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Atividade Produção Literária 3docx

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Atividade Produção Literária
· Pergunta 1
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Definida como ciência geral dos signos, (...) tem por objeto os processos de significação que constituem a linguagem, não se ocupando, a princípio, com a obra de arte literária, de modo específico. Decorre então que essa teoria não oferece aos que se dedicam ao estudo do texto poético ou de ficção, um modelo de análise voltado para suas características particulares.
REVISTA DIÁLOGOS. Pernambuco: Editora da Universidade de Pernambuco, 2018. D.o.i. 10.13115/2236-1499v2n19p473. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Semiótica.
	Resposta Correta:
	 
Semiótica.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Apesar de não haver consenso entre os linguistas, pode-se tratar como Semiótica o estudo do universo dos signos (PEIRCE, 1977). A ciência dos signos e significantes, sendo uma teoria particularmente linguística que pode ser aplicada ao estudo de literatura, bem como ao estudo de todas as linguagens artísticas, possui diversas subcategorias teóricas de atuação. O trecho em destaque fala mais especificamente da Semiótica francesa, pautada na análise de discurso e interdisciplinaridade entre significantes de diversos gêneros.
	
	
	
· Pergunta 2
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia os textos a seguir.
 
- Você tem Panadol, Mama?
- Está com cólica, abia?
- Estou. E meu estômago está vazio também.
Mama olhou para o relógio de parede, presente de uma instituição de caridade para a qual Papa fizera uma doação. Era um relógio oval com o nome de Papa escrito com letras douradas.
Eram 7:37. O jejum da Eucaristia exige que os fiéis não comam nada sólido uma hora antes da missa. Nunca quebrávamos o jejum da Eucaristia; a mesa do café já estava posta, com xícaras e tigelas de cereal colocadas lado a lado, mas só comeríamos quando voltássemos para casa.
- Coma alguns flocos de milho, rápido - disse Mama, quase sussurrando. - Vai precisar colocar alguma coisa no estômago para segurar o Panadol.
Jaja pegou a caixa de papelão que havia em cima da mesa, colocou um pouco de cereal numa tigela, juntou leite em pó e açúcar usando uma colher de chá e acrescentou água.
(...) Comecei a engolir o cereal, de pé mesmo. Mama me deu as cápsulas de Panadol, ainda envoltas em papel laminado, que fez ruído ao ser rasgado. Jaja não colocara muito cereal na tigela, e eu já estava quase terminando de comer quando a porta se abriu e Papa entrou na sala.
(...) Quando ele viu a tigela em minha mão, baixei os olhos, observei os poucos flocos moles flutuando em meio às bolhas de leite e me perguntei como Papa conseguira subir a escada tão silenciosamente.
- O que você está fazendo, Kambili?
Engoli em seco.
- Eu... eu...
- Está comendo dez minutos antes da missa? Dez minutos?
- Ela ficou menstruada e está com cólica... - explicou Mama.
Jaja a interrompeu.
- Fui eu que mandei Kambili comer antes de tomar Panadol, Papa. Eu preparei o cereal para ela.
- Será que o demônio pediu para você fazer o trabalho dele? - disse Papa, com as palavras em igbo saindo de sua boca numa torrente. - Será que o demônio armou uma tenda dentro da minha casa? Ele se virou para Mama. - Você ficou aí, vendo Kambili profanar o jejum da Eucaristia, maka nnídi?
Papa tirou o cinto devagar. Era um cinto pesado feito de camadas de couro marrom com uma fivela discreta coberta do mesmo material. Ele bateu em Jaja primeiro, no ombro. Mama ergueu as mãos e recebeu um golpe na parte superior do braço, que estava coberta pela manga bufante de lantejoulas da blusa que ela usava para ir à igreja.
Larguei a tigela sobre a mesa um segundo antes de o cinto me atingir nas costas.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Hibisco Roxo. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. Disponível em: <http://lehaf.paginas.ufsc.br/files/2016/03/Hibisco-Roxo-Chimamanda-Ngozi-Adichie.pdf>. Acesso em 26 ago. 2018.
 
