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18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período Introdução à epidemiologia AV1: início da epidemiologia; cadeia epidemiológica e tríade epidemiológica; níveis de preservação em saúde; fatores em risco em saúde; estudos epidemiológicos; indicadores epidemiológicos; saneamento básico. AV2: DTAs; vigilância em saúde; transição epidemiológica e demográfica; doenças emergentes e reemergentes; notificação de agravo/ SINAN Epidemiologia A ciência básica da saúde coletiva. Estuda a ocorrência, distribuição e fatores determinantes das doenças em populações humanas. Epidemiologia moderna Estuda a distribuição dos problemas em saúde das populações → investiga as causas destes problemas → aponta quem é mais propenso a adquirir e morrer destes problemas → Avalia a longo prazo: vacinas; testes de diagnóstico; tratamentos; serviços de saúde; comportamento das doenças. . A epidemiologia atua principalmente na forma de informações, de dados. História da epidemiologia Grécia → Hipócrates (460-377 aC) . Analisava as doenças em bases racionais . Afastando a ideia do sobrenatural . Discute causas ambientais, como clima, a água ou um lugar em que os ventos sejam favoráveis . Antecipou a ideia, então revolucionária, de que o médico poderia predizer a evolução de uma doença utilizando dados anteriores . Endemeion: no sentido de “habitar” o lugar, nele se instalando por longo tempo → Endemia ex: Malária (Amazônia) O agente causador da malária é um protozoário esporozoário (Plasmodium sp), cujo vetor (transmissor) é a fêmea do pernilongo Anopheles sp, popularmente conhecido como mosquito-prego. . Epidemeion: no sentido de “visitar”, salientando o caráter de temporalidade, de provisório → Epidemia ex: Dengue (RJ) O agente causador da dengue é um vírus, cujo vetor (transmissor) é a fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando também infectada pelos vírus). . Antes estudava as doenças epidêmicas e transmissíveis, hoje estuda também as endêmicas e não transmissíveis Roma → Marco Aurélio (121-180 aC) . Registro compulsório de nascimento e óbitos. . O número de mortes e o número de doentes é muito importante! As raízes históricas da ciência epidemiológica . Clínica → doente . Estatística → número de casos . Medicina social → agravo tem importância em muitas pessoas John Snow . Fundador da Epidemiologia por estudos de metodologia epidemiológica . Com suas pesquisas sobre a cólera (1854) em Londres 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período Níveis de organização para o processo saúde-doença Premissa Básica da Epidemiologia Os agravos à saúde não ocorrem, ao acaso, na população. Cabe a epidemiologia encontrar respostas para as questões: . Como as doenças se distribuem? . Quais são os fatores que determinam a ocorrência das doenças? . Deve-se avaliar o impacto das ações para alterar a situação de saúde Formas de ocorrência de doenças em populações Cadeia epidemiológica (Cadeia de transmissão) Cadeia no sentido de corrente, formada por vários elos conectados Representa o conjunto de elementos que se relacionam que demonstra o processo de propagação de doenças transmissíveis em populações São 5 elementos da cadeia epidemiológica 1. Fonte de infecção: libera o patógeno 2. Via de eliminação 3. Via de transmissão 4. Porta de entrada 5. Suscetível: indivíduo que contrai o patógeno Quebrar a cadeia epidemiológica se dá a partir de ações que impeçam a evolução entre os elementos, qualquer elo da corrente que for rompido impede a continuidade da cadeia. 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período Fonte de infecção Algo ou lugar que transmite/libera o patógeno . Doente ou portador sintomático . Portador assintomático . Reservatório Fonte de infecção: pessoa, animal ou ambiente que possui e transmite um agente infeccioso. Pode ser o doente, ou seja um indivíduo que apresenta sinais clínicos e elimina o patógeno (também conhecido como portador sintomático). Por outro lado, alguns indivíduos conseguem transmitir o patógeno, sem estar doente (portador assintomático). Além disso, temos um terceiro tipo denominado reservatório, que é mais utilizado para animais e ambientes, que eliminam o patógeno, mas não apresentam alterações. Exemplo: rato importante transmissor da Leptospirose, podendo ser reservatório ou portador assintomático. O termo reservatório também pode ser utilizado em pessoas, quando estas são portadoras assintomáticas. Termo Sinais