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Jovens adultos Luisa Ribeiro Edite Oliveira 2020 Jovens adultos - cognição – José tem problemas com o álcool. Maria, a sua esposa, disse-lhe que da próxima vez que ele chegar a casa alcoolizado mais uma vez, que o deixa e lava com ela os filhos. – Esta noite o José foi a um jantar de trabalho e chega a casa alcoolizado. – Qual a decisão de Maria? Jovens adultos - cognição – Os adolescentes tendem a entender este tipo de situações de forma simples e lógica, decidindo que Maria deixa José, tal como tinha dito. – Os adultos tendem a ver este tipo de situação de forma menos clara, considerando que na vida real existem várias questões que podem influenciar a decisão de Maria. Jovens adultos - cognição – Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo atingido no final da adolescência seria bastante semelhante ao da idade adulta. – Algumas teorias referem alterações posteriores… Pensamento pós-formal (Labouvie-Vief, 1990, 2006): – Num estudo com participantes entre 10 e 40 anos, em situações semelhantes à anteriormente descrita: – os adolescentes consistentemente utilizavam a lógica (a Maria deixa o José, tal como havia dito) – os adultos consideram várias possibilidades – O José pede desculpa à Maria e fica – A Maria apenas o ameaçou – Terá a Maria alternativa onde morar? – Poderá sustentar-se sozinha? Pensamento pós-formal (Labouvie-Vief, 1990, 2006): – As decisões não são apenas tomadas tendo em vista a lógica subjacente ao problema (visão certo/ errado). – Reconhece que muitas decisões são tomadas em termos relativos (“o mal menor”, o “mais adequado ao contexto”). Pensamento pós-formal (Labouvie-Vief, 1990, 2006): Pensamento dialético: – Interesse e gosto pelo debate, pela argumentação; – Assume que as decisões nem sempre são do tipo certo ou errado, mas que por vezes têm que ser negociadas. Pensamento pós-formal (Labouvie-Vief, 1990, 2006): – Consideração da situação ideal e dos constrangimentos da vida real que a podem impedir. – Reconhecimento de múltiplas causas para a mesma situação e de que podem existir diversas soluções. Jovens adultos - cognição – Os adultos consideram não apenas os aspetos lógicos, mas também levam em conta a complexidade das regras sociais, a moral, os seus valores e crenças, combinando-os com a sua experiência prática. – Abordam situações ambíguas através de analogias e metáforas, adotando um entendimento subjetivo pela sua interpretação individual. Jovens adultos - cognição – A inteligência é hoje vista como muito mais do que uma acumulação de conhecimentos, ou a capacidade lógica para resolução de problemas… – … embora este seja um aspeto da inteligência. Teoria da inteligência tripartida (Sternberg, 1985, 1991). Inteligência Componencial Experiencial Contextual Teoria da inteligência tripartida (Sternberg, 1985, 1991). – Componencial – Solução de problemas através da análise de dados aprendidos previamente – Experiencial – Utilização de experiências anteriores para resolver problemas; lidar com novas situações – Contextual – Como enfrentar exigências práticas Teoria da inteligência tripartida (Sternberg, 1985, 1991). – Apesar do foco tradicional no aspeto componencial da inteligência (QI), vários estudos sugerem a importância do aspeto contextual (inteligência prática). – O primeiro aspeto parece relacionar-se com o desempenho académico. No entanto, o sucesso na carreira parece mais relacionado com o aspeto contextual. Teoria da inteligência tripartida (Sternberg, 1985, 1991). Inteligência prática: – Obtida através da observação dos outros e da modelização do comportamento. – Boa compreensão de novas situações e das circunstâncias. Teoria da inteligência tripartida (Sternberg, 1985, 1991). Inteligência emocional: – Capacidade de avaliar, exprimir e regular de forma precisa as emoções. – Facilita interações sociais, e a compreensão dos sentimentos, da experiência e das necessidades dos outros. – Importante