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Fundamento de recursos. -Busca-se sempre a maior eficiência do processo, há duas balizas: a segurança e a celeridade. -A ideia de um recurso é garantir a segurança, seja por necessitar de um maior debate, pois no segundo grau as decisões são colegiadas(nos tribunais há o princípio da colegialidade). -Princípio do duplo grau de jurisdição. Conceito de recursos -O recurso não muda a causa de pedir, ou seja, não se pode no recurso pedir algo a mais ou pedir uma reconvenção, logo não se trata de nova ação, e sim um direito inerente a ação primária. -Se busca no recurso três coisas: uma reformar, anular ou integrar uma decisão judicial, podendo ser o próprio órgão ou aquele superior. -Princípio da voluntariedade. O recurso é voluntário, não pode então ser feito de ofício, alguns doutrinadores chegaram a entender que a remessa necessária seria um recurso, porém em visão majoritária entende que a remessa necessária é uma condição da eficácia da sentença. A parte é quem deve demonstrar a vontade de recorrer. -Princípio da dialeticidade. Comporta uma discussão, ou seja, a questão quando é relativa ao direito comporta uma discussão, logo tudo aquilo que for alegado deve ser provado, ou seja, em um recurso o erro do juiz ou do órgão jurisdicional, gerando diversas consequências, um erro in judicando se busca a reforma da decisão, e no erro in procedendo se busca a anulação da decisão. Aquele recurso deve ser fundamento, sob pena de não garantir contraditório, ampla defesa, pois se não tiver demonstrado tudo aquilo que foi suscitado no recurso, iria atrapalhar a outra parte se defender, e ainda a ideia da congruência do código. A decisão deve ser portanto uma resposta ao que está na petição. -Princípio da consumação Uma vez interposto o recurso, o ato está devidamente consumado, acabado, logo não poderá ser passível de modificação, claro que tal princípio com o novo CPC de 2015 sofreu algumas modificações, pois foi flexibilizado nos aspectos formais, por exemplo no agravo de instrumento, há a necessidade de se juntar peças neste agravo de instrumento, no código antigo, o recurso nem conhecido seria, porém o atual fala de uma forma expressa no parágrafo único do art 932, onde o juiz deve dar 5 dias para a juntada das peças. Temos então a noção de que uma vez interposto o recurso, será gerado uma preclusão. A preclusão consumativa, ou seja, a consequência do ato impede que se faça outro idêntico. Pressupostos e requisitos dos recursos. -Cabimento (ou adequação) Para que ele exista, deve ser cabível, imaginemos por exemplo estarmos diante de um ato que não se enquadre como decisão, logo não seria possível recorrer deste ato. -Legitimidade. Está intimamente ligada à noção de afetação, legítimo será quem for afetado pela decisão, não se fala de interesse, mas sim sentir os impactos, logo quem terá sempre legitimidade para recorrer serão as partes, pois sempre será afetada, positivamente ou negativamente. Além das partes, temos ainda o ministério público, não pode ser em todo e qualquer caso, ele deve atuar como parte ou custus legis, sempre que haver direito difuso, coletivo, indisponíveis, individuais homogêneos, ou alguns hipossuficientes, ou pessoas em situação de vulnerabilidade reconhecido pela constituição federal. O terceiro, caso será quando este será afetado pela decisão, quando aquela vier a afetar outra relação jurídica, com alguma das partes e este terceiro afetado. -Interesse recursal. Só haverá esta figura quando esta for útil, muitas vezes ele pode não ser sequer necessário. Se imaginar a hipótese em que a parte ganha, neste caso não há necessidade de recorrer, claro que pode se pedir que aperfeiçoe a decisão, mas caso tudo o que foi pedido foi considerado procedente, não há o que se falar em aperfeiçoamento. -Tempestividade. Deve ser interposto dentro do prazo, mesmo existindo o dies a quo, se conta esse prazo recursal em dias, logo sempre em dias úteis, e não corridos, para que se garanta a isonomia das partes. Houve no código a regra para se unificar os prazos em 15 dias, porém há exceções, a exemplo os embargos de declaração, que tem o prazo de 5 dias úteis. O dies a quo não é a partir da decisão, e sim da intimação, ou seja, ela pode interpor recurso antes mesmo da do começo da contagem do prazo. Se o primeiro ou último dia não tiver expediente integral, ele será pretaido para o dia imediatamente posterior. Teoria geral dos recursos. Princípio do duplo grau de jurisdição Inerente ao processo civil, constitucional implícito pois a ideia geral que a decisão cabe o recurso, não está expresso no texto constitucional, porém se encontra a partir do processo legal, ampla defesa e contraditório. Se ressalta que o STF entende que o duplo grau não tem natureza constitucional, logo não há para todos os casos, pois existem muitas decisões onde não são cabíveis os recursos, logo não há o duplo grau de jurisdição, então significa que seja infraconstitucional. O duplo grau é expresso no pacto de são josé da costa rica, onde se encontra como norma supralegal. O STF teve a oportunidade a força de tal pacto, onde no caso se assentou que o dispositivo a ser analisado tem força supra legal (Habeas corpus no caso), a consequência de ser supra legal, é que todas as normas devem obedecer na lei devem respeitar tal princípio, porém quando a competência se dá na constituição não se submetem a tal princípio. Na justiça do trabalho, em ação rescisória não cabe remessa necessária nesta ação, contudo não há est previsão no âmbito da justiça do trabalho. Porém no TST há tal previsão, pois se remete a lei, e não na constituição, logo se respeitará tal princípio. Em síntese o principio significa a possibilidade de se enviar a matéria para um duplo julgamento, a exceção é quando a competência de um tribunal de submete ao texto constitucional Princípio da taxatividade. Significa que somente irá haver a possibilidade de casos previstos em lei, ela que estabelece a hipótese de recurso. As normas que eram constitucionais na época da constituição anterior, e tem compatibilidade material frente a constituição de 1988 é recepcionada. Alguns recursos que pela constituição antiga poderiam estar previstos em um regimento interno, e posteriormente o recurso era compatível com a constituição, e foi recepcionado pela nova com status de lei. Somente vão ser possíveis os recursos previstos em lei, a exceção aqueles previstos em regimento e que foram recepcionados pela constituição. Princípio da singularidade ou unirrecorribilidade. Para cada decisão há apenas um único recurso cabível, porém tal singularidade comporta exceções, no artigo 1022 do CPC, é explicado que contra qualquer decisão cabem embargos de declaração, pois no caso é um recurso com o objetivo principal suprir uma omissão ou erro, ou seja, aperfeiçoar a decisão. Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º . Outra exceção se dá aos recursos de natureza excepcional, pois aqui a competência é dividida, se a matéria for constitucional a análise cabe ao STF, e no caso do STJ a competência está para lei ou tratado internacional, na realidade há uma competência para tratado e lei federal, falando de forma simplificada. A regra é que apenas cabe um recurso para cada decisão, salva estas duas exceções. Princípio da fungibilidade. Fungibilidade é a possibilidade de troca, no caso do recurso, a parte o interpõe de forma equivocada, porém não é todo e qualquer recurso que se possa aproveitar um pelo outro, no caso de erro grosseiro não caberiao princípio, ou seja, se a lei expressamente disser qual o recurso cabível este recurso não é aplicado, apenas quando existir dúvida. Outro requisito é a necessidade de que o recurso seja interposto dentro do prazo do recurso correto, e não dentro do recurso que ele interpôs. A doutrina critica, pois se há dúvidas entre ambos, o prazo deveria valer para aquele que foi colocado, pois há dúvidas. Principio da proibição da reformatio in pejus. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art489%C2%A71 O recurso não pode valer para prejudicar o recorrente, sempre melhorar. A exceção é o fato que a matéria caso seja de ordem pública, o tribunal pode e deve conhecer esta matéria, a consequência lógica disso é a piora da situação do recorrente. Tempestividade. Prazos especiais carecem de justificativa para que se evite uma inconstitucionalidade. -Ministério público e advocacia pública. Ambos têm prazo em dobro, pois precisam de um acesso a informações para se recorrer., ao contrário de advogado particular, onde até por telefone pode saber de informação, no caso do MP e advocacia pública há uma burocracia, pois qualquer informação deve ser buscada por meio de um ofício, para que em momento posterior possa se manifestar. -Defensoria pública O art 186 fala da possibilidade da defensoria gozar deste prazo em dobro, onde a justificativa é diversa, a constitucionalidade advém de uma inconstitucionalidade em trânsito, ou seja, atualmente é constitucional, porém pode se tornar inconstitucional, e a justificativa é a pouca infraestrutura do órgão, porém onde um dia pode ser boa. -Listisconsortes com procuradores distintos, vinculados a escritórios distintos. Gozam de prazo em dobro também, pela ideia de ter acesso aos autos, pois ambos devem ter, e quando o processo é físico, pode haver ainda a petição conjunta para o polo. Caso o processo seja eletrônico não haverá o prazo em dobro. Regularidade formal. Como toda petição tem de ser lógica, e tem uma regularidade formal, a começar por expor quem é o órgão a petição ser dirigida, muitas vezes será um juízo a quo, outras vezes pode se dirigir ao relator (como um agravo interno ou embargos de declaração) ou quando for para mudar de órgão julgador (embargos de divergência) se direciona ao presidente pela necessidade de distribuição, de toda a sorte é necessário a indicação ao juízo consequentemente. Necessita o nome e qualificação das partes, em regra já se sabe quem é o recorrente e recorrido de forma mais extensa, logo basta colocar o nome seguido de “já qualificado nos autos”, o que justifica um recurso é o erro do judiciário, logo precisa demonstrar e fundamentar tal equívoco, e ainda identificar o erro de procedimento, neste caso teremos um fundamento de fato e direito, o que leva até o pedido. Preparo É o pagamento das custas e do porte de remessa de retorno, os valores necessários para o julgamento, a primeira parte são as custas, um valor fixo de todo e qualquer recurso tem, que serve para o caminhar do processo, o recurso goza de despesas, tais como oficial de justiça, a publicação no diário oficial, etc… A segunda parte é o porte de remessa e retorno, que se dá com base no deslocamento físico do processo. Há uma tabela indicando uma relação entre distância e número de folhas do processo, assim se identifica o valor. Todos os que vão interpor recursos devem pagar o preparo, porem são isentos: -Ministério público e pessoas jurídicas de direito público. Pois são eles que mantém o estado, logo seria uma confusão de valores apenas. -Beneficiários de justiça gratuita. Eles caso venham a perder poder ser condenados a indenizar ao valor, porém não são obrigados a pagar, a menos que mudem de vida no prazo de 5 anos. Não precisam adiantar o valor, basta demonstrar que são beneficiários da justiça gratuita, ou seja, não ter condições de arcar com aquele valor sem prejudicar sua subsistência. Prazo para a realização do preparo. No ato da interposição do recurso haverá o pagamento do preparo, logo o prazo é o próprio ato, com exceção de juizados especiais, depois de interposto o recurso, há 48h para se demonstrar a realização do preparo. O justo impedimento é um fato alheio a vontade da parte que lhe impeça de pagar o preparo. -Contraditório. A constituição estabelece o contraditório e a ampla defesa, junto com o processo legal está inserido a ampla defesa e contraditório. A ampla defesa diz respeito aos instrumentos, e o contraditório diz acerca do momento da parte se pronunciar, logo, quando nos recursos há um elemento novo, deve ser resguardado tal direito. Há de se verificar que o recurso tem um prazo, logo o contraditório também tem o prazo em dobro para as contrarrazões frente a aqueles que tem o direito de recurso com prazo prolongado. Os juízos dos recursos são: o de conhecimento se verifica se ali estão presentes todos os pressupostos e requisitos a um recurso, e o segundo é o de provimento, ou seja, se analisará o mérito do recurso em si. O juízo de admissibilidade é feito na instância ad quem, ou seja, naquela em que já está julgando, porém alguns podem ser feitos na instância a quo, ou seja, um duplo sentido de admissibilidade, são interpostos na instância de origem, terá dois juízos de admissibilidade, posteriormente será colocado o juízo de admissibilidade. Via de regra, o relator será o julgador do do juízo de admissibilidade. O relator pode sozinho julgar o recurso quando já houver precedentes. -Efeitos dos recursos. -Devolutivos. Ao se falar nisso, se trata da devolução ao tribunal a possibilidade de julgamento, o mais importante é o judiciário rever a decisão por um outro órgão, é dividido em duas partes, a primeira é sobre o que pode ser ou não revisto, tratado, e de outro lado há a questão da profundidade, ou seja, quais os instrumentos poderão ser utilizados para analisar determinada matéria. -Suspensivo. Diz respeito à possibilidade de uma decisão ficar ineficaz até o julgamento do recurso, tal decisão é válida e existente, porém não há a produção de efeitos, via de regra o próprio recurso terá efeito suspensivo irá decorrer da lei, ou o código pode estabelecer o julgamento do juízo para isso (Ope judicis). -Ativo (Tutela provisória recursal) De um lado, o efeito suspensivo pressupõe a suspensão de uma decisão favorável. Deve necessariamente ser uma decisão Ope judicis, a lei então não pode definir o efeito ativo, e sim deve ser julgada por um magistrado. -Translativo. A noção de que aquela decisão ultrapassa o limite daquilo que foi pedido, ao se tratar de matéria de ordem pública, o magistrado pode e deve analisar a questão em campos que não foram ainda nem pedidos, mesmo que prejudique ou melhore a situação do recorrente. -Efeito regressivo. Essa possibilidade se dá pela possibilidade de o órgão rever a sua decisão, ou seja, se retratar, o tribunal ou o juiz (logo não é corte superior, ad quem) diante da interposição recursal ou de um precedente. Não são todos os recursos com estes efeitos, por questões de política jurisdicional, pois em alguns casos esses recursos podem também atrasar o processo. Há um efeito regressivo que decorre da formação de um precedente, onde o tribunal irá rever essa decisão com base em precedentes, porém sempre que possível o mérito deverá ser analisado. Ao se tratar de demanda de massa, decorre da formação do precedente.7 -Efeito substitutivo. Se dá pela substituição na parte em que foi objeto de julgamento, ou seja, de vários temas (pedidos), não se recorre de tudo, por consequência então o tribunal quando julgar, a solução dada irá substituir o trecho da sentença em questão (na parte em que o recurso foi reconhecido). -Efeito integrativo. Não há uma substituição, e sim um aperfeiçoamento da decisão anterior. Logo a primeira decisão continua integra, seu sentido não muda, porém há alguma omissão que deve ser suprida. -Efeito expansivo. Significa que a decisão vai se expandir, logo irá valer para mais do que o recorrente. Particularidadesde um recursos em litisconsórcio. No litisconsórcio unitário haverá o efeito expansivo, terá em algumas situação o prazo em dobro, quando haver procuradores distintos, e vinculados a escritórios diferentes, quando o processo for físico haverá o direito ao prazo em dobro. Particularidades de recursos em caso de terceiro. As partes sempre serão legitimadas, ou terceiros, quando este for juridicamente afetado, este poderá recorrer. Logo se o processo irá afetar um contrato, ou outra relação jurídica, pode-se recorrer. Ao recorrer se defende o interesse da parte, logo no caso não se fala do contrato ou processo alheio, e sim entra no mérito do processo em si, ou se pode ainda oferecer embargos de terceiros. O recurso de terceiros pressupõe a defesa do interesse da parte, porém se houver um choque de interesses, haverá o prevalecimento do interesse da parte. Recursos de natureza ordinária O objetivo é rever na realidade todo o processo, fazer então um duplo grau de jurisdição. Recursos de natureza excepcional Os recursos excepcionais o objetivo é garantir uma decisão sistemica, logo ela deve servir até mesmo de orientação aos demais. Recursos em litisconsórcio. Unitário, quando a decisão tem que ser a mesma para todos, do contrário o simples onde há a decisão individual. Quando unitário haverá um efeito expansivo, ou seja, aproveita a todos, ao contrário do simples. O recurso quando litisconsortes distintos e procuradores também distintos gozarão de prazo em dobro. Extinção anômala das vias recursais. -Deserção Quando um recurso acaba não sendo reconhecido por conta da ausência do preparo, atualmente essa modalidade está mitigada, pois há uma consequência lógica da intimação para a realização deste ato. Em alguns recursos, não comportam tal intimação. -Desistência e renúncia Desistência é a manifestação pela qual o recorrente não quer o julgamento de seu recurso, esta pode ocorrer de forma expressa, ou pode ainda ser tácita, quando há prática de ato incompatível com a vontade de recorrer. A renúncia se dá pelo recorrente na manifestação da vontade de não recorrer, logo a principal diferença é que a desistência é posterior à interposição do recurso, já a desistência se dá de forma anterior. Recurso adesivo. Se dá pela possibilidade daquele que não recorreu, acabar interpondo um recurso. Não se trata de recurso próprio, e sim de forma especial de interposição. Remessa necessária. Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária. § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. Não irá ocorrer quando houver precedente ou súmula do STF, pois se evita a oneração da administração pública. Não haverá quando no caso da união for de 1000 salários mínimos, se no caso dos estados for de 500 salários mínimos, e municípios em 100 salários mínimos. Para os tribunais superiores, de acordo com a doutrina e jurisprudência, não haverá tal possibilidade, pois a competência destes tribunais está estabelecida na constituição federal, e não em lei. Direito intertemporal. Há uma regra que é a autonomia da independência dos atos, vale a norma em que estava editada no momento do ato praticado, ou seja sempre que se tratar de direito a recurso, neste caso a aplicação será da lei vigente no momento em que a lei foi editada. Com relação a procedimento, cada ato será praticado sob égide da norma vigente no momento, ou seja, o recurso pode começar a ser julgado quando determinada lei estiver em vigor. Reclamação. Há de sempre ter em mente a teoria dos direitos implícitos, se fala que sempre que a constituição de competência a um órgão traz também poderes para tornar tal competência efetiva. Surgiu no regimento interno, para tornar efetiva a competência efetiva. Sua natureza jurídica é de direito de ação, e aparentemente é a posição adotada pelo código, tanto que quando proposta, ela pode ser contestada, e o direito de ação é passível justamente de contestação. Ou pode ser considerada direito de petição. -Quando houver usurpação de competência. Ou seja, usado para preservar a competência de determinado órgão, tanto porque às vezes esta não está em forma clara. Reclamação A primeira hipótese de cabimento seria a preservação da competência do tribunal que for. A segunda hipótese é para garantir a autoridade das decisões, deve-se ater ao fato de decisões diferentes terem os mais diversos efeitos, porém a regra é que a eficácia seja em relação a parte. Há a possibilidade de ações no controle concentrado e súmula vinculante, por exemplo ações do controle concentrado de constitucionalidade (ADI,ou ainda a ação declaratória de constitucionalidade, arguição de descumprimento de preceito fundamental) essas ações previstas na CF, e na lei 9868 e 9882, gozam de efeito vinculante e eficácia erga omnes, valem para todos os casos e seu efeito vinculante é para todos os órgãos menos o STF, e também a administração pública, logo se tiver atividade administrativa haverá a necessidade de observância de quaisquer que sejam os poderes. Há dois novos institutos criados no CPC, incidentes de resolução e demandas repetitivas, e o incidente de assunção de demandas competentes, estes visam uniformizar a demanda das ações de massas, se visa também a correta aplicação do precedente. A reclamação é a garantia da competência e autoridade da decisão, ou por fim se pode tratar no âmbito do recurso especial repetitivo e extraordinário repetitivo, neste somente é possível a reclamação se não houver outro meio no âmbito ordinário. -Requisitos. O primeiro é a tempestividade, não há prazo para reclamação, porém há a previsão expressa que já é inclusive a jurisprudência, de que não se pode propor reclamação após o trânsito em julgado. O segundo é a regularidade formal, deve-se dirigir ao juízo que tem sua competência usurpada, no caso normalmente ao presidente do tribunal, pois ele quem é competente ao juntar, além disso há o reclamante e o reclamado (No caso o reclamado é quem está de fato usurpando a competência, logo pode ser um juiz), e uma terceira pessoa, que é quem foi beneficiado por isso, no caso é um terceiro interessado, não um reclamante ou reclamado. Deve-se haver os fundamentos de fato e direito, ou seja, demonstrar que aquele caso gera usurpação de competência ou desrespeito a autoridade de decisão, deve ainda haver o pedido, no caso da usurpação de competência será a remessa dos autos ao tribunal correto.A reclamação tem natureza jurídica de direito de ação, por isso carece de valor de causa, e recentemente o STF trouxe tal necessidade para a fixação de honorários -Quem pode propor reclamação Parte interessada, quem é parte ou terceiro naquele processo, desde que afetado juridicamente pela decisão, ou o ministério público, mesmo quando não for parte, porém quando deve intervir na decisão. O procedimento adotado nessa reclamação se verifica se é caso ou não de tutela provisória, além disso deve-se pedir informações a autoridade que veio a usurpação da competência ou desrespeitar a autoridade da decisão para que no prazo de 10 dias se manifeste e justifique, manda intimar o beneficiário da decisão impugnada, para que se possibilite a contestação no prazo de 15 dias (conforme expresso no CPC), sempre o ministério público deverá ser ouvido em 5 dias e após isso o efetivo julgamento da reclamação. Correição parcial ou reclamação correicional. Serve para impugnar erro in procedendo do juiz, a ideia é justamente impedir um erro de procedimento que não caberia recurso. requisitos -In procedendo (Não na aplicação do direito, e sim de procedimento) -Não pode ser cabível recurso, logo é subsidiária. -A necessidade que venha causar tumulto no processo. Mandado de segurança contra decisão judicial. O mandado de segurança é estabelecido na constituição federal, para proteger direito líquido, que não seja possível outras medidas (habeas corpus e habeas data), e certo contra ameaça de lesão ou lesão. Logo é medida subsidiária, feita para proteger direito líquido e certo. A liquidez é direcionada ao limite da dívida, e a certeza é a real existência do direito (líquido e certo), logo não há a necessidade de dilação probatória. Pode ser impetrado contra decisão judicial, não é regra, mas por entendimento jurisprudencial há a flexibilização do texto de súmulas, é cabível em duas hipóteses: -Quando daquela decisão não cabe recurso. -Mesmo que caiba recurso,não haja efeito suspensivo a esse recurso. (Essa segunda hipótese não ocorre, pois o efeito suspensivo é ope iudicis, ou seja, para todo e qualquer recurso há a possibilidade do relator dar a possibilidade de efeito suspensivo diante do caso concreto.) O mandado de segurança tem um prazo, fixado por lei e jurisprudência, esse prazo é de 120 dias, e julgado constitucional pelo STF, é um prazo decadencial, pois envolve direito potestativo, se o último dia cair em dia não útil, este irá se prorrogar para o primeiro dia útil subsequente. Necessita de regularidade formal, é direcionado caso for contra decisão judicial, caso no tribunal, será ele mesmo, e se for contra juiz de primeira instância, será julgado no tribunal vinculado a ele. Porém no âmbito de um tribunal, será julgado sempre nele mesmo. Será direcionada sempre ao presidente do tribunal. O ato que teremos na regularidade formal, deve-se indicar o juízo competente, nome das partes, fundamentos de fato e direito, e o pedido em si. A suspensão de liminar, muitas vezes uma determinada decisão em um primeiro momento esteja aparentemente correta, pode causar grave lesão à ordem, economia ou saúde pública, neste caso o presidente do tribunal o qual couber o