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Aula 19 de Direito Processual Civil IV

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Aula 19 do dia 03/11/2016
REVISÃO ÚLTIMA AULA
Primeiro nós conversamos sobre o agravo (00:19), basicamente trabalha com a possibilidade de receber em juízo de admissibilidade negativo na instância de origem quando apresenta recurso especial e recurso extraordinário. 
Qual (00:30) nesse caso?
Lembrem-se que lá no art. 1030, são basicamente 5 incisos: 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
I – negar seguimento:
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036;
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
Qual é o detalhe? 
Se olhar para essas 5 possibilidades, concorda comigo que o inciso II e IV não são objetos de recurso. Afinal de contas, as decisões (02:10), estou devolvendo para Câmara fazendo juízo de retratação, e isso não cabe recurso. “Escolhi seu recurso, ele vai pra Brasília”, também não cabe recurso.
 Logo que eventualmente que ao apresentar em especial extraordinário podem querer recorrer, são os incisos I, III e V. 
O grande cuidado que deve ter, é que o agravo do art. 1042 só é cabível no juízo de admissibilidade negativo. Não confundam admissibilidade, requisitos de admissibilidade com negar seguimento sobrestado. Porque na hora que pega o art. 1030, ele vai falar que dessa decisão cabe agravo interno. Que fique claro a diferença: o agravo interno é julgado pelo próprio tribunal jurídico, enquanto o agravo do art. 1042 é julgado por STF e STJ. Esse é o primeiro ponto. 
O segundo ponto que gerou uma certa dúvida na nossa cabeça na hora da aula que não pode ter confusão, é a possibilidade de sobrestamento do agravo. 
(Pergunta de aluno 03:40) lembra que o negar seguimento é discutir a existência ou não de jurisprudência em STF e STJ que fala que o recurso não vai chegar em lugar nenhum. Na verdade, ele não esta falando sobre tempestividade, se recolheu ou não o preparo, se matéria tal esta questionada, o negar seguimento esta dizendo que não vai mandar o recurso para Brasília porque o STF já disse que não cabe extraordinário nesse caso que não tem (04:50) federal, ou porque eventualmente STF ou STJ já julgaram recursos repetitivos dizendo que esse recurso não faz sentido. Então não é admissibilidade.
Quando estávamos lá na conversa do especial e extraordinário do art. 1030, negar seguimento não é negar admissibilidade. 
Voltando...
O segundo ponto que gerou uma certa dúvida na nossa cabeça na hora da aula que não pode ter confusão, é a possibilidade de sobrestamento do agravo. 
Poxa, o sujeito está apresentando um agravo do art. 1042 justamente para destrancar o especial do extraordinário, e aí agora o recurso não sobe? Lembrem-se que se eventualmente a tese que está sendo discutida no seu especial e no seu extraordinário, é uma tese que está parada que vai ser julgada por STF e STJ, não faz sentido mandar o agravo de uma vez. Porque pensa: eu recebi uma decisão dizendo que o recurso do Fernando intempestivo deu bomba na admissibilidade. Ai o vice-presidente e presidente estão errados. Ele é tempestivo. Eu faço o agravo. Mas o tema que estou discutindo nesse recurso que ele falou que é intempestivo, é um tema que encontra a sua discussão paralisada lá em cima no STF e no STJ para julgamento repetitivo. 
Olha que coisa estranha: ao mandar processamento ao agravo e manda pra Brasília, só. O agravo é julgado, e por exemplo, provido. 
Automaticamente eu deveria julgar quem?
 Especial e extraordinário ficou trancado. 
Eu posso julgar esse recurso? 
Não porque está no sistema julgamento repetitivo sobrestado. E mais, seja intempestivo, seja do exercito, seja o que for, imagina que eu no recurso estou defendendo uma tese que esta sendo discutida lá em Brasília, e no final ela fala que não para essa tese, todos os recursos especiais e extraordinários estão automaticamente não providos porque Brasília entendeu que é “não” para essa tese. 
Então vou mandar o recurso para cima para que? Ainda que ele seja tempestivo ele vai chegar em algum lugar? 
Não. 
Por isso que vou sobrestar também quem? 
O agravo se a tese está sendo discutida no especial e extraordinário esta sobrestada. Eu espero o julgamento da tese. Passou o julgamento da tese e ainda tem interesse, aí tudo bem, mando o agravo. 
Aí começamos a falar dos Embargos de Divergência. 
Na nossa conversa dentro dos embargos de divergência, alguns detalhes. 
Primeiro deles. Lembrem-se que vocês estão discutindo uniformização de jurisprudência interna de STF e STJ. E dentro dessa uniformização, lembrem-se que os embargos de divergência, para entender o seu cabimento e que situação ele é utilizado, tem que pensar em dois julgados. Primeiro que chamamos de julgado embargado e segundo que chamamos de julgado paradigma. 
Julgado embargado é exatamente a decisão que vocês acabam de receber, contrária/desfavorável, ao nosso entendimento. Necessariamente ele é um acórdão que acaba de julgar ou um recurso especial do STJ, ou um recurso extraordinário nulo, STF.
Qualquer outro acórdão proferido pelo STF ou STJ (ação rescisória, mandado de segurança, recurso ordinário constitucional), estes acórdãos permitem o uso de embargos de divergência? 
Não. 