para a carreira e para o sucesso pessoal. Pensamento e criatividade – A criatividade parece “perder-se” à medida que amadurecemos… – Sir Ken Robinson – Escolas e criatividade – https://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_do_schools_kill _creativity/transcript – Sir Ken Robinson -- Mudando Paradigmas Educacionais – https://www.youtube.com/watch?v=EDLp6_5vCM8&nohtml5 =False https://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_do_schools_kill_creativity/transcript Pensamento e criatividade – Durante cerca de 30 anos o estudo da criatividade focalizou-se principalmente nos fatores de personalidade que poderiam distinguir pessoas criativas das restantes (e.g. Barron & Harrington, 1981; Guilford, 1950). – Centrava-se (...) nas características pessoais estáveis ao longo da vida, e que poderiam predizer ou confirmar que alguns indivíduos seriam criativos e outros não. (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – Outro tipo de estudos dedicou-se a entender os processos cognitivos subjacentes à criatividade, encontrando pontes com o processamento computacional e de regras heurísticas para geração de ideias. – Um terceiro tipo de investigação sobre a criatividade emergiu, estudando antes fatores ambientais que influenciam a criatividade do indivíduo, sejam eles fatores sociais, físicos, políticos ou culturais. (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – Estudos que tipificam e dividem os indivíduos entre criativos e não criativos – Que alterações ambientais podemos introduzir de forma a potenciarmos e desenvolvermos a criatividade das pessoas de forma mais generalista. – [os] fatores ambientais e sociais são indicados como cruciais para o sucesso criativo, além de serem mais facilmente alterados do que os fatores de personalidade (Amabile, 1996). (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – Durante a última década do século XX o estudo da criatividade expandiu-se ao estudo dos grupos, e da forma como a criatividade pode surgir de esforços de colaboração e como pode influenciar e ser influenciada pelas dinâmicas grupais (Sawyer & DeZutter, 2009). – O estudo da criatividade organizacional difere do estudo da criatividade humana em termos gerais apenas porque se centra na ocorrência da criatividade e nos fatores com influência no local de trabalho ou em contexto organizacional (Shalley & Zhou, 2008). (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – Goncalo (2009) assinala que, apesar de atualmente este ser um tema considerado cada vez importante para um funcionamento organizacional competitivo, na realidade as organizações atuais parecem concebidas para impedir o surgimento da criatividade, ao promover a conformidade e submissão dos colaboradores às regras organizacionais. (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – (...) a criatividade não é pertença de alguns indivíduos especialmente dotados, nem ocorre apenas no campo das artes. Pode sim ocorrer em qualquer atividade, e cada indivíduo terá assim uma capacidade criativa num determinado campo (Csikszentmihalyi, 1996a; Robinson, 2001). – A criatividade ocorre quando o indivíduo executa algo concreto. Ao contrário da imaginação, a criatividade não existe sem expressão exterior (Robinson, 2001). (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – (...) para Csikszentmihalyi (1996a) a criatividade pode ser uma ideia ou uma ação. No entanto, para este autor não é suficiente o critério de novidade, é essencial existir um valor na criação. Amabile (1996, 2005) concorda com este duplo critério. (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade – Hammond, Neff, Farr, Schwall, Zhao (2011) conduzem uma meta análise para identificar que fatores serão mais determinantes para a inovação individual nas organizações (...): fatores individuais (personalidade e motivação), características da tarefa, e fatores contextuais da organização. – (...) encontram uma correlação