recurso poderá suspender essa decisão até o trânsito em julgado de determinada decisão. Suspensão. Muitas vezes mesmo em uma análise superficial, a decisão correta, esta pode causar grave lesão à ordem pública, de tal sorte que há a necessidade de uma suspensão desta decisão até o trânsito em julgado, ou até a análise de tal matéria pelo colegiado, então é uma forma de atacar o plano da eficácia, e não da existência ou validade da decisão. Não se confunde com o efeito suspensivo do recurso, este é buscado junto ao relator, e no presente caso é uma medida própria buscada perante o presidente do tribunal que irá julgar o recurso, logo o pedido pode ser feito até mesmo de forma direta. É portanto uma medida que busca suspender a eficácia de uma decisão diante uma possível grave lesão à ordem, economias, saúde e segurança pública, a ser direcionada ao presidente do tribunal competente para o julgamento do recurso. Pode propor a suspensão, será em primeiro lugar o ministério público, após ele, as pessoas jurídicas de direito pública (união, estados, DF, municípios, autarquias e fundações públicas) porém a jurisprudência alarga essa legitimidade pois temos hoje uma forma diferente de atuação do serviço público, então uma pessoa de direito privado que presta serviço ao setor público, pode pedir tal suspensão. Ex: uma estrada com concessão, ela pode suspender a decisão do não pagamento do pedágio, caso exista. Em termos de procedimento é feita de maneira simples, o presidente pode conceder a liminar ouvindo ou não a outra parte, e dessa cabe um agravo interno, porém no segundo grau caso a suspensão seja negada, haverá a possibilidade de uma nova suspensão de competência do STF ou STJ Prazo da suspensão Não há este prazo, porém se a pessoa alega que existe a possibilidade de grave lesão, então não pode haver uma grande demora, tornaria difícil então provar tal consequência em uma decisão muito antiga, logo não sendo preestabelecido, a demora prejudica a análise do impacto da decisão a ser impugnada. Recursos em espécie -Apelação Busca impugnar uma sentença, com o CPC de 2015, não precisa tratar apenas do conteúdo da sentença, pode também ser devolvidas decisões interlocutórias que não foram possíveis seu agravo de instrumento. É um recurso de natureza ordinária que trata de qualquer assunto do processo que não esteja ainda precluso, a ideia é a impugnação da sentença. A regra é que de toda sentença cabe apelação, porém há exceções que não a admitem, um exemplo é a lei de juizados especiais, que fala sobre o recurso inominado (semelhante a apelação, porém seu prazo é de 10, e não 15 dias como na apelação), é próprio para juizado especial, outra exceção está inclusive na constituição estabelece o recurso ordinário em decisões de tribunais federais, no caso de pessoa residente e domiciliada no Brasil de um lado, e de outro o Estado estrangeiro ou organismo internacional. Há uma hipótese do artigo 34 da lei 6830: “Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. § 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e de mais encargos legais, na data da distribuição. § 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada. § 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença.” -Requisitos da apelação. A tempestividade do prazo é de 15 dias e exclui o dies a quo e se inclui o dies ad quem, (entre dia 20 de dezembro e 20 de janeiro se suspende), há o preparo que deve ser realizado no ato de interposição do recurso, e por ser de cognição ampla não tem grandes requisitos adicionais, será direcionado ao juiz de primeiro grau de jurisdição (se ressalta que não há previsão de qualquer tipo de juízo por parte do juiz de primeiro grau, tendo apenas uma função procedimental, e depois remeterá os autos ao tribunal federal), se evita o juízo de admissibilidade na instância de origem. Em termos de regularidade formal é dirigido ao juizo de primeira instancia, se identifica recorrido e recorrente, então temos que a qualificação das partes não precisa ser de forma inteira (salvo terceiro quenão havia qualificado no processo), deve também se demonstrar a violação do juiz, seja in procedendo ou in judicando, em ambos os casos haverá a necessidade da demonstração do equivoco do magistrado. Há a necessidade que haja o pedido de uma nova decisão, ou declaração de nulidade, e etc... -Procedimento da apelaçãoO recurso será interposto perante o juízo a quo (primeiro grau de jurisdição) que irá abrir vistas a contra razões (sendo vetado seu juízo de qualquer tipo) há a possibilidade de caso houver sucumbencia parcial ou reciproca, aquele que o deve pode interpor recurso adesivo, e uma vez feita será dada vistas a esse recurso, feito isso se encerra a atividade deste juízo, que irá remeter para o tribunal de justiça ou federal, para a melhor análise da questão, utilizando o princípio da colegialidade (não pode ser decisão monocrática então), porém se faltar requisitos o próprio relator poderá analisar. (Se o recurso for inadmissível, ou seja, faltar recursos, ou ele estar prejudicado, ou ainda quando não tenha atacado todos os elementos suficientes para reverter a decisão) O relator poderá julgar monocraticamente quando houver um precedente, seja em súmula ou recurso especial repetitivo, ou incidente de resolução de demandas repetitivas, por exemplo, pode-se negar ou dar provimento ao recurso. Haverá em regra o julgamento de 3 desembargadores, caso a decisão não seja unânime, se for por maioria deve-se se suspender o julgamento e chamar tantos magistrados quanto for suficientes para pode reverter a decisão, e com eles uma nova sustentação oral, onde neste caso os novos magistrados terão a chance de ouvir-la e haverá a continuidade do julgamento, se proclamando o resultado ao fim. -Efeitos do recurso de apelação Há o efeito devolutivo, onde no âmbito de teoria geral de recursos, pode ser dividido em extensão (diz respeito a qual matéria que pode ser objeto de análise por parte do tribunal) e a profundidade (diz respeito aos poderes que o juiz terá para analisar dentro da matéria). No caso de recurso de apelação o objeto de análise é tudo aquilo que há na sentença, porém não se restringe a isso, no parágrafo 1 do artigo 1009 diz que é possível de análise de matéria interlocutória das quais não cabia agravo de instrumento. Recurso de apelação Continuando o efeito devolutivo -Profundidade diz respeito os poderes que o juiz terá, ou seja, como que ele poderá analisar aquela matéria (prevista no artigo 1013 no CPC): “Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. § 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485 ; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. § 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. § 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.” O juiz deve analisar todas as matérias e fundamentos suficientes para resolver tal questão, não sendo obrigado porém a analisar todos. Muitas vezes após a sentença ou a interposição da apelação, ocorre um fato novo, este que será devolvido ao tribunal. -Efeito suspensivo. Vimos no âmbito de teoria geral de recursos, que a regra é de ope judicis, ou seja, não tem efeito automático, porém pode ser concedido diante do perigo de dano irreparavel ou de difícil reparação, contudo tem alguns casos onde tal efeito é regra (ope legis) na apelação e no recurso especial e extraordinário decorrente do IRDR, logo a apelação via de regra terá efeito suspensivo (artigo 1012), porém há exceções previstas no parágrafo primeiro (será então ope judicis, poderá ser feito então um pedido direto ao tribunal) Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. § 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485 II - relator, se já distribuída a apelação. § 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. -Efeito translativo Quando de ofício o tribunal deve conhecer uma matéria de ordem pública, e todo e qualquer recurso de natureza ordinária goza deste efeito. -Efeito regressivo Se dá pela possibilidade de retratação pelo órgão que proferiu a decisão, no caso a apelação é um dos recursos que gozam deste efeito, porém via de regra esse efeito não é utilizado, ele é usado em 3 casos: O indeferimento da petição inicial, precedente de pedido liminar onde já exista precedente qualificado, sentenças sem julgamento de mérito. Recursos nos juizados especiais (inominado) Deve-se ter em mente a serventia dos juizados especiais, na época de sua criação algumas demandas que sequer eram levadas ao poder judiciário, normalmente por motivos de a demanda não ter o valor suficiente para compensar pagar advogado e todos os custos processuais. O recurso interposto contra a sentença é julgado não por um colegiado formado por desembargadores, mas sim por uma turma composta por juízes de primeira instância, feito isso tenha em mente que nos juizados especiais há maior simplicidade. Os requisitos. -Prazo Ao contrário da apelação, é de 10 dias, a lei 9099 não estabelecia a contagem do prazo, e o CPC de 2015 que é a norma subsidiária, o prazo é contado em dias úteis, atualmente há uma lei expressando isso, suprindo essa carência. -Preparo Há uma regra específica na lei 9099, de tal forma que não se aplica a ideia geral do CPC, neste caso, nas 48h seguintes à interposição do recurso o preparo deve ser demonstrado antes do ato, caso não seja feito nestas horas, será de plano considerada deserta. -Regularidade formal. Se tem notadamente o direcionamento ao juízo competente, nome e qualificação das partes, fundamento de fato e direito apontando o equívoco do juiz e o pedido. Em termos de procedimento, se direciona ao juiz a quo, que irá abrir vistas à contrarrazões (com o prazo de 10 dias) (no âmbito dos juizados especiais não há possibilidade de recursos adesivos). Não é possível a reconvenção, apenas o pedido contraposto, até mesmo por questão de celeridade processual. Chegando na turma recursal o relator pode julgar monocraticamente, não admitindo o recurso, porém dar provimento quando fundado em súmula ou precedente de tribunal próprio ou superior, como ocorre com a apelação, se não houver precedente irá levar ao colegiado, que este irá conhecer da matéria. Na apelação, se for conhecido pela maioria e não por unanimidade, se utilizava o colegiado expandido, porém no juizado especial basta a maioria decidir, sem a necessidade de aumentar o colegiado. Efeitos. -Efeito devolutivo. A extensão do efeito devolutivo, há o civil estadual,não há qualquer tipo de recursos com decisões interlocutórias, onde sempre poderá tratar de recursos de decisões interlocutórias, nos federais e especiais, somente quando houver liminar poderá se interpor recursos de decisões interlocutórias. A profundidade do efeito devolutivo, será como na apelação, de forma muito idêntica. -Efeito suspensivo. Nos juizados especiais será sempre ope judicis, porém pode o juiz conceder o efeito suspensivo -Efeito ativo. A antecipação da tutela recursal também sempre ope judicis. -Efeito translativo. Temos justamente a possibilidade da turma recursal conhecer de oficio matéria de ordem pública. -Efeito regressivo Será apenas em alguns casos, logo, assim como na apelação não é a regra, no caso de indeferimento da petição inicial. Recursos Ordinários. Consiste em um recurso que tem cognição ampla (logo reexamina fatos, provas, tem uma grande amplitude), semelhante ao recurso de apelação, porém sua principal diferença é o órgão competente para julgar. Leva ao superior tribunal de justiça ou supremo tribunal federal, conforme o caso, a análise da matéria que tenha sido julgada por tribunal regional ou superior, nas hipóteses da constituição da república. Hipóteses. No caso do supremo tribunal federal, no artigo 102 da CF, as hipóteses do inciso II: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; São ações constitucionais que servem para garantir a tutela constitucional das liberdades. Se a decisão for denegatória, é necessário que o supremo venha a reanalisar essa matéria, diferente do caso da concessão, onde não será cabível o recurso ordinário. No código de processo civil, essas hipóteses são citadas porém o habeas corpus é excluído, isso decorre do fato de o habeas corpus ter uma índole penal, por isso não é citado no processo civil, ainda que eventualmente possa existir no processo civil O superior tribunal de justiça é previsto no artigo 105, inciso II, da CF: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça II - julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal Procedimento. Temos que ele será também interposto na instância de origem, ou seja a quo, podendo ser o primeiro grau (estado estrangeiro contra pessoa física), ou tribunal (neste caso se dirige ao presidente do tribunal conforme estabelecido no regimento interno) Não há recurso adesivo no âmbito do procedimento ordinário, afinal apenas uma parte poderia interpor-lo, nunca ambas as partes, porém em tese no caso de estado estrangeiro poderia, mas carece de previsão legal, Na instância ad quem o recurso é distribuído para a turma, onde o relator quando para não reconhecer o recurso, ou quando não atacar os fundamentos para a decisão, o relator poderá julgar monocraticamente. Do contrário irá para o colegiado, composto por cinco ministros (No STF tem 5 ministros em duas turmas e um presidente, e no STJ por se tratar de mais temas há uma maior divisão ), não se aplica a previsão do artigo 942 do CPC, onde a decisão por maioria enseja a convocação de novos magistrados em número suficiente para reverter a decisão, aqui em recurso ordinário não há previsão de colegial estendido. Efeitos -Devolutivo. Aquilo que será devolvido, no caso para o STF, a sua extensão (matéria a ser analisada) será apenas aquilo que o devolente quis ir contra, e estará ligada apenas as hipótese de cabimento, ou seja, apenas de decisão do colegiado, logo não cabe contra liminar, não cabe também decisões interlocutória. Ao se tratar de estado estrangeiro ou organismo internacional, caberá nas hipóteses estabelecidas no artigo 1.015 do CPC. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 A profundidade (diz respeito aos poderes do juiz) como é um recurso de cognição ampla, poderá assim ser analisada por inteira apenas no recurso, não há problema, da mesma forma o fato novo ou que não pode ser utilizado por força maior ou caso fortuito, a grande discussão é a aplicação ou não da teoria da causa madura, pois o código expressamente prevê a sua aplicação, no caso o artigo 1.013 do CPC, porém por jurisprudência do STF e julgamento anterior ao CPC 2015, há o julgado de não ser cabível em mandado de segurança a teoria da causa madura. -Suspensivo. Será sempre ope judicis (diferença frente a apelação que é ope legis), será pedido direto para o relator caso já distribuído, ou para o tribunal respectivo quando não, se tiver questão de admissibilidade, será na instância de origem. -Translativo O tribunal poderá conhecer de ofício matéria de ordem pública. -Regressivo Se dá pela possibilidade de um juízo de retratação, em um tribunal o órgão julgador foi um colegiado, porém deve dirigir tal recurso ao presidente ou vice presidente do tribunal, logo será diverso aquele que proferiu a decisão logo não haverá o juízo de retratação tipico, apesar que pode ocorrer na hipóteses de precedente. Em caso de estado estrangeiro, ou organismo internacional contra pessoa fisica, o processo sera priemiramente julgado em juizo de primeiro grau, porém após essa decisão irá para o superior tribunal, logo será possivel a apelação, então será sim possivel o efeito regressivo. Agravo de instrumento. Serve para impugnar uma decisão interruptória, o código de processo civil estabelece a desnecessidade de se impugnar a decisão interlocutória em momento posterior, quando ocorre as contrarrazões da apelação, ou seja, aquelas urgentes são objeto de agravo de instrumento, porém em hipóteses de dano imediato, não se fala em agravo de instrumento, ou recurso imediato em geral. Deve-se estabelecer as hipóteses pois os momentos são diferentes, desde o CPC de 2015, o momento em que se deve interpor um recurso a uma decisão que causa dano imediato é de 15 dias, ou seja, requer uma celeridade. Se a parte achasse que o dano era mediato, e apenas opusesse recurso de forma posterior, o tribunal caso entendesse como dano imediato, iria tratar como perda de prazo, isso devido ao fato de não ter sido apresentado um agravo de instrumento, por tal motivo é previsto também as hipóteses de cabimento de tal recurso. -Hipóteses de cabimento. No artigo 1015 do código de processo civil há a previsão destas 11 hipóteses: Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documentoou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Há porém hipóteses fora deste artigo, como por exemplo nos casos de falência. A corte especial do STJ especificamente no âmbito deste recurso repetitivo disse que a taxatividade é mitigada, ou seja, há este rol do artigo acima, porém não é exaustivo, logo o dano imediato, mesmo que não previsto em tal rol, poderá sim ser tema de agravo de instrumento, um exemplo é o caso da incompetência absoluta. -Tutelas provisórias Neste caso, o código divide em tutela de urgência e evidência (quando o direito é flagrante), já ocasionam um efeito imediato, logo se houver um recurso. -Quando a decisão interlocutória julgar mérito. Pode julgar em duas hipóteses: no julgamento antecipado do mérito em parcela incontroversa, logo definitivamente já pode haver um julgamento, a outra hipótese é quando uma parte da matéria precisa de instrução e a outra já pode ser julgada pelo estado do processo. -Quando há rejeição da convenção de arbitragem O tribunal poderá julgar aquela matéria, ou seja, é algo incidental que desafia um agravo de instrumento, pois os autos estarão no primeiro grau para serem julgados. -Incidente de desconsideração da personalidade jurídica. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373%C2%A71 A personalidade jurídica e a pessoa física ainda que do administrador e sócios são pessoas distintas, porém a primeira pode ser utilizadas para se performar fraudes. -Rejeição do pedido de gratuidade da justiça, ou acolhimento do pedido e sua revogação. São apenas essas duas hipóteses, a concessão da gratuidade da justiça não causa então dano imediato à outra parte, porém sua rejeição é de dano imediato, justamente por obrigar a parte a realizar o preparo, que em tese ela não teria condições para tal. -Posse de documento ou coisa. Neste caso uma vez demonstrado já causa dano imediato. -Se tratar de litisconsórcio. Se o numero for excessivo, pode-se limitar mediante a decisão do juiz, e dessa decisão irá caber agravo de instrumento. -Tratar de admissão ou inadmissão de terceiro. Como ele pode ser prejudicado da não participação no processo. -Concessão, modificação ou revogação de efeito suspensivo de embargos à execução. Trata-se por óbvio de execução de título extrajudicial. -Redistribuição do ônus da prova. Temos a noção de sua distribuição dinâmica, onde o autor terá ao fato constitutivo do direito, e do réu ao evento modificativo, impeditivo e suspensivo do direito, pode porém haver a redistribuição deste ônus, a pr´própria lei estabelece de forma específica, logo o juiz poderá dinamicamente redistribuir o onus da prova, um exemplo é a justiça do trabalho, onde o empregador tem amplos documentos em mãos. -A lei poderá estabelecer outros casos de agravo de instrumento. Requisitos do agravo de instrumento. -Prazo 15 dias úteis. -Preparo Há sim a necessidade deste para o agravo, porém ele já é interposto no tribunal, logo quanto ao porte de remessa e retorno não será cobrado, justamente por tal interposição no tribunal, diferentemente do recurso de apelação que é interposto na instância de origem. Pode até ser cobrado o porte de retorno, pois ao ser julgado ele irá retornar e o cumprimento da decisão será no primeiro grau da decisão, porém nunca o porte de remessa. -Regularidade formal Terá que ser dirigido ao presidente do tribunal, até porque não teve ainda a redistribuição, deve ter nome e qualificação das partes, fundamento de fato e direito, deve-se demonstrar o erro do juiz e ainda que é caso de agravo de instrumento, e por fim deve haver um pedido, seja a reforma ou anulação da decisão. Deve haver nome e endereço completo do advogado e das partes, isso por conta da necessidade de intimação das partes. Embargos de declaração. Serve para impugnar qualquer tipo de decisão, serve para aperfeiçoar, ou suprir alguma obscuridade de uma decisão, logo nem sempre terá o objetivo de alterar o resultado do julgamento Mesmo que a parte tenha ganho, poderá haver a necessidade destes embargos: Ex em uma causa extremamente alta, onde o pedido foi de 10 milhões de reais, e o juiz considerou procedente, porém não condena o pagamento de honorários, logo não se quer anular essa decisão, e tão somente se busca suprir a omissão dos honorários. Toda e qualquer decisão poderá ser objeto de embargos de declaração desde que sirva para: -Contradição é na mesma decisão há elementos antagônicos (deve necessariamente ser na mesma decisão) -Obscuridade é quando a decisão não está clara o suficiente, isso não se confunde com a dúvida, pois a obscuridade concerne objetivamente na decisão, a duvida diz respeito a um critério subjetivo do leitor, e neste não cabem os embargos de declaração. -Omissão será outra situação onde será cabível os embargos de declaração. -Erro material: é aquele evidente porém que não altera a essência da decisão. -Erro de premissa, neste caso será também cabível, tais embargos. Requisitos. -Prazos: neste caso é de 15 dias úteis para todos os recursos, porém pela simplicidade e aplicação deste recurso, os embargos de declaração tem seu prazo de 5 dias apenas, contados em dias úteis, ressaltando que aqueles que já gozavam de prazo em dobro, terão também este direito aqui. -Preparo: Não há necessidade de se realizar o preparo, como disposto no CPP, e porte de remessa e retorno será inviável, pois o mesmo órgão que proferiu a decisão irá analisar a demanda do embargo de declaração. Contraditório. Se dá pela possibilidade pela outra parte se manifestar sempre que houver um fato novo, entretanto, aqui nos embargos de declaração, como regra não acarretará em alteração do julgamento, não irá necessitar do contraditório, porém caso se ataque a decisão e modifique qualquer área de sua essência, ou seja, a modificação do resultado, será sim necessário que seja disponibilizado o contraditório. Procedimento. Se houver pedido de efeito modificativo, haverá necessidade do contraditório, chamando o embargado para se pronunciar acerca deste. Não há aqui a previsão de sustentação oral. Efeitos. O efeito suspensivo não é expresso no código, porém pode um relator o aplicar, se trata então de ope judicis, desde que podendo haver dano grave ou de difícil reparação, estes embargos, uma vez interpostos, interrompem os prazos. Embargos de declaração Se forem opostos a outro recursos, e não tiverem alterem o resultado deste outro recurso, não haverá a necessidade de ratificação deste. Quando eles forem protelatórios, por exemplo na omissão de um juiz, porém ao sanar este defeito ele é obscuro, se opõe mais uma vez os embargos do embargos, logo isso poderá ocorrer quantas vezes necessárias, desde que não seja feita para atrasar a jurisdição, logo o CPC em caso de recurso protelatório haverá a imposição de multa, sendo a primeira até 2% do valor da causa. Caso a parte repita estes embargos declaratórios, a segunda multa será de até 10% e será vetada a possibilidade de novos embargos para aquela parte. Embargos de declaração para fins de prequestionamento. Se a parte suscitar a matéria, porém ainda não houve a analise do mérito, não será aceito o prequestionamento, logo se necessita de embargos de declaração, o STJ entende que deve-se ainda demonstrar a omissão, obscuridade, ou contradição, logo se demonstra também violação ao artigo 1.022 do CPC. Agravo interno. A ideia central é levar ao colegiado a matéria que tenha sido julgada monocraticamente. Em algunscasos, porém, um relator pode julgar monocraticamente, desde que em situações predeterminadas no artigo 932. Em caso de precedente, apenas se pode falar da distinção ou da superação daquele precedente. O prazo será de 15 dias o prazo previsto para o agravo de qualquer natureza, se for contra decisão de relator ou unipessoal proferida em tribunal, ainda que previsto em legislação extravagante ou regimento interno. Não há necessidade do porte de remessa e retorno, afinal irá se levar ao colegiado matéria decidida monocraticamente, porém não é completamente isenta de preparo, neste caso a critério do tribunal podem ser estabelecidas as custas. O procedimento será a interposição deste, haverá a necessidade de contraditório, demonstrar que o recurso é incabível, ou o precedente é superado ou seu caso é diferente daquele utilizado. Recurso especial. Hipóteses de cabimento: O artigo 105 inciso terceiro é dividido em três alíneas. Alínea A: Violar a lei federal, dar prevalência a ato do governo local em face