Estou diante de um julgamento colegiado de um especial ou de um extraordinário. Lembrando que tem que ser acórdão, não pode ser decisão monocrática. Que daria aí uma (09:38) da súmula nº 316 que vai dizer que eventual interposição de (09:46) agravo regimental em face de uma decisão monocrática, e juntou um recurso especial, deveria usar os embargos de divergência. Pega essa palavra agravo regimental e coloca agravo interno. A sumula continua tratando da mesma questão. Não cabe embargos de divergência em face da decisão monocrática, mas em face dessa decisão monocrática, eu forcei o colegiado via agravo interno, no acórdão que julga agravo interno, cabe embargos de divergência. 
Julgado paradigma tem que ser um acórdão interno de colegiado distinto. 
O que significa isso? 
Basicamente não pode ser uma decisão monocrática, tem que ser uma decisão coletiva, mas que não necessariamente é um acórdão que julgou especial ou extraordinário. O paradigma pode ser o julgamento de um mandado de segurança, de uma ação declaratória de constitucionalidade. 
A questão é: tem que ser um acórdão de dentro do STF ou do STJ, de um colegiado diferente daquele que acaba de julgar o meu caso.Então foi a primeira turma do STF que julgou meu caso, tem que procurar jurisprudência ou na segunda turma ou no (11:40); em uma das sessões ou em órgão especial. 
Colegiado distinto. A única chance de utilizar um acórdão do mesmo colegiado que estamos, é se demonstrar a modificação dos membros da composição daquela turma, de pelo menos 3 membros. Problema que demora muito tempo, e lembrem-se que a divergência interna que vocês vão uniformizar tem que ser uma divergência atual, ela tem que existir no momento que é feito o embargo de divergência. Se por algum motivo já ocorreu uma mudança de posicionamento, os embargos já não são mais cabíveis. 
Vamos imaginar que até semana passada tinha divergência entre a primeira turma e a segunda do STF com relação a um determinado direito fundamental de servidor público, que não existe mais a divergência, não cabe mais embargos. Pode ser de seis meses atrás, se não tem mais divergência, não cabe embargos. 
(CONTINUAÇÃO ESQUEMA DO PROFESSOR)
Embargos de Divergência
· Não cabimento:
→ Discussão de valor de indenização de dano moral (Súmula nº 420 - STJ)
Esse tema não vai ser objeto de discussão de embargos de divergência. 
Na verdade, já vimos que vamos ter dificuldade disso no recurso especial, por causa da Súmula nº 7.
· Tempestividade: prazo de 15 dias (art. 1.003, § 5º)
Art. 1.003.  O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
Regra em geral, tem 15 dias para embargar, parte contraria tem 15 dias para responder, sem nenhuma possibilidade no uso de recurso adesivo. 
Não se esqueça que as leis em espécie que admitem o uso de recurso adesivo: apelação, recurso especial e recurso extraordinário. 
· Preparo: incidência
Salvo aí eventual situação que vocês sejam a parte pública (MP, beneficiário da assistência judiciária gratuita, etc.), tem que recolher o preparo. 
Aquele mesmo cuidado que falei para vocês no especial, é cabível aqui. Lembrem-se que se fizer pesquisa de jurisprudência, pegar artigo velho, decisão velha, até 2008 o STJ não cobrava custas de nada. No final de 2008 teve uma mudança legislativa, e no inicio de 2009 ele passa a cobrar tudo. 
“Achei um artigo que fala que não tem preparo nos embargos de divergência”, olha a data! 
· Regularidade formal: petição escrita dirigida ao relator
Os embargos de divergência são dirigidos para o relator do recurso especial e do recurso extraordinário. Ele recebe o recurso, vai dar vistas para a parte embargada e, via de regra, os embargos sofrem redistribuição. 
· Exemplo: quem foi relatora do recurso especial foi a Luana, eu faço os embargos direcionado a ela. Mas é ela que vai ser a relatora dos embargos de divergência? Não. Vai ter uma redistribuição ate para garantir, no caso concreto, um pouquinho de imparcialidade. Imagina ela fazendo o relatório que ela já foi contraria a ele no especial, situação complicada. 
O ideal é que eu troque a relatoria. 
O maior cuidado que deve ter na peça dos embargos de divergência, é lembrar da regra que a gente conversou no recurso especial por divergência de interpretação. Vamos lembrar que uma das hipóteses de cabimento do recurso especial é a existência de divergência de interpretação entre os tribunais, art. 105, inciso III, alínea “c”. E lá foi falado que na hora que aponta a divergência de interpretação, tem que fazer uma analise bem pontual, bem analítica de cada parte e de cada acórdão. Não pode simplesmente virar e falar que o meu acórdão julgou o caso assim e eu perdi, mas existe o acórdão tal de tal tribunal que quero igual a ele; se fizer isso, o recurso vai ser não conhecido por irregularidade formal. 
O meu julgado embargado foi desfavorável, eu pesquisei bastante na jurisprudência e encontrei um julgado paradigma que seria útil. Aí vou partir para a redação do recurso. Tem que fazer uma comparação pontual de cada trecho cujo julgamento é divergente. 
Indo ao exemplo do próximo tópico – vamos imaginar que na rescisão não tem divergência. Pode encontrar uma no sentido de quem vai ficar com o valor da multa, mas o direito de rescindir o contrato você vai ter, ainda que sofra uma sanção. Nesse tópico não tem divergência, mas foi encontrada divergência tanto no índice de correção das parcelas quanto na questão que diz respeito a incidência da multa. Na hora que for partir pra redação, vamos copiar e colar: “no julgado embargado o trecho que diz respeito ao índice de correção das parcelas a serem devolvidas, no julgamento do recurso especial, acolhendo a primeira turma do STJ julgou no sentido da imposição do IPCEA”, aí copia e cola e continua, “todavia observando julgado da segunda turma do STJ, o adequado seria a imposição do índice do INCC, IGPM, etc. considerando a divergência entre esses trechos requer uniformização da jurisprudência para que então seja reformado o acórdão e aplique-se o índice mais favorável ao recorrente.” Tópico 2: “em diz respeito a multa, considerando o julgado embargado no trecho tal, primeira turma, favor disso...”. Pesquisando a jurisprudência do STJ, a quinta turma decide em sentido diferente, falando que na verdade a multa deve ser reduzida para apenas 2% para aplicação...”. 
