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Direito Tributário - Limitações e Princípios

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Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
Curso Regular 
 Prof. Marco Aurelio 
Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
 
AULA N°°° 2 
Nesta aula, veremos os artigos de 9 a 28 do CTN, abordando 
os seguintes conteúdos: 
1. As limitações da competência tributária previstas 
no CTN e na Constituição Federal; 
2. Os princípios tributários e suas exceções; 
3. Vigência da lei tributária; 
4. Imunidade, Não-incidência, Alíquota zero e Isenção; 
5. Empréstimos compulsórios; 
6. Início do estudo sobre Impostos, especificamente 
os impostos incidentes sobre o comércio exterior. 
 
O estudo dos princípios tributários acontecerá em dois “atos”. 
No primeiro, iremos estudar os princípios que estão no Código Tributário 
e dar uma espiada nos correspondentes artigos da Constituição Federal. 
O segundo ato será visto nas últimas aulas, quando apresentaremos os 
princípios que constam na Constituição Federal. 
Agora, gostaria de lhe dar uma dica: ao estudar cada ponto, 
leia cinco vezes a matéria com calma e faça o máximo de exercícios 
possíveis para gravar. Se você, por acaso, não conseguiu gravar todas 
“as vírgulas” não se preocupe, mas tenha a certeza que entendeu toda a 
matéria. A memorização é uma questão de tempo, de persistência e 
disciplina. 
Existem somente três regras para o seu sucesso: 
1) ESTUDE; 
2) ESTUDE; 
3) ESTUDE. 
 
Parece simples...e é. 
 
Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
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2
 
Vamos à aula! 
 
CAPÍTULO II 
LIMITAÇÕES DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
SEÇÃO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 9º. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I instituir ou majorar tributos sem que a lei o 
estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos 
artigos 21, 26 e 65; 
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, art. 150, I 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as 
condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas 
dos impostos enumerados nos incisos I(II), II(IE), IV(IPI) e 
V(IOF). 
 
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
 
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3
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA RESERVA LEGAL 
 Os artigos acima do CTN e da Constituição traduzem esse do 
princípio. 
Esse princípio não tem exceção em relação à instituição de 
tributo, porém o inciso I, do art. 9° do CTN e o §1° do art. 153 da CF 
trazem como exceção, a majoração (aumento) em relação aos 
impostos: II, IE, IPI e IOF. Estes impostos, como já vimos, têm a 
característica da extrafiscalidade, por isso a legislação permite ao Poder 
Executivo a majoração dos impostos, para atendimento da política de 
governo. 
Além desses impostos, há mais duas exceções na Constituição 
Federal. A primeira é em relação à CIDE-combustível, conforme 
Constituição Federal, art. 177, §4°, I, letra b e a outra exceção é o 
ICMS-monofásico, de acordo com a Constituição Federal, art. 155, §4°, 
IV. 
 
CF art. 177. § 4º “A lei que instituir contribuição de 
intervenção no domínio econômico relativa às atividades de 
importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás 
natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos 
seguintes requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
... 
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, 
...” 
 
O ICMS-monofásico é aquele em que incide tributação do 
imposto apenas uma vez, não há tributação em cascata. 
O artigo 155 da CF atribui a competência aos estados e Distrito 
Federal para instituir o ICMS. 
 
 
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4
CF art. 155 ICMS 
§2°, inc. XII, letra h: definir os combustíveis e 
lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, 
qualquer que seja a sua finalidade, 
§4°, inc. IV - as alíquotas do imposto serão definidas 
mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, 
 
Por exemplo, se o governo, em função de sua política 
monetária, vê a necessidade de aumentar o IOF, para conter a inflação, 
não poderá esperar todo o processo legislativo para atuar no mercado. 
Ele irá aumentar o imposto por Decreto. 
A alteração do prazo de recolhimento não se confunde com 
modificação da base de cálculo ou alíquota, conforme súmula do STF n° 
669: “NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO 
DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE.” Data de Aprovação Sessão Plenária de 24/09/2003 
 
CTN Art. 9º (continuação) 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
II cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com 
base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro a que 
corresponda; 
 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA 
Aqui, temos o princípio da anterioridade tributária que 
estabelece: os entes federativos não podem cobrar imposto sobre o 
patrimônio e a renda no mesmo exercício no qual foi instituído, porém 
a Constituição ampliou este entendimento para os demais tributos, com 
algumas exceções. 
 
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5
 O art.150, III, b, da Constituição Federal, estabelece: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
... 
III - cobrar tributos: 
... 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos 
tributos previstos nos arts. 148, I (empréstimos compulsórios) , 
153, I(IE), II(II), IV(IPI) e V(IOF); e 154, II(impostos 
extraordinários na iminência ou no caso de guerra declarada);... 
 
Os impostos: IE, II, IPI e IOF, são exceções ao princípio da 
anterioridade tributária, em virtude de seu caráter extrafiscal, do 
mesmo modo que são exceções ao princípio da legalidade. O governo 
necessita de rapidez para atingir os seus objetivos de controle fiscal na 
economia do país. 
Os impostos extraordinários são exceções, pela lógica urgência 
em atender as necessidades de um acontecimento grave e inesperado. 
 
O art. 177, § 4°, I, b, da Constituição Federal exclui a 
contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus 
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível 
(Cide) do atendimento ao princípio da anterioridade anual. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, art. 150, III, c: 
 
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6
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
... 
III cobrar tributos: 
... 
 c) antes de decorridos noventa dias da data em que 
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, 
observado o disposto na alínea b; 
§ 1º ... e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos 
tributos previstos nos arts. 148, I, (empréstimos compulsórios) , 
153, I(IE), II(II), III (IR) e V(IOF); e 154, II(impostos 
extraordinários na iminência ou no caso de guerra declarada), 
nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos 
arts. 155, III(IPVA), e 156, I(IPTU). 
 
 
Princípios 
Constitucionais 
Exceções 
Legalidade ou reserva 
legal- 
II, IE, IPI e IOF. 
CIDE-combustível e ICMS-
monofásico. 
Irretroatividade– Tributos 
não podem ser cobrados em 
relação a fatos geradores 
ocorridos antes da vigência da lei 
que os instituiu ou aumentou. 
A CF não traz, mas há 
retroatividade nos casos de leis 
interpretativas e mais benéfica 
ao sujeito passivo conforme o 
CTN. 
Anterioridade – Não podem 
ser cobrados no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou 
Empréstimos compulsórios, 
IE, II, IPI e IOF 
impostos extraordinários na 
iminência ou no caso de guerra 
declarada Cide 
ICMS – sobre combustíveis e 
lubrificantes sobre os quais o 
imposto incidirá uma única vez 
 
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7
Contribuições para Seguridade 
Social 
Anterioridade Nonagesimal 
- Não podem ser cobrados antes 
de decorridos noventa dias da 
data em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu ou 
aumentou 
empréstimos compulsórios 
, IE, II, IR e 
IOF; 
impostos extraordinários na 
iminência ou no caso de guerra 
declarada 
Anterioridade Nonagesimal, 
em relação à fixação da Base de 
Cálculo 
IPTU e IPVA 
 
Vamos simplificar! 
II, IE, IOF, os empréstimos de guerra e de calamidade 
pública e o imposto extraordinário de guerra podem ser exigidos a 
partir da data de vigência estabelecida na lei. 
ICMS – sobre combustíveis e lubrificantes sobre os quais 
o imposto incidirá uma única vez; Contribuições para Seguridade 
Social; o IPI e a Cide podem ser cobrados depois de 90 dias da 
publicação. 
IR, base de cálculo do IPTU e IPVA podem ser cobrados no 
primeiro dia do exercício seguinte à publicação da lei. 
A instituição ou majoração de tributos, salvo exceções, deve 
obedecer aos princípios da anterioridade tributária e da anterioridade 
nonagesimal. 
A exigência apenas da anterioridade nonagesimal, para fixação 
da base de cálculo do IPVA e IPTU, serve para atender à administração 
municipal e estadual, pois eles necessitam aguardar o final do ano para 
fixar a base de cálculo e precisam arrecadar logo no início do ano 
seguinte. 
 
