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Direito Urbanístico - Nova Concursos - 2020

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DIREITO URBANÍSTICO
ÍNDICE
Constituição Federal. Ordenamento Territorial. Competências Urbanísticas. Normas gerais. Lei Orgânica do Distrito 
Federal. Município. Política Urbana. Plano diretor, planos locais de desenvolvimento, Lei Complementar Distrital 
nº 948/2019 (Lei de Uso e Ocupação do Solo). Função social da propriedade urbana. Regiões Metropolitanas. 
Aglomerados Urbanos. Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE). Conselho de Planejamento 
Urbano e Territorial do Distrito Federal (CONPLAN). ....................................................................................................................... 01
Direito Urbanístico. Direito à Cidade. Autonomia científica. Princípios. Direito de construir e Direito de 
Propriedade. Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização. Poder de polícia 
urbanístico. Ordenação. Uso e ocupação solo urbano. Licenças urbanísticas. Responsabilidade administrativa. 
Infrações e Sanções administrativas. Responsabilidade civil e penal. ....................................................................................... 08
Direito à moradia. Regularização Fundiária de Interesse Social. Lei nº 11.977/2009 e suas alterações; Lei nº 
12.424/2011; Medida Provisória nº 2.220/2001 e suas alterações. Direito registral imobiliário. .................................... 12
Parcelamento do solo urbano. Lei nº 6.766/1979 e suas alterações. Regularização fundiária urbanística. Área de 
Preservação Permanente (APP) urbana. Estatuto da Cidade. Norma geral. Objetivos. Diretrizes. Instrumentos. 
Gestão Democrática das Cidades. Normas gerais para a elaboração do Plano Diretor. Disposições Gerais. ............ 37
Concessão urbanística. Conceito. Natureza jurídica. Disciplina. ................................................................................................... 47
Desapropriação. Conceito. Aplicações. Justa indenização. Recuperação das mais-valias urbanísticas. Processo. 
Procedimento. Judicial e administrativo. ............................................................................................................................................... 47
Proteção do Patrimônio Cultural. Instrumentos de tutela de bens culturais materiais e imateriais. Competências. 
Tombamento. Registro. Desenvolvimento urbano e proteção do patrimônio cultural. Função social da propriedade 
pública. ................................................................................................................................................................................................................ 48
Tutela da Ordem Jurídico- Urbanística. Ação civil pública. Ação popular. Ações reais. Ações possessórias. 
Mecanismos extrajudiciais de conflito. Termo de Compromisso. Termo de Ajustamento de Conduta. Audiências 
públicas. .............................................................................................................................................................................................................. 49
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
ORDENAMENTO TERRITORIAL. 
COMPETÊNCIAS URBANÍSTICAS. 
NORMAS GERAIS. LEI ORGÂNICA DO 
DISTRITO FEDERAL. MUNICÍPIO. POLÍTICA 
URBANA. PLANO DIRETOR, PLANOS 
LOCAIS DE DESENVOLVIMENTO, LEI 
COMPLEMENTAR DISTRITAL Nº 948/2019 
(LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO). 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE 
URBANA. REGIÕES METROPOLITANAS. 
AGLOMERADOS URBANOS. REGIÃO 
INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO 
DO ENTORNO (RIDE). CONSELHO DE 
PLANEJAMENTO URBANO E 
TERRITORIAL DO DISTRITO
 FEDERAL (CONPLAN).
CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.
Na Constituição Federal de 1988, os princípios fun-
damentais, ponto pilar da Lei, aparecem no Título I, o 
qual é composto por quatro artigos, sendo que, cada um 
desses dispositivos apresenta um tipo de princípio fun-
damental. 
O art. 1º trata dos fundamentos da República Fede-
rativa do Brasil, que são: a) A soberania; b) Cidadania; c) 
Dignidade da pessoa humana; d) Valores sociais do tra-
balho e da livre iniciativa; e o e) Pluralismo político. 
Já o art. 2º trata do princípio da separação de Pode-
res, ou seja, que o poder Legislativa, Executivo e o Ju-
diciário são independentes (não precisa de um para o 
outro atuar) no entanto, devem ser harmônicos (um irá 
completar o outro).
O art. 3º, traz os objetivos fundamentais que são: a) 
Construção de uma sociedade livre justa e solidária; b) 
Garantir o desenvolvimento nacional; c) Erradicar a po-
breza e a marginalização e reduzir as desigualdades so-
ciais e regionais; e por último, e) promover o bem de 
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de discriminação.
Finalizando, o art. 4º traz os princípios nas relações 
internacionais que são a independência nacional, preva-
lência dos direitos humanos, autodeterminação dos po-
vos, não intervenção, igualdade entre os Estados, defesa 
da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terro-
rismo e ao racismo, cooperação entre os povos para o 
progresso da humanidade e concessão de asilo político.
Neste diapasão, muitos doutrinadores, classificam os 
princípios constitucionais em duas espécies:
I) Princípios político-constitucionais: são os que 
representam decisões políticas fundamentais, 
conformadoras de nossa Constituição, ou seja, os 
chamados princípios fundamentais, que preveem 
as características essenciais do Estado brasilei-
ro. Exemplo: princípio da separação de poderes, 
o pluralismo político, dignidade da pessoa hu-
mana, dentre outros.
II) Princípios jurídico-constitucionais: esses princípios 
são classificados como “gerais”, pois se referem à 
ordem jurídica nacional, os quais estão dispersos 
pelo texto constitucional. Exemplo: devido processo 
legal, do juiz natural, legalidade, dentre outros.
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS; DIREI-
TOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DIREI-
TOS SOCIAIS, DIREITOS DE NACIONALIDADE, DI-
REITOS POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS. 
Os direitos fundamentais são os direitos huma-
nos positivados na Constituição Federal de 1988, os 
quais devem ser garantidos e protegidos pelo Estado. 
No tocante as garantias fundamentais, elas são uma 
forma ou, até mesmo um instrumento, para garantir a 
efetivação dos direitos. A Carta Magma ampliou a pro-
teção aos direitos fundamentais e por isso ficou conheci-
da como Constituição cidadã.
Os direitos e garantias fundamentais possuem aplica-
bilidade imediata, isto é, a existência deles é suficiente-
mente para produzirem os devidos efeitos. Eles estão tu-
telados no Título II da Constituição Federal, nos art. 5º 
ao 17. Ainda assim, destaca-se que os direitos citados 
nesses artigos não proíbem a existência de outros.
O art. 5º é um dos artigos mais importantes do texto 
Constitucional, o qual protege a igualdade entre todos, 
tutelando os direitos coletivos e os direitos individuais 
nos seus 78 incisos. Vejamos alguns:
1. homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos desta Constituição;
2. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei;
3. ninguém será submetido a tortura nem a tratamen-
to desumano ou degradante;
4. é livre a manifestação do pensamento, sendo veda-
do o anonimato;
5. é assegurado o direito de resposta, proporcional 
ao agravo, além da indenização por dano material, 
moral ou à imagem;
6. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos reli-
giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e a suas liturgias;
7. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de as-
sistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva;
8. ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obriga-
ção legal a todos imposta e recusar-se a cumprir 
prestação alternativa, fixada em lei;
9. é livre a expressão da atividadeintelectual, artística, 
científica e de comunicação, independentemente 
de censura ou licença;
10. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decor-
rente de sua violação;
11. é livre a locomoção no território nacional em tem-
po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos 
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens;
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12. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, 
em locais abertos ao público, independentemen-
te de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo 
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autori-
dade competente;
13. não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal;
14. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu;
15. a lei punirá qualquer discriminação atentatória 
dos direitos e liberdades fundamentais;
16. a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter-
mos da lei;
17. não haverá penas:
- de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos 
termos do art. 84, XIX;
- de caráter perpétuo;
- de trabalhos forçados;
- de banimento;
- cruéis;
18. são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas 
por meios ilícitos;
19. ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória;
20. o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previs-
tas em lei;
21. será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
22. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem, DENTRE OUTROS.
Do art. 6º ao 11º, a Carta Magna trata dos direitos 
sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade 
e à infância, a assistência aos desamparados, dando o 
enfoque nos direitos dos trabalhadores.
Tanto os trabalhadores urbanos como os rurais tem 
o direito a seguro-desemprego, em caso de desempre-
go involuntário, fundo de garantia do tempo de serviço, 
salário mínimo, fixado em lei, garantia de salário, décimo 
terceiro salário, remuneração do trabalho noturno supe-
rior à do diurno, salário-família para os seus dependen-
tes, gozo de férias anuais, licença à gestante, aposenta-
doria, proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador 
de deficiência, proibição de distinção entre trabalho ma-
nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais res-
pectivos, dentre outros.
Quanto ao sindicalismo, ninguém será obrigado a fi-
liar-se ou a manter-se filiado a sindicato, é obrigatória a 
participação dos sindicatos nas negociações coletivas de 
trabalho, é vedada a dispensa do empregado sindicaliza-
do a partir do registro da candidatura a cargo de direção 
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, 
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer 
falta grave nos termos da lei e etc.
Ainda assim, importante informar que o Direito Co-
letivo compõe-se de direitos transindividuais de pessoas 
que se conectam por uma relação jurídica, tendo base de 
si mesmo ou com outro indivíduo, podendo as pessoas 
ser determinadas ou determináveis.
Isto é, os Direitos Coletivos abrange todo o grupo da 
categoria que possuem uma relação jurídica já pré-exis-
tente ao dano ou a lesão, pois, esse direito irá tutelar esse 
grupo que já subsiste ao prejuízo e não os que não se 
enquadram na relação.
No tocante ao Direito Individual, estes são os interes-
ses que têm a mesma origem e também a mesma cau-
sa. Eles acontecem de acordo com uma mesma situação 
que se aplica a cada um individualmente, e, ainda que 
contenham características “individuais”, no fim possuem 
origem comum.
Dos Direitos Sociais
Conforme tutela a Constituição Federal de 1988 em 
seus artigos 6º ao 11º, os direitos sociais são todos os di-
reitos fundamentais/ básicos que devem ser compar-
tilhados por todos da sociedade, sem distinção de gê-
nero, etnia, sexo, classe econômica, religião, e etc. 
A finalidade e objetivo do direito social é buscar sem-
pre resolver as questões sociais. Isto é, todas as situações 
que representam as desigualdades da sociedade, para 
que todas as pessoas tenham e vivam com o mínimo de 
qualidade de vida e dignidade.
Os direitos sociais são tutelados e protegi-
dos pela Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos (1948), sendo que, apenas 
neste momento histórico (pós 2ª guerra 
mundial) que o mundo começou a trabalhar 
com esses direitos.
#FicaDica
O art. 6º da CF prevê que o direito a saúde, educação, 
alimentação, trabalho, lazer, segurança, assistência, 
previdência, proteção a maternidade e a infância, dentre 
outros, são direitos essenciais e básicos que todos devem 
ter.
O art. 7º da CF prevê os direitos dos trabalhadores, 
seja eles rurais ou urbanos, todos possuem direitos 
como: seguro desemprego, FGTS, adicional noturno, 
férias, 13º salário, repouso semanal remunerado, licença 
maternidade e paternidade, aposentadoria, aviso prévio, 
dentre outros.
Já o art. 8º da CF, tutela sobre os direitos e deveres 
dos sindicatos, e o art. 9º protege o direito de greve dos 
trabalhadores.
Da Nacionalidade
Os brasileiros natos são:
- os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda 
que de pais estrangeiros, desde que estes não es-
tejam a serviço de seu país;
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- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de 
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
serviço da República Federativa do Brasil;
- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em reparti-
ção brasileira competente, ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil antes da maioridade 
e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela 
nacionalidade brasileira;
Os naturalizados são:
- os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade 
brasileira, exigidas aos originários de países de 
língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral;
- os estrangeiros de qualquer nacionalidade residen-
tes na República Federativa do Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação pe-
nal, desde que requeiram a nacionalidade brasilei-
ra. (redação da EC nº 3/94)
FIQUE ATENTO!
Os portugueses com residência permanen-
te no País, se houver reciprocidade em favor 
dos brasileiros, serão atribuídos os direitos 
inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos 
previstos nesta Constituição.
Os cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República, de Presidente da Câmara dos Deputados, de 
Presidente do Senado Federal, de Ministro do Supremo 
Tribunal Federal, da carreira diplomática e de oficial das 
Forças Armadas, são cargos que apenas os brasileiros 
NATO podem exercer.
O brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, 
por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional ou adquirir outra nacionalidade por 
naturalização voluntária, perderá a nacionalidade de 
brasileiro.
Dos Direitos Políticos
O voto será direto e secreto, com valor igual para to-
dos, e, nos termos da lei, mediante: plebiscito, referendo, 
iniciativa popular.
O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos 
e facultativos para os analfabetos, os maiores de seten-
ta anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos.
Para ter elegibilidade a pessoa deve ter a nacionali-
dade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o 
alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscri-
ção, a filiação partidária, a idade mínima de:
- trinta e cincoanos para Presidente e Vice-Presidente 
da República e Senador;
 -trinta anos para Governador e Vice-Governador de 
Estado e do Distrito Federal;
 -vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado 
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz 
de paz;
 -dezoito anos para Vereador.
FIQUE ATENTO!
São inelegíveis os inavistáveis e os anal-
fabetos, e também, são inelegíveis para os 
mesmos cargos, no período subsequente, o 
Presidente da República, os Governadores 
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos 
e quem os houver sucedido ou substituído 
nos seis meses anteriores ao pleito.
Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos 
mandatos até seis meses antes do pleito.
É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda 
ou suspensão só se dará nos casos de:
- cancelamento da naturalização por sentença transi-
tada em julgado;
- incapacidade civil absoluta;
- condenação criminal transitada em julgado, en-
quanto durarem seus efeitos;
- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
- improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Dos Partidos Políticos
É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de 
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, 
o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos 
fundamentais da pessoa humana e observados os 
seguintes preceitos:
- caráter nacional;
- proibição de recebimento de recursos financeiros 
de entidade ou governo estrangeiros ou de subor-
dinação a estes;
- prestação de contas à Justiça Eleitoral;
- funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Os partidos políticos possuem autonomia para definir 
sua estrutura interna, organização e funcionamento, 
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade 
e disciplina partidárias.
Direitos fundamentais são clausulas pétre-
as, não podendo ser flexibilziadas ou abo-
lidas da constituição federal, somente po-
dendo ter alterações que maxime o direito 
fundamental. 
#FicaDica
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO 
ESTADO. 
Conforme o art. 18 da CF, a organização político-ad-
ministrativa da República Federativa do Brasil compreen-
de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
sendo que todos possuem sua autonomia, tendo Brasília 
como Capital Federal.
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Dalmo Dallari define o estado como uma ordem 
jurídica soberana que tem por finalidade o bem do povo 
situado em um determinado território. Isto é, dentro 
desta frase o Dalmo trouxe os principais elementos que 
compõe o Estado, que são: soberania, finalidade, povo e 
território.
A estrutura e organização do Estado podem ser 
analisados sob três aspectos, conforme Pedro Lenza, p. 
499:
1) Forma de governo: República ou Monarquia;
2) Sistema de Governo: Presidencialismo ou Parla-
mentarismo;
3) Forma de Estado: Estado unitário ou Federação.
Em 1889, surgiu a Federação do Brasil, juntamente 
com a forma de governo (republicana). A forma de 
governo republicana seria realizar através do regime 
representativo em 1891.
Desta forma, o Brasil consagrou o seguinte:
1) Forma de Estado: Federação.
2) Entes componentes do Estado brasileiro: União, Es-
tado, Distrito Federal e Municípios.
3) Características do Estado brasileiro: Estado Demo-
crático de Direito.
4) Sistema de Governo: Presidencialista.
5) Forma de Governo: Republicana.
O idioma oficial do país é a língua portuguesa e os 
símbolos da República Federativa do Brasil são: bandeira, 
hino, armas e o selo nacional, sendo que o Distrito Fe-
deral, Estados e os Municípios poderão ter seus próprios 
símbolos, conforme o art. 13 §1º e §2º da CF.
Conforme tutela o art. 19 da CF, existe vedações 
constitucional para que os Estados, Distrito Federal, Mu-
nícipios e a União não possam:
- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio-
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou man-
ter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da 
lei, a colaboração de interesse público;
- recusar fé aos documentos públicos;
- criar distinções entre brasileiros ou preferências en-
tre si.
União Federal
A República Federativa do Brasil é composta pela 
União, Estados Membros, Distrito Federal e os Municí-
pios.
A União possui bens próprios os quais estão descri-
tos no art. 20 da CF, como por exemplo: mar territorial, 
os terrenos de marinha e seus acrescidos, as ilhas flu-
viais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; 
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, ex-
cluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, 
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a uni-
dade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II, os po-
tenciais de energia hidráulica, as terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios, dentre outros.
FIQUE ATENTO!
É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, bem 
como a órgãos da administração direta da 
União, participação no resultado da explo-
ração de petróleo ou gás natural, de recur-
sos hídricos para fins de geração de energia 
elétrica e de outros recursos minerais no 
respectivo território, plataforma continental, 
mar territorial ou zona econômica exclusiva, 
ou compensação financeira por essa explo-
ração.
No tocante a área de atuação da União, a mesma 
possui competência não legislativa, ou seja, ela atua no 
campo politico-administrativo, como por exemplo:
- manter relações com Estados estrangeiros e partici-
par de organizações internacionais;
- declarar a guerra e celebrar a paz;
- assegurar a defesa nacional;
- permitir, nos casos previstos em lei complementar, 
que forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
- emitir moeda;
- elaborar e executar planos nacionais e regionais de 
ordenação do território e de desenvolvimento eco-
nômico e social;
- explorar, diretamente ou mediante autorização, 
concessão ou permissão, os serviços de telecomu-
nicações, nos termos da lei, que disporá sobre a 
organização dos serviços, a criação de um órgão 
regulador e outros aspectos institucionais;
- organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério 
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a De-
fensoria Pública dos Territórios, DENTRE OUTROS.
Os itens elencados acima, são de competência exclu-
siva da União. Já os itens do art. 23 da CF, são de com-
petência cumulativa (comuns) entre a União, Estados, 
Distrito Federal e Munícipios, como por exemplo: zelar 
pela guarda da Constituição, das leis e das instituições 
democráticas e conservar o patrimônio público, cuidar 
da saúde e assistência pública, da proteção e garantia 
das pessoas portadoras de deficiência, proteger os do-
cumentos, as obras e outros bens de valor histórico, ar-
tístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais 
notáveis e os sítios arqueológicos, proporcionar os meios 
de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à 
pesquisa e à inovação, proteger o meio ambiente e com-
bater a poluição em qualquer de suas formas e etc.
Conforme o art.24 da CF, compete à União, aos Es-
tados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: direito tributário, financeiro, penitenciário, econô-
mico e urbanístico; orçamento; juntas comerciais; custas 
dos serviços forenses; produção e consumo; Florestas, 
proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, tu-
rístico e paisagístico; responsabilidade por dano ao meio 
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor ar-
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tístico e etc; educação, cultura, ensino, desporto, ciência, 
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação, den-
tre outros.
Estados – Membros
OsEstados membros são a materialização da 
descentralização do poder político. Esses Estados são 
autônomos e devido a isso, possuem a capacidade de 
auto-organização, autogoverno, autoadministração e 
autolegislação.
Por se tratarem de Estados autônomos, a Constituição 
Federal delegou a competência da estruturação de seus 
poderes para eles mesmos, sem que haja qualquer 
interferência federal ou subordinação ao poder central: 
o legislativo (art. 27 da CF), executivo (art. 28 da CF) e o 
judiciário (art. 125 da CF). (MASSON, 2016, p. 552).
Em especial ao poder legislativo, em âmbito estadual, 
podemos dizer que ele é unicameral (conforme art. 
27da CF), sendo o poder representado pela Assembleia 
Legislativa. O sistema eleitoral para a casa é o sistema 
proporcional, isto é, os deputados são eleitos para um 
mandato de 4 anos, sendo que o número de Deputados 
estaduais corresponderá ao triplo da representação do 
Estado da Câmara dos Deputados, e atingido o número 
de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem 
os Deputados Federais acima de 12. (MASSON, 2016, p. 
552).
Por fim, a eleição do governador e vice, é pelo sistema 
majoritário absoluto, sendo que a posse ocorrerá no dia 
1º de Janeiro do ano subsequente (art. 28, CF).
Municípios
Conforme dispõe o art. 29 da CF, os municípios de 
organizam através de Lei Orgânica, votada sempre 
em dois turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e 
aprovada por 2/3 dos membros da respectiva Câmara 
Municipal, que a promulgará. Ao elaborar sua lei, o 
município deverá observar os princípios abordados na 
Constituição, bem como, pela Constituição Estadual, 
conforme o art. 11, parágrafo único do ADCT.
Os municípios possuem o autogoverno de eleger 
o poder executivo (seu prefeito), bem como, o poder 
legislativo da cidade (os vereadores).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
Conceitualmente, a administração pública é o 
conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que 
objetivam satisfazer as necessidades da sociedade, como 
por exemplo: na área da educação, cultura, segurança, 
saúde, dentre outros. Ou seja, a administração pública é 
a gestão dos interesses públicos por meio da prestação 
de serviços públicos, sendo dividida em administração 
pública direta e indireta.
Como dito, o objetivo principal da administração 
pública é trabalhar a favor do interesse público, como 
também, dos direitos e interesses dos cidadãos.
Todo trabalhador que atua na administração pública 
é, comumente, conhecido como gestor público. O gestor 
público possui uma grande carga de responsabilidade, 
devendo sempre seguir com transparência e ética, 
principalmente, aos princípios da administração pública 
que são:
- Legalidade: este princípio é base do Estado de Di-
reito sendo um dos mais importantes para a Admi-
nistração Pública. Em sentido ao Art. 5º da CF, que 
diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, ou 
seja, todo administrador público deve realizar seus 
atos sob a égide da lei.
