensílios para refeitório; Área para acondicionamento e ex- pedição; Sala de refeição; Sanitário dos clientes; Cambuza; Room-service; Bar; Lazer. Se o caso a ser analisado for uma cozinha em hospital podemos incluir também: Copas auxiliares e Distribuição de dietas. Também há outros setores que podem compor uma cozinha, como: Caldeiras e componentes; Tanque de combustível; Sistema de exaustão. https://globoplay.globo.com/v/5961466/ 7 E quais seriam os setores de cada uma destas áreas? Quais seriam as necessidades de equipamentos de cada setor? Como seria a cozinha ideal de um estabelecimento? Agora vamos descriminar cada setor por área: 1. Área de administração e armazenamento: a) Setor de recebimento: setor para realizar a recepção das matérias primas. É importante considerar que sua estrutura deve atender a necessidade de receber diferentes tipos de insumo, como: alimentos refrigerados, alimentos congelados, alimentos estocáveis, produto descartáveis, produtos de limpeza, equipamentos, utensílios de cozinha, materiais de escritório, materiais de serviços de mesa, etc. b) Estoque: setor onde serão armazenados insumos que não necessitam de controle de temperatura no período de armazenamento. dica Veja no livro-texto (Página 71) a descrição das condições para o armazenamento de alimentos conforme a legislação. Aproveite para associar os conhecimentos! c) Câmaras frigoríficas: setor onde serão armazenados insumos que necessitam de controle de tempe- ratura no período de armazenamento, tanto para refrigeração quanto para o congelamento dos alimentos. É importante considerar que sua estrutura deve atender a necessidade de armazenamento de diferentes tipos de alimentos refrigerados e congelados: leite e derivados, carnes, frutas, verduras, legumes, alimen- tos prontos como sobremesas, pratos e pratos quentes. Aproveite para associar os conhecimentos com a dica que orientei no item anterior! d) Sala da administração: a área deve estar localizada acima do piso da área total da cozinha, com visor que facilite a supervisão geral do ambiente e das operações de processamento. e) Estoque de material de limpeza: este setor é exclusivo para armazenamento de produtos de limpeza e higienização de materiais que são utilizados para limpeza da cozinha. f) Câmara de lixo: setor para acondicionamento de materiais para descarte, tanto o orgânico como o inorgânico. Fora da cozinha, o material deve ficar em local fechado, isento de moscas, roedores e outros animais. O lixo não deve sair da cozinha pelo mesmo local onde entram as matérias primas, sendo que na impossibilidade de áreas distintas, determinar horários diferenciados. Deve estar devidamente adiciona- do, de modo que não represente riscos de contaminação. g) Vestiários e sanitários para funcionários: reservado à higiene pessoal dos funcionários e troca de vestuário e uniforme. 8 2. Área de produção: a) Pré-preparo e preparo de hortifruti: setor para manipulação de pré-preparo e preparo de frutas, verduras e/ou legumes, podendo ser ou não setores distintos. Com bancadas e cubas de material liso, resistente,e de fácil higienização, para manipulação dos produtos vegetais. b) Pré-preparo e preparo de carnes: setor para manipulação de pré-preparo e preparo de diferentes tipos de carnes, podendo ser ou não setores distintos. Não deve haver contaminação cruzada nas ativi- dades. c) Setor de pré-preparo de massas: setor para manipulação de pré-preparo e preparo de massas alimentícias. d) Setor de higienização de utensílios: local separado e isolado da área de processamento para realizar a higienização dos utensílios utilizados no pré-preparo de preparo dos alimentos. O retorno de utensílios sujos não deve oferecer risco de contaminação aos que já estão limpos. e) Setor de cocção: área para cocção com equipamentos que se destinem ao preparo de alimentos quentes. Não é indicado ter equipamentos refrigeradores ou congeladores porque o calor excessivo com- promete os motores dos mesmos. j) Central de gás: de acordo com a ABNT deve existir área exclusiva para armazenamento de recipientes de GLP e seus acessórios. 