VIGÊNCIA DA LEI TRIBUTÁRIA 
Vamos estudar agora sobre VIGÊNCIA, para entendermos o 
próximo ponto. 
 
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A data de vigência de uma lei ocorre quando a legislação pode 
produzir todos os efeitos jurídicos sobre a sociedade, na data 
especificada na lei ou na sua ausência, 45 dias após publicação. 
A regra da vigência da lei é de o legislador fazer constar da 
norma a data a partir da qual ela entrará em vigor. 
Se o legislador silenciar em relação à data de vigência, esta 
entrará em vigor 45 dias após a publicação, de acordo com o art. 1° da 
Lei de Introdução ao Código de Processo Civil. 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL 
CF – art. 195, § 6º - As contribuições sociais de que trata este 
artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da 
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
As contribuições sociais podem ser exigidas depois de 
decorridos 90 dias, contados da data da publicação da lei que as houver 
instituído ou modificado. Este princípio é conhecido como da 
anterioridade mínima (nonagesimal ou nonagintídio), anterioridade 
mitigada ou noventena. Não há necessidade de aguardar o término do 
exercício, como é o caso de outros tributos, que devem obedecer ao 
princípio da anterioridade tributária ou anual. 
 
SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO! 
1) (AFRF/2005/TI – ESAF) A Constituição da República veda a 
cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da 
anterioridade tributária, que, contudo, encontra na própria Constituição 
algumas exceções. Assinale, a seguir, a modalidade tributária em que só 
pode ser exigido o tributo no exercício seguinte ao de sua instituição ou 
majoração: 
a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários. 
b) Imposto sobre produtos industrializados. 
 
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c) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente 
e relevante. 
d) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de 
calamidade pública. 
e) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados 
Solução: 
Os tributos: IOF, IPI, Empréstimo compulsório para atender a 
investimento público urgente e relevante e IE, não precisam obedecer 
ao princípio da anterioridade tributária de acordo com o artigo da 
Constituição Federal 150, inciso III, alínea b, estando, portanto, 
incorretas as letras a, b, d, e. 
A alternativa correta, portanto, é a letra c. 
 
CTN Art. 9 (continuação) 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
III estabelecer limitações ao tráfego, no território 
nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais; 
 
 
Constituição Federal Art. 150, inciso V: 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por 
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a 
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder 
Público. 
A Constituição acrescentou a ressalva de cobrança de pedágio. 
 
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PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO 
É o princípio da não-limitação do tráfego, como uma proteção 
ao princípio federativo, com autonomia entre os diferentes entes 
políticos da Federação, sem permitir a criação de barreiras fiscais, com o 
intuito de proteger o comércio e a indústria local. Este princípio garante 
a liberdade de ir e vir da população, com a ressalva de que a cobrança 
de pedágio não é uma tributação ou barreira alfandegária. É uma tarifa 
cobrada para conservação de vias públicas. 
 
Antes de avançarmos, temos que estudar sobre IMUNIDADE, 
NÃO-INCIDÊNCIA, ALÍQUOTA ZERO e ISENÇÃO: 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – Ocorre quando a 
CONSTITUIÇÃO não permite que certos tributos gravem determinadas 
pessoas, bens ou situações. Como é o caso do imposto de renda de 
competência da União. Nesse exemplo, a União está impedida 
constitucionalmente de tributar os outros entes: estados, Distrito 
Federal e municípios. A imunidade tributária pode ser objetiva ou 
subjetiva. 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA SUBJETIVA – Ocorre quando a 
imunidade atinge determinada pessoa. Como no caso abaixo do art. 
150, VI, letra “a” da Constituição. 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA OBJETIVA – Ocorre quando a 
imunidade atinge determinado bem ou mercadoria. Exemplo: É o caso 
da imunidade de abrange os livros, jornais, periódicos, etc - art. 150, 
VI, letra “d” da Constituição. 
 
Algumas imunidades necessitam de lei para que possam ter 
eficácia plena, conforme o texto constitucional exige. É o caso do 
patrimônio e renda dos partidos políticos (art. 150, VI, c). Neste caso a 
 
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imunidade é conferida pela Constituição, porém carece de 
complementação da lei para a sua completa vigência. 
Apesar de serem, as hipótesesde imunidade, casos de 
limitação constitucional ao poder de tributar, elas deverão ser reguladas 
por lei. A pessoa jurídica de direito público não tem a competência, 
neste caso, de alcançar as pessoas ou bens que estão protegidos pela 
imunidade tributária. Esta lei deve ser complementar, conforme o art. 
146 da CF. 
Constituição Federal - Art. 146 Cabe à lei complementar: 
........... 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
 
NÃO-INCIDÊNCIA 
 
Estudamos que a Constituição outorga ao legislador 
infraconstitucional a competência para instituir os tributos por lei. Vejam 
que a Constituição não institui tributos, somente a lei cria tributo. 
O legislador infraconstitucional não está obrigado a tributar 
todas as pessoas e/ou bens e serviços que restam, excluindo as 
imunidades, dentro de sua competência tributária. Dependendo da 
política econômico-social, ele pode deixar de tributar algum segmento, 
fazendo-o sempre por lei. Neste caso, em que algum segmento não está 
sendo abrangido com a incidência do tributo, temos a figura da não-
incidência. 
 
ISENÇÃO 
 
A isenção ocorre quando há a hipótese de incidência prevista 
em lei, porém há outra lei, logicamente de quem tem a competência, 
para promover a isenção do tributo. 
 
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Apesar de estar contemplado como hipótese de incidência, o 
ente competente abre mão da arrecadação daquele tributo, dispensando 
o sujeito passivo do pagamento do respectivo tributo. 
A isenção é estabelecida de modo precário, quero dizer, a 
qualquer momento pode haver a extinção, por lei, da isenção, com a 
cobrança podendo ser feita imediatamente. 
 
ALÍQUOTA ZERO 
 
Ainda nesse estudo temos o instituto de “alíquota zero”, ou 
seja, há hipótese de incidência, ocorre o fato gerador, porém a alíquota 
em alguns casos é zero. 
Podemos citar como exemplo, a alíquota de exportação, que 
em muitos casos é zero. Ocorre como um incentivo para os 
exportadores, porém a qualquer momento pode ser alterada por decreto 
executivo. 
Em sua própria essência este é um instituto precário. 
 
Por dentro da Receita Federal... 
Existe um instrumento, usado pelo Poder Executivo, para 
diminuir alíquotas, tanto na importação como na exportação, chamado 
“ex-tarifário”. Esse benefício fiscal ocorre, para alguns produtos, como 
forma de incentivo ao desenvolvimento do país. Essa redução se reflete 
na redução de outros tributos, que têm os impostos do comércio 
exterior em sua base de cálculo. 
 
EIS A QUESTÃO! 
2) (AFRFB/2009/ESAF) Diversos fatos podem resultar na 
desoneração tributária. 
 
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Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária 
pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo 
crédito por força do não-exercício da competência a que tem direito o 
poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
e) Remissão. 
Solução: 
A letra “a” está errada. Imunidade é decorrente da 
Constituição. O ente federado não poderá prever fato gerador para as 
limitações impostas pela Constituição. 
A letra “b” está certa. Não-incidência ocorre quando o ente 
federado, com competência para instituir tributo, não inclui o sujeito 
passivo no rol dos contribuintes desse tributo. 
A letra “c” está errada. Isenção ocorre quando há hipótese de 
incidência do tributo, porém uma lei exclui o contribuinte da cobrança. 
A letra “d” está errada. Alíquota zero ocorre quando há 
hipótese de incidência prevista na lei, porém a administração tributária 
estabelece alíquota zero para determinados produtos. Este caso ocorre 
em tributos do comércio exterior e de produção, no sentido de estimular 
o desenvolvimento do país. 
A letra “e” está errada. A remissão é causa de extinção do 
crédito tributário. É o perdão da dívida pelo credor por lei específica. 
A resposta certa é a letra “b”. 
 