É um trecho. Não posso simplesmente falar: “perdido julgado embargado, pesquisei a jurisprudência do STJ e achei julgado paradigma nº y, gostei dele e meu caso tem que ser semelhante a ele”. 
· Efeito devolutivo: matéria em divergência 
Vocês acham que os embargos de divergência vão permitir outra discussão sobre o caso concreto?
Por que a pergunta? 
Acabamos de vir do julgamento, ou do recurso especial ou do extraordinário. Estamos diante de um acórdão que julgou um dos recursos, e agora fazem um embargo de divergência contra esse julgamento. 
Será que vamos conseguir discutir aspecto fático? 
Sem chance.
Se já não conseguiu discutir o aspecto fático, no especial e extraordinário, que dirá nos embargos de divergência sobre o especial e extraordinário. 
Embargos de divergência é um recurso extraordinário, ou seja, discussão apenas da matéria de direito. Esquece esse negocio discutir aspecto fático, ou de introduzir prova. 
Basicamente vai aplicar os embargos de divergência, sumula 7 STJ, sumula 279 STF.
E mais, só é devolvido os embargos de divergência, aquilo que demonstra no caso concreto, divergência. Vamos imaginar que estamos em um caso concreto que esta discutindo possibilidade ou não de rescisão de um contrato de compra de venda de imóvel, um apartamento na planta para pagar em mil prestações, ele não foi entregue na data prazada, e entramos com uma ação de recisão de contrato. Queremos rescisão do contrato, devolução dos valores pagos com a correção de x% ao mês mais uma multa de x% prevista no contrato. 
Temos 3 temas discutidos nesse caso: possibilidade ou não de rescisão do contrato, possibilidade ou não de devolução e incidência do índice de correção monetária, possibilidade ou não de condenação da construtora no pagamento da multa de x%. Perdemos os 3, somos a construtora. E é bem provável que vamos perder os 3. Queremos fazer embargos de divergência. Começamos a pesquisar jurisprudência do STJ. Achamos uma, sem nenhum acórdão, é unanime entre as turmas e os outros órgãos que a pessoa tem direito de rescisão. Mas aí no ponto da correção tem uma divergência, tem gente dizendo que tem que aplicar o IPCAE, outras um outro mais baixo. Continua a pesquisa, tem um contrato que fala da multa, que é “x” em favor da construtora, quanto daquele que comprou o imóvel. 
Dentro dos 3 tópicos qual que é a matéria que tem divergência? 
Só o índice de correção na devolução da parcela. 
Tem como fazer embargos de divergência para discutir direito de rescindir o contrato?
Não, porque não foi encontrada divergência. 
Tem como fazer embargos de divergência para discutir a incidência da multa? 
Não. Somentea matéria que conseguimos demonstrar naquele determinado caso que existe divergência, é devolvido. 
Imagina que nesse caso concreto partimos para a redação dos embargos de divergência e discutem a questão da rescisão do índice de devolução das parcelas e da multa. 
O que o STJ vai falar? 
No tópico rescisão e no tópico multa, o recurso não é cabível. Vamos ver se tem razão no índice de correção. 
Atenção!!! Matéria de direito. 
· Efeito suspensivo: inexistência
Imagina que a resposta é não, ou seja, embargos de divergência não são dotados de efeito suspensivo por força jurídica. 
Regra geral, caput do art. 995. 
Art. 995.  Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Já sabemos que a decisão em sentido contrário é apelação. Tirando apelação, os outros recursos não são dotados de suspensivo Ope Legis. 
Posso tentar concessão no caso concreto tal? 
Pode. 
Mas tem um detalhe. 
Primeiro de ordem pratica, qual a chance de conseguir efeito suspensivo nos embargos de divergência? 
Quase zero. Porque se já e extremamente difícil efeito suspensivo em especial e em extraordinário, eles já foram julgados, o STF e o STJ, em tese, já manifestaram sobre o caso. 
Qual que é a cabeça do relator? 
Ele vira e fala que esse caso já passou pela primeira instancia, já recebeu um julgamento judiciário; foi para o tribunal de segundo grau e já foi revisto; chegou aqui no STF ou no STJ e nós já analisamos o caso e já julgamos o especial e extraordinário. Por qual motivo esse recorrente acha que seus argumentos são tão fortes, tão plausíveis para eu suspender a eficácia da decisão? Plenamente possível tentar, mas em termos práticos, a chance de conseguir é quase zero. Na tentativa, lembre-se que já esta em STF e STJ, requerimento de concessão segue o art. 1029, §5º, que já estudamos lá atrás para especial e extraordinário.
· Interrupção do prazo recursal no STJ (art. 1.044, § 1º)
→ Hipótese de interposição de REXT
Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.
§ 1º A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
Mas na prática, como (28:37)? 