3. Área de distribuição: a) Setor de higienização de utensílios para refeitório: para realizar a higienização dos uten- sílios utilizados no salão. Este setor deve ser adjacente ao refeitório, comunicando-se com este através de guichê para recepção do material usado. Os utensílios de mesa já higienizados não devem entrar em contato com os sujos. b) Refeitório (salão): área de consumação ou refeitório deve ter as mesmas características das áreas de preparo dos alimentos. c) Sanitários para clientes: reservado à higiene pessoal dos clientes. Os estabelecimentos gastronômicos devem seguir as recomendações sobre as características da estrutu- ra e edificação citadas pela legislação vigente. 9 Vamos ver quais são essas recomendações nas legislações vigentes sobre boas práticas? LOCALIZAÇÃO 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) A edificação e as instalações devem ser projetadas de forma a possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação de alimentos e a facilitar as operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso, desinfecção. O acesso às instalações deve ser controlado e independente, não comum a outros usos. O dimensionamento da edificação e das instalações deve ser compatível com todas as operações. Deve existir separação entre as diferentes atividades por meios físicos ou por outros meios eficazes de forma a evitar a contaminação cruzada. As áreas internas e externas do estabelecimento devem estar livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente, não sendo permitida a presença de animais. 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Área externa livre de focos de insalubridade, tais como lixo, objetos em desuso, animais, poeira, água estagnada, e de vetores e pragas urbanas. Acesso direto e independente, não comum à habitação e outros usos. A construção deve atender às normas de edificações vigentes estaduais ou municipais. Deve ser concebida de modo a restringir o trânsito de pessoas não essenciais à produção e garantir acessibilidade à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. PISO, PAREDES, FORROS E TETOS Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) As instalações físicas como piso, parede e teto devem possuir revestimento liso, im- permeável e lavável. Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos, dentre outros e não devem transmitir contaminantes aos alimentos. 1.PISO Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Material liso, resistente, impermeável, lavável, de cores claras e em bom estado de conservação, antiderrapante, resistente ao ataque de substâncias corrosivas e que seja de fácil higienização (lavagem e desinfecção). Deve ter Inclinação suficiente em direção aos ralos. Em áreas que permitam existência, os ralos devem ser sifonados, e as grelhas devem possuir dispositivos que permitam o fechamento. 10 2. PAREDES Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Acabamento liso, impermeável, lavável, de cores claras, isento de fungos (bolores) e em bom estado de conservação. Se for azulejada deve respeitar a altura mínima de 2 metros. Deve ter ângulo arredondados no contato com o piso e teto. 3. FORROS E TETO Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Acabamento liso, impermeável, lavável, de cores claras e em bom estado de conser- vação. Deve ser isento de goteiras, vazamentos, umidade, trincas, rachaduras, bolor e descascamento. Se houver necessidade de aberturas para ventilação, estas devem possuir tela com espaçamento de 2 mm e removíveis para limpeza. O pé direito no mínimo 3 metros no andar térreo e 2,7metros em andares superiores. 4. PORTAS E JANELAS 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) As portas e as janelas devem ser mantidas ajustadas aos batentes. As portas da área de preparação e armazenamento de alimentos devem ser dotadas de fechamen- to automático. As aberturas externas das áreas de armazenamento e preparação de alimentos, inclusive o sistema de exaustão, devem ser providas de telas milimetradas para impedir o acesso de vetores e pragas urbanas. As telas devem ser removíveis para facilitar a limpeza periódica. 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) As portas devem ter superfície lisa, de cores claras, de fácil limpeza, ajustadas aos batentes, de material não absorvente, com fechamento automático (mola ou similar) e protetor de rodapé. As entradas principais e os acessos às câmaras devem ter mecanismos de proteção contra insetos e roedores. Janelas com telas milimétricas limpas, sem falhas de revestimento e ajustadas aos batentes. As telas devem ter malha de 2 mm e serem de fácil limpeza e em bom estado de conservação. As janelas devem ser protegidas de modo que os raios solares não incidam direta- mente sobre os alimentos ou equipamentos mais sensíveis. ILUMINAÇÃO 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) A iluminação da área de preparação deve proporcionar a visualização de forma que as atividades sejam realizadas sem comprometer a higiene e as características senso- riais dos alimentos. As luminárias localizadas sobre a área de preparação dos alimen- tos devem ser apropriadas e estar protegidas contra explosão e quedas acidentais. 