3) (ICMS/RJ/1989/ESAF) A vedação de estabelecer limitações ao 
tráfego interestadual de mercadoria refere-se a: 
a) pedágio; 
b) tributo; 
c) imposto; 
d) multa; 
 
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14
e) taxa. 
Solução; 
A vedação refere-se a qualquer tributo. Base legal: CF art. 
150, V. 
A resposta certa é a letra “b”. 
 
4) (AFTN/mar-94/ESAF) As imunidades tributárias são previstas: 
a) em leis complementares; 
b) em convênios entre Estados; 
c) no texto da Constituição Federal; 
d) em contratos celebrados entre os Poderes Públicos e determinadas 
classes de contribuintes; 
e) nas leis promulgadas pela União, por Estados e Municípios, no âmbito 
das respectivas competências. 
Solução: 
Imunidade é um conceito doutrinário que estabelece limitação 
ao poder de tributar, ditada pela Constituição Federal. 
A resposta certa é a letra “c”. 
 
CTN Art. 9 (continuação) 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
IV cobrar imposto sobre: 
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; 
§ 2º O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, 
exclusivamente, aos serviços próprios das pessoas jurídicas de 
direito público a que se refere este artigo, e inerentes aos seus 
objetivos. 
 
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O artigo 150, VI da Constituição Federal 
 É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e 
às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
 
 
IMUNIDADE RECÍPROCA 
A Constituição e o CTN convergem para a imunidade recíproca. 
Ela é proveniente do pacto federativo, porém a legislação somente 
abrange os impostos sobre patrimônio, renda e serviços, ou seja, IR, 
ICMS, ISS, IPTU, ITR. Poderiam ser cobrados os outros impostos, taxas, 
contribuição de melhoria, sem falar dos preços públicos uns dos outros. 
Outro fato importante está no parágrafo 2° do artigo 150, VI 
da CF. A imunidade recíproca abrange as autarquias e fundações, no 
que se refere ao patrimônio, renda e serviços, porém estes têm que 
estar vinculados às finalidades essências que deve estar na lei que as 
criou. No caso da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, a imunidade abrange somente os serviços inerentes aos 
seus objetivos. 
Se um estado estiver alugando um imóvel não estará sujeito à 
cobrança do imposto de renda o produto do aluguel, ou seja, mesmo 
desvinculado de suas finalidades essenciais ele não perde a imunidade. 
No caso das autarquias, o imóvel que tenha uma ocupação não 
ligada às atividades essenciais estará sujeito à cobrança do IPTU. 
 
 
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16
JURISPRUDÊNCIA 
O STF entende que a imunidade recíproca estende-se às 
empresas criadas e mantidas pelo Poder Público. Vejamos o julgamento 
a seguir: A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – 
INFRAERO está abrangida pela imunidade tributária recíproca, prevista 
no art. 150, VI, a, da CF, haja vista tratar-se de empresa pública federal 
que tem por atividade-fim prestar serviços de infra-estrutura 
aeroportuária, mediante outorga da União, a quem constitucionalmente 
deferido, em regime de monopólio, tal encargo (CF, art. 21, XII, c). Com 
base nesse entendimento, a Turma mantevedecisão monocrática do 
Min. Celso de Mello que negara provimento a recurso extraordinário, do 
qual relator, em que o Município de Salvador pleiteava a incidência do 
ISS sobre a atividade desempenhada pela ora agravada. Precedentes 
citados: RE 265749/SP (DJU de 2.2.2007); RE 357291/PR (DJU de 
2.6.2006); RE 407099/RS (DJU de 6.8.2004). RE 363412 AgR/BA, rel. 
Min. Celso de Mello, 7.8.2007 (INFORMATIVO 475, de agosto de 
2007) 
 
EIS A QUESTÃO! 
5) (ICMS-RJ/1989) A imunidade recíproca estende-se às seguintes 
pessoas: 
a) fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
b) permissionárias de serviço e de interesse coletivo; 
c) concessionárias de serviços públicos; 
d) sociedades de economia mista; 
e) empresas públicas 
Solução: 
O §2° do art. 150 da CF estende a imunidade recíproca às 
autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. O CTN 
não se refere a essa extensão. Base legal: CF art. 150, VI e §2°. 
O examinador somente levou em conta o previsto na 
Constituição Federal. 
A resposta certa é a letra “a”. 
 
 
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17
6) (AFTN/1991-ESAF) Prédio de propriedade da União não pode ser 
submetido à incidência do imposto sobre a propriedade predial e 
territorial urbana, por força do princípio constitucional da: 
a) imunidade tributária objetiva; 
b) isenção tributária; 
c) imunidade tributária recíproca; 
d) não-diferenciação tributária; 
e) isonomia tributária. 
Solução: 
Trata-se de imunidade, por ser uma vedação à tributação 
imposta pela Constituição. É a imunidade recíproca. Base legal: CF art. 
150, VI, letra “a” e CTN art. 9°, letra “a”. 
A resposta certa é a letra “c”. 
 
7) (AFTN/1993-ESAF) O princípio constitucional da imunidade 
tributária recíproca veda: 
a) instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado a sua impressão; 
b) aos Municípios cobrarem da União e dos Estados taxas pelo serviço 
de coleta de lixo; 
c) a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados nos 
automóveis adquiridos, pelos Estados, Distrito Federal e os Municípios, 
diretamente dos fabricantes; 
d) a incidência do Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial Urbana 
com relação a imóvel pertencente à União; 
e) a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço dos 
partidos políticos. 
Solução: 
A imunidade da letra “a” é a cultural. 
A letra “b” está errada. É permitido cobrar taxa de outros entes 
políticos. A imunidade recíproca veda a cobrança de impostos. 
A letra “c” está errada. A incidência do IPI recai sobre o 
fabricante de automóveis. 
 
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A letra “d” está certa. Esta é a imunidade recíproca vista 
acima. Base legal: CTN 150, VI, letra “a” e CTN 9°, IV, “a”. 
A imunidade da letra “e” é a dos partidos políticos. 
A resposta certa é a letra “d”. 
 
CTN Art. 9 (continuação) 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
IV cobrar imposto sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
 
 
O artigo 150, VI da Constituição Federal - É vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
 
 
CTN Art. 9 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e 
"c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. 
 
 
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19
 
IMUNIDADE RELIGIOSA 
No caso de um templo que explore um estacionamento no 
terreno em que se encontre a igreja, a princípio, o montante arrecadado 
estará sujeito à cobrança do imposto de renda. Há casos, porém, em 
que a instituição consegue comprovar na justiça que o produto 
arrecadado será revertido para suas atividades essenciais. Nesses casos, 
a Justiça tem entendido que essa renda está abrangida pela imunidade 
conferida a essas instituições. 
 
