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@molarazul Sumário CAPÍTULO 1 Princípios da cirurgia …......................................................... 05 CAPÍTULO 2 Instrumentação para cirurgia oral básica ………………….. 09 CAPÍTULO 3 Técnicas de extração fechada com o uso de fórceps Incisivos ……………………………………………………………………..… 24 Caninos ...…………………………………………………………………….. 25 Primeiro Pré-Molar ……..……………………………………………… 26 Segundo Pré-Molar …………………………………………………….. 27 Molares …………………………………………………………………………. 28 Dentes Mandibulares Dentes anteriores …………………………………………………………. 29 Pré- Molares …………………………………………………………………. 30 Molares ………………………………………………………………………….. 31 REFERÊNCIAS ……………………………………………………………… 32 3 @molarazul 4 @molarazul Princípios da cirurgia Técnica asséptica A técnica asséptica inclui minimizar a contaminação do corte através de micróbios patogênicos.. Incisões É importante lembrar alguns princípios básicos ao realizar incisões. - O primeiro princípio é que deve ser usada uma lâmina afiada de tamanho apropriado. - O segundo princípio é que um golpe firme e contínuo deve ser usado ao fazer uma incisão. - O terceiro princípio é que o cirurgião dentista deve cuidadosamente evitar cortar estruturas vitais ao fazer uma incisão. - O quarto princípio é que incisões em superfícies epiteliais, que o cirurgião dentista planeja aproximar, devem ser feitas com a lâmina em posição perpendicular à superfície epitelial. Planejamento do retalho Retalhos cirúrgicos são feitos para conseguir acesso cirúrgico a uma área ou para mover o tecido de um local para outro. - Prevenção de Necrose no Retalho (1) O cume (ponta) do retalho não deve nunca ser maior que a base, a não ser que a artéria principal esteja presente na base. (2) Geralmente, o comprimento de um retalho deve ter não mais que duas vezes a largura da base. (3) Quando possível, um fornecimento de sangue axial deve ser incluído na base do retalho. (4) A base dos retalhos não deve ser excessivamente torcida, esticada ou apertada com qualquer coisa que possa danificar os vasos, pois essas manobras podem comprometer a alimentação de suprimento de sangue e drenar o retalho, assim como os delicados linfáticos. 5 @molarazul Prevenção de Deiscência do Retalho A deiscência (separação) da margem do retalho é prevenida pela aproximação das bordas do retalho sobre o osso saudável, ao manusear gentilmente as bordas do retalho, e não colocando o retalho sobre pressão. Prevenção da Dilaceração do Retalho É preferível criar um retalho no começo da cirurgia que seja grande o suficiente para o cirurgião-dentista evitar rompimento forçado ou interromper a cirurgia para estender a incisão. Se um retalho de envelope não oferecer acesso suficiente, outra incisão (relaxante) deve ser feita para prevenir a dilaceração do retalho. Hemostasia Prevenção de perda excessiva de sangue durante a cirurgia é importante para preservar a capacidade de armazenar oxigênio do paciente. - O primeiro é auxiliando mecanismos hemostáticos naturais. Geralmente realizado utilizando uma gaze estéril para colocar pressão nos vasos que estão sangrando ou colocando um hemostático em um vaso. - Um segundo meio de obter hemostasia é pelo uso do calor para fundir a ponta dos vasos cortados (coagulação térmica). - O terceiro meio de ministrar hemostase cirúrgica é através de ligadura (suturas). - O quarto meio para ministrar hemostase é colocar no corte substâncias de vasoconstrição, tais como, epinefrina, ou aplicar pró-coagulantes, tais como trombina ou colágeno no corte. Manejo do espaço Morto Espaço morto em um corte é qualquer área que permanece desprovida de tecido após o fechamento do corte. Pode ser eliminado de quatro formas: (1) A primeira é suturar os planos teciduais juntos para minimizar o vácuo pós-operatório. (2) A segunda forma é colocar um curativo compressivo sobre o corte reparado. (3) A terceira forma de eliminar espaço morto é colocar uma vedação no vácuo até que o sangramento pare e então remover a vedação. (4) A quarta forma de evitar espaço morto é o uso de drenagem, por eles 6 @molarazul mesmos, ou com adição de curativos compressivos. Descontaminação e debridamento Bactérias invariavelmente contaminam todos os cortes abertos em um ambiente externo ou oral. A irrigação, particularmente quando feita sobre pressão, desaloja bactérias e outros