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Gestão de Fornecedores W B A 0 5 3 9 _ v1 _ 1 2/228 Gestão de Fornecedores Autoria: Mario Luiz Aparecido Teixeira Como citar este documento: TEIXEIRA, Mario L.A. Gestão de Fornecedores. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores 05 Unidade 2: A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores 32 Unidade 3: Cadeia de suprimentos e sua relação com fornecedores 59 Unidade 4: Gestão de contratos e terceirização 87 2/228 Unidade 5: Gestão relacionamento com fornecedores 118 Unidade 6: Modelos de compras e processos de requisições 147 Unidade 7: Seleção e avaliação de fornecedores 174 Unidade 8: Negociação com fornecedores 203 3/228 Apresentação da Disciplina Gestão de Fornecedores passou a ser de fundamental importância no mercado atu- al. As organizações buscam modelos de gestão administrativas competentes em face à grande competitividade, rivalidade e velocidade, não só no lançamento de novos produtos, na disponibilidade dos mesmos e principalmente no “lead time” de produção em um mercado consumidor que não aceita mais a produção em massa e exige produtos cada vez mais personalizados Esse esforço implica em altos investimen- tos em Pesquisa e Desenvolvimento, no- vos equipamentos de produção, chegando quase sempre a robotização dos proces- sos, reduções dos custos de seus estoques, seja de matéria-prima, processo, de produ- tos acabados e melhorias significantes nos processamentos de dados e integração dos mesmos dentro da cadeia de suprimentos. Ao longo das aulas, será feito uma separação (Produção, Estoques e Fornecedores) me- ramente didática, uma vez que a interação entre as mesmas é cada dia mais evidente e necessária. Você poderá acompanhar as mudanças e a evolução das ferramentas de administração nas áreas de Produção, com a aplicação conceitual do “MRP” (uma tra- dução que melhor explica esta abreviação é “Gerenciamento do Processo de Manufatu- ra”), no qual a utilização de três palavras bá- sicas definem todo seu conceito: a palavra “O QUE” indica qual item é necessário para produção, “QUANTO” em que quantidade e “QUANDO” é o termo temporal que via- biliza o recebimento para não haver atrasos 4/228 ou fila de espera. Técnicas e ferramentas da “Produção Enxuta” e da Produção Puxada. Na administração dos Estoques, você terá oportunidade de conhecer a aplicabilidade dos conceitos de “lote econômico”, estoque de segurança, “Just in Time” e “Kanban”, estes últimos originários do “Sistema Toyo- ta” mas largamente utilizados atualmente, seja com estes próprios nomes ou como de- rivações mas mantendo o mesmo concei- to. Este tópico visará a melhora do fluxo de caixa da organização bem como a redução de seus custos administrativos de estoque e finalmente o terceiro item didático, os For- necedores, nesse você terá oportunidade de avaliar a melhora na performance da or- ganização com a implementação da políti- ca de preços conhecida como “Ganha- Ga- nha”, parcerias e “Comaker” (cofabricação). Você poderá compreender a importância da máxima “Nada é tão bom que não deva ser modificado” nos três itens didaticamente separados. 5/228 Unidade 1 A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores Objetivos 1. Neste Tema, o aluno terá oportunida- de de avaliar conceitualmente, mas, de forma sucinta, a teoria e prática dos diversos modelos de gestão adminis- trativa utilizados pelas organizações, suas vantagens e desvantagens, da metade do século XX aos dias atuais, observando que em todos os “Mode- los de Gestão” existe uma tendência de aproximação com os Fornecedores, formando Parcerias Estratégicas. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores6/228 Introdução O esgotamento dos modelos tradicionais (Produção em Massa) ocorreu, primeira- mente, pela forte recessão econômica exis- tente e pela necessidade da adaptação das empresas à nova economia mundial, na qual os consumidores buscavam produtos e serviços que realmente satisfizessem suas necessidades. Um novo modelo de gestão surgiu na déca- da de 1960, o modelo de gestão Japonês que se desenvolveu rapidamente pela sua apa- rência simples, embora seja, extremamente complexo. Na década de 1980 e 1990, im- pulsionado pela evolução da eletrônica e sistemas de informação, tornou-se referên- cia mundial graças principalmente à ado- ção com extremo sucesso pela montadora Toyota, dando seu nome a um sistema de gestão “Sistema Toyota de Gestão”, utiliza- do e aplicado até os dias de hoje. Esse sistema de gestão deu início a vários outros modelos com adaptações organi- zacionais e/ou geopolíticas. Estudiosos em administração empresarial passaram a cha- má-lo, entre outros nomes, como “Modelos da Gestão do Conhecimento”. Como você poderá observar neste Tema, grande parte do sucesso do “Modelo Toyota de Gestão”, deve-se à Gestão de Fornece- dores, através da transferência de Tecnolo- gia e Processos a eles. 1. GESTÃO DO CONHECIMENTO A “Gestão do Conhecimento” será aqui sub- dividida em “Gestão da Qualidade” e “Ges- Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores7/228 tão da Competitividade”. Essa divisão é muito mais teórica do que prática, uma vez que atual- mente não existe competitividade sem qualidade, mas o ajudará a entender a grande mudança de paradigmas que ocorreu e ocorre com as formas de Gestão Empresarial ou seus Modelos. Com o exemplo abaixo, você entenderá claramente a mudança da “Era da Produção em Massa” para o “Era do Conhecimento”, nos Estados Unidos da América, os soldados que voltavam da Primeira Guerra Mundial (1918) exigiam e tinham o direito a retornarem aos seus antigos em- pregos (sentido de segurança), os que retornavam da segunda guerra mundial (1946) exigiam e tinham o direito de retornarem para a universidade ou passar a estudar em uma (sentido do conhecimento). Essa viagem ao tempo junto à afirmação de John Naisbitt (1982), em seu livro Megatendências, clarifica a mudança dos paradigmas dos modelos de gestão: Os Estados Unidos pareciam ser, exteriormente, uma economia industrial prós- pera, mas um marco fundamental simbólico, pouco noticiado, anunciava o fim de uma era. Em 1956, pela primeira vez, trabalhadores em posições técnicas, admi- nistrativas e de escritório, ultrapassaram em número os operários da indústria. A América industrial abria passagem para uma nova sociedade, onde, pela primei- ra vez na história, a maioria de nós trabalhava mais com informação do que com produção de bens (NAISBITT, J., 1982, p.12). Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores8/228 No Quadro 1, você terá oportunidade de comparar as principais características entre os “Siste- mas de Gestão Tradicionais” e os da “Era do Conhecimento” Quadro 1 – COMPARAÇÃO ENTRE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE GESTÃO TRADICIONAL E DO CONHECIMENTO SISTEMAS TRADICIONAL SISTEMAS DO CONHECIMENTO Motivação econômica, os funcionários necessitavam atender às suas necessidades básicas Com as necessidades básicas atendidas, recompensas financeiras não são suficientes para motivá-los Trabalho rotineiro, específico, padronizado e controlado por tempos e movimentos, sem oportunidade de questionar ou pensar Trabalho responsável, desafio diário por melhorias no processo individual. Para saber mais John Naisbitt – Escritor e palestrante americano, nascido em 1929, autor do best-best seller “Megatendên- cias”. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores9/228 As maiores empresas são mais fortes, mais lucrativas. A verticalização dos insumos é a melhor solução. A verticalização nem sempre é sinônimo de eficácia, o uso da horizontalização pode ser melhor e o crescimento poderá ocorrer através de novos segmentos de mercado. Mão de obra, insumos e capital são os elementosfundamentais para a produção Conhecimento, tecnologia e informação são os eles fundamentais para o sucesso das organizações. Padronização dos produtos é mais eficiente, o cliente a comprará e a organização definirá o preço O cliente passa ser o foco de produções em pequenas e personalizadas que venham satisfazê-lo. A burocracia é uma estratégia eficiente para que todas as decisões sejam padronizadas O melhor modelo administrativo é o da adhocracia, no qual as decisões são compartilhadas. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores10/228 Os avanços tecnológicos ajudam a padronizar e aumentar a produção Avanços tecnológicos se não forem bem administrados podem causar prejuízos. Fonte: adaptado de CRAWFORD, Richard. Na Era do Capital Humano. São Paulo: Atlas, 1994. As características mostradas no Quadro 1 são reflexos da mudança de comportamento da socie- dade como um todo, tornando assim um desafio a ser vencido. A sociedade assumiu posturas de: • Uma sociedade globalizada, empresas globais e consumidor global. É o final das frontei- ras geográficas, com uma tendência cada vez maior da formação de blocos econômicos e, como consequência, aumento da competitividade. Para saber mais VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO – A Verticalização é quando a empresa atua em todo o processo produtivo, já a Horizontalização é entendida quando a empresa transfere e/ou atua junto aos seus Fornece- dores a produção de itens ou componentes. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores11/228 • As organizações entenderam que a máxima “ninguém é autossuficiente” e passaram a terceirizar parte dos seus processos produtivos e formar parce- rias com seus fornecedores • A colocação de Naisbitt (1982, p.157): A ética da participação espalha-se de baixo para cima (. . .) e está alterando radicalmen- te a maneira como achamos que as pessoas devem ser dirigidas nas instituições. Cida- dãos, trabalhadores e consumidores estão exigindo e obtendo maior voz ativa no go- verno, nos negócios e no mercado. Deixa claro que sociedade contemporânea não aceita mais o que lhe é imposto, que- rendo ser tratada como “pessoa”. Nesse sentido, algumas organizações, que já assi- milaram o conceito da Sociedade do Conhe- cimento, não utilizam mais os termos “em- pregado” ou “funcionário”, substituindo-os por “colaborador” ou “associado” ou outros que o classifique como parte integrante da organização. As organizações passaram a ver seus funcionários com parte do seu “ati- Link CAVALCANTE, M. B. O lugar no mundo e o mundo no lugar: a geografia da sociedade globalizada. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/in- dex.php/caminhosdegeografia/article/view- File/16506/9215>Acesso em: 15 set. 2017. Esse link desenvolve um conceito bastante peculiar a respeito da individualidade do ser humano no contexto geográfico. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores12/228 vo fixo”, valorizando os de maior potencial, deslocando-os para as áreas onde ele pode desenvolver melhor seu potencial e ainda promovendo um “mix” com colaboradores experientes e os mais novos, com o objetivo de conservá-los em suas organizações. • O desenvolvimento acelerado da Ci- ência da Informação, pela facilidade de comunicação, gerou uma mudança de estratégia junto aos Fornecedores, permitindo a interação dos sistemas de produção, garantindo maior flexi- bilidade no processo produtivo e ve- locidade nas informações referente as variações de demanda. • No rastro dessa mudança, novos con- ceitos de “tratamento” com os Forne- cedores foram implementados, crian- do assim o conceito do “Ganha- Ga- nha”. Para saber mais ATIVO FIXO – São os conjuntos de bens de uma empresa fundamentais para o seu funcionamen- to, são os bens que a empresa não pretende ven- der (ou perder) em custo espaço de tempo. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores13/228 1.1 Gestão da Qualidade 1.1.1 CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE A qualidade sempre foi vista como um dife- rencial entre produtos similares, você com certeza deve acreditar inclusive que isso di- ferenciava os artesões. Entretanto, durante a produção em massa, a qualidade nunca foi levada muito a sério, pois o cliente não tinha voz ativa e também existia um mercado ex- tremamente consumidor. Com o advento da Segunda Guerra Mundial, passou a ter um enfoque diferente, uma vez que a perfor- mance dos equipamentos, projéteis etc. não poderiam falhar, pois isso poderia significar a vitória ou a derrota em determinadas con- dições. Para examinar e ter certeza de que os produtos estavam sendo produzidos de acordo com o especificado, aumentou-se a quantidade de inspetores de qualidade, co- locando-os ao longo de toda a linha de pro- dução, esse procedimento aumentou subs- tancialmente o custo dos produtos, bem como seu tempo de produção. Walter A. Shewhart, engenheiro e estatísti- co americano, havia desenvolvido e aplicava na empresa onde trabalhava um sistema de controle de qualidade que recebeu o nome de “Carta de Controle”, ver Gráfico 01. Esse sistema consiste na análise de dados colhi- dos através de amostragem e não da popu- lação total. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores14/228 Gráfico 01 – Carta de Controle Fase Preparatória e Elaboração dos Gráfico. Disponível em: <http://www.portalaction. com.br/controle-estatistico-do-processo/ fase-preparatoria-e-elaboracao-dos-gra- ficos>. Acesso em: 17 set. 2017. Esse Link apresenta as diversos modelos de gráfico, formas de coleta de dados e cálculo de limi- tes. Nesse modelo é estabelecido a média (LC), o valor ideal e seus limites (superior – LSC; e inferior – LSI). Link SHEWHART, A. W. Gurus da Qualidade. Disponível em: <https://gqdescomplicada.wordpress. com/2013/11/21/gurus-da-qualidade-wal- ter-andrew-shewhart/>. Acesso em: 17 set. 2017. Esse Link apresenta uma visão bastante sucinta e clara dos principais idealizados do CEP. http://www.portalaction.com.br/controle-estatistico-do-processo/fase-preparatoria-e-elaboracao-dos-graficos http://www.portalaction.com.br/controle-estatistico-do-processo/fase-preparatoria-e-elaboracao-dos-graficos http://www.portalaction.com.br/controle-estatistico-do-processo/fase-preparatoria-e-elaboracao-dos-graficos http://www.portalaction.com.br/controle-estatistico-do-processo/fase-preparatoria-e-elaboracao-dos-graficos https://gqdescomplicada.wordpress.com/2013/11/21/gurus-da-qualidade-walter-andrew-shewhart/ https://gqdescomplicada.wordpress.com/2013/11/21/gurus-da-qualidade-walter-andrew-shewhart/ https://gqdescomplicada.wordpress.com/2013/11/21/gurus-da-qualidade-walter-andrew-shewhart/ Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores15/228 Esse sistema foi adaptado e aprimorado pelo seu aluno e colaborador, William E. Deming, visando aprimorar a qualidade dos produ- tos de guerra, o conceito de Deming passou a ser aplicado largamente durante Segun- da Guerra e mais de 30.000 profissionais foram treinados para o controle estatístico de qualidade. Com o fim da guerra e o mun- do necessitando de todo tipo de produto, o conceito foi parcialmente abandonado dan- do novamente lugar à produção em massa. Entretanto, a escassez de matéria-prima e necessidade de redução das perdas fez com o controle estatístico de qualidade fosse ampliado em seus conceitos e firmasse-se nas organizações. Você verá que os 14 princípios de qualidade de Deming são aplicados até os dias de hoje, em outras palavras a Era da Qualidade não passou e nunca passará apenas evoluirá. Observe no Quadro 02 (Princípios da Qua- lidade de Deming) que aparecem algumas palavras em negrito, elas são adaptações e/ ou evoluções que você irá utilizar ao longo de todo o curso. Para saber mais CARTA DE CONTROLE – A carta de controle é uma ferramenta bastante simples,mas muito eficien- te. Seus componentes básicos são: Média – Representa o valor ideal para o processo (variando de processo para processo) Limites Superiores e Inferiores – São as variações aceitáveis dentro do processo. Indicadores – São as medições pontuais ou média de um processo. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores16/228 QUADRO 02 – PRINCÍPIOS DA QUALIDADE DE DEMING PRINCIPIOS DE QUALIDADE DE DEMING 1 – Desenvolver na organização princípios de constante aprimoramento da qualidade – Princípio da Melhoria Contínua. 2 - Falhas e negativismo não podem ser aceitas, aprender e aprimorar o sistema para elimina-las – Estratégias Participativas. 3 – Eliminar a dependência de inspeção 100% (interna e externa). Desenhos mais simples – Co-Design. 4 – Não utilizar a prática de compras pelo menor preço. Desenvolver relação de longo prazo com fornecedores – Comaker. 5 – Desenvolver a melhoria continuada nos processos, visando menor custo e maior qualidade - Princípio da Melhoria Contínua. 6 – Programas de treinamento e formação. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores17/228 7 – Substituir a supervisão pela liderança em todos os níveis. 8 – Potencializar clima de confiança na organização. 9 – Eliminar as barreiras funcionais – Decisões compartilhadas. 10 – Aumentos de Produtividade são problemas de estrutura e não dos colaboradores somente. 11 – Eliminar a gestão por objetivos e cotas – Princípio dos tempos efetivos. 12 – Incentivar o orgulho dos colaboradores pelo seu trabalho - Princípio da Melhoria Contínua. 13 – O controle estatístico de qualidade deve ser atribuição do operador na operação. 14 – O processo de transformação da organização deve atingir todos os níveis. Fonte: elaborada pelo autor. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores18/228 A esses princípios, Joseph Moses Juran acres- centou os custos de qualidade com a publi- cação do livro Quality control handbook. Se as organizações já estavam se preocupando com a qualidade, esse foi o marco que fir- mou definitivamente a qualidade. Isso trou- xe um impacto direto para os fornecedores que tiveram de estabelecer novos padrões de produção para suas produções, dado que a qualidade passou a ser mais percebida. 1.1.1 GARANTIA DA QUALIDADE O sucesso alcançado pelo Controle Estatís- tico da Qualidade, associado ao demons- trativo de Perdas que rapidamente espa- lhou-se pelas organizações e foi transferido aos seus Fornecedores. Entretanto, somente o controle do proces- so não é suficiente para garantir a repeti- tividade do mesmo, surgindo a “Garantia da Qualidade”, cuja função é estabelecer os padrões e procedimentos de qualidade dentro da organização e junto aos Fornece- dores. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores19/228 1.1.2 GESTÃO DA QUALIDADE A Gestão da Qualidade é evolutiva, e hoje modernamente pode-se denominá-la como “Gestão Estratégica da Qualidade”, uma vez que sua evolução, utilizando os princí- pios herdados do “Controle Estatístico” e da “Garantia da Qualidade” passa a ser o fator de “Competitividade”. Observe o texto: Link Sistemas de gestão da qualidade - Requisi- tos: ABNT ISO 9001:2015. 2015. Disponível em: <http://abnt.org.br/paginampe/noticias/ 217-abnt-nbr-iso-9001-2015-sistemas-de- -gestão-da-qualidade>. Acesso em 21 set. 2017. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). Sistema de Gestão Ambiental ABNT NBR ISO 14001. Disponível em: <http:// www.abnt.org.br/certificacao/tipos/siste- mas#faqnoanchor> acesso em 26/fev/2018 FURTADO, Douglas R. B.; SILVA, Stephanie Cristhy- ne A. da. Sistemas de Qualidade. Disponível em: <http://gestao-de-qualidade.info/sistemas- -de-qualidade.html>. Acesso em 11 out. 2017. Desenvolve os conceitos e bases necessárias para implementação do sistema de qualidade. http://abnt.org.br/paginampe/noticias/217-abnt-nbr-iso-9001-2015-sistemas-de-gestão-da-qualidade http://abnt.org.br/paginampe/noticias/217-abnt-nbr-iso-9001-2015-sistemas-de-gestão-da-qualidade http://abnt.org.br/paginampe/noticias/217-abnt-nbr-iso-9001-2015-sistemas-de-gestão-da-qualidade http://www.abnt.org.br/certificacao/tipos/sistemas#faqnoanchor http://www.abnt.org.br/certificacao/tipos/sistemas#faqnoanchor http://www.abnt.org.br/certificacao/tipos/sistemas#faqnoanchor http://gestao-de-qualidade.info/sistemas-de-qualidade.html http://gestao-de-qualidade.info/sistemas-de-qualidade.html Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores20/228 Esse autor mostra claramente que os conceitos ainda estão em evolução e não deixarão de evo- luir, uma que a competitividade é cada vez maior. Essa afirmativa pode ser respaldada através de: A Gestão da Qualidade tem o foco de satisfazer as necessidades latentes de um mercado consu- midor competitivo em produtos e serviços, mercado este em constante modificação, através de novos lançamentos ou de substitutos. Os parâmetros de desempenho outrora claramente defi- (...) muitas empresas começam a implementar conceitos e técnicas de melhoria da qualidade. Contudo, a implementação da maioria delas está mal interpretada por elas não resolvem a questão das medidas de recompensas do desempenho (HUGE, 1990: 71). A qualidade não é mais uma função isolada, independente, dominada por espe- cialistas...a qualidade hoje, saiu da fábrica e entrou na sala da alta gerência...A consequente mudança de perspectiva é crucial para se entender o pensamento moderno sobre a qualidade” (GARVIN, 1992). Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores21/228 nidos, através de indicadores de produção, indicadores de clássicos de contabilidade e custos, passam a ter a conotação estratégi- ca de competência pela competitividade. Tomando como base uma frase famosa de Charles Darwin (1809 – 1882): “não serão os mais fortes que sobreviverão, mas sim os que se adaptarem”, as organizações estão buscando a adaptação para não sucum- birem e já tem como certeza que não é só através de investimentos em Tecnologia da Informação e Robótica que conseguirão, será necessário desenvolver uma “Gestão de Fornecedores” eficiente e duradoura. Uma gestão que garanta o Lucro Sustentá- vel a todos e, com isso, a Longevidade em- presarial. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores22/228 Glossário Melhoria Contínua: Nada está tão bom que não possa ser aperfeiçoado. Um conjunto de ativi- dades envolvendo toda a organização buscando a satisfação dos clientes internos e externos. Procedimentos da Qualidade: São todos os documentos inerentes a Garantia da Qualidade. Carta de Controle: Gráfico utilizado para acompanhamento de um processo, contém linhas que mostram o limite superior e inferior permitido para a variação. Questão reflexão ? para 23/228 A importância da Gestão dos Fornecedores cresce na mesma proporção que cresce a competitividade, daí necessidade de criar uma Gestão de fornecedores com- petente e eficiente que contemple os requisitos de qua- lidade e melhoria contínua, visando a redução dos cus- tos. Quais os melhores caminhos para isso ser feitos nas empresas de hoje em dia? 24/228 Considerações Finais • A evolução dos conceitos sócios-econômicas adotados pelas organizações na “Era do Conhecimento”, com a quebra dos paradigmas da hierarquia rí- gida, flexibilização das atividades desenvolvidas pelos colaboradores, entre outras permitiram a aplicação do conceito de “Melhoria Contínua”. • O conceito de “Gestão da Qualidade” ou como alguns estudiosos designam “Gestão Estratégica da Qualidade”, evolução dos outros dois (Controle Es- tatístico do Processo e Garantia da Qualidade), assume um papel funda- mental nas organizações para a garantia da competitividade e sustentabi- lidade. • Foi vista a evolução da gestão dos fornecedores ao longo da evoluçãodos conceitos da evolução dos conceitos administrativos. Unidade 1 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores25/228 Referências CRAWFORD, Richard. Na Era do Capital Humano. São Paulo: Atlas, 1994. GARVIN, D.A. Managing the quality. New York: Free Press, 1988. GOMES, Paulo J. P. A evolução do conceito de qualidade: dos bens manufacturados aos serviços de informação. Milão: E-Lis, v. 2004, n. 2, p.6-18. HUGE, E.C. Measuring and rewarding performance. In: HUGE, E.C (ed.) Total quality– an execu- tive’s guide for the 1990s. Illinois: Business One Irwin, 1990. JURAN, Joseph. Quality control handbook. New York: McGraw-Hill, 1951. NAISBITT, John. Megatendências: as dez grandes transformações ocorrendo na sociedade mo- derna. São Paulo: Edição Especial Amana, 1987. 26/228 1. No início da “Gestão do Conhecimento” as organizações passaram a ter uma preocupação com a qualidade. Qual das afirmações é mais correta? a) Ser um diferencial para com os artesões b) Um diferencial em relação a outras organizações c) Altos custos envolvidos com retrabalho d) Despesas desnecessárias com matéria-prima e mão de obra nos retrabalhos e) Dificuldade em repassar os custos envolvidos no retrabalho ao cliente e/ou aos novos pro- dutos. Questão 1 27/228 2. Trabalho rotineiro, específico, padronizado e controlado por tempos e movimentos, sem oportunidade de questionar ou pensar é uma caracte- rística de qual modelo administrativo? a) Controle estatístico do processo e produção em massa. b) Garantia da qualidade e gestão da qualidade. c) Gestão da qualidade. d) Produção em massa. e) Garantia da qualidade. Questão 2 28/228 3. Da colocação de Naisbitt (1982), “a ética da participação espalha-se de baixo para cima (...) e está alterando radicalmente a maneira como acha- mos que as pessoas devem ser dirigidas nas instituições. Cidadãos, tra- balhadores e consumidores estão exigindo e obtendo maior voz ativa no governo, nos negócios e no mercado”. Pode-se concluir que: a) Evolução do mercado em busca de melhores preços e maior qualidade. b) Evolução do mercado consumidor exigindo de menores preços e que satisfaçam suas neces- sidades. c) Evolução do mercado consumidor em que o cliente e colaborador passam a não aceitar mais o que lhes é imposto d) Evolução do mercado consumidor provocando uma corrida consumista. e) Evolução do mercado boicotando os produtos sem garantia de qualidade. Questão 3 29/228 4. Utilizando a carta de processo mostrada abaixo, você observou que a média da pesagem dos frascos foi de 2,8. Qual atitude correta a ser toma- da? a) Segregaria todo o lote e solicitaria que o mesmo fosse retrabalhado. b) Segregaria todo o lote e solicitaria que o mesmo fosse retrabalhado, penalizando o operador pela falha interna. c) Segregaria todo o lote e solicitaria que o mesmo fosse retrabalhado, penalizando o operador pela falha externa. d) Segregaria todo o lote e solicitaria que o mesmo fosse retrabalhado, bloquearia a produção até que a solução da não conformidade fosse identificada, penalizando o operador pela fa- lha interna. e) Segregaria todo o lote e solicitaria que o mesmo fosse retrabalhado, bloquearia a produção até que a solução da não conformidade fosse identificada, revisaria os procedimentos e exe- cutaria teste de produção. Questão 4 30/228 5. No princípio de Deming “o controle estatístico de qualidade deve ser atribuição do operador na operação”. Qual das alternativas você conside- ra mais satisfatória. a) Aumento da responsabilidade do operador e dispensa em massa dos inspetores b) Aumento da produtividade pela redução do tempo de produção, aumento da responsabili- dade do operador com o objetivo de satisfazer o cliente interno, deslocamento dos inspeto- res para outras funções. c) Aumento da produtividade pela redução do tempo de produção, aumento da responsabili- dade do operador com o objetivo de satisfazer o cliente interno e como forma de identificar o operador problemático. d) Aumento da facilidade de identificar os operadores insatisfeitos com o sistema e penalizá- -los. e) Foco nas reduções de custo. Questão 5 31/228 Gabarito 1. Resposta: D. Com o advento do controle de custos, ocor- reu uma grande preocupação com a recu- peração dos produtos defeituosos, pois afe- tavam diretamente o lucro. 2. Resposta: D. A partir da Gestão do conhecimento, as condições hierárquicas e sócio – econômi- cas evoluíram e o trabalho deixou de espe- cífico e rotineiro 3. Resposta: C. O mercado consumidor e os colaboradores das empresas passaram a exigir o direito de escolha dos produtos e serviços. 4. Resposta: D. Segregaria todo o lote e solicitaria que o mesmo fosse retrabalhado, bloquearia a produção até a solução da não conformi- dade fosse identificada, revisaria os proce- dimentos e executaria teste de produção. Esse procedimento faz parte da garantia da qualidade. 5. Resposta: B. O Operador passando a controlar suas pró- prias atividades, reduz significativamente as perdas, uma vez que ele passa a ser o úni- co responsável, além de eliminar uma ativi- dade que agrega nenhum valor ao processo 32/228 Unidade 2 A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores Objetivos 1. Neste tema, o aluno após ter contato com os modelos de gestão adminis- trativas tradicionais e os conceitos fundamentais referente ao Controle Estatístico da Qualidade e Gestão Es- tratégica da Qualidade. Terá oportu- nidade de conhecer a Chamada “Era de Competitividade”, as técnicas e os modelos aplicados atualmente, suas particularidades, diferenças e simila- ridades. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores33/228 Introdução A denominada “Era da Competitividade” passou a ser assim denominada a partir da década de 1980, sendo a sucessora, mas carregando os conceitos e práticas evoluí- dos do Controle Estatístico da Qualidade e da Gestão Estratégica da Qualidade. Um conjunto, cada vez maior e mais veloz de mudanças no comportamento ambiental, passou a afetar as organizações, sejam elas Privadas ou Públicas, criando desafios mais complexos para sua subsistência. Esses de- safios fazem com que as organizações alte- rem rapidamente suas estratégicas criando novos modelos administrativos. Modelos estes tão novos e mutantes que, na maioria das vezes, não chegam, se quer, a ser conso- lidados ou tratados pelos estudiosos como modelos administrativos, e passando então a ser chamados simplesmente como “Novos Modelos Administrativos. De acordo com LD Alex Coltro (2011), dida- ticamente esses novos modelos de gestão estão divididos em: Gestão Japonesa, Ges- tão Participativa, Gestão Empreendedora, Gestão Holística e Gestão Virtual. Importante ressaltar que esses modelos não são estanques, eles interagem entre si, em que os conceitos de um passam a fazer par- te do outro, seja na sua totalidade ou par- cialmente. 1. ERA DA COMPETITIVIDADE A busca da “Margem de Lucro Sustentável” pelas organizações fez com novos modelos de gestão empresarial passassem a ser de- Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores34/228 senvolvidos e/ou adaptados visando garan- tir a sustentabilidade. A globalização dos mercados, lançamentos de novos produtos ou de produtos substitutivos a uma veloci- dade incrível, somado a fusões estratégi- cas de organizações e a formação de blocos econômicos, impulsionam as organizações a repensarem em suas técnicas para garan- tir uma Margem de Lucro, não se permite mais ter somente Margem de Lucro, ela tem de ser Sustentável para que a organização possa garantir recursos e capital, podendo assim competir e fazer frente aos concor- rentes em suas estratégias. Para saber mais BLOCOS ECONÔMICOS – Os principais Blocos econômicos são: União Europeia (EU) compos- to por 29 paises, utiliza uma moeda única (euro) e funciona como Zona de Livre Comércio, Nafta (Tratado Norte Americanode Livre Comércio), Mercosul (Mercado Comum do Sul), Pacto Andi- no (Comunidade Andina das Nações), APEC (Coo- peração Econômica da Ásia e Pacífico). Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores35/228 Esse movimento tomou força a partir da segunda metade do século passado, como complemento aos modelos de Controle Es- tatístico da Qualidade e da Gestão da Qua- lidade. Essas mudanças de paradigmas tiveram origem no Japão e rapidamente expandi- ram-se pelo mundo, graças ao sucesso al- cançado e consequentemente ao incomodo gerado pela alta competitividade dos pro- dutos japoneses. Cinco modelos de gestão empresarial ou práticas inovadoras podem ser categoriza- dos: • Modelo Japonês. • Modelos Participativo. • Modelo Empreendedor. • Modelo Holístico. • Modelo Virtual. Você observará ao longo da leitura as téc- nicas e práticas utilizadas nos modelos aci- Link O século XX foi marcado por uma nova reestrutu- ração das escalas espaciais no planeta, numa re- composição provocada pela rápida evolução dos meios de transporte, de comunicação e de pro- dução, de bens e serviços. Leia mais sobre esse evento em: BENKO, Georges. A recomposição dos espaços. Revista Internacional de Desenvol- vimento, v. 1, n. 2, p.7-12, mar. 2001. Disponível em: <http://www.interacoes.ucdb.br/article/ view/592/627>. Acesso em: 7 nov. 2017. http://www.interacoes.ucdb.br/article/view/592/627 http://www.interacoes.ucdb.br/article/view/592/627 Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores36/228 ma citados, estratégias e procedimentos comuns. Todos focando o menor custo de produção, menores estoques o que invaria- velmente levam-lhes aos fornecedores. Daí a mudança de postura das organizações, transformando-os em parceiros estratégi- cos, nascendo assim a cultura da “Gestão de Fornecedores”. 1.1 Modelo Japonês O modelo japonês é sem dúvida aquele que mais suscitou estudos por parte dos pesqui- sadores, face ao desenvolvimento alcança- do em menor espaço de tempo. Não se pode esquecer, entretanto, que o Japão antes da Segunda Guerra Mundial era o país ociden- tal mais avançado tecnologicamente. Um dos fatores que levaram o país a ter essa característica é que o trabalho é um dos pi- lares dos três pilares da sociedade: “Pátria – Família – Trabalho”. Essa postura em relação ao trabalho, sem dúvida, influenciou muito o desenvolvimento do Japão, mas mudanças no Modelo de Gestão Empresarial foi a prin- cipal causa do sucesso no período. O gover- no japonês criou, em 1946, o Ministério do Comércio Internacional e Industria, cujo ob- jetivo era através de um esforço concentra- do entre órgãos governamentais, empresá- rios e trabalhadores competir nos mercados internacionais, mas a qualidade do produto japonês era muito ruim, assim contrataram William E Deming para ajudá-los. Deming iniciou um trabalho junto à União de Cientistas e Engenheiros Japoneses (JUSE), Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores37/228 levando para o Japão as técnicas e práticas do Controle Estatístico da Qualidade e da Gestão da Qualidade. O próprio Deming (1990) descreve sua experiência: Ele procurou enfatizar junto aos empresários japoneses, através da JUSE, que não cometessem o mesmo erro que as empresas ocidentais, principalmente, as americanas de não dar ouvidos aos clientes quanto à qualidade e continuarem utilizando o já ultrapassado sistema de inspeção sem se preocupar em alterá-lo para o Controle Estatístico da Qualidade e a Garantia da Qualidade. Nesse sentido, Deming (1990) escreve: O mundo inteiro conhece muito bem o milagre do Japão e sabe que este milagre começou com um choque em 1950. Antes disso, a qualidade dos bens de consu- mo japoneses tinha granjeado, no mundo todo, uma fama negativa, de produtos mal feitos e baratos. (. . .) subitamente, a qualidade e a confiabilidade dos produ- tos japoneses deram um salto e, em 1954, tinham ganho mercados no mundo inteiro. Tinha começado a nova era econômica (DEMING, 1990, p.351 a 353). Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores38/228 Quando ele diz nesse texto que o consumidor é a parte mais importante, ele “cria” o conceito de cliente interno, em outras palavras, o operador da tarefa subsequente. Assim, não apenas fora das organizações, mas também dentro delas existem vários clientes e fornecedores. Destaca-se também nesse texto o conceito da Gestão de Fornecedores, conforme destacado. Para essa relação ser boa de ocorrer através de uma relação de confiança, lealdade e principal- mente ser duradoura, o que nada mais é do que a Gestão de Fornecedores na sua forma mais conceitual. O consumidor é a parte mais importante da linha de produção – um princípio novo para a administração japonesa. Seria preciso garantir o desempenho dos produtos. Ela teria que olhar para a frente e projetar novos produtos e serviços. Teria que trabalhar com o fornecedor escolhido [grifo nosso] de qualquer ma- terial, em uma relação duradoura de confiança e lealdade no sentido de melhorar a uniformidade e a confiabilidade dos materiais fornecidos. A administração teria que prestar muita atenção na manutenção dos equipamentos nas instruções e gabarito (DEMING, 1990, p. 354). Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores39/228 O modelo de Sistema de Gestão Japonês ba- seia-se em três paradigmas com caracterís- ticas bastante específicas. Relação de Emprego É sabido que no início da reestruturação da economia japonesa as relações eram tão ruins quanto as Ocidentais na Era da Ad- ministração. Entretanto evoluíram durante esse período de desenvolvimento de forma a fornecerem melhores salários, férias re- muneradas, emprego vitalício e garantias à senioridade. Relação Interempresarial Essa relação foi a mais importante no suces- so do sistema japonês, durante a reestrutu- ração da economia, as maiores empresas formaram Conglomerados Horizontais, es- ses conglomerados eram e são compostos de várias empresas que comercializam seus produtos entre si. Com essa política, permi- tiu uma interação perfeita quanto à quali- dade, preços e prazos, observe que se trata de Gestão de Fornecedores. A adoção desse sistema permitiu o empre- go das técnicas conhecidas como “Just in Time”, “Kanban” e uma redução ao mínimo dos custos fixos, passando a operar mais com os custos variáveis, permitindo assim uma competitividade maior face às flutua- ções do mercado. Reflete-se mais sobre eles abaixo. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores40/228 Organização do Trabalho e da Empresa Nesse aspecto, aponta-se que o trabalha- dor tem a obrigação de pensar e desenvolver formas mais simples e eficientes de execu- tar seu trabalho, deve levar suas sugestões Link Este artigo mergulha nas práticas do Sistema Toyota de Produção, incluindo bases teóricas e métodos de implementação. Encontro Científico e Simpósio de Educação Unisalesiano, 5, 2015, Lins. O sistema Toyota de produção e o Balanced Scorecard. Lins: Unisalesiano, 2015. 