Imagina a seguinte situação: na hora que veio o julgamento do tribunal de 2º grau, eles analisaram o caso, perceberam que ali existia violação a norma infraconstitucional federal. E aí foi feito recurso especial. Esse recurso subiu, foi julgado e perdeu. Quando o julgamento (29:08) especial, nós identificamos agora uma violação frontal ao texto da CF. Agora o julgamento do recurso especial, temos um probleminha: uma violação direta ao texto constitucional. Mas, ao mesmo tempo, estamos identificando que existe divergência dentro STJ. 
E aí, o que fazer? Embargos de divergência ou o extraordinário? 
O código vai deixar bem claro o seguinte: basta os embargos de divergência. Resolve aí a questão da uniformização, e por aí vai. Porque o seu prazo para o extraordinário está interrompido, sem muito problema. Vai resolver (30:06) embargos de divergência, se é possível nessa situação de existência de posicionamento (30:12) para o STJ, e depois do julgamento continua sendo possível o recurso extraordinário. O prazo dele está interrompido. 
É no STJ que eu interrompo o REXT. Porque não é a hipótese de você virar e falar que já interpôs lá em baixo especial e extraordinário, se você já interpôs, ainda que você tenha embargos de divergência no julgamento especial, você já fez o extraordinário. 
O que artigo está dizendo que quando o julgamento do especial passou a ser cabível o extraordinário. E aí você quer fazer o extraordinário, mas ao mesmo tempo você vê que tem os embargos de divergência. Ou seja, faz os embargos de divergência porque o seu prazo de extraordinário está interrompido; depois do julgamento dos embargos de divergência do recurso especial é que vai fluir os seus 15 dias de extraordinário, para evitar confusão. 
→ Desnecessidade de ratificação (art. 1.044, § 2º)
§ 2º. Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratificação.
Se eventualmente, diante desse acordão aí que permite o extraordinário e também os embargos de divergência, você apresentar os dois (não é o mais adequado, mas pode acontecer), seu extraordinário já está pronto e não é necessário vocês pedirem a ratificação (32:00). 
O que isso significa?
Primeiro vai ser julgado os embargos de divergência, afinal de contas porque o eu vou mandar para o STF julgar o extraordinário para devolver para o STJ julgar os embargos?
Obviamente julga os embargos primeiro. E os embargos mantenham a decisão. 
Precisamos falar que já fizemos um extraordinário, quero ratificar o que vai ser julgado?
Não tem menor necessidade. Acabado/encerrado o julgamento dos embargos de divergência, manda esse negócio para o STF julgar o recurso extraordinário. 
· Aplicação subsidiária das regras dos regimentos internos do STF e do STJ (art. 1.044)
Quem é competente para julgar os embargos de divergência? 
No STF é muito fácil, só responder à pergunta. Porque se quem julga o extraordinário é a turma, tem que ser um órgão hierarquicamente superior, que só é um, o Pleno.
Mas no STJ quem julga os embargos de divergência é o regimento interno. Lembrando o seguinte, o STJ tem o Pleno, tem órgão (34:21), tem seções, e em raras exceções tem (34:35). Quem julga o especial é a turma, mas quem julga os embargos de divergência é a seção ou outro, e quem vai responder isso é o regimento interno, e varias outras questões. 
Sucedâneos Recursais
Meios de impugnação de decisões judiciais não arrolados dentre os recursos em espécie (art. 994).
O que seria sucedâneo recursal?
Para a piada do professor, seria um denorex, só que a maioria esmagadora não viu a propaganda do denorex, que era um shampoo anticaspa, que tinha um bordão de “parece, mas não é”; e sucedâneo recursal é algo que se parece com um recurso, é algo que pode ser utilizado de forma ou semelhante, parecida como você utilizaria um recurso, mas que não é espécie recursal. 
Se fossemos definir sucedâneo recursal é meio de impugnação de decisão judicial não arrolado por lei como um recurso em espécie. Então, é algum meio processual que pode ser utilizado com o intuito de impugnar uma determinada decisão que a lei, em alguns casos ou ate mesmo de oficio, manda que seja feito no caso concreto, mas que não é um recurso em espécie; não está arrolado como um recurso em espécie no art. 994 do código, e não só isso.
Os sucedâneos recursais, de uma forma ou de outra, não irão conseguir preencher aquela definição técnica do que é recurso. Todos os sucedâneos recursais que vamos estudar, em um ponto ou outro, vão falhar naquela identificação do que falamos do que é recurso. 
Voltando ao início do semestre, quando definimos recurso no início, recurso é meio de impugnação de decisão judicial voluntariamente apresentado dentro do mesmo processo, tendo então uma ação autônoma, causando dilação temporal, buscando anulação, reforma, esclarecimento, ou integração da decisão. Os sucedâneos eles falham em alguns desses pontos, por isso não se encaixam na ideia daquilo do que é recurso. Em algumas situações não vai caber recurso, talvez permita o sucedâneo que pode até resolver o problema. 
1) Reexame Necessário (remessa obrigatória) (art. 496)
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interpostaa apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o tribunal julgará a remessa necessária.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
· Condição à formação da coisa julgada
O que seria o reexame necessário? Basicamente, tem muita gente que chama isso de apelação ex officio, NÃO FALAM ISSO. Não existe esse tipo de apelação, pois todo recurso é voluntário. 
CONCEITO: A remessa ou reexame necessário é uma condição legal para que sentenças contrárias ao interesse da Fazenda Pública, venham a transitar em julgado e produzam seus efeitos. Enquanto não ocorre a remessa ou reexame aquela decisão não transita e nem gera efeitos. Já devem ter ouvido falar que toda vez que um ente público é condenado, necessariamente o caso tem que ser revisto pelo tribunal. É mais ou menos isso. Tanto que o próprio código chama isso de duplo grau obrigatório. 