Vamos relembrar: 
� AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS - 
FINALIDADES ESSENCIAIS E ÀS DELAS DECORRENTES. 
� TEMPLOS – FINALIDADES ESSENCIAIS. 
Embora a legislação faça esta diferenciação, os tribunais de 
justiça apresentam uma tendência a reconhecer a imunidade de 
atividades que em princípio não se mostram como finalidades 
essenciais, porém prestam como sustento financeiro para a instituição. 
Em relação aos concursos é bom memorizar esta diferença, pois não 
sabemos se um examinador pode colocar este detalhe literal na prova. 
O STF em análise de recurso extraordinário entendeu que a 
imunidade religiosa abrange, não somente o prédio da entidade, como o 
patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades 
essenciais dessas entidades. 
Publicação: DJ 14-05-2004 PP-00033; EMENT VOL-02151-02 PP-00246 
EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Imunidade tributária de templos 
de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos sobre o 
patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades. Artigo 150, VI, "b" e § 4º, da 
Constituição. 3. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua 
propriedade que se encontram alugados. 4. A imunidade prevista 
no art. 150, VI, "b", CF, deve abranger não somente os prédios 
destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os 
serviços "relacionados com as finalidades essenciais das 
entidades nelas mencionadas". 5. O § 4º do dispositivo 
 
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20
constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas "b" e "c" 
do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação 
entre as hipóteses das alíneas referidas. 6. Recurso extraordinário 
provido 
 
 
CTN Art. 9 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
IV cobrar imposto sobre: 
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na 
Seção II deste Capítulo; 
 
 
O artigo 150, VI da Constituição Federal: 
 É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; 
 
 
 
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21
IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICATOS 
DOS TRABALHADORES E DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Esta imunidade somente atinge as entidades sindicais dos 
trabalhadores, não é qualquer entidade sindical. 
As instituições de educação e de assistência social, somente 
são abrangidas por esta imunidade, se não tiverem fins lucrativos, isto 
não quer dizer que não possam remunerar seus funcionários. 
Os requisitos da lei, citados na letra “c” acima, para gozar da 
imunidade estão listados no artigo 14 do CTN abaixo. 
Em relação à abrangência da imunidade que estamos 
estudando, o STF na súmula 724 firmou o seguinte entendimento: 
“AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE 
AO IPTU O IMÓVEL PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES 
REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, DESDE 
QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES 
ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES.” 
 
Prosseguindo na análise de súmulas do STF, relativas à 
imunidade conferida pelo art. 150, VI,“c”, da CF, a Súmula 730 do 
STF restringe a abrangência em relação às instituições de assistência 
social: “A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CONFERIDA A INSTITUIÇÕES 
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS PELO ART. 150, 
VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, SOMENTE ALCANÇA AS ENTIDADES 
FECHADAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA SE NÃO HOUVER 
CONTRIBUIÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS.” Data de Aprovação: Sessão 
Plenária de 26/11/2003 
 
CTN Art. 9 (continuação) 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
IV cobrar imposto sobre: 
d) papel destinado exclusivamente à impressão de 
jornais, periódicos e livros. 
 
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22
 
 
O artigo 150, VI da Constituição Federal - É vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, 
periódicos e livros. 
 
 
IMUNIDADE CULTURAL 
Estamos aqui diante de uma imunidade tributária objetiva, pois 
atinge mercadorias e não pessoas, como as imunidades que vimos 
anteriormente. Neste caso os impostos abrangidos são o ICMS, II, IE e 
IPI. Temos que fixar, para as provas de concursos, que a imunidade 
atinge apenas os jornais, periódicos, livros e o papel que serve a essas 
publicações. 
 
§1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por 
lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis 
pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da 
prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento 
de obrigações tributárias por terceiros. 
 
 
O parágrafo 1°, acima, se refere, principalmente, à 
responsabilidade na retenção do imposto de renda na fonte. Isto reforça 
a tese que apenas as instituições e bens referenciados no artigo 9° 
estão imunes aos tributos nele designados e não há abrangência da 
imunidade a todas as pessoas que têm relações com essas instituições. 
Há neste parágrafo uma intenção de estabelecer a distinção entre a 
 
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imunidade e as responsabilidades em relação às atividades de terceiros. 
Além disso, essas entidades podem estar obrigadas, por lei a praticar 
atos que estiverem ligados à obrigação tributária de outra pessoa. Em 
suma, a imunidade constitucional não exclui a obrigação acessória 
estabelecida pela legislação tributária. 
 
Art. 10. É vedado à União instituir tributo que não seja 
uniforme em todo o território nacional, ou que importe distinção 
ou preferência em favor de determinado Estado ou Município. 
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território 
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, 
ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a 
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; 
 
 
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA 
Vemos neste artigo o princípio da uniformidade geográfica 
necessária a garantir que a União não proteja um estado, por exemplo, 
em detrimento de outro. Vamos, porém, concordar que seja razoável 
que a União crie incentivos fiscais para uma determinada região, a fim 
de manter um equilíbrio entre as diversas regiões do nosso país. Um 
exemplo clássico é o das zonas francas que pagam menos impostos que 
outras regiões para o desenvolvimento social e econômico. Se não 
houvesse essa “proteção”, talvez essa região estivesse em um nível de 
desenvolvimento muito menor que as demais regiões do país. 
 
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O inciso I do artigo 151 da CF fala em incentivos fiscais para 
determinadas regiões, porém não significa que sejam as regiões 
geográficas que vemos nos diversos mapas. Pode haver incentivo para 
determinado local da Região Norte sem abranger toda essa região. 
A divisão em regiões que mais conhecemos é aquela do IBGE 
que divide o Brasil em 5 regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-
Oeste e Sul. Existem, entretanto, outros critérios de divisões regionais. 
 
EIS A QUESTÃO! 
8) (ICMS/RJ/89/ESAF) A Constituição autoriza à lei estabelecer o 
seguinte privilégio: 
 a) preferência tributária em relação ao Estado; 
 b) diferença tributária em razão do destino do bem; 
 c) distinção em razão de ocupação profissional do contribuinte; 
 d) tratamento desigual entre contribuintes encontrados em situação 
equivalente; 
 e) incentivo fiscal destinado a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. 
Solução: 
A letra “e” está certa. Base legal: CTN art. 10 e CF art. 151, I. 
Vamos estudar melhor este tópico nas aulas de Sistema 
Tributário na Constituição Federal. No momento importa sabermos que 
haverá possibilidade de a União estabelecer tratamento diferenciado 
para algumas regiões do país. 
A resposta certa é a letra “e”. 
 
Art. 11. 
É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens de 
qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do seu 
destino. 
 
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25
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 152. 
É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer 
natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
 
 
PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO, EM RAZÃO DA 
PROCEDÊNCIA OU DESTINO 
Como visto no artigo anterior, esta é mais uma vedação para 
que não haja injustiça entre os estados federados e municípios. Do 
contrário, por exemplo, o RJ poderia colocar suas alíquotas do ICMS, 
para entrada de certos produtos, altas a fim de bloquear a entrada 
destes produtos vindos de SP. Para ES, de outro modo, alíquotas baixas. 
Vamos pensar que pode haver uma briga política entre dois estados. 
Estes artigos proíbem essa guerra “fiscal”. Digo “fiscal” porque na 
verdade, no exemplo, é uma briga política. 
 
EIS A QUESTÃO! 
9) (Belford Roxo/RJ-2001) Nos termos do Código Tributário 
Nacional, assinale a alternativa correta. 
a) É vedado aos Estados e ao Distrito Federal estabelecer diferença 
tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua 
procedência ou do seu destino. 
b) É vedado aos Estados e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua 
procedência ou do seu destino. 
c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em 
razão da sua procedência ou do seu destino. 
d) É vedado aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens 
de qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do seu destino. 
 
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Solução: 
Apesar de todos os itens estarem certos, o item que está de 
acordo como o CTN, ou seja, completo, é o da letra “c”. Vejam que o 
enunciado da questão pediu os termos do CTN. 
A resposta certa é a letra “c” 
 
SEÇÃO II 
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 
Art. 12. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º, 
observado o disposto nos seus parágrafos 1º e 2º, é extensivo às 
autarquias criadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal, ou pelos Municípios, tão-somente no que se refere ao 
patrimônio, à renda ou aos serviços vinculados às suas 
finalidades essenciais, ou delas decorrentes. 
 
 
Autarquias são os órgãos da administração públicaindireta que 
têm orçamento próprio (receita e despesa). São vinculadas ao 
Executivo. 
Este artigo é somente um espelho do que consta no artigo 150, 
VI, a, parágrafo 2° da Constituição que nós vimos acima. 
 
Art. 13. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º 
não se aplica aos serviços públicos concedidos, cujo tratamento 
tributário é estabelecido pelo poder concedente, no que se refere 
aos tributos de sua competência, ressalvado o que dispõe o 
parágrafo único. 
 