Clínicos Transmite o patógeno Portador Sintomático + + Doente + + Portador Assintomático - + Reservatório - + 3. Vias de transmissão a) Transmissão horizontal: é quando um indivíduo passa para outro, podendo ser de dois tipos: . Contágio direto: sexual, beijo, contato mais próximo (animal: mordida). . Contato indireto: vetores hematófagos, água e alimentos contaminados, solo e ambientes contaminados, e fômites. O que são fômites? são objetos sem vida que podem transmitir por estarem contaminados (celular, estetoscópio, caneta, dinheiro). b) Transmissão vertical: é quando a mãe transmite um patógeno para o seu filho, podendo ser por três mecanismos: . Pelo leite materno durante a amamentação. . Pela placenta durante a gestação . No momento do parto, pelo canal do parto. 4. Porta de entrada: são orifícios ou determinadas áreas do corpo, por onde o patógeno irá invadir os tecidos do hospedeiro, tais como: . mucosas: olho, genital. São áreas muito frágeis onde o patógeno consegue entrar mais facilmente. . pele lesada e até mesmo integra. . ferimentos . trato digestivo . orifícios naturais: ouvido, canal da uretra. 5. Suscetível Hospedeiro suscetível é o hospedeiro capaz de sofrer a infecção. Cadeia epidemiológica agente: HIV doença: AIDS agente causal → reservatório → vias de eliminação → vias de transmissão → penetração → hospedeiro suscetível Conhecendo a cadeia epidemiológica de uma doença, fica mais fácil essa cadeia ser quebrada para reduzir a transmissão, isso se dá através de medidas de controle e prevenção. 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período Medidas profiláticas implementadas em cada parte da cadeia de transmissão para reduzir a transmissão. 1. Fonte de infecção . sacrifício ou controle populacional → quando a fonte de infecção é uma animal ou vetor. exemplo: leishmaniose em cão, esse irá sofrer eutanásia; controle populacional de roedores, pombos, morcegos (esses animais não serão exterminados, até porque são importantes para o ciclo biológico) . isolamento, conhecido como quarentena, onde o indivíduo permanece isolado, reduzindo a chance de contato com outros indivíduos. . tratamento: quando houver. 2. Vias de eliminação . higiene . isolamento 3. Vias de transmissão . indireto . direto: sexual, uso de preservativos. . vetores e hospedeiros intercalados: barbeiro Hospedeiro intercalado é o hospedeiro que desenvolve uma parte do ciclo biológico do parasita, tornando-o infeccioso. . alimento e água: surto de hepatite A associado com fabrica de gelo. . solo 4. Portas de entrada . difícil → uso de EPI’s 5. Suscetível . vacinação . higiene . alimentação Ocorrência de doenças Epidemia aumento do número de casos de um agravo em uma população durante um período de tempo, este aumento deve ser o número acima dos padrões normais. Endemia é quando o agravo ocorre de forma frequente em uma população de uma região, ao longo do tempo. Exemplo malária na região amazônica. Pandemia seria uma epidemia em escala global, o agravo precisa ocorrer no mesmo período de tempo em vários continentes. Surtos ocorre em uma área delimitada, escola, bairro… Toda epidemia surge a partir de um surto! Epizootia → epidemia em animais Enzootia → endemia em animais Panzootia → pandemia em animais Infecçãoe doença - Prof. Alexandre Infecção ocorre quando um agente infeccioso invade o tecido do hospedeiro. A infecção assintomática ou subclínica ocorre quando o agente infeccioso entra no corpo, mas não causa sintomas. Doença está relacionada ao aparecimento de alterações clínicas no hospedeiro, infecção clínica. O termo contaminação se refere a superfícies, objetos,contendo um patógeno. Padrões de progressão das infecções dentro de todas doenças infecto contagiosas conhecidas, temos 5 padrões bem definidos: . intensidade do processo . tempo de evolução subclínica . invalidez cronicidade, limiar clínico 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período . óbito . recuperação de saúde a. infecção clínica aguda fatal - são aquelas doenças fatais que evoluem muito rápido, em poucos dias. Por exemplo: ebola b. infecção clínica aguda com recuperação - embora o paciente desenvolva rapidamente os sintomas clínicos, estes duram pouco tempo, com recuperação do paciente em poucos dias. Por exemplo: dengue, gripes simples. c. infecção subclínica ou assintomática - é aquele que não consegue produzir lesões no hospedeiro suficientes para gerar sinais clínicos. Na maioria das vezes está associada a pouca virulência do