Buscar

2 DIREITO CAMBIÁRIO E CONTRATOS MERCANTIS resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CAMBIÁRIO E CONTRATOS MERCANTIS
Maria E. M. Souza
Quatro tipos de créditos cambiários (títulos executivos extrajudiciais – se não forem pagos podem ser objeto de ações judiciais): letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata mercantil. 
Breve lembrete: Empresas são as atividades desenvolvidas por empresários. Pode ser Individual (pessoa física) ou Coletiva (sociedade empresária). As espécies são Comercial, Pública, Privada ou de Economia Mista. O empresário é a tradução moderna do antigo comerciante, sendo o sujeito com o qual se ocupa o direito comercial.
Elementos essenciais para caracterizar o Direito Comercial:
a) Circulação de bens e serviços
b) Circulação de bens e serviços precisa ser realizada pelo empresário de forma habitual/cotidiana;
c) Circulação de bens e serviços deve sempre ter o lucro como objetivo
Ou seja: Estrutura econômica organizada que viabiliza circulação de bens e serviços de forma profissional tendo o lucro como objetivo – faltando um deles, não é atividade empresária. 
UNIDADE 1 – TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
1.1 Origem do Direito Comercial 
Uma das práticas mais antigas. Originalmente, a realidade que se tinha era o escambo (troca de produtos). Quando ficou difícil, por exemplo, o produto que eu tinha interessar outra pessoa, surge a moeda como meio de facilitar as relações comerciais. Dentro do avanço da prática mercantil surge um regulamento e os atos que ficavam de fora dele, ficavam de fora do direito comercial em si. Comerciante era aquele que fazia uma intermediação entre produtor e consumidor. Comércio atrelado com a atividade de intermediação. Porém, a prática comercial se desenvolveu e a dinâmica social é diferente da dinâmica legal e as coisas foram caminhando no sentido de ampliar o leque de possibilidades protegidas pela lei comercial. 
Crédito em seu aspecto econômico é a troca de um bem presente por um bem futuro. Empresário pode se usar de um bem que não lhe pertence, aplicando-o em seu ofício. 
Para o comerciante, o crédito significa a possibilidade de oferecer pagamento a prazo, facilitando o poder de compra de seus clientes. 
Para o industrial, obter crédito perante uma instituição financeira ou de fomento significa viabilizar um empreendimento que, com recursos próprios, não teria condições de desenvolver.
Para o agricultor, a possibilidade de tomar empréstimo para custear a lavoura, com o objetivo de pagá-lo com os frutos da colheita, significa oportunidade de ampliar sua capacidade de produção. 
Os títulos de crédito diferenciam-se dos demais documentos representativos de obrigações pelo fato de não comportarem nenhuma outra obrigação, a não ser aquela relativa ao pagamento de determinada quantia. Não se admite que um título de crédito determine a obrigação de entregar determinada coisa, de fazer ou de não fazer. Títulos de crédito representam tão-somente a existência de relação de crédito entre credor e devedor. Títulos são de fácil executividade – a cobrança do crédito em juízo, por lei, não necessita de uma ação de conhecimento prévio, pois são considerados títulos executivos extrajudiciais. 
Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. É documento, ou seja, ele deve estar escrito, gravado em meio material. Somente com a apresentação do documento é que o direito creditício nele encerrado poderá ser efetivamente exigido. Deverá o título de crédito mencionar a qual direito faz jus o seu portador, em especial a qualificação do devedor (emitente), a quantia, data em que deverá ser paga e local (praça de pagamento). Surge para representar um valor que vai ser pago depois (representa um prazo) – crédito se constitui nos elementos do prazo e da confiança, servindo para facilitar a circulação de riqueza, constituindo-se no alargamento da troca. 
1.2 - Requisitos para a validade do título de crédito:
a) de forma – extrínsecos (Determinam a existência do rigor cambiário - executividade do título – negociabilidade do título):
- Denominação – deve ter escrito o nome do título – não pode ser uma palavra que substitua
- Objeto da prestação – valor caracterizado no documento
- Data da emissão – para verificar, por exemplo, se a pessoa que emitiu o título tinha capacidade no momento da emissão e para verificar o prazo prescricional
- Época do pagamento – deve ter uma previsão de quando o pagamento acontecerá
- Nome do beneficiário – nome do credor (regra gera) – exceção (quando não tem o nome do credor): cheque até R$100,00
- Assinatura do criador – para verificar a capacidade das partes e veracidade/legitimidade da emissão do título. 
b) de fundo – intrínsecos:
- Capacidade das partes – se uma das partes for empresário, a capacidade dele tem que ser civil e comercial
- Objeto lícito
- Forma prescrita ou não defesa em lei
1.3 - Características:
a) Cartularidade: “documento necessário” -> documentação em papel (cártula). Sem o documento (cártula) não se pode exercer o direito nele incorporado. Ao tempo de o credor exigir seu crédito, deve apresentar o original com a finalidade de que a obrigação nele transcrita possa ser satisfeita. O possuidor do título de crédito, aos olhos do devedor e de terceiros, é o real credor. 
b) Literalidade - só vale o que está escrito no título – mesmo que as partes tenham convencionado um prazo distinto não terá validade. O direito incorporado ao título de crédito é literal. Somente tem relevância jurídica o teor do que está escrito no TC. Ex: se um aval é dado em documento diferente do título, este será considerado inexistente como aval, visto que, para ser considerado, deverá constar no próprio título a assinatura do avalista. 
c) Autonomia: título existe por si só. Independência + Abstração. Cada obrigação relacionada aos TC não guarda relação de dependência com as demais. Aquele que adquire o TC passa a ser titular autônomo do direito ali mencionado, sem que exista qualquer interligação com os adquirentes anteriores. Esta característica o torna apto para circular entre várias pessoas, mantendo fixo o direito que dele emerge. Quanto mais o título circula, recebendo assinaturas, mais segurança tem o portador que, no momento aprazado, poderá reembolsar-se da importância mencionada no documento, facultando-lhe a lei a recebe-la não apenas coobrigado principal, mas, na falta deste, de qualquer um dos que lançaram suas assinaturas no título e, assim, assumiram a obrigação de pagá-lo se a isso forem justamente chamados. 
*João emite um título de crédito -> o passa para lúcia -> passa para maria -> passa para Pedro. Todos são obrigados pela totalidade do valor, e este, se pago por Pedro, por exemplo, pode ser cobrado de maria, lúcia e João. Se for pago por maria, pode ser cobrado de lúcia e João e Pedro se desobriga. Ou seja – “hierarquia” – vai sendo cobrado até chegar em quem emitiu, no “devedor principal”. 
Em decorrência deste princípio, surgem outros dois princípios: da inoponibilidade das exceções ao terceiro de boa-fé e o da abstração. A inoponibilidade quer dizer que quando o devedor principal for instado a pagar o valor ao qual se obrigou na emissão do título, não poderá alegar, para se esquivar do pagamento, possíveis exceções relacionadas com a relação causal que deu origem à dívida – ou seja, se o título se originou de um negócio de compra e venda, o emitente do título (devedor) não poderá alegar ao terceiro de boa-fé, ao vir este lhe apresentar tal título para pagamento, que o objeto adquirido apresentou-se em desconformidade com as qualidades que dele se esperavam (nesse caso o pagamento deverá ser feito, podendo o adquirente procurar o vendedor para obter ressarcimento dos danos que foi obrigado a suportar) – no entanto, se o TC não circular, permanecendo nas mãos do vendedor/credor, poderá o comprador/devedor excepcionar o pagamento com base no descumprimento da obrigação assumida em decorrência da relação causal (isso se dá pq o vendedor não é terceiro, mas é o próprio que deve arcar com os danos). A abstração diz quequando o TC circula, encontrando-se nas mãos de alguém que não participou da relação causal-base que lhe deu origem, ele se desvincula por completo do negócio que ensejou sua criação. Em decorrência disso, o TC não depende de nenhum outro documento para que seu titular exerça o direito creditício dele emergente, afastando sua apresentação – gera a segurança para o TC circular livremente sem que seja necessária investigação das causas de seu surgimento. 
*O artigo que trata do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais é o artigo 17 da LUG e os artigos 16 e 25 tratam sobre o mesmo assunto, calcado em qualquer pessoa que tenha entrado na relação por causa de um título, não pode opor exceções pessoais ao portador desse título, a não ser que o portador o tenha aceitada o título para si de má-fé para prejudicar o devedor. Como os titulos de crédito podem circular, eles nao tem origem vinculativa efetiva com a causa que deu origem a esse titulo. no momento em que o titulo circula ele se desvincula dessa causa originária. se na data do vencimento o pagamento nao acontecer, a justificativa do pagamento não pode esta relacionada com a causa da origem do titulo. principio é pra garantir a circulação dos títulos de credito. se sempre tivesse relacionado a causa originaria as pessoas teriam risco muito maior pq teria em maos TC que nao sabe sua origem, se nao sabe se o contrato foi cumprido.
1.4 – Classificação
a) Quanto a relação Fundamental (origem): 
- Títulos abstratos: verdadeiros títulos de créditos, pois não interessa a origem, eles existem por si só – pode pegar uma folha de caderno e criar um título válido quando ele é abstrato – acontece com a letra de cambio e nota promissória;
- Títulos causais: para que possam ser criados de forma válida, precisa de uma causa anterior – para duplicatas, por exemplo, é necessário que exista um contrato de prestação de serviços; para cheques, por exemplo, precisa de uma contratação com uma instituição financeira e ela concederá o uso do cheque.
b) Quanto ao modelo:
- Modelo livre: exemplo da folha de caderno – letra de cambio (LC) e nota promissória (NP);
- Modelo vinculado: existe uma padronização para a criação; partes não podem modificar sob pena de invalidação – ex: duplicada e cheque. 
c) Quanto à estrutura:
- Ordem de pagamento: no momento da criação, tem-se três posições jurídicas (uma pessoa pode estar em mais de uma posição): sacador (emitente – criador – cria/preenche o título); sacado (indicado para pagar o título); tomador/beneficiário (credor). Constituído por letra de cambio, cheque e duplicata. 
- Promessa de pagamento: duas posições jurídicas: sacador (devedor) e tomador (credor). Constituído pela nota promissória.
d) Quanto às normas relativas à circulação:
- Ao portador: não tem a indicação do nome do credor – nesse caso os títulos circulam pela tradição (entrega manual). No direito brasileiro não é permitido, a não ser pelo cheque no valor de até cem reais. 
- Nominativos: exigência do nome do credor.
- À ordem: usual – circulam através de endosso (assinatura que transfere a titularidade do crédito representado). Encontra-se no título a expressão “Pague-se a Flano, ou à sua ordem, a quantia...”
- Não à ordem: “cláusula não a ordem” – se coloca no título de crédito essa cláusula, o título circulará através de cessão civil de créditos (acordo entre cessante e cessionário) – maneira de restringir a forma de circulação. Excepcionalmente (pois destoa da característica dos TC) se tem este tipo que significa que seu titular não poderá endossá-lo. A circulação dele se dará através de cessão civil de créditos, que requer termo de transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, e, como consequência, o cedente se obriga apenas com o cessionário, não em relação aos posteriores possuidores do título – mas o direito de crédito, incorporado ao título, permanece. 
e) Quanto à natureza do crédito de que se revestem:
- Próprios: corporificam uma verdadeira operação de crédito, entendida como aquela em que uma pessoa empresta a outra uma determinada quantia para pagamento no futuro. A LC e NP são exemplos de títulos de créditos próprios. 
- Impróprios: não representam operação de crédito, ou seja, seu pagamento não se difere no tempo. É o caso do cheque, que é uma ordem de pagamento à vista – mesmo que nele conste data de vencimento posterior, poderá ser apresentado para pagamento logo após sua emissão. Primeiramente, próprios são aqueles que representam os requisitos essenciais (cartularidade, autonomia e literalidade) e criam uma típica relação cambial entre credor e devedor, revestindo-se adicionalmente, de executividade. Já os impróprios são aqueles que aproveitam somente em parte os requisitos essenciais e as características dos títulos de crédito próprios - nunca vão ter as três características conjuntamente. não vão ter o rigor cambiário para entrar com o processo de execução como os próprios. Estes títulos não objetivam a circulação do crédito, pois o portador tem o direito de receber uma prestação de coisa ou serviço. São divididos em títulos representativos, de financiamento e de investimento.
