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Pergunta 1 “a fantasia mais audaciosa e descomedida e a aventura são interiormente motivadas, justificadas e focalizadas aqui pelo fim puramente filosófico-ideológico[...] de criar situações extraordinárias para provocar e experimentar uma palavra, uma verdade materializada na imagem do sábio que procura essa verdade. Cabe salientar que, aqui, a fantasia não serve à materialização positiva da verdade mas à busca, à provocação e principalmente à experimentação dessa verdade. Muito amiúde o fantástico assume caráter de aventura, às vezes simbólico ou até místico-religioso[...] Mas, em todos os casos, ele está subordinado à função puramente ideológica de provocar e experimentar a verdade”. BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski . Trad. Paulo Bezerra. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005, p. 120 Nas histórias de Mia Couto, é comum o recurso ao elemento fantástico. Porém, não é um uso ocasional, visto que Resposta Selecionada: o elemento sobrenatural é educativo: exemplo disso é como as personagens caminham por uma terra destruída que desaprendeu a sonhar, sonâmbula. Resposta Correta: o elemento sobrenatural é educativo: exemplo disso é como as personagens caminham por uma terra destruída que desaprendeu a sonhar, sonâmbula. Feedback da resposta: Resposta correta. Há um caráter educativo na obra de Mia Couto, como forma de apresentar acontecimentos pouco explícitos. As personagens se vêem caminhando por um terreno infértil, como a terra arrasada do seu país, dando voltas em um ciclo sem fim de fome, pobreza e guerra, como se a esperança tivesse desaparecido daquele lugar. Pergunta 2 “A tradução intersemiótica, também denominada tradução interartes, consiste na transposição de um sisTitle de signos para outro. Trata-se de um movimento e processo que paradoxalmente faz equivaler significados através de um sisTitle sígnico diferente. Ou seja, a tradução intersemiótica reconhece a especificidade das várias linguagens semióticas (pintura, literatura, teatro, fotografia, cinema, televisão) e ao mesmo tempo acolhe o intercâmbio entre as mesmas em um processo de transcodificação criativa”. AZERÊDO, Genilda; ALVAREZ, Eveline. Tradução Intersemiótica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 15. Dentre as produções literárias, a negociação intersemiótica possibilita que os textos atinjam novos patamares. Isso é resultado de uma época Resposta Selecionada: na qual há a expansão das mídias, de modo que o texto literário negocia com outros meios de comunicação. Resposta Correta: na qual há a expansão das mídias, de modo que o texto literário negocia com outros meios de comunicação. Feedback da resposta: Resposta correta. O texto literário dialoga constantemente com as mídias, de maneira que os mesmos textos já são produzidos tendo em mente seu processo de interação. Pergunta 3 “o discurso literário transmite, com muito mais sutileza que os outros, todas as transformações na inter-orientação sócio-verbal. O discurso retórico, diferentemente do discurso literário, pela própria natureza da sua orientação, não é tão livre na sua maneira de retratar as palavras de outrem. Ele tem, de forma inerente, um sentimento agudo dos direitos de propriedade da palavra e uma preocupação exagerada com autenticidade”. BAKHTIN, Mikhail . Mar xismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 4. ed. Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2006, P. 199. Assim como Rubens Braga, a prosa de Fernando Bonassi apresenta elementos violentos e exagerados, buscando Resposta Selecionada: demonstrar o lado realista da vida. Resposta Correta: demonstrar o lado realista da vida. Feedback da resposta: Resposta correta. Na esteira de outros cronistas, os textos de Bonassi procuram mostrar a vida como ela é, mesmo que com contornos sádicos. Pergunta 4 “Todos nós estamos, a contragosto, por desígnio ou à revelia, em movimento. Estamos em movimento mesmo que fisicamente estejamos imóveis: a imobilidade não é uma opção realista num mundo em permanente mudança. E, no entanto, os efeitos dessa nova condição são radicalmente desiguais. Alguns de nós tornam-se plena e verdadeiramente globais; alguns se fixam na sua localidade – transe que não é nem agradável nem suportável em um mundo em que os “globais” dão o tom e fazem as regras do jogo da vida. [...]. Os desconfortos da existência localizada compõem-se do fato de que, com os espaços públicos removidos para além do alcance da vida localizada, as localidades estão perdendo a capacidade de gerar a negociar sentidos e se tornam cada vez mais dependentes de ações que dão e interpretam sentidos, ações que elas não controlam – chega dos sonhos e consolos comunitaristas dos intelectuais globalizados”. BAUMAN, Zigmunt. Globalização: as consequências humanas . Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999, p. 8) Cada vez mais a literatura negocia com as culturas exteriores, principalmente quando, a cada dia, temos contato com autores de outros países. Se anteriormente um Julio Verne ou um Eça de Queirós era uma presença constante, hoje temos contato com a literatura de países ainda mais distantes, como o Japão. Essa tendência das editoras publicarem no Brasil esses textos indica a presença de um mercado influenciado por um público Resposta Selecionada: mais cosmopolita. Resposta Correta: mais cosmopolita. Feedback da resposta: Resposta correta. A medida que a ideia de comunica transnacional se expande, as culturas vão desenvolvendo mais e mais interesse por aquilo que lhe é externo. Se antes líamos muitos autores ingleses, franceses e russos, hoje temos contato com a produção cultural de países que, durante muito tempo, eram considerados os coadjuvantes da história, fruto de um gosto cosmopolita da população. Pergunta 5 “A obra de Fernando Namora, escritor português, aborda o alpinismos social da classe burguesa. No Romance “O Homem Disfarçado”, têm-se a história de João Eduardo, médico que atinge fama e riqueza mas, ao mesmo tempo que progride profissionalmente, vai-se desintegrando por dentro, mercê duma esposa frágil e das concessões que se vê compelido a fazer”. MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1980, p. 502-503 Da mesma forma que textos de escritores como Fernando Namora, que mostra o drama da vida do burguês em um Portugal dos anos 50, em vários de seus textos, Murakami aborda a característica da solidão e do isolacionismo de uma sociedade japonesa em pleno século XXI, a qual passa por influências tecnológicas, mas ainda apresenta inconstâncias no âmbito social. Na obra “Drive My Car”, o autor resgata muito do elemento confessional, presente Resposta Selecionada: em narrativas de viagem do século XIX. Resposta Correta: em crônicas do século XIV. Feedback da resposta: Resposta incorreta. Esse tom confessional, de relatar o passado não como aconteceu, mas com base em suas impressões, é muito presente na crônica histórica, com reflexos em narrativas do século XX. Pergunta 6 “O discurso literário que se manifesta na obra de vários escritores contemporâneos não só identificam no passado causas para o que veio depois, mas também investigam o processo pelo qual, lentamente, essas causas começaram a produzir seus efeitos. São memórias que, silenciadas, adquirem corpo e voz. Não num movimento linear que poderia ter sido promovido por um narrador autoritário que quer ‘falar pelo outro’. Antes, inscrevem-se tais memórias do corpo e da voz do dominado” FONSECA, Maria Nazareth Soares; CURY, Maria Zilda Ferreira. Mia Couto: espaços ficcionais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p. 21 A literatura sempre teve uma relação com o seu tempo de produção, bem como é o espaço por excelênciapara o resgate de um passado pouco explicado. Exemplo disso é a obra “A máquina de fazer espanhóis”, na qual as personagens que vivem no asilo trazem à tona Resposta Selecionada: de Portugal na atualidade, e como ele precisa se reinventar após toda a convivência história com a África. Resposta Correta: de Portugal na atualidade, e como ele precisa se reinventar após toda a convivência história com a África. Feedback da resposta: Resposta correta. África foi muito mais do que uma possessão, foi um elemento histórico da formação identitária portuguesa. Muitas das personagens que vivem no asilo precisam se adaptar tanto ao fato de não serem mais um império colonial, como com a questão de que, ao perderem as colônias, perderam uma parte fundamental de sua história e formação. Pergunta 7 “A estreita relação que a literatura brasileira contemporânea tem mantido com a vida urbana vem configurando uma recorrente perplexidade diante da experiência histórica, ficcionalizada como absurda e inverossímil. Para além da crueldade da convivência nas metrópoles ocupadas pelo presente perpétuo das imagens e pelo cortejo dos males da desigualdade social, o real transparece como trauma”. DIAS, Ângela Maria. As cenas da crueldade: ficção brasileira contemporânea e experiência urbana. Disponível em:< http://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9079/8087>. Acessado em 28 07 2019. Pode-se dizer que os elementos presentes no realismo urbano de Marçal Aquino sofre influência de Resposta Selecionada: Lima Barreto e seu modernismo suburbano. Resposta Correta: Lima Barreto e seu modernismo