14p. Dispo- nível em < http://www.unisalesiano.edu.br/ simposio2015/publicado/artigo0185.pdf>. Acesso em 2 nov. 2017. Para saber mais “KANBAN” – O princípio é um cartão de sinaliza- ção que tem por objetivo mostrar a quantidade a ser produzida para manter um fluxo contínuo. Fer- ramenta fundamental no Sistema “Just in Time”, é esse cartão sinalizador que inicia a nova produ- ção de um item, ele informa o sistema que o lote produzido (que deve ser unitário) está chegando ao fim. É evidente que início do novo lote leva em consideração o tempo de produção, para que não ocorra desabastecimento na linha. http://www.unisalesiano.edu.br/simposio2015/publicado/artigo0185.pdf http://www.unisalesiano.edu.br/simposio2015/publicado/artigo0185.pdf Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestãoe sua relação com fornecedores41/228 ao superior e implementá-las se aprovadas. Esse modelo faz com que as decisões se- jam tomadas de baixo para cima, tornando obsoleta a forma burocrática da pirâmide tradicional encontrada nos modelos hierár- quicos tradicionais. Ainda no contexto pro- dutivo, a utilização de políticas de Garantia Total, com foco na satisfação do cliente pela garantia do processo e não apenas no pro- duto; o incentivo a formação de “Círculos de Controle de Qualidade em que grupos de pessoas procuram de forma espontânea a solução para problemas da área. Essas prá- ticas permitiram a inversão das formas de produção, deixando de lado a produção em- purrada e passando a produção puxada, ou seja, produzir somente aquilo que será ven- dido, reduzindo os estoques. Esse conceito permite que a produção seja mais flexível, garantidos assim produtos diferenciados para a satisfação dos clientes. Aqui também reforça-se o conceito da Ges- tão de Fornecedores, uma vez que estes passam a fazer parte integrante do proces- so produtivo da empresa, sendo transferido a este todos os princípios e conceitos. 1.1.1 Sistema Toyota Shigeo Shingo, considerado um gênio da en- genharia, somou seus conceitos e princípios aos de Ohno, o percursor do sistema Toyota de Produção. Shingo formalizou o Sistema de Controle de Defeito Zero, no qual a fer- ramenta principal, chamada de “Poka Yoke” - em uma tradução simples, mas explicativa Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores42/228 – é a “Prova de Erros”, essa ferramenta pos- sibilita a inspeção do produto ou do sistema produtivo no local onde é produzido, e con- ceitualmente consiste de seis tópicos: • Detectar – Identificação do erro antes que se torne um defeito. • Minimizar – Reduzir ao máximo o efei- to do erro. • Facilitar – Desenvolver técnicas que reduzam o tempo e insumos das tare- fas. • Prevenir – Avaliar o processo antes do seu início. • Substituir – Desenvolver processos mais consistentes em substituição aos que podem apresentar falhas. • Eliminar – Alteração dos projetos vi- sando a simplificação das tarefas e a redução dos erros. Kiichiro Toyoda, filho do fundador da Toyota, compreendeu a importância das parcerias (Gestão de Fornecedores) com o objetivo de nivelar a produção e eliminar o excesso de estoque, deixando sob a responsabilidade de Ohno mais esta tarefa, pode-se dessa forma afirmar que surgiu a “Gestão de For- necedores”. Definir que a base do Sistema Toyota de Pro- dução é o “Just in Time” e o “Kanban” é de certa forma abandonar seus princípios fun- damentais, uma vez que esses dois concei- tos são os modelos de trabalho. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores43/228 Os princípios do Sistema Toyota e que ser- vem de norte para todo o Sistema Japonês de Administração ou vice-versa podem ser resumidos em três: Preço X Custos Tradicionalmente as organizações utilizam a equação: O sistema japonês mantém-na, mas altera a posição dos seus elementos para: A lógica dessa mudança mostrando clara- mente a revolução do mercado consumidor e assimilada rapidamente pelos japoneses, em que não é mais a empresa que define o preço do produto, mas, sim, o mercado consumidor. Perdendo o poder da defini- ção do Preço de Venda, agora estabelecido pelo mercado em função da concorrência, só resta então às organizações trabalharem em seus custos para garantir seus lucros, através de margens de lucro sustentáveis. Essa é mudança conceitual, uma vez que a organização necessita de margens que lhe garantam o poder de alterá-la para fazer frente, se necessário, a novos produtos e aos substitutos. Automação (“Jidoka”) Não se pode olhar para a palavra Automa- ção e simplesmente pensar em máquinas automáticas, robotização etc., logicamen- te que essas inovações fazem parte, mas o conceito vai muito além. É a mudança com- portamental em que o operador tem o po- Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores44/228 der de parar uma linha de produção se um erro for detectado ou ainda parar a máqui- na, ou ela mesmo o faz, ao atingir a quan- tidade necessária, assim pode-se dizer que palavra Automação pode ser substituída pela Autonomia. Incorpora-se a esse prin- cípio o Controle de Qualidade de Zero De- feitos que na realidade não é somente um programa, mas, sim, um método científico e racional de eliminação de defeitos através da identificação de suas causas, garantindo assim a produção consciente de produtos sem defeitos. Outras ações que algumas vezes passam despercebidas juntam-se a esse conglome- rado, como por exemplo a Círculos de Quali- dade, Manutenção Preventiva Total, Quebra Zero, 5´S, Estratégia de Marketing, compon- do a “Jidoka” e o pensamento fundamental: “faça certo na primeira vez”. Perdas O princípio das Perdas origina-se no con- ceito da equação dos tempos: Onde: Tempo Efetivo = acrescenta Valor. Tempo Adicional = não acrescenta valor, dessa forma, deve ser eliminado ou reduzi- do ao máximo. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores45/228 Com base nessa equação, o modelo de Ges- tão Japonês ou, se preferir, o Sistema Toyo- ta de Produção, textualiza as Sete Perdas de Ohno. A esquematização das Sete perdas é considerada como o alicerce para a produ- ção enxuta e puxada. Para saber mais PRODUÇÃO ENXUTA – Filosofia de gestão com foco na redução dos desperdícios (perdas), fluxo contínuo, “Just in Time” e “Kanban” com o objeti- vo de reduzir custos. PRODUÇÃO PUXADA – Segue os mesmos prin- cípios da Enxuta, podendo até receber o mesmo nome, só é produzido o que será utilizado e infor- mado através do “Kanban”. Link Veja como utilizar a metodologia Kaizen na condu- ção de processos de mudança em sistemas de pro- dução enxuta em: ARAUJO, Cesar Augusto Cam- pos de; RENTES, Antonio Freitas. A metodologia Kaizen na condução de processos de mudança em sistemas de produção enxuta. Revista Gestão In- dustrial, v. 2, n. 2, p.133-142, 2006. Disponível em: <http://files.cdstreinamentoeconsultoria. webnode.com.br/200000010-d2773d3713/ Lean%20-%20A%20metodologia%20Kai- zen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20 de%20processos%20de%20mudan%- C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20pro- du%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D. pdf>. Acesso em: 7 nov. 2017. http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf http://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdfhttp://files.cdstreinamentoeconsultoria.webnode.com.br/200000010-d2773d3713/Lean%20-%20A%20metodologia%20Kaizen%20na%20condu%C3%A7%C3%A3o%20de%20processos%20de%20mudan%C3%A7a%20em%20sistemas%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20enxuta%5B1%5D.pdf Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores46/228 1.2 Modelo da Administração Participativa A Administração Participativa não tem como nos outros modelos de Gestão uma data definida ou período de quando come- çou a ser utilizada ou implementada pelas organizações, uma vez que as experiências de Elton Mayo produziram trabalhos mos- trando a importância de grupos informais dentro das organizações para a geração de ideias e sugestões de melhoria. De uma for- ma bastante genérica, passou a ser alavan- cada a partir dos anos 70 do século XX, com as adaptações geopolíticas necessárias a empregar os conceitos e técnicas do Mode- lo Japonês como a Garantia da Qualidade, Círculos de Controle de Qualidade, Melho- ria Contínua, entre outros. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores47/228 Desse período até os dias atuais, alguns mo- delos e/ou contribuições foram desenvolvi- das com o intuito de aprimorar os modelos ocidentais e poder fazer frente ao desem- penho dos modelos orientais. Dentro desse campo cabe citar o modelo “Balanced Sco- reCards” desenvolvido por Robert Kaplan. Dentro desse modelo, a Gestão de Fornece- dores, tem um papel relevante, nele o foco financeiro (Sustentabilidade e Longevida- de) é principal objetivo. A relação Custos X Preços de Venda, tem que se manter estável o máximo possível, e essa estabilidade só pode ser obtida através da Gestão de Forne- cedores, no qual é estabelecido um acordo de preço que garanta o Lucro para ambas as empresas, de forma duradoura e controla- da. 1.3 Modelo Empreendedor O Modelo de Gestão Empreendedora tem como filosofia a inovação voltada ao clien- te, que permita manter, buscar novos e/ou recuperar clientes através da inovação de suas linhas de produtos ou serviços, novas tecnologias e principalmente de uma nova forma de relacionamento internos (com seus colaboradores) e externa (com seus clientes e fornecedores). Em resumo, rein- ventar a organização alterando radical- mente a estrutura e modelos gerenciais e administrativos existentes que, de acordo com o LD Alex Coltro (2011), suas principais características podem ser apontadas como: a) A empresa é dividida em segmentos de mercado e cada segmento torna-se uma Unidade de Negócio, dessa forma a organização transforma-se em um Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores48/228 grande número de pequenos negócios, administrados por um Líder empreen- dedor e uma equipe participativa e mo- tivada para o atendimento das metas estipuladas e quando estas são atingi- das todo o grupo é recompensado. b) Alianças Estratégicas: • Com empresas de produtos comple- mentares para aumentar a competiti- vidade. • Com fornecedores desenvolvendo parcerias. • Terceirização – Transferência de ativi- dades não essenciais. • “Joint Venture” - Acordos de risco compartilhado. • Redes Horizontais de compras – Em- presas concorrentes unem-se para desenvolver fornecedores e compras conjuntas. • Consócios. c) Identificação de colaboradores com perfil empreendedor, investir em trei- namento e profunda alteração nos pla- nos de cargos e salários Como você pode verificar, a Gestão de For- necedores está também presente nesse modelo. Alianças estratégicas com Forne- cedores, Parcerias e Terceirizações, visam garantir a Pontualidade, a Flexibilidade da Produção, a Adaptação rápida às variações de Demanda e principalmente a um Custo Estável e sob controle, que não dependa da Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores49/228 política da Oferta e Procura. 