De financiamento: são os que têm por finalidade a representação de direito de crédito oriundo de financiamento concedido por uma instituição financeira ao sacado no título. Podem ser rurais, comerciais ou industriais. Sua característica é a constituição de garantia no próprio título.
De representação: têm por finalidade principal a representação da propriedade de mercadorias que se encontram sob a guarda de terceiros, que são contratados para isso, essa guarda se dá mediante contrato de depósito e, adicionalmente, podem funcionar como títulos de crédito, possibilitando ao titular dos direitos de propriedade das mercadorias depositadas a negociação do valor a elas relativo. Podem ser títulos representativos de mercadorias depositadas ou títulos representativos de mercadorias transportadas.
Financiamento e representação -> Semelhanças: os dois são títulos que representam, embora um seja representativo e outro de financiamento, os dois representam. Diferença: os de representação representam mercadorias e os de financiamento representam financiamentos.
Títulos de legitimação são aqueles que garantem ao seu portador a prestação de um serviço ou premiação em loterias oficiais ou promocionais. É possível constatar, nesses títulos de legitimação, a convergência dos princípios fundamentais dos títulos de crédito (cartularidade, literalidade e autonomia), mas não são passíveis de execução. Não tem co-devedor, não tem aceite, ou aval. Rege-se pelo princípio da tradição. Quem está de posse presume-se o possuidor. Exemplos:  passe de ônibus ou metrô; o bilhete de loteria; ingresso de show; passagem rodoviária; passagem aérea. Tem a característica da cartularidade, legitimando a pessoa que porta o título a uma determinada prestação de serviços. toda contratação que gera prestação de serviços e legitima alguém a utilizar tais serviços. Eles não tem executividade.
Warrant É uma espécie de título à ordem, sendo emitido conjuntamente com o conhecimento de depósito, por armazéns gerais, a pedido do depositante de mercadorias. O conhecimento de depósito incorpora o direito de propriedade sobre as mercadorias que representa, o warrant se refere ao crédito e valor das mesmas. Esses títulos podem ser negociados, unidos ou separados, e sua transferência se transfere por endosso. Se endossado apenas o warrant o cessionário se investe no direito de penhor sobre a mercadoria. No endosso constará o valor do crédito garantido, a taxa de juros e a data do vencimento, que são transcritas no conhecimento de depósito. Esse documento que é emitido em função das mercadorias se assemelha à nota promissória. há uma promessa que não é de pagamento de valor, mas de entrega de mercadorias a serem depositadas.
1.5 Função Atribuída no Direito Obrigacional 
a) Pro Solvendo – o título é uma garantia enquanto circula – ainda está devendo e é uma garantia de que vai pagar
b) Pro Soluto– função de quitação, função que vai exercer quando o título vai para as mãos do devedor, quando ele pagou, não deve mais.
1.6 Natureza dos TC Cambiários
Natureza essencialmente comercial. Há títulos com natureza civil (exemplo: título de natureza hipotecária), mas cheque, duplicata, nota promissória e letra de câmbio têm natureza comercial. 
UNIDADE 2 – LETRA DE CÂMBIO
Noção geral: a LC não foi a primeira espécie de TC, mas é o padrão para representar os títulos por ter sido largamente utilizada e tem uma estrutura peculiar. Foi na idade média que ganhou relevância econômica e se desenvolveu. 
Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento que determinada pessoa passa para outra, perante a qual detém crédito, para que pague, a um terceiro, a soma em dinheiro nela indicada. Verifica-se nessa espécie de TC a existência de três pessoas:
a) Sacador: emitente – é a pessoa que emite, que saca a ordem de pagamento;
b) Sacado: aceitante/principal obrigado – é a pessoa para quem a ordem é dirigida
c) tomador: beneficiário/credor – pessoa a favor de quem o título é passado. 
Ordinariamente, a LC se presta para que o sacador, e vez de efetuar o pagamento de uma determinada dívida diretamente ao tomador (credor), em vista de ter crédito perante o sacado, emite uma LC, por meio da qual será satisfeito seu crédito perante o sacado, bem como o crédito do tomador perante o próprio sacador. 
Exemplo: João é credor de Pedro e devedor de José, exatamente na mesma quantia e com vencimento na mesma data; em vez de João, à vista do vencimento das obrigações, receber o valor devido de Pedro e, em seguida efetuar o pagamento a José, resolve, com emissão da LC e mediante uma única operação, liquidar as duas relações de crédito e débito – nesse caso, com a emissão da letra, João (sacador) dá ordem a Pedro (sacado) para que pague o valor diretamente a José (tomador). 
Nada impede, ainda, que sacador e tomador sejam a mesma pessoa: Lucas deve a Cláudio – Cláudio (sacador) saca uma LC dando ordem a Pedro (sacado) que efetua pagamento a ele próprio – Cláudio (tomador).
2.1 - Modalidades de LC:
1. LC com data certa – sacador prevê uma data de vencimento e coloca de forma expressa no título
1. LC a certo termo de data – possui a indicação de um período de tempo que pode ser dias, meses ou anos que deve ser contado a partir da data de emissão para que seja determinado o vencimento (não preenche a data de vencimento).
1. LC à vista – somente contem a expressão “a vista”, vence no ato da apresentação. Figura do aceite não aparece, pois não precisa disso para vencer. A apresentação dela já figura o vencimento. Período de tempo contado da data de emissão. Nesta hipótese o aceite é dispensado
1. LC a certo termo de vista – possui a indicação de tempo – dias, meses, anos – que deve ser contado a partir da data do aceite para que seja determinado o vencimento (escreve “3 meses após aceite”). Tem período de tempo estipulado que é contado a partir da data do aceite. Na falta do aceite se conta do respectivo protesto. 
2.2 - Requisitos de validade: 
A) Estar especificado que é letra de câmbio; 
B) Objeto e valor do documento (se houver discrepância entre numérico e por extenso prevalece o segundo) – “ordem incondicional de pagar quantia determinada” = não é possível que conste no título qualquer tipo de condição para seu pagamento, de forma que a eficácia da letra não dependa de fato estranho ao próprio título, de acordo com o princípio da literalidade. *Nos termos da LUG, nas execuções fundadas em títulos de dívida liquida e certa (como é o caso dos TC), o valor do débito deve ser corrigido monetariamente, a contar do respectivo vencimento. 
C) Nome de quem deve pagar o título (sacado);
D) Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem a letra deve ser paga (tomador)
E) Data de emissão (criação) do titulo – data em que a letra é sacada;
F) Assinatura do sacador (quem deu origem à LC)
G) Data de pagamento - Identificação da data de vencimento (se não aparecer expressa significa que se vence a vista, no momento de apresentação);
H) Data de emissão;*
I) Lugar de emissão - Indicação do lugar onde a letra é sacada, sendo que na falta de tal indicação, considera-se como se a letra fosse sacada no lugar designado ao lado do nome do sacado (LUG); ou considera-se o domicílio do emitente (CC). 
J) Lugar de pagamento
* = teoria dos equivalentes – se um destes não aparecer, podem ser completados depois. 
-Rigor Cambiário: presença de todos os requisitos de validade da LC, atribuindo executividade ao titulo. 
-Ineficácia da cambial: não validade da LC com titulo de credito; ausência de algum requisito de validade (nãos os supríveis.)
2.3 - Saque da Letra de Câmbio
Ato de preenchimento da LC com os requisitos de validade e entrega para o tomador ou beneficiário. Há dois momentos no saque: a criação (preenchimento da LC) e a emissão (entrega da LC ao tomador).
2.4 – Aceite
O simples saque da LC em nada vincula o sacado, pois o fato de ter seu nome lançado no TC não significa que ele está automaticamente obrigado ao pagamento, uma vez que o aceite é o ato por meio do qual o sacado passa a participar da relação cambiária. Aceite deve ser aposto no próprio título. Aceite é uma assinatura que transforma o sacado no principal devedor da LC (se o sacado concordar, ele assina). Antes da realização do aceite a LC não tem devedor principal, mesmo que seja endossada. Aceite não é obrigatório, sacado só concorda se concordar com valor, com prazo, etc.
A) Apresentação para o aceite – A apresentação é o meio pelo qual o portador se vale para exibir a letra ao sacado, para que este manifeste sua vontade de aceitar ou não a ordem de pagamento que lhe é dada pelo sacador. A pessoa do sacado na maioria das vezes nem sabe da existência do título. Deve fazer a apresentação dentro dos prazos legais. Se não apresenta no prazo legal, corre o risco de não poder cobrar o título de crédito depois. No caso de haver recusa do aceite por parte do sacado, o portador pode levar o título a protesto e a partir desse momento poderá exigir tanto do sacador, como dos endossantes o valor da dívida, cujo vencimento se antecipa. 
Este ato é fundamental para as letras que se vencem em certo prazo, pois nas letras que se vencem à vista, a apresentação ocorre para pagamento e não para aceite.
Na LC com data certa e LC a certo termo de data, a apresentação deve acontecer até o vencimento. 
Na LC a vista e LC a certo termo de vista, o prazo para a apresentação é até 01 ano a partir do saque. 
Em relação aos prazos: o credor que não observar estes prazos, perde o direito de cobrar o título dos coobrigados.
B) Quem pode apresentar: o título pode ser apresentado pelo portador legítimo ou por simples detentor.
C) Quem pode aceitar: sacado pessoalmente ou através de mandatário com poderes especiais. O sacado deve ter capacidade civil e comercial para realizar aceite válido. 
D) Lugar da apresentação: deve ocorrer na localidade do domicílio do sacado.
E) Lugar do aceite: normalmente o acete (assinatura) é dado no anverso do título (na frente). Entretanto, terá validade como tal se exarado no verso do título, desde que acompanhando da expressão significativa. 
F) Cláusula proibitiva de apresentação: também denominada “cláusula não aceitável”, foi criada para proteger o sacador, pois a partir da recusa do aceite o título vence antecipadamente. Com a inserção desta cláusula, o título somente poderá ser apresentado para aceite na data de seu vencimento (fica o sacador protegido quanto à antecipação da exigibilidade da obrigação). Existe para evitar que a apresentação da letra para o aceite, acompanhada da recusa deste aceite, gere o vencimento antecipado – EX: se a LC não é aceita, acontece protesto por falta de aceite e este protesto dá a possibilidade de já cobrar o título, pois caracteriza o vencimento antecipado da LC , então, se a sacadora e deve o valor e quer evitar esse risco (está emitindo LC para pagar daqui 2 anos, indicando o sacado, e sabe que daqui 2 anos tem condição de pagar) enão quer que vença antecipadamente – faz a cláusula, pois então a pessoa portadora (“credora”) não pode gerar o vencimento antecipado. Esta clausula pode ser utilizada nas LC com data certa, a certo termo de data e a vista – na LC a certo termo de vista não é possível pois se não, não haveria data de vencimento nunca, o título perderia a função. 
G) Restituição da letra: o prazo usual de devolução é 24hrs, ou seja, o sacado deve devolver o título imediatamente após a apresentação. A recusa do sacado em devolver o título pode determinar sanção penal e administrativa. Apenas nas duplicatas há ampliação deste prazo para 10 dias. 
H) Irretratabilidade do aceite: depois do aceite, não pode ocorrer arrependimento. Entretanto, a LUG permite o cancelamento do aceite, desde que feito antes da restituição da letra – considerando aceite recusado (assina, e na hora já risca, antes mesmo de devolver a letra).
I) Limitação do aceite: o aceite, que exprime a vontade do sacado em aceitar uma ordem de pagamento que lhe foi dada pelo sacador, pode versar parcialmente sobre o montante exposto na letra – ou seja, quando o sacado aceita uma ordem, pode fazer total ou parcialmente. 
2.5 – Endosso
Visto que o TC é concebido para circular (ainda que nada impeça que ele não circule), tem-se o Endosso, que trata de assinatura que apõe ao proprietário do título (endossante), transferindo-o a terceiro (endossatário). Com o endosso, transmitem-se todos os direitos emergentes da letra. Endossatário é “novo credor. 
Primeiro endossante é sempre o tomador/beneficiário. 
Função: possibilitar a circulação do titulo com a formação da cadeia de endossos. 
Espécies: 
- Em branco: quando o endossante não indica o nome do endossatário. Nesse caso a circulação se da pela simples tradição
- Em preto: quando o endossante indica o nome do beneficiário. Neste caso o endossatário deve realizar um endosso para transferir o titulo. 
Endosso parcial é nulo. Artigo 12 LUG.
Endosso tardio ou póstumo é aquele realizado após o vencimento do título. Segundo artigo 20 da LUG se transmitido antes do protesto e no prazo de se fazer o protesto - tem os mesmos efeitos do endosso e se transferido depois de protestado ou do prazo para se fazer o protesto - neste caso terá efeito de cessão de crédito, de modo que o cedente não responde pela solvabilidade do crédito
Endosso x cessão civil de créditos
O primeiro é regido pelo direito cambiário. Forma normal de circulação dos títulos a ordem. O segundo é regido pelo direito civil. Forma de circulação dos títulos que possuem a clausula não a ordem. 