 
 
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27
O que consta neste artigo é algo lógico, se pensarmos que os 
serviços concedidos têm lucro com esta atividade e não precisariam de 
favores do governo para subsistência de seu negócio. Além disso, está 
assegurado o equilíbrio econômico-financeiro no artigo 167, II da CF, 
pois há o repasse aos usuários dos tributos suportados pelo 
concessionário. Olha aí o povo pagando novamente... 
 
Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o 
interesse comum, a União pode instituir isenção de tributos 
federais, estaduais e municipais para os serviços públicos que 
conceder, observado o disposto no 1º do artigo 9º. 
 
 
Este parágrafo está revogado tacitamente pela CF de 1988, 
pois o art. 150, parágrafo 6o da CF dispõe: 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
6º. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a 
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei 
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as 
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo 155, 2º, XII, g. 
(Redação dada ao parágrafo pela Emenda Constitucional nº 03/93). 
 
 
Vamos analisar este parágrafo com mais detalhe quando 
estudarmos o Sistema Tributária na Constituição. 
 
CTN 
 
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28
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é 
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas 
entidades nele referidas: 
I não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou 
de suas rendas, a qualquer título; 
II aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na 
manutenção dos seus objetivos institucionais; 
III manterem escrituração de suas receitas e despesas 
em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua 
exatidão. 
1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou 
no 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a 
aplicação do benefício. 
2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do 
artigo 9º são exclusivamente os diretamente relacionados com 
os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, 
previsto nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. 
 
 
Estes são os requisitos que falei quando estudamos o artigo 9°. 
São requisitos necessários para alcançar a imunidade que gozam os 
partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos. 
Estes requisitos levam em conta que os partidos políticos, que 
são instrumentos de governo, as entidades sindicais dos 
trabalhadores, (atenção à pegadinha de prova), instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos não teriam 
condições de arcar com o pagamento de impostos. 
Mas Marco, e quem trabalha nestas instituições? 
Trabalha só por amor? É lógico ...que não. Principalmente os 
políticos...rs 
 
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29
Os funcionários destas instituições podem ser remunerados 
pelos serviços prestados. 
 
SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO! 
10) (AFRF/2005/TI – ESAF) No tocante às imunidades tributárias 
conferidas às instituições de assistência social sem fins lucrativos, só 
uma afirmação não pode ser feita: 
a) É subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem 
integralmente no País os seus recursos na manutenção de seus 
objetivos institucionais, ou de outros que com estes guardem 
semelhança. 
b) Somente alcançam as entidades fechadas de previdência social 
privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
c) Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, 
da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte. 
d) Não dispensa tais entidades do cumprimento de obrigações 
tributárias acessórias, como a de manterem escrituração de suas 
receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de 
assegurar sua exatidão. 
e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o 
imóvel pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis 
seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 
Solução: 
A alternativa “a” está incorreta, porque o artigo 14 acima não 
diz que as instituições de assistência social devem aplicar seus recursos 
na manutenção de outros objetivos a que guardem semelhança. 
A alternativa “b” é a súmula 730 do STF, portanto correta. 
A alternativa “c” está correta, porque segundo o artigo 9°, 
inciso IV, §1°, a imunidade conferida a essas instituições não as afastam 
da responsabilidade que lhes caibam de reter na fonte. 
A alternativa “d” está expressa no artigo 14, inciso II do CTN. 
A alternativa “e” é a súmula 724 do STF. 
A resposta a ser marcada é a letra “a”. 
 
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30
 
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
 
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos 
excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: 
I guerra externa, ou sua iminência; 
II calamidade pública que exija auxílio federal 
impossível de atender com os recursos orçamentários 
disponíveis; 
III conjuntura que exija a absorção temporária de poder 
aquisitivo. 
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do 
empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que 
for aplicável, o disposto nesta Lei. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá 
instituir empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes 
de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e 
de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 
150, III, "b". 
(O art. 150, III, b, versa que: “Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, III -cobrar tributos, b) no mesmo 
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. 
 
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31
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes 
de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
 
 
Recordando, nós vimos que o CTN apresenta a teoria tripartite 
dos tributos, são os três mosqueteiros (imposto, taxa e contribuição de 
melhoria). A definição de empréstimo compulsório confunde-se com a 
do tributo. Senão vejamos: 
� Origina-se de fato cuja ocorrência faça nascer a 
obrigação de prestação, nos termos da lei; 
� Em ambos há uma prestação pecuniária 
instituída por lei; 
� Tem caráter compulsório; 
� A sua cobrança independe de uma 
contraprestação de serviço do poder público, 
Mas vamos parar por aqui! 
Se ele será devolvido, por que, afinal o empréstimo 
compulsório corresponde a um tributo? 
Nós vimos também queos tributos correspondem a uma 
receita do Estado e para alguns doutrinadores o empréstimo 
compulsório, representa um simples ingresso de numerário. 
Para a ESAF essa devolução é apenas uma característica deste 
tributo. A teoria regente é a QUIMPARTITE. 
Somente a União pode instituir empréstimo compulsório, 
mediante lei complementar. 
O empréstimo compulsório deve obedecer ao princípio da 
anterioridade, somente no caso de investimento público de caráter 
urgente e de relevante interesse nacional. 
No caso de atendimento a despesas extraordinárias, 
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência 
não há necessidade de obedecer ao princípio da anterioridade. 
 
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32
Os empréstimos compulsórios têm duas características que lhes 
são próprias: 
1) o fato gerador é circunstância para a qual não participam 
nem o contribuinte, nem os entes políticos; 
2) são restituíveis ao fim de certo tempo. 
 
SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO! 
11) (AFRF/2002-2 – ESAF) A assertiva errada, entre as constantes 
abaixo, é a que afirma que 
a) a instituição de empréstimos compulsórios só pode ser feita por lei 
complementar. CTN - art. 15 
b) um dos fundamentos possíveis do empréstimo compulsório é a 
calamidade pública. CTN - art. 15 
c) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de 
empréstimos compulsórios. CTN - art. 15 
d) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de 
caráter urgente não se aplica o princípio da anterioridade. 
e) os recursos provenientes de empréstimo compulsório só podem ser 
aplicados para atender à despesa que tiver fundamentado a sua 
instituição. CF – art. 148, §1° 
Solução: 
Veja que a questão pede a assertiva errada, portanto é 
importante, nesse tipo de questão, o candidato marcar que está 
procurando a alternativa ERRADA, pode ser ao lado da questão. 
Vimos acima que as letras a, b, c, e, estão de acordo com a 
Constituição Federal e CTN. 
A letra d, conforme reza o inciso II, artigo 148, da CF deve 
atender ao princípio da anterioridade, que diz: “É proibido aos entes da 
federação cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que haja 
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. 
A resposta a ser marcada é a letra “d”. 
 
 
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33
12) (AFRFB/2009/ESAF) Em relação aos empréstimos compulsórios, 
é correto afirmar que: 
a) é um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3° do 
Código Tributário Nacional. 
b) é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de 
depósitos a vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, 
por ocasião do chamado “Plano Collor” (Lei n. 8.024/90). 
c) o conceito de ‘despesa extraordinária’ a que alude o art. 148, inciso I, 
da Constituição Federal, pode abranger inclusive aquelas incorridas sem 
que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência. 
d) se conceitua como um contrato de direito público, com a 
característica da obrigatoriedade de sua devolução ao final do prazo 
estipulado na lei de sua criação. 
e) se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei 
que o houver instituído. 
Solução: 
A letra “a” está certa. Nesta questão bastava o candidato saber 
a definição de tributo e que na teoria quadripartite e quimpartite 
empréstimo compulsório é espécie do gênero tributo. 
A letra “b” está errada. Os empréstimos compulsórios como 
espécie tributária devem obedecer ao princípio do não-confisco. Em 
1990 ocorreu a retenção de valores monetários que estavam como 
depósitos bancários. Em nenhum momento houve decisão do STF em 
relação a esses empréstimos compulsórios que em tese obedeceram aos 
princípios dessa espécie de tributo. Digo em tese, pois na prática 
ocorreu um verdadeiro confisco, sem obediência à Constituição, que 
determina que empréstimo compulsório deve ser instituído por lei 
complementar. 
A letra “c” está errada. Fundos públicos de contigência são 
responsáveis por cobrir despesas inesperadas, em caso de urgência. 
Está claro que o Estado somente deve instituir empréstimos 
compulsórios quando não houver condições de cobrir essas despesas 
urgentes com o dinheiro dos fundos públicos de contingência. 
A letra “d” está errada. Como vimos na letra “a”, empréstimo 
compulsório é espécie de tributo, portanto não é caso de contrato de 
direito público em que o Estado está em igualdade com o particular. No 
caso de empréstimo compulsório há uma imposição do Estado sobre o 
particular. A devolução é apenas uma característica do tributo. 
 