materiais externos, e os enxagua para fora do corte. A irrigação pode ser feita forçando grandes volumes de fluido sob pressão no corte. Embora soluções contendo antibióticos possam ser usadas, a maioria dos cirurgiões usam simplesmente soro fisiológico esterilizado ou água esterilizada. Debridamento do corte é a remoção cuidadosa de tecido severamente isquêmico e necrosado, e material externo do tecido lesado que impedia o corte de cicatrizar. Em geral, o debridamento é usado somente durante tratamento de cortes ocorridas traumaticamente ou para dano severo no tecido causado por uma condição patológica. Controle de edema Edema é um acúmulo de fluido no espaço intersticial devido à transudação de vasos danificados e obstrução linfática pela fibrina. Duas variáveis ajudam a determinar o grau de edema pós-cirúrgico: (1) Quanto maior a quantidade de lesão tecidual maior a quantidade de edema; (2) Quanto mais solto o tecido conjuntivo contido na região lesionada, maior o edema O cirurgião-dentista pode controlar a quantidade de edema pós- cirúrgico realizando a cirurgia de modo a minimizar lesões no tecido. Alguns acreditam que aplicação de gelo em uma área recém-ferida reduz a vascularidade e assim diminui a transudação e o edema. No entanto, nenhum estudo controlado verificou a eficácia desta prática. Os corticosteróides são úteis para controle de edema somente se a administração for iniciada antes que o tecido seja lesionado. 7 @molarazul 8 @molarazul Instrumentação para Cirurgia Oral Básica O objetivo deste capítulo é apresentar os instrumentos comumente necessários para realizar extrações dentárias de rotina e outras intervenções cirúrgicas orais básicas. Incisando o tecido Muitos procedimentos cirúrgicos começam com uma incisão. O instrumento básico para fazer incisões é o bisturi, composto por um cabo reutilizável e por uma lâmina afiada, esterilizada e descartável. O cabo mais comumente usado para a cirurgia oral é o de nº 3. - A lâmina de bisturi nº 15 é a mais usada para a cirurgia intraoral, ela é pequena e usada parafazer incisões em torno dos dentes e nos tecidos moles. - A lâmina de nº 10 usada para grandes incisões na pele em outras partes do corpo. - A lâmina nº 11 é uma lâmina pontiaguda usada principalmente para fazer pequenas incisões e também para incisar um abscesso. - A lâmina em forma de gancho nº 12 é útil para procedimentos nas áreas mucogengivais em que as incisões são feitas sobre as faces posteriores dos dentes ou na área da tuberosidade Quando se utiliza o bisturi para fazer uma incisão, o cirurgião-dentista segura-o normalmente como se fosse uma caneta 9 @molarazul Elevando o mucoperiósteo Quando é feita uma incisão através do periósteo, de preferência, este deve ser rebatido em uma única camada, com um descolador periosteal. - O descolador periosteal Molt nº 9 é o instrumento mais comumente usado em cirurgia oral. Este instrumento tem uma afiada extremidade pontiaguda e uma ponta arredondada mais ampla. A extremidade pontiaguda é utilizada para iniciar a elevação do periósteo e rebater papilas entre os dentes, e a ampla extremidade arredondada é usada para continuar o descolamento do periósteo do osso. Afastando o tecido mole Uma variedade de afastadores foi projetada especificamente para afastar a bochecha, língua e retalho mucoperiosteal para fornecer acesso e visibilidade durante a cirurgia. Os dois afastadores de bochecha mais populares são: (1) o afastador de Austin de ângulo (2) afastador de Minnesota de ampla compensação . O instrumento mais utilizado para afastar a língua durante a exodontia de rotina é o espelho bucal. Isso geralmente faz parte do uso habitual. O espelho pode ser também utilizado como um afastador de língua e bochecha. O afastador de língua de Weider é um amplo afastador, em forma de coração, que é serrilhado de um lado de modo que possa afastar a língua de forma mais firme e recolhê-la para a posição medial e anterior . Quando este afastador é utilizado, o cuidado deve ser tomado para não posicioná-lo tão posteriormente, a ponto de provocar náusea, ou empurrar a língua para a orofaringe 10 @molarazul Apreendendo o tecido mole As pinças para tecido mais comumente utilizadas é a pinça de Adson. São pinças delicadas, com ou sem pequenos dentes nas pontas, que pode ser usada para segurar o tecido e assim suavemente