Efeitos do endosso: 
	- Transferência do titulo e dos direitos nele representados
	- Responsabilidade do endossante -> torna-se um coobrigado cambiário. 
Solidariedade cambiária -> todos os devedores são responsáveis pelo pagamento integral da obrigação representada no título. É diferente da solidariedade civil pois nesta os devedores se responsabilizam apenas por uma parcela da dívida. Na cambiária, o título irá sendo transferido através dos devedores solidários, assim estes se responsabilizam integralmente. O último pode cobrar tudo de qualquer um que tenha antes, até chegar no devedor principal. 
Clausula proibitiva de novo endosso -> inserida por endossante que quer limitar a sua responsabilidade até a pessoa de seu endossatário. 
Modalidades de endosso
- Mandato/procuração: endossante constitui o endossatário como seu procurador, que passa a ter poderes para a prática de todos os atos necessários para o efetivo recebimento da quantia estampada no título. No entanto, ainda que o endossatário possa exercitar os direitos decorrentes do título, o crédito continua a pertencer ao endossante, que nomeia aquele como seu procurador para a cobrança do débito. Endossatário recebe o título, mas não pode ficar com o valor, pois serve para o exercício do direito em nome de outrem. Artigo 18 LUG. 
- Pignoratício/garantia/caução: endosso por meio do qual o endossante transfere ao endossatário a letra apenas como forma de garantir outra obrigação. Instrumento de garantia. O devedor cambiário não poderá opor ao endossatário as exceções pessoais que eventualmente tenha perante o endossante, salvo se o endossatário comprovadamente agiu de má-fé. Artigo 19 LUG.
*Posto/tardio: dado após o vencimento (não tem validade com endosso): artigo 20 LUG. 
2.6 – Aval
É a declaração cambiária autônoma pela qual determinada pessoa (terceiro ou algum dos signatários do título) se obriga incondicionalmente a adimplir totalmente a obrigação cambial. Avalista é a pessoa eu assume a responsabilidade pelo pagamento do título juntamente com os demais coobrigados; avalizado é a pessoa em relação a quem o aval é prestado. 
O aval pode ser dado antes mesmo da constituição formal da obrigação a ser assumida pelo avalizado – ou seja, antes do aceite do título – chamado de aval antecipado – aval é em relação ao aceite do título, sendo que se não houver aceite, o avalizado paga. 
Aval em preto – avalista diz quem é o avalizado
Aval em branco – avalista não diz quem é o avalizado – a legislação dirá – a pessoa do avalizado é considerada quem emitiu o título (o sacador).
Aval posterior ao vencimento – não tem validade como aval porque o findou o ciclo cambial do título. Poderá até ser considerado fiança (se tiver todos os requisitos), caso cumpra as exigências legais para tal. Dessa forma, o aval tem que ser prestado antes do vencimento do título.
Aval Parcial ou limitado – é expressamente admitido na LUG. Nesta modalidade o avalista assegura o pagamento de parte do valor do título. Ex: Maria acorda que vai garantir 5mil.
Aval simultâneo – ocorre quando uma pessoa avalizada possui 2 ou mais avalistas concomitantemente. Entre os avalistas simultâneos, a solidariedade é civil – repartem a obrigação entre eles. 
Aval sucessivo: ocorre quando uma pessoa é, concomitantemente, avalista e avalizado. 
A nulidade da obrigação do avalizado sempre nulifica a obrigação do avalista? É uma distinção que se tem em relação as outras formas de garantia. quando o avalista presta a garantia, necessariamente essa garantia, no momento em que é assinada, embora ele possa indicar a pessoa avalizada, a relação de avalista nao se relaciona com a pessoa do avalizado. mesmo que a obrigação do avalizado venha a ser nula, o avalista vai continuar sendo avalista, vai continuar sendo co-obrigado. isso vale pra todos os títulos de crédito
2.7 – Vencimento e pagamento
Vencimento – é a indicação do momento em que o TC poderá ser efetivamente apresentado pelo seu portador ao emitente ou demais obrigados. Deve ser preciso (somente uma data). A indicação de vencimento não é requisito obrigatório para a maioria dos TC, sendo que aqueles que não a possuem, são considerados pagos à vista (vencimento se da na data de apresentação). Foge desta regra a duplicata, que tem a indicação do vencimento como requisito obrigatório. Normalmente o vencimento se dá no momento indicado, no entanto, podem ocorrer situações em que o vencimento se antecipe: a) se houver recusa total ou parcial do aceite; b) nos casos de falência do aceitante. 
Pagamento – para ocorrer, torna-se necessário que ele seja apresentado ao sacado, ao emitente ou ao demais coobrigados. A apresentação do título para pagamento se dá no dia de seu vencimento. Cabe ao portador dirigir-se ao devedor exibindo a letra. A apresentação deve ser realizada no lugar designado na letra, no local que consta ao lado do nome do sacado ou no domicílio do sacado.
Espécies de pagamento:
a) pagamento antecipado – quando ocorre antes do vencimento, sendo aquele que paga antecipadamente fica responsável pela validade do pagamento efetuado.
b) pagamento no vencimento – usual, quando é efetuado pelo devedor principal extingue a relação cambial, desonerando todos os coobrigados no título. 
c) pagamento parcial: pode ocorrer, sob a forma de exceção – só pode acontecer até o vencimento da letra. Portador não pode recusar o pagamento parcial do título.
d) pagamento extintivo ou liberatório – é aquelefeito ao portador do título pelo devedor principal do título. 
e) pagamento recuperatório – é aquele feito pelos devedores indiretos (avalistas, endossantes, sacador).
f) pagamento por intervenção: efetuado por terceiro que voluntariamente ou por indicação paga a dívida por conta de um dos obrigados pela LC e por conta disso se sub-roga nos direitos emergentes da letra. 
2.8 - Protesto
Ato administrativo, praticado pelo credor, perante cartório competente, com a finalidade de acrescentar ao título de crédito prova de suma relevância para relações cambiais. Lei 9.492/97.
Funções: conservatória de direitos e simplesmente probatória. Com o protesto o credor assegura seus direitos de exigir dos obrigados de regresso o valor da dívida:
a) protesto necessário – neste caso o protesto deve ser efetivado dentro do prazo legal, para assegurar o direito de regresso. Encontram-se na LUG outras hipóteses em que o protesto é necessário: a) quando a letra pagável a certo termo de vista não contiver data de aceite, neste caso o protesto será tirado com o propósito da fixação da data a partir da qual irá inicia a contagem do prazo para pagamento; b) caso de recusa do aceite por intervenção; c) lera aceita por intervenção e não paga; d) quando houver recusa na devolução de uma das vias da letra enviada para aceite; e) recusa na devolução da via original da letra para o portador legítimo da cópia, com vistas a exercer o direito de ação contra os endossantes e/ou avalistas.
b) protesto facultativo – efetuado contra aceitante e respectivo analista, tem função meramente probatória e apenas constitui o devedor em mora.
Cláusula sem protesto/cláusula sem despesas – pode ser inserida na própria letra de cambio com a função de permitir que a LC seja executada sem a necessidade de protesto. Pode cobrar todos os coobrigados sem protesto, o devedor principal e o avalista. Protesto deixa de ser necessário pro exercício da ação cambial. 
Efeitos do protesto: o necessário possibilita o dto regressivo (cobrar sacador, endossantes e avalistas) e o facultativo é a constituição do devedor em mora (quando o protesto não é necessário mas é realizado pq tornou um meio adm de cobrança)
Lugar onde deve ser lavrado o protesto: domicilio do sacado
Cancelamento do protesto: art. 26 lei 9492/97 – pode ser diretamente no cartório de protesto ou, se não tem documentos, ingressar com medida judicial e juntar as provas q tem e juiz determina cancelamento. Uma vez pago o título, se pede o cancelamento do registro do protesto no cadastro do Tabelião de Protesto de Títulos. 
Sustação do protesto – visa impedir que o protesto seja consumado, sendo admitido apenas judicialmente. Ação movida pelo sujeito apontado como devedor sob o argumento de inexigibilidade da dívida, seja por ela já ter sido paga ou por conta de vício que impede a cobrança. 
UNIDADE 3 – AÇÃO CAMBIAL
Verificado o não pagamento espontâneo do TC, o credor terá a sua disposição o processo de execução. 
Limites da defesa do executado: o executado não pode opor ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais com o devedor principal ou portadores anteriores (princípio da inoponibilidade das exceções a terceiros de boa-fé). Defesa na ação:
a) Direito pessoal autor x réu: somente poderão ser alegados caso o título não tenha circulado, pois do contrário vigora o Princípio da Inoponibilidade das exceções pessoais (art. 17 LUG).
b) defeitos de forma de título: relacionados ao requisitos de validade do título (rigor cambiário) 
c) objetos processuais: questões relacionadas ao interesse processual, capacidade, condições da ação
Legitimidade para a ação: portador (ativa); sacador, aceitante, endossante, avalistas (passiva)
Espécies e prazos:
	a) Ação Direta: interposta contra o devedor principal do titulo e, se tiver avalistas, contra estes também – artigo 48, LUG. Deve ser proposta em 03 anos do vencimento. 
	b) Ação Indireta: artigo 49, LUG – ação de regresso – tem com réu os demais coobrigados, no caso da LC contra sacador, endossantes e avalistas. Deve ser proposta em 01 ano do protesto. Se tiver cláusula sem protesto/despesas, 01 ano do vencimento.
	c) Ação regressiva: artigo 47, LUG. Ação do coobrigado que pagou o titulo e vai cobrar dos coobrigados anteriores. Deve ser proposta em 06 meses da data do pagamento.
Documentos necessários: 
	1. titulo executivo original (regra geral)
	2. planilha de calculo do debito atualizado
	3. protesto (se tiver sido realizado)
	4. contrato social (se for pessoa jurídica)
	5. procuração
	6. guia de custas (se for o caso)
UNIDADE 4 – NOTA PROMISSÓRIA
Figuras iguais a da LC, somente a figura do aceite não aparece e No aval em branco o avalizado é o emitente. 
É uma promessa pura e simples de pagamento, pela qual seu emitente se obriga a pagar ao seu beneficiário ou à sua ordem determinada quantia em dinheiro. 
O tomador ou beneficiário poderá ficar com o título em mãos até seu vencimento ou o colocar em circulação através de endosso. 
O primeiro endossante sempre vai coincidir com o tomador ou beneficiário. 
Não tem a figura do aceite, pois o sacador coincide com o devedor principal da nota. Nasce aceita. 
Necessidade que ela seja apresentada para um visto do próprio emissor. 
NP a certo termo de vista - prevista na LUG, mas neste caso será necessária a apresentação da nota promissória ao emitente para ser dado um visto datado e o vencimento ocorrerá um período estipulado no título após a data do visto. A partir da data do visto (emitente dá seu visto na nota), conta-se a data de vencimento dela. 
Ainda, se tem o vencimento com data certa – data determinada no próprio título.
No ato de criação, há 2 posições jurídicas: Emitente/sacador – aquele que preenche a nota e deve cumprir os requisitos de validade, sendo o devedor da obrigação E Tomador/beneficiário – é o credor da obrigação representada no título.
Requisitos de validade:
- Denominação: Cláusula Cambiária (necessidade de que o documento tenha de forma expressa “nota promissória”)
- Objeto da Prestação: valor da obrigação (em algarismos e por extenso) 
- Nome do beneficiário: credor (é um título nominativo)
- Data da emissão: se ficar em branco pode ser preenchida pelo legítimo portador
- Época do pagamento: se não aparecer, significa que ela vence a vista (cai na teoria dos equivalentes que tinha na LC)
- Assinatura do emitente: necessária pois ele é o devedor principal – no momento que ele assina, ele chama para ele a obrigação principal
- Local de Emissão: Se não aparecer se subentende que é o local de domicilio do emitente
- Local do pagamento: Se não aparecer, se presume ser o local do domicílio do emitente.
UNIDADE 5 – CHEQUE
Cheque é uma ordem de pagamento à vista (vence no momento da apresentação), direcionada ao sacado, que tem fundos disponíveis do emitente em seu poder. Sendo um título de crédito de modelo vinculado/padronizado. Cheque é um título causal – tem que ter um contrato anterior à emissão + disponibilização de fundos pelo emitente junto à instituição financeira.
Lei determinou prazos curtos para a apresentação ocorrer
Sacador/emitente = devedor – indica a instituição financeira para pagar o pagamento, mas esta só vai realizar se o devedor tiver fundos. Emitente pode ser pessoa física ou jurídica. 
Sacado – instituição financeira
Tomador/beneficiário= credor
É correto afirmar que o sacador do cheque é o principal obrigado cambiário? Explique - Sim, pois apesar enquanto o sacado é a instituição que realizará o pagamento em nome do sacado (normalmente uma instituição financeira), o sacado não será o devedor principal e sim o sacador ser o emitente do cheque. Embora tem uma ordem de pagamento (figura de sacador, sacado e tomador), no cheque o sacado não é uma pessoa indicada pra passar. Cheque é título causal, diferente da LC que é abstrata. pra pessoa emitir cheque precisa ter contratação prévia com a instituição financeira e esta instituição será o sacado. no cheque o devedor principal é o emitente - não tem figura do aceite pq tem contratação previa que vinculaao pagamento.
