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BASES FISIOFARMACOLOGICAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Prof. Marcus Moura ANTI-HIPERTENSIVOS PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ANTI-HIPERTENSIVOS Fraive em 1856 1ª aferição acurada da PA 1896 esfigmomanômetro de Riva-Rocci precursor método clinico atual Em 1910 Korotkoff apresentou o 1º método de determinação da PAD ANTI-HIPERTENSIVOS O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Objetivos ↓ morbimortalidade > associação do tratamnto medicamentoso com o não medicamentoso para obter níveis pressóricos: < 140/90 mmHg e < 130/80 mmHg (diabetes, insuficiência cardíaca, comprometimento renal e prevenção de acidente vascular cerebral (AVC)). ANTI-HIPERTENSIVOS Hipertensão AVC Coronariopatia Doença vascular periférica ICC IRC HAS – Doença assintomática Progressiva Tratamento Monoterapia Politerapia ANTI-HIPERTENSIVOS Princípios da terapia anti-hipertensiva Não farmacológica à importante componente do tratamento. Controle da PA na HAS estágio 1 Perda ponderal (↑ peso) ↓consumo de sódio ↑exercício aeróbico ↓consumo de álcool Mudança no estilo de vida (MEV) Pode ser difícil para muitos Pode ↑ controle farmacológico da PA se só MEV é insuficiente. ANTI-HIPERTENSIVOS PA= Débito Cardíaco(DC) x Resistência Vascular Periférica (RVP) HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA PA = DC X RVP Fármacos ↓ PA por meio de suas ações sobre o DC ou RVP ou ambos. ↓ DC à ↓contratilidade miocárdio ou ↓pressão de enchimento ventricular. ↓pressão de enchimento ventricular à ↓ tônus venoso ou sobre o volume sanguíneo à efeitos renais. ↓ RVP ação sobre músculo liso dos vasos à relaxamento vascular. ação SNC (simpático) OS PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Ser eficaz por via oral e ser bem tolerado; Ter comodidade posológica (< n° tomadas diárias, com preferência para aqueles com posologia de dose única diária); Iniciar-se com as << doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser ↑ gradativamente: Levar em conta: > a dose à > a probabilidade de efeitos adversos; Considerar o uso combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com Hipertensão em estágios II e III; Respeitar o período mínimo de 4 semanas; salvo em situações especiais, para ↑dose, substituição da monoterapia ou mudança da associação de fármacos; Instruir o paciente sobre a doença hipertensiva, particularizando: a necessidade do tratamento continuado, a possibilidade de efeitos adversos dos medicamentos utilizados, a planificação, objetivos terapêuticos. Considerar as condições socioeconômicas; Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação química dos compostos. ANTI-HIPERTENSIVOS REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ANTI-HIPERTENSIVOS CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA A classificação utilizada até recente e preconizada pela SBC através da sua IV Diretriz de HAS, baseada no VI JNC americano, é a descrita na tabela abaixo. Nível da Pressão Arterial Classificação < 120 sistólica e < 80 diastólica Ideal < 130 sistólica e < 85 diastólica Normal 130~139 sistólica ou 86~89 diastólica Normal-alta 140~159 sistólica ou 90~99 diastólica Hipertensão Estágio 1 160~179 sistólica ou 100~109 diastólica Hipertensão Estágio 2 > 110 diastólica ou > 180 sistólica Hipertensão Estágio 3 ANTI-HIPERTENSIVOS Atividade cardíaca Volume circulante Freq. Card. Contratil. 1. Beta Bloq. 2. Bloq. C. Ca 3. IECA 4. Ativ. Adrenérgica C Sal Aldosterona IECA Diureticos PA = DC x RVP ANTI-HIPERTENSIVOS Hormônios 1. vasodilatores 2. prostaglandinas 3. IECA 4. boq. C. Ca Simp. periférico Receptores alfa beta 1. alfa bloq. 2. beta bloq. SNC 1. Atividade Adrenérgica central Local de ação 1. Atividade Adrenérgica periférica PA = DC x RVP ANTI-HIPERTENSIVOS CAUSAS ESPECÍFICAS CONSTRIÇÃO DA ARTÉRIA RENAL COARCTAÇÃO DA AORTA FEOCROMOCITOMA ALDOSTERONISMO PRIMÁRIO ANTI-HIPERTENSIVOS OS ANTI-HIPERTENSIVOS •Diuréticos •Inibidores adrenérgicos (ação central, a-1- bloqueadores, b-bloqueadores) •Vasodilatadores diretos •Bloqueadores de canais de cálcio (BCC) •Inibidores da enzima conversora da Angiotensina (IECA) •Antagonistas do receptor AT1 da Angiotensina II (AII) Diuréticos •+ mais usados no tto da HAS, em todo o mundo, + de 30 anos. •Vital no controle da HAS, isolado ou associado com outras drogas. •Têm demonstrado redução de morte e de complicações cardiovasculares. Mecanismos de Ação •Local de ação é o néfron. •O mecanismo exato pelo qual os diuréticos baixam a PA