estabilizá-lo. A pinça de Stillies (B - superior) é maior do que a pinça de Adson e é usado para manipular tecido na face mais posterior da boca. As pinças de apreensão (B - inferior) são fórceps angulares usados para pegar pequenos objetos na boca ou do suporte da bandeja. Em alguns tipos de cirurgia, especialmente quando se removem grandes quantidades de tecido ou se fazem biopsias, necessita-se de pinças com travas nos cabos e dentes que vão apreender o tecido firmemente. Nesta situação, as pinças de Allis para tecidos são utilizadas. A pinça de Allis nunca deve ser usado no tecido que será deixado na boca, porque eles causam uma quantidade relativamente grande de destruição de tecido como resultado de lesão por esmagamento . Controle de hemorragias Quando se fazem incisões através dos tecidos, pequenas artérias e veias são incisadas, causando hemorragia, mas para a maioria das cirurgias dentoalveolares, a pressão sobre a ferida geralmente é suficiente. Ocasionalmente, a pressão não para o sangramento de uma artéria ou veia maior. Quando isto ocorre, um instrumento chamado de pinça hemostática é útil. Hemostáticos vêm em várias formas, podem ser pequenos e delicados ou maiores, lineares ou curvos. A pinça hemostática mais comumente usada em uma cirurgia é a curva. 11 @molarazul A pinça hemostática tem bicos longos e delicados usados para apreender tecido e um cabo com cremalheira. O mecanismo de cremalheira permite ao cirurgião-dentista fixar a pinça hemostática num vaso e, em seguida, deixe de manusear o instrumento, que permanecerá preso no tecido. Isso é útil quando o cirurgião-dentista pretende colocar uma sutura em torno do vaso ou cauterizá-lo (usar o calor para selar o vaso fechado). Removendo o osso ➔ Pinças-goivas O instrumento mais utilizado para a remoção de osso em uma cirurgia dentoalveolar é a pinça-goiva. Este instrumento tem lâminas afiadas que são espremidas juntas pelos cabos, ao cortar ou beliscar o osso. Os dois principais modelos das pinças-goivas são: (1) De corte lateral. (2) De corte lateral e terminal. ➔ Broca e Peça de Mão Outro método para a remoção de osso é o uso de uma broca em uma peça de mão. Esta é a técnica que a maioria dos cirurgiões utiliza durante a remoção do osso na remoção cirúrgica de dentes. Peças de mão de alto torque e de alta velocidade com afiadas pontas de carboneto removem o osso cortical de forma eficiente. - Usam-se brocas como as de fissura nº 557 ou de nº 703. - E as brocas esféricas de nº 8 A peça de mão usada tem de ser completamente esterilizada e ter alta velocidade e torque. ➔ Martelo e Cinzel Ocasionalmente, a remoção óssea é realizada utilizando um martelo e um cinzel. O martelo e o cinzel são usados frequentemente na remoção do tórus lingual. A margem do cinzel deve ser mantida afiada para funcionar adequadamente. ➔ Lima para Osso O nivelamento final do osso antes de completar a cirurgia é normalmente realizado com uma lima para osso A lima para osso é geralmente um instrumento de duas pontas com uma ponta pequena e outra maior. 12 @molarazul Não pode ser utilizada de forma eficiente para a remoção de grandes quantidades de osso, portanto, é usada somente para nivelamento final. Removendo tecido mole de cavidades ósseas A cureta comumente usada para a cirurgia oral é um instrumento com duas pontas anguladas usado para remover o tecido mole de defeitos ósseos. O uso principal é a remoção dos granulomas ou pequenos cistos de lesões periapicais, mas a cureta também pode ser usada para remover pequenas quantidades de restos de tecido de granulação e detritos do alv éolo dentário. Suturando o tecido mole Uma vez concluído o procedimento cirúrgico, o retalho mucoperiosteal é devolvido à sua posição original e mantido no lugar por meio de suturas. O porta-agulha é o instrumento utilizado para se fazer estas suturas. ➔ Porta-agulha O porta-agulha é um instrumento com um cabo com trava e uma ponta curta e romba. A face de uma ponta deum porta-agulha tem ranhuras cruzadas a fim de permitir um aperto positivo da agulha de sutura. Para uma correta empunhadura, o polegar e o dedo anelar são inseridos através dos anéis. O dedo indicador é mantido ao longo do comprimento do porta-agulha para estabilizá-lo e direcioná-lo. O segundo dedo auxilia 13 @molarazul no controle do mecanismo de bloqueio. O dedo