No cheque de até 100 reais não precisa nominar o credor. Acima de 100 reais tem que ter o nome do beneficiário.
Diferente das LC, no cheque o sacador é apenas coobrigado -> não existe aceite – art. 6 da lei do cheque; qualquer condição/declaração inserida no cheque será tida como não escrita. 
Pressupostos/requisitos <-> rigor cambiário: Todos requisitos devem estar presentes para ter rigor cambiário e o título ter executividade. 
Ação cambial – envolve a ideia da possibilidade de cobrança de todos os coobrigados - como estão previstas na LC. Avalista e endossante não podem ser cobrados em ação ordinária pois são coobrigados cambiais.
- Ação de Execução: antes da prescrição;
- Ação de enriquecimento: período após prescrição
Ex: emissão em 10/03/17 (mesma praça) – prazo apresentação – 09/04/17 – prescrição 01/10/17
Art. 1º da lei do cheque: 
- Palavra “cheque” inserida no texto;
- Ordem incondicional de pagar quantia determinada. Quantia será expressa em algarismos e por extenso;
- Nome do sacado, banco ou instituição financeira;
- Nome do beneficiário – para cheques emitidos em valor superior a 100 reais – quando não é nominal ninguém assina, então ele é de livre circulação e não coobriga ninguém
- Lugar do pagamento
- data E lugar da emissão – a ausência da data de emissão dificilmente acarretará a nulidade do cheque, pois pode ser preenchida pelo portador (art. 16). A data da emissão serve para determinar a capacidade do emitente naquele momento, é o termo inicial do prazo de apresentação (30 ou 60 dias da emissão) estabelece a preferência, no caso de apresentação simultânea (art. 40). A grafia errônea do dia d emissão não invalida o cheque. Assim, se for emitido em 30 de fevereiro, considera-se emitido no dia 28 de fevereiro. O cheque apresentado antes da data indicada como de emissão é pagável no dia da apresentação. 
- Assinatura do emitente pessoal ou através de mandatário com poderes especiais. Quando a assinatura do emitente é falsificada, a responsabilidade pelo pagamento do cheque é, em princípio, do banco.
Requisitos supríveis:
-Se faltar a indicação o lugar do pagamento, se considera que deve ocorrer no local da emissão
-Se faltar o local da emissão se considera que foi feito no domicílio do devedor.
Transmissão do cheque:
- Endosso: primeiro endossante sempre é o tomador/beneficiário. Cadeia de endosso normalmente menor do que a da LC (LC tem prazo maior, o cheque tem uns 6 meses). 
Art. 17, §1 – admite a inclusão de clausula não a ordem – caso em que a transferência do chegue terá efeito de cessão civil de crédito. 
O endosso parcial é nulo, como na LC, e não pode impor condições ou restrições. De acordo com o artigo 18 da Lei do Cheque, não é possível condicionar ou restringir o endosso de cheque, que deve ser puro e simples, se houver alguma dessas escrita no cheque , vai ser automaticamente considerada não-escrita. 
Endosso passa por diversas pessoas - jamais pode condicionar o valor tipo “endosso 50% do valor” - se transfere o documento, transfere tudo. diferente do aceite da LC, pois no aceite da LC pode haver condição.mas endosso em qualquer titulo de crédito deve ser puro e simples.
No cheque também há o endosso-mandato (endosso dado para o endossatário receba o valor e devolva para o endossante) e endosso póstumo (art. 27), posterior ao protesto, que produz efeitos de cessão civil.
A Cláusula Proibitiva de novo endosso é aplicada ao cheque e é a clausula que o endossante coloca para limitar sua responsabilidade até seu endossatário. Nao significa que o titulo nao possa mais circular. ele continua circulando e pode ter diversos novos endossos, mas o que coloca a cláusula só é responsável até seu endossatário - nao pode ser cobrado, pois ele limitou. existe no cheque e tambem pra LC e NP.
Lei do cheque traz as mesmas regras da LUG. Endosso tardio ou póstumo é quando é realizado depois do vencimento (e na lug dps do protesto). o cheque nao precisa encaminhar pro protesto pq o carimbo da instituição financeira supre a necessidade do protesto.havendo ou nao o protesto.Se o endosso não for cumprido ate quando pode, ele pode ser uma cessão civil de créditos.
- Aval: mesma função da LC e NP. 
Pode ser prestado ao emitente ao beneficiário ou ao endossante em caso de circulação
Se torna coobrigado solidário- obrigação de pagar o titulo não fica ligada a obrigação do avalizado – se a obrigação do avalizado venha a ser nula, a do avalista ainda vai existir
- Aval em branco: não indica nome do avalizado – lei determina que avalizado é o emitente
 – Não existe a possibilidade de avalizar o sacado pois é uma instituição financeira
- Aval em preto: indica
- Aval pode ser dado no anverso do título e assim será considerada qualquer assinatura lançada ai que não seja do emitente. Se for dado no verso tem que ter indicação “_ass_”.
- Aval simultâneo: um avalista vai ter ação de regresso contra o outro dentro da proporção daqueles que se obrigaram 
- Aval sucessivo: corre quando uma pessoa é, concomitantemente, avalista e avalizado. 
O avalista que realiza pagamento do cheque somente pode cobrar o referido valor da pessoa do avalizado? Ele pode cobrar todos os coobrigados. a relação solidária da relação cambial acontece na ordem vertical-cadeia-hierarquia.
Apresentação e Pagamento:
A apresentação do cheque deve obedecer aos seguintes prazos:
30 dias da emissão – para cheque da mesma praça – emite cheque no dia 30/03, a partir de amanhã começa a contar – não pode considerar 30 dias como um mês, 30 dias é 30 dias. Começa a contar no primeiro dia útil seguinte (se faz dia 31, sexta, começa a contar na segunda). 
60 dias da emissão – para cheque de praça diferente
Apresentação posterior ao termino do prazo
Cheque não pode ser pago ao bando depois de prescrito – prescrição: 6 meses depois do prazo de apresentação. 
Se dois ou mais cheques forem apresentados simultaneamente, e não houver saldo para odos não haverá rateio mas será pago o que tiver data de emissão mais antiga. 
Modalidades de Cheque:
- Cheque visado: art. 7º. Quando o sacado, a pedido do emitente/portador, lança um visto no verso do cheque, que não pode ser ao portador nem estar endossado. Quer transferir sabendo que a pessoa vai receber aquele valor – vai na instituição financeira e pede que o cheque seja visado – a inst fin vai debitar do valor da conta do emitente o valor do cheque e deixar esse valor reservado durante o prazo de apresentação pro pagamento daquele cheque. O credor pode ficar com o titulo ou colocar em circulação. Tem que ser apresentado no valor - Se for apresentado um dia depois do prazo de apresentação ele volta a ser um cheque comum. 
- Cheque cruzado: só vai poder ser pago através do sistema de compensação – não pode pegar o cheque, ir no caixa e querer descontar. Tem que depositar em uma conta para que o valor do cheque seja creditado nessa conta. O cruzamento é chamado de cruzamento geral e só exige que o cheque seja pago por credito através de qualquer conta de qualquer instituição. Também pode dar um cheque cruzado especial – colocar que é pra caixa econômica federal – ai o credito so vai ser dado pra uma conta de caixa econômica federal; também pode ter o nome da agencia e conta corrente. Pode transformar geral em especial mas não pode transformar especial em geral
- Cheque para ser creditado em conta: ao invés de fazer as linhas do cruzamento, escreve na vertical “para ser creditado em conta” – o pagamento também não pode ser no caixa, só pode ser por depósito em conta. Não é muito usado pq já existia o cruzado no momento que o creditado foi criado e eles são quase a mesma coisa. Criação da legislação brasileira. 
- Cheque Administrativo: tem utilização quando vai estabelecer negociações com valor grande e quer ter garantia de que vai receber o valor. Muitas vezes tem o valor para pagar mas a pessoa com quem está contratando fica receosa de receber um cheque. Vai na instituição financeira, compra o cheque adm e a instituição vai emitir o cheque para a pessoa pagar. Cheque deixa de serordem de pagamento e passa a ser promessa. O emitente e sacado são a mesma instituição financeira. É um cheque que vai ser pago pela mesma instituição financeira que conta na posição de sacado – é algo que alguém adquiriu. 
Cheques pré e pós-datados:
Pré-datado: data lançada no titulo é anterior a data real da emissão, não possuindo utilização
Pós-datado: a data lançada no título é posterior a data da emissão - é data lançada no titulo posterior a data efetiva da emissão - É o que na pratica se chama de pré-datado. Pela legislação não existe o reconhecimento, mas como é muito utilizado se formou posição jurisprudencial para quando se tem pagamento por ele, se tem acordo prévio entre emitente e beneficiário de que a data pra obrigação ser cumprida é a data acordada e não a data que esta presente – quando é apresentado antes dessa data a instituição financeira tem que obedecer a ordem. O emitente pode reaver o prejuízo do pagamento antecipado ou se for carimbado por cheque sem fundo
Ações:
- Ação por falta de pagamento: O portador tem a ação de execução para haver a importância do cheque, que pode ser movida contra qualquer dos coobrigados, antes da consumação prescrição do cheque. Para cobrar do emitente e seu avalista, está o portador dispensado de protesto (o carimbo da instituição financeira supre a necessidade de protesto), sendo recomendável que prove ter apresentado o cheque para cobrança ao prazo de apresentação. Isso porque caso o portador não tenha apresentado no prazo, não pode executar o emitente se apresentou só depois do prazo e já não havia mais fundos. -> Devedor deve provar que havia fundos durante o prazo de apresentação, então credor perde direito de ação; se ficar provado que mesmo no prazo de apresentação não tinha fundos, não perde. Ação com objetivo de executar cheque sem fundos prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação – assim, se foi em mesma praça, prescreve em 30d+6m, se foi em praça diferentes, prescreve em 60d+6m.Ação cambial
- Ação de enriquecimento -> prazo de 02 anos. Ambas cobram o valor do titulo, correção monetário, despesas para cobrança. Usa depois que prescreve a ação por falta de pagamento.
- Ação causal – CC 205 - prazo de 10 anos para propor. Ultrapassada a possibilidade de ação cambial, nada impede que o credor ingresse com ação fundada na relação causal que deu origem ao cheque, ou seja, no negócio jurídico que deu origem a divida consubstanciada no cheque. Nesse processo o autor buscará uma sentença judicial que, como titulo executivo judicial, irá instruir futuro processos de execução que poderia ser utilizado se o cheque não tivesse sido fulminado pelos efeitos da prescrição. 
UNIDADE 6 - DUPLICATA MERCANTIL
- lei 5474/68 – lei das duplicatas. É mais uma ordem de pagamento. Criação do direito brasileiro.
- compra e venda mercantil a prazo ou prestação de serviços, esses contrato vão gerar uma nota fiscal ou uma fatura -> o primeiro documento extraído dessa relação vai ser uma nota fiscal/fatura que pode corresponder a uma ou varias duplicatas, isso conforme o numero de parcelas
- extração da fatura é obrigatória em todos os contratos de compra e venda mercantil com prazo igual ou menos que 30 dias enquanto a emissão da duplicata é facultativa
- a fatura comprova a compra e venda e seu numero deve contar na duplicata
- a duplicata emitida sem corresponder a uma fatura, chamada duplicata fria/simulada, é irregular, tipificada como crime penal. Duplicata sempre equivale a uma fatura, não pode ter uma vinculada a mais de uma fatura ao mesmo tempo, se houver varias parcelas de fatura haverão uma duplicata para cada uma delas.
- sacador (vendedor - empresário), sacado (comprador – indicado para pagar - empresário), tomador/beneficiário (vendedor - empresário) -> se trata de compra e venda mercantil e para que se configure isso todos devem ser empresários na relação
- o vendedor, sacador, emite a duplicata contra o sacado, comprador que, mediante aceite, reconhece a divida liquida e acerta e promete paga-la.
- afirma-se que não há a figura do tomador pois o saque é feito em favor do próprio sacador.
- titulo é causal – nele deve constar a consignada causa da emissão, qual seja, o numero da fatura extraída do respectivo contrato de compra e venda mercantil a prazo ou de prestação de serviço.
- torna-se abstrata quando endossado e o portador não pode opor ao devedor as exceções que oporia ao credor originário, comprador não pode alegar a falta de pagamento por questões que deram origem ao contrato, so pode enquanto o titulo ainda não houver circulado, envolve o principio da inoponibilidade.
- a duplicata é o único titulo que o vendedor pode emitir
- tem duas modalidades de vencimento: a) com dia certo; b) à vista, onde o aceite é absolutamente prescindível (não há apresentação pra aceite)
- o sacado é obrigado cambial independe do aceite, já que este pode ser recusado
- empresário que emite duplicata deve ter, obrigatoriamente, livro de registro de duplicata, pois se falta enseja crime falimentar
- atualmente, na maioria das vezes, se utiliza a duplicata virtual
 
