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Universidade Federal de Pelotas Curso de Engenharia Civil Disciplina: Sistemas Urbanos de água PROJETO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA REDE DE DISTRIBUIÇÃO Alessandro Mendes, Luan Serpa e Prisciane Demarco http://www.ufpel.edu.br/ http://www.ufpel.edu.br/ Projetar a rede de distribuição de água de um novo loteamento na cidade de Pelotas, esse projeto irá atender o crescimento da cidade com horizonte de projeto de 40 anos, tendo início em 2020 e indo até 2060. O foco do projeto a partir desse momento é a rede de distribuição de água. OBJETIVO DO TRABALHO REDES DE DISTRIBUIÇÃO Rede de distribuição é o conjunto de peças especiais e acessórios destinados a conduzir a água até os pontos de tomada das instalações prediais ou os pontos de consumo público, sempre de forma contínua e segura. É a parte do sistema mais próxima do consumidor e abrange um custo estimado entre 50 a 75% do custo total de um sistema de abastecimento. EXISTEM 3 TIPOS • Redes Malhadas; • Redes Ramificadas; • Redes Mistas; REDES DE DISTRIBUIÇÃO • REDE MALHADA Na rede malhada é possível fazer-se o abastecimento de qualquer ponto da rede por mais de um caminho, sendo mais comumente utilizado a rede malhada em anéis. Aqui iremos tratar somente da Rede Principal CLASSIFICAÇÃO DOS CONDUTOS a) Principal ou primário: também conhecido como tronco ou canalização mestra são tubulações de maior diâmetro que tem por finalidade fornecer abastecimento as canalizações secundárias; b) Secundário: são tubulações de menor diâmetro e tem função de abastecer diretamente os pontos de consumo do sistema; As redes de distribuição de água são compostas basicamente por tubulações e peças especiais, como curvas, tês, reduções, registros, válvulas, hidrantes. Estes materiais devem apresentar resistência suficiente para suportas às pressões a quais eles serão expostos. Para a seleção destes, devemos observar: A qualidade da água que deverá ser mantida pelo material; A pressão suportada (afim de evitar o rompimento ou vazamento da tubulação); Declividade do terreno e altura de transporte de água; Dimensões de tubos e conexões disponíveis; Propriedades do material; O custo do material (buscando sempre o melhor custo x benefício). MATERIAL DA REDE Tubos de Ferro Fundido Dúctil, da marca Saint – Gobain de Classe K9; • DNs de 80 a 600 mm; • Boa estanqueidade; • Alta resistência à abrasão e ao impacto; • A rede possui Diâmetro máximo de 550mm e mínimo de 200mm; • Revestimento externo com zinco metálico e pintura betuminosa; • Revestimento interno com argamassa de cimento de alto forno; • Bolsa modelo JE2GS e anel de borracha para junta elástica, com insertos metálicos de fixação para travar a bolsa sobre a ponta do tubo; Com isto, não é necessária a confecção de blocos de ancoragem. MATERIAL ADOTADO PARA A REDE DE DISTRIBUIÇÃO DIMENSIONAMENTO 𝑄𝑐 = 𝑘1∗𝑘2∗𝑃∗𝑞 86400 K1 – Coeficiente do dia de maior consumo; K2 – Coeficiente da hora de maior consumo; 𝑄𝑐 = 1,2∗1,5∗72373,36∗200 86400 𝑄𝑐 = 301,6 L/s Para darmos início ao dimensionamento é necessário que tenhamos já calculado a vazão da rede, além de definidos os trechos da rede, os comprimentos e os diâmetros. A vazão total adotada no dimensionamento é a vazão de distribuição Qc; A população adotada para o ano de 2060 é de 72.373,36 habitantes foi calculada anteriormente na primeira etapa deste projeto, assim como o consumo per capita também foi definido de 200L/hab.dia. TRAÇADO DA REDE O traçado da malha principal foi feito levando-se em consideração um raio de 400 metros entre nós, para a escolha do raio mais adequado foram testados ainda, outros traçados de rede, um para 200m e outro para 300m, todos visando o atendimento total e de qualidade de toda a área de consumo • 16 Nós • 4 Anéis ÁREAS DE