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A letra “e” está errada. O princípio da anterioridade é 
observado nos casos de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional. Base legal: CF art. 148, III, b c/c art. 150, 
§1º. 
A resposta certa é a letra “a”. 
 
13) (SEFAZ-RJ/2010/ESAF) Sobre os empréstimos compulsórios, é 
incorreto afirmar que: 
a) o produto de sua arrecadação só pode ser aplicado para atender à 
despesa que tiver fundamentado a sua instituição. 
b) sua instituição só pode ser feita por meio de lei complementar. 
c) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de 
caráter urgente, não se aplica o princípio da anterioridade. 
d) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de 
empréstimos compulsórios. 
e) uma das hipóteses que autorizam sua instituição é a de calamidade 
pública. 
Solução: 
A letra “a” está correta. Base legal: CF art.148; Parágrafo 
único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
A letra “b” está correta. Base legal: CF art. Art. 148. A União, 
mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: 
A letra “c” está errada. O caso de investimento público de 
relevante interesse nacional e de caráter urgente, obedece ao princípio 
da anterioridade. Base legal: CF 150 § 1º “A vedação do inciso III, b 
(anterioridade tributária), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 
148, I (empréstimo compulsório para atender a despesas 
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa 
ou sua iminência)...” 
A letra “d” está correta. Base legal: CF art. 148; I - para 
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, 
de guerra externa ou sua iminência; 
 
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A letra “e” está correta. Base legal: CF art. 148; I – “para 
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública,...” 
A resposta a ser marcada é a letra “b”. 
 
14) (ATE MS/2001/ESAF) Com referência à instituição de 
empréstimos compulsórios, assinale abaixo a assertiva correta. 
a) O empréstimo compulsório não é uma espécie de tributo, não 
estando sujeito à exigência de prévia autorização orçamentária. 
b) A União pode institui-lo por meio de lei ordinária federal. 
c) Cabe à lei complementar definir as hipóteses excepcionais para sua 
instituição. 
d) Aos empréstimos compulsórios aplicam-se as disposições 
constitucionais relativas aos tributos e às normas gerais de Direito 
Tributário. 
e) A competência para instituir empréstimos compulsórios é da União, 
podendo ser excepcionalmente atribuída ao Distrito Federal. 
Solução: 
A letra “a” está errada. O empréstimo compulsório é uma das 
espécies de tributo. Vejamos o porquê. 
1° - Ele corresponde à definição de tributo que consta no artigo 
3° do CTN; 
2° - Ele consta do capítulo da Constituição Federalrelativo ao 
Sistema Tributário Nacional; 
3° - Eles serem restituídos é apenas uma característica que os 
diferencia dos demais tributos. 
4° - Origina-se de fato cuja ocorrência faça nascer a obrigação 
de prestação, nos termos da lei; 
5° - É prestação pecuniária instituída por lei; 
6° - Tem caráter compulsório; 
 
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7° - A sua cobrança independe de uma contraprestação de 
serviço do poder público, 
 
 
A referência a não estar sujeito à exigência de prévia 
autorização orçamentária não é mais uma exigência constitucional para 
os tributos. 
Esta exigência constava do art. 141, § 34, da Constituição 
Federal de 1946: “Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que 
a lei o estabeleça; nenhum será cobrado em exercício sem prévia 
autorização orçamentária, ressalvada, porém a tarifa aduaneira e o 
imposto lançado por motivo de guerra”. 
A letra “b” está errada. Somente por lei complementar Base 
legal: CTN art. 15 e CF art. 148 
A letra “c” está errada. Não existem hipóteses excepcionais 
para sua instituição, somente as constantes do artigo 148 da CF. Base 
legal: CTN art. 15 e CF art. 148 
A letra “d” está certa. O artigo 148 da Cf que trata de 
empréstimos compulsórios está inserido no TÍTULO VI: 
Da Tributação e do Orçamento; CAPÍTULO I: DO SISTEMA TRIBUTÁRIO 
NACIONAL; 
Seção I: DOS PRINCÍPIOS GERAIS. Base legal:CF 
A letra “e” está errada. Somente a União pode instituir 
empréstimo compulsório. Base legal: CTN art. 15 e CF art. 148. 
A resposta certa é a letra “d”. 
 
15) (Belford Roxo/RJ-2001) Nos termos da Constituição, assinale a 
alternativa errada. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
a) impostos; 
 
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b) taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
c) contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas; 
d) empréstimos compulsórios. 
Solução: 
Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos 
pela União. A competência é dada pelo art. 148 da Constituição Federal. 
A resposta certa é a letra “d”. 
16) (FGV/Fiscal/RJ/2010) Com relação aos empréstimos 
compulsórios, assinale a afirmativa incorreta. 
(A) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos por meio de lei 
complementar. 
(B) A instituição do empréstimo compulsório se justifica quando, para 
atender a calamidade pública, são necessárias despesas extraordinárias. 
(C) A iminência de guerra externa é fundamento suficiente para a 
instituição de empréstimo compulsório. 
(D) Todos os entes da Federação têm competência para a instituição do 
empréstimo compulsório, desde que haja urgência de investimento 
público. 
(E) O empréstimo compulsório poderá ser instituído sob o fundamento 
de relevante interesse nacional. 
Solução: 
O artigo 148 da Constituição Federal de 1988 relaciona as 
hipóteses de cabimento do empréstimo compulsório, reservando 
exclusivamente à União a competência para, mediante lei 
complementar, instituí-lo. 
A resposta a ser marcada é a letra “d”. 
 
TÍTULO III 
 IMPOSTOS 
CAPÍTULO I 
 
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38
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato 
gerador uma situação independente de qualquer atividade 
estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
 
Quando estudamos tributo, vimos que uma das espécies é o 
imposto, ou seja, tributo é gênero que tem o imposto como uma de 
suas espécies. 
Logicamente sendo um tributo, pressupõe que gere uma 
obrigação. 
 Quando estiver na lei o imposto será uma hipótese de 
incidência e será definido pelo seu fato gerador. 
Lembrem do que falamos: não importa o nome que lhe dêem, 
importa o fato gerador, ou seja, a situação que o Estado elegeu para 
arrecadar o montante necessário para fazer frente às atribuições a ele 
incumbidas. 
A obrigação em pagar independente de qualquer atividade 
estatal específica, significa que é um tributo NÃO VINCULADO, não tem 
uma contraprestação por parte do poder público em função do 
pagamento. 
 Esta semana escutei um famoso jornalista reclamando que 
pagava imposto sobre a propriedade automotiva – IPVA e não tinha as 
estradas em perfeitas condições. É lógico que ele não estudou no 
“Ponto”, pois do contrário saberia que o pagamento de imposto não 
garante que esse dinheiro arrecadado irá para a conservação das 
estradas, não é uma arrecadação “carimbada”. Essa arrecadação irá 
para o “bolo” responsável pelos pagamentos que o Estado tem que 
efetuar, frente às suas despesas. 
A idéia é simples: O Estado precisava arrecadar um montante 
para administrar, então ele verificou quais as fontes de renda que 
poderiam lhe dar esse suporte. Ficou claro para ele, que quem tivesse 
mais dinheiro, ou em outras palavras, maior manifestação de riqueza 
 