Requisitos:
- denominação duplicata
- data de emissão
- numero de ordem
- numero de fatura correspondente
- data do vencimento ou declaração de que é a vista
- nome e domicilio do vendedor e do comprador
- importância a pagar
- lugar de pagamento
- declaração de reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de paga-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial
- assinatura do emitente
 
Aceite:
- obrigatória admitindo-se recusa conforme a previsões do artigo 8º da lei de duplicatas
Motivos da recusa do aceite: a) avaria ou não recebimento das mercadorias, vieram com defeito ou não forem entregues, se comprador pegou diretamente não pode porque se presume que já conferiu a mercadoria na hora; b) vícios, não tinha a qualidade ou quantidade de oferta; c) diferença no preço ou no prazo de pagamento
+art. 21 (motivos de recusa)
- havendo cumprimento do contrato que originou a duplicata, a simples emissão do referido titulo vincula o comprador sendo dispensável a assinatura do titulo
- duplicata é titulo de aceite obrigatória e não cabe aceite parcial porque o valor que tem na duplicata é o valor de compra e venda.
- devera ser apresentada ao sacado pelo vendedor ou por representante, que tem sido os bancos, que possuem a duplicata por endosso-mandato
- pelo próprio sacador o prazo é de 30 dias da emissão e se for pelo banco é de 10 dias da data do recebimento para tal (artigo 6º).
- em 10 dias do recebimento o sacado deve devolve-la assinada ou acompanhada das razoes da recusa (artigo 7º)
- tendo concordância do banco, o sacado pode reter a duplicata ate o vencimento, comunicando por escrito o aceite e a retenção, se não houver pagamento esta comunicação substitui o titulo no ato do protesto.
Nas duplicatas o aceite sempre acontece. Não existe obrigatoriedade no sentido de ser emitida a duplicata e o aceite já acontecer, pois existem as causas que permitem a recusa. No momento que a pessoa silenciar diante das causas, se tem o aceite presumida. As espécies são:
a) Ordinario – assinatura do devedor no lado esquerdo inferior do titulo, não admitido na duplicata por meio magnético. B) Por presunção – comprador recebe a mercadoria sem qualquer oposição, tendência de ser magnética. C) Por comunicação – pouco utilizado, quando o comprador retem o titulo e comunica o aceite.
Pagamento:
Duplicata com vencimento à vista: nas duplicatas à vista, o aceite é prescindível. Isto porque a duplicata é conduzida para pagamento e não para aceite. 
Duplicata com vencimento a dia certo: a presença do aceite se faz obrigatória, mesmo que por presunção.
- pode acontecer antes do vencimento, desde que de boa-fé, pois duplicata é titulo de resgate.
- diz que a prova de pagamento pode ser recibo, mas só vale quando pagamento se da entre vendedor e comprador. 
- se a letra circula e o pagamento se da por recibo, sem entrega do titulo, o devedor vai ter que pagar de novo porque não tem comocomprovar o pagamento, assim quando há circulação o pagamento deve ser no próprio titulo que sera prova de pagamento do devedor.
 