11 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) O ambiente deve ter iluminação uniforme, sem ofuscamentos, sem contrastes ex- cessivos, sombras e cantos escuros. As lâmpadas e luminárias devem estar limpas e protegidas contra explosão e quedas acidentais e em bom estado de conservação, sendo que não deve alterar as características sensoriais dos alimentos. VENTILAÇÃO 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) A ventilação deve garantir a renovação do ar e a manutenção do ambiente livre de fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão, condensação de vapores dentre outros que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária do alimento. O fluxo de ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos. Os equipamentos e os filtros para climatização devem estar conservados. A limpeza dos componentes do sistema de climatização, a troca de filtros e a manutenção programada e periódica destes equipamentos devem ser registradas e realizadas conforme legislação específica. 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Deve garantir conforto térmico, a renovação do e que o ambiente fique livre de fun- gos, gases, fumaça, gordura e condensação de vapores. A circulação de ar, deve ser feita com o ar insuflado e controlado através de filtros ou através de exaustão com equipamentos devidamente dimensionados. A direção do fluxo de ar nas áreas de pre- paro de alimentos deve ser direcionada da área limpa para área suja. Não devem ser utilizados ventiladores nem aparelhos de ar condicionado nas áreas de manipulação.O conforto térmico pode ser assegurado por aberturas de paredes que permitam a circulação natural de ar, com área equivalente a 1/10 da área do piso. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E VESTIÁRIOS 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar diretamente com a área de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios, devendo ser man- tidos organizados e em adequado estado de conservação. As portas externas devem ser dotadas de fechamento automático. As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de produtos des- tinados à higiene pessoal tais como papel higiênico, sabonete líquido inodoro antis- séptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico e toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. Os coletores dos resíduos devem ser dotados de tampa e acionados sem contato manual. 12 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Deve existir banheiros separados para cada sexo, em bom estado de conservação, constituído de vaso sanitário, pia e mictório para cada 20 funcionários, disposto de bacia com tampa, papel higiênico, lixeira com tampa acionada por pedal, mictórios com descarga, pias para lavar as mãos, sabonete líquido ou sabão antisséptico, toa- lha de papel, de cor clara, não reciclado. Nas instalações sanitárias exclusivas para funcionários das empresas produtoras de alimentos fica proibido o descarte de papel higiênico em lixeira, devendo ser este diretamente no vaso sanitário. As instalações sanitárias devem ser bem iluminadas, paredes e piso de cores claras, de material liso, resistente e impermeável, portas com molas, ventilação adequada com janelas teladas. Não devem se comunicar diretamente com a área de manipula- ção de alimentos ou refeitórios. ESGOTAMENTO SANITÁRIO 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão compatível ao volume de resíduos, devendo estar localizadas fora da área de preparação e armazenamento de alimentos e apresentar adequado estado de conservação e funcionamento. 