Ambientado entre os anos 70 e 80, o romance retrata uma Nigéria recém emancipada e profundamente marcada pela instabilidade política e pelos conflitos internos advindos da necessidade pós independência de estabelecer um governo destacado da metrópole. No centro de tamanha instabilidade social e política, está a família de Kambili Achike, a jovem narradora do romance. Na narrativa, o lar de Kambili funciona como microcosmos da sociedade em que está inserido, aonde a presença tirânica de Eugene (pai de Kambili), bem como a forma com que este nega os valores da cultura africana e supervaloriza elementos historicamente herdados da metrópole inglesa, contribuem na construção de um ambiente cerceador e hostil que serve como parâmetro de análise, também, a partir da relação entre Eugene e o resto de sua família (a mãe, Beatrice, e o irmão, Jaja), da forma com que o colonizador europeu erradicou valores culturais da Nigéria, substituindo-os por valores que considerava mais corretos: os seus próprios.
LOPES, Melissa Mota. Relações de gênero em Hibisco Roxo: O homem branco como paradigma. 2017. 49 f. Monografia (Especialização) - Curso de Letras, Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília, Brasília, 2017. Disponível em: <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/19931/1/2017_MelissaMotaLopes_tcc.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2019.
 
A respeito do que se afirma no trecho em destaque da monografia, bem como as relações entre a obra de Chimamanda Ngozi Adiche e a crítica, do ponto de vista das influências do âmbito social na subjetividade das personagens, assinale a alternativa correta.
 
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
A religião católica circunda todo o trecho destacado de Hibisco roxo, uma vez que a motivação do conflito narrado é a quebra de um jejum que antecede o ato religioso. Toda a argumentação de Eugene, depois, no momento da aplicação da violência doméstica, é fomentada e baseada em preceitos religiosos.
	Resposta Correta:
	 
A religião católica circunda todo o trecho destacado de Hibisco roxo, uma vez que a motivação do conflito narrado é a quebra de um jejum que antecede o ato religioso. Toda a argumentação de Eugene, depois, no momento da aplicação da violência doméstica, é fomentada e baseada em preceitos religiosos.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Observamos, no trecho de Hibisco roxo, questões muito ligadas à tríade proposta por Nascimento Batista em citação na monografia de Mota Lopes, da “religião-raça-língua”. A religião permeia toda a narrativa agindo, no trecho destacado, como motivador de todo o conflito. É interessante notar a palavra “indissociado”, que Nascimento Batista usa ao falar desta tríade. Observamos que a questão racial, no trecho de Hibisco roxo, está completamente inserida na questão religiosa através da questão linguística: no momento de fúria de Eugene, o discurso é feito na língua igbo: “- Será que o demônio pediu para você fazer o trabalho dele? - disse Papa, com as palavras em igbo saindo de sua boca numa torrente”.
	
	
	
· Pergunta 3
1 em 1 pontos
	
	
	