Aval e Endosso: mesmo que letra de cambio. O aval em branco na duplicata significa que foi em favor do sacado. Aval após vencimento é valido.
 
TRIPLICATA: 2ª via da duplicata, pra quando acontece perda ou extravio, porem se a duplicata já tiver circulado cabe anulação (artigo 23).
Ação de cobrança: ação de execução, cambial. Para ingressar precisa de titulo não prescrito e protestado. Quando não recebe a duplicata de volta, não fica impedido de entrar com execução do titulo, porque pode fazer protesto de indicação, com comprovante de entrega da mercadoria e copia das faturas e vai ser impresso como titulo executivo.
Defesa para sacado justificar ou não pagamento do titulo: apenas os que podiam pra recusa do aceite, se não dificilmente pode justificar não pagar o titulo. Além de defeito de forma.
 
Prescrição:
Contra sacado e seus avalistas: 3 anos do vencimento (artigo 18)
Demais coobrigados: 1 ano contado do protesto
Entre coobrigados: 1 ano do pagamento, se aplica as regras da solidariedade da LC.
 
Protesto:
- lugar é o mesmo do pagamento
- a natureza depende do tipo
- portador tem necessidade de cobrar dos demais coobrigados neste caso o prazo é de 30 dias do vencimento.
Tipos:
- por falta de aceite: não muito utilizado, com o titulo em mãos, deve estar com comprovante de recebimento das mercadorias.
- Por falta de devolução do aceite: não comum, não há necessidade de devolução, pode ser por comunicação
- por falta de pagamento: mais utilizado, realizado após o vencimento do titulo. Prazo no artigo 13 da lei das duplicatas (30 dias).
Acontece Por falta de aceite, no qual o sacador, com o título na mão o leva a protesto por falta de aceite (com a duplicata deve estar o comprovante das mercadorias), por falta de devolução, ocorre quando o sacado retém a duplicata e comunica ao vendedor, por epístola, que firmou o aceite (a carta, juntamente com o comprovante de entrega das mercadorias são documentos hábeis para a viabilização do protesto) e por falta de pagamento, é realizado após o vencimento do título, no prazo assinalado no art. 13 da Lei de Duplicatas.
A unica diferença da duplicata em relação aos outros titulos quanto ao protesto, é que existe a possibilidade do protesto por indicação. duplicata duplica os dados da fatura ou nota fiscal da fatura. para ter o protesto por indicação, tem que ter o comprovante da fatura. se o pagamento nao for realizado, tem que protestar o titulo pra se voltar contra os co-obrigados mas tambem pra ter um documento pra instruir o processo de exeuçao
UNIDADE 8 – OBRIGAÇÕES COMERCIAIS
 
As obrigações, de forma simplificada, são decorrentes de LEI, sendo estas obrigações legais, e da VONTADE DAS PARTES, sendo estas obrigações convencionais, e nestas que se fara uma analise especifica do direito contratual, pois estas tem relações com os contratos.
 
*Código civil – disciplina o direito obrigacional, incluindo as obrigações comerciais.
 
Especialização das obrigações comerciais – podem ser contratos que seguem o código civil porem geram obrigações comerciais. Embora não exista uma legislação especifica do direito obrigacional comercial, estas decorrem da legislação comercial e dos contratos comerciais.
- envolvem a presença de empresários como partes e relacionam-se com a pratica da atividade empresarial.
UNIDADE 9 – CONTRATOS COMERCIAIS
artigo 104, CC – Requisitos dos contratos. Agente capaz, objeto licito, possível, determinado ou indeterminado, forma prescrita ou não defesa em lei. 
Conceito de contrato -> acordo de vontades que determina a criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações.
Fundamentos -> artigo 421 e seguintes.
Importância dos contratos -> constituem a principal fonte de obrigações, principalmente no que se refere à pratica da atividade empresarial.
Requisitos de validade -> capacidade das partes (civil ou comercial) – incluindo a livre manifestação de vontade; objeto licito; forma prescrita e não defesa ou não defesa em lei.
 