fraca entre fatoresde personalidade e a inovação individual, considerando que estes resultados contradizem o peso atribuído nos estudos iniciais sobre criatividade aos fatores de personalidade. – os fatores motivacionais têm uma maior influência na obtenção da inovação. (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade Pensamento e criatividade Pensamento e criatividade Pensamento e criatividade Pensamento e criatividade Pensamento e criatividade Pensamento e criatividade - 10 características das pessoas criativas (Csikszentmihalyi, 1996) 1. Boa gestão da sua energia - aprenderam a respeitar o seu ritmo biológico e adaptá-lo ao seu trabalho. 2. Inteligência combinada com alguma ingenuidade - ; a inteligência permite-lhes progredir e aprender na sua profissão; mantém a capacidade de olhar para os assuntos e problemas com uma perspectiva sem preconceitos nem a prioris. 3. Responsabilidade e capacidade de brincar (com ideias, conceitos ou objetos permite a descoberta de coisas não previstas de forma intelectual e menos stress e constrangimentos); (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade - 10 características das pessoas criativas (Csikszentmihalyi, 1996) 4. Um sentido do real (permite implementação, apesar de constrangimentos), aliado a uma boa imaginação; 5. Traços de extroversão e simultaneamente de introversão; 6. Orgulho humilde; reconhecem a sua grande competência, mas acreditam ter sempre algo mais a aprender, mesmo com pessoas menos graduadas; 7. Pouca estereotipia de género; (Ribeiro, 2014) Pensamento e criatividade - 10 características das pessoas criativas (Csikszentmihalyi, 1996) 8. Capacidade de correr riscos, tomando em conta o conhecimento e experiência da sua vida; 9. Paixão pelo seu trabalho (querem sempre melhorar), com aceitação de críticas; 10. Grande sensibilidade e abertura - mantém uma ligação às suas emoções, reconhecendo-as e vivendo-as, sejam elas de dor, ansiedade ou frustração, ou felicidade e êxtase. São portanto pessoas capazes de funcionar de forma bastante flexível, de forma adequada a si próprios e à situação em que se encontram. (Ribeiro, 2014) Eventos importantes e desenvolvimento cognitivo – Alguns estudos parecem indicar que a ocorrência de eventos importantes na vida adulta (casamento, morte dos pais, nascimento de um filho, compra de casa própria) está associada a um desenvolvimento cognitivo. Eventos importantes e desenvolvimento cognitivo – A variedade de experiências pode permitir uma nova visão da vida, mais complexa e menos rígida. – Permite identificar padrões e escolhas pessoais. Eventos importantes e desenvolvimento cognitivo – Ex: o nascimento de um filho pode trazer novo entendimento do relacionamento com os pais e família, sobre o lugar no mundo e o seu papel enquanto parte da espécie humana. Eventos importantes e desenvolvimento cognitivo – Ex: a morte de alguém próximo pode levar a reavaliar prioridades e a forma como se encara a vida. Relacionamentos – A procura de intimidade e a criação de relações são das principais preocupações dos jovens adultos. – Nas sociedades ocidentais, as relações íntimas são um fator preponderante para a felicidade e bem-estar individual. – Qual a idade “certa” para uma relação de longo prazo? Relacionamentos – Relógio Social – Temporalidade psicológica, determinada culturalmente, que cria uma ideia de que atingimos ou não as maiores marcas da vida em tempo adequado, por comparação aos nossos pares. Relacionamentos – O relógio social reflete as expetativas da sociedade. – Até cerca de metade do séc. XX os relógios sociais dos adultos eram, de forma geral, bastante uniformes (intragénero). – Atualmente existe maior heterogeneidade, devido a mudanças sociais e culturais. Relacionamentos – As mulheres podem decidir focar-se mais na carreira ou na vida familiar. – Independente da escolha, uma atitude de compromisso com a escolha parece trazer maior confiança, independência e satisfação