patógeno. Virulência é a agressividade do patógeno. d. infecção clínica crônica e fatal - é aquela que evolui de forma lenta porém contínua e o paciente acaba falecendo. Por exemplo: tuberculose e AIDS. e. infecção crônica com períodos clínicos e subclínicos - são grupos específicos onde o mesmo patógeno provoca sintomas que são passageiros e em seguida os sintomas terminam, mas não há uma cura completa, poderá voltar tempos depois. Por exemplo: herpes. Principais causas de infecções . contato inter-humano . DTA’s → doenças transmitidas com água e alimentos, essas doenças estão relacionadas com falta de saneamento básico. Doenças com envolvimento, principalmente, de bactérias e parasitas, mas também podem estar relacionadas com vírus. . insetos hematófagos . zoonoses Etapas do período infeccioso no hospedeiro . período patogênico . período de incubação . período de transmissibilidade . período prodrômico - início do período clínico, é muito vasto, não tem como saber o que pode estar causando. . período sintomático . período de convalescença Período patogênico compreende desde a entrada do patógeno no hospedeiro até a resolução completa, quando o indivíduo está livre do agente patogênico. Período de incubação corresponde ao período desde o contato com o hospedeiro até o início dos sinais clínicos. Período de transmissibilidade corresponde ao período em que a pessoa transmite. Embora o tempo de transmissibilidade seja grande e a maior carga de transmissibilidade é quando o indivíduo apresenta sinais clínicos, o indivíduo pode transmitir antes de apresentar sintomas e depois de o término dos sinais clínicos. Período sintomático Dentro do período sintomático tem-se o período prodrômico em que o indivíduo apresenta sintomas inespecíficos (febre, dor de cabeça, cansaço, falta de apetite, náuseas) Período de convalescença onde os sinais clínicos já acabaram, porém a pessoa não está completamente recuperada, não aconteceu a resolução completa. Observações . surtos alimentares → grupos pequenos (restaurante, casamento, situações específicas) . vetores → regiões localizadas (clima, época do ano) . pessoas infectadas → maior disseminação (viagens, shopping, metrô, trêm) Tríade epidemiológica Durante muito tempo o homem queria entender porque algumas pessoas ou populações adoecem e outras não, sendo que muitas vezes pessoas da mesma família um adoece e outro não. Na década de setenta foi proposto uma teoria que tentava justificar o porque o agravo ocorre. Esta é conhecida como tríade epidemiológica, na qual temos um equilíbrio formado pelo hospedeiro (somos nós), o agente patológico (o que causa o agravo) e o meio ambiente. Quando 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período estes três participantes estão em equilíbrio não tem doença, porém quando este é quebrado a doença surge. Tríade epidemiológica . para um agravo ocorrer → equilíbrio natural seja quebrado . em 1976, Leavell e Clark propuseram um modelo que foi adotado na epidemiologia denominado Tríade Epidemiológica O homem é o hospedeiro, o homem vive no ambiente, e nesse ambiente pode ter o agente que causa o agravo. Quando o hospedeiro está saudável tem-se um equilíbrio. A doença surge quando o equilíbrio é quebrado. 1. Agente: biológico (vírus, bactéria), químico, físico (raios ultravioletas) e/ou nutricional (deficiência de iodo, vitamina, cálcio) Agentes, esses agentes são os responsáveis pelo agravo, podendo ser os agentes biológicos (vírus, bactérias, toxinas, fungos e parasitas), agentes químicos (agrotóxicos, poluição, elementos químicos no ambiente), agentes físicos (raios UV, raio X), e agentes nutricionais (vitaminas, hormônios etc). Os agentes biológicos são aqueles que causam maiores problemas em relação aos agravos. 1.1. Fatores ligados aos agentes biológicos, que podem promover a quebra do equilíbrio: a) os agentes tornam-se mais patogênicos, no caso dos vírus devido a mutações ou rearranjo genético. Em relação a bactérias pode ser por mutação, mas também por aquisição de plasmídeos. b) patogenicidade é a capacidade de um agente causar lesão/dano. c) virulência é o grau da patogenicidade de um agente; por exemplo, vamos supor que você esta trabalhando no hospital e chegou uma criança com infecção de garganta, tratou e foi para casa. Dois meses depois a criança voltou ao hospital com infecção de garganta mais forte que da outra vez. Ao coletar o material para fazer uma cultura, você vê que o agente que causou a infecção dessa vez é outra bactéria