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Ligado à rede de esgoto, ou quando necessário tratado adequadamente para ser eliminado através de rios ou lagos. Não deverá existir dentro das áreas de preparo de alimentos, caixa de gordura ou de esgoto. REDE HIDRÁULICA 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) As instalações devem ser abastecidas de água corrente e dispor de conexões com rede de esgoto ou fossa séptica. Quando presentes, os ralos devem ser sifonados e as grelhas devem possuir dispositivo que permitam seu fechamento. Devem existir lavatórios exclusivos para a higiene das mãos na área de manipulação, em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo dos alimentos e em número suficiente de modo a atender toda a área de preparação. Os lavatórios devem possuir sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antissép- tico, toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de secagem das mãos e coletor de papel, acionado sem contato manual. Não deve existir sabão antisséptico para higiene das mãos nas pias utilizadas para manipulação e preparo dos alimentos, devido ao alto risco de contaminação química dos alimentos. 13 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) A água utilizada para o consumo direto ou no preparo dos alimentos deve ser contro- lada independente das rotinas de manipulação dos alimentos. É obrigatório a existência de reservatório de água. O reservatório deve estar isento de rachaduras e sempre tampado, devendo ser limpo e desinfetado nas seguintes situações: quando for instalado a cada 6 meses na ocorrência de acidentes que possam contaminar a água (animais, sujeira, enchentes). A água para consumo deve ser límpida, transparente, insípida e inodora. As águas de poços, minas e outras fontes alternativas só devem ser usadas desde que não exista risco de contaminação (fossa, lixo, pocilga) e quando submetidas a tratamento de desinfecção. A utilização de sistema alternativo de abastecimento de água deve ser comunicada à Autoridade Sanitária. Local de higienização de utensílios deve conter água quente e fria. REDE ELÉTRICA 1.Legislação federal - Resolução RDC 216/04 (BRASIL, 2004) As instalações elétricas devem estar embutidas ou protegidas em tubulações exter- nas e íntegras de tal forma a permitir a higienização dos ambientes. 2.Legislação estadual - Portaria CVS 5/2013 (SÃO PAULO, 2013) Sistema de aterramento em todos os equipamentos, para evitar acidentes; fácil acesso ao quadro de comando; energia monofásica e trifásica; tomadas individuais e blindadas (IP: índice de proteção). LeiTura comPLemenTar Uma dica de leitura complementar sobre a estruturação de cozinhas para ampliar seu conhecimento é ler na íntegra as legislações vigentes sobre boas práticas de fabricação específicas: » Portaria CVS 5/2013, que aprova o regulamento técnico sobre boas práticas para estabelecimentos comerciais de alimentos e para serviços de alimentação, e o roteiro de inspeção, anexo (LINK) » Resolução RDC 216/2004, que dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação, a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado (LINK) » Resolução RDC 275/2002, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. (LINK) » Portaria SVS/MS 1.428/93, que aprova, na forma dos textos anexos, o “Regulamento Técnico para Ins- peção Sanitária de Alimentos”, as “Diretrizes para o Estabelecimento de Boas Práticas de Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos» e o «Regulamento Técnico para o Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ´s) para Serviços e Produtos na Área de Alimentos”. (LINK) www.cvs.saude.sp.gov.br/up/PORTARIA%2520CVS-5_090413.pdf http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388704/RESOLU%2525C3%252587%2525C3%252583O-RDC%252BN%252B216%252BDE%252B15%252BDE%252BSETEMBRO%252BDE%252B2004.pdf/23701496-925d-4d4d-99aa-9d479b316c4b http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_275_2002_COMP.pdf/fce9dac0-ae57-4de2-8cf9-e286a383f254 http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388704/Portaria_MS_n_1428_de_26_de_novembro_de_1993.pdf/6ae6ce0f-82fe-4e28-b0e1-bf32c9a239e0 14 » Portaria SVS/MS 326/97, que estabelece os requisitos gerais (essenciais) de higiene e de boas práti- cas de fabricação para alimentos produzidos /fabricados para o consumo humano. (LINK) TiPoS de LaY ouT´S de coZinHaS No tópico anterior nós exploramos sobre a estruturação e as características físicas de uma cozinha, se- guindo as recomendações da legislação vigente. Com certeza você pode perceber que o assunto é amplo, não é mesmo? Mas o assunto ainda não se encerrou... E agora chegamos ao terceiro tópico! E a resposta da pergunta: Como seria a cozinha ideal de um estabelecimento? Ela ainda não foi concluí- da... Então vamos explorar