- Impessoalidade: o agente público deve tratar to-
dos iguais, sem atribuição de privilégios a qualquer 
pessoa. 
- Moralidade: este princípio tem a junção do princí-
pio da Legalidade com o da Finalidade, resultando 
em Moralidade. Ou seja, o princípio da moralidade 
traz a ideia de que o trabalhador da administração 
pública tem que ter bases éticas na administração.
- Publicidade: todos os atos devem ser públicos, ex-
ceto os quais visão a necessidade de se ter sigilo.
- Eficiência: o administrador deve ter uma boa ges-
tão, ser um bom profissional e não utilizar da pro-
crastinação para desenvolver seu trabalho.
Para melhor fixação dos 5 princípios explí-
citos, lembrem: LIMPE (é a inicial de cada 
princípio).
#FicaDica
FIQUE ATENTO!
Além desses princípios explícitos, ainda pos-
sui o grupo dos princípios implícitos, que 
são: Princípio do Interesse Público, Princípio 
da Finalidade, Princípio da Igualdade, Princí-
pio da Lealdade e boa-fé, Princípio da Mo-
tivação.
Neste diapasão, importante lembrar que o adminis-
trador público pode fazer parte da administração direta 
ou administração indireta.
A administração direta, seria aquela realizada pelos 
Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Ou seja, órgãos citados não possuem personalidade ju-
rídica própria e as despesas inerentes à administração, 
são contempladas no orçamento público e ocorre a des-
concentração administrativa, que consiste na delegação 
de tarefas.
Já a administração pública indireta, é, quando o 
Estado transfere sua função/dever para outras pessoas 
jurídicas, sendo que essas pessoas jurídicas podem 
vir a ser: fundações, empresas públicas, organismos 
privados, dentre outros. Isto é, no presente caso ocorre 
a descentralização administrativa, pois a tarefa de 
administração é transferida para outra pessoa jurídica.
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Principais características da Administração Pública:
- A administração pública praticar atos tão somente 
de execução – ou seja, atos administrativos, sendo 
que, quem pratica estes atos são os órgãos e seus 
agentes, que são sempre públicos.
- Exerce atividade à Lei e não à Política.
- Tem conduta hierarquizada de dever e de obedi-
ência.
- Deve praticar seus atos com responsabilidade ma-
terial e legal.
- Administração Pública serve como um instrumento 
para o Estado conseguir seus objetivos.
- A competência é limitada pois cada um tem sua área 
e “poder” de atuação. 
ORDENAMENTO TERRITORIAL E URBANISMO
Visto os principais aspectos ligados aos direitos 
fundamentais e a Administração Pública dos municípios, 
tem-se que, de acordo com o artigo 30 da Constituição 
Federal, compete aos munipíos promover, no que 
couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da 
ocupação do solo urbano.
Ademais, compete ao distrito federal legislar, de forma 
concorrente aos Estados e União, aspectos referente ao 
urbanísmo. 
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL- PLANO DI-
RETOR, LOCAIS E DESENVOLVIMENTO
Conforme se observa em certames, alguns 
determinados pontos se faz necessário a leitura seca da 
Lei, posto que a partir dessa análise que serão compostas 
as questões. Vejamos:
Art. 316. O Distrito Federal terá, como instrumento 
básico das políticas de ordenamento territorial e de 
expansão e desenvolvimento urbanos, o Plano Dire-
tor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal e, 
como instrumentos complementares, a Lei de Uso e 
Ocupação do Solo e os Planos de Desenvolvimento 
Local.
§ 1º No sítio urbano tombado e inscrito como Patri-
mônio Cultural da Humanidade, o Plano de Desenvol-
vimento Local será representado pelo Plano de Preser-
vação do Conjunto Urbanístico de Brasília.
§ 2º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do 
Distrito Federal, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, o 
Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Bra-
sília e os Planos de Desenvolvimento Local serão apro-
vados por lei complementar.
Art. 317. O Plano Diretor de Ordenamento Territorial 
do Distrito Federal abrangerá todo o espaço físico do 
território e estabelecerá o macrozoneamento com cri-
térios e diretrizes gerais para uso e ocupação do solo, 
definirá estratégias de intervenção sobre o território, 
apontando os programas e projetos prioritários, bem 
como a utilização dos instrumentos de ordenamento 
territorial e de desenvolvimento urbano.
§ 1º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do 
Distrito Federal tem como princípio assegurar a fun-
ção social da propriedade, mediante o atendimento 
das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de 
vida, à preservação do meio ambiente, à justiça social 
e ao desenvolvimento das atividades econômicas.
§ 2º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do 
Distrito Federal deverá conter, no mínimo:
I — densidades demográficas para a macrozona ur-
bana;II — delimitação das zonas especiais de interesse so-
cial;
III — delimitação das áreas urbanas onde poderão ser 
aplicados parcelamento, edificação ou utilização com-
pulsórios;
IV — delimitação das Unidades de Planejamento Ter-
ritorial;
V — limites máximos a serem atingidos pelos coefi-
cientes de aproveitamento da macrozona urbana;
VI — definição de áreas nas quais poderão ser aplica-
dos os seguintes instrumentos:
a) direito de preempção;
b) outorga onerosa do direito de construir;
c) outorga onerosa da alteração de uso;
d) operações urbanas consorciadas;
e) transferência do direito de construir;
VII — caracterização da zona que envolve o conjunto 
urbano tombado em limite compatível com a visibili-
dade e a ambiência do bem protegido;
VIII — sistema de gerenciamento, controle, acompa-
nhamento e avaliação do plano.
§ 3º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial de-
verá considerar as restrições estabelecidas para as 
Unidades de Conservação instituídas no território do 
Distrito Federal.
§ 4º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do 
Distrito Federal obedecerá às demais diretrizes e re-
comendações da Lei Federal para a Política Urbana 
Nacional.
§ 5º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do 
Distrito Federal terá vigência de 10 (dez) anos, passí-
vel de revisão a cada 5 (cinco) anos, observado o dis-
posto no art. 320 desta Lei Orgânica.
Art. 318. Os Planos de Desenvolvimento Local e a Lei 
de Uso e Ocupação do Solo, complementares ao Plano 
Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Fede-
ral, são parte integrante do processo contínuo de pla-
nejamento urbano.
§ 1º A Lei de Uso e Ocupação do Solo estabelecerá 
normas urbanísticas destinadas a regular as catego-
rias de usos, por tipo e porte, e definirá as zonas e 
setores segundo as indicações de usos predominantes, 
usos conformes e não-conformes.
§ 2º A Lei de Uso e Ocupação do Solo estabelecerá, 
ainda, o conjunto de índices para o controle urbanísti-
co a que estarão sujeitas as edificações, para as cate-
gorias de atividades permitidas em cada zona.
§ 3º A Lei de Uso e Ocupação do Solo deverá ser en-
caminhada à Câmara Legislativa do Distrito Federal 
pelo Poder Executivo, no prazo máximo de 2 (dois) 
anos, a partir da vigência do Plano Diretor de Orde-
namento Territorial.
Art. 319. Os Planos de Desenvolvimento Local tratarão 
das questões específicas das Regiões Administrativas 
e das ações que promovam o desenvolvimento sus-
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tentável de cada localidade, integrando áreas rurais e 
urbanas, assim como detalharão a aplicação dos ins-
trumentos de política urbana previstos no Plano Dire-
tor de Ordenamento Territorial.