	Eu havia finalmente chegado, no correr dessa perambulação, às prateleiras que contêm livros de autores vivos — de homens e mulheres, pois há agora quase tantos livros escritos por mulheres quanto por homens. Ou, se isso ainda não é exatamente verdade, se o masculino é ainda o sexo volúvel, é certamente verdade que as mulheres já não escrevem apenas romances. Há os livros de Jane Harrison sobre arqueologia grega; os livros de Vernon Lee sobre estética; os livros de Gertrude Bell sobre a Pérsia. Há livros sobre todo tipo de assuntos, que, há uma geração, nenhuma mulher teria tocado. Há poemas e peças e crítica; há histórias e biografias, livros de viagens e livros de erudição e pesquisa; há até algumas filosofias e livros sobre ciência e economia. E, embora os romances predominem, é bem possível que os próprios romances tenham mudado a partir da associação com livros de outra natureza. A simplicidade natural, a era épica da produção literária das mulheres,talvez tenha passado. A leitura e a crítica talvez lhe tenham ampliado o alcance, aumentado a sutileza. O impulso para a autobiografia terá se esgotado. Talvez a mulher esteja começando a usar a literatura como uma arte, não como um método de expressão pessoal. Entre esses novos romances se poderia encontrar a resposta para diversas dessas indagações.
Tomei um deles ao acaso. Estava bem no canto da prateleira; chamava-se ‘A aventura da vida’, ou um título semelhante, de Mary Carmichael, e foi publicado neste exato mês de outubro. Parece ser seu primeiro livro, disse a mim mesma, mas é preciso lê-lo como se fosse o último volume de uma série bastante longa, em prosseguimento a todos os outros que andei olhando: os poemas de Lady Winchilsea e as peças de Aphra Behn e os romances das quatro grandes romancistas. Pois os livros vêm sempre numa seqüência, apesar de nosso hábito de julgá-los separadamente. E devo também considerá-la — essa mulher desconhecida — como a descendente de todas aquelas outras mulheres cujas condições de vida estive examinando e ver o que ela herdou de suas características e restrições. Assim, com um suspiro — pois os romances freqüentemente proporcionam um paliativo, e não um antídoto, fazendo-nos deslizar para cochilos letárgicos, em vez de despertar-nos com um ferro em brasa —, acomodei-me com um caderno de anotações e um lápis para extrair o melhor que pudesse do primeiro romance de Mary Carmichael, ‘A aventura da vida’.”
WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Círculo do Livro S.a, 1928. 141 p. Disponível em: <https://iedamagri.files.wordpress.com/2014/07/uma-hipotc3a9tica-irmc3a3-de-shakespeare-um-teto-todo-seu.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2019. Grifo nosso.
 
 
No trecho em destaque, Virginia Woolf disserta sobre o processo de criação literária das mulheres de seu tempo. A partir dele, analise as afirmações a seguir.
 
1. Virginia Woolf insere o conceito de “bagagem literária” em “E devo também considerá-la — essa mulher desconhecida — como a descendente de todas aquelas outras mulheres cujas condições de vida estive examinando e ver o que ela herdou de suas características e restrições”, trecho em que a autora disserta a respeito da influência das autoras predecessoras da literatura produzida em seu tempo sobre o estilo desta mesma literatura.
2. No trecho, estão elaboradas questões centrais a respeito do contexto sociocultural e o processo de criação literária, uma vez que a autora localiza historicamente e socialmente o caráter das publicações que vieram antes da literatura de sua contemporaneidade.
3. Apesar de dissertar a respeito da produção escrita de mulheres de seu tempo, Virginia Woolf não se detém sobre os aspectos psicológicos que circundam esta produção, focando apenas no argumento sociocultural para embasar sua teoria de opressão sistemática.
 
É correto o que se afirma em:
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I e II, apenas.
	Resposta Correta:
	 
I e II, apenas.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. A percepção do texto literário enquanto fruto de um acúmulo de diversos outros textos literários, produzidos anteriormente e que compõem uma espécie de hereditariedade na literatura - os chamados “clássicos” ou “canônicos” - é própria do momento histórico em que Virginia Woolf escreve Um teto todo seu. Autores como Fernando Pessoa já demonstravam esta percepção e não poderia ser diferente em Virginia Woolf. No trecho em destaque de sua obra, a contextualização da mulher escritora em um local sociocultural ganha destaque, principalmente no contraste que a autora faz entre o que foi produzido anteriormente por mulheres - romances e poesia, primordialmente - e o que estaria sendo produzido no momento de contemporaneidade do ensaio - ciência, predominantemente. Todos estes aspectos estão envoltos no texto pela análise psicológica e psicanalítica da mulher enquanto escritora, ambicionando sua colocação no mundo da arte enquanto sujeito dotado de personalidade, não mais apenas simples representação, mas sim, sujeito atuante.
	
	
	
· Pergunta 4
1 em 1 pontos
	
	
	
	O poema a seguir é de autoria de Fernando Pessoa, poeta português conhecido por sua vasta produção heteronímica. Leia-o e, depois, responda ao que se pede.
 
AUTOPSICOGRAFIA
 
O poeta é um fingidor,
Finge tão completamente,
Que chega a fingir que é dor,
A dor que deveras sente.
 
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só as que eles não têm.
 