ainda não está devidamente esclarecido. Inicialmente, produzem leve depleção de Na+. Com a continuação da terapia, ocorre também ↓ da resistência vascular periférica. Efeitos adversos – podem eliminar K+ com doses moderadas ou elevadas. Os fármacos anti-hipertensivos são classificados de acordo com seus locais ou mecanismos de ação Diuréticos Tiazídicos e agentes relacionados (hidroclorotiazida, clortalidona, etc.) De Alça (furosemida, bumetanida, orsemida, ácido etacrínico) Poupadores de K+ (amilorida, triantereno, espironolactona) ANTI-HIPERTENSIVOS DIURÉTICOS þ TIAZÍDICOS HIDROCLOROTIAZIDA( Hidrodiuril) CLORTALIDONA(Higroton) ðPorção inicial do túbulo distal , diminui a reabsorção do NaCl. ÄINDICAÇÕES ²HIPERTENSÃO ²ICC ²CÁLCULO RENAL ²INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ²HIPERCALCEMIA ÄRISCOS ²HIPOCALEMIA ²HIPONATREMIA ² ALCALOSE HIPOCLORÊMICA ²HIPOMAGNESEMIA ²HIPERURICEMIA Tipo de Diurético Hidroclorotiazida (HCT) •Padronizado para uso rotineiro. •Deve ser usado, na maioria das vezes, como droga inicial, permitindo uma ação anti-hipertensiva lenta, com reações compensatórias reflexas menos intensas. •A prevenção dos efeitos colaterais da HCT (dislipidemias, intolerância a glicose, hipopotassemia, impotência sexual e hiperuricemia) é alcançada com doses cada vez menores e vigilância dessas alterações. •Não se deve ultrapassar a dose de 50 mg/dia. •Estudos mostram ↓excreção urinária de Ca++ àassociado ↓incidência de fraturas em pacientes idosos que usam HCT. •Pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica (IRC) (creatinina > que 3,0 mg/dl)àfurosemida, ao invés da HCT. •Em diabéticos: doses baixas (12,5 a 25 mg/dia), o que ↓ efeitos adversos. •Deve-se, ainda, monitorizar o K+ e a glicemia. ANTI-HIPERTENSIVOS þ POUPADORES DE POTÁSSIO ESPIRONOLACTONA (Aldactone) AMILORIDA (Midamor) TRIANTERENO (Direnium) Túbulo coletor cortical, competição pelos receptores da aldosterona ANTI-HIPERTENSIVOS þ DE ALÇA ÁC. ETACRÍNICO (Edecrin) FUROSEMIDA (Lasix) Alça de henle , inibição do cotransporte luminal de Na+ , K+ e 2 Cl- ANTI-HIPERTENSIVOS CAPTOPRIL ENALAPRIL LISINOPRIL IECA ARA-II Antagonistas dos Receptores da Angiotensina II LOSARTAN (50-100mg/dia) VALSARTAN (80-160mg/dia) IRBESARTAN (150-300mg/dia) TELMISARTAN CANDESARTAN (8-16mg/dia) Os inibidores da enzima conversora da angiotensina – IECA Representam grande avanço no tto da HA. Mecanismo de ação – •inibem a formação de angiotensina II, bloqueando a enzima conversora de angiotensina (ECA). •A angiotensina II é um dos maiores vasoconstrictores conhecidos e se origina por uma clivagem sequencial do angiotensinogênio pela renina e enzima conversora. •Para a formação da angiotensina II, vindo da angiotensina I, faz-se necessária a presença da enzima conversora (ECA). •Essas drogas bloqueiam essa enzima, que transforma a AI em AII (convertase). Possuem perfil hemodinâmico e metabólico favorável e podem ser usadas em associação a outras drogas. ANTI-HIPERTENSIVOS Katzung/98 CAPTOPRIL Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) Captopril, enalapril, lisinopril, quinapril, ramipril, benazepril, fosinopril, moexipril, perindopril, trandolapril) Do ponto de vista terapêutico, os IECA, além da ↓PA sistêmica, ↓pressão intraglomerularà proteçãorenal específica. •Contra-indicadas na gestação ou em mulheres com risco de engravidar, pela possibilidade de malformação fetal. Tipo de IECA Captopril – foi o primeiro inibidor ECA. Tem indicação formal para os hipertensos portadores de diabetes, pelo fato de provocar ↓pressão intraglomerular, tão danosa para a função renal, e evitar perda de albumina pela urina (albuminúria). Vantagem à não prejudicar a sensibilidade à insulina e o perfil lipídico do plasma, e associa-se à ↓Hipertrofia Ventricular Esquerda – HVE. Antagonistas do receptor de Angiotensina II Losartana, candesartana, irbesartana, valsartana, telmisartana, eprosartana. FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA RESPOSTA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA � Não-adesão ao tratamento; � Utilização equivocada da medicação; � Hipertensão do jaleco branco; � Aferição inadequada da PA � Pseudo-hipertensão em idosos; � Estilo de vida: tabagismo, ingestão excessiva de sal, consumo diário > 30 g/ dia de etanol pelos homens e 15 g/dia pelas mulheres e por pessoas magras, ↑ peso crescente; Referências Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica – Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.
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