muito mais agressiva. d) resistência muitos patógenos ao tempo tornam-se resistentes, aos componentes do sistema imune, a temperatura do ambiente e principalmente às drogas. Com isso, tem mais chances em provocar uma doença. e) carga infectante: muitos patógenos infectam uma pessoa, mas a doença só irá ocorrer se a carga , ou seja, o número de patógenos estiver alto, ser incapaz do sistema imune combatê-lo. 1.2. Fatores ligados aos hospedeiros, que promovem a quebra do equilíbrio: a) faixa etária: crianças devido a falta de conhecimento, por exemplo leva a mão à boca constantemente, se o alimento cai no chão ele leva à boca. Ou seja, comportamentos de grupos etários diferentes podem influenciar no desenvolvimento de agravos. Adolescente é uma época em que a pessoa pode ter muitos parceiros sexuais, chance de pegar DST é muito maior. Idoso vai perdendo a capacidade de equilíbrio, força, agilidade, sendo comum o acontecimento de quedas. b) sexo: mulheres possuem uma uretra mais curta que o homem, o que facilita a infecção da bexiga, desenvolvendo cistite. A mucosa genital das mulheres tem uma carga, uma variedade, da microbiota muito maior que o homem, podendo desenvolver infecções oportunistas, como a candidíase. c) estado civil: adolescentes e solteiros naturalmente têm mais parceiros sexuais quando comparado a com casados, aumentando a chance de adquirir uma DST. Ou seja, são comportamentos diferentes. d) ocupação: o tipo de trabalho da pessoa influencia em diversos agravos , como por exemplo o médico que lida com pessoas doentes em um ambiente contaminado, tem mais risco de se infectar. Uma pessoa que trabalha em um zoológico tem mais chance de sofrer uma mordida e/ou picada. e) escolaridade: quanto maior a falta de conhecimento, maior o risco em desenvolver um agravo. A falta de conhecimento é um grande problema que a gente tem. Quando a população tem uma escola de qualidade o aluno aprende, ela começa a ficar mais exigente. 7-% dos tuberculosos diagnosticados no Brasil são analfabetos. f) características genéticas: sabe-seque algumas doenças estão associadas ao caráter hereditário, tais como diabetes, hipertensão. Atualmente, até doenças infecciosas podem estar associadas à genética, como a hanseníase, a tuberculose e a AIDS. Muitos patógenos quando entram no hospedeiro eles precisam se ligar a receptores celulares de superfície para penetrar nos tecidos ou células (vírus). sabe-se hoje que tem pessoas que têm mais receptores de superfície quando comparado a outras, imagine que os receptores funcionam como portas, o que facilita a entrada do agente invasor. g) sistema imune: quando reduz, o risco de desenvolver uma doença é maior. 1.3. Fatores ligados ao ambiente que levam a quebra do equilíbrio 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período a) mudanças climáticas: fatores como frio e chuva facilitam a dispersão de alguns patógenos na natureza (cólera, leptospirose, dengue) b) presença de vetores ou animais: locais que tem maior quantidade mosquitos, roedores, morcegos, pombos são ambientes mais favoráveis ao ocorrer surtos e epidemias. Falta de saneamento e estrutura, como água potável, coleta de esgoto, lixo, ruas sem asfalto tem mais chance de haver maior número de casos de uma determinada doença. c) saneamento e infra-estrutura 3 datas de prova de epidemio: AV1 → 29/09/2020 AV2 → 24/11/2020 AVS → 15/12/2020 SLIDE 2 - Fatores de risco e níveis de prevenção O objetivo da epidemiologia moderna é apontar quem é mais propenso a adquirir e morrer destes problemas; estuda a distribuição dos problemas em saúde das populações; investiga as causas destes problemas; avalia longo prazo: vacinas, teste de diagnóstico, tratamentos, serviços de saúde, comportamento das doenças. Fator de risco . atributo de um grupo de população que apresenta maior incidência de uma doença ou agravo à saúde em maior comparação com outros grupos . desta forma, é fundamental na epidemiologia, identificar os fatores que permitem reconhecer grupos em uma população mais vulneráveis a um problema de saúde. . fator de risco aumenta as chances da pessoa contrair a doença Tipos de risco → fator de risco . físico: calor, frio, chuva, ruídos e raios UV. . químicos: agentes químicos, fertilizantes, poeira) . biológicos (agente infecciosos, contato com animais) . mecânicos (acidentes de trabalho, equipamentos) . social (falta de segurança, saneamento básico) Um fator de risco pode ter mais de uma classificação? Sim! Podemos concluir