Historicamente, tem que imaginar o seguinte: hoje a estrutura de Procuradorias, seja da União, dos Estados Municípios, ela já é razoável e em alguns casos até (43:13), mas no passado não tão distante, essas procuradorias tinham poucos servidores, poucos advogados, poucos membros, e de uma forma ou de outra, as vezes um volume processual muito grande, existia um problema. 
Pega um advogado da União, e imagina que ele perde o prazo da apelação. Se perde o prazo da apelação, vai transitar em julgado a condenação contra a União.
Mas é a União que esta sendo condenada ou é o bolso de todo mundo que está na sala? 
A remessa ou reexame necessário surge no direito brasileiro, e já tem décadas, exatamente para trabalhar com essa situação. Quando eu tenho uma sentença que condena a Fazenda Pública, ainda por ventura esse Procurador do Município, esse advogado da União, do Estado, não recorra, esta decisão não irá transitar em julgado, porque necessariamente ela tem que ser enviada para uma instância superior um TJ ou um TRF, dependendo de onde estamos para uma análise. Para verificar se a condenação do ente público foi correta, foi adequada, até para uma questão simples. Basicamente se eventualmente juiz de primeira instância que sentenciou o município de Belo Horizonte condenando ele a pagar 3 milhões de reais estiver errado, eu tenho interesse público em corrigir esta situação. Porque não só é um problema para o patrimônio publico, como é um problema para todos, que de uma forma ou de outra vão sofrer com essa condenação. Exatamente por esse interesse publico existente, nas relações contra Fazenda Pública, que foi criada a remessa ou reexame. 
Por que não se pode chamar de apelação ex officio? Vocês já viram uma remessa? 
Ela é uma folha que o juiz simplesmente escreve “nos termos do art. 496 do CPC, remeto os autos para o egrégio do tribunal de justiça do estado de MG, na oportunidade (45:48), extinta consideração. ” Se isso fosse apelação, teria de ter apresentação de pelo menos razões recursais., uma indicativa de qual ponto da decisão está incorreto, por qual motivo aquilo tem que ser modificado, etc.
O juiz vai fazer isso? 
Não; ele não decorre da própria decisão. Você cumpre um requisito legal. 
· Envio de ofício pelo juízo a quo ao juízo ad quem
→ Sentenças proferidas contra a União / Estados / DF / Municípios / Autarquias e fundações públicas (inclusão das sentenças de procedência nos embargos à execução fiscal)
Segundo detalhe: vai no art. 496 e repara que a decisão que sofre a remessa ou reexame necessário, é uma espécie de decisão, as sentenças. Não tem remessa ou reexame necessário em face de outros tipos decisórios contra fazenda pública. Do tipo, veio uma decisão interlocutória contra a Fazenda Pública, ela não terá remessa ou reexame; o procurador vai agravar. Tem um acórdão do TJMG contra a Fazendo Pública, aí vai fazer seu especial ou extraordinário, se não fizer, vai transitar. É uma espécie rescisória, sentenças. 
É até engraçado que se caso não tiver uma divisão que existia no código de 1973 e código de 2015. Ele fala assim: “teremos duplo grau obrigatório quando: I- a sentença condenar a União / Estados / DF / Municípios / Autarquias e fundações públicas; II- a sentença julgar procedentes os embargos à execução movidas pela União / Estados / DF / Municípios / Autarquias e fundações públicas. ”
Não era mais fácil escrever “sentença contrária ao interesse do ente público”? 
Porque é obvio que a sentença que julga procedente os embargos a execução fiscal, é contraria ao interesse do ente público. 
NÃO inclui nesse sistema: sociedade de economia mista nem empresas mutua, até mesmo porque eles são pessoas de direito privado. 
ATENÇÃO!!! Fazenda Pública em termos processuais não inclui sociedade de economia mista nem empresa pública. 
CUIDADO!!! Advogado da Caixa Econômica Federal não tem remessa ou reexame.
Tem um (49:24) automático pelo juízo, tendo ou não tendo apelação. É mais ou menos assim: Fernando propõe uma ação um pedido ao Município de BH que seja condenado a pagar 5 milhões de reais. Ao final, a ação e julgado procedente e o Município é condenado a pagar o valor. O procurador apela, na hora que os autos sobem para o Tribunal, vai ter remessa e apelação. Procurador não apela, vai ter remessa.
A remessa tramita no Tribunal de forma idêntica a uma apelação. A remessa só tem uma coisa mais vantajosa que a apelação, a apelação trabalha com a ideia do devolutivo, é devolvido aquilo que é apelado, o tópico que não foi analisado, não é impugnado; a remessa não tem essa restrição. 
Então tem uma condição legal para o transito em julgado de sentenças contrárias ao interesse da Fazenda Pública e para que essas sentenças venham a gerar efeitos. 
· Exceções:
Existe aí uma cultura meio incorreta de que toda e qualquer sentença contrária ao interesse da Fazenda Pública tem remessa ou reexame necessário, e esse é o ponto que foi modificado e muito modificado no início dos anos 2000, e agora com o código de 2015 mais modificado ainda.
Quando pega o §3º e 4º do artigo, basicamente existem exceções ao sistema de remessa, ou seja, hipóteses que mesmo estando diante de uma sentença contrária ao interesse da Fazenda Pública não tem remessa nem reexame. 