mais o tema! Neste tópico vamos enfatizar sobre a aplicação e importância do estudo de layout de cozinhas. No livro- texto este assunto é descrito entre as páginas 3 e 19. As cozinhas são locais de produção, certo? Portanto, é necessário que haja estudos dos fluxos de funcio- nários, de clientes, das matérias-primas e dos equipamentos que possam ocorrer nos estabelecimentos gastronômicos. Layout é uma palavra inglesa que tem como significado diagramação, é um projeto ou croqui mostrando a distribuição física, de mobiliário, objetos e pessoas num determinado espaço. Pode ser apenas formas rabiscadas numa folha para depois realizar o projeto ou pode ser o projeto em fase de desenvolvimento(Figura 9 do livro-texto). O termo layout pode também configurar-se como projeto envolvendo diferentes cadeias associativas e técnicas visuais sempre com objetivo e função. As decisões que você adota quando configura um local afetam o grau de eficiência com que pode traba- lhar. O planejamento adequado ajuda a economizar dinheiro e tempo. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs1/1997/prt0326_30_07_1997.html 15 No projeto do layout deve-se também verificar a questão ergométrica dos mobiliários e equipamentos, seguindo as recomendações da NR-17 (estabelecia pela Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990): 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos míni- mos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; (117.007-4 / I2) b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; (117.008-2 / I2) c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2) 17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. (117.016-3 / I2) 17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar ade- quados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Bom, já é fato que uma cozinha gastronômica deve ser um ambiente funcional (que seja um ambiente que promova um ótimo trabalho) e que não ofereça perigos, portanto, um ambiente com segurança do trabalho. Segundo Sant´Ana (2012), em Planejamento Físico-funcional de Unidades de Alimentação e Nutrição, a configuração geométrica deve facilitar o fluxo das atividades, a localização dos setores, diminuir os riscos para os alimentos e a utilização de iluminação e ventilação natural. Para que isso ocorra devemos considerar o princípio básico do layout de uma cozinha que é o trabalho em formato de triângulo (aplicando uma linha imaginária, claro!). Esta linha imaginária está ligada as três principais áreas de trabalho dentro da cozinha que são: armazenamento, fogão e cubas. E a soma desta linha não deve ser maior do que 7 (sete) ou 8 (oito) metros e para a circulação nos setores de produção deve-se planejar espaços que não sejam menores que 1 metro. A configuração mais indicada tanto para os setores quanto para a cozinha é a retangular (Figura 1), no entanto há outras configurações disponíveis e indicadas para esta finalidade, como a configuração em “H” (Figura 2), a configuração em “L” (Figura 3), a configuração em “U” (Figura 4). Porém, há configurações menos indicadas como a quadrada, a redonda e a hexagonal. Figura 1. Formato retangular, sugerido para cozinha. 16 O formato retangular oferece uma distribuição do fluxo com uma solução mais simples para a falta de espaço. Figura 2. Formato configuração em “H”, sugerido para cozinha. Figura 3. Formato configuração em “L”, sugerido para cozinha. Os formatos “H” e “L” oferecem um esquema que permite flexibilidade quando houver um número redu- zido de funcionários. Figura 4. Formato configuração em “U”, sugerido para cozinha. O formato “U” proporciona bastante espaço para bancadas e armários, ele permite um fluxo com distân- cias menores, otimizando a produção. Você deve estar se perguntando: mas, qual é a configuração que devo escolher? E você deve estar ima- ginando a resposta: depende dos fatores que interferem e que estão relacionados com as características da cozinha estudada! Por isso, estamos aprofundando cada vez mais o assunto e é importante você con- seguir fazer as associações de cada assunto. 