que as doenças: . não ocorrem ao acaso . sua distribuição pode variar entre as populações . o conhecimento dos fatores influenciam pode orientar medidas de prevenção e controle Causas das doenças . antiguidade: causas religiosas e sobrenaturais . idade média: teoria dos miasmas (emanações nocivas invisíveis que corrompem o ar e atacavam o corpo humano, gerados pela sujeira encontrada nas cidades insalubres, e por gases formados pela putrefação de cadáveres humanos e de animais. . final do século XVIII - causa social . meados do século XIX - causa infecciosa Modelos unicausais → causa do problema bastava ter uma origem, bastava a pessoa ter essa causa que ela iria adoecer. Atualmente . modelo multicausal: apenas uma causa, ou seja, não é suficiente para ocorrer um agravo - causalidade é multifatorial Exemplo da tuberculose 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período . bactéria que acomete os pulmões 1° infecção → tuberculose como que a infecção se estabelece? desnutrição + fatores genéticos + aglomeração domiciliar + pobreza → hospedeiro suscetível ← exposição a bactérias → Infecção + invasão tecidual → tuberculose . fatores genéticos → expressão de receptores Toll na superfície dos macrófagos Níveis de prevenção em saúde: atualmente na medicina preventiva foi feita uma reorganização dos níveis que deixa mais clara quais as ações que devem ser implementadas contra um agravo. São elas: . primária: implementar medidas antes da pessoa ser infectada, é uma forma preventiva . secundária: o indivíduo já desenvolveu o agravo . terciária: o indivíduo já desenvolveu o agravo . primeiro nível - promoção a saúde: são ações destinadas à manter o bem estar da população, de tal maneira não há prevenção de uma doença específica, uma boa alimentação, saneamento básico, água potável, coleta de lixo e tratamento de esgoto, ruas asfaltadas, enfim, situações onde o mínimo de qualidade de vida impede a incidência de doenças . segundo nível - proteção específica: aqui o objetivo já é a prevenção de doenças específicas e para isso são utilizadas ações tais como: campanhas de vacinação, uso de preservativos, o uso de flúor na água. Ou seja, cada ação impede o surgimento de um agravo. . terceiro nível: diagnóstico e tratamento precoce: neste caso, o indivíduo já iniciou o processo patogênico e as ações visam identificar logo no início, pois fica mais fácil reverter o quadro, impedindo que a situação piore. . quarto nível - limitação do dano: nesse caso o indivíduo já desenvolveu a doença, está com ela instalada, assim as ações que serão feitas são para evitar a morte do indivíduo. Exemplo: a presença de um tumor com metástase, fazer o uso de quimioterapia e cirurgias. . quinto nível - reabilitação: neste nível o indivíduo foi acometido por um agravo porém deixou uma sequela tais como, cegueira, surdez, perda da capacidade de se locomover, entre outras. As ações devem ser feitas para dar condições dele de se reintegrar na sociedade tais como, fisioterapia, terapia ocupacional, apoio do fonoaudiólogo, uso de prótese, apoio psicológico, entre outros. Importância dos indicadores epidemiológicos Taxa de letalidade → 50% (100 pessoas que pegam ebola e ficam doente, 50 morrem) Taxa de letalidade do COVID-19 → 5% (a cada 100 pessoas pegam COVID-19 e ficam doentes, 5 morrem) Diagnóstico clínico Diagnóstico comunitário Objetivo Curar a doença da pessoa melhorar o nível de saúde da comunidade Informação necessária História clínica Exame físico Exame complementar Dados sobre a população; doenças existentes; causas de morte; serviçoes de saúde Tipo de diagnóstico DIAGNÓSTICO INDIVIDUAL DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO Plano de ação Tratamento Reabilitação Programas de saúde prioritários Avaliação Acompanhamento clínico (melhora/cura) Mudanças no estado de saúde da população Considerações gerais Os indicadores são sistemas de medidas para descrever e analisar uma situação ou agravo existente; . conhecer adequadamente a situação local e uma população facilitando a intervenção e alocação dos recursos . permite presumir o que é provável acontecer no futuro com o passar do tempo → construídos através de números. 