indicador não deve ser colocado através do anel de dedo, porque isso irá resultar na diminuição dramática do controle. ➔ Agulha de Sutura A agulha utilizada no fechamento de incisões da mucosa oral é geralmente uma agulha de sutura com um semicírculo pequeno ou três oitavos de círculo. A agulha é curva para permitir que passe através de um espaço limitado. Agulhas de sutura vêm em uma grande variedade de formas, desde muito pequenas até muito grandes. As pontas das agulhas de sutura ou são afiadas ou triangulares que permitem que sejam agulhas de corte. A porção de corte da agulha estende-se cerca de um terço do comprimento da agulha, e a porção remanescente da agulha é arredondada. Material para Sutura Classificam-se os materiais pelo: ● Diâmetro ● Capacidade de reabsorção ● Monofilamento ou polifilamento. O tamanho do fio de sutura refere ao seu diâmetro e é designado por uma série de zeros. O diâmetro mais utilizado na sutura de mucosa oral é 3-0 (000). As suturas de tamanho muito fino como 6-0 são normalmente utilizadas em locais bem visíveis na pele, por exemplo, no rosto, porque, se colocadas adequadamente, suturas geralmente menores causam menos cicatrizes. Suturas de tamanho 3-0 são grandes o suficiente para suportar a tensão intraoral colocada sobre elas e forte o suficiente para amarrar mais facilmente o nó com um porta-agulha em comparação com suturas de menor diâmetro. 14 @molarazul As suturas podem ser absorvíveis ou não reabsorvíveis. A sutura não reabsorvível mais comumente utilizada na cavidade oral é a de seda. Nylon, vinil e de aço inoxidável são raramente utilizados na boca. Suturas reabsorvíveis são principalmente feitas de tripa. Embora o termo catgut seja frequentemente utilizado para designar este tipo de sutura, o intestino na verdade deriva da superfície serosa do intestino de ovelha. O catgut liso reabsorve rapidamente na cavidade oral, raramente dura mais do que 3 a 5 dias. Várias suturas absorvíveis sintéticas também estão disponíveis. Exemplos são o ácido poliglicólico e ácido polilático. Estes materiais são reabsorvidos lentamente, levando até 4 semanas antes de serem reabsorvidos. Essas suturas reabsorvíveis de longa duração são raramente indicadas na cavidade oral para cirurgia oral básica. Finalmente, as suturas são classificadas com base em ser monofilamentos ou polifilamentos. Suturas de monofilamentos são suturas, como o intestino simples e crômico, náilon e aço inoxidável. Suturas de polifilamentos são suturas entrançadas tais como a seda, o ácido poliglicólico e ácido polilático. ➔ Tesouras A tesoura de sutura mais comumente usada para a cirurgia oral é a tesoura Dean. Estas tesouras têm cabos ligeiramente curvos e lâminas serrilhadas que fazem suturas de corte mais fácil. A tesoura de sutura geralmente tem cabos longos, polegar e anéis para os dedos. Deve-se segurar as tesouras da mesma forma como segura-se o porta-agulhas. Outros tipos de tesoura são projetados para o corte de tecidos moles. Os dois principais tipos de tesoura de pele são a de íris e a Metzenbaum, que podem ter lâminas retas ou curvas. A tesoura de íris é pequena, de pontas afiadas, ferramenta suave para trabalhos delicados. A tesoura de Metzenbaum é usada para solapar tecido mole e para o corte, podendo a sua ponta (arredondada) ser afiada ou romba. 15 @molarazul Extraindo dentes Alavancas Dentárias Os três principais componentes da alavanca são o cabo, a haste e a lâmina. O cabo da alavanca é geralmente de tamanho generoso, para que possa ser manuseado confortavelmente na mão para aplicar uma força substancial, porém controlada. A aplicação de uma força específica é fundamental para o uso correto de alavancas dentárias. Esses instrumentos devem ser usados com muita cautela, pois podem gerar uma quantidade excessiva de força. A maior variação no tipo de alavancas está na forma e no tamanho da lâmina. Os três tipos básicos de alavancas são (1) o tipo reto (2) o tipo triângulo (3) o tipo apical. A alavanca reta é a mais comumente usada para luxar dentes.A lâmina da frente da alavanca tem uma superfície côncava de um lado, que é colocada para o dente a ser elevado. A alavanca reta pequena, nº 301, é frequentemente usada para iniciar a luxação de um dente erupcionado antes do uso do fórceps. As alavancas retas maiores são utilizadas para descolar as raízes de seus alvéolos e também para luxar os dentes mais espaçados. A alavanca reta maior mais comumente utilizada é a nº 34S, mas o nº 46 e o nº 77R também são usadas ocasionalmente. O segundo tipo de alavanca mais comumente usada é a triangular. Estas alavancas são fornecidas em pares: uma esquerda e uma direita. A alavanca triangular é mais útil quando a raiz fraturada permanece no alvéolo do dente e o alvéolo adjacente está vazio. Alavancas triangulares vêm em uma variedade de tipos e angulações, mas a Cryer é a mais comum (são também comumente referidas como “alavancas leste-oeste”). 