a lei federal, e interpretação diversa de lei federal. -Violar ou negar vigência de lei federal: Neste caso há a necessidade de recurso especial, a negativa de vigência cabe a tratado ou lei federal, o tratado temos justamente que o tratado internacional é uma norma nascida no estrangeiro, e para que venha a existir no Brasil haverá procedimento e fase para se entrar em vigor no país, necessita de uma assinatura de um pleno potenciario (Presidente, embaixador, chanceler, ou alguém designado especificamente para isso), essa assinatura não dá ainda a vigência do Brasil, será necessário passar pelo congresso nacional que editará um decreto legislativo, e para ser incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro quando este chegar ao presidente da república incorporando ao nosso sistema jurídico. A regra geral é que o tratado internacional tenha força de lei, porém é diferenciado quando versar sobre direitos humanos, quando aprovados por 2 turnos em tres quintos do pleito, terá força de emenda constitucional, os que não forem aprovados desta forma, terão força supralegal. O conceito de lei no caso da violação de lei federal, será considerada lei todo ato constitutivo primário, (Art 59 CF), inclusive uma violação a emenda constitucional não será passível de recurso especial, pois deve ser analisada pelo STF por adentrar a competência constitucional. A segunda alínea fala de dar prevalência a ato de governo local contestado em face a lei federal, neste caso em prática é uma violação à lei federal (Porém quando se tratar de divergência a lei federal e lei local, será matéria de direito constitucional) pois no caso será divisão de competências, já que não há hierarquia entre leis, e sim diferenças de competências entre municípios, estados e federação. Quando se tratar de atos de governo federal em face de ato estadual, será matéria do STJ, pois no caso em maioria das vezes deverá se seguir a norma de âmbito federal. A terceira alínea a interpretação diversa a lei federal em face à distinto tribunal, ou seja, se fosse no mesmo tribunal seria uma mera mudança de jurisprudência, e deveria ser modificada de forma interna naquele tribunal. Essa divergência jurisprudencial se trata do exato mesmo caso, porém com distintas soluções, porém apenas a distinta solução não ensejará jurisprudências diferentes, é necessário também que o caso seja igual para se consolidar a diferença jurisprudencial. A demonstração se dá na juntada do acórdão visto como paradigma, e demonstra a divergência de solução. A divergência jurisprudencial não será ad eternum, logo poderá o STJ pacificar a matéria no mesmo sentido da decisão impugnada, ele irá pacificar a matéria quando a corte especial decidir, ou ainda quando a sessão que julga a matéria de forma pacificada. Procedimento Ao recurso especial comum, se interpõe direcionado ao presidente ou vice presidente do tribunal de origem, este irá abrir vistas a contrarazões, e haverá juizo de admissibilidade no tribunal de origem,ou seja, este presidente ou vice, irá verificar a existência do preenchimento de requisitos e pressupostos. Recurso especial repetitivo. Uma vez interposto abre vista as contrarrazões e haverá um juízo de admissibilidade na instância de origem, esta irá verificar os requisitos específicos e gerais do recurso Uma vez admitido o recurso, este irá ao STJ. Porém há um recurso especial repetitivo, que é tratado como um precedente, devido ao grande número de processos com o mesmo tema, se preferir no lugar de julgar processo a processo, simplesmente ter a força de um precedente. Logo se predomina a ideia de apenas um julgamento, havendo duas formas de se encarar essa ideia, a primeira forma é o processo piloto, onde o primeiro é julgado de certa forma e outros serão julgados de maneira parecida, a outra hipótese é o processo modelo, onde se julga de forma mais abstrata. A ideia é julgar uma causa e criar um efeito difusor para outros processos, estes ficarão suspensos aguardando o julgamento do primeiro. Uma vez havendo este recurso, será o relator que irá determinar a suspensão de outros processos, e quem irá julgar se o processo em questão tem o mesmo tema dos demais, será o juiz da causa. Se o caso for diverso, deverá ser feito um requerimento que demonstra a distinção do processo a aquilo que será julgado pelo STJ, será dirigido ao juiz ou relator, no caso há possibilidade de agravo interno. -Sobrestamento Após o relator decidir o sobrestamento de todos os processos que estejam tramitando, e o juiz da causa verificará se o caso é idêntico, caso haja divergência da parte, ela irá fazer um requerimento demonstrando a distinção de casos, se for em primeira instância cabe agravo de instrumento, e se for o relator, caberá o agravo interno. O STJ irá julgar, e poderá existir o amicus curiae (amigo da corte), ele atuará neste caso específico, dando ao tribunal maior conforto para analisar a demanda, posteriormente esta decisão valerá para todos os outros processos. Caso a matéria não tenha sido analisada pelo juiz, ai se utilizará a decisão já proferida pelo STJ. Caso a material tenha sido julgada pelo juiz, e houve o sobrestamento, então o STJ irá julgar o caso, e se for idênticas as posições, o recurso não merece sequer ter segmento, porém se a posição for diversa, os tribunais deverão se adequar ao posicionamento do STJ e rever suas decisões, logo o tribunal de origem poderá rever seu posicionamento. Deve se verificar seus efeitos: -Devolutivo A extensão e profundidade são restritas, pois devem ser matéria exclusivamente de direito infraconstitucional federal, deve também ter sido anteriormente analisada -Suspensivo. Não há efeito suspensivo de regra, porém há a possibilidade em caso ope judicis, desde que haja plausibilidade e risco de dano iminente, a grande questão é saber qual órgão que irá conceder tal efeito, no âmbito da apelação e recurso ordinário, por não ter juízo de admissibilidade na instância de origem, será o juízo ad quem, porém ao se tratar de recurso especial temos um juízo de admissibilidade do presidente ou vice do tribunal na instância de origem, logo ele poderá analisar e conceder ou não o efeito suspensivo. Após a admissibilidade, a competência passa a ser do STJ, que será o órgão que irá julgar tal recurso. -Translativo. Estre se dá pela possibilidade de um tribunal conhecer uma matéria de ofício, ele somente não poderá o fazer após o trânsito em julgado, porém como neste caso não o haverá, parte da doutrina entende que a matéria do recurso especial e extraordinário como qualquer outro gozam deste efeito, porém outra parte defende que o tribunal no âmbito de recursos excepcionais não podem conhecer de ofício matéria de ordem pública, pois o objetivo deste recurso é garantir a segurança sistêmica. -Regressivo Haverá a possibilidade quando houver decisão do tribunal de origem quando for contrária ao precedente, este efeito decorre não da interposição do recurso, mas sim da formação do precedente. Recurso extraordinárioDiferente do recurso especial, aqui temos que a matéria deve ser constitucional, se trata também de um recurso excepcional. Requisitos gerais -Interesse recursal O recurso deve ser útil, e muitas vezes há matérias onde o acórdão teve matéria constitucional e infraconstitucional, logo se houver a necessidade de atacar todos os fundamentos, o recurso especial para os ifrs constitucionalis será julgado antes, e caso não seja provido não será necessário julgar o recurso extraordinário, pois tal fundamento não será suficiente para a reversão da decisão. Se o recurso especial foi provido anteriormente o recurso extraordinário perde seu objeto, do contrário ele ainda será útil, isso em caso de dois fundamentos diferentes, sendo um infraconstitucional, e outro constitucional. -O prazo 15 dias úteis -Regularidade formal Será direcionado ao presidente ou vice do tribunal de origem, da mesma forma do recurso especial. -Preparo Se consubstancia em custas e porte de remessa e retorno, neste caso não será exigido em autos eletrônicos. -Postagem em termos de tempestividade Por correio, pode ser utilizado protocolo integrado ou descentralizado, desde que o tribunal tenha delegado essa atividade ao juízo de primeiro grau de jurisdição, o que não é obrigatório para todos os tribunais, porém é uma faculdade. Requisitos específicos. -A matéria deve ser exclusivamente de direito. Não se pode o simples reexame de fatos ou provas, deve partir do pressuposto da situação fática colocada pelo acórdão de origem, logo aqui a súmula 279 do STF é utilizada, semelhante a súmula 7 do STJ, aqui vale a ideia de que é diferente o reexame de provas (situação fática)para a revaloração fática (se que apenas dare outro contorno jurídico). -Os requisitos estão no artigo 102 inciso 3 da CF. II - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) -Deve ser de única ou última instância. -A decisão não tem órgão especifico. Logo desde que esgotado todas as instancias, pode vir de qualquer tribunal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1 -A matéria deve ser relevante. Isso o Supremo pode afastar por 2/3 de seus membros, normalmente é julgado pelo plenário virtual, onde o ministro tem 20 dias para determinar se é questão constitucional, se é caso de precedente anterior, e repercussão geral propriamente dita. Por ser um recurso de matéria excepcional, exige uma importância econômica, social, política ou jurídica que ultrapasse os limites subjetivos. Deve-se abrir um tópico para falar apenas deste assunto. Hipóteses de cabimento -Contraria dispositivo da constituição da república. Deve ser uma contradição direta, onde o acórdão tem interpretação da constituição e não da lei, neste caso é cabível o recurso extraordinário. -Pode se falar em análise de constituição pretérita. Quando uma norma constitucional anterior tem normas recepcionadas pela nova. -A ideia de “tempus regit actum” A violação de constituição anterior, no caso, se a questão for de constituição anterior, esta será a utilizada na análise do mérito. Envolve a constituição e tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados em 2 turnos por 3/5 de cada casa, pois estes tem força de emenda constitucional. Hipóteses de cabimento. -Quando houver a declaração de inconstitucionalidade de tratado ou lei federal. Neste caso deve ser observado o procedimento para a declaração desta inconstitucionalidade, somente um tribunal pode declarar inconstitucional, de acordo com o art 97 da CF, somente com a maioria absoluta dos votos dos membros do respectivo órgão especial, sendo assim há a necessidade de ser obedecida a cláusula de reserva de plenário para aplicação do recurso extraordinário, caso não obedecido até pode ocorrer um recurso extraordinário, porém agora pela alínea A, e não mais pela B. A turma abrirá um incidente que apenas irá analisar acerca da inconstitucionalidade, logo se analisa abstratamente, do ato em que se declara inconstitucionalidade não cabe o recurso extraordinário. Não será necessário este incidente quando já houver um precedente no plenário do STF, logo será cabível a interposição pela alínea B do artigo 102 quando se falar de tratado ou do seu procedimento. Para não ser obedecido o procedimento deve-se opor embargos de declaração versando sobre o artigo 97 da CF. -Recurso extraordinário quando a decisão deve preferência a lei ou ato do governo local tendo prevalência da constituição da república. -Quando houver prevalência em lei local contestada em face de lei federal. Não há hierarquia da lei federal para estadual, porém há diferentes competências para âmbito federal e constitucional. Quando há competência concorrente, o estado tem competência plena na lacuna da regulamentação federal, porém se for feita futuramente uma lei federal, essa irá retirar eficácia da lei estadual nos assuntos que tocam. Porém o que se deve ater é que a divergência de lei local sobre a federal, é matéria de direito constitucional, logo cabe recurso extraordinário. Procedimento. Primeiramente, a demanda irá para o plenário virtual que irá julgar o teor da matéria, se tem precedente, se a matéria é constitucional, logo este irá apenas reiterar a jurisprudência e verificar a repercussão social, para ser recusada, dos 11 ministros ao menos 8 devem dizer que não há repercussão geral para não se conhecer o recurso. Se até entender que há tal repercussão, os tribunais ficarão sobrestados, tendo essa repercussão o supremo irá julgar a matéria, em caso de recurso repetitivo, todos os processos do Brasil acerca dessa matéria serão suspensos, Efeitos. -Devolutivo Extensão (matéria a ser analisada): Neste caso será restrito a discussão de direito e constitucional, devendo ser uma violação frontal à constituição Profundidade (poderes do juiz): Não se pode reexaminar fatos e provas, ainda a matéria deve já ter sido debatida. -Suspensivo Temos que o recurso extraordinário não goza como regra deste efeito, logo não é automático (apenas a apelação tem o efeito suspensivo ope legis, o restante é ope judicis), o recurso extraordinário decorrente de incidente de resolução de demandas suspensivas (IRDR) tem seu efeito suspensivo ope legis (aqui se trata de uma exceção portanto). O efeito suspensivo ope judicis, que é a regra geral, até a admissibilidade do recurso que será feita pelo tribunal de origem, tem seu procedimento dado pela interposição do recurso em instância a quo, que irá abrir vistas as contrarrazões, verificar se tem ou não recurso extraordinário e assim podendo sobrestar, analisar a sua repercussão, e após isso irá fazer um juizo de admissibilidade o recurso irá subir para o STF. A competência até subir para o STF será então presidente do tribunal de origem, após isso será do Supremo Tribunal Federal. -Translativo. Temos a mesma discussão do recurso especial, a doutrina reconhece que não pode o magistrado conhecer de ofício matéria pública. O artigo 485 parágrafo terceiro do CPC, opta por dar este efeito translativo ao recurso extraordinário até o trânsito em julgado. “ Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: [...] § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.” -Regressivo. Este se dá pela possibilidade de retratação, o órgão deveria ser o mesmo que proferia a decisão, porém aqui a turma irá julgar o acórdão, que julga é o colegiado, e quando se interpõe o juízo de admissibilidade será feito pelo tribunal de origem, logo a simples interposiçãonão gera o juízo de retratação, porém a formação de precedente pode o gerar. A retratação então existe, porém decorre da formação do precedente no STF, e não da mera interposição recursal. Agravo em recurso especial ou extraordinário. Caso o presidente ou vice do tribunal de origem não admitir o recurso especial ou extraordinário, será necessário a manutenção de um recurso para a impugnação desta decisão acerca do recurso especial ou extraordinário. Logo seu objetivo é justamente fazer com que o recurso especial seja provido. Requisitos -Prazo São 15 dias úteis assim como todos exceto os embargos de declaração -Preparo Não há necessidade do pagamento de custas ou remessas necessárias, até porque este foi pago no primeiro recurso, no caso o que se vislumbra a admissão. -Nome e qualificação das partes, bem como fundamentação de fato e direito. Procedimento Se interpõe o recurso perante o presidente ou vice presidente do tribunal de origem, que irá abrir vistas para contrarrazões também em prazo de 15 dias, e após irá remeter o recurso para o STJ ou STF, não há possibilidade de se recusar este recurso, pois iria precisar de um recurso para este. No STJ ou STF cabe ao relator verificar se todos os requisitos foram obedecidos,em caso afirmativo, irá conhecer o agravo, neste caso pode negar provimento quando o presidente do tribunal de origem agiu corretamente, ou quando falta um dos pressupostos de admissibilidade, pode dar provimento ao agravo, neste caso irá conhecer o próprio recurso especial e extraordinário, pode ainda conhecer, dar provimento ao agravo e já fazer o juízo de provimento, o relator pode fazer isso quando já existir um precedente, por fim pode conhecer e dar provimento ao agravo e na ausência de precedente levar o recurso para ser analisado pelo colegiado. Embargo de divergencia. A ideia é fazer com que a matéria seja analisada por um colegiado maior, pois muitas vezes será analisada por uma turma apenas, então a ideia aqui é de aumentar o colegiado. -Prazo de 15 dias -Não há necessidade de preparo ou porte de remessa e retorno (podem porém ser cobrados as custas) -Demonstração da divergência. -Deve-se realizar o cotejo analítico, ou seja, demonstrar que há precedente diverso para aquele caso.
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