→ Valor (art. 496, § 3º)
CUIDADO!!! Na vigência do código de 1973, falava assim: “não há remessa ou reexame necessário nas sentenças cujo valor não ultrapasse 60 salários mínimos”. 
Isso era exatamente o teto do Juizado Especial. É engraçado que quando pega a Lei de Juizado Especial Federal e da Fazenda Pública, cada uma delas tem um artigo falando que não tem remessa e nem reexame, que não era necessário, pelo limite da causa. Mas isso mudou muito.
Agora tem índices de valor muito maiores. Existem 3 partes.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;A primeira delas, essa condenação é de até mil salários mínimos. Não custa lembrar que o salário mínimo é no valor de R$ 880,00, ou seja, uma condenação de ate R$ 880 mil reais. Se a União, autarquias federais e empresas públicas da União, forem condenadas via sentença até esse valor, não tem remessa. Advogado da União vai recorrer, porque se não recorrer vai transitar em julgado. 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
Se constar que o DF, um Município que é capital, for condenado até R$ 440 mil reais, não há remessa nem reexame necessário. 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
A menor faixa agora é 100 salários, sendo que no código antigo, eram 60 para todos os entes. Na virada do ano, salário mínimo vai para R$900, vai chegar a quase que 1 milhão de reais para a União. E pensando, tirando grandes empresas discutindo questões tributárias, tirando situações um pouco mais complexas, contra União, contra Caixa Econômica Federal, está sempre abaixo de mil. 
O que na verdade o código de 2015 fez, ele diminui a quantidade de remessas ou reexames, a partir do momento que ele aumenta a faixa da exceção. Antes, passados os 60 salários mínimos, iria ter remessa ou reexame. Agora se é contra a União para ter remessa ou reexame tem que passar de mil, se não ter remessa ou reexame, vai apelar, se não apelar, transita. A mesma coisa nas outras faixas. 
A coisa que mais esquecemos são as capitais. Ás vezes lemos a exceção do §3º muito rápido e pensa até mesmo na esfera da divisão União/Estados/DF e Municípios. A União é o mínimo, Estado/DF 500 e Municípios 100; cuidado com as capitais. 
ATENÇÃO!!! As capitais estão juntas com os Estados e o DF. 
A lógica é: como o valor discutido é considerado o valor baixo, não há necessidade da remessa ou do reexame; se o ente público quiser, vai recorrer. 
QUE FIQUE CLARO, a remessa ou reexame não é nunca um impeditivo para o recurso. E como advogado da União, procurador do Estado/Município, tem mais que recorrer, não ficar contando com remessa ou reexame, porque eles não têm fundamentação, impugnação de ponto específico, tentativa de prequestionamento de matéria, nada disso. 
→ Entendimento jurisprudencial (art. 496, § 4º)
CUIDADO!!! Não está preocupado com o valor da condenação. 
Pode ter uma condenação de 100 milhões de reais, e ainda sim não ocorrerá remessa ou reexame se a decisão/sentença tiver como base súmula de STF, STJ.
Então, o argumento central da condenação do ente público é algum entendimento sumulado, se aquela tese já foi definida em recursos repetitivos especial ou extraordinário, o que significa isso? 
A União tomou a condenação de 8 milhões de reais, só que a base da condenação é uma tese que já foi firmada em um recurso especial ou extraordinário repetitivo. 
Vai ter remessa ou reexame? 
Não. 
Eventualmente, nos casos de tribunais de 2º grau, a aplicação de teses de IRDR ou IAC.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
E o mais curioso, que não existia na legislação anterior. Também não há remessa ou reexame necessário se a sentença contraria ao interesse do ente público, se tiver baseada, com fundamento em entendimento sumulado administrativamente pelo próprio ente público.
O que significa isso? 
A administração pública pode baixar súmulas administrativas em determinados entendimentos (1h). Se eventualmente a condenação desse ente público em juízo usa como base exatamente essa súmula administrativa que já existe, não tem remessa nem reexame. Vai recorrer. 
· Exemplo: você é advogado de um ente público, veio uma sentença condenatória, vai fazer algumas perguntas. Primeira delas: é caso de juizado? Se for, faz um recurso inominado, então não é jurisdição comum. Segunda pergunta: está acima do limite? Se tiver acima, tem que ver se tem jurisprudência, por ter remessa. Está abaixo do valor? Vai recorrer. Não é puro e simplesmente pegar sentença, ser procurador do Estado de MG e ver que foi condenado a 3 milhões e pensar que tem remessa. E se a sentença estiver baseada em um entendimento jurisprudencial do §4º? Prestar atenção. 
· Aplicação do princípio da proibição do reformatio in pejus (súmula nº 45 – STJ)
STJ - Súmula 45 - No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública.
Apesar de ser um sucedâneo recursal, o STJ já deferiu que se aplica o princípio da proibição do reformatio in pejus na remessa ou reexame necessário, súmula nº 45. O que significa isso?
A Fazendo Pública foi condenada a pagar R$ 500 mil no Município do interior. Ai basicamente tem a remessa e quando chega no Tribunal ele fala que a condenação foi pouca, tinha que ser R$ 600 mil. Isso NÃO pode acontecer em remessa ou reexame. 
LEMBRA que a remessa ou reexame foi criada para favorecer o ente público, não para prejudica-lo. 
Se o ente público recorre, ele pode ter a situação dele agravada? 
Não, princípio da proibição do reformatio in pejus, salvo existência de matéria de ordem pública. A mesma lógica se aplica a remessa ou reexame.
O Município de BH foi condenado a pagar R$ 1 milhão. Sobe para o TJ via remessa ou reexame. Agora imagina o TJ analisando o caso, diz que o valor tem que ser maior.
