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Instrumentalização do Cuidar em Enfermagem I Profa.Dra. Raphaela Alves OXIGENOTERPIA PROCEDIMENTOS RELACIONADOS AO SISTEMA RESPIRATÓRIO • A vida humana depende da troca sistematizada de gases, realizada pelo sistema respiratório. A respiração é realizada por dois movimentos: a inspiração e a inspiração, que correspondem à expansão e o relaxamento da musculatura pulmonar e da parede torácica. • A respiração mantém o padrão ininterrupto , variando de 12 a 20 respirações por minuto no adulto, é responsável pela absorção de oxigênio pelas células e a eliminação do gás carbônico pelos pulmões • O ar entra pelo nariz, onde é purificado e aquecido. Passa pela faringe, laringe e segue pela traqueia, brônquios e bronquíolos. • Os brônquios e bronquíolos são revestidos de cílios que realizam o movimento de varredura , retirando assim o muco e substancias estranhas ao pulmão. • O ar chega aos alvéolos, havendo ai troca gasosa entre oxigênio e gás carbônico. • A manutenção da permeabilidade das vias áreas tem sido o maio desafio e o principal objetivo na assistência de enfermagem a pacientes intubados e em ventilação artificial. • Dentre as medidas de enfermagem que asseguram essa permeabilidade, a aspiração de vias aéreas é considerada um procedimento necessário e rotineiro, contudo, não é isento de riscos. • Risco relacionados a aspiração: arritmias, laringoespasmo, traumatismo da mucosa traqueal, microatelectasias, hipoxemia, instauração de oxigênio, bradicardias, hipertensão arterial, aumento da pressão intracraniana, infecções, ansiedade, alterações na pressão parcial de gás carbônico, cianose, broncoconstrição e parada cardíaca. Aspiração aberta OXIGENOTERAPIA • Consiste na administração de oxigênio, como forma terapêutica, numa concentração de pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio. Administração de oxigênio acima da concentração do gás ambiente (FiO2 21%) OBJETIVOS DA OXIGENOTERAPIA • Corrigir e reduzir os sintomas relacionados à hipoxemia e melhorar a Difusão do O2. • Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com dificuldades de transporte de O2 ; • Facilitar a absorção de ar das cavidades orgânicas; • Minimiza a carga de trabalho cárdio-pulmonar. • Manter PaO2 entre 80-100mm Hg Sat O2 de 90 a 100%. HIPOXEMIA • Falta ou entrega reduzida de O2, acarretando PaO2 < 60 mm Hg ≈ Sat O2 < 90% • Sinais clínicos de Hipoxemia • Agitação; • Cianose de extremidades ou central; • Sat. de O2 < 90%. • PaO2 < 60 mmHg. EFEITOS DO OXIGÊNIO • Melhora da troca gasosa; • Vasodilatação arterial pulmonar; • Baixa resistência arterial pulmonar; • Baixo DC; • Baixa sobrecarga de trabalho cardíaco; • Vasoconstricção sistêmica. NEBULIZAÇÃO E INALAÇÃO • Administração de oxigenoterapia, nebulização e inalação • Quase sempre é realizado a administração de oxigênio. Antibióticos são administrados para combater infeção e broncodilatadores são utilizados para dilatar vias aeres • DEFINIÇÃO • O tratamento do sistema respiratório através do oxigênio. • A terapia da oxigenoterapia é uma terapia com adm. de oxigênio com concentração superior à do ambiente para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia. • O oxigênio é utilizado para combater anoxia (diminuição do fornecimento de o2 para tecidos e células). • SINAIS DE HIPOXIA • Respiratórios- respiração acelerada (taquipneia), forçada, cianose progressiva de face • Cardíacos- Taquicardia ou bradicardia e hipotensão • Neurológicos- inquietação, confusão, ,cansaço, convulsão, face hipocorada, sudorese. • INDICAÇÃO • Combater deficiência de O2 • Auxiliar na administração de medicamentos no trato respiratório • Facilitar a expectoração • Diminuir o processo inflamatório. CATETER NASAL • É administração de medicamentos pelo cateter nasal • Cateter nasal simples ou unilateral- introduzido em uma narina até atingir a cavidade orofaríngea. • Cateter nasal do tipo óculos ou bilateral- instalado diretamente na narina esquerda e direita •OBETIVO • Aumentar a concentração de ar respirado • Melhorar desconforto respiratório • Auxiliar no tratamento de patologias do sistema respiratório MATERIAIS NECESSÁRIOS • Cateter nasal n0 6 ou 8 • Umidificador de oxigênio • Extensão estéril • Fluxômetro de oxigênio (verde) • Gazes umedecidos com SF a 0,9% • Esparadrapo • Água destilada • Soro fisiológico 1ampola • Luvas de procedimento • Identificação para colocar no frasco do umidificador • Cotonete • Recipiente para o lixo PROCEDIMENTO • Ler a prescrição médica • Orientar e comunicar o cliente ou acompanhante • Reunir o material • Higienizar as mãos • Calcar luvas de procedimento • Colocar água destilada no frasco do umidificador • Cabeceira elevada • Conectar o umidificador à rede de oxigênio através do fluxômetro • Conectar a extensão ao umidificador , mantendo a outra extremidade protegida • Limpar a narina do cliente com gazes embebecida de soro com auxilio de um cotonete • Para cateter simples: medir a externamente distancia entre a ponta do nariz e lobo do orelha e demarcar a medida com esparadrapo • Fixar o cateter no nariz com fixação esparadrapo ou micropore • Para cateter do tipo óculos colocar na narina e ajustar a face do cliente • Abrir o Fluxômetro na quantidade de oxigênio de acordo com a prescrição medica • Identificar o umidificador: data e hora • Recolher o material e deixar o cliente confortável • Retirar as luvas de procedimento • Higienizar as mãos • Checar o procedimento na prescrição • Carimbar e assinar • RETIRAR O CATETER DE O2 • Verificar indicação de retirada • Fechar a válvula de oxigênio • Desconectar a extensão do cateter • Retirar a fixação do esparadrapo com SF • Limpar as narinas do cliente • Deixar o cliente confortável e o ambiente em ordem • Anotar a hora, o procedimento, carimbar e assinar OBSERVAÇÕES- OXIGENOTERAPIA POR CATETER NASAL • Observara para que o cateter não obstrua com secreção • Trocar o cateter diariamente • Administra O2 sempre umidificado • Manter o nível de água no frasco do umidificador, trocar a agua destilada diariamente • Fazer higiene nasal a cada 08 horas com SF • Lubrificar a narina do cliente após retirada do cateter • O frasco umidificador, ao ser instalado deve está identificado: data, hora, nome do funcionário, a ponta da extensão não pode ficar exposta, sempre protegida. OXIGENOTERAPIA POR INALAÇÃO • É a administração de substancias medicamentosas pelas vias respiratórias através do inalador • OBJETIVOS • Umidificar vias aéreas • Fluidificar secreções • Auxiliar no tratamento de patologias do trato respiratório • Estimular, tosse e expectoração • MATERIAIS NECESSÁRIOS • Inalador com fio extensor • Fluxômetro de O2 (verde) • Medicamentos prescritos • Lenços de papel • identificação do inalador: data, hora, nome do profissional PROCEDIMENTO • Ler a prescrição médica • Fazer o rótulo • Higienizar as mãos • Preparar o inalador com a medicação • Reunir o material • Orientar e comunicar o cliente ou acompanhante • Cabeceira elevada - Fowler • Conectar o umidificador à rede de oxigênio através do Fluxômetro • Abril a válvula do Fluxômetro, de acordo com a prescrição • Orientar o cliente a segurara o inalador e proteger seu tórax com uma toalha seca ou lenço de papel • Ao termino fechar a válvula de fluxo • Retirar o inalador e levar para o expurgo • Higienizar aos mãos • Checar prescrição • Realizar anotações de enfermagem, assinar e carimbar NEBULIZAÇÃO CONTINUA COM MASCARA DE VENTURI OU TRAQUEIA • Consiste na administração de oxigênio umidificado através da via respiratória, utilizando o nebulizador com traqueia e mascara de venturi . • MATERIAIS • Nebulizador plástico • Extensão corrugada – traqueia • Mascara com cadarço • Fluxômetro de O2 • Água destilada estéril • Etiqueta de identificação • Luvas de procedimento PROCEDIMENTO• Ler a prescrição médica • Fazer o rótulo • Reunir o material • Orientar e comunicar o cliente ou acompanhante • Higienizar as mãos • Adaptar o umidificador ao Fluxômetro, uma extremidade