17 Na unidade 3 do livro-texto são apresentadas as características de cozinhas especializadas, como as hos- pitalares e catering aéreo. Os princípios para a aplicação dos estudos de layout é a mesma independente do serviço, o importante é que devemos compreender a dinâmica de cada local. Portanto, projetar a distribuição física, de mobiliário, objetos e pessoas demonstrará os espaços para circulação e sua adequação para os funcionários executarem suas atividades, otimizando a produção e diminuindo o risco de contaminação dos alimentos. FaToreS inTerFerenTeS no dimenSionamenTo No item anterior compreendemos e observamos que o estudo do layout da cozinha é importante para fazer uso do espaço da forma mais adequada possível, tanto para aumentar a eficiência das atividades dos funcionários como para diminuir os riscos de contaminação dos alimentos. O espaço que um funcionário necessita individualmente depende de fatores, como cita (SILVA FILHO, 1996), no Manual básico para planejamento e projeto de restaurantes e cozinhas industriais: Número de funcionários que desenvolvem atividades na produção e que trabalham no mesmo espaço. Quantidade, porte e tipo de equipamento. Na página 17, do livro-texto, há a descrição da décima prática que reforça este fator, que é sobre as principais áreas de trabalho nos departamentos de serviços de alimentação e o planejamento tendo em mente a necessidade específica de cada espaço. Tipo de cardápio e serviço a ser oferecido. Espaço necessário para estocagem do produto. Assim, as áreas de circulação devem ter no mínimo 1,20m de largura, as áreas de circulação entre os equipamentos devem ter cerca 0,90m e diante dos caldeirões, 1,20m (SILVA FILHO, 1996). A determinação do número de setores de um estabelecimento gastronômico depende de alguns fatores, como: a) Tipo de clientes (atividade física, faixa etária etc.). b) Tipo de cardápio (básico, intermediário ou superior). c) Tipo de refeições e os seus números (Desjejum, Almoço, Jantar, Ceia, Lanches). d) Tipo de serviço. e) Política de compras e abastecimento. f ) Período de distribuição das refeições. Conseguiu perceber que foram os mesmos fatores apontados no item 2 deste guia? Porém, isso não é a repetição do assunto, mas o reforço para você compreender como o planejamento físico está totalmente relacionado com o diagnóstico sobre o local. Então, vamos aprofundar mais ainda o assunto (porque ainda não acabou!). 18 Quais seriam as necessidades de equipamentos de cada setor? Quais seriam as necessidades de cada setor por área: • Área de administração e armazenamento: a) Setor de recebimento: conter, quando possível, pia para pré-higiene dos vegetais e outros produtos. b) Estoque: deve ter prateleiras para o armazenamento dos insumos. A estrutura física deve ter uma ven- tilação adequada, sendo natural ou artificial. No estoque não devem existir equipamentos que propiciem condições que interfiram na qualidade e nas condições sensoriais dos alimentos. c) Câmaras frigoríficas: estas devem apresentar as seguintes características: antecâmara para pro- teção térmica; revestimento com material lavável e resistente; nível do piso igual ao da área externa; termômetro permitindo a leitura pelo lado externo; interruptor de segurança localizado na parte externa da câmara, com lâmpada piloto indicadora “ligado - desligado”; prateleiras em aço inox ou outro material apropriado; porta que permita a manutenção da temperatura interna; dispositivo de segurança que permi- ta abri-la por dentro, quando utilizar porta hermética. d) Sala da administração: a área deve estar localizada acima do piso da área total da cozinha, com visor que facilite a supervisão geral do ambiente e das operações de processamento. Deve ser uma área que comporte móveis para escritório. e) Estoque de material de limpeza: deve ter prateleiras e tanque provido de água fria e quente. f) Câmara de lixo: o lixo deve estar devidamente adicionado,de modo que não represente riscos de contaminação. Não existe na legislação federal e estadual (BRASIL, 2004; SÃO PAULO, 2013) a obriga- toriedade da instalação de câmaras refrigeradas para lixo, porém, o equipamento deve ser considerado interessante no processo de reciclagem e diminuição de risco de contaminação na cozinha. Já para o material passível de reciclagem, uma das práticas usuais é a separação por tipo e o envio para postos de coleta. g) Lavabos, vestiários e banheiro: não devem ter comunicação direta para as salas de trabalho (cozi- nha). Devem conservar-se sempre impecavelmente limpos e munidos dos materiais necessários (papel, matérias de higiene...). Devem ser separados por gênero (masculino e feminino) e conter pia para higieni- zação das mãos, chuveiros, armários e vaso sanitário. • Área de produção a) Pré-preparo e preparo de hortifruti: o setor deve dispor de bancadas e cubas de material liso, re- sistente, e de fácil higienização, para manipulação dos produtos vegetais. b) Pré-preparo e preparo de carnes: área para manipulação (pré-preparo) de carnes, aves e pescados, sem cruzamento de atividades. Deve ter bancadas, equipamentos e utensílios de acordo com as prepara- ções. Quando for climatizado deve manter temperatura entre 12 e 18 º C. 19 c) Setor de pré-preparo de massas: deve ter bancadas e cubas de material liso, impermeável e de fácil higienização. d) Setor de higienização de utensílios: local separado e isolado da área de processamento, contendo água quente e fria, além de espaço suficiente para guardar peças de equipamentos e utensílios limpos. O retorno de utensílios sujos não deve oferecer risco de contaminação aos que estão guardados. e) Setor de cocção: área para cocção com equipamentos que se destinem ao preparo de alimentos quentes. Não deve existir nesta área equipamentos refrigeradores ou congeladores porque o calor exces- sivo compromete os motores dos mesmos. f) Central de gás: de acordo com a ABNT deve existir área exclusiva para armazenamento de recipientes de GLP e seus acessórios. A delimitação desta área deve ser com tela, grades vazadas ou outro processo construtivo que evite a passagem de pessoas estranhas à instalação e permita uma constante ventilação. • Área de distribuição a) Setor de higienização de utensílios para refeitório: esta área deve ser adjacente ao refeitório, comunicando-se com este através de guichê para recepção do material usado. Os utensílios de mesa já higienizados não devem entrar em contato com os sujos. b) Refeição (salão): área de consumação ou refeitório deve ter as mesmas características das áreas de preparo dos alimentos. Podem permanecer no refeitório os equipamentos para distribuição de alimentos, como o balcão térmico, balcão refrigerado, refresqueiras, bebedouros, utensílios de mesa, geladeira para bebidas. No refeitório é permitida a existência de ventiladores de teto ou chão, desde que o fluxo de ar não incida diretamente sobre os ornamentos, as plantas e os alimentos. c) Sanitários para clientes: deve ser separado por gênero (masculino e feminino) e conter pia para higienização das mãos e vaso sanitário. Portanto, a necessidade de cada cozinha dependerá do estudo dos fatores que podem influenciar no di- mensionamento do estabelecimento gastronômico. ParÂmeTroS de dimenSionamenTo em diFerenTeS áreaS de ProduÇÃo de aLimenToS No item anterior, os fatores que influenciam no dimensionamento de uma cozinha demonstram ainda mais o que estamos reforçando desde o primeiro item deste guia de estudos. E o quê vamos fazer agora? Vamos, enfim, juntar todos os fatores contextualizando com o dimensiona- mento nas diferentes áreas de produção numa cozinha. Estamos preparados? Cozinhas industriais trabalham com um número grande de comensais e, por essa razão, precisam de um espaço bem planejado, com os equipamentos corretos para oferecer alimentos com qualidade gastro- nômica. A preocupação com esses fatores resulta no surgimento de novas tecnologias e mexe com a 20 organização das cozinhas gastronômicas. Para determinar o espaço de cada setor, considera-se o número de refeições, tipo de distribuição, o número de clientes, qualidade e tipo de cardápio, a localização, a quantidade e a qualidade do pessoal disponível e o tipo e a quantidade de equipamentos disponíveis. Como vimos anteriormente, certo? Irei apresentar algumas propostas que utilizam índices para o dimensionamento da área total. A primeira proposta é de Silva Filho (1996): Sendo que o número de refeições deve ser considerado do horário de maior pico de produção (lembra que vimos sobre isso no item 2 deste guia de estudo?) e o coeficiente está apresentado no quadro 1. Quadro 1. Coeficiente para cálculo de dimensionamento da área conforme o número de refeições. Número de Refei- ções Coeficiente 100 0,90 150 0,80 200 0,70 250 0,60 300 0,50 400 0,40 500 a 600 0,35 700 a 1000 0,30 1500 0,28 2000 0,26 3000 0,24 5000 0,20 PraTicando Vamos fazer um exemplo para compreender melhor? Considerando que uma cozinha produz 300 refeições por dia no horário do almoço, sendo o período de pico de produção, portanto, 300 refeições multiplicado pelo coeficiente 0,50, poderia ter uma área total de 150m2. Dimensionamento da área nº refeições x coeficiente = área