Ele pode ampliar? 
Não, princípio da proibição do reformatio in pejus, quando tenho só a remessa. A mesma ideia do recurso. Se eu recorrer para aumentar o valor, sem stress. 
(Pergunta de aluno, não deu para entender o contexto) a devolução tem limite de impugnação, o recurso sim. 
Imagina: o município só esta discutindo o tópico X, na hora sobre a remessa, ele tem que analisar todos os tópicos. 
O STJ não pode aumentar só pela remessa. Se ele aumentar a condenação do ente público, é por causa do recurso, e não pela remessa. 
Eu considerar o recurso do ente público prejudicado, tudo bem, porque basicamente a remessa vai atingir toda a discussão da causa e ela vai ser sempre pelo menos igual ou mais ampla do que o recurso de apelação do ente público, mas da outra parte não. 
Eu posso até prejudicar a apelação do ente público nesse sentido, mas do outro não. 
Vocês concordam comigo que a remessa ou reexame necessário não é recurso porque falta ela, por exemplo, voluntariedade. Não tem ninguém ali voluntariamente recorrendo contra decisão. 
2) Correição Parcial
· Procedimento administrativo – disciplinar
· Hipótese de omissão judicial em proferir decisão (?)
CONCEITO – a correição parcial é um procedimento administrativo “diz que não”. Pode ser utilizado por vocês contra a pessoa do juiz que eventualmente comete algum tipo de falta ou equivoco no exercício das suas inscrições como julgador. 
Basicamente vocês vão falar para o Fernando: “para quê que a gente ta pensando então esse negócio dentro dos recursos e não no direito administrativo?
A correição parcial, com certeza, nunca vai ser pensada no recurso, afinal de contas se é um procedimento administrativo está fora da nossa conversa. Estamos conversando sobre recursos cíveis. 
Mas qual seria o detalhe?
Em algumas hipóteses, o juiz se nega a decidir. Juiz que decide a termo ainda que contrária ao seu interesse, não se pode reclamar nada dele. Ele tem direito de ter o entendimento divergente do seu. Graças à Deus que ele decidiu, aí vamos recorrer. 
Mas vamos deparar com alguns juízes que negam a decisão. Não é legal o que vocês recorreram não. Eles não decidem. É muito comum, juiz pega umapetição inicial, essa petição inicial tem um requerimento de tutela provisória que inaudita altera partis, ou seja, tutela antecipada. (Essa frase não deu para ter certeza se foi isso mesmo que ele disse - 1h07). O juiz ao receber uma petição inicial despachada, tem que decidir. Ele tem todo direito do mundo de falar: “indefiro a tutela antecipada requerida porque não tem nos autos fumus boni iuris suficientes para deferir; não há prova constante nos autos para tal. ”
Tem vários juízes que despacham essa petição inicial dizendo que: “deixo para analisar o requerimento de tutela provisória após a citação do réu. ” É muito comum, mas não pode fazer isso. Já fiz o requerimento, se você acha que não tem prova, indefere. Diante disso vocês poderiam fazer o que, se é uma situação de extrema urgência? Porque se não é uma situação de extrema urgência, deixa citar o réu se dá para esperar a citação do réu, e aí depois ele vai ter que se manifestar. 
Mas imagina, vocês acham que dá para citar o réu precisando de um medicamento ou de uma cirurgia imediata? E aí ele vira e fala: “ deixo para manifestar depois”; em um caso desses, poderia pensar na correição parcial. Porque a correição parcial vai apontar uma falha na atividade do juiz, ele se negou a decidir; e ele não vai poder usar o argumento mais comum do judiciário que seria a falta de tempo. Ele está dizendo isso porque diversas vezes um juiz não decide pois ele tem uma pilha de coisa e vai demorar a hora de chegar o seu. Ai não seria o caso dele estar se negando a decidir não, vai para uma vara cível com milhares de coisas que ele tem que julgar e tem mais mil pessoas dizendo que seu caso é mais urgente que o do outro. 
Mas não é quando o juiz chega e fala: “deixo para decidir em momento posterior”, que ele teve tempo para decidir, ele não decidiu porque ele não quis. 
Vocês podem fazer correição parcial? 
Sim. 
Qual o grande cuidado que deve ter?
Primeiro porque é um procedimento administrativo disciplinar, o que significa dizer que se ao final o tribunal concordar com você, julgar procedente a correição. 
O que vai acontecer com o juiz? 
Ele vai ser punido administrativamente, significa dizer que isso vai piorar a sua progressão na carreira, em especial a você que tem pretensão de algum dia ser desembargador, isso não é uma boa ideia. 
Cada tribunal tem uma corregedoria, e cabe a corregedoria processar e julgar as correições. Aí o juiz vai ser intimado, vai juntar as defesas, etc. 
Tem que estar em diante de exatamente situações como estas nas quais vão ser demonstradas:
· A urgência;
· O juiz poderia ter julgado, porque ele gastou tempo para falar que não vai julgar, então tempo para julgar ele tinha
· Quando eventualmente ele cometeu alguma falta grave, mas se ele cometeu falta grave, não interessa muito para a gente dentro do âmbito dos recursos, interessa dentro do dia a dia da advocacia, mas como recurso pensa na situação que o juiz se nega a decidir. 
Porque uma coisa é ele virar e falar que indefere, aí cabe agravo de instrumento e vai para o tribunal discutir, problema quando ele vira e fala que não vai decidir. 