INFLUÊNCIA O cálculo das áreas de influência de cada nó foi feito com o auxílio do software AutoCAD, estimando-se a área que cada nó deverá atender. Logo após foi utilizada a regra de 3 simples para relacionar cada área com a área total da planta de projeto obtendo-se assim a vazão de saída de cada nó. Áreas de influência Nó Área de influência m² Vazão do nó (L/S) 1 77041,13 27,20 2 141535,6749 49,90 3 35293,0413 12,50 4 58506,926 20,60 5 25408,3054 9,00 6 29554,3088 10,40 7 49094,0223 17,30 8 75462,6688 26,60 9 31068,87 11,00 10 28075,0401 9,90 11 37895,6454 13,40 12 52876,556 18,70 13 36634,532 12,90 14 69669,7441 24,60 15 28244,081 10,00 16 78347,5634 27,60 Soma 854708,1095 301,60 VAZÕES NOS TRECHOS Após a definição do traçado da rede foi possível darmos início ao processo iterativo e para isso na primeira iteração, a vazão individual de cada trecho é apenas estimada, tendo-se como critérios para a definição das vazões as seguintes convenções: Nesta convenção o somatório das vazões que entram e saem do nó deve sempre ser zero, de modo a garantir um equilibrio de vazões de entrada e saída. PERDA DE CARGA ൱ℎ𝑓 = 10,646. 𝐿𝑣 𝐷4,87 . 𝑄 𝐶 1,85 (2 Hazen Williams, O ferro fundido dúctil possui o coeficiente C=140 Trecho (1-2) ℎ𝑓 = 10,646. 0,1646 140 1,85 357,81 0,454,87 ℎ𝑓1 = 0,70734 Os demais trechos foram calculados da mesma maneira Cálculo do Resíduo das Vazões É calculado o resíduo total referente a cada anel, e na iteração seguinte este resíduo é somado à vazão anterior e assim sucessivamente, até resultar um resíduo de ΔQ menor ou igual a 0,1L/s, conforme recomendações da NBR 12218/1994. Método de Hardy – Cross ∆𝑄 = − σ ℎ𝑓 1,85 σ ℎ𝑓 𝑄 Foram feitas 7 iterações até atingirmos o resultado aceitável. VAZÕES FINAIS As vazões finais foram encontradas na sétima iteração, obtendo-se valores de ΔQ satisfatório às condições pré-estabelecidas. Os resultados desta iteração estão apresentados na tabela abaixo. Iteração 1 Dados de projeto Chute 1 Células Programadas Trecho L (m) D (mm) Q1 (L s-1) hf1 (m) hf1/Q1 DQ1 R-1 144,91 550 301,5557 0,330437 0,001096 Anel I 1 -> 2 357,81 450 164,6 0,707343 0,004297 -1,69661 2->6 86,91 350 114,7 0,299487 0,002611 -1,69661 6->7 137,77 250 31,29 0,221011 0,007063 -5,55645 4->7 287,21 350 -89,156 -0,621 0,006965 -1,69661 1->4 165,62 350 -109,76 -0,52608 0,004793 -1,69661 Soma 0,08076 0,02573 DQ1 anel 1 -1,69661 Iteração 2 Dados de projeto Células Programadas Trecho L (m) D (mm) Q1 (L s-1) hf1 (m) hf1/Q1 DQ2 R-1 144,91 550 301,5557 0,330437408 0,001095776 1 -> 2 357,81 450 162,9033925 0,693913707 0,004259664 0,984208434 2->6 86,91 350 113,0033925 0,29134315 0,002578181 0,984208434 6->7 137,77 250 25,73354559 0,153935336 0,005981894 -1,291828832 4->7 287,21 350 -90,8526075 -0,643042327 0,007077863 0,984208434 1->4 165,62 350 -111,4566075 -0,541220661 0,004855887 0,984208434 Soma -0,045070795 0,024753488 Iteração 7 Dados de projeto Células Programadas Trecho L (m) D (mm) Q1 (L s-1) hf1 (m) hf1/Q1 R-1 144,91 550 301,5557 0,330437408 0,001095776 1 -> 2 357,81 450 165,6287827 0,715543394 0,004320163 2->6 86,91 350 114,6581387 0,299284766 0,002610236 6->7 137,77 250 22,49778878 0,120052914 0,00533621 4->7 287,21 350 -88,57302893 -0,613512119 0,006926625 1->4 165,62 350 -108,6859818 -0,516594331 0,004753091 Soma 0,004774625 0,023946324 Após realizar as iterações, chegamos a essa ultima de numero 7, no caso abaixo é mostrado apenas o anel 1 para A visualização dos valores PRESSÕES A NBR 12218/1994 estabelece limites para as pressões disponíveis na rede. Pressão Estática Máxima: 500kPa (50mca) Pressão Dinâmica Mínima: 100kPa (10mca) As cotas dos nós utilizadas para obtenção das pressões, foram estimadas por aproximação, visto que nos foi fornecido as cotas do terreno. PRESSÕES A NBR 12218/1994 estabelece limites para as pressões disponíveis na