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
PESSOA, Fernando. Autopsicografia. In: PESSOA, Fernando. Cancioneiro. Lisboa: Ática, 1981.
 
A partir da leitura do poema, assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
O poema anuncia o processo de despersonalização do sujeito poeta enquanto um fingidor, capaz de fingir sentimentos que não existiram.
	Resposta Correta:
	 
O poema anuncia o processo de despersonalização do sujeito poeta enquanto um fingidor, capaz de fingir sentimentos que não existiram.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Este poema é um marco para os críticos literários que se ocupam da obra de Fernando Pessoa porque antecipa algumas questões centrais da heteronímia. O sistema heteronímico constrói-se primordialmente a partir da despersonalização do poeta, através do fingimento de emoções, sensações e experiências, em uma espécie de empatia levada ao seu grau mais extremo - culminando em um processo de outrar-se. Nisto, a poética pessoana evidencia bem o trabalho linguístico que se dá no poema para que o leitor seja capaz de experienciar e sentir alguma emoção em uma primeira leitura.
	
	
	
· Pergunta 5
1 em 1 pontos
	
	
	
	O trecho a seguir foi retirado do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector. Leia-o e, depois, responda ao que se pede.
 
Se a moça soubesse que minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza e que tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose. Neurose de guerra. E tinha um luxo, além de uma vez por mês ir ao cinema: pintava de vermelho grosseiramente escarlate as unhas das mãos. Mas como as roia quase até o sabugo, o vermelho berrante era logo desgastado e via-se o sujo preto por baixo.
E quando acordava? Quando acordava não sabia mais quem era. Só depois é que pensava com satisfação: sou datilógrafa e virgem, e gosto de coca-cola. Só então vestia-se de si mesma, passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser. Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aí que está: esta história não tem nenhuma técnica, nem estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não marcharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilógrafa. Durante o dia eu faço, como todos, gestos despercebidos por mim mesmo. Pois um dos gestos mais despercebidos é esta história de que não tenho culpa e que sai como sair. A datilógrafa vivia numa espécie de atordoado nimbo, entre céu e inferno. Nunca pensara em ‘eu sou eu’. Acho que julgava não ter direito, ela era um acaso. Um feto jogado na lata de lixo embrulhado em um jornal. Há milhares como ela? Sim, e que são apenas um acaso. Pensando bem: quem não é um acaso na vida?
Quanto a mim, só me livro de ser apenas um acaso porque escrevo, o que é um ato que é um fato. É quando entro em contato forças interiores minhas, encontro através de mim o vosso Deus. Para que escrevo? E eu sei? Sei não. Sim, é verdade, às vezes também penso que eu não sou eu, pareço pertencer a uma galáxia longínqua de tão estranho que sou de mim. Sou eu? Espanto-me com o meu encontro.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. São Paulo: Rocco, 1998. Disponível em: <http://colegioplante.com.br/wp-content/uploads/2016/06/A-Hora-da-Estrela-Clarice-Lispector.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2019.
 
Sob o ponto de vista da crítica literária de viés psicológico, assinale a alternativa correta.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
A psicanálise aplicada neste trecho apontariaas pulsões que estão por trás da construção do “eu” dada pela frase “sou datilógrafa e virgem”.
	Resposta Correta:
	 
A psicanálise aplicada neste trecho apontaria as pulsões que estão por trás da construção do “eu” dada pela frase “sou datilógrafa e virgem”.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Em todo o romance aparecem marcas da subjetividade - ou nulidade da subjetividade - da personagem Macabéa. A frase “sou datilógrafa e virgem” é apenas uma delas, voltada, segundo a psicanálise, a uma pulsão sexual.
	
	
	
· Pergunta 6
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, extraído do artigo Psicologia da literatura e psicologia na literatura, de Rosemary Conceição dos Santos et al. A seguir, responda ao que se pede.
 
Considerando que o comportamento resulta dessa interação organismo-ambiente, Leite entende que a psicologia atual deve ter, portanto, recursos para explicar duas formas de comportamento que interessam diretamente à literatura, que são, o pensamento criador e a leitura de obra literária. Examinar a adequação da psicologia para explicar esses dois comportamentos é lançar luz sobre como se realiza, e concretiza, a tentativa de tanto o psicólogo quanto o ficcionista apresentar a descrição convincente de uma pessoa e de um personagem.
SANTOS, Rosemary Conceição dos; SANTOS, João Camilo dos; SILVA, José Aparecido da. Psicologia da literatura e psicologia na literatura. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 26, n. 2, p. 767-780, jun. 2018 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2018000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 ago. 2019. http://dx.doi.org/10.9788/TP2018.2-09Pt>.
 
Levando em consideração os seus conhecimentos a respeito das diversas teorias de psicologia aplicáveis à crítica literária, assinale a alternativa que corresponde ao ramo da psicologia elaborado no texto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Psicologia Social.
	Resposta Correta:
	 
Psicologia Social.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. As palavras-chave neste excerto são “ambiente”, “interação” e “comportamento”. Como sabemos, a Psicologia Social, que tem seu maior expoente em Lev Vygotsky, preconiza as interações entre sujeito e ambiente para a formação de personalidade. Deste modo, estará presente na análise literária embasada na Psicologia Social a consideração dos fatores sócio-culturais que moldam, em relação dialética, a personalidade do autor, das personagens, dos leitores, bem como a recepção de uma obra.
	
	
	
· Pergunta 7
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Husserl afirma que, ao nível da consciência, podemos ter a certeza sobre a forma como apreendemos os fenómenos em si mesmos, ilusórios ou reais, mesmo que não exista evidência sobre a existência independente das coisas. Toda a consciência é consciência de alguma coisa, isto é, não há consciência sem um objecto de referência, porque um pensamento está sempre ‘voltado para algum objecto. O mundo exterior fica assim reduzido àquilo que se forma na nossa consciência, às realidades que constituem os puros fenômenos (...). Se não pode existir um acto de pensamento consciente sem um objecto de referência, também não pode existir um objecto sem existir também um sujeito capaz de o interpretar e apreender.
E-Dicionário de Termos Literários (EDTL), coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9, <http://www.edtl.com.pt>, consultado em 20 ago. 2019. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Fenomenologia.
 
	Resposta Correta:
	 
Fenomenologia.
 
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. A palavra-chave neste trecho é “fenômeno”. Mais uma vez, a associação do nome dos principais teóricos à terminologia nos auxilia nesta questão, visto que temos a citação de Husserl e de suas ideias. A crítica fenomenológica caracteriza-se por ser um modelo focado na apreensão de objetos concretos: um objeto só pode ser percebido se há quem o perceba; da mesma forma, só pode perceber algo quem tem um objeto a ser percebido. A crítica fenomenológica distancia-se de qualquer tentativa de explicação metafísica dos fenômenos, pautando-se exclusivamente naquilo que é real. Também se afasta completamente do psicologismo.
	
	
	
· Pergunta 8
0 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o trecho a seguir, retirado do livro de Carl Gustav Jung, O espírito na arte e na ciência e, em seguida, responda ao que se pede.
 
“(...) Nestes últimos tempos vimos várias vezes obras de arte poéticas serem interpretadas de um modo que correspondia justamente a esta redução a estágios mais elementares. Poderíamos talvez atribuir as condições de criação artística, o assunto e seu tratamento individual, às relações pessoais do poeta com seus pais, mas isto não contribuiria em nada para a compreensão de sua arte. Pode-se fazer a mesma redução em todos os outros possíveis casos, também nos casos de distúrbios patológicos. (...) Naturalmente, todos tiveram pais e todos têm um pretenso complexo de pai e mãe; todos possuem sexualidade e por isso, também, certas dificuldades típicas e outras, comuns ao ser humano. Um poeta pode ter sido influenciado mais pela relação com o pai, outro, pela ligação com a mãe e finalmente um terceiro pode demonstrar, através de suas obras, traços inconfundíveis de repressão sexual (...). E assim, nada de específico se apurou para o julgamento de uma obra de arte. (...)
JUNG, Carl Gustav. O espírito na arte e na ciência. São Paulo: Vozes, 1985.
 