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período Assim, é possível intervir nas regiões com maior número de casos de maneira mais eficiente direcionando e recursos e medidas profiláticas de maneira mais racional. Devemos lembrar que… O que a gente encontra, o que aparece na televisão o que aparece no hospital é a ponto do Iceberg, são os casos conhecidos. Tem casos assintomáticos, casos sintomáticos que não procuram o serviço de saúde; casos que procuram o serviço de saúde, mas não são diagnosticados; casos diagnosticados, mas não são registrados e/ou informado. Indicadores de saúde Após as observações, é preciso transformar esses dados em indicadores que possam servir para comparar: . o local de estudo com outras populações → dados de contaminação de índios X pretos . o mesmo local porém em diversas épocas do ano → dado de 2012 X dados de 2009 / dados de janeiro X julho Portanto, a construção de indicadores de saúde necessário . analisar a situação de saúde atual . fazer comparações: importante para saber a população mais suscetível . avaliar mudanças ao longo do tempo (boas ou ruins) Indicadores epidemiológicos Os indicadores podemser de dois tipos: . os indicadores que usam números absolutos . os indicadores de números relativos Indicadores de números absolutos: é a contagem do número de casos, sem realizar nenhuma comparação Ex.: contagem de número de casos novos. Não se sabe é muito ou pouco! Números absolutos . vantagem: dimensionam demandas de insumos (medicamentos, vacinas, etc), de recursos financeiros, leitos e mão de obra; . desvantagem: deve ser utilizado com cautela quando se fizer comparações entre populações diferentes! Indicadores de números relativos Em relação aos números relativos, tem trÊs tipos: 1. proporção: é um indicador muito usado para comparar um grupo com o outro, sempre usar dois grupos bem definidos. → casos de AIDS em mulher - 2:1 é um estudo bem simples, se você quiser aprofundar não é indicado! 2. índice: expressar situações multidimensionais incorporando em uma única medida diferentes aspectos e diferentes indicadores. → exemplos: IDH (quanto mais próximo de 1 mais desenvolvido é aquele país); IMC: avalia o peso e altura para determinar se a pessoa está acima, normal ou abaixo do peso. → exemplo: índice de APGAR: mede a vitalidade do recém nascido através de 5 sinais clínicos avaliados pelo médico assim que a criança nasce. Os parâmetros são: batimentos cardíacos; movimentos respiratórios; tônus muscular; reflexos; coloração de pele Pontuação: zero, um ou dois pontos → valendo o índice de zero a dez pontos 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período - zero = recém nascido sem sinal de vida - dez um recém nascido de plena saúde. 3. coeficiente ou taxa (mais utilizado!): representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser uma população do país, de um estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc) - 79% crianças morreram a cada mil nascidos vivos → 79 chance a cada 1000 de morrer Principais indicadores de coeficientes utilizados na epidemiologia? 1. morbidade 2. prevalência 3. incidência 4. mortalidade 5. letalidade Exemplo: 50 mortes em 1 cidade com 3.600.000 habitantes. Em outra cidade, ocorrem 248 mortes em 1 cidade com 94.000 habitantes. Coeficiente de morbidade significa o número de pessoas que adoeceram. Coeficiente de morbidade = nº de casos de uma doença/ população total x múltiplo de 10 Exemplo: Em Itú, 2002, a população total era de 380.000 habitantes 19.000 pessoas desenvolveram tuberculose. Atenção! → pré-requisitos para realizar os cálculos 1. todo resultado deve ser acompanhado de constante de múltiplo de 10 (a cada 100; a cada 1.000; a cada 10.000; a cada 100.000; a cada 1.000.000) 2. o resultado deve ser sempre maior que 1 3. resultado deve se número inteiro Morbidade tem duas variações: prevalência e incidência (só trabalha com casos novos) Prevalência é uma variação da morbidade, representa o número de casos (novos + antigos) em uma população em um período de tempo. .E se precisarmos colocar um número de 333 por 100.000 hab para dar o número inteiro e não tiver essa quantidade naquela população? Existe isso? Coeficiente de mortalidade geral: expressa a intensidade da ocorrência anual de mortes em determinada população. mortalidade geral = 0,02 x 100 → 2 pessoas a cada 100 habitantes 18/08/2020 - 22/09/2020 Fernanda Pereira - 3° período Critérios para mortalidade infantil → DN (data de nascimento) Cálculo do coeficiente de mortalidade infantil Resultado da letalidade: 189 pessoas morreram para 10.000 habitantes Exemplo mortalidade infantil a) 4800/14000 = ~ 0,34 Resultado: 34 casos a cada 100 habitantes. b) 24/960 = 0,025 Resultado: 25 casos a cada 1.000 crianças.
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