Teoria geral dos contratos:
a) constituição do vinculo contratual:
- tem de ter consensualismo para ter o acordo de vontade entre as partes, o que leva a necessidade de capacidade das partes, sendo esta a civil e a comercial, além da necessidade de manifestação de vontade livre.
- relatividade, no sentido de que o contrato vai regulamentar os efeitos das partes contratantes, clausulas deverão ser respeitadas por essas partes contratantes e não relativo a alguém de fora.
 
b) Força obrigatória dos contratos:
- Principio do pacta sunt servanda: máxima de que o contrato faz lei entre as partes, se firma um contrato tem de cumprir o acordado. Porem existem situações, imprevistas muitas vezes, que irão permitir que se solicite uma revisão, que as clausulas sejam revistas. O que autoriza a revisão é a comprovação que há dificuldade de cumprir com a contratação porque algo não previsível no momento de assinatura do contrato aconteceu (teoria da imprevisão).
 
c) Desconstituição do vinculo contratual:
- Resolução: em razão de inexecução das obrigações contratuais
- Resilição: em razão de manifestação de vontades
                -Unilateral: denúncia – somente se existir clausula contratual permitindo o término do vinculo contratual por manifestação de vontade de apenas uma das partes.
                - Bilateral: distrato -> termino do vinculo contratual a partir da manifestação de vontade de ambas as partes.
 
Classificação dos contratos:
a) quanto a obrigação: poder ser publico ou privado. No publico vai ter pelo menos em um dos polos uma pessoa de direito publico. A maioria dos contratos comerciais são privados.
b) quanto aos efeitos: pode ser bilateral ou unilateral.
c) quanto a oneração: pode ser gratuito ou oneroso.
d) quanto ao aperfeiçoamento: podem ser consensuais – se aperfeiçoam apenas com a manifestação de vontade das partes ou reais – que também precisa da manifestação de vontade das partes mais a entrega de bens.
e) quanto a forma: podem ser solenes ou não solenes. O solene é aquele que tem uma forma especifica, como por exemplo através de escritura publica.
f) quanto a existência: podem ser principais ou acessórios (só existe em razão de outro contrato principal)
g) quanto a matéria: civis ou comerciais.
OBS.: contratos de adesão: não é um tipo de contrato, é uma técnica de redação contratual, uma forma de escrever o contrato. É redigido por uma das partes e é apresentado para outra aceitar as clausulas.
OBS2.: contratos atípicos -> artigo 425, CC. Uso na atividade empresarial.
 
Princípios:
a)Principio da liberdade de contratar: artigo 421, CC.
b)Principio da boa-fé: atuação dos contratantes e possibilita a avaliação da atuação. Artigo 422.
c) Principio da interpretação favorável ao aderente: artigo 423. O aderente seria a parte mais fraca da relação contratual por não ter participado da redação do contrato.
d) Principio da nulidade de clausulas: artigo 424, CC. Afasta a clausula nula e as outras continuam valendo. Renuncia antecipada de direitos assegurados a uma das partes.
** c e d são a base para o equilíbrio entre as partes contratantes.
 
Contrato de Compra e Venda Mercantil
- art. 481 e ss
- Vendedor e comprador devem ser empresários (capacidade civil e comercial)
- O objeto deve ser insumo, o qual vai ter aplicação na atividade empresarial do comprador
- Se o vendedor for emitir TC para representar a compra e venda mercantil, este TC deve ser a duplicata. Pode ter compra e venda mercantil com outro TC nos casos em que o comprador emite, uma vez que o comprador é o devedor (comprador pode emitir NP ou cheque, por ex). Mas se for realizada pelo vendedor, o único TC é a duplicata. 
- Contrato através do qual uma das partes compromete-se a pagar o preço em troca do recebimento de certo bem.
- caracteriza-se como mercantil quando as duas partes são empresários e o objeto da contratação envolve bem destinado para revenda.
- produto – insumo – algo quesera utilizado na atividade empresarial
- ele é consensual, bilateral e oneroso.
- coisa -> certa, determinada, disponível
- preço -> definido, determinado, determinável
- consentimento -> decorrente da manifestação de vontade das partes, as quais devem ser capazes civil e comercialmente.
- a regra geral é da inexistência de forma determinada, admitindo-se, inclusive, a forma verbal.
- somente a contratação que envolve bem imóvel exige
- A venda pode envolver: amostras (fragmento, porção), protótipo e modelo (objeto em pequena escala)
- a negociação de bem imaterial é chamada de cessão
- a negociação que envolve objeto futuro constitui venda sob encomenda
- o dever de entregar o bem só surge a partir do pagamento do preço integral
 
Contrato de alienação fiduciária em garantia
- Envolve compra e venda em que o comprador não tem todo o valor no momento e precisa de um financiamento. Ou seja: compra e venda mediante financiamento em que quem concederá o crédito é uma instituição financeira
- Se o objeto da alienação fiduciária for bem móvel se utiliza o DL911/69
- Se o objeto da alienação fiduciária for bem imóvel se utiliza a Lei 9514/97
- Tal objeto serve de garantia do cumprimento da obrigação contratual (de pagar o valor)
- Nos casos de bens móveis = notificação para constituir o devedor em mora, e a partir de tal notificação se tem legitimidade para ingressar com a ação de busca e apreensão.
- tem regulamentação especifica no código civil, mas envolve bens infungíveis, porem a alienação não é restrita a estes, podem ser fungíveis e imóveis.
- Purgação da mora – pagamento das parcelas em atraso, o qual evita que todo o contrato vença antecipadamente
- negocio jurídico através do qual um devedor para garantir o pagamento de uma divida, transmite o pagamento de uma divida, transmite ao credor a propriedade de um bem, retendo-lhe a posse direta, mediante a condição resolutiva de salda-la.
- decorre de contrato de compra e venda.
FUNDAMENTO LEGAL: decreto 911/69 (bens moveis); lei 9514/97 (bens imóveis); artigos 1361 a 1368A do CC (bens imóveis e infungíveis). - Código civil somente é aplicado quando compatível com a legislação especial
- bilateral, oneroso e real – exige a transferência efetiva do domínio
- este contrato possui como partes o credor fiduciário e o devedor fiduciante
- permite a aquisição de bens mediante ...
- sumula 28, STJ – pode ter como objeto bem já pertencente ao devedor
- atualmente pode ter como objeto bem móvel ou imóvel
- o pagamento total das obrigações determina a concretização da propriedade do antes determinado devedor, resolvendo-se o domínio.
 
*Mora ou inadimplemento contratual
- não pode o credor ficar com o bem para haver o pagamento do valor empretado deve vende-lo a terceiros
- pode o devedor requerer a purgação da mora, mediante deposito judicial do valor integral do debito apresentado para ..
- a venda do bem móvel vai se dar através de leilão, o vendedor pode ser interpelado, ele tem um valor original e se não vende, no segundo tem um valor bem abaixo do vlor de mercado
- o valor vai para saldar a divida
- nos bens imoveis quando ocorre a falta d epurgação da mor a ainstituição financeira se concretiza com o fiduciário, a purgução da mora pode acontecer através de deposito no cartório de registro de imoveis. 
 
Contrato de arrendamento mercantil
- Tem- se o aluguel de um bem com 3 possibilidades no final do prazo contratual: devolve bem e extinção do contrato; renovação do contrato; exercer opção de compra
- Tem-se o valor residual garantido (VRG) – o qual deve ser pago pelo arrendatário caso ele exerça a opção de compra. Se ele não comprar o bem não precisa fazer esse desembolso, pois já está pagando o aluguel. 
- Na teoria, se tem o VRG estipulado para o caso de ser exercida a opção de comprar -> o bem é 25mil, se paga 24 parcelas de 500 (12.000) e o VRG vai ser 13 mil. Na prática, as pessoas não pensam em alugar e devolver, elas já querem adquirir, então se criou a tendência de antecipar o VRG e o valor que a pessoa dá de entrada é abatido do VRG –> Se a pessoa deu 3mil de entrada, estes vão constar como antecipação do VRG e os outros 10mil reais vão ser diluídos em 24 parcelas.
- Caso ocorram atrasos, a ação para buscar os bens é de reintegração de posse
- Também denominado de leasing; locação caracterizado pela faculdade conferida ao locatário de, ao término, optar pela aquisição do bem locado.
- partes: arrendador/arrendante: instituição financeira; arrendatário: pessoa física ou jurídica; fornecedor: do objeto/bem.
- fundamentação legal: lei 6099/64 alterada pela lei 7132/83 (aspectos tributários). Resolução do banco central nº 2309/96.
- bilateral, oneroso e consensual.
- pode ser celebrado tanto por pessoa física ou pessoa jurídica em um dos polos da relação
- o objeto do contrato pode ser: bens moveis ou imoveis
- contrato formal de ser observado o que determina o artigo 5º da lei 6099/74.
- prazo mínimo de 3 anos, sendo para veículos pode ser de 2 anos
- sumula 369 – necessidade de notificação previa para caracterização da mora.
- o valor residual garantido é calculado para que o arrendatário pague caso decida comprar o bem, a rigor deveria ser no final do contrato, mas na pratica terá um valor de aluguel somado a um vrg mensal, dai quando chega no fim já pagou tudo.
- três modalidades de leasing: financeiro (para financiamento, todas as parcelas devem ser pagas, mesmo ocorrendo a devolução do bem antes do prazo); leawsing back (possibilidade de pegar um bem que já é meu e vender para instituição financeira; para empresários transformar o ativo em capital de giro); operacional (forma original, onde o arrendante é o fabricante, que se compromete a prestar assistência tecnica)
- descaracterização do contrato de leasing: ocorria pela pratica de antecipar o vrg, o que assemelha-se ao contrato de compra e venda mediante financiamento.
- termino do prazo contratual – a rigor determinada o locatário opta entre: o fim do contrato com a devolução do bem, a prorrogação do contrato e a aquisição do bem mediante o pagamento do valor residual garantido.
 
Contrato do cartão de credito
- Adm X usuário do cartão; adm X estabelecimento conveniado; est. Conv. X usuário. Se o usuário do cartão não tiver crédito no cartão a culpa não é do EstConv. O EstConv tem contratação com a administração da máquina do cartão, e se a máquina não funcionar a culpa não é do estabelecimento conveniado. Estabelecimento conveniado é o exemplo de lojas que tem maquininha de cartão de crédito. 
- Através do qual uma pessoa jurídica – operadora ou emissora – obriga-se ao pagamento do credito concedido a uma pessoa física ou jurídica perante terceiro credenciado na operadora do catão.
- FUNDAMENTO LEGAL – inexistente - o titular é desamparado legalmente, apenas pelo cdc e jurisprudências.
- contrato inominado, sendo um misto de abertura de credito com prestação de serviços, em geral usa da técnica de adesão.
- contrato da adm x titular: configura obrigação de prestar serviço de caixa e garantia de pagamento das faturas dentro do limite de credito estipulado
- nos contratos existia uma clausula que autoriza as adm de cc a fazerem empréstimos com instituições financeiras pra pagar tudo, era clausula mandato, porem hoje a adm já são consideradas if.
- contrato adm x fornecedor: adm efetua pagamento das faturas ate o limite da titular. O fornecedor obriga-se a não recusar o cc, concedendo mesmo preço
Contrato de Fiança
- Arts. 818 e ss CC
- O que caracteriza uma fiança como mercantil? 
A) sempre tem um contrato antes, sendo a fiança um contrato acessório (por isso a nulidade da obrigação principal ocasiona a extinção da fiança); 
B) partes: fiador e afiançado. Ex: contrato de locação que precisa de garantia e esta, ao invés do que acontece na alienação fiduciária, vai ser prestada por uma determinada pessoa, a qual vai garantir o cumprimento da obrigação previsto no contrato principal. Este contrato traz onerosidade para apenas uma parte – fiador, o qual assume a obrigação caso o afiançadonão realize o pagamento. 
C) tem-se o benefício de ordem –> quando não acontece o pagamento no contrato principal a cobrança tem que ser destinada orginalmente ao afiançado e o fiador só pode ser cobrado se for esgotada a via financeira do seu afiançado. No entanto, na prática, o fiador abre mão do benefício de ordem, tornando-se devedor solidário ao afiançado – abre mão através de cláusula. 
D) Fala-se de fiança mercantil quando o afiançado é empresário, sendo que o fiador pode ou não ser empresário. Para validade do contrato necessita de um empresário regular. 
- Aproximação do contrato de fiança com o aval, que também é garantia. No entanto: aval é garantia prestada por liberalidade de uma PF/PJ que se torna devedor solidário na hora que avaliza X garantia através da fiança envolve contrato e a garantia teria distinção entre o momento de se cobrar o fiador e momento de cobrar afiançado (mas na prática se aproxima a fiança do aval pois existe esta cláusula que prevê o estabelecimento da obrigação solidária entre fiador e afiançado); caso a obrigação do avalizado seja nula, persiste a obrigação do avalista X caso ocorra a obrigação do contrato principal, também há a nulidade do contrato acessório de fiança; avalista só pode ser cobrado por ação cambial X fiador pode ser cobrado por diversas formas.
- Pode o contrato de fiança prever valor inferior ao valor integral do contrato principal. Então: o valor pode ser o total do contrato parcial OU pode ser um valor parcial ao do contrato principal. A única coisa necessária é que tenha previsão sobre o valor. 
- Se o fiador for caso ele precisa da anuência do cônjuge para que a fiança tenha validade.
- Tudo que quer que seja garantido deve estar expressamente estabelecido no contrato acessório.
- Intuito personae – tem como elemento de fundo a confiança que o fiador tem na pessoa do seu afiançado
- Três modalidades de fiança:
A) Legal: fiança está estabelecida em uma determinada lei – fiança se origina de obrigação legal – exemplos: arts. 1.400, 1.745§ú
B) Convencional: manifestação de vontade; acordo de vontade
C) Judicial: quando, em função de um processo, tem determinação judicial de fiança
- Extinção:
A) morte do fiador: extingue a fiança, mas a obrigação transfere-se para herdeiros, com limite na capacidade da herança e aos débitos existentes até o momento da morte. Não se considera isso substituição do fiador (do falecido fiador para os herdeiros);
B) demais causas de extinção dos contratos em geral. Quando o fiador quiser deixar de ser fiador ele deve estabelecer um prazo para isso. 
Contrato de Penhor:
- Arts. 1431 a 1472 CC
- Envolve garantia, a qual é representada em um bem móvel. Nesse sentido, o penhor tem semelhança com o contrato de alienação fiduciária, mas não é a mesma coisa pois na alienação tem contrato de compra e venda (o qual não tinha como ser pago na sua integralidade, e por isso teve financiamento por instituição financeira) envolvido, já no penhor tem o direito real de garantia, em que o devedor entrega objeto de sua propriedade para o credor, com finalidade de garantia de pagamento de obrigação.
- Considerado direito acessório, pois para que tenha validade é necessário a inserção no cartório de títulos e documentos – bem deve ser registrado.
- Sujeitos: devedor pignoratício (tem que cumprir a obrigação e entregou bem para o credor) X credor pignoratício. Usual é que o objeto fique com o credor até o fim da obrigação. 
- A entrega da posse do devedor ao credor pode até ser simbólica, mas deve estar registrada em documento para assegurar que enquanto o bem estiver garantido o cumprimento da obrigação principal a posse legal é do credor
- Bancos normalmente indicam a empresa devedora, na qualidade do sócio, como depositário do bem, permanecendo a empresa, na prática, com a posse do bem = Para que o devedor fique na posse do bem, o credor (empresa) deve fazer contrato nomeando como depositário o próprio devedor.
- Penhor não pode ser cláusula de outro contrato, devendo ser um documento registrado no cartório de títulos e documentos, para que os prazos e a situação fique registrada. 
- Natureza jurídica:
a) Direito real de garantia sobre coisas alheias – credor está com objeto de propriedade do devedor e está com ele apenas para garantir o pagamento; se o pagamento não for realizado ele pode até vender o bem
b) Direito acessório vinculado com a obrigação principal
c) Contrato se aperfeiçoa quando ocorre a entrega do bem do devedor ao credor
d) Direito que recai sobre bem móvel
- Modalidades:
A) convencional – acordo de vontades
B) legal – determinada norma jurídica estabelece essa necessidade de penhor (ex: processos de execução)
“Contrato” de Gestão de Negócios
- Forma de contratação atípica (não por não ter fundamentação legal), pois não tem, para sua formação, o momento de acordo prévio
- Decorre de declaração unilateral de vontade do gestor do negócio que atua em nome do dono do negócio em função de situação imprevista em que o dono do negócio está impossibilitado de atuar (não há acordo prévio) -> Estabelecimento empresarial A tem um dono que está ausente. Acontece situação e é necessária uma tomada de decisão urgente, a qual deveria ser tomada pelo dono do negócio, mas como ele não deixou ninguém para tomar conta das decisões, o terceiro (gestor) atua no interesse do estabelecimento A como se fosse dono do negócio. Não tem dono e gestor combinando que o gestor vai ser responsável – gestor agirá sem conhecimento prévio pois é melhor isso do que a empresa ficar inerte. 
- Não pode ter proibição: ato só vai ser válido se o dono do negócio não tiver deixado uma proibição expressa 
- Deve haver necessidade do ato de gestão – ato que não pode aguardar o retorno do dono, ato que deve ser praticado imediatamente
- Só pode envolver atos relacionados a questões patrimoniais
- Atuação sem previsão tem que ter uma de duas razões: a) evitar um prejuízo; b) agregar benefício.
- Cumpridos os pressupostos (sem proibição), surgirá entre o gestor e o dono do negócio: gestor deve realizar o ato de acordo com como se imagina que o dono do negócio agiria (se ele tomar atitude muito diferente ele tem que reparar danos); age por ser algo necessário, mas ainda assim deve comunicar ato de gestão ao dono do negócio; deve atuar até o fim do ato de gestão (quando o dono do negócio se fizer presente o gestor se afasta); deve reparar danos que originou por culpa
- Se gestor agiu mas não tem como ficar até o fim e coloca um gesto substituto ele permanece responsável pelas faltas do outro gestor
- Caso no momento original de gestão existam mais de um gestor = respondem solidariamente quanto aos danos causados
- Em caso fortuito ocorre a responsabilidade do gestor e tem que responder por eventuais danos e tem que prestar contas para o dono do negócio (essa prestação de contas com devolução dos bens finaliza o ato de gestão)
- Direitos que o gestor adquire: 
A) se tiver desembolsado valores para a gestão, será ressarcido; 
B) no caso de morte e ele providenciar o funeral, também é reembolsado; 
C) todo e qualquer despesa (alimento por ex) será ressarcida. 
- Deveres do dono do negócio: 
A) reembolsar os valores estabelecidos na legislação; 
B) indenizar o gestor caso sua atuação tenha afastado prejuízo ou trazido lucros (similar a uma remuneração pelo ato de gestão); 
C) se o gestor teve algum prejuízo por praticar o ato de gestão, mas houve o benefício pro dono do negócio, o dono deve indenizar o gestor em relação a seus prejuízos pessoais; 
D) substituir o gestor em função do ato de gestão perante terceiros
- Direito do dono:
A) exigir devolução dos bens (enquanto o gestor estiver atuando ele que está em frente aos bens)
B) caso exista o caso de a atuação do gestor ser contraria ao dono do negocio, dono deve ser indenizado
- Obrigações do gestor e dono do negócio perante terceiros:
A) gestor reponde perante terceiros pelos atos que praticou
B) dono assume as responsabilidades que o gestor contratou desde que elas tenham sido úteis
Modalidade Contratual

Continue navegando