com a vida. Relacionamentos O que os meus amigos pensam que eu faço O que o meu marido pensa que eu faço O que a sociedade pensa que eu faço O que os meus filhos pensam que eu faço O que eu penso que faço O que realmente faço Relacionamentos – Ao período entre o final da adolescência e o início dos 30, Erik Erikson atribuiu a crise intimidade/isolamento, tendo como foco o desenvolvimento de relações próximas e íntimas com os outros. Intimidade/isolamento Intimidade: – Altruísmo, conseguir sacrificar algumas necessidades individuais pelas necessidades do outro. – Sexualidade, prazer conjunto e gratificante para si e para o parceiro. – Devoção, esforço para fusão da sua identidade com a do parceiro. Intimidade/isolamento – Se na fase anterior não se desenvolveu uma identidade suficientemente forte, podemos nesta fase ter receio de nos relacionarmos com os outros, e de no sentirmos sós e isolados. – Sucesso na resolução desta crise propicia a formação de relações íntimas a nível físico, intelectual e emocional. Intimidade/isolamento – A teoria de Erikson tem sido criticada por se centrar no “ideal” de pares heterossexuais com desejo de ter filhos, e de não permitir variações étnicas. Tarefas desenvolvimentais da idade adulta Adultos (20-40) Adultos (40-60) Adultos (60+) Separação psicológica dos pais Lidar com alterações corporais, doenças e imagem corporal Manter saúde física Responsabilização pelo seu corpo Ajuste a mudanças na sexualidade Adaptação a enfermidades ou incapacidades Consciência de história pessoal e de limitações temporais Aceitar a passagem do tempo Usar tempo de forma gratificante Sexualidade integrada Ajustamento à idade Adaptar a perda de parceiro e amigos Capacidade de intimidade Suportar doença e morte de pais e contemporâneos Permanecer orientado para o presente e futuro Decisão quanto a filhos Lidar com a realidade da morte Formar novos laços emocionais Ter e relacionar-se com crianças Redefinir relação com parceiro Inversão de papéis (filhos e netos cuidadores) Relações adultas com pais Aprofundar relações com filhos crescidos e netos Procurar e manter contatos sociais Adquirir capacidade de marketing Manter amizades longas e criar novas Cuidar de necessidades e expressão sexual Escolher carreira Consolidar identidade profissional Manter uso do tempo gratificante (trabalho e lazer) Usar dinheiro para desenvolvimento Transmitir valores e skills aos mais novos Alocar recursos financeiros para si e outros Assumir papel social Alocar recursos financeiros de forma eficaz Integrar reforma em novo estilo de vida Adaptar valores éticos e espirituais Aceitar responsabilidade social Aceitar mudança social Relacionamentos – A nossa necessidade de pertença impele-nos para a criação e manutenção de amizades. – As amizades constituem a maioria das nossas relações, e a sua manutenção é parte importante da vida adulta. Relacionamentos – Amigos? – Proximidade – acessibilidade, permite contato frequente. – Companhia, aprovação social, ajuda – Semelhança – em atitudes e valores – Qualidades pessoais – Lealdade, carinho, afeto, mantém confidência – Apoiantes, francos, bom sentido de humor Oh, l’Amour… Progressão geralmente conhecida: – Interação cada vez mais frequente e por mais tempo; em diferentes locais; – Aumenta procura de companhia do outro; – Abertura ao outro, partilha de informação íntima, intimidade física; – Partilha de sentimentos positivos e negativos; elogios e crítica; – Concordância dos objetivos da relação; – Reações semelhantes; – Relacionar bem-estar como o sucesso da relação (única, insubstituível e preciosa); – Auto-definição e comportamentos como “casal”, e não como indivíduos. Oh, l’Amour… Teoria do Estímulo-Valor-Papel: 1ª fase – estímulo: – Superficialidade, baseado na aparência física (1º encontro); 2ª fase – valores: – Aumento de semelhança devalores e crenças (2º a 7º encontro); 3ª fase – papéis: – Definição dos papéis de cada um na relação (namorado-namorada, marido e mulher) Universalidade do progresso? –Oh, l’Amour… – Amar não é “gostar” em grandes quantidades… existe uma diferença qualitativa… AMOR Excitação física intensa Interesse global no outro Fantasias recorrentes sobre o outro Alterações rápidas de emoção Oh, l’Amour… – Amar não é “gostar” em grandes quantidades… existe uma diferença qualitativa… AMOR Proximidade PaixãoExclusividade Oh, l’Amour… – As características desejadas/ procuradas no parceiro não são universais (nem a necessidade de amor romântico)... – Nalguns países (Paquistão, Índia, etc) é aceitável casar sem amar o esposo. CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NO PARCEIRO (NÚMERO INDICA ORDEM DE PREFERÊNCIA) China África do Sul (Zulu) EUA Característica Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Atração mútua-amor 4 8 10 5 1 1 Estabilidade emocional- maturidade 5 1 1 2 2 2 De confiança 6 7 3 1 3 3 Simpático 13 16 4 3 4 4 Educação e inteligência 8 4 6 6 5 5 Boa saúde 1 3 5 4 6 9 CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NO PARCEIRO (NÚMERO INDICA ORDEM DE PREFERÊNCIA) China África do Sul (Zulu) EUA Característica Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Sociável 12 9 11 8 8 8 Desejar lar e filhos 2 2 9 9 9 7 Refinamento 7 10 7 10 10 12 Ambição 10 5 8 7 11 6 Beleza 11 15 14 16 7 13 Educação semelhante 15 12 12 12 12 10 CARACTERÍSTICAS DESEJADAS NO PARCEIRO (NÚMERO INDICA ORDEM DE PREFERÊNCIA) China África do Sul (Zulu) EUA Característica Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Boas perspetivas financeiras 16 14 18 13 16 11 Cozinhar e limpar bem 9 11 12 15 13 16 Bom status social 14 13 17 14 14 14 Religião semelhante 18 18 16 11 15 15 Castidade 3 6 13 18 17 18 Política semelhante 17 17 15 17 18 17 Como escolhemos os parceiros? – Por um processo de filtragem do mais geral para o específico (Janda & Klenke-Hamel, 1980) Parceiros potenciais Parceiros potenciais fisicamente próximos Parceiros potenciais fisicamente próximos com semelhanças e complementaridades Parceiros potenciais fisicamente próximos com semelhanças e complementaridades e atração mútua Parceiros potenciais fisicamente próximos com semelhanças e complementaridades, atração mútua e compatíveis Homogamia Como escolhemos os parceiros? Homogamia – Tendência para casar com alguém que é semelhante em termos de idade, etnia, educação, religião, e outras características demográficas Como escolhemos os parceiros? Gradiente do casamento – Tendência para os homens casarem com mulheres ligeiramente mais novas, mais pequenas e de menor status; e para as mulheres casarem com homens ligeiramente mais velhos, maiores e de maior status. – Limita as possibilidades às mulheres à medida que envelhecem, enquanto que aumenta a dos homens; – Limita muito as possibilidades de homens de baixo status e mulheres de status alto. Estilos de Vinculação e Relações Românticas Vinculação – Laço emocional positivo que se desenvolve entre uma criança e um indivíduo em particular. 1. Estilo Seguro: relação saudáveis, positivas e de confiança com o cuidador; 2. Estilo Evitante: evitam interação, indiferentes; 3. Estilo Ambivalente: demonstram grande perturbação quando separados, mas parecem zangados no retorno; Estilos de Vinculação e Relações Românticas – Parece existir uma continuidade do estilo de vinculação em criança, pela idade adulta, e que afeta a natureza das relações românticas. – O estilo de vinculação reflete-se na natureza do cuidado que os adultos prestam aos seus companheiros quando estes necessitam de assistência. Estilos de Vinculação e Relações Românticas – Adultos que desenvolveram uma vinculação segura tendem a fornecer cuidado mais sensível e apoiante, demonstrando capacidade de resposta às necessidades psicológicas dos seus companheiros. – Adultos com estilo ansioso tendem a fornecer cuidado compulsivo e intrusivo (e menos útil). Com que frase se identifica? 1. É fácil relacionar-me de forma próxima com os outros e sinto-me confortável depender deles e que dependam de mim. Não me costumo preocupar em ser abandonado ou em alguém ficar demasiado próximo. Com que frase se identifica? 2. Fico um pouco desconfortável com a proximidade dos outros. Acho difícil confiar neles completamente e depender deles. Fico nervoso quando alguém se aproxima demasiado, e geralmente os meus parceiros querem que eu seja mais íntimo do que me é confortável. Com que frase se identifica? 3. Acho que os outros ficam relutantes em se aproximarem tanto como eu gostaria. Preocupo-me frequentemente sobre se o meu parceiro realmente me ama ou se quer ficar comigo. Desejo uma fusão completa com o outro, e por vezes este desejo afugenta os outros. Com que frase se identifica? – A primeira frase descreve uma vinculação segura. Estes adultos entram facilmente num relacionamento e sentem-se felizes e confiantes sobre o sucesso futuro da sua relação. – Mais de metade dos adultos possui este estilo de vinculação. Com que frase se identifica? – A segunda frase descreve uma vinculação evitante. Estes adultos investem menos na relação, apresentam taxas de separação maiores e sentem-se frequentemente sozinhos. – Cerca de um quarto dos adultos possui este estilo de vinculação. Com que frase se identifica? – A terceira frase descreve uma vinculação ambivalente. Estes adultos investem demais na relação, apresentam separação repetidas com o mesmo parceiro e baixa auto-estima. – Cerca de 20% dos adultos possui este estilo de vinculação. Estilos de Vinculação e Relações Românticas – Os estudos efetuados com indivíduos homossexuais mostram que as relações são semelhantes às heterossexuais quanto às características que consideram descrever uma relação de sucesso: – maior apreciação do parceiro e do casal, menos conflito, mais sentimentos positivos face ao parceiro. Casar ou não casar, é a questão – O número de indivíduos que decide não casar, apesar de ter uma relação estável, tem vindo a aumentar. – O número de divórcios tem aumentado (opção pela carreira u estabilidade financeira), bem como o de casamentos mais “tardios”. – A coabitação com outros, sem implicar relacionamentos íntimos tem também aumentado. Casar. E agora? Características dos casamentos de sucesso: – mostra visível de afeto; – rara comunicação negativa; – auto-perceção de pertença a um casal interdependente; – homogamia social; – semelhança em atividades de lazer e em preferências de papel. Casar. E agora? – A maior parte dos divórcios ocorre durante os primeiros 10 anos de casamento – os primeiros anos de casamento são importantes. Casar. E agora? A maior parte dos novos casais experimentam um grau de conflito significativo: – A visão idealizada do outro dá lugar a uma visão realista, nascida da convivência diária e da “descoberta” das falhas do outro. Casar. E agora? Fontes de conflito: – Dificuldade na transição para adultos autónomos; – dificuldade em desenvolver uma identidade separada do cônjuge; – dificuldade em gerir o tempo dedicado ao cônjuge, amigos e família. Casar. E agora? – Para a maior parte dos casais, o início do casamento é das alturas mais satisfatórias, e representa uma extensão do período de namoro; – É importante negociar mudanças e aprender mais sobre o outro. Filhos ou sem filhos, é a questão. – A decisão de ter filhos é das mais importantes que o casal tem de tomar. – As razões mais citadas para decidir ter filhos são do foro psicológico: o prazer de ver os filhos crescer, testemunhar os seus sucessos, ter um laço forte com eles; – Algumas razões são egoístas: ter ajuda na velhice, manter o negócio da família, ter companhia. Filhos ousem filhos, é a questão. – Nem todas as gravidezes são planeadas e desejadas: estas ocorrem mais frequentemente nos grupos socialmente mais vulneráveis – casais mais jovens, pobres e com menos escolaridade. – Estes números têm em geral decrescido nas sociedades ocidentais, onde o tamanho da família (e número de filhos) tem diminuído (devido à maior utilização de contracetivos e de participação das mulheres no mundo laboral). Filhos ou sem filhos, é a questão. Inquérito à Fecundidade (2013) Filhos ou sem filhos, é a questão. Inquérito à Fecundidade (2013) Filhos ou sem filhos, é a questão. Observações: – “é observável pelo progressivo afastamento entre o número médio de filhos desejados e o número médio de filhos esperados, em linha com o aumento da idade.” – “São os homens de naturalidade estrangeira aqueles que desejam ter um número médio de filhos mais elevado.” Filhos ou sem filhos, é a questão. Observações: – “As pessoas que vivem com companheiro/a (numa relação conjugal não formal) são aquelas que esperam vir a ter e desejam mais filhos.” – “Número médio de filhos desejados é mais elevado para as mulheres e homens mais qualificados.” Ficar sozinho. – A opção de viver sozinho é cada vez mais comum. Famílias nos Censos (2011) Filhos ou sem filhos, é a questão. Observações: – “entre as mulheres que vivem sozinhas predominam situações de viuvez (52,6%), os homens em mono-residência são, em maior proporção, solteiros (46,2%). – A diferença registada a este respeito indicia que a residência unipessoal para as mulheres ocorre sobretudo numa fase mais tardia dos seus percursos de vida, enquanto culminar de um trajeto de conjugalidade, ao passo que para os homens pode decorrer mais frequentemente de escolhas pessoais de estilo de vida ou de opções profissionais.” Famílias nos Censos (2011), p.132-133 Filhos ou sem filhos, é a questão. Observações: – “cerca de 5% das pessoas sós são casadas. (…) ilustra formas alternativas de viver a conjugalidade e a família. São os designados casais LAT (living apart together), que não se encontram em situação de co- residência (Duncan e Phillips 2010; Levin 2004; Levin e Tros 1999), (…) também por fatores de ordem profissional e de mobilidade geográfica.” Famílias nos Censos (2011), p.133 Filhos ou sem filhos, é a questão. A chegada de um filho altera a dinâmica familiar, de formas positivas e negativas; – Cresce a fadiga e as exigências físicas e psicológicas; – Existem novos papéis a desempenha (“mãe” e “pai”), além do de “cônjuge”; – Existem mais responsabilidades financeiras, mais tarefas domésticas Filhos ou sem filhos, é a questão. Nas sociedades ocidentais, criar um filho é uma tarefa individual, e não da comunidade: – Existe menor suporte social; – Aumenta o stress e diminui a satisfação conjugal – O contrário pode acontecer, se a satisfação com o casamento existir previamente ao nascimento, e se existirem expetativas realistas. Ficar sozinho. Famílias nos Censos (2011) Ficar sozinho. Famílias nos Censos (2011) Ficar sozinho. Observações: – “Na realidade, viver só tem significados sociais distintos, dependendo da sua localização no curso de vida de uma pessoa (Chandler et al. 2004).” Famílias nos Censos (2011), p.134 Famílias monoparentais Observações: – “uma mãe ou um pai só (porque não vive em casal) que reside com um ou vários filhos dependentes (crianças ou jovens adultos solteiros).” Famílias nos Censos (2011), p.177 Famílias monoparentais Famílias nos Censos (2011), p.177 Trabalho e Carreira – A escolha de um trabalho ou carreira é uma decisão com implicações a longo prazo: – No estilo de vida; – No status; – No estado financeiro; – Na auto-estima e contribuição social. Trabalho e Carreira – A decisão de trabalho deve-se a fatores motivacionais extrínsecos (dinheiro, prestígio) mas também a fatores intrínsecos (tem significado e traz bem-estar e satisfação). – Através do trabalho adquirimos também um sentido de identidade pessoal. – Fornece oportunidades de interação social. Trabalho e Carreira – A satisfação no trabalho depende do status que lhe é atribuído, da natureza do trabalho (variedade é desejável), grau e número de stressores no trabalho (supervisores, autonomia, condições físicas), oportunidade de participação nas decisões e de influência.