§ 1º Os Planos de Desenvolvimento Local serão ela-
borados por Unidades de Planejamento Territorial, a 
partir do agrupamento das Regiões Administrativas 
definidas no Plano Diretor de Ordenamento Territo-
rial, em função da forma e da natureza das relações 
sociais e suas interações espaciais, além de fatores so-
cioeconômicos, urbanísticos e ambientais.
§ 2º Os Planos de Desenvolvimento Local serão elabo-
rados e encaminhados à Câmara Legislativa do Dis-
trito Federal pelo Poder Executivo, no prazo máximo 
de 3 (três) anos, a partir da data de vigência do Plano 
Diretor de Ordenamento Territorial.
§ 3º Os Planos de Desenvolvimento Local terão como 
conteúdo mínimo:
I — projetos especiais de intervenção urbana;
II — indicação de prioridades e metas das ações a se-
rem executadas;
III — previsões orçamentárias relativas aos serviços e 
às obras a serem realizados.
§ 4° Os Planos de Desenvolvimento Local serão elabo-
rados pelo Poder Executivo, para o período de 5 (cinco) 
anos, passíveis de revisão a cada ano, por iniciativa 
do Poder Executivo ou por iniciativa popular, mediante 
lei complementar específica, desde que comprovado o 
interesse público.
§ 5° O prazo de vigência do Plano de Desenvolvimen-
to Local poderá ser prorrogado, mediante lei comple-
mentar específica de iniciativa do Poder Executivo, por 
até cinco anos, dentro da vigência do Plano Diretor de 
Ordenamento Territorial.
Art. 320. Só serão admitidas modificações no Plano 
Diretor de Ordenamento Territorial, em prazo diferen-
te do estabelecido no art. 317, § 5°, para adequação 
ao zoneamento ecológico econômico, por motivos ex-
cepcionais e por interesse público comprovado.
Art. 321. É atribuição do Poder Executivo conduzir, no 
âmbito do processo de planejamento do Distrito Fede-
ral, as bases de discussão e elaboração do Plano Dire-
tor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, da 
Lei de Uso e Ocupação do Solo e dos Planos de De-
senvolvimento Local, bem como sua implementação.
Parágrafo único. É garantida a participação popular 
nas fases de elaboração, aprovação, implementação, 
avaliação e revisão do Plano Diretor de Ordenamento 
Territorial do Distrito Federal, da Lei de Uso e Ocupa-
ção do Solo e dos Planos de Desenvolvimento Local.
Art. 322. Do plano plurianual, da lei de diretrizes or-
çamentárias e do orçamento anual deverão constar 
as propostas integrantes do Plano Diretor de Orde-
namento Territorial e dos Planos de Desenvolvimento 
Local.
Art. 323. O Poder Público do Distrito Federal, em re-
lação a áreas não edificadas, subutilizadas ou não 
utilizadas, aplicará o disposto no art. 182, § 4º da 
Constituição Federal, a fim de impedir distorções e es-
peculação da terra como reserva de valor.
LEI COMPLEMENTAR 948/2019
Veremos, a seguir, os principais aspectos da presente 
Lei. 
São princípios estruturadores da LUOS:
I - a garantia da função social da propriedade urbana;
II - a justa distribuição de benefícios e ônus decorren-
tes do processo de urbanização;
III - a recuperação para a coletividade da valorização 
imobiliária decorrente das ações do poder público;
IV - o desenvolvimento urbano sustentável, a partir da 
convergência das dimensões social, econômica e am-
biental, com reconhecimento do direito à cidade para 
todos;
V - a garantia da boa relação entre os espaços públi-
cos e privados;
VI - a transparência e a equidade no tratamento do 
solo urbano;
VII - o respeito às características urbanas e morfoló-
gicas que conferem identidade a cada núcleo urbano 
do Distrito Federal;
VIII - a otimização do aproveitamento da infraestru-
tura urbana, considerada a infraestrutura ecológica 
como parte integrante dela;
IX - o controle eficaz do uso e da ocupação do solo 
urbano;
X - a prevalência do interesse coletivo sobre o indivi-
dual;
XI - a gestão democrática da cidade com inclusão e 
participação social.
São objetivos da LUOS:
I - propiciar a descentralização da oferta de emprego 
e serviços, de habitação e dos equipamentos de edu-
cação, saúde e lazer;
II - aumentar a diversidade de usos e atividades para 
promover a dinâmica urbana e a redução de desloca-
mentos;
III - proporcionar melhor integração do espaço público 
com o privado;
IV - propiciar a implementação das estratégias de or-
denamento territorial expressas no Plano Diretor de 
Ordenamento Territorial do Distrito Federal - PDOT 
pertinentes a esta Lei Complementar;
V - promover a manutenção de áreas vegetadas inter-
nas às propriedades públicas e privadas, com priorida-
de para a arborização;
VI - preservar os aspectos da paisagem urbana, do 
Conjunto Urbanístico de Brasília e do entorno dos 
bens tombados individualmente;
VII - estimular a utilização do transporte coletivo e dos 
modos não motorizados e não poluentes de desloca-
mento;
VIII - estabelecer metodologia e critérios para defi-
nição de parâmetros de uso e ocupação do solo de 
projetos de novos parcelamentos do solo compatíveis 
com a LUOS.
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Destaca-se que a presente Lei Comple-
mentar contém diversos aspectos e valores 
únicos, sendo necessária sua análise pelo 
link: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/
fdab09844f754a998dea87e64a4b4d54/Lei_
Complementar_948_16_01_2019.html#FicaDica
Função social da propriedade urbana. Regiões 
Metropolitanas. Aglomerados Urbanos. Região 
Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE). 
Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do 
Distrito Federal (CONPLAN).
Ver-se-á, a seguir, o significado que cada tópico 
acima dispoto, conforme informado no edital:
a) Função social da propriedade urbana: Significa que 
toda propriedade urbana deve atender as exigências 
fundamentais da cidade expressa no plano diretor 
urbano (como já visto acima), devendo assegurar 
o atendimento das necessidades dos cidadões 
acerca da qualidade de vida, à justiça social e 
desenvolvimento das atividades econômicas;
b) Regiões metropolitanas: São regiões consistentes 
em uma área composta por um núcleo urbano 
densamente povoado, enquanto as áreas vizinhas 
são menos povoadas. (Exemplo: São Paulo, cidade 
núcleo a qual tem diversas vizinhas, compondo a 
“grande São Paulo”). 
c) Aglomerados urbanos: A aglomeração urbana é 
um processo de expansão de núcleos urbanos 
distintos (entre 2 ou mais) com produção e 
intensificação de fluxos que extrapolam os limites 
políticos/administrativos dos municípios. A 
proximidade física dos núcleos urbanos intensifica 
os fluxos (comerciais, laborais, institucionais, busca 
por serviços especializados) e estes, por sua vez, 
“costuram” estes núcleos que passam a existir 
como se fossem um só, um “microssistema urbano.” 