16 @molarazul O terceiro tipo de alavanca utilizada com alguma frequência é a alavanca do tipo apical. Este tipo de alavanca é usada para remover raízes. Normalmente, é necessário fazer um furo com uma broca (ponto de apoio) de aproximadamente 3 mm de profundidade na raiz na altura da crista óssea. A ponta da alavanca é então inserida no furo, e com a cortical vestibular do osso como um fulcro, a raiz é elevada do alvéolo do dente. Ocasionalmente, a ponta afiada pode ser usada sem a preparação de um ponto de apoio ao envolver o cemento ou a bifurcação do dente. Periótomos Periótomos são instrumentos utilizados para extrair dentes preservando a anatomia do alvéolo do dente. O princípio geral da sua utilização é cortar alguns dos ligamentos periodontais do dente a fim de facilitar sua remoção. Existem vários tipos de periótomos com diferentes formas de lâmina. A ponta da lâmina do periótomo é inserida no espaçodo ligamento periodontal e avançado através de pressão no sentido apical, ao longo do eixo do dente. Após a separação suficiente dos ligamentos periodontais, o dente é retirado por meio de uma alavanca dental, um fórceps de extração, tendo o cuidado de evitar a expansão excessiva ou a fratura do osso. Fórceps de Extração Os fórceps de extração são instrumentos utilizados para remoção do dente do osso alveolar. O ideal é que os fórceps sejam usados para auxiliar a alavanca na luxação dos dentes dos alvéolos, em vez de puxar os dentes de suas bases. Eles também podem ajudar a expandir o osso quando usados corretamente. Os componentes básicos de um fórceps de extração dentária são o cabo, dobradiça e parte ativa. Os cabos são geralmente de tamanho adequado para serem usados confortavelmente e oferecer pressão suficiente e alavancagem para remover o dente desejado. Os cabos têm uma superfície serrilhada para permitir um aperto positivo e para evitar o deslizamento. 17 @molarazul Os fórceps maxilares são seguros com a palma da mão sob o fórceps de maneira que a parte ativa seja direcionada para cima . Os fórceps utilizados para remoção de dentes mandibulares são seguros com a palma da mão sobre o fórceps de maneira que a ponta seja direcionada para baixo, na direção dos dentes. As pontas ativas dos fórceps de extração variam muito. Elas são projetadas para se adaptarem à raiz do dente próximo à junção da coroa e da raiz. Deve-se lembrar de que as pontas dos fórceps são projetadas para serem adaptadas à estrutura da raiz do dente, e não para a coroa. ➔ Fórceps maxilares Dentes superiores unirradiculares geralmente são removidos com um fórceps universal para superiores, geralmente de nº 150. Além dos fórceps de nº 150, fórceps retos estão também disponíveis. Os fórceps nº 1, os quais podem ser utilizados para incisivos e caninos, são mais fáceis de usar em comparação com o de nº 150 para os incisivos superiores. 18 @molarazul Molares superiores são os dentes de três raízes, com uma única raiz palatina e uma bifurcação bucal. Portanto, um fórceps especificamente adaptado para encaixar os molares superiores deve ter uma superfície lisa, côncava para a raiz palatina e um bico pontiagudo, com um formato que se encaixe na bifurcação bucal. Isso exige que os fórceps molares venham em pares: um esquerdo e um direito. Os fórceps molares mais comumente utilizados são os de nº 53 para a direita e para a esquerda. O bico é compensado para permitir um bom posicionamento do cirurgião-dentista. O fórceps de nº 88 direito e esquerdo, que apresentam pontas ativas com as extremidades mais longas e acentuadas . Eles são particularmente úteis para molares superiores com coroas que estão severamente lesionadas. Ocasionalmente, os segundos molares superiores e os terceiros molares em erupção têm uma única raiz cônica. Nesta situação, fórceps com pontas ativas lisas e amplas com curvatura do cabo podem ser úteis. Os fórceps de nº 210S exemplificam este projeto. 19 @molarazul Outra variação no modelo de fórceps é o nº 65 com pontas ativas muito estreitas. Esses fórceps são utilizados principalmente para remover as raízes fraturadas de molares superiores, mas podem ser usados para a remoção dos pré-molares estreitos e incisivos inferiores. Também são conhecidos como fórceps apicais. ➔ Fórceps mandibulares O fórceps mais comumente usado para extração dos dentes inferiores unirradiculares s é o fórceps inferior universal, ou o nº 151. Esse fórceps tem cabos semelhantes em forma ao nº 150, mas as pontas ativas são direcionadas inferiormente para os dentes inferiores. As pontas ativas são lisas e estreitas e tocam-se somente nas extremidades. Isso permite que as pontas ativas se encaixem na linha cervical do dente para abarcar a raiz. Os fórceps de nº 151A foram ligeiramente modificados para dentes pré-molares inferiores . Este fórceps não deve ser utilizado para outros dentes inferiores pois sua forma impede a adaptação às raízes dos dentes. Molares inferiores são bifurcados, os dentes de duas raízes permitem o uso de fórceps que anatomicamente se adaptam ao dente. Já que a bifurcação está nos lados da boca e da língua, apenas um único fórceps molar é necessário para ambos os lados, em contraste com a maxila, para a qual é exigido um conjunto de fórceps molares direito e esquerdo. 20 @molarazul Os fórceps molares inferiores úteis são os de nº 17 . Esses fórceps geralmente têm cabos retos, e as pontas ativas são fixadas obliquamente para baixo. As pontas ativas apresentam extremidades pontiagudas no centro para que sejam encaixadas na bifurcação de dentes molares inferiores. A maior variação de modelos em fórceps molares inferiores é a de nº 87, os chamados fórceps chifre de vaca. Estes instrumentos são projetados com duas pontas, longas e pontiagudas que entram na bifurcação de molares inferiores. O uso impróprio do fórceps chifre de vaca pode resultar num aumento da incidência de efeitos indesejáveis, tais como fraturas de osso alveolar ou dano dos dentes superiores. Sistema de bandeja de instrumentos Muitos cirurgiões-dentistas acham prático usar o método de bandeja para montar instrumentos. Conjuntos padrão de instrumentos são embalados, esterilizados, e, em seguida, abertos na cirurgia. O pacote típico de extração básica inclui uma seringa de anestesia local, uma agulha, um cartucho de anestesia local, um destaca perióteo de nº 9, uma cureta periapical, uma alavanca reta pequena e outra grande, um par de pinças para algodão, uma pinça hemostática curva, uma pinça de campo, um afastador de Austin ou de Minnesota, uma ponta de aspiração, compressas de gaze 7,5 x 7,5 cm). Os fórceps necessários seriam adicionados a esta bandeja. 21 @molarazul 22 @molarazul 23 @molarazul Técnicas específicas para remoção de cada dente ➔ Dentes Maxilares Incisivos Os incisivos maxilares são extraídos com o fórceps universal superior (nº 150), apesar de outros fórceps poderem ser usados. Incisivos maxilares geralmente têm raízes cônicas, com os laterais sendo levemente mais longos e mais delgados. O incisivo lateral é mais provável de também ter uma curvatura distal no terçoapical da raiz, então isso deve ser conferido radiograficamente antes de o dente ser extraído. O osso alveolar é fino no lado vestibular e mais denso no lado palatino, o que indica que a maior expansão do processo alveolar será na direção vestibular. ➔ O movimento inicial é lento, constante, e firme na direção vestibular, o que expande a crista óssea vestibular. ➔ Uma força palatina menos vigorosa é usada então, seguida de uma força rotacional lenta e firme. ➔ Movimentos rotacionais devem ser minimizados para o incisivo lateral, especialmente se a curvatura existe no dente. ➔ O dente é removido na direção labioincisal com pequena quantidade de força de tração. 24 @molarazul Caninos O canino maxilar é normalmente o dente mais longo da boca. A raiz é oblonga em seção transversal e normalmente produz uma protuberância chamada eminência canina na superfície anterior da maxila. O resultado é que o osso sobre o aspecto labial dos caninos maxilares é usualmente fino. Apesar do osso labial fino, esse dente pode ser difícil de extrair simplesmente por causa da sua longa raiz e área superficial larga para a presença de ligamento periodontal. Além disso, não é incomum um segmento de osso alveolar vestibular fraturar da lâmina labial e ser removida com o dente. O fórceps universal superior (nº 150) é o instrumento preferido para remover o canino superior, após elevação. ➔ Como todas as extrações a colocação inicial das pontas do fórceps no canino deve ser o mais apical possível. ➔ O movimento inicial é apical e depois para o lado vestibular, com retorno da pressão para o lado palatino. ➔ Enquanto o osso expande e o dente fica com mobilidade o fórceps deve ser reposicionado apicalmente. ➔ Uma pequena quantidade de força rotacional pode ser usada na expansão do alvéolo dentário, especialmente se dentes adjacentes estão ausentes ou acabam de ser extraídos. ➔ Após o dente ter sido bem luxado, é removido do alvéolo na direção labioincisal com forças de tração labiais. 25 @molarazul Primeiro pré-molar O primeiro pré-molar maxilar é unirradicular nos primeiros dois terços, com a bifurcação na raiz vestíbulo-lingual normalmente ocorrendo do terço apical até a metade. Essas raízes podem ser extremamente finas e sujeitas a fratura, especialmente em pacientes mais velhos nos quais a densidade óssea é grande e a elasticidade óssea está diminuída. Como alternativa, o fórceps nº 150 pode ser usado para a remoção do primeiro pré-molar maxilar. Devido à grande probabilidade de fratura radicular, o dente deve ser luxado o máximo possível com a alavanca reta. Devido à bifurcação do dente em duas raízes de pontas finas, as forças de extração devem ser cuidadosamente controladas durante a remoção do primeiro pré-molar superior. ➔ Movimentos iniciais devem ser vestibulares. ➔ Movimentos palatinos são feitos com pequenas quantidades de força para prevenir fratura da ponta palatina da raiz, que é mais difícil de recuperar. ➔ Assim, como em outros dentes maxilares, pressões vestibulares devem ser maiores que pressões palatinas. ➔ Qualquer força rotacional deve ser evitada. ➔ Remoção final do dente do alvéolo é feita com força tradicional em direção oclusal e levemente vestibular. 26 @molarazul Segundo pré-molar O segundo pré-molar superior é unirradicular no completo comprimento da raiz. A raiz é grossa e tem uma extremidade romba. Consequentemente, a raiz do segundo pré-molar raramente se quebra. O osso alveolar que o cobre é similar ao de outros dentes maxilares sendo fino no aspecto vestibular, com lâmina alveolopalatina densa. O fórceps recomendado é o universal maxilar, ou o nº 150; alguns cirurgiões preferem o fórceps nº 150 A. ➔ Os fórceps são forçados o mais apicalmente possível para que ganhem maior vantagem mecânica na remoção desse dente. ➔ Como a raiz do dente é forte e robusta, a extração requer movimentos fortes de vestibular de volta para o palato. ➔ E depois na direção vestíbulo-oclusal tracionando com força rotacional. 27 @molarazul Molares O primeiro molar maxilar tem três raízes grandes e fortes. Raízes vestibulares são normalmente mais próximas, e as raízes palatinas divergem largamente na direção do palato. Se as duas raízes vestibulares também forem muito divergentes, torna-se difícil remover este dente por extração fechada. Mais uma vez, o osso alveolar que o cobre é similar aos outros dentes na maxila; a lâmina vestibular é fina e a lâmina cortical palatina é grossa e densa. Quando estiver avaliando este dente radiograficamente, o cirurgião-dentista deve notar o tamanho, a curvatura, e a aparente divergência das três raízes. Além disso, o cirurgiãodentista deve olhar atentamente as relações entre as raízes dos dentes com o seio maxilar. Os fórceps pareados nº 53R e nº 53L são normalmente usados para extração dos molares maxilares. Esses dois fórceps têm projeções nas pontas vestibulares para caber na bifurcação vestibular. Alguns cirurgiões preferem usar o fórceps nº 89 e nº 90. Esses dois fórceps são especialmente úteis se a coroa do molar tem cáries extensas ou grandes restaurações. ➔ O movimento básico de extração é usar pressões vestibulares e palatinas fortes, com maiores forças na direção vestibular em vez da palatina. ➔ Forças rotacionais não são úteis para extração deste dente devido às suas três raízes. ➔ O cirurgião-dentista deve minimizar a força palatina porque esta força fratura a raiz palatina. ➔ Pressão vestibular forte, lenta e constante expande a lâmina vestibulocortical e rompe as fibras do ligamento periodontal que seguram a raiz palatina em posição. ➔ Forças palatinas devem ser usadas, mas mantidas no mínimo. 