1.4Modelo de Virtual Trata-se da evolução dos modelos anterio- res, com a aplicação das melhores técnicas de cada um, resguardando as diferenças geopolíticas, mas tendo consciência de que nenhuma organização sobreviverá sozinha. No modelo Virtual, como não poderia ser, a evolução constante e sem fim da Tecnologia da Informação promoverá dia a dia mais in- teração entre as empresas, garantindo assim uma interação maior entre elas. Atualmente as empresas que possuem a Gestão de For- necedores já interagem no sistema produ- tivo de seus fornecedores como se fossem os da própria empresa, colocando pedidos, alterando quantidades e priorizando os que apresentaram maior demanda. Como será esta interação amanhã? Essa pergunta é impossível de responder, mas com certeza as Organizações que possuírem uma Gestão de Fornecedores eficiente estarão entre as mais competitivas A velocidade do avanço da Tecnologia da Informação, a cada dia, permitindo uma interação mais eficiente entre as organiza- ções, certamente romperá as barreiras ain- da existentes fazendo com que os sistemas operacionais atuem como um só, garantin- do que as informações financeiras, de de- manda e de produção, circulem igualmente entre os cliente e fornecedores, executando uma programação única. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores50/228 Glossário Sistema Toyota: Conceitos e Práticas da utilização do “Kaisen”, “Just in Time” e “Kanban” que promovem a Produção Enxuta e Empurrada. Balanced Scorecard: Modelo de Gestão com foco financeiro e que tem o retorno do investimen- to efetuado, através da satisfação do cliente, pela garantia do menor preço e maior qualidade, mas tendo objetivo claro a estabilidade da relação Preço X custo. Perdas de Ohno: Definição clara das perdas da maioria das organizações que, se eliminadas, ga- rantirão maiores resultados. Questão reflexão ? para 51/228 Durante a sua atenta leitura, com certeza observou que a Competitividade é e será o fator de sobrevivência para as organizações. A competitividade só é conseguida através de uma gestão competente. Observou também que em todos os modelos aqui focados a Gestão de For- necedores estava presente. Essa estratégia iniciada no século passado seria a chave do sucesso das organiza- ções. 52/228 Considerações Finais • A QUALIDADE INTRÍNSECA deixou de ser um diferencial para os clientes uma vez que o produto tem que ter qualidade; e para as empresas, pelo alto custo envolvido, a solução veio com a Gestão da Qualidade. • A EQUAÇÃO, Lucro = Preço - Custos, revolucionou a competitividade e mostrou que mercado mudou, não aceitando mais o preço imposto pelo fabricante. • OS CONCEITOS DE “JIT” e “KANBAN” não funcionam se aplicados somente internamente nas empresas, já que necessitam da participação dos forne- cedores. • A GESTÃO DE FORNCEDORES foi iniciada e implementada por Ohno, mas só agora o mercado entendeu sua importância. Unidade 2 • A evolução dos “modelos” de gestão e sua relação com fornecedores53/228 Referências COLTRO, Alex. Os novos modelos de administração na era da competitividade. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_3009.pdf>. Acesso em 25 set. 2017. DEMING, Eduard W. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. GHINATO, Paulo. Sistema Toyota de Produção. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/ v5n2/v5n2a04.pdf>. Acesso em 26 set. 2017. OHNO, T. Sistema Toyota de Produção – Além da produção em larga escala. Porto Alegre: Ed. Bookman, 1997 KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campos,1997. PERALVA, Osvaldo. Um Retrato do Japão. São Paulo: Moderna, 1990. http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_3009.pdf http://www.scielo.br/pdf/prod/v5n2/v5n2a04.pdf http://www.scielo.br/pdf/prod/v5n2/v5n2a04.pdf 54/228 1. O conceito de “Margem de Lucro Sustentável garante às empresas? a) Um lucro maior. b) Reduzir seus custos para ter um lucro maior. c) Uma margem que garanta cobrirseus custos. d) Uma margem que possa fazer frente às estratégias dos concorrentes. e) Uma margem maior do que a dos concorrentes. Questão 1 55/228 2. A formação de conglomerados horizontais garantiu uma melhora consi- derável em sua economia, em função de: Questão 2 a) Unificação da qualidade, preços e prazos. b) Interação perfeita da qualidade. c) Posicionamento estratégico de preços. d) Alteração da estratégia para foco no cliente e não mais na qualidade. e) Alteração da estratégia com foco específico no cliente quanto à qualidade e ao preço. 56/228 3. Das opções abaixo qual a melhor definição para Trabalho Adicional? Questão 3 a) Trabalho que não agrega valor. b) Trabalho que agrega valor. c) Trabalho que agrega valor, mas não é considerado trabalho. d) Trabalho em horas extras. e) Trabalho em máquina obsoleta. 57/228 4. Dentro das premissas do Balanced Scorecards, o tópico “retorno sobre os ativos” garantirá? Questão 4 a) Melhor margem de lucro. b) Giro do estoque. c) Lucratividade aos acionistas d) Maiores salários. e) Maiores investimentos em máquinas. f) Segmentação da empresa por segmento, alianças estratégicas e identificação de colabora- dores com perfil inovador. 58/228 Gabarito 1. Resposta: D. Ter uma Margem de Lucro Sustentável signi- fica garantir sustentabilidade da organiza- ção frente às estratégias dos concorrentes. 2. Resposta: A. A formação dos conglomerados, formou o que podemos chamar de Gestão de Forne- cedores com todos os benefícios que pro- vem desse sistema. 3. Resposta: A. O trabalho adicional dentro dos princípios do Modelo Japonês é o que não agrega va- lor, pois trata-se de trabalho improdutivo ou em retrabalhos. 4. Resposta: C. O pagamento dos dividendos aos acionistas das empresas é baseado no retorno dos in- vestimentos. Ter um bom retorno sobre os ativos é o objetivo dos acionistas. 59/228 Unidade 3 Cadeia de suprimentos e sua relação com fornecedores Objetivos 1. Desenvolver os conceitos da Cadeia de Suprimentos, focando em seus três prin- cipais elementos: • Produção. • Estoques. • Fornecedores. Esses atores não englobam todos que partici- pam da cadeia de suprimentos, mas certamen- te são os mais expressivos e é sobre eles que praticamente todas as organizações desenvol- vem esforços no sentido de aprimorá-los. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica60/228 Introdução O estudo dos Modelos de Gestão Adminis- trativa com seus princípios, características, vantagens e desvantagens, desenvolvidos nos Temas anteriores, garantiram a você claras condições de observar a evolução dos modelos administrativos sob a perspectiva da Produção, dos Estoques e principalmen- te dos Fornecedores. Embora não tenha sido ainda falado, esses são os três principais atores do que atual- mente denomina-se “Cadeia de Suprimen- tos”. Conceitualmente a “Cadeia de Su- primentos” tem seu início nos fornecedo- res, atravessa todo o processo da empresa (transporte, recebimento, armazenagem, produção, embalagem, expedição), termi- nando no cliente final, soma-se a estes a lo- gística reversa. Neste tema, será priorizado o estudo desses três “atores” desenvolvendo e conceituan- do os modernos modelos administrativos de Produção, critérios e conceitos, visando a redução dos Estoques e técnicas utiliza- das para a parceria com fornecedores, tra- tadas modernamente como Gestão de For- necedores. Você observará que todo o investimento e desenvolvimento realizado junto à Produ- ção, e no trabalho destinado à Redução dos Estoques não terá nenhum efeito sem que haja o envolvimento dos fornecedores, daí o grande esforço empregado atualmente através das mais diversas formas de parce- rias, dando a conotação de Gestão de For- necedores, alterando a forma de radical o relacionamento, antes somente com foco Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica61/228 no preço e atualmente tendo o foco em uma relação estratégica. 