em m2 21 A segunda proposta é de Lanzillotti (1973) (Quadro 2). Quadro 2. Metragem para cálculo de dimensionamento da área conforme o número de pessoas. Número de Refei- ções m2 por pessoas 250 – 500 0,80 600 0,75 700 0,72 800 0,70 900 a 1.000 0,60 Acima de 1.000 0,50 Lanzilotti recomenda considerar o tipo de cardápio trabalhado na cozinha havendo um acréscimo de 5% no caso dos estabelecimentos com cardápio intermediário e de 10% com cardápio superior. O princípio para o cálculo é o mesmo que a proposta de Silva Filho (1996). Considerando o mesmo exemplo anteriormente apresentado, 300 refeições multiplicado pelo coeficiente 0,80, poderia ter uma área total de 240m2. Caso o padrão do cardápio fosse intermediário, o valor seria 252m2 (240m2 mais 5%), e se o padrão fosse superior o valor seria 265m2 (240m2 mais 10%). Os cálculos para o dimensionamento dos setores de produção de alimentos devem ser realizados separa- damente. Ainda segundo Lanzilotti, os parâmetros que podem ser considerados para o dimensionamento são apresentados a seguir: Quadro 3. Distribuição do percentual dos setores. Setorização Estocagem 10 a 12% da área total planejada Preparo (cocção) 16 a 20% da área total planejada Higienização 6 a 8% da área total planejada Distribuição das refeições 45 a 48% da área total planejada Administração 12% da área total planejada 22 PaLavraS FinaiS Prezado (a) Aluno (a)! Chegamos ao término da nossa primeira unidade da disciplina “Planejamento Físico em Serviços de Alimentação”. Espero que o conteúdo abordado contribua para o seu crescimento profissional. Ao final dessa temática podemos perceber que o planejamento físico é importante tanto no contexto econômico como na funcionalidade e operacionalidade do estabele- cimento gastronômico. Para isso, é necessário considerar as necessidades do estabele- cimento como fatores que interferem na sua construção, reforma ou ampliação. Com isso, podemos reforçar que o bom planejamento físico-funcional possibilita me- lhores condições operacionais para os funcionários e satisfaz os clientes com relação ao serviço fornecido. Lembre-se: Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e responda as ativida- des avaliativas. Elas são essenciais para fortalecer o seu aprendizado. Em caso de dú- vidas, consulte o seu tutor. Ele está a disposição para ajudá-lo (a) no que for necessário. Encontramo-nos na próxima unidade. Até lá! reFerênciaS BiBLiográFicaS BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria CVS 5, de 09 de abril de 2013. Aprova o regulamento téc- nico sobre Boas Práticas para serviços de alimentação, e o roteiro de inspeção. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 de abril de 2013. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Resolução – RDC Nº 216, de 15 de setembro de 2004. Estabelece procedimentos de boas Práticas para serviço de alimentação, garantindo as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 setem- bro de 2004. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Resolução – RDC Nº 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos operacionais padronizados apli- cados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista de verificação das boas práticas de fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 2002. 23 LANZILOTTI, H. S. Sistemática de funcionamentos para restaurante de comerciários. 1973. MEZOMO, Iracema de Barros. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6ª. ed., Barueri: Manole, 2015. SANT’ANA, Helena Maria Pinheiro. Planejamento Físico-funcional de Unidades de Alimentação e Nutrição. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012. SILVA FILHO, R. A. S. Manual básico para planejamento e projeto de restaurantes e cozinhas industriais. São Paulo: Varela, 1996. _GoBack Para início de conversa IMPORTÂNCIA E APLICABILIDADE NAS ÁREAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS COMPOSIÇÃO DE COZINHAS; ESTRUTURAÇÃO DE COZINHAS; FLUXO DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, ÁREAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS, COMPONENTES FÍSICOS DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO (PISO, PAREDES, TETO etc.) TIPOS DE LAY OUT´S DE COZINHAS FATORES INTERFERENTES NO DIMENSIONAMENTO PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO EM DIFERENTES ÁREAS DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
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