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deveria proporcionar ao Estado a arrecadação desejada, pois essas 
pessoas teriam em tese maior capacidade contributiva. 
O imposto tem caráter geral, sem vantagem específica, sem 
contraprestação para com o contribuinte. Esta é a grande diferença 
entre o imposto e as outras espécies de tributo. 
O Estado impõe um dever, de caráter geral, sem gerar, em 
contrapartida, benefício específico ou vinculação orçamentária, que é o 
dinheiro carimbado que falo sempre. 
Alguns doutrinadores dão outros nomes para esta espécie de 
tributo como: tributo sem causa ou tributo não vinculado. 
Deve seguir, é claro, toda a definição de tributo, ou seja, o 
pagamento deve ser em dinheiro, deve estar previsto em lei e somente 
a pessoa jurídica de direito público, a qual a Constituição atribuiu 
competência tributária poderá instituir o imposto. 
O imposto tem como base o fato de o contribuinte estar na 
situação hipotética prevista em lei, seja auferir dinheiro, possuir bens, 
transacionar algo, bem ele deverá estar envolvida na situação da 
hipótese de incidência. 
A autorização desta imposição por parte do Estado vem do 
povo, através de seus representantes no Poder Legislativo. Vejam, 
teoricamente não é o Poder Executivo que impõe a necessidade do 
pagamento, ele somente cumpre as leis, a obrigação sai do legislativo 
que tem como “desculpa” para a arrecadação a necessidade de arcar 
com o gasto público, mantendo a máquina administrativa. 
Vimos também que o contribuinte de fato e o contribuinte de 
direito não tem muita importância para o Fisco, pois o importante é que 
o pagamento seja feito. Essa diferença terá outras conseqüências que 
veremos adiante. 
Em um futuro próximo iremos analisar os impostos 
individualmente, mas isso é uma outra história... 
 
EIS A QUESTÃO! 
 
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40
17) (AFTN/89/ESAF) Quando tem por fato gerador uma situação que 
independe de qualquer atividade estatal especifica relativa ao 
contribuinte, diz-se um “tributo não vinculado”. 
Nesse sentido, é “tributo não vinculado”. 
a) a taxa de fiscalização 
b) a contribuição de melhoria 
c) a taxa de limpeza publica 
d) a taxa de melhoramento dos portos. 
e) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza. 
Solução: 
O imposto é o tributo em que não há uma contraprestação de 
serviço público, portanto é um tributo não vinculado. Base legal: CTN 
art. 16. 
A resposta certaé a letra “e”. 
 
18) (PFN/1998-ESAF) (alterada) 
Marque com um V a afirmação (ou negação) verdadeira, e com F a 
falsa. Em seguida, escolha, entre as cinco opções abaixo, aquela que 
contem a seqüência correta. 
 ( ) Segundo o Código Tributário Nacional, são tributos os impostos, as 
taxas e a contribuição de melhoria. 
( ) Os impostos são chamados de 'tributos não vinculados' porque sua 
cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao 
contribuinte. 
a) V, V 
b) V, F 
c) F, F 
d) F, V 
Solução: 
A primeira afirmação é verdadeira. Base legal: CTN art. 5°. 
 
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A segunda afirmação é verdadeira. Base legal: CTN art. 16. 
A resposta certa é a letra “a”. 
 
19) (CAF/1985-ESAF) A natureza jurídica do imposto relativamente 
às demais espécies tributárias é determinável em razão de: 
a) ele se submeter ao princípio da isonomia, ao contrário do que sucede 
à taxa e à contribuição de melhoria; 
b) existir, como vantagem para o contribuinte que o paga, 
contraprestação por parte do Poder Público; 
c) a receita dele proveniente ser empregada para cobrir as despesas 
gerais do Poder Público; 
d) a ele corresponderem obrigações surgidas de situações 
independentes de atividade estatal específica relativa ao contribuinte; 
e) seu fato gerador dar origem à prestação pecuniária compulsória, 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que 
não constitua sanção do ato ilícito. 
Solução: 
A letra “a” está errada. A natureza jurídica dos impostos se 
submete ao princípio da isonomia bem como os demais tributos. O 
princípio da isonomia apresentado pela Constituição em seu artigo 
150, inciso II dispõe que todos devem ser tratados de forma 
isonômica. 
A letra “b” está errada. O imposto é um tributo não-
vinculado, ou seja, o contribuinte não deve esperar uma 
contraprestação de serviço do Estado em função do pagamento do 
tributo. 
A letra “c” está errada. Não é da natureza jurídica dos 
impostos a sua destinação. 
A letra “d” está certa. A natureza jurídica do imposto é a sua 
não vinculação a uma atividade estatal. Essa é a característica que 
distingue o imposto dos outros tributos. 
A letra “e” está errada. O conceito apresentado neste item 
refere-se aos tributos em geral. 
 
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A resposta certa é a letra “d”. 
 
Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário 
nacional são exclusivamente os que constam deste Título, com 
as competências e limitações nele previstas. 
 
 
Este artigo tem sua eficácia prejudicada em função da 
promulgação da Constituição de 1988. A Constituição criou outros 
impostos, além dos que constam no CTN. Como Carta Magna, de 
hierarquia superior ao CTN, ela pode alterá-lo. 
Lembram quando falamos da teoria da recepção? Pois bem, o 
CTN neste artigo não vai contra a Constituição expressamente, mas não 
traduz a verdade dos fatos, portanto falamos que este artigo tem 
eficácia restrita. 
 
 
Art. 18. Compete: 
I à União instituir, nos Territórios Federais, os impostos 
atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em 
Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes; 
II ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em 
Municípios instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos 
aos Estados e aos Municípios. 
 
 
Apesar de não haver mais territórios federais no Brasil, é 
interessante que saibamos que se houvesse território, os municípios 
deste território teriam autonomia para criar tributos, conferidos a estes 
 
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pela Constituição. Os Territórios, a título de curiosidade, eram 
possessões da União, aos quais era dada maior ou menor autonomia por 
lei, eles não eram entes da federação. 
No inciso II, temos o caso do Distrito Federal, que não está 
dividido em municípios, somente possui cidades-satélites, sem 
autonomia para instituir tributos, em resumo: O Distrito Federal pode 
instituir e cobrar, cumulativamente, os impostos estaduais e municipais. 
Não há outro caso no Brasil de Estado que não seja dividido em 
município. 
 
IMPOSTOS EM ESPÉCIES 
Vamos começar a estudar agora cada tipo de imposto. De 
acordo com os últimos editais, é necessário aprofundarmos este estudo, 
recorrendo à lei de cada imposto. 
Aqui cabe uma observação. Nem sempre o que consta dos 
editais pode ser levado ao pé da letra. No caso dos impostos em 
espécie, o edital pode falar simplesmente que cobrará no concurso o 
Imposto sobre Importação e como acontece, pode cobrar conhecimentos 
específicos do Decreto-Lei 37/66. 
 
 
CAPÍTULO II 
IMPOSTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR 
SEÇÃO I 
 IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II 
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a 
importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a 
entrada destes no território nacional. 
 
 
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Imposto de competência da União. Sem necessidade de 
obediência aos princípios da legalidade, anterioridade anual e 
anterioridade nonagesimal. A incidência deste tributo ocorre no 
momento da entrada do produto no território nacional. Este momento é, 
no caso de importação de carga, o do registro da declaração de 
importação no sistema informatizado chamado de SISCOMEX. No caso 
de passageiros, transportando sua bagagem, o momento de ocorrência 
do fato gerador é o da passagem pelo recinto alfandegado, que se 
localiza, geralmente nos aeroportos, entre a porta do avião e a saída 
para a área comum de circulação de pessoas, ou seja, na saída da área 
de fiscalização aduaneira. 
 
Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
I quando a alíquota seja específica, a unidade de medida 
adotada pela lei tributária; 
II quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal 
que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da 
importação, em uma venda em condições de livre concorrência, 
para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; 
III quando se trate de produto apreendido ou 
abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. 
 
 
Existem dois tipos de alíquotas: 
A alíquota ad valorem é um percentual do valor da mercadoria. 
Como, por exemplo, 50% do valor da mercadoria, especificado no 
Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneira e Comércio, que estipula a forma 
de apurar o preço das mercadorias importadas. 
A alíquota específica é um valor fixo por unidade de medida. Se 
a legislação especificar que determinada mercadoria terá esta alíquota, 
deverá estabelecer o preço por tonelada, por caixa ou outra unidade 
qualquer. 
 
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Na base de cálculo do imposto de importação, os valores 
expressos em moeda estrangeira são convertidos em moeda nacional, à 
taxa de câmbio correspondente na data do fato gerador. 
Leilão público é o procedimento usado para venda de produtos 
apreendidos ou abandonado, excetuando as mercadorias cuja 
importação seja proibida. No leilão da mercadoria estará embutido, no 
preço de arrematação, o valor do imposto de importação. Arrematação é 
o ato de aquisição em leilão. 
 
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos 
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de 
cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política 
cambial e do comércio exterior. 
 
 
O imposto de importação não se sujeita aos princípios da 
legalidade, anterioridade anual e nonagesimal, podendo ser alterado no 
mesmo exercíciofinanceiro e cobrado imediatamente. O governo precisa 
de agilidade para combater uma importação que considere maléfica aos 
interesses do país. Este é o fundamento para que o imposto não precise 
obedecer aos princípios retromencionados. 
 
Por dentro da Receita Federal... 
Como ilustração, vejamos qual o caminho da mercadoria até o 
pagamento e a liberação de bens importados: 
Vamos, primeiramente, citar dois conceitos importantes: 
Despacho aduaneiro – é o processo de desembaraço, liberação, 
das mercadorias desde a sua chegada ao país até o momento da saída 
do recinto alfandegado. 
Recinto alfandegado – local criado pela Receita Federal, 
destinado ao trabalho da fiscalização dos tributos sobre o comércio 
exterior. 
 
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Se for mercadoria trazida por passageiro de uma companhia 
aérea, o que sempre aguça a curiosidade de quem viaja ao exterior, 
este ao desembarcar irá preencher um formulário, colocando a descrição 
das mercadorias e o preço pago por elas. O fiscal, no ponto de 
fiscalização aduaneira, que geralmente é perto da saída, nos aeroportos, 
irá verificar se os preços estão coerentes e se as mercadorias são as que 
constam do formulário, verificando toda a bagagem do viajante. O fiscal, 
então, irá preencher um DARF, que é o documento para arrecadação de 
receitas federais, entregar ao contribuinte e este se dirigirá ao banco 
para proceder ao recolhimento do imposto. É lógico que a bagagem só é 
liberada com a apresentação do DARF pago. 
No caso de mercadorias que chegam por carga aérea o 
procedimento é diferente, em resumo: o despachante, que é a pessoa 
contratada para apresentação da mercadoria, pagamento do tributo e 
posterior retirada do recinto alfandegado, irá apresentar a declaração de 
importação ao fiscal, este por sua vez irá conferir se a mercadoria física 
é igual à descrição que consta da declaração. O pagamento geralmente 
sai direto da conta-corrente do contribuinte para os cofres públicos, em 
virtude do sistema informatizado, implementado nos recintos 
alfandegados. 
 
 
Art. 22. Contribuinte do imposto é: 
I o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II o arrematante de produtos apreendidos ou 
abandonados. 
 
 
No inciso I, pessoa equiparada ao importador, podemos citar 
um produto trazido na aeronave de uma companhia e cujo importador 
não se encontre por motivo de doença, por exemplo, no momento do 
despacho aduaneiro. A lei equipara a companhia aérea ao importador, 
ou seja, um representante da companhia aérea tem o poder de 
acompanhar todo o desembaraço da mercadoria. 
 
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No item II, se a futura destinação desta mercadoria for leilão, 
somente as que não forem proibidas de entrar no país podem ir a leilão. 
Se a mercadoria estiver com sua entrada proibida esta será destruída, 
como por exemplo: drogas. Vamos dizer que uma pessoa física trouxe 
um produto, permitida a importação somente para pessoa jurídica. Este 
produto será apreendido e terá como destinação, o leilão que será 
promovido pela própria Receita. No caso de abandono ocorrerá o 
mesmo. 
 
O imposto sobre a importação é tratado no Decreto-Lei 37/66. 
Vamos ver alguns artigos que já foram cobrados pela ESAF e 
outros que têm probabilidade de serem cobrados em concursos futuros: 
Art. 1º. O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria 
estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional. 
§ 1º - Para fins de incidência do imposto, considerar-se-á 
também estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, 
que retornar ao País, salvo se: 
a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; 
b) devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou 
substituição; 
c) por motivo de modificações na sistemática de importação 
por parte do país importador; 
d) por motivo de guerra ou calamidade pública; 
e) por outros fatores alheios à vontade do exportador. 
§ 2º - Para efeito de ocorrência do fato gerador, considerar-se-
á entrada no Território Nacional a mercadoria que constar como tendo 
sido importada e cuja falta venha a ser apurada pela autoridade 
aduaneira. 
§ 4o O imposto não incide sobre mercadoria 
estrangeira: (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) 
 
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48
I – destruída sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda 
Nacional, antes de desembaraçada; (Redação dada pela Lei nº 12.350, 
de 2010) 
II - em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente 
destruída; ou (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) 
III - que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na 
hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou 
revendida. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) 
CAPÍTULO II - Base de Cálculo 
Art.2º - A base de cálculo do imposto é: (Redação dada pelo 
Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
I - quando a alíquota for específica, a quantidade de 
mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na 
tarifa; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
II - quando a alíquota for "ad valorem", o valor aduaneiro 
apurado segundo as normas do art.7º do Acordo Geral sobre Tarifas 
Aduaneiras e Comércio - GATT. 
Art.31 - É contribuinte do imposto: (Redação pelo Decreto-Lei 
nº 2.472, de 01/09/1988) 
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que 
promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território 
Nacional; (Redação pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo 
respectivo remetente; (Redação pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 
01/09/1988) 
III - o adquirente de mercadoria entrepostada. (Incluído pelo 
Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
Art . 32. É responsável pelo imposto: (Redação dada pelo 
Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente 
do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso 
interno; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
 
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II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incubida 
da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro. (Incluído pelo 
Decreto-Lei nº 2.472, de 01/09/1988) 
Parágrafo único. É responsável solidário: .(Redação dada pela 
Medida Provisória nº 2158-35, de 2001) 
I - o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com 
isenção ou redução do imposto; .(Redação dada pela Medida Provisória 
nº 2158-35, de 2001) 
II - o representante, no País, do transportador 
estrangeiro; .(Redação dada pela Medida Provisória nº 2158-35, de 
2001) 
III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no 
caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de 
pessoa jurídica importadora. .(Redação dada pela Medida Provisória nº 
2158-35, de 2001) 
c) o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no 
caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de 
pessoa jurídica importadora;(Incluída pela Lei nº 11.281, de 2006) 
d) o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de 
procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora. (Incluída pela 
Lei nº 11.281, de 2006) 
 
EIS A QUESTÃO! 
20) (AFRFB/2009/ESAF) Com relação ao imposto sobre importação 
de produtos estrangeiros, assinale a opção incorreta. 
a) Somente se deve considerar entrada e importada aquela mercadoria 
estrangeira que ingressa no território nacional para uso comercial ou 
industrial e consumo, não aquela em trânsito, destinada a outro país. 
b) A Constituição

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