1. CADEIA DE SUPRIMENTOS No início do século XX, os meios de trans- porte eram precários, o “esforço de guerra”, principalmente, da Segunda Guerra Mun- dial promoveu uma melhora considerável com o desenvolvimento de veículos e cons- trução de estradas, mas ainda muito inci- piente. Nesse mesmo período, o sistema de Administração Japonês dava seus primeiros passos, mas associando toda a cadeia pro- dutiva (do Fornecedor ao Cliente), criando os conceitos de Gestão de Fornecedores, Redução de Estoque, Produção enxuta e atendimento ao cliente, deixando de lado a filosofia de que a Logística era responsá- vel apenas pelo transporte e armazenagem física. Atualmente considera-se a Logís- tica com sendo todo o processo Produtivo dentro da empresa, passando a ser denomi- nada como Cadeia de Suprimentos. Dando uma visão global da rede de suprimentos e permitindo uma segmentação de cada ati- vidade ou área da logística envolvida, como definida pelo “Council of Supply Chain Ma- nagement Professionais” (Conselho de Pro- fissionais da Cadeia de Suprimentos): Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica62/228 O mesmo Conselho define a Cadeia de Suprimentos como: O planejamento e a gestão de todas as atividades associadas à logística interna e inter-organi- zacional, bem como a coordenação e colaboração entre todos os parceiros da cadeia, sejam eles fornecedores, prestadores de serviço ou consumidores. (CSCMP, 2010) Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de maté- rias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as infor- mações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. (CARVALHO, 2002, p. 31) https://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica63/228 Pelas definições acima apresentadas fica muito fácil você compreender a importân- cia da Cadeia de Suprimentos dentro da competitividade cada vez maior entre as organizações. O gerenciamento do fluxo de informações ao longo de toda a cadeia é de fundamental importância. Para saber mais LOGISTICA – Conforme Grant (2012), as ativida- des de Logística são consideradas com parte das atividades de negócios das empresas e apenas no contexto da empresa. Suas principais atividades são Gerenciamento do Transporte, dos Estoques, Armazenagem, Gerenciamento da Produção e Operações. Dentro do Gerenciamento dos Esto- ques, considera-se toda a complexidade do abas- tecimento fabril, com foco na eliminação das pa- radas de máquinas por desabastecimento de ma- téria-prima, Recebimento, Compilação e Ações, oriundas dos informativos de Demanda com a tomada das ações de emissão de solicitação das solicitações de requisição de Compras. Cabe ain- da dentro desse gerenciamento, o controle dos níveis de estoque de matéria-prima, material no processo e produtos acabados. Agrega-se a essas atividades o recebimento e controle dos produtos procedentes da Logística Reversa. Link Veja um exemplo de evolução da cadeia de su- primentos em: SCAVARDA, Luis Felipe Roriz; HAMACHER, Sílvio. Evolução da cadeia de su- primentos da indústria automobilística no Bra- sil. Revista de Administração Contemporâ- nea, [s.l.] v. 5, n. 2, p.201-219, ago., 2001. FapU- NIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/ s1415-65552001000200010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pi- d=S1415-65552001000200010&script=sci_ arttext&tlng=es>. Acesso em: 1 nov. 2017. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552001000200010&script=sci_arttext&tlng=es http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552001000200010&script=sci_arttext&tlng=es http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552001000200010&script=sci_arttext&tlng=es Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica64/228 Ainda de acordo com Grant (2012, p.4), existe uma diferença tênue, mas conceitual entre a Logística e a Cadeiade Suprimentos. A Cadeia de Suprimentos trata dos assun- tos mais estratégicos, atua nas ligações da cadeia, dos contratos, seleção e desenvol- vimento dos fornecedores e a Gestão dos Fornecedores. Preocupa-se ainda com os fluxos financeiros, questões econômicas e meio ambiente, pode-se afirmar então que a Cadeia de Suprimentos é interempresarial. Enquanto a Logística teria com preocupa- ção básica as operações intra-empresarial, tendo um foco maior nos transportes inter- nos e externos, na armazenagem interna na empresa e nos centros de distribuição. Independente das definições apresenta- das e da divisão que possa existir, em nosso estudo não haverá a divisão inter ou intra- -empresarial, uma vez que o objetivo das empresas - através do conceito da Cadeia de Suprimentos - é reduzir custos e eliminar desperdícios Você agora irá entender o aspecto finan- ceiro das organizações no que diz respeito a compra, produção e venda dos seus produ- tos ou serviços. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica65/228 Figura 1- Financiamento da Produção Fonte: elaborado pelo autor. A Figura 1 mostra de maneira esquemática e temporal o funcionamento de uma empresa que adquire seus insumos, passa-o por todo o processo interno e posteriormente vende-se. Obser- Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica66/228 ve o tempo demandado entre o Pagamen- to dos insumos e o Recebimento da Venda, esse período é o chamado Financiamento da Produção ou seja, é o Valor Monetário que a empresa tem de disponibilizar ou ter em Caixa para garantir a entrega do produ- to ao cliente. Como reduzir o tempo de Financiamento de Produção? Essa é a pergunta que todas as organizações fazem e a resposta está na Cadeia de Suprimentos. Uma forma simplista seria aumentar o prazo de pagamento ao fornecedor, o que não te- ria resultados práticos, pois estaria reduzin- do a margem de lucro dele e a consequência seria sua falência ou ele aumentaria o preço para compensar a perda financeira. Reduzir o prazo de pagamento do cliente também não é uma boa saída, pois o mercado pode não aceitar e os concorrentes podem se aproveitar dessa situação. O que fazer? Inicialmente as organizações passaram a focar as operações intra-empresariais, fo- caram a redução do “Lead Time” de Produ- ção, a Redução dos Estoques e consequen- temente o tempo de Armazenagem, o tem- po demandado com o Recebimento e Inspe- ções e os tempos de Transporte. Acompa- nhando essa linha de raciocínio, você verá como as empresas disponibilizaram e dis- ponibilizam recursos objetivando a redução do Financiamento de Produção para com isso ganharem competitividade, mas obser- vará também que todos esses tópicos levam à Gestão de Fornecedores. Com a Gestão de Fornecedores, a empresa reduzirá os cus- Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica67/228 tos de transporte utilizando por exemplo o Sistema “Milk-Run”, ou seja, efetuando to- das as coletas de matéria-prima necessá- rias para o início de um processo produti- vo no mesmo dia; minimiza os trabalhos de inspeção de recebimento, uma vez que se exige uma qualidade do fornecedor; reduz ou elimina o trabalho de armazenagem e como consequência a Redução do Estoque, ganhando com o fluxo de caixa e área de es- tocagem e, ainda, quando mais evoluída a Gestão de Fornecedores, coloca o material diretamente na célula de produção. 1.1 Componentes da Cadeia de Suprimentos A Busca do equilíbrio do tripé (QUALIDA- DE – PREÇO – PRAZO), exigido pelos clien- tes e, consequente, competitividade, fez com as empresas repensassem seus Mode- los Administrativos fazendo da Cadeia de Suprimentos uma importante ferramenta. Somente com a interação perfeita dos elos (segmentos) da cadeia o sucesso é obtido, a utilização de sistemas de controle e fluxo de informações, como por exemplo o Enterpri- se Resource Planning (ERP) são vitais. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica68/228 Para saber mais ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING – SISTEMA DE GESTÃO EMPRESARIAL) – A evolução da Tecnologia da Informação permitiu que as empresas viessem a utilizar “softwares” cada vez mais completos, os anteriores ao “ERP” eram pacotes “fechados” para determinados setores ou áreas industriais isoladamente. O “ERP” diferenciou-se dos pacotes fechados uma vez que integra todos os setores da Empresa. A integração entre os setores Financeiro, Contratos, Recursos Humanos, Jurídico, Engenharia, Cadeia de Suprimentos, com todas as áreas pertinentes, importante frisar que quando o ERP trata a Cadeia de Suprimentos, não existe a separação de intra e interempresarial, conforme visto acima, pelo conceito de Grant (2012), os módulos tratarão inte- gradamente dos Estoques, Programação e Controle da Produção, Gestão de Compras, Gestão de Fornecedo- res, Gestão da Qualidade e Expedição, Análise de Riscos e Manutenção. Link Veja mais sobre as vantagens de implementação de um sistema ERP em: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 25, 2005, Porto Alegre. Avaliação dos benefícios obtidos com a implementação de um sistema de gestão empresarial: um estudo de caso em uma empresa brasileira. Porto Alegre: Abepro, 2005, 7p. Disponível em <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2005_Enegep0901_0491.pdf>. Aces- so em 1 nov. 2017. http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2005_Enegep0901_0491.pdf Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica69/228 De uma forma macro, os elos da Cadeia de Suprimentos podem ser segmentados em: • Demanda. • Planejamento e Controle da Produção. • Produção. • Armazenagem. • Fornecedores. • Clientes. 