A resposta do tribunal não vai ser a decisão que queremos, que fique CLARO, a correição vai virar e falar para decidir dentro de um prazo, sob pena de algum substituto decidir no lugar dele. Ai ele decidir, sendo provavelmente indeferir o que você pediu, mas pelo menos agora você tem um recurso, sem stress. 
(Comentário de aluno) Depende do caso. Mas lembra que o agravo você pode tentar efeito ativo, partir para o agravo buscando efeito ativo. Pensa que, o agravo só vai ser possível depois que ele decidir, se ele não decidir o STJ já disse que não cabe agravo quando ele fala que não decide, exatamente por não ter decisão. E o STJ que está certo. 
Não confundam correição parcial com reclamação no CNJ/procedimento administrativo do CNJ, eu poderia ter ido direto ao CNJ reclamar do juiz, o STF já julgou mais de uma vez que não é necessário esgotar a instância da corregedoria para chegar no CNJ. Mas, na maioria dos casos, o CNJ pensa de uma maneira diferente. Ele entende que primeiro tenho que acionar a corregedoria, se ela for omissa, não responder dentro do prazo ou não resolver, aí eu vou para o CNJ. 
3) Pedido de Reconsideração 
• Ausência de previsão legal / distinto do juízo de retratação
• Não há verificação de efeito obstativo
• Solicitação formulada ao juízo a quo (?)
O pedido de reconsideração é mais ou menos um nada jurídico. Qual a questão do pedido de reconsideração? 
Surge da prática forense, principalmente da mais antiga, há uns 40 anos atrás era muito mais usado que hoje, que trabalha com a ideia de que proferida uma decisão, e ela é contrária. Ou seja, antes de você recorrer, você faz uma petição simples e vai despachar com o juiz, pedindo para ele reconsiderar a decisão proferida. Isso surge muito de uma coisa que hoje faz muito menos sentido, na década de 50/60, seria um deus intocável, seria (1h19? Recorrer) da decisão deles, sendo “mal-educado” com esse deus. O advogado não precisa agravar de uma decisão ou antes de apelar, ele tentava modificar a decisão com o (1h19), dizendo que queria voltar atrás.
Qual o detalhe: tem previsão normativa? Não. 
Eu tenho recursos que automaticamente admitem juízo de retratação; efeito regressivo. E aí nesse caso, vai recorrer. Até por uma coisa simples. 
· Exemplo: Fernando propõe ação em face da Luana e pede que Luana seja condenada a pagar R$ 2 milhões após todo o tramite processual, ele é julgado procedente e Luana é condenada a pagar. A Luana vai lá, antes de apelar, e pergunta ao juiz se ele não quer se retratar, e ele fala que até quer, mas não pode. 
O juiz não pode se retratar de uma sentença se a lei não autoriza juízo de retratação na apelação. E já sabemos que se não é indeferimento da petição inicial, improcedência liminar, ECA ou sentença terminativa, não cabe retratação. Não adianta pedir, nem se você estiver se apelando e pedisse a retratação, ia adiantar de alguma coisa. 
Mesma coisa chegar lá no tribunal, proferir um acordão que diz: “eu vou fazer o especial, mas antes disso você não quer voltar atrás não? ”. 
Ele pode voltar atrás? 
Não. Basicamente ele precisa de um recurso que permita fazer isso. 
Se eventualmente a decisão proferida é passível de recurso e esse recurso admite retratação, vai recorrer. Recurso não é falta de educação ou falta de respeito com ninguém, recurso é o exercício de um direito constitucional que nós temos. Tem mais que recorrer. 
Não confundam isso com juízo de retratação do efeito regressivo, que aí a lei prevê. E qual o grande problema do pedido de reconsideração em termos práticos.
Vem uma decisão interlocutória que indeferiu aquela provisória. Ao invés de agravar, fui lá pedi o juiz uma petição pedindo para reconsiderar/voltar atrás. E o juiz fala que vai analisar. Passados 15 dias ele ainda não analisou, aí perdi o prazo do agravo. Pedido de reconsideração não tem efeito obstativo! Vai recorrer, problema do juiz se ele não gostou do recurso. 
Como que uso isso na prática e quais hipóteses?
Uma petição simplificada, duas ou três laudas, pedindo para o juiz voltar atrás. Pelo amor de Deus, não pede para juiz voltar atrás em sentença, nem pede para o juiz ou tribunal voltar atrás em acordão, até mesmo porque ele não pode, vai recorrer. Talvez na prática, que efetivamente isso pode ser útil, essa decisão é irrecorrível, mas não significa dizer que ela é não alterável. 
Vamos ver algumas em alguns procedimentos específicos determinadas decisões que não admitem recurso, irrecorrível por lei. Mas como é uma decisão de caráter interlocutório, ela pode ser cancelada e proferida outra no lugar. 
Pode ver isso no pedido de reconsideração em face de suspensão de segurança no mandado de segurança. Não tem recurso contra este ato. 
Você só usa isso na pratica, hoje em dia, mais nessas situações de irrecorribilidade. Não há necessidade de você fazer um pedido de reconsideração se já há petição nos autos, tem que ir lá e despachar, se ainda nãodespachou. É mais ou menos pensar que o advogado cometeu um equívoco, se ele está em uma situação de urgência, uma situação que exija uma atenção especial, ele simplesmente vai lá e distribui a petição, protocoliza a petição e não sobe para despachar, ela vai subir para o (1h26). Ele tem que ir lá, informar que acabou de juntar uma petição e foi lá para despachar. 
CUIDADO! Esse negócio não interrompe prazo de nada.

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