O fluxo mais significativo que se estabelece 
entre estes núcleos é o movimento pendular de 
trabalhadores assalariados (residência- trabalho-
residência).” Ressalta-se que o artigo 25, § 3º da 
Constituição Federal prevê que a aglomeração 
urbana é um resultado do crescimento físico das 
cidades, da proximidade de zonas urbanas e do 
relaciomaneto frequente entre elas. 
d) Região integrada de desenvolvimento: Região 
integrada de desenvolvimento (Ride) é uma área 
análoga às regiões metropolitanas brasileiras, 
porém, situada em mais de uma unidade 
federativa. As Rides privilegiam ações econômicas 
(enquanto as regiões metropolitanas as ações sociais 
e de mobilidade) e são criadas por legislação federal 
específica, que delimita os municípios integrantes 
e fixa as competências assumidas pelo colegiado 
dos mesmos. A primeira Ride estabelecida foi 
a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito 
Federal e Entorno. Em 2002, foram instituídas duas 
novas Rides, a Região Administrativa Integrada de 
Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro e 
a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande 
Teresina.
e) Conselho de Planejamento Urbano e Territorial 
do Distrito Federal (CONPLAN): O Conselho de 
Planejamento Territorial e Urbano do Distrito 
Federal (Conplan) é o órgão colegiado superior do 
Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do 
Distrito Federal (Sisplan). O colegiado possui função 
consultiva e deliberativa de auxiliar a Administração 
na formulação, análise, acompanhamento e 
atualização das diretrizes e dos instrumentos de 
implementação da política territorial e urbana.
DIREITO URBANÍSTICO. DIREITO À 
CIDADE. AUTONOMIA CIENTÍFICA. 
PRINCÍPIOS. DIREITO DE CONSTRUIR 
E DIREITO DE PROPRIEDADE. JUSTA 
DISTRIBUIÇÃO DOS BENEFÍCIOS E 
ÔNUS DECORRENTES DO PROCESSO 
DE URBANIZAÇÃO. PODER DE POLÍCIA 
URBANÍSTICO. ORDENAÇÃO. USO E 
OCUPAÇÃO SOLO URBANO. LICENÇAS 
URBANÍSTICAS. RESPONSABILIDADE 
ADMINISTRATIVA. INFRAÇÕES E SANÇÕES 
ADMINISTRATIVAS. RESPONSABILIDADE 
CIVIL E PENAL.
Direito Urbanístico, princípios, justa distribuição 
dos benefícios, ônus decorrentes do processo de 
urbanização e licenças.
Pode-se definir o urbanismo como “um conjunto de 
medidas estatais destinadas a organizar os espaços habi-
táveis, de modo a propiciar melhores condições de vida 
ao homem na comunidade” (MEIRELLES, 2007, p. 511).
Pode-se afirmar, ainda, que há três características ne-
cessárias para se construir o conceito de Direito Urbanís-
tico (RODRIGUES, 2007, p. 72):
“1) Disciplina que objetiva exercer uma atividade de 
harmonização dos conflitos que advém do uso e 
ocupação do solo, através da ponderação dos in-
teresses aí identificados; 
2) disciplina caracterizada por uma função pública; 
3) disciplina que tem como instrumento principal de 
atuação o planejamento urbano”. (COSTA, 2010)
Conforme a orientação doutrinária de Nelson Saule 
Junior, seriam princípios do Direito Urbanístico: 
a) Princípio da Função Social: Toda e qualquer 
propriedade deve cumprir um papel social, sendo 
tal papel essencial e valizador de sua existência; 
b) Princípio do Desenvolvimento Sustentável: 
Todas as ações e metas do plano diretor devem 
procurar equilíbrio, sendo, na medida do possível, 
sustentável, saudável e produtiva;
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c) Princípio da Gestão Democrática da cidade: 
Obsera-se, nesse ponto, como principal aspecto, o 
peblicíto, referendo e iniciativa popular de lei; 
d) Princípio da justa distribuição do ônus e benefícios 
da organização: a urbanização gera aspectos 
positivos (esgoto, agua potável, praças, serviços 
de maneira geral) e aspectos negativos (impactos 
ambientais). É um princípio de equidade, devendo 
todos da sociedade têm que ser afetados por esses 
benefícios;
e) Princípio da coesão dinâmica: cidades e 
necessidades urbanas estão em constante 
transformação, logo, as cidades têm que buscar 
essa harmonia entre a lei e a realidade e entre 
as diversas normas do direito urbanístico. Tem 
como principais finalidades, objetivos, ordenar as 
funções sociais da cidade e assegurar o bem estar 
dos habitantes.
Por fim, tem-se o Poder de Polícia Urbanístico, que 
constitui a possibilidade de intervenção em propriedades 
em geral para o bem comum e supremacia do interessa 
público. Nesse sentido, segue orientação jurisprudencial:
Apelação Cível AC 5853225 PR 0585322-5 (TJ-PR)
Jurisprudência•14/07/2009•Tribunal de Justiça do 
Paraná
Ementa: LIMITAÇÕES URBANÍSTICAS. ATIVIDADE 
EDILÍCIA. EDIFICAÇÃO DESCONFORME O ALVARÁ DE 
CONSTRUÇÃO. INOBSERVÂNCIA DOS RECUOS E DA 
LIMITAÇÃO DA TAXA DE CONSTRUÇÃO. PODER DE 
POLÍCIA. DEMOLIÇÃO DO PRÉDIO. PRINCÍPIOS DA 
LEGALIDADE, MORALIDADE E ISONOMIA. 
a) É poder-dever da Administração Pública Municipal 
condicionar o uso da propriedade privada e regu-
lamentar as atividades particulares que afetem a 
comunidade, em prol do bem estar geral. 
b) No âmbito urbanístico, as limitações administrati-
vas visam organizar os espaços habitáveis, através 
da regulação do uso do solo e das construções, 
ordenando o traçado urbano, as obras públicas e 
as edificações particulares. 
c) Por seu caráter cogente, as limitações urbanísti-
cas devem ser observadas invariavelmente por to-
dos aqueles que pretendem edificar no perímetro 
urbano da cidade. 
d) No caso dos autos, ficou claro que a construção 
impugnada extrapolou os limites constantes do 
Alvará de Construção, assim como desrespeito o 
percentual de taxa de ocupação liberado para a 
zona urbana e os recuos previstos na legislação 
municipal. 
e) A pretensão do Município de que se obste a per-
manência de obra clandestina, que afronta o Códi-
go de Posturas do Município de Curitiba, decorre 
do poder de polícia, cuja finalidade é a de proteger 
o interesse coletivo em detrimento do interesse 
particular, e reflete o postulado dos princípios da 
legalidade, da moralidade, da isonomia e da jus-
tiça. 
APELO DO AUTOR A QUE SE DÁ PROVIMENTO; 
APELO DOS RÉUS PREJUDICADO.
Uso e ocupação do solo urbano
Tatiana de Oliveira Takeda (2013), em seu artigo uso e 
ocupação do solo urbano, explica que: 
“Tratam-se o uso e ocupação do solo por mecanis-
mos de planejamento urbano, podendo-se construir o 
conceito de que o uso do solo é o rebatimento da repro-
dução social no plano do espaço urbano e a ocupação do 
solo, por sua vez, é a maneira pela qual a edificação pode 
ocupar terreno urbano, em função dos índices urbanísti-cos incidentes sobre o mesmo.
Não obstante, sinteticamente, pode-se dizer que o 
termo “uso e ocupação do solo” é definido em função 
das normas relativas à densificação, regime de ativida-
des, dispositivos de controle das edificações e parcela-
mento do solo, que configuram o regime urbanístico.