1.1.1 Demanda Demanda pode ser interpretada ou defini- da como sendo o desejo ou a capacidade do cliente ou mercado em adquirir um produto ou serviço. Kotler (2012) pontuou que a De- manda pode ser dividida em três níveis: • Níveis de Produto – Item, Classe, Linha de Produto, Vendas da Empresa e Ven- das do Segmento. • Níveis de Local – Cliente, Território, Região, País, Mundo. • Níveis de Tempo – Curto, Médio e Lon- go Prazo. Nesses “Níveis”, a mensuração da Demanda deverá, entre outros fatores, levar em con- sideração: • Vendas passadas. • Novos produtos. • Produtos Substitutos. • Situação Econômica do País ou Região Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica70/228 Cabe lembrar que a acuracidade da previsão da Demanda é inversamente proporcional ao Tempo, quanto maior o seu horizonte, ou seja, a longevidade futura, menor a precisão 1.1.2 Planejamento e Controle de Produção As atividades do Planejamento e Contro- le de Produção tem início no momento que a Demanda é definida, daí a importância da sua acuracidade. A principal ferramen- ta atualmente utilizada no Planejamento e Controle da Produção é o Manufacturing Resources Planning – Planejamento de Re- cursos da Manufatura (MRP II). Essa ferra- menta, tendo como base o “BOM” (“Bill OF Material” – Lista de todos os itens e partes necessárias para a produção de um deter- minado produto em sua quantidade unitá- ria) executará a chamada “ Capacidade de Produção”, como mostrada na Figura 2. Link Veja mais sobre a importância do MRP nas orga- nizações em: HEIDRICH, Paulo H. L. Contribuição do MRP na Gestão Estratégica da Manufatura. II Simpósio de Excelência em Gestão de Tecnolo- gia, p. 969-977, 2005. Disponível em: <http:// eng.aedb.br/seget/artigos05/345_resende1. pdf>. Acesso em 1 nov. 2017 http://eng.aedb.br/seget/artigos05/345_resende1.pdf http://eng.aedb.br/seget/artigos05/345_resende1.pdf http://eng.aedb.br/seget/artigos05/345_resende1.pdf Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica71/228 Figura 2 – Capacidade de Produção Fonte: elaborado pelo autor. Tendo um fluxo as informações referente ao potencial de máquinas e equipamento instalados (Capacidade Instalada), a quantidade pessoas disponíveis nos respectivos postos de trabalho requerida para a produção (Mão de Obra Disponível), comparando a quantidadede matéria-pri- ma e partes necessárias para executar a produção com as existentes no estoque (Matéria-prima Disponível) e a existência de Recursos Financeiros para fazer frente ao processo (Recursos Finan- ceiros), o Sistema “MRP II” executará a Capacidade de Produção, definindo o fluxo das operações, seus prazos de execução, bem como todo o material faltante que deverá ser adquirido. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica72/228 1.1.3 Produção No Livro A Mentalidade Enxuta nas Empre- sas “Lean Thinking”, de James P. Womack e Daniel T. Jones, fez referência ao termo “Lean Manufacturing” (Produção Enxuta), atraindo a atenção de inúmeros estudio- sos e responsáveis pela produção de suas respectivas empresas, uma vez que se re- lacionava com o Modelo de Produção Japo- nês (Sistema Toyota de Produção), visto que muitas empresas que migraram para esse sistema tiveram desastrosas experiências. A implementação do sistema de Produção Enxuta (Produção Lean) fundamenta-se em oito princípios básicos: Estabilidade; Sis- tematização do Trabalho; Fluxo Contínuo; Melhoria Contínua; Processos “Pull”; Redu- ção de Perdas; Flexibilização; e Parcerias. Link Veja mais sobre a Contribuição da Produção En- xuta para obtenção da Produção mais Limpa em: ELIAS, Sérgio José Barbosa; MAGALHÃES, Liciane Carneiro. Contribuição da Produção Enxuta para obtenção da Produção mais Limpa. Revista Pro- dução Online, [s.l.], v. 3, n. 4, p.1-8, 19 mar. 2003. Associação Brasileira de Engenharia de Produção - ABEPRO. Disponível em: <https://www.produ- caoonline.org.br/rpo/article/view/577/623>. Acesso em: 1 nov. 2017. https://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/577/623 https://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/577/623 Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica73/228 Esses oito princípios por si só não garan- tem a implementação e funcionamento do sistema de Produção Enxuta, é fundamen- tal também que se implante os chamados conhecimentos da “Dinâmica do Sistema”. Essa Dinâmica é o processo de realimenta- ção das informações referentes a atrasos, estoques, paradas não programadas etc. Em complemento aos Princípios e à “Di- nâmica do Sistema”, outros programas de apoio devem também interagir, tais como: Grupos de trabalho; “Lay-Out” Celular; Seis Sigma; Redução dos Estoques; Just in Time; e Kanban. 1.1.4 Estoques O termo “Redução de Estoque” foi objeto de comentários em todos os Temas até o momento apresentado, dada a sua impor- tância na saúde financeira da organização. A Figura 3 mostra esquematicamente sua composição. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica74/228 Figura 3 – Esquematização dos Estoques Fonte: elaborado pelo autor. Dentro da Produção Enxuta, o valor do material em estoque não é o fator primordial, mas, sim, o “TEMPO de ESTOCAGEM”, período em que o material disponível em estoque está sem movimen- tação, esteja ele em qual estoque estiver. No Estoque de Matéria-prima, a sua redução está di- retamente ligada à Gestão de Fornecedores que visa qualidade assegurada e confiabilidade nos prazos de entrega entre outras vantagens, a redução do “Lead Time”, tempo de Recebimento (documentação e inspeção) e tempo de Manuseio e Armazenagem garantem o início do proces- so de redução do Estoque. Assim a Gestão de Fornecedores é primordial para tal redução, seja pela qualidade garantida do material adquirido ou ainda pela “ida” da matéria-prima diretamente ao posto de trabalho, mas cabe lembrar aqui que a eliminação de gargalos e implementação de fluxos contínuos são fun- damentais. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica75/228 Muitas são as razões para que se mantenha estoques altos, em todas elas você encon- trará uma causa a ser combatida para se obter o efeito desejado, a Redução do Esto- que. Numa sociedade cada vez mais competi- tiva onde a busca de soluções e alternati- vas visando a redução dos preços de venda com margens de lucro sustentáveis, a Re- dução dos Estoques, a Gestão de Fornece- dores associadas às melhorias de Produção é importante para que as margens de lucro sustentáveis possam ser obtidas através de Parcerias com os Fornecedores, em que as partes participam ativamente do negócio com melhorias contínuas e preços previa- mente acordados. 1.1.5 Fornecedores Elemento fundamental em toda a Cadeia de Suprimentos, a inclusão do fornecedor den- tro da “estrutura organizacional”, ou seja, quando se passa a fazer da empresa e não mais ser tratado como elemento estranho a ela, ajudará a garantir a competitividade e sustentabilidade. A Gestão de Fornecedores promoverá a redução dos estoques através da credibilidade nos prazos de entrega; da Garantia da Qualidade, reduzindo ou eli- minando as inspeções de Recebimento, dependendo do estágio da integração do fornecedor dentro da cadeia de suprimen- tos, ou seja, da confiabilidade já deposita- da; Transporte interno e armazenagem; e o mais fundamental, através dos acordos de Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica76/228 fornecimento um preço Justo, com a políti- ca do Ganha-Ganha, em que se garante aos parceiros uma Margem de Lucro Sustentá- vel, tornando as empresas Competitivas. 1.1.6 Clientes Você pôde estudar nos Temas anteriores as grandes mudanças nos Modelos de Gestão Administrativa ou Empresariais. Observou também que a partir da segunda metade do século passado o cliente passou a ter voz ativa no momento da escolha do produto ou serviço, fazendo com que as empresas pas- sassem a pensar de uma forma mais com- petente para poder enfrentar a concorrên- cia. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica77/228 Glossário Cadeia de Suprimentos: Modelo organizacional de gerenciamento de negócios sob o ponto de vista da aquisição de insumos, produção e clientes. Produção Enxuta (Lean Manufacturing): Modelo de gestão de produção com aplicação, entre outros, do conceito das Sete Perdas de Ohno e Zero Defeitos. Redução de Estoques: Gestão Administrativa que busca através de soluções confiáveis diminuir os estoques e melhorar o desempenho financeiro das organizações. Gargalo de Produção: é um ponto de Estrangulamento ou Restrição que provoca a quebra total ou parcial do fluxo produtivo por não garantir a mesma produtividade das outras máquinas ou equipamentos. Questão reflexão ? para 78/228 Ao longo deste Tema e nos anteriores, você teve opor- tunidade de observar que competitividade entre as or- ganizações está cada vez mais acirrada, novos concei- tos administrativos são colocados em prática, visando torná-las mais competentes. Baseado nos conceitos estudados, quais deles você colocaria em prática em sua organização para torna-la mais competente e com- petitiva. 79/228 Considerações Finais • Você relembrou os conceitos principais sobre a cadeia de suprimento e sua importância na gestão dos fornecedores. • Viu os principais elementos sobre a cadeia de suprimentos e como os for- necedores, hoje em dia, são um dos conceitos essenciais para o desenvolvi- mento de uma boa cadeia. Unidade 3 • Segunda e Terceira Leis da Termodinâmica80/228 Referências CARVALHO, José Meixa Crespo. Logística. 3° ed. Lisboa: Edições Sílabo. 2002. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Ed. Pearson, 1998. TUBINO, Dalvio Ferrari. Manufatura enxuta como estratégia de produc ̧ão. São Paulo: Atlas, 2015. WOMACK, James P.; JONES, Daniel T. A mentalidade enxuta nas empresas Lean Thinking, São Paulo: Ed. Campos, 2004. 81/228 1. Conceitualmente a Cadeia de Suprimentos é composta de? a) Fornecedores, Estoques, Produção, Clientes. b) Fornecedores, Estoques, Produção, Clientes e Logística Reversa c) Fornecedores, Estoques, Clientes, Logística Reversa d) Fornecedores, Empregados, Produção, Clientes. e) Estoques, Produção, Clientes, Logística Reversa Questão 1 82/228 2. Para reduzir os custos inerentes ao Financiamento da Produção, qual das alternativas abaixo
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