28 @molarazul ➔ Dentes Mandibulares Dentes anteriores Incisivos mandibulares e caninos são similares em formato, com os incisivos sendo menores e levemente mais finos, e as raízes dos caninos sendo maiores e mais densas. As raízes dos incisivos são mais passíveis de fratura, porque elas são finas, e assim, elas devem ser removidas apenas após adequada luxação pré-extração. O osso alveolar que cobre os incisivos e os caninos é fino nos ladoslabial e lingual. O osso sobre o canino pode ser mais grosso, especialmente no aspecto lingual. O fórceps universal inferior (nº 151) é normalmente usado para remover esses dentes. Outras escolhas incluem o nº 151A ou o fórceps estilo inglês de Asite. ➔ As pontas dos fórceps são posicionadas no dente e ajustadas apicalmente com grande força. ➔ Os movimentos de extração são geralmente em direção vestibular e lingual, com igual pressão em ambos os sentidos. ➔ Uma vez que o dente esteja luxado e móvel, movimentos rotacionais podem ser usados para expandir mais o osso alveolar. ➔ O dente é removido do alvéolo com forças tradicionais na direção labioincisal. 29 @molarazul Pré-molares Pré-molares mandibulares estão entre os dentes mais fáceis de remover. As raízes tendem a ser retas e cônicas, embora algumas vezes finas. O osso alveolar que o cobre é fino no aspecto bucal e mais denso no lado lingual. O fórceps universal inferior (nº 151) é normalmente escolhido para a extração dos prémolares mandibulares. O fórceps nº 151A e o fórceps estilo inglês são alternativas populares para extração desses dentes. ➔ Os fórceps são forçados apicalmente o mais longe possível. ➔ Movimentos básicos na direção vestibular, retornando ao aspecto lingual, e finalmente, rodando. ➔ Movimento rotacional é usado mais na extração desses dentes do que em quaisquer outros, exceto, talvez, pelos incisivos centrais maxilares. ➔ Os dentes são então removidos na direção oclusovestibular . Radiografias pré-operatórias cuidadosas podem confirmar que nenhuma curvatura exista no terço apical da raiz. Se tal curvatura existir, o movimento rotacional deve ser reduzido ou eliminado no procedimento de extração. 30 @molarazul Molares Molares mandibulares normalmente têm duas raízes, com as raízes do primeiro molar mais amplamente divergentes que as do segundo molar. Adicionalmente, as raízes podem convergir no ápice. Os fórceps nº 17 são normalmente usados para extração dos molares mandibulares; esses fórceps têm pequenas projeções nas pontas e ambos os bicos para caber na bifurcação das raízes dos dentes. ➔ Os fórceps são adaptados à raiz do dente na forma usual, e a pressão apical é aplicada para ajustar os fórceps o mais apicalmente possível. ➔ Movimento vestíbulo-lingual forte é usado para expandir o alvéolo ósseo e permitir que o dente seja extraído na direção vestíbulo-oclusal. O osso alveolar lingual ao redor do segundo molar é mais fino que a lâmina vestibular, para que o segundo molar possa ser removido mais facilmente com pressão lingual em vez de pressão vestibular. Se as raízes forem claramente bifurcadas, o fórceps nº 23, ou fórceps chifre de vaca, pode ser usado. Este instrumento é desenhado para ser forçado com as alças apertando assim as pontas dentro da bifurcação.Isso cria uma força contra a crista alveolar no aspecto vestibulolingual e literalmente força os dentes para cima e diretamente para fora do alvéolo. Se isso não obtiver sucesso; Inicialmente, os fórceps são usados em movimentos vestibulolinguais para expandir o osso alveolar, e as alças do fórceps são movidas para cima e para baixo para ajustar as pontas mais profundamente na furca. Maior pressão das alças do fórceps é feita. Deve-se tomar cuidado com esse fórceps para evitar prejuízo aos dentes maxilares porque o molar inferior pode, literalmente, pular para fora do alvéolo e assim soltar o fórceps para bater nos dentes superiores. 31 @molarazul Referência Peterson, L. J., Ellis, E., HUPP, J. R., & TUCKER, M. R. (2005). Cirurgia Oral e Maxilo-facial Contemporânea Rio de Janeiro. 32
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