rede. Pressão Estática Máxima: 500kPa (50mca) Pressão Dinâmica Mínima: 100kPa (10mca) As cotas dos nós utilizadas para obtenção das pressões, foram estimadas por aproximação, visto que nos foi fornecido as cotas do terreno.PRESSÃO ESTÁTICA MÍNIMA A pressão estática está relacionada ao controle das perdas de água ao longo da distribuição e à resistência dos condutos, devido às diferenças de cota entre o reservatório de abastecimento e o terreno. A norma determina o valor máximo de 50mca. A pressão estática mínima é calculada pela seguinte expressão: NA= reservatório 𝑃𝑚í𝑛 = 𝑁𝐴 − 𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑜 𝑛ó 𝑃16 = 25 − 1,65=23,35 𝑚. 𝑐. 𝑎 PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA A pressão dinâmica mínima é calculada subtraindo-se o somatório das perdas de carga em cada nó de cada pressão estática correspondente. 𝑃16 = 23,35 − 3,6385 𝑃16 = 19,71 𝑚. 𝑐. 𝑎 Nós hfn (m) Cota reservatório Cota nó pressão estática mínima pressão dinâmica mínima 1 0,330437408 25 1,2 23,8 23,46956259 2 1,045980802 25 1,65 23,35 22,3040192 3 1,653685825 25 2 23 21,34631418 4 0,84703174 25 1,35 23,65 22,80296826 5 2,631013817 25 1,2 23,8 21,16898618 6 1,345265569 25 1,53 23,47 22,12473443 7 1,460543858 25 1,4 23,6 22,13945614 8 3,091993026 25 1,4 23,6 20,50800697 9 2,259479179 25 1,3 23,7 21,44052082 10 2,466301711 25 1,4 23,6 21,13369829 11 1,696622831 25 1,5 23,5 21,80337717 12 2,203807231 25 1 24 21,79619277 13 2,392531636 25 1,25 23,75 21,35746836 14 2,493221998 25 1,3 23,7 21,206778 15 1,894441226 25 1,55 23,45 21,55555877 16 3,638058175 25 1,65 23,35 19,71194182 PRESSÕES NA REDE CONCLUSÃO Conforme a NBR 12218/1994, o presente trabalho demonstra que com os dados do projeto e as especificações dadas, todos os usuários da rede de abastecimento terão água em quantidade e qualidade necessária em suas residências. A tarefa de dimensionamento de uma rede de distribuição é complexa, porém muito interessante do ponto de vista prático. O método iterativo apesar de facilitar bastante os cálculos para a rede do tipo malhada ainda é muito trabalhoso. Todos os cálculos apresentados foram feitos com o auxílio dos softwares AutoCAD e Excel. Como pode ser visto pelo traçado, os nós mais distantes do reservatório serão os que terão a vazão recebida menor, mas isto não será problema no fornecimento de água, uma vez que este valor respeita a necessidade do ponto. Através dos cálculos apresentados das pressões obtidas, nota-se que conforme esperado o nó 16 é o ponto mais crítico da rede e mesmo assim estes valores continuam atendendo as exigências da norma. Com isso fica claro que para a construção desta rede o órgão responsável não encontrará nenhuma dificuldade em suprir as necessidades de vazão e pressão da população a ser atendida, fazendo assim que todos os pontos de consumo tenham em suas residências a água potável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NBR 12218/1994 - Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público NBR 5688/1999 - Sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação - Tubos e conexões de PVC, tipo DN – Requisitos GUEDES, H., Rede de distribuição de água, Parte 1 e Parte 2. Apresentação da disciplina Sistemas Urbanos de Água e Esgoto. Pelotas. Universidade Federal de Pelotas. Disponível em <Http://migre.me/rQbHZ > Acesso em 20 de novembro de 2019. AZEVEDO NETTO, J. M., et alli. - "Manual de Hidráulica", Ed. Edgard Blucher Ltda., 8ª Edição, São Paulo, 1998. CEHOP - Manual de Tubo e Conexões de Ferro Fundido Dúctil, Instalações Hidráulicas e Obras Civis, <http://187.17.2.135/orse/esp/ES00102.pdf>Acesso em 17 de outubro de 2015. <https://www.sgpam.com.br/saneamento/produtos/tubos-e-conexoes-para-agua-bruta-e-tratada> Acesso em 20 de novembro de 2019. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS