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Direito Processual do Trabalho - Verbo Jurídico - 2020

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. PETIÇÃO INICIAL ................................................................................................................ 03 
2. RESPOSTA DO RÉU ............................................................................................................. 16 
3. PARTES E PROCURADORES ................................................................................................ 35 
4. AUDIÊNCIA ......................................................................................................................... 61 
5. PROVAS .............................................................................................................................. 78 
6. RECURSOS ........................................................................................................................ 104 
7. PROCESSO DE EXECUÇÃO ................................................................................................ 131 
8. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ......................................................................................... 150 
9. RITO SUMARÍSSIMO ........................................................................................................ 164 
10. DISSÍDIOS COLETIVOS .................................................................................................... 171 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
3 
 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
 
 
 
 ASPECTOS GERAIS 
Nos dissídios individuais, há conflito de interesses concretos de pessoas determinadas, 
enquanto nos dissídios coletivos se discutem interesses abstratos de uma categoria composta por 
um número indeterminado de pessoas. O primeiro visa a aplicação de norma jurídica ao caso 
concreto, enquanto o segundo busca a criação de normas gerais ou a interpretação de norma geral 
já existente1. 
 
Amauri Mascaro Nascimento explica que a fase constitutiva do dissídio individual se 
denomina postulatória. Há dois modos de iniciar o dissídio individual trabalhista: a petição inicial e 
o termo de reclamação. São neles que se constitui a demanda2. De acordo com o art. 2º do CPC, o 
pro- cesso começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo exceções 
previstas em lei. A petição inicial é, desta forma, a peça inaugural do processo3. 
 
O artigo 840 da CLT4, que define os requisitos da petição inicial trabalhista, usa a palavra 
“reclamação”, a qual indica também é utilizada na prática processual laboral no lugar de petição 
inicial5. Todavia, trata-se apenas do nomen iuris (nome de direito) atribuído à peça na ação 
trabalhista. Neste sentido, ela também é conhecida como “exordial”, “peça vestibular”, ou 
simplesmente “inicial”6. O adjetivo “inicial” significa que é o primeiro requerimento dirigido pela 
parte à autoridade judiciária para, segundo os preceitos legais, iniciar o processo.7 
 
Por ser uma das peças mais importantes do processo, a petição inicial deve ser redigida 
cuidadosamente, de modo não só que a parte contrária a entenda perfeitamente, como também o 
juiz, ao proferir a sentença, compreenda o que o autor está postulando. Assim, a petição inicial 
deve obedecer um encadeamento lógico, histórico e cronológico dos fatos sobre os quais será feito 
o pedido. Inclusive com os cálculos dos valores pretendidos. A forma do documento, 
sinteticamente, é apontada da seguinte maneira: “A petição inicial representa um silogismo. A 
 
1 GIGLIO, Wagner D. Direito Processual do Trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 175. 
2 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho. 26ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. pp. 577 - 578 
3 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 10. ed. São Paulo: Ltr, 2012, p. 655. 
4 Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que 
resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de 
seu representante. 
§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que 
couber, o disposto no § 1o deste artigo. 
§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. 
5 MARTINS, Sergio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 36ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. . p.248. 
6 Leite. Op. Cit. p. 655. 
7 Leite. Op. Cit. p. 655. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
4 
premissa menor é representada pelos fatos, os fundamentos de direito são a premissa maior. A 
conclusão é o pedido”8. 
 
A petição inicial trabalhista pode ser formulada pelos sujeitos da relação de emprego (em- 
pregados e empregadores, ou pelos trabalhadores avulsos por equiparação constitucional), 
pessoalmente (no exercício do ius postulandi) ou por seus representantes. Pode igualmente se 
formulada pelos sindicatos, em defesa dos interesses ou direitos da categoria que representam, e 
ainda pelo Ministério Público do Trabalho, nos casos previstos em lei9 (art. 839, CLT10). 
 
Com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho trazida pela Emenda Constitucional 
nº 45/2004, a petição inicial poderá ainda vir a ser apresentada por outros titulares da relação de 
trabalho (trabalhadores autônomos, eventuais, voluntários, estagiários e tomadores dos seus 
serviços), pela União (na hipótese de ação de cobrança de multas impostas aos empregadores pela 
Superintendência Regional do Trabalho), pelos sindicatos (nas hipóteses de lides intersindicais ou 
entre eles e seus representados ou filiados) ou pelos empregadores ou tomadores de serviço 
(quando sujeitos de uma relação de emprego ou de trabalho)11. 
 
 REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Quanto à forma, a petição pode ser escrita ou verbal. Sendo verbal, deverá ser reduzida a 
termo pelo órgão auxiliar onde foi apresentada (termo de reclamação), contendo duas vias datadas 
e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, adotando-se, depois disto, os demais 
procedimentos para as reclamações escritas (§2º do art. 840 da CLT)12. A petição inicial no Processo 
Trabalhista é mais abreviada do que aquela que é elaborada nas ações de direito civil e comercial. 
Via de regra, o pedido é cumulativo, abrangendo diversos direitos pretendidos pelo trabalhador, 
que de vem ser objetivamente indicados com uma sumária explicação dos motivos determinantes 
da pretensão13. 
 
Bezerra Leite indica que a utilização da petição inicial verbal é compatível com ação oriunda 
de relação de trabalho distinta da relação de emprego ou da relação de trabalho avulso, uma vez 
que o art. 840 da CLT não tem por destinatários exclusivos o empregado e o empregador. 
 
Todavia, sua opinião é diferente no tocante a lides sobre representação sindical, mandados 
de segurança, habeas corpus, habeas data e ações relativas às penalidades administrativas 
impostas aos empregadores Ministério do Trabalho. Isto, pois tais demandas envolveriam matérias 
eminentemente técnicas, exigindo-se representação por parte de advogado. Neste sentido dispõe a 
Súmula 425 do TST14. O autor ainda indica que, por interpretação lógica, o mesmo se daria a res- 
 
8 Martins. Op. Cit. p. 250. 
9 Leite. Op. Cit. P. 656. 
10 Art. 839. A reclamação poderá ser apresentada: 
a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe; 
b) por intermédio das Procuradorias Regionais da Justiça do Trabalho. 
11 Leite. Op. Cit. p. 656. 
12 Martins. Op. Cit. p.248. 
13 Nascimento. Op. Cit.p. 578. 
14 Súmula 425. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do 
Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior 
do Trabalho. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
5 
peito das iniciais da ação civil pública, ação civil coletiva e ação anulatória de cláusulas 
convencionais15. 
 
No inquérito de apuração por falta grave, a petição deverá ser escrita (art. 853 da CLT), não 
sendo admitida a reclamação verbal16. 
 
Nas localidades em que houver apenas uma Vara do Trabalho (ou Juiz de Direito), a petição 
inicial será protocolada diretamente na secretaria da Vara ou no cartório do Juízo (CLT, art. 837). 
Nas localidades com mais de uma Vara ou Juízo, a petição será distribuída. 
 
Distribuição é o ato pelo qual é designado o órgão jurisdicional perante o qual o 
procedimento será desenvolvido. O critério adotado para a distribuição é o da ordem de 
apresentação, assim, conforme a ordem de entrega ao distribuidor, a inicial é encaminhada a uma 
das Varas. A parte recebe um documento comprobatório da distribuição do qual constam o nome 
das partes, a data da distribuição, o objeto da reclamação e a Vara a que cabe a distribuição. 
Atualmente, a distribuição é feita por via eletrônica17. 
 
 ENDEREÇAMENTO OU DESIGNAÇÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA A 
QUEM FOR DIRIGIDA 
Quanto ao requisito para que se designe a autoridade judiciária a quem é dirigida a peça; o 
dispositivo ordena que o reclamante indique a autoridade competente, que apreciará os termos 
contidos na peça vestibular. Em primeira instância, a inicial deverá ser dirigida ao “Juiz do Trabalho 
da Vara do Trabalho” da localidade onde esta for distribuída. Nos Tribunais (regionais e superior), a 
petição deverá ser encaminhada, em regra, ao “Juiz Presidente do Tribunal Regional do Trabalho”18 
(Resolução CSJT n. 104/2012, art. 1º). Nas localidades onde existe mais de um órgão judicial com 
igual competência, da petição não é possível constar a designação do juízo, porque esse ele mento 
só será conhecido após a distribuição. Assim, deixa-se espaço para posterior colocação pela Justiça 
do Trabalho do número da Vara para onde o processo tiver sido distribuído19. 
 
No processo judicial eletrônico, a distribuição da petição inicial em formato digital pode ser 
feita diretamente pelos advogados públicos e privados, sem necessidade de intervenção do cartório 
ou da secretaria judicial, situação em que a autuação deverá se dar de forma automática, 
fornecendo-se recibo eletrônico do protocolo (art. 10, Lei. 11.419/0620)21. 
 
15 Leite. Op. Cit. p. 657. 
16 Martins. Op. Cit. p. 248. 
17 Nascimento. Op. Cit. p. 584. 
18 SARAIVA, Renato; Manfredini, Aryanna. Curso de Direito Processual do Trabalho. 12 § ed. Salvador: Editora Jus Podvm, 2015. p. 299. 
19 Nascimento. Op. Cit. p 579. 
20 Art. 10. A distribuição da petição inicial e a juntada da contestação, dos recursos e das petições em geral, todos em formato digital, 
nos autos de processo eletrônico, podem ser feitas diretamente pelos advogados públicos e privados, sem necessidade da intervenção 
do cartório ou secretaria judicial, situação em que a autuação deverá se dar de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de 
protocolo. 
§ 1o Quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição eletrônica, serão considerados tem-
pestivos os efetivados até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia. 
§ 2o No caso do § 1o deste artigo, se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por motivo técnico, o prazo fica automatica-
mente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema. 
§ 3o Os órgãos do Poder Judiciário deverão manter equipamentos de digitalização e de acesso à rede mundial de computadores à dispo-
sição dos interessados para distribuição de peças processuais. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
6 
 
 QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
Sobre a qualificação das partes, a inicial deverá conter o nome completo do reclamante e 
reclamado, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço completo com CEP, e, 
preferencialmente, indicação do número da CTPS, identidade, CPF e PIS. Caso o reclamado seja 
pessoa jurídica, a inicial deverá conter o nome ou razão social da empresa, a personalidade jurídica 
(se é empresa de direito público ou privado), o CNPJ e endereço completo, com indicação do CEP, 
sendo desnecessária a indicação dos nomes dos sócios22. Nos casos de representação processual, 
além da qualificação da parte é necessária a individualização do representante, que também é 
mencionado na petição inicial, declarando-se essa sua qualidade. A indicação do domicílio deve ser 
precisa, para fins de notificação postal. Se não houver distribuição postal na residência do autor, 
essa circunstância deverá ser mencionada, para que a notificação postal de atos que venham a 
ocorrer no curso do processo seja feita por diligência do oficial de justiça23. 
 
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos artigos 319 e 320, 
CPC/1524, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de quinze dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou completado (Art. 321 do CPC). Nas reclamações plúrimas 
devem constar do polo ativo todos os reclamantes, com as respectivas qualificações25. Havendo 
litisconsortes passivos, como nos casos de grupo de empresa, empreitada ou de terceirização, 
Bezerra Leite aponta que a inclusão de cada uma das empresas tomadoras de serviço no polo 
passivo é condição necessária, a fim de que elas constem no título executivo judicial e possam ser 
executadas26. 
 
 BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS DE QUE RESULTE O DISSÍDIO (CAUSA 
DE PEDIR) 
A expressão “breve exposição dos fatos” significa que na petição deveria haver apenas a 
narração dos fatos. O §1º do artigo 840 da CLT não exige que seja indicado o fundamento jurídico 
do pedido. Bastaria a parte narrar os fatos e o juiz iria enquadrá-los dentro do Direito. Contudo, 
ressalva Sergio Pinto Martins que há casos em que não basta apenas a narração do ocorrido, sendo 
 
21 Leite. Op. Cit. p. 659. 
22 Saraiva. Op. Cit. p. 299. 
23 Nascimento. Op. Cit. p. 579. 
24 Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas 
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. 
25 Martins. Op. Cit. p. 249. 
26 Leite. Op. Cit. p. 660. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
7 
necessária a causa de pedir e a fundamentação jurídica do pedido, especialmente quando a matéria 
é de direito27. 
 
O Direito do Trabalho segue a teoria da substanciação, segundo a qual a petição inicial deve 
conter a descrição dos fatos oriundos da relação de direito material e os fundamentos jurídicos do 
pedido. A esta teoria opõe-se a teoria da individualização, na qual bastaria ao autor apontar o título 
com que age em juízo(por exemplo, o de proprietário, locatário ou credor) para formular o pedido. 
 
Não é suficiente que o empregado simplesmente alegue ser empregado e formule o pedido 
de anotação na CTPS, pois no direito processual brasileiro (civil ou trabalhista), exige-se que o de- 
mandante justifique a razão pela qual afirma o que afirma. A petição inicial da ação trabalhista 
individual, deste modo, deve conter os fundamentos fáticos e jurídicos, mas não há necessidade de 
indicação do fundamento legal28. 
 
Amauri Mascaro Nascimento aponta que devem ser excluídos os fatos não vinculados 
diretamente com a demanda, devendo ser relacionados apenas os fatos que possam influir de 
algum modo na solução da causa29. 
 
A causa de pedir compreende os fundamentos de fato e de direito pelos quais o autor faz o 
seu pedido30. Os fatos narrados na petição inicial correspondem à chamada causa de pedir próxima 
ou imediata. São os fatos que dão origem à ameaça ou lesão do direito material da parte. 
Geralmente diz respeito ao descumprimento, pelo empregador, das normas contratuais e legais 
que guarnecem o contrato individual de trabalho. Assim, o autor deve apontar as datas de 
admissão e dispensa, a função que exercia na empresa, o salário, jornada de trabalho etc.31 
 
A causa de pedir remota ou mediata, por sua vez, consiste nos fundamentos jurídicos do 
pedido. Ou seja, o “porquê” do pedido do autor. Assim, se o autor pede aviso prévio, deve indicar 
na inicial que a dispensa se deu sem justa causa. Se pede horas extras, deve indicar que cumpria 
jornada além do limite máximo permitido. 
 
 PEDIDO 
Pedido é o objeto da ação, sendo assim a parte mais importante da petição. Estabelece os 
limites de atuação do magistrado no julgamento da lide. Diante de um pedido certo e determinado, 
não será licito ao juiz deferir ao demandante bem diverso ou superior ao postulado32 (art. 832, 
CLT33). 
 
27 Martins. Op. Cit. p. 249. 
28 Leite. Op. Cit. pp. 663 – 664. 
29 Nascimento. Op. Cit. p. 580. 
30 Martins. Op. Cit. p. 249. 
31 Leite. p. 664 
32 Saraiva. Op. Cit. p. 300 
33 Art. 832. Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da 
decisão e a respectiva conclusão. 
§ 1º Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o seu cumprimento. 
§ 2º A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida. 
§ 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do 
acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
8 
 
A CLT não detalha o conteúdo e as especificações do pedido, de modo que fica autorizada a 
aplicação subsidiária do CPC, desde que observadas as adequações exigidas pelo princípio da 
simplicidade, que informa o Processo Trabalhista. De acordo com os artigos 322 e 324 do CPC, o 
pedido deve ser certo (expresso, exteriorizado e inconfundível) e determinado (definido e 
delimitado em sua quantidade e qualidade)34. 
 
A palavra “determinado” diz respeito à certeza do pedido, à qualidade e quantidade, ao an 
debeatur e não aos valores. O termo “certo” empregado no dispositivo supracitado quer dizer 
valor, pois, se apresentado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida35. 
 
A lei permite, no entanto, que o autor formule pedido genérico nas hipóteses do §1º do art. 
324 do CPC. Explica Bezerra Leite que o dispositivo permite que o pedido mediato seja genérico, na 
medida em que o pedido imediato deverá ser sempre certo e determinado36. O pedido genérico é 
certo quanto à sua existência e determinado quanto ao seu gênero, sendo indeterminado apenas 
quantitativamente, e determinável na liquidação da sentença37. 
 
Nas ações de indenização por acidente de trabalho o pedido poderá ser genérico se as 
consequências do ato ilícito perpetrado pelo réu não puderem ser apuradas de modo definitivo. Tal 
é o caso das sequelas nos tratamentos de saúde que se prolongarão no tempo depois da 
propositura da ação. 
 
Há certas situações em que o juiz pode conceder tutela jurisdicional diferente da postulada 
pelo autor. Os artigos 497 e 53638 do CPC autorizam o magistrado a prestar tutela específica ou 
conceder tutela que propicie à parte resultado equivalente. Pode o juiz também prolatar sentença 
mandamental, desde que esta se mostre a mais adequada e efetiva, ainda que o autor tenha 
postulado sentença executiva39. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS PEDIDOS 
 
§ 4o A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 1
1.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aostributos que lhe forem devidos. 
§ 5o Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o § 3o deste artigo. 
§ 6o O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejud
icará os créditos da União. 
§ 7o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestação da União nas decisões homologat
óri-
as de acordos em que o montante da parcela indenizatória envolvida ocasionar perdade escala decorrente da atuação do órgão jurídico. 
34 Leite. Op. Cit. p. 671. 
35 Martins. Op. Cit. p. 251. 
36 Leite. Op. Cit. p. 672. 
37 Leite. Op. Cit. p. 672. 
38 Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela 
específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a 
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas 
necessárias à satisfação do exequente. 
39 Leite. Op. Cit. p 670. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
9 
Bezerra Leite indica as formas de classificação dos pedidos em simples ou cumulado; 
principal, acessório e implícito; alternativo; sucessivo; sucessivo eventual ou subsidiário; líquido e 
ilíquido40. 
 
Pedido simples e cumulado: Simples é o que contém uma única postulação. Por exemplo, 
pede-se apenas o pagamento do salário do último mês em que trabalhou na empresa. 
 
Cumulado ocorre quando o autor postula mais de um pedido na inicial, buscando que todos 
sejam apreciados na sentença (art. 327, CPC41). 
 
Havendo cumulação de pedidos e sendo a Justiça do Trabalho incompetente para julgar 
qualquer deles, deverá extingui-lo sem decisão de mérito por ausência de pressuposto processual 
(art. 485, IV, CPC42). 
 
Quando para cada tipo de pedido corresponder um procedimento diferente, será admitida a 
cumulação sob o procedimento comum (art. 327, §2º, CPC).43 
 
Pedidos principal, acessório e implícito: importa esclarecer que não se deve confundir 
pedido acessório com implícito, uma vez que, regra geral, o autor deve formular expressamente o 
pedido44. 
 
O §2º, art. 322, do CPC dispõe que a interpretação do pedido considerará o conjunto da 
postulação e observará o princípio da boa-fé. Assim, se o autor pede o pagamento do salário do 
último mês trabalhado, este será o pedido principal, enquanto os juros de mora serão pedidos 
acessórios. Tal orientação difere da disposta no antigo código de processo, onde juros eram 
compreendidos no pedido principal45. Juros legaise correção monetária ficam compreendidos no 
pedido principal por força do §1º do art. 322 e da Súmula 211 do TST46. Outra hipótese de pedido 
implícito são as prestações sucessivas, independentemente de declaração expressa do autor (art. 
323, CPC). 
 
Pedido implícito e extrapetição: Bezerra Leite defende que o atual modelo constitucional de 
direito processual permite a quebra de congruência entre pedido e sentença. Depreende tal 
conclusão dos artigos 497 e 536 do CPC, que conferem ao juiz o poder de conceder tutelas 
específicas ou assegurar o resultado útil do processo, fixando multas ou adotando “medidas 
necessárias”. Aponta o autor, que a aplicação de julgamento extra petita também é autorizado no 
artigo 496 da CLT e na Súmula 396 do TST, que afirma que “Não há nulidade por julgamento extra 
 
40 Leite. Op. Cit. p. 673. 
41 Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
42 Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
43 Leite. Op. Cit. pp. 674 – 675. 
44 Leite. Op. Cit. p. 675. 
45 Leite. Op. Cit. p. 675. 
46 Súmula 211. Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
10 
petita da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 
496 da CLT”47. 
 
Esta posição, porém, é controversa, pois o princípio da congruência é um dos pilares do 
devido processo legal, sendo garantia da racionalidade, ao estabelecer uma relação entre causa e 
efeito e a limitação de que, daquilo que é pedido, não se pode extrapolar. 
 
Pedidos alternativos: pedido alternativo é aquele no qual a obrigação pode ser cumprida de 
mais de uma forma, por força de contrato ou de lei (art. 325, CPC). Exemplo é o do empregador que 
se compromete a oferecer um prêmio ao funcionário mais assíduo, cabendo ao empregador 
escolher entre duas possibilidades de prêmio. Neste caso, haveria uma obrigação alternativa, 
cabendo ao réu a escolha, se procedente o pedido48. 
 
Pedidos sucessivos: O artigo 326 do CPC adotou a nomenclatura “subsidiário” no lugar de 
“sucessivo”, presente no antigo código. Subsidiariedade na análise de um pedido significa uma 
ordem lógica de análise. Tal ordem pode ser explicada no sentido de que, a “pretensão subsidiária 
deduzida pelo autor, no sentido de que se o juiz não puder acolher o pedido principal, passa a 
examinar o sucessivo”49. Deste modo, se for acolhido o primeiro, o juiz não poderá apreciar os 
demais pedidos sucessivos trazidos na inicial. Neste sentido observe-se o item II da Súmula 396 do 
TST50. 
 
A diferença entre pedidos alternativos e sucessivos é de que nos alternativos um exclui o 
outro, nos sucessivos o posterior só poderá ser apreciado na impossibilidade de acolhimento do 
anterior51. 
 
Pedido sucessivo eventual ou subsidiário: se no pedido sucessivo há uma cumulação, onde o 
segundo pedido só poderá ser acolhido se o primeiro for rejeitado, na modalidade eventual ou 
subsidiária, o segundo pedido só poderá ser deferido se o primeiro for acolhido. O primeiro é, deste 
modo, pressuposto lógico essencial para a análise dos sucessivos. A base para a cumulação 
sucessiva encontra-se no art. 327 do CPC.52 
 
Exemplo desta modalidade no Processo do Trabalho se dá nos casos de terceirização, quando 
o autor pede a condenação direta da empresa que o contratou formalmente pelas verbas 
trabalhistas por ela não adimplidas e a condenação subsidiária da empresa tomadora do serviço 
(TST, Súmula 331, IV53). O segundo pedido só será apreciado se o juiz acolher o primeiro.54 
 
 
47 Leite. Op. Cit. p. 678. 
48 Leite. Op. Cit. p. 678. 
49 NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo Civil – N ovo C P C – Lei 13.105/2015. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 896. Apud Leite. Op. Cit. p. 678. 
50 Súmula 396. II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, 
dados os termos do art. 496 da CLT. 
51 Leite. Op. Cit. p. 680. 
52 Leite. Op. Cit. p. 682. 
53 Súmula 331. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do 
tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo 
judicial. 
54 Leite. Op. Cit. p. 682. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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Pedidos líquidos e ilíquidos: o pedido líquido é aquele no qual o autor já delimita na inicial os 
valores que julga ser credor do réu. Ou seja, especifica o quantum debateur (quantia devida). O 
pedido ilíquido, por outro lado, indica apenas que certa parcela é devida (an debateur).55 
 
No procedimento sumaríssimo o autor deve formular o pedido certo e determinado, 
indicando o valor correspondente (art. 852-B, I, CLT). Caso não indique o valor, a lei indica que o 
processo deverá ser extinto sem resolução de mérito, arcando o autor com o pagamento das custas 
calculadas sobre o valor da causa. Todavia, defende Bezerra Leite ser mais correto adaptá-lo ao 
procedimento ordinário. À luz do princípio da congruência, quando o autor formula pedido liquido 
é vedado ao juiz produzir sentença ilíquida56. 
 
Pedido cominatório: diz respeito às obrigações de fazer ou não fazer, obrigações de entregar 
coisa, sendo incabível nas ações que tenham por objeto obrigação de dar57 ou pagar. Infere-se a 
possibilidade das tutelas específicas da interpretação dos artigos 497 a 500 do CPC.58 
Exemplificativamente, é lícito ao dirigente sindical formular pedi- do cominatório em face do 
empregador que o dispensou sem ter ajuizado o competente inquérito judicial para apuração de 
falta grave, requerendo aplicação de multa diária enquanto não cumprida a decisão59. 
 
 VALOR DA CAUSA 
O valor da causa é a determinação da expressão econômica da pretensão. É certo quando o 
pedido é liquido, ou por estimativa quando o pedido depende de liquidação ou em se tratando de 
obrigação de fazer.60 
 
Renato Saraiva aponta que doutrina e jurisprudência divergem quanto à obrigatoriedade de 
indicação do valor da causa na inicial.61 Entende o autor que após a edição da Lei 9.957/00, que 
instituiu o procedimento sumaríssimo, é obrigatória a inclusão na petição inicial do valor da causa 
correspondente, para que se defina se a demanda será submetida ao procedi- mento ordinário, 
sumaríssimo (para causas de até quarenta salários mínimos) ou sumário (até dois salários). Neste 
sentido, Amauri Mascaro Nascimento explica que a importância do valor da causa é relacionada 
com a determinação do tipo de procedimento62. 
 
O valor da causa é requisito obrigatório apenas para as causas sujeitas ao procedimento 
sumaríssimo, por força da aplicação conjunta dos arts. 852-A e 852-B, inciso I e §1º da CLT, e deve 
corresponder ao valor do pedido liquido.63 Todavia, de acordo com o artigo 3º, IV da Instrução 
Normativa nº 39 do TST64, que disciplina a aplicabilidade dos dispositivos do novo CPC ao Processo 
 
55 Leite. Op. Cit. pp. 682 - 683 
56 Leite. Op. Cit. p. 683. 
57 Súmula 500/ STF. Não cabe a ação cominatória para compelir-se o réu a cumprir obrigação de dar. 
58 Leite. Op. Cit. p. 685. 
59 Leite. Op. Cit. p. 685. 
60 Nascimento. Op. Cit. p. 581. 
61 Saraiva. Op. Cit. p. 301. 
62 Nascimento. Op. Cit. p. 581. 
63 Leite. Op. CIt. p. 690. 
64 Art. 3° Sem prejuízo deoutros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de 
Processo Civil que regulam os seguintes temas: 
IV - art. 292, V (valor pretendido na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral); 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
12 
do Trabalho, aplica-se à disciplina o artigo 292, V, do CPC, o qual indica que o valor da causa 
constará na petição inicial, sendo, no caso de ação indenizatória, o valor pretendido. Nas ações 
individuais submetidas aos procedimentos ordinário e sumário, entende que se o autor não indicar 
o valor da causa, o juiz deverá fixá-lo antes de passar à instrução da causa, para determinação da 
alçada (art. 2º, Lei n. 5.584/70). Indica ainda que se a petição inicial for omissa quanto a este 
requisito, cabe ao juiz fixar o valor de ofício, mesmo que na sentença. Se o recurso ordinário 
impugnar tal parte da sentença, pode o recorrente ter êxito, pois a fixação do valor da causa pelo 
juiz deveria ter sido feita antes da instrução, dando possibilidade à parte de impugnar o valor em 
suas razões finais.65 Em se tratando de mandado de segurança e ação rescisória, o entendimento do 
TST tem sido em não admitir majoração de valor da causa (OJ n. 155 da SBDI-2).66 
 
 DATA E ASSINATURA DO SUBSCRITOR 
Sobre a data e assinatura do subscritor, sendo escrita a petição inicial, ela deverá ser datada 
e assinada pela própria parte, em função do jus postulandi, ou por seu representante. Sendo verbal, 
a data a ser considerada será aquela em que o demandante comparecer à Vara do Trabalho para 
apresentar sua reclamação, devendo também ser assinada pela parte ou representante, após 
reduzida a termo. Neste contexto, petição inicial sem assinatura será considerada apócrifa, 
importando na inexistência do processo.67 Nada impede que o juiz, em audiência, permita o 
saneamento deste vício, desde que não traga prejuízo ao réu, sob pena de extinção do processo 
(485, IV, CPC). 
 
De acordo com a Resolução nº 185/13 do CNJ, que institui o Sistema Processo Judicial 
Eletrônico: 
Art. 4º Os atos processuais terão registro, visualização, tramitação e controle exclusiva-
mente em meio eletrônico e serão assinados digitalmente, contendo elementos que 
permitam identificar o usuário responsável pela sua prática. 
§ 1º A reprodução de documento dos autos digitais deverá conter elementos que permi-
tam verificar a sua autenticidade em endereço eletrônico para esse fim, disponibilizado 
nos sítios do Conselho Nacional de Justiça e de cada um dos Tribunais usuários do Siste-
ma Processo Judicial Eletrônico - PJe. 
§ 2º O usuário é responsável pela exatidão das informações prestadas, quando de seu 
credenciamento, assim como pela guarda, sigilo e utilização da assinatura digital, não 
sendo oponível, em qualquer hipótese, alegação de uso indevido, nos termos da Medida 
Provisória n. 2.200-2, de 24 de agosto de 2001. 
§ 3º Somente serão admitidas assinaturas digitais de pessoas físicas e de pessoas físicas 
representantes de pessoas jurídicas, quando realizada no sistema PJe ou a este destina-
da, se utilizado certificado digital A3 ou equivalente que o venha a substituir, na forma 
da normatização do ICP-Brasil. 
§ 4º A assinatura digital por meio de aparelhos móveis que não possam ser acoplados a 
dispositivo criptográfico portável (tokens ou cartões) com certificado A3 será realizada 
na forma a ser definida pelo Comitê Gestor Nacional do PJe. 
 
 DOCUMENTOS QUE DEVEM ACOMPANHAR A PETIÇÃO INICIAL 
 
65 Leite. Op. Cit. p. 690. 
66 Leite. Op. Cit. p. 692. 
67 Saraiva. Op. Cit. p. 301. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
13 
O artigo 787 da CLT prescreve que a petição inicial escrita “deverá ser formulada em duas 
vias e desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar”. Assim, indica Sergio Pinto 
Martins que se o autor pede, por exemplo, salário-família, deve trazer aos autos a certidão de 
nascimento dos filhos e o atestado de vacinação para ter direito àquele benefício. Se pede verbas 
decorrentes da norma coletiva, deve colacionar aos autos a referida norma68, etc. Documentos 
novos podem ser juntados após a propositura da ação. 
 
Bezerra Leite, contudo, aponta que esta regra raramente é observada, pois dificilmente o 
autor da ação, que geralmente é o trabalhador, dispõe dos documentos alusivos à comprovação 
dos fatos pertinentes à relação empregatícia. Quase sempre a petição inicial é acompanhada 
apenas de cópia da CTPS. Se o pedido é de reconhecimento de vínculo empregatício, a inicial 
geralmente não é acompanhada de nenhum documento.69 Quando o pedido é fundado em acordo 
ou convenção coletiva de trabalho, direito municipal, estadual ou estrangeiro, os documentos 
correspondentes devem acompanhar a petição inicial. Outra hipótese se dá quando o autor pede 
algum crédito trabalhista e diz que houve interrupção da prescrição, caso em que a inicial deverá 
ser acompanhada de documento que prove tal fato.70 
 
Se o juiz entender que algum documento deve obrigatoriamente acompanhar a petição 
inicial, não poderá, de plano, indeferi-la, mas conceder um prazo de dez dias para que o autor a 
complete. Se o autor não cumprir a diligência, aponta Bezerra Leite que o juiz indeferirá a inicial ou 
o pedido pertinente, nos termos do art. 321 do CPC71. 
 
 PETIÇÃO INICIAL NO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO 
De acordo com o art. 19 da Resolução CSJT n. 185/17, a petição inicial no sistema do 
Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho – PJe-JT “conterá, além dos requisitos referidos 
no art. 840, §1º da CLT, a indicação do CPF ou CNPJ das partes, na forma do art. 15, caput, da Lei nº 
11.419/06”. 
 
O sistema PJe-JT fornecerá, na ocasião da distribuição da ação, o número atribuído ao 
processo, o órgão julgador para o qual foi distribuída e, se for o caso, o local, data e horário de 
realização da audiência, da qual estará a parte autora imediatamente intimada (art. 19, §2º). 
 
 ADITAMENTO E EMENDA DA INICIAL 
É consequência dos princípios da estabilização da demanda e da preclusão que, feita a 
citação, o autor não poderá alterar o pedido ou a causa de pedir sem o consentimento do réu. 
Todavia, há duas exceções para tais princípios: são eles o aditamento (art. 329, I, CPC72) e a 
emenda à inicial (art. 321, CPC73). 
 
68 Martins. Op. Cit. p. 256. 
69 Leite. Op. Cit. p.686. 
70 Leite. Op. Cit. p. 686. 
71 Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregulari-
dades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, 
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
72 Art. 329. O autor poderá: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art319
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
14 
 
Aditar significa acrescentar, de modo que aditamento da inicial significa acrescentar algo ao 
pedido.74 Estabelece o art. 329, I, do CPC que antes da citação o autor poderá aditar o pedido, 
correndo por sua conta as custas acrescidas em razão desta iniciativa. Por outro lado, feita a 
citação, dispõe o art. 329, II do CPC que é proibido ao réu modificar o pedido ou a causa de pedir 
sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por 
lei.75 
 
A CLT é omissa quanto à possibilidade de aditamento da inicial, permitindo a aplicação 
subsidiária do CPC. No entanto, aponta Renato Saraiva que, considerando que o Processo do 
Trabalho é dotado de regras e princípios próprios, e nele não havendo citação, mas mera 
notificação para comparecer à audiência, as normassobre o aditamento da inicial previstas no CPC 
devem ser adaptadas ao processo laboral. Assim, no Processo do Trabalho, permite-se o 
aditamento da petição inicial até a apresentação da defesa pelo reclamado, o que ocorre em 
audiência.76 
 
O aditamento poderia, de acordo com Sergio Pinto Martins, ser feito até na própria 
audiência.77 Ao reclamado deverá ser concedido prazo para complementar a defesa, devendo a 
audiência ser adiada para tal finalidade, e a nova audiência ser designada em prazo não inferior a 
cinco dias (art. 841 da CLT). Após recebida a defesa, o aditamento só será possível com a 
concordância do reclamado.78 
 
O artigo 321 do CPC prevê que o juiz, verificando que a petição inicial não preenche os requi- 
sitos exigidos nos arts. 319 e 320, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar 
o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, 
indicando com precisão o que deve ser corrigido e completado. Se o autor não cumprir a diligência, 
o juiz indeferirá a petição inicial. Bezerra Leite indica que a petição apta é pressuposto processual 
de validade da relação processual, de modo que o seu indeferimento acarreta a extinção do 
processo sem resolução de mérito.79 
 
Depois de apresentada a resposta do réu, em audiência (arts. 846 e 847, CLT), o caso não é 
mais de indeferimento da petição inicial irregular, mas de extinção do mérito (Súmula 263 do 
TST80). Todavia, os artigos 338 e 33981 do CPC permitem a alteração da petição inicial para modificar 
 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório 
mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
73 Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
74 Nascimento. Op. Cit. p. 582. 
75 Saraiva. Op. Cit. p. 303. 
76 Saraiva. Op. Cit. p. 303. 
77 Martins. Op. Cit. p 264. 
78 Schiavi. Op. Cit. p 462. 
79 Leite. Op. Cit. p. 695. 
80 Súmula 263. Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por 
encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é 
cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou 
completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015). 
81 Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art319
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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o polo passivo da demanda. Bezerra Leite indica serem tais dispositivos aplicáveis ao Processo do 
Trabalho (exceto o parágrafo único do art. 338).82 
 
No procedimento sumaríssimo, verificados eventuais defeitos contidos na petição inicial 
(falta de pedido certo, determinado e liquido), o juiz, por força do art. 852-B, §1º da CLT, deverá, 
depois de observada a diligência que cuida a Súmula 263 do TST, extinguir o processo sem 
resolução de mérito e condenar o autor ao pagamento de custas sobre o valor atribuído à causa. Há 
entendimento, porém, no sentido de que no lugar de extinção do processo, deverá o juiz converte-
lo ao procedimento ordinário.83 
 
Por fim, conforme a Súmula 415 do TST84, em sede de mandado de segurança não cabe 
emenda à inicial (Súmula 415 do TST). 
 
 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
Indeferir a inicial significa rejeitá-la liminarmente, antes do recebimento da defesa85. Não é 
comum, no Processo do Trabalho, o indeferimento liminar da petição inicial pelos magistrados. Isto 
porque, em regra, o primeiro contato do juiz com a petição inicial ocorre na audiência, não 
havendo despacho citatório e sendo a notificação para a audiência ato automático realizado pelos 
servidores da vara do trabalho. 
 
Nada impede, todavia, que o juiz, mesmo antes da expedição de notificação pela secretaria 
da Vara analise e indefira a petição inicial, quando verificar que a peça não atende aos requisitos 
previstos nos arts. 840, §1º, CLT e 330 do CPC.86 Além disso, aponta Bezerra Leite a forte tendência 
em se aproveitar ao máximo os pedidos contidos na petição inicial, mormente quando a parte 
postula pessoalmente.87 
 
Alguns juízes entendem que a petição inicial no Processo do Trabalho não pode ser indeferi- 
da, pois o empregado é o hipossuficiente. Essa tese, afirma Sergio Pinto Martins, pode ser admitida 
se o empregado estiver postulando em juízo sem patrocínio de advogado, pois não é técnico para 
saber fazer a petição inicial. Entretanto, se o empregado está acompanhado de advogado, este tem 
a obrigação de saber redigir a peça, de modo que, para o autor, é perfeitamente possível a inépcia 
da inicial.88 
 
Verificando o juiz, mesmo antes da realização da audiência, que a petição inicial apresenta 
algum defeito, deverá, como medida de celeridade e economia processual, determinar que o autor 
emende a inicial no prazo de 10 dias, nos termos dos artigos 165 da CLT e 321 do CPC. Não 
 
em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver 
conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
82 Leite. Op. CIt. p. 697. 
83 Leite. Op. Cit. p. 697. 
84 Súmula 415. Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do 
CPC de 1973) quando verificada, na petição inicial do “mandamus”, a ausência de documento indispensável ou de sua autenticação. 
85 Schiavi. Op. Cit. p. 463. 
86 Saraiva. Op. Cit. p. 306 
87 Leite. Op. Cit. p. 698. 
88 Martins. Op. Cit. p. 257. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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emendada a inicial o juiz a indeferirá.89 Tal é o posicionamento adotado pelo TST na Súmula 263. 
Conforme o entendimento sumular, a inicial somente deverá ser indeferida, sem possibilidade de 
emenda, se contiver vícios insanáveis, a saber: se a petição for inepta, se a parte for 
manifestamente ilegítima ou se o autor carecer de interesse processual.90 
 
Entende-se por inepta a inicial com defeitos e regularidades insanáveis.91 A inépcia pode e 
deve ser declarada por provocação do réu ou de ofício pelo juiz, em qualquer grau de jurisdição 
(segundo a jurisprudência, na instância ordinária), enquanto não transitada em julgado a sentença 
ou acórdão, devendo o juiz, sempre que possível, oferecer à parte a oportunidade de corrigir 
eventual vicio que ela contenha que inviabilize o julgamento do mérito.92 
 
Algumas vezes os magistrados trabalhistas se deparam com petições iniciais que veiculam, de 
maneira lacônica, pedido de “reflexos nas verbas contratuais e resilitórias”. Indica o autor que tal 
pedido seria, ao seu ver, inepto, na medida em quem além do genérico, não indicariacausa de 
pedir. Deste modo, restaria impossível ou bastante difícil tanto para o réu exercer o direito de 
ampla defesa quanto para o juiz “adivinhar” quais parcelas devem contemplar os “reflexos” 
pretendidos pelo autor, dificultando a liquidação e gerando efeitos deletérios para a celeridade 
processual. Contudo, o comportamento do réu poderá elidir a inépcia do pedido quando este 
manifestar-se precisamente sobre a matéria pertinente, pois neste caso não haverá violação ao 
princípio da ampla defesa e haverá efetividade do princípio da celeridade processual.93 Não pode 
ser declarada de ofício a inépcia na instância extraordinária, em função da exigência do 
prequestionamento, que é pressuposto específico dos recursos extraordinários.94 
 
 
 
 
RESPOSTA DO RÉU 
 
 
 
 ASPECTOS GERAIS 
Na ação, o autor formula um pedido ao órgão jurisdicional. Com este pedido, busca produzir 
efeitos na esfera jurídica de uma outra pessoa: o réu. Ao réu, todavia, também se reconhece o 
direito de formular um pedido endereçado ao órgão, visando que a pretensão do autor seja 
rejeitada.95 
 
A reação à ação é consequência lógica dos princípios do contraditório e da ampla defesa. O 
direito de resposta do réu tem sua validade fundamentada na Constituição, em especial nos princí- 
 
89 Saraiva. Op. Cit. p. 306. 
90 Schiavi. Op. Cit. p. 464. 
91 Schiavi. Op. Cit. p.466. 
92 Leite. Op. Cit. p. 698. 
93 Leite. Op. Cit. p. 699. 
94 Leite.Op. Cit. p. 689. 
95 Leite. Op. Cit. p. 674. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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pios do devido processo legal (art. 5º, LIV da CF); da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV da 
CF); do contraditório e da ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.96 
 
No Processo do Trabalho, a defesa do reclamado será apresentada em audiência. Presentes 
as partes, depois da leitura da reclamação, será proposta conciliação. Não havendo acordo, a CLT 
prevê que o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa (art. 847, CLT). Na prática, a 
defesa é escrita e dispensada a sua leitura. Com o PJe, a defesa é anexada ao processo sob a 
condição de sigilo, que é liberada pelo juiz quando da realização da audiência inaugural. 
 