Com base em sua leitura de Jung e conhecimentos anteriores, assinale a alternativa verdadeira sobre o que se pode afirmar a respeito da Psicologia Analítica.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Entender como funcionava a relação entre um poeta e seus pais, bem como as pulsões sexuais deste mesmo poeta é, para Jung, fundamental.
	Resposta Correta:
	 
Obra de arte e psicologia analítica têm uma relação dialética não redutiva.
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta. Verifica-se neste excerto uma relação dialética entre a obra de arte literária e a psicologia analítica, fugindo de interpretações reducionistas como quaisquer tentativas de explicação de uma obra, bem como quaisquer correlações estritas entre esta mesma obra e as questões psicológicas particulares do autor. O sentido da obra, para Jung, se dá a partir da observação da obra como foi concebida, sendo a psicologia analítica uma das possibilidades, um background para toda a análise.
 
	
	
	
· Pergunta 9
1 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o texto a seguir, de Christophe Dejours e responde ao que se pede.
 
“A sexualidade e as pulsões são amorais e egocêntricas. Em outras palavras, a referência à sexualidade não é neutra axiologicamente. A antropologia freudiana sugere, portanto, que as pulsões não conduzem o ser humano para a vida em sociedade, nem para a vida conjunta e para a solidariedade. As pulsões sexuais engendram, antes, o egoísmo e a rivalidade entre os seres humanos para gozar os prazeres terrestres, levando ao ódio, à violência e à morte na luta pela possessão dos objetos de prazer.
Se, contudo, os seres humanos fazem sociedade, não é por causa de suas pulsões sexuais, mas por causa da necessidade. Não é por desejo, mas por obrigação. A resposta de Freud consiste em reconhecer que a sociedade não seria possível sem alguma modificação, desvio, ou mesmo amputação das metas pulsionais; além de recorrer à inibição quanto à meta sexual, à reversão contra a própria pessoa, à reversão em seu oposto, ao recalque, à sublimação. Ademais, Freud sustenta que a própria cultura é construída sobre a renúncia à satisfação sexual da pulsão, ou seja, sobre o sacrifício da pulsão.
DISSONÂNCIA REVISTA DE TEORIA CRÍTICA. Campinas: Unicamp, v. 1, n. 1, 2017 (adaptado).
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto, de acordo com os seus conhecimentos.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Psicanálise.
	RespostaCorreta:
	 
Psicanálise.
	Feedback da resposta:
	Resposta correta. Conforme vimos, o nome Freud é o grande marco da teoria psicanalítica, que baseia-se na análise de aspectos vinculados ao inconsciente e às pulsões humanas - sendo as principais delas a pulsão sexual, pulsão de vida e pulsão de morte.
	
	
	
· Pergunta 10
0 em 1 pontos
	
	
	
	Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede.
 
Essa universalidade do teor lírico, contudo, é essencialmente social. Só entende aquilo que o poema diz quem escuta, em sua solidão, a voz da humanidade; mais ainda, a própria solidão da palavra lírica é pré-traçada pela sociedade individualista e, em última análise, atomística, assim como, inversamente, sua capacidade de criar vínculos universais (allgemeine Verbindlichkcit) vive da densidade de sua individuação. Por isso mesmo, o pensar sobre a obra de arte está autorizado e comprometido a perguntar concretamente pelo teor social, a não se satisfazer com o vago sentimento de algo universal e abrangente.
ADORNO, Theodor W.. Notas de Literatura I. São Paulo: Editora 34, 2003. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Formalismo Russo.
	Resposta Correta:
	 
Materialismo.
 
	Feedback da resposta:
	Resposta incorreta. O materialismo é a corrente crítica por excelência a estudar as relações entre a obra literária e o contexto social. Dividido entre materialismo histórico e materialismo dialético, ambas as vertentes apontam para a questão essencial da indissociabilidade entre arte e meio, sendo que tanto a arte pode tomar influências do meio, quanto o meio pode tomar influências da arte. No caso do trecho apresentado, mais especificamente, estamos falando do materialismo dialético, pois o que prevalece é justamente o diálogo intrínseco entre os mecanismos formais (a singularidade de um poema) e o teor social.

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