Desta forma, o que pode ou não ser construído e o 
tamanho das construções (uso e ocupação) nos terrenos 
dos municípios são definidos pela relação entre o tama-
nho do terreno e a quantidade de pessoas; pelas ativida-
des (comércio, moradias, serviços, indústrias), bem como 
pelo tipo dos prédios e tamanho dos lotes, dentre outros.
O uso e ocupação do solo tem por principais finali-
dades: 
a) Organizar o território potencializando as aptidões, 
as compatibilidades, as contiguidades, as comple-
mentariedades, de atividades urbanas e rurais; 
b) Controlar a densidade populacional e a ocupação 
do solo pelas construções; 
c) Otimizar os deslocamentos e melhorar a mobilida-
de urbana e rural; 
d) Evitar as incompatibilidades entre funções urbanas 
e rurais; 
e) Eliminar possibilidades de desastres ambientais; 
f) Preservar o meio-ambiente e a qualidade de vida 
rural e urbana.
Para chegar-se a tais escopos, são necessárias ferra-
mentas que permitam e/ou garantam um planejamento 
urbanístico focado numa mescla de interesses, primeira-
mente, ambientais e, também, locais.
Dentre tais ferramentas, elege-se neste momento, 
por serem especiais, o Plano Diretor e o Zoneamento.
O Plano Diretor é o instrumento básico da política 
urbana dos municípios, tendo por objetivo promover o 
apropriado ordenamento territorial, bem como o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e a ga-
rantia do bem-estar de seus habitantes, de acordo com 
o planejamento e controle do uso do parcelamento e da 
ocupação do solo, em observância às diretrizes do Esta-
tuto das Cidades (artigo 2º).
Em miúdos, sua finalidade é orientar a atuação do 
poder público e da iniciativa privada na construção dos 
espaços urbano, rural e industrial na oferta dos serviços 
públicos essenciais, visando assegurar melhores condi-
ções de vida para a população. Além disso, deve dispor 
sobre a delimitação das áreas urbanas, onde poderá ser 
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aplicado o parcelamento, edificação ou utilização com-
pulsórios, considerando a existência de infraestrutura e 
de demanda para utilização.
Sua obrigatoriedade decorre quando houver: 
a) mais de vinte mil habitantes na cidade; 
b) integrantes de regiões metropolitanas e aglome-
rações urbanas; 
c) pretensão do poder público municipal em utilizar 
os instrumentos previstos no § 4º, do artigo 182, 
da CF/1988; 
d) integrantes de áreas de especial interesse turístico; 
e) empreendimentos ou atividades inseridos na área 
de influência, com significativo impacto ambiental 
de âmbito regional ou nacional.
Com relação aos instrumentos e ações do plano dire-
tor, pode-se citar: 
a) lei do plano diretor;
b) Códigos complementares; 
c) ações emergenciais; 
d) planos setoriais; 
e) programas e projetos.
Por sua vez, o Zoneamento é uma ferramenta de fun-
damental importância no planejamento de uma cidade, 
garantindo o seu desenvolvimento ordenado. Nele, o 
território municipal é dividido em partes (chamadas zo-
nas) onde se definem, para cada uma delas, normas de 
uso e ocupação do solo. Isso nada mais é do que definir 
regras que determinam o que pode ser feito na cidade, 
de que forma e onde. Em outras palavras, a legislação 
definirá, para cada zona em que se divida o território do 
município, os usos permitidos e os índices urbanísticos 
de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obri-
gatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os 
coeficientes máximos de aproveitamento.
Tratando-se especificamente do zoneamento urbano 
ou municipal, há que se destacar que os municípios não 
somente possuem áreas inseridas na malha urbana, mas 
também no perímetro rural, as quais também precisam 
de planejamento quanto aos seus usos e formas de ocu-
pação.
A CF/1988 conferiu competência ao Poder Público 
municipal para promover o adequado ordenamento ter-
ritorial, o desenvolvimento pleno das funções sociais da 
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, desde 
que observadas as diretrizes gerais traçadas no Estatuto 
das Cidades. Tais resultados podem ser alcançados me-
diante planejamento e controle de usos, do parcelamen-
to e da ocupação do solo urbano, como preceituam o 
inciso VIII do artigo 30 e o artigo 182 da Carta Magna.
Em uma cidade desprovida de ordem os usos desen-
volvem-se de forma confusa, com grande prejuízo do 
bem-estar da população. Ordenar esses usos é um dos 
meios de realizar a exigência constitucional de que a Po-
lítica Urbana vise a garantir o bem-estar dos habitantes 
da cidade.
De acordo com a realidade dos municípios é que se 
irá planejar a forma e os usos do espaço urbano. Des-
ta forma, pode-se afirmar que não existe uma fórmula 
pronta para criação de zonas de usos. A realidade do mu-
nicípio é quem vai mostrar suas necessidades”.
Responsabilidade administrativa. Infrações e 
Sanções administrativas. Responsabilidade civil e 
penal.
De acordo com Maria Helena Diniz, a responsabilida-
de civil encontra definição na aplicação de medidas que 
obriga alguém a reparar dano moral ou patrimonial cau-
sado a terceiros, por conta de ato do próprio causador, 
de pessoa por quem ele responde, de fato de coisa ou 
animal sob sua guarda ou, ainda, de simples imposição 
legal. (DINIZ, 2013, p. 50)
Para poder imputar a responsabilidade de algo a al-
guém, deve-se verificar alguns requisitos, quais são: i) 
conduta; ii) dano, lesão ou prejuízo; nexo causal; iv) cul-
pa. Ocorre que alguns estudiosos passaram a discutir se 
a culpa deve ser considerada um elemento da respon-
sabilidade ou se na verdade se trata meramente de um 
elemento acidental, uma vez que para ser responsabi-
lizado bastaria a conduta, o dano e o nexo entre eles, 
sendo a culpa verificada apenas para quantificar o valor 
a ser indenizado. Tal apontamento vem tomando força 
principalmente nos casos em que se constata a respon-
sabilidade objetiva e com ela fixa-se o dever de reparar 
o dano causado.
Aprofundando a discussão, para que a responsabili-
dade venha a ser configurada, mostra-se indispensável à 
existência de uma ação ou omissão qualificada juridica-
mente (conduta), ou seja, a prática de um ato no qual se 
discutirá a existência de dolo ou culpa (responsabilidade 
subjetiva), ou um ato em que não se examinará o fator 
culpa, diante do risco da atividade (responsabilidade ob-
jetiva). O próximo passo é verificar a existência de um 
dano (lesão ou prejuízo) e o ultimo passo seria analisar 
se há nexo de causalidade. (DONNINI, 2009, p. 490-491)
Diante do exposto, pode-se afirmar que não há res-
ponsabilidade civil sem determinado comportamen-
to humano (ação ou omissão/ comissivo ou omissivo) 
contrário à ordem jurídica, ou seja, a responsabilidade 
só pode existir, em um primeiro momento, por meio de 
uma ação ou omissão. Conforme ensinamentos de Fre-
derico Marques “a conduta humana relevante para essa 
responsabilização apresenta-se como “ação” ou como 
“omissão”. Viola-se a norma jurídica, ou através de um 
facere (ação), ou de um non facere (omissão)”. (STOCO, 
2011, p. 154)
Os ensinamentos do artigo 186 do Código Civil de 
2002 expõe sobre o dano, terceiro pressuposto da res-
ponsabilidade civil: “Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, 
comete ato ilícito”, ou seja, resta evidente a existência 
dos elementos essenciais supramencionados, a ação ou 
omissão, culpa ou dolo do agente, o dano experimenta-
do pela vítima e a relação de causalidade, que será vista 
subsequentemente. (GONÇALVES, 2011, p. 65)
Por fim o nexo de causalidade, ou relação de causa-
lidadesupratranscrita. Esta é exigida, pois se deve haver 
uma relação entre a ação ou omissão e o dano, ou seja, 
entre a injuridicidade da ação e o mal causado. O nexo 
causal é indispensável, sendo fundamental que o dano 
tenha sido causado pela culpa do sujeito (STOCO, 2011, 
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p. 176), tanto é fundamental que se houver o rompimen-
to do nexo a responsabilidade de reparar o dano deixa 
de existir.