A defesa a ser realizada pelo réu pode ser dividida em três modalidades: defesa indireta do 
processo; defesa indireta de mérito; e defesa direta do mérito. Na primeira serão discutidos 
pressupostos para o desenvolvimento válido do processo, as condições de ação e nulidades; na 
segunda, poder-se-ia chamar de prejudicial do mérito da ação, como se observa na prescrição e na 
decadência, em que o processo é resolvido com julgamento de mérito; a última é aquela em que o 
réu pretende ver a ação julgada em sua substância, com a rejeição da pretensão do autor.97 
 
A defesa do reclamado pode ser apresentada tanto verbalmente como por escrito, sendo 
mais comum na praxe trabalhista a apresentação por escrito. Uma vez implantado o processo 
judiciário eletrônico, a peça escrita deverá ser encaminhada eletronicamente até a realização da 
proposta conciliatória infrutífera (art. 22 da Res. 185/17 do TST98).99 
 
Por ser apresentada em audiência que ocorrerá no mínimo no prazo de 5 dias depois do 
recebimento da citação (art. 841 da CLT), o réu terá este prazo para preparar a sua resposta escrita. 
Todavia, se o prazo não for observado e o réu, ainda assim, comparecer e apresentar sua defesa 
sem alegar nulidade, o juiz deverá prosseguir normalmente com o processo. Isto, pois apenas se 
declara nulidade quando há manifesto prejuízo às partes. Tratando-se de pessoa jurídica de direito 
público, o prazo mínimo para a preparação da defesa do réu é de vinte dias contados da citação.100 
Se for alegada nulidade, o juiz deverá marcar nova audiência, em prazo que observe o intervalo 
mínimo de 5 dias. 
 
O CPC/73 disciplinava a matéria da resposta do réu de tal modo que, após a citação, o réu 
poderia oferecer exceção, contestação e reconvenção. A resposta do réu, de acordo com Bezerra 
Leite, abrange essas três modalidades. Aponta ele, contudo, que apenas as exceções e a 
contestação são verdadeiramente modalidades de defesa. A reconvenção seria ação do réu em face 
do autor, dentro do mesmo processo em que aquele é demandado por este.101 
 
O Código de Processo Civil de 2015 extingue as exceções como modalidades de resposta do 
réu, prevendo apenas a contestação (arts. 335 e 342) e a reconvenção (art. 343). O réu apresentará 
apenas a contestação e nesta poderá arguir a incompetência absoluta e relativa, impugnar o valor 
 
96 Leite. Op. Cit. p. 674. 
97 Martins. Sergio Pinto. Direito processual do trabalho. 36ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 292. 
98 Art. 22. A contestação, reconvenção, exceção e documentos deverão ser protocolados no PJe até a realização da proposta conciliatória 
infrutífera, com a utilização de equipamento próprio, sendo automaticamente juntados, facultada a apresentação de defesa oral, na 
forma do art. 847, da CLT. 
99 Saraiva. Op. Cit. p. 311. 
100 Leite. Op. Cit. p. 675. 
101 Leite. Op. Cit. p. 674. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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da causa e reconvir (arts. 337, II e III, e 34).102 Entretanto, o Processo do Trabalho tem normas 
próprias sobre as exceções, disciplinados nos artigos 799 a 802 da CLT. 
 
A CLT, por seu lado, prevê apenas o termo “defesa” (a ser entendida como contestação) de 
forma expressa, além duas modalidades de exceções: de foro e de suspeição. Não há regramento 
especial para reconvenção na CLT. Por razão desta lacuna, reporta-se ao uso do instituto do Direito 
Processual Civil, sendo admitida a reconvenção no Processo do Trabalho desde que observados os 
princípios e procedimentos que fundamentam a matéria.103 
 
O reclamado poderá, na audiência para a qual foi notificado, apresentar simultaneamente 
contestação, exceção e reconvenção, ou mesmo oferecer uma ou duas espécies de resposta, ou até 
mesmo nenhuma. Isto, pois o reclamado não é obrigado a se defender. A apresentação da defesa é 
faculdade do réu.104 
 
 EXCEÇÕES 
Atualmente, a exceção compreende a defesa processual ou indireta contra o processo. Nelas, 
a parte denuncia a falta de capacidade do juiz. Qualquer das partes poderá fazê-lo, não apenas o 
réu.105 Ainda que as exceções tenham sido retiradas do novo CPC, permanecem no Processo do 
Trabalho, uma vez que há regras especiais prevendo-as na matéria. 
 
Trata-se de uma defesa contra defeitos, irregularidades, ou vícios do processo que impedem 
o seu desenvolvimento normal, não se discutindo o mérito da questão. É uma forma indireta pois o 
réu, sem negar os fatos articulados pelo autor, opõe fatos extintivos ou impeditivos ligados ao pro- 
cesso. Quem ingressa coma exceção é chamado excipiente, e chama-se exceto a pessoa contra a 
qual se ingressa com a exceção.106 
 
O Direito Processual do Trabalho dispõe que são consideradas exceções apenas as alegações 
que devem ser decididas antes do exame do mérito: as de suspeição (desdobrada em suspeição e 
impedimento) e de incompetência. As demais serão alegadas como simples preliminares, matéria 
de defesa direta, a serem examinadas conjuntamente com o mérito, embora antes dele, na 
sentença final. Assim se dá com as alegações de litispendência, coisa julgada, prescrição, 
compensação e retenção, que não suspendem a instrução normal do feito.107 
 
A CLT dispõe que “nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser 
opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição e incompetência” e que “as demais 
exceções serão alegadas como matéria de defesa” (art. 799, caput, e §1º da CLT). 
 
As exceções de suspeição e impedimento tem por objetivo incompatibilizar o juiz para o 
exercício da função jurisdicional em determinado processo, afim de evitar que ele aja com 
parcialidade,seja por motivos íntimos (suspeição) ou externos (impedimento). Ambas constituem 
 
102 Saraiva. Op. Cit. p. 312. 
103 Leite. Op. Cit. p.675. 
104 Saraiva. Op. Cit. p. 312. 
105 Martins. Op. Cit. p. 293. 
106 Martins. Op. Cit. p. 293. 
107 Giglio. Op. Cit. p. 205. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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matérias de interesse público, pois dizem respeito à imparcialidade do juiz e à credibilidade do 
Poder Judiciário frente a sociedade.108 
 
Distinção fundamental entre suspeição e impedimento é que a suspeição é gerada por 
motivos de ordem subjetiva, ao passo que o impedimento é de ordem objetiva, culminando em 
dúvida sobre a parcialidade do juiz.109 O impedimento é mais grave, e vicia até mesmo a coisa 
julgada. 
 
De acordo com o artigo 144 do CPC, o juiz fica impedido de exercer suas funções no processo 
em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do 
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; de que conheceu em outro grau de 
jurisdição, tendo proferido decisão; quando nele estiver postulando, como defensor público, 
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; quando for parte 
no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; quando for sócio ou membro de direção ou de 
administração de pessoa jurídica parte no processo; quando for herdeiro presuntivo, donatário ou 
empregador de qualquer das partes em que figure como parte instituição de ensino com a qual 
tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; em que figure 
como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que 
patrocinado por advogado de outro escritório; quando promover ação contra a parte ou seu 
advogado. 
 
Exceção de suspeição é aquela arguida quando entre a parte e o juiz existe inimizade pessoal, 
amizade íntima, parentesco ou afinidade até o terceiro grau civil ou interesse particular na causa 
(CLT, art. 801). Quando esses mesmos fatos existem entre o procurador da parte e o juiz, também 
subsiste a suspeição.110 
 
O parágrafo único do artigo 801 considera suprida tal irregularidade se “o recusante houver 
praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais podendo alegar exceção 
de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo”; ou “ constar no processo que o recusante deixou de 
alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado 
ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou”.111 
 
O autor poderia alegar a suspeição ou impedimento do juiz na primeira vez que tiver de falar 
nos autos ou na audiência, ocasião em que pode alegar nulidades.112 
 
O procedimento da exceção de suspeição e de impedimento está regulado no artigo 802 e 
seus parágrafos 1º e 2º da CLT: “Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará 
audiência dentro de quarenta e oito horas, para instrução e julgamento da exceção. (§1º). Nas Jun- 
tas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada procedente a exceção de 
 
108 Leite. Op. Cit. p. 680. 
109 Alvim, Arruda. Apud em Nascimento. Op. Cit. p. 611. 
110 Nascimento. Op. Cit. p. 610. 
111 Leite. Op. Cit. p.681. 
112 Martins. Op. Cit. p. 294. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou sessão, ou para a seguinte, o suplente 
do membro suspeito, o qual continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da 
mesma maneira quando algum dos membros se declarar suspeito. (§2º). Se se tratar de suspeição 
de Juiz de Direito, será este substituído na forma da organização judiciária local.” 
 
Bezerra Leite, contudo, indica conflito entre o parágrafo primeiro do dispositivo e a Emenda 
Constitucional nº 24, na medida em que “não faz sentido o próprio juiz peitado (ou impedido) 
instruir e julgar a exceção de suspeição contra si oposta. A rigor, o julgamento deveria ser feito por 
um órgão colegiado, dele não participando o juiz ‘interessado’”.113 O dispositivo supramencionado 
era compatível quando o órgão julgador era a Junta de Conciliação e Julgamento, que era um órgão 
colegiado. A partir do momento em que a Vara do Trabalho passou a funcionar com um juiz 
singular, o julgamento da exceção de suspeição ou impedimento deve ser julgado pelo juízo ad 
quem, aplicando-se a regra dos artigos 144 a 147, CPC.114 
 
O réu, no Processo do Trabalho, poderá oferecer mais de uma exceção ao mesmo tempo. A 
exceção de suspeição ou de impedimento, logicamente, deverá preceder a à de incompetência, 
pois o juiz suspeito ou impedido nem sequer poderá declarar-se incompetente. Se o fato que deu 
azo a suspeição ou impedimento for posterior à audiência, a parte deverá alegar a nulidade na 
primeira vez em que tiver de falar na audiência ou nos autos, sob pena de preclusão (art. 795 da 
CLT).115 
 
A exceção de incompetência pode ser em razão da matéria, lugar ou das pessoas. Haveria in- 
competência em razão da matéria, por exemplo, caso se ingressasse com uma ação postulando 
separação de cônjuges. Haveria incompetência em razão das pessoas caso a Justiça do Trabalho 
tivesse de examinar questões relativas a funcionários públicos estatutários da União, dos Estados- 
membros ou dos Municípios. A incompetência em razão do lugar ocorreria se a Vara não fosse 
competente quanto ao lugar para apreciar a demanda.116 
 
Sobre a exceção de incompetência, o artigo 799, §2º da CLT, estabelece que “das decisões 
sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não 
caberá recurso que couber da decisão final”. A exceção de incompetência está regulada no art. 800 
da CLT: 
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a 
contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta 
exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. 
 
A expressão “exceção de incompetência terminativa do feito” significa que, se o juiz a 
acolher, deverá remeter os autos para outro órgão jurisdicional que não a Justiça do Trabalho. Será 
decisão interlocutória que implicará a terminação (ou saída) do processo na Justiça do Trabalho, e 
sua remessa a outro ramo do judiciário. 
 
A decisão “terminativa do feito” diz respeito à declaração judicial de incompetência absoluta, 
ou seja, em relação à matéria, pessoa, ou função, e a rigor não deveriam ser objeto de exceção, 
 
113 Leite. Op. Cit. p. 681. 
114 Leite. Op. Cit. p. 683. 
115 Leite. Op. Cit. p.686. 
116 Martins. Op. Cit. p. 298. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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mas de preliminar apresentada na contestação. Tanto o é, que o §1º do artigo 795 da CLT 
determina que a incompetência de “foro” (foro, aqui, é o trabalhista: incompetência absoluta em 
relação à matéria ou da pessoa, e não territorial) deverá ser decretada de ofício pelo juiz.117 
 
A exceção de incompetência em relação ao lugar é relativa e prorrogável. Deve ser arguida à 
primeira vez em que as partes tiverem de falar no processo e não poderá ser decreta- da de ofício, 
devendo haver provocação da parte, sob pena de o juízo incompetente em razão do lugar tornar-se 
competente.118 Na exceção territorial, o processo continua tramitando na Justiça do Trabalho.O 
juiz de uma Vara do Trabalho, ao acolher a exceção de incompetência, remeterá os autos do 
processo à Vara que entender competente para julgar a demanda.119 
 
Neste sentido, importa apontar que a letra C da Súmula 214 dos TST120 passou a admitir re- 
curso ordinário da decisão interlocutória que, acolhendo exceção de incompetência em razão do 
lugar (ou seja, relativa), remete os autos para o Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula 
o juízo trabalhista prolator da decisão interlocutória. 
 
Se ambos os juízes se derem por competentes, haverá conflito positivo competências. Se 
ambos se declararem incompetentes, haverá conflito negativo de competência (arts. 803 a 812 da 
CLT). 
 
Ainda que o artigo 340 do CPC disponha que, no caso de “alegação de incompetência relativa 
ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será 
imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico”. Tal regra não 
se aplica ao Processo do Trabalho, pois a CLT dispõe que resposta do réu, que pode abranger 
exceção, deve ser apresentada em audiência, com presença obrigatória das partes (arts. 843 e 844, 
CLT).121 
 
No julgamento das exceções de suspeição, impedimento ou incompetência não há fixação de 
custas, que serão determinadas na sentença que julgar o mérito. Das decisões que as julgarem não 
cabe recurso, pois tratam-se de decisões interlocutórias, que somente poderão ser apreciadas 
quando for proferida a decisão final.122 
 
 CONTESTAÇÃO 
O vocábulo “contestação” significa lutar com alguém por meio de testemunhas (testis) e por 
meio de provas.123 Provém da litis contestatio, do Processo Romano, que representava o momento 
no qual o réu, diante do magistrado e acompanhado das suas testemunhas, opunha-se à pretensão 
 
117 Leite. Op. Cit. p. 687. 
118 Martins. Op. Cit. p.298. 
119 Leite. Op. Cit. p. 688. 
120 Súmula 214. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, 
salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal 
Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência 
territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o 
disposto no art. 799, § 2º, da CLT. 
121 Leite. Op. Cit. p. 688 
122 Martins. Op. Cit. p. 299. 
123 Nascimento. Op. Cit. p. 609. 
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do autor. Contestação é a peça defensiva por excelência, em que o reclamado terá oportunidade de 
impugnar a pretensão aduzida na inicial, aduzindo ele mesmo toda a matéria de defesa que 
entender pertinente.124 
 
Distingue-se da exceção, pois enquanto a exceção é uma defesa indireta em relação ao pro- 
cesso, a contestação é uma defesa direta do mérito. Na contestação, o réu deverá alegar toda a 
matéria com a qual pretende se defender na ação que lhe foi proposta, salvo incompetência, 
suspeição e impedimento, que são as matérias da exceção.125 
 
A CLT não define a contestação. Emprega genericamente o vocábulo “defesa”, de modo que 
é compatível a aplicação subsidiária do artigo 336 do CPC126. 
 
Esta regra consagra o princípio da concentração da defesa e da eventualidade, de modo que 
o réu deve alegar todo e qualquer tipo ou modalidade de resistência à pretensão do autor 
(concentração), para que o juiz conheça das posteriores eventualmente, na medida em que as 
anteriores forem repelidas (eventualidade).127 Assim, mesmo se o réu estiver convicto de que um 
único argumento de sua peça será suficiente para rechaçar a pretensão do autor, deverá, mesmo 
assim, alegar toda a matéria de fato e de direito. Se não o fizer na audiência, ficará preclusa a sua 
pretensão no processo, salvo em se tratando de matéria de ordem pública.128 
 
Por consequência, depois de apresentada a contestação, não se admite que o réu 
complemente a sua defesa. Isto, salvo se esta defesa versar sobre direito superveniente (matéria 
surgida após a apresentação da contestação), se tratar de questões de ordem pública, ou em caso 
de matérias que a lei permita que sejam conhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição. Nesta 
hipótese não ocorre a preclusão consumativa (extinção da faculdade de praticar um determinado 
ato processual, por já ter havido a oportunidade para tal - art. 342 do CPC).129 
 
A contestação por negação geral é ineficaz tanto Processo Civil quanto no trabalhista, 
arcando o réu com o ônus de se considerarem verdadeiros os fatos reportados na petição.130 Isto, 
pois o princípio da impugnação especificada impede que o réu apresente contestação genérica. Na 
negação geral o demandado se limita a indicar que os argumentos do autor não merecem guarida, 
requerendo genericamente a improcedência do pedido sem especificar as razões que levam a esta 
conclusão.131 De toda sorte, esta questão pode ser relativizada em relação à defesa exercida com o 
jus postulandi. Quando a parte não tem advogado, o Juiz deve avaliar no caso concreto a 
especificidade da impugnação. 
 
Ao Processo do Trabalho não se aplica a parte final do art. 336 do CPC, pois é desnecessária a 
especificação das provas que as partes pretendem produzir, uma vez que, aqui, as partes deverão 
 
124 Schiavi. Op. Cit. p. 531. 
125 Martins. Sergio Pinto. Op. Cit. p. 297. 
126 Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna 
o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 
127 Leite. Op. Cit. p.689. 
128 Leite. Op. Cit. p.689. 
129 Saraiva. Op. Cit. p.314. 
130 Leite. Op. Cit. p. 689. 
131 Saraiva. Op. Cit. p. 313. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
23 
comparecer à audiência “acompanhadas de suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as 
demais provas” (art. 845 da CLT).132 
 
Se o réu não contestar a ação, serão reputados verdadeiros os fatos afirmados pelo autor 
(344 do CPC). No mesmo sentido, a CLT afirma que se o reclamado não comparecer à audiência, 
importará em revelia, além de confissão, quanto à matéria de fato (art. 844 da CLT). Assim, serão 
presumidas verdadeiras as alegações factuais do demandante (efeito material da revelia), de modo 
que não mais precisarão ser provados, impondo-se imediatamente o julgamento do mérito da de- 
manda (efeito processual da revelia).133 
 
Todavia, há hipóteses nas quais, mesmo havendo revelia, não serão reputados verdadeiros 
os fatos afirmados pelo autor: 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indis-
pensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com prova constante dos autos. 
 
Importa apontar que no Processo do Trabalho, mesmo que ocorra revelia, o revel será 
notificado, via postal, da sentença proferida, conforme previsto no art. 852 da CLT134. 
 
Outra especificidade da matéria é que, ainda que consumada a revelia, caso o pedido do 
reclamante envolva adicional de insalubridade ou periculosidade, o juiz deverá determinar a 
realização da perícia (art. 195, § 2º, CLT135), nada obstando que o reclamado revel indique 
assistente técnico e produza provas em face de tal demanda. Ainda, ocorrendo a revelia, o autor 
não poderá alterar o pedido ou a causa de pedir, salvo se o réu for notificado novamente para 
apresentarresposta.136 
 
 CONTESTAÇÃO CONTRA O PROCESSO (PRELIMINARES OU DEFESA 
PROCESSUAL) 
A contestação pode ser dirigida contra o processo ou contra o mérito. A contestação contra o 
processo (ou defesa processual, ou ainda objeção) é uma defesa formal do demandado, baseando-
se não no mérito da demanda, mas tão somente em aspectos processuais.137 Tais modalidades de 
defesa são conhecidas como “preliminares”, sendo classificadas pela doutrina em “peremptórias” e 
 
132 Leite. Op. Cit. p. 689. 
133 Saraiva. Op. Cit. p. 315. 
134 Art. 852. Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, 
a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841. 
135 Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-
ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. 
§ 2º Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz 
designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do 
Trabalho. 
136 Saraiva. Op. Cit. p. 316. 
137 Saraiva. Op. Cit. p. 317. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art344
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
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“dilatórias”. A defesa processual peremptória, uma vez acolhida, põe fim ao processo. As dilatórias 
apenas suspendem ou dilatam o curso do processo, sem, contudo, extingui-lo, retomando-se ao 
curso normal uma vez sanado o vício.138 
 
Aqui, o réu ataca não a lide, o pedido ou o bem da vida requerido pelo autor, e sim o 
processo ou a ação. O réu afirma, assim, que não foram satisfeitos os pressupostos processuais 
(CPC, arts. 337, I, II, III, V, VI, VII e VIII, e 485, IV), ou que não estão presentes as condições da ação 
(CPC, arts. 310, XI, e 485 VI).139 
 
O art. 337 do CPC não estabelece uma sequência lógica das questões processuais que devem 
ser suscitadas preliminarmente pelo réu, mas há, todavia, uma ordem lógica a ser estabelecida. A 
saber: a) incompetência absoluta; b) inépcia da petição inicial; c) inexistência ou nulidade da 
citação; d) litispendência e coisa julgada; e) perempção e falta de caução; f) conexão e continência; 
g) incapacidade da parte, defeito de representação e falta de autorização; h) carência de ação.140 
Ainda, pode alegar a existência de nulidades. 
 
a) Incompetência absoluta: A competência em razão da matéria e a funcional são absolutas. 
Ao contrário da competência em razão de lugar, que é relativa e deve ser invocada por meio 
de exceção (art. 799 e seguintes da CLT).141 
 
A incompetência absoluta deverá ser a primeira a ser levantada, pois, se o juiz é 
absolutamente incompetente, não poderá praticar atos decisórios no processo. Não poderá nem 
mesmo extinguir o processo, devendo remetê-lo ao juízo competente (art. 64, §§3º e 4º, CPC142). 
 
Cumpre esclarecer que o Novo CPC alterou a ordem contida no código anterior, no sentido 
de que decisões do juiz absolutamente incompetente seriam nulas. O parágrafo 4º do artigo 64 do 
diploma atual afirma que, salvo decisão judicial em contrário, conservar-se-ão os efeitos da decisão 
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo 
competente.143 O juiz do trabalho e o desembargador do TRT têm o dever de decretar, de ofício, a 
incompetência absoluta. Para a parte, não há preclusão para arguir incompetência absoluta.144 
 
b) Inépcia da petição inicial: A hipóteses de inépcia contaminam de tal forma a inicial que 
não há como serem sanadas posteriormente. Neste sentido é a Súmula 263 do TST.145 É 
considerada inepta a petição inicial que não preencher os requisitos formais exigidos pela 
legislação processual (art. 330, §1º, CPC). 
 
 
138 Saraiva. Op. Cit. p.317. 
139 Saraiva. Op. Cit. p. 316. 
140 Leite. Op. Cit. p. 691. 
141 Schiavi. Op. Cit. p.539. 
142 Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. 
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. 
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra 
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
143 Leite. Op. Cit. p.691. 
144 Leite. Op. Cit. pp. 693 – 694. 
145 Schiavi. Op. Cit. p. 541. 
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A inépcia da inicial deve ser suscitada preliminarmente na própria contestação. Ela implica na 
extinção do processo sem resolução de mérito. Contudo, se apenas um dos pedidos é inepto onde 
há cumulação de pedidos, o processo será extinto apenas em relação a este.146 
 
c) Inexistência ou nulidade da citação: a citação é pressuposto de existência da relação 
processual. Sem ela, o processo não é válido. Sem citação (salvo nos casos do art. 239, 
CPC147), haverá vício insuperável, uma vez que não existiu processo nem sentença. Tanto na 
citação inexistente quanto na citação nula, se o réu comparecer espontaneamente à 
audiência e apresentar sua defesa, não haverá invalidade a ser decretada. Se o réu aparecer, 
contudo, apenas para arguir nulidade, a citação será considerada realizada na data em que 
ele ou seu advogado for intimado da respectiva decisão (art. 239, §1º do CPC).148 A Súmula 
16 do TST149 presume o recebimento da notificação após 48 horas da sua postagem. 
 
d) Litispendência ou coisa julgada: Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada (art. 337, §1º do CPC). Uma ação é considerada 
idêntica a outra quando em ambas figuram as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o 
mesmo pedido (art. 337, §2º do CPC). 
 
Litispendência ocorre quando a ação que está em curso é repetida, com duas ou mais 
tramitando em juízos diversos. Coisa julgada, por sua vez, ocorre quando se repete a ação que já foi 
decidida por sentença de que não caiba recurso. Verificado qualquer dos dois casos, o juiz deverá 
extinguir o processo sem resolução de mérito (art. 485, V do CPC).150 
 
e) Perempção e falta de caução: trata-se da perda do direito de pleitear perante o judiciário, 
em decorrência da inércia da parte. Em princípio, não têm aplicação no processo do trabalho. 
Contudo, Bezerra Leite indica que com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho 
para outras ações oriundas da relação de trabalho distintas da relação de emprego, haverá 
situações em que estes institutos serão aplicados ao Processo do Trabalho.151 
 
As hipóteses de perempção são as previstas nos artigos 731 e 732, CLT: 
Art. 731. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apre-
sentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-
lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito 
de reclamar perante a Justiça do Trabalho. 
 
Art. 732. Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) ve-
zes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. 
 
 
146 Leite. Op. Cit. p. 692. 
147 Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da 
petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. 
148 Leite. Op. Cit. p. 693. 
149 Súmula 16. Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a 
entrega após o decurso

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