de extensão corrugada, ao umidificador e a outra na mascara, verificar a válvula controladora de concentração apropriada ou indicada • Calcar luva de procedimento • Cabeceira elevada – Fowler • Abrir o Fluxômetro que regula a quantidade de oxigênio em litros por minuto • Colocar a máscara na face do cliente • Manter unidade em ordem • Retirar as luvas • Higienizar aos mãos • Checar prescrição • Realizar anotações de enfermagem, assinar e carimbar OBSERVAÇÕES • Se o cliente apresentar inquietações comunicar ao enfermeiro ou médico • Nunca deixar o umidificador sem água ou abaixo do nível indicado • Nunca completar a água do umidificador, jogar fora e colocar agua destilada nova • O sistema do umidificador deve ser trocado a cada 24 horas • Retirar acúmulo de agua no tubo da extensão SISTEMA DE BAIXO FLUXO • O fluxo de O2 é menor que a demanda do paciente; • Há diluição do gás inspirado; • Fornece FiO2 baixa e variável dependendo do VC. CÂNULA NASAL; CATETER NASAL CATETER TRATRAQUEAL; MÁSCARA FACIAL SIMPLES. COMO TITULAR A FIO2 NOS SISTEMAS DE BAIXO FLUXO FIO2- frequência INSPIRATÓRIA DE O2 PAINEL DE GASES MEDICINAIS/ RÉGUA MODOS DE ADMINISTRAÇÃO • 1. Sistemas de baixo fluxo; • 2. Sistemas de alto fluxo; • 3. Sistemas com reservatório. SISTEMAS DE BAIXO FLUXO CÂNULA NASAL • Empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de O2. FiO2 de 0.24 a 0.40 SISTEMAS DE BAIXO FLUXO CÂNULA NASAL • 1- Vantagens: - Conforto e comodidade; - Economia, não necessita ser removida; - Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos; - Facilidade de manter em posição. 2- Desvantagens: - Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais; - Concentração de O2 inspirada desconhecida; - De pouca aceitação por crianças pequenas; - Não permite nebulização. SISTEMAS DE BAIXO FLUXO MÁSCARA FACIAL SIMPLES • Empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. Serve como veículo para administração de medicações inaláveis e umidificar as vias aéreas. SISTEMAS DE BAIXO FLUXO MÁSCARA FACIAL SIMPLES • 1- Vantagens: -Respiração nasal e oral; -Veículo para administração de medicações inalatórias; -FiO2 de 0.40 a 0.60 2- • Desvantagens: -Dificulta comunicação oral; -Dificuldade para beber e comer -Evitar uso prolongado, devido lesões por pressão; SISTEMAS DE ALTO FLUXO • Fornece O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente; FiO2 fixa; Utiliza orifícios de tamanhos diferentes com fluxos de O2 variáveis para ajuste da FiO2. SISTEMAS DE ALTO FLUXO-Fornece O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo SISTEMAS DE ALTO FLUXO SITEMA DE VENTURI • SITEMA DE VENTURI Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de oxigênio, sem considerar a profundidade ou frequência da respiração. • 1-características: -Não ocluir a região do anel de arrastemento; - Titular o fluxo em lpm compatível com a FiO2 designada em cada adaptador (FiO2 0.24 a 0.50); SISTEMAS COM RESERVATÓRIO • Coletam e armazenam O2 entre as inspirações do paciente; • O paciente utiliza o suprimento de reserva quando seu fluxo inspirtório for maior que o fluxo de O2; • Oferecem FiO2 maiores que os sistemas de baixo fluxo • SISTEMAS COM RESERVATÓRIO • Máscara simples;- •Máscara de reinalação parcial; •Máscara de não reinalação. SISTEMAS COM RESERVATÓRIO • 1) O corpo da máscara coleta e armazena oxigênio entre as inspirações do paciente. 2) Variações de fluxo de 5 à 12 lpm. 3) Fornece FiO2 variavéis: - Fluxo de entrada; - Coletor da máscara; - Padrão ventilatório.Máscaras simples / reservatório 100 / 200 ml. SISTEMAS COM RESERVATÓRIO • Máscara de reinalação parcial; • Sem válvula anti-retorno • FiO2 de 60 – 80% • Reinalação parcial do CO2 expirado no reservatório; • Máscara de não reinalação • Com Válvula anti-retorno • FiO2 de até 90% • Não há reinalação do CO2 expirado INDICAÇÃO • respiração ruidosa • dificuldade ou impossibilidade de respirar estando deitado • saturação menor que 90% com FiO2 maior que 0,4 • taquipneia e ou taquicardia • batimentos de asa de nariz (é mais raro no cliente adulto) • tiragem supraclavicular e intercostal (manifestação visual da insuficiência respiratória), ou seja, usa a musculatura acessória para respirar. • cansaço e/ou agitação • sinais de desorientação, que antes não apresentava • cianose (sinal tardio de hipóxia). MATERIAS Agua destilada, umidificador, mangueira, mascara CUIDADOS DE ENFERMAGEM • Higienizar aos mãos • Verificar sinais vitais antes e depois a oxigenoterapia • Observar sinais de complicações como distensão gástrica, obstrução nasal e lesão de septo • Verificar o perfeito funcionamento do sistema • Manter nível de umidificação e aquecimento dos gases em temperatura ideal • Verificar correto percentual do oxigênio • Usar agua destilada sempre • Rotular frasco com data e hora • Acomodar o paciente em posição de Fowler • Fazer higienização após oxigeno terapia • Registrar o procedimento ASPIRAÇÃO DE SECREÇÃO • É um procedimento utilizado para remover secreções do trato respiratório superior ou cavidade oral através da sucção por cateter • OBJETIVOS • Manter vias aéreas livres • Retirar secreções do trato respiratório ou boca sem traumatismo • Prevenir e tratar infecções respiratórias e vias aéreas superiores e inferiores • TIPOS • Cavidade oral, nasal, orotraqueal e traqueostomia. MATERIAIS NECESSÁRIOS • Aspirador( extensão de gazes ou portátil) • Frasco coletor e extensor • Cateter de aspiração (n0 8 a 12 adulto) • Frasco com agua destilada ou SF- ampola • Luva estéril ou de procedimento • Forro impermeável ou tolha • Equipamentos de proteção individual • Kit de nebulização se for necessário • Gazes • Ambú • Seringa de 3 a 5 ml com água destilada • Cotonetes RESOLUÇÃO COFEN Nº 0557/2017 Normatiza a atuação da equipe de enfermagem no procedimento de Aspiração de Vias Aéreas. • RESOLVE: • Art. 1º Aprovar, no âmbito da Equipe de Enfermagem, o procedimento de Aspiração de Vias Aéreas, conforme o descrito na presente norma. • Art. 2º Os pacientes graves, submetidos a intubação orotraqueal ou traqueostomia, em unidades de emergência, de internação intensiva, semi intensivas ou intermediárias, ou demais unidades da assistência, deverão ter suas vias aéreas privativamente aspiradas por profissional Enfermeiro, conforme dispõe a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem. PROCEDIMENTO • Ler e verificar prescrição • Propiciar tranquilidade e promover cooperação do cliente • Informar ao cliente sobre o procedimento • Reunir o material • Higienizar aos mãos • Decúbito elevado • Colocar toalha ou forro sobre o tórax • Testar e ajustar o aspirador para pressão apropriada (vácuo)- 80 a 120 mmHg para adultos • EPI • Abrir embalagem de aspiração sem contaminar, colocá-lo na extensão • Abrir frasco de água destilada • Manter todo o cateter na embalagem estéril • Calçar luva de procedimento na mão não dominante e depois a estéril na mão dominante • Expor o cateter e segurá-lo com a mão dominante • Umedecer o cateter com água destilada mergulhando no frasco e verificando o funcionamento da pressão devida • Calcular a distancia do lóbulo da orelha até a narina, inserir delicadamente o cateter com a sucção desligada, deslizar o cateter sem forçar, através da base da narina em direção a traqueia, para aspirar a nasofaringea. Ou inserir o cateter pelo lado da boca, em direção a traqueia para aspirar a orofaríngea. • Aplicar sucção em movimentos circulares • Não permitir a a aspiração continue pormais de 10 a 15 segundo • Irrigar o cateter com água destilada e repetir o procedimento. Com intervalo de no mínimo de 20 a 30 segundos, adiciona se for necessário de acordo com a tolerância do cliente • As narinas devem ser alternadas quando uma aspiração repetida for requerida • Desligar o aspirador e desconectar da extensão • Proteger extremidade da conexão • Procedimento concluído, acomodar o cliente • Higienizar as mãos • Registra o procedimento, quantidade e aspecto da secreção e possíveis intercorrencias
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