suburbano. Feedback da resposta: Resposta correta. Lima Barreto foi um dos primeiros escritores a colocar no texto literário a vida do subúrbio, na prosa “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, em oposição à vida da alta burguesia presente na obra de vários escritores da mesma época. http://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9079/8087 Pergunta 8 “Os signos de que a língua é feita, os signos só existem na medida em que são reconhecidos, isto é, na medida em que se repetem; o signo é seguidor, gregário; em cada signo dorme este monstro, um estereótipo: nunca posso falar senão recolhendo aquilo que se arrasta na língua. Assim que enuncio, essas duas rubricas se juntam em mim, sou ao mesmo tempo mestre e escravo não me contento com repetir o que foi dito, com alojar-me confortavelmente na servidão dos signos: digo, afirmo, assento o que repito”. BARTHES, Roland. Aula . São Paulo: Cultrix, 1987, p. 15 Na obra de valter hugo mãe, O uso de uma variedade linguística para a produção dos seus textos literários representa Resposta Selecionada: uma forma de subverter a língua, criando novos significados. Resposta Correta: uma forma de subverter a língua, criando novos significados. Feedback da resposta: Resposta correta. Ao utilizar uma palavras em caixa baixa e sem o recurso de letras minúsculas no início do texto e dos nomes próprios, o autor reinventa o português, criando um “português literário angolano”. Pergunta 9 “[...]aquele em que se abafam as vozes dos percursos em conflito, em que se perde a ambiguidade das múltiplas posições, em que o discurso se cristaliza e se faz discurso da verdade única, absoluta, incontestável. Para reconstruir o diálogo desaparecido são, nesse caso, necessários outros textos que, externamente, recuperem a polêmica escondida, os choques sociais, o confronto, a luta. A censura, nos regimes autoritários, a proibição de fala ao filho ou empregado “respondão” são, entre outros, meios de impedir que, pela intertextualidade externa, se retome o diálogo internamente perdido”. BARROS, Diana Luz Pessoa de; FIORIN, José Luiz (Orgs.). Dialogismo, Polifonia, Intertextualidade. 2. ed. São Paulo: EdUSP, 2003. Há toda uma produção literária que dialoga com os momentos de conflitos. Obras como “O que é isso, Companheiro?”, de Fernando Gabeira, abrange os grupos guerrilheiros durante a ditadura militar brasileira; “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, conta a história da Guerra de Canudos. Por sua vez, Terra Sonâmbula aborda um evento muito comum a vários países africanos que se tornaram independentes ao longo do século XX: Resposta Selecionada: os conflitos internos causados pela guerra civil que ocorreu logo após a independência, arrasando uma terra que havia acabado de sair de outra guerra. Resposta Correta: os conflitos internos causados pela guerra civil que ocorreu logo após a independência, arrasando uma terra que havia acabado de sair de outra guerra. Feedback da resposta: Resposta correta. Assim como muitos países africanos, Moçambique entrou em uma guerra civil pelo domínio do governo logo após sua independência. Essa série de acontecimentos é mostrada em sua obra, Terra Sonâmbula. Pergunta 10 “Sendo o conjunto de mediações um ordenador de apropriações distintas da recepção, ele funciona como uma “lente”. As mediações socioculturais constituem-se em parte ativa dos processos de significação, atuando no modo como o receptor vê/lê um determinado produto televisivo (ou um fato social), da mesma forma que são influenciadas pelos modos de ver... Assim, o autor rompe como uma visão de sociedade homogeneizada, vítima indiscriminada dos meios de comunicação de massa, para evidenciar como as mediações dos receptores são sempre ativas e diferentes entre si, pois envolvem outras mediações em relação direta e dinâmica”. OLIVEIRA, Amanda Leal de. "Estudo sobre O conceito de negociação cultural nos processos de mediação e apropriação da informação" – p. 402-403. Disponível em:<http://www.uel.br/eventos/cinf/index.php/secin2017/secin2107/paper/viewFile/473/286>. Acessado em 27 07 2019. Com base no texto, pode-se dizer que a influência de Kafka em Haruki Murakami ocorre por mostrar a banalidade do cotidiano e Resposta Selecionada: seus absurdos. Resposta Correta: seus absurdos. Feedback da resposta: Resposta correta. Da mesma forma que as obras de Kafka mostram como o cotidiano é tomado de eventos absurdos que nos parecem normais, Murakami mostra o cotidiano de se viver em um país que passa por constantes transformações e choque de culturas, o Japão. O absurdo do cotidiano, por si, torna-se o banal.
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