No que tange à Responsabilidade Penal, Franz Von 
Liszt define o Direito Penal como sendo um conjunto 
das prescrições emanadas pelo poder estatal que ligam 
a conduta criminosa (crime) a pena, como mera conse-
quência (LISZT, 1927, p.1).
Assim, além de ser considerado um conjunto de 
normas estabelecidas por lei, que descrevem compor-
tamentos socialmente graves ou intoleráveis com suas 
respectivas penas, pode-se dizer que o Direito Penal é 
um instrumento utilizado pelos detentores do Poder, que 
o aplicam seletivamente, de modo preferencial àqueles 
que os contrariam (BUSATO, 2015, p. 4). 
Luiz Flávio Gomes (2007, p. 24) divide o conceito de 
Direito Penal em duas vertentes, sendo eles: 
a) conceito dinâmico e social: sendo um instrumen-
to do controle social formal efetuado pelo Estado, 
mediante normas penais, que buscam punir com 
sacões de particular gravidade condutas desviadas, 
visando assegurar a disciplina social e a convivên-
cia humana. Considera-se dinâmico porque está 
vinculado a cada momento social, com base na 
cultura, alterando-se com as mudanças sociais. 
b) conceito estático e formal: Pode-se afirmar que o 
Direito Penal se basta em um conjunto de normas 
jurídicas que definem condutas como infrações 
penais, associando a essas penas, medidas de se-
gurança ou outras consequências jurídicas, como 
indenização civil.
Raúl E. Zaffaroni aponta que o Direito Penal “desig-
na-se – conjuntamente ou separadamente – duas coisas 
distintas: 
1) O conjunto de leis penais, isto é, a legislação penal; 
ou 
2) o sistema de interpretação dessa legislação, ou 
seja, o saber do Direito Penal (ZAFFARONI, 1991, 
p. 41).
Visto os conceitos acima, tem-se que a vontade, a 
cogitação de praticar conduta criminosa não é punível, 
com base na teoria do iter criminis, devendo-se ter um 
comportamento, ou seja, uma ação (que se manifesta 
por meio de um movimento corpóreo com uma finalida-
de) ou omissão (movimento/comportamento que deve-
ria ser realizado, porém não realizou) criminosa, tanto de 
forma tentada, quanto consumada (quando for admitida 
a forma tentada). 
Não obstante, tais ações ou omissões caracterizadas 
como crime devem ser praticadas pelo sujeito ativo, sen-
do o sujeito passivo aquele o qual é o titular do bem ju-
rídico atingido pela conduta delinquente do sujeito ativo. 
Sob o aspecto material, o crime visa proteger bens ju-
rídicos defendido pela lei, enquanto pelo aspecto forma, 
ele deve ser um fato típico e antijurídico, considerando-
-se a culpabilidade natureza diversa. 
Pois bem. A tipicidade se mostra por meio de um 
comportamento humano (positivo ou negativo) que pro-
voca um resultado (em regra) que é previsto como infra-
ção penal, como, por exemplo, o fato típico do homicídio 
é a conduta humana que causa a morte de outrem. De-
ve-se observar alguns elementos, como: 
a) conduta dolosa ou culposa; 
b) resultado; 
c) nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; 
d) enquadramento do fato em uma norma penal in-
criminadora. (JESUS, 2014, p. 55).
Quanto à necessidade de conduta mediante dolo ou 
culpa, tem-se que crime doloso é aquele que acontece 
quando o agente quis o resultado, ou seja, ocorreu pela 
vontade de concretizar o crime, enquanto o crime cul-
poso, por sua vez, ocorre quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou imperícia, ou 
seja, por falta de cuidado no agir. 
O dolo pode se dar de duas formas: 
a) Dolo direto: quando o sujeito visa certo e determi-
nado resultado (ex: esfaquear para matar alguém); 
b) Dolo indireto: não tem certo e determinado resul-
tado, variando-se em dolo alternativo (aquele que 
tem a intenção de um ou outro resultado, como 
ferir ou matar alguém); e dolo eventual (quando o 
sujeito admite o risco do resultado). 
De modo não diferente se mostra a culpa, a qual con-
tém duas classificações: 
a) Culpa inconsciente: ocorre quando o sujeito atua 
sem consciência do resultado que poderia ocorrer; 
b) Culpa consciente: o sujeito prevê o resultado, po-
rém não acredita que irá acontecer, confiando nas 
suas habilidades. (Exemplo: corridas ilegais de car-
ro, embriaguez ao dirigir). 
Importante destacar que a culpa consciente é dife-
rente do dolo eventual, na primeira o sujeito não quer o 
resultado, confiando que não irá acontecer, enquanto no 
segundo o sujeito assume o risco, sendo indiferente se 
acontecer o resultado. 
Não obstante, há a figura do crime preterdoloso, que 
ocorre quando há o dolo na ação/omissão antecedente, 
mas a culpa no consequente, ou seja, acontece quando 
o delinquente produz resultado mais grave que preten-
dia. (Exemplo: Sujeito deseja roubar uma pessoa, porém 
mata sem querer a vítima durante o roubo). 
Atente-se que crime preterdoloso e qualificado pelo 
resultado não são sinônimos, já que o crime qualificado 
pelo resultado, ao contrário do preterdoloso, o resultado 
ulterior, mais grave, derivado involuntariamente da con-
duta criminosa, lesa um bem jurídico que, por sua natu-
reza, não contém o bem jurídico precedentemente lesa-
do. (BITENCOURT, 2010, p. 343) Exemplo: Lesão corporal 
seguida de morte é preterdoloso, enquanto o aborto 
seguido de morte da gestante é qualificado pelo resul-
tado, ou seja, nunca se conseguirá matar uma pessoa 
sem ofender sua saúde ou integridade corporal (como a 
lesão corporal seguida de morte), enquanto para matar 
alguém não se terá necessariamente de fazê-lo abortar 
(aborto com ou sem consentimento da gestante, qualifi-
ca-se pelo resultado). (BITENCOURT, 2010, p. 343)
Vista a tipicidade e demais aspectos, deve-se obser-
var a antijuridicidade, ou também cognominada como 
ilicitude, que, por sua vez, é a oposição ao direito, a ilega-
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lidade, o fato praticado ao contrário dos mandamentos 
da lei. Observa-se que o fato deve ser típico (deve estar 
descrito na lei) e antijurídico (deve ainda ser contrário ao 
que este descrito em lei). 
Por fim, a culpabilidade tem o sentido de reprovação, 
reprovabilidade, censurabilidade, juízo de valor contra a 
pessoa que praticou o fato típico e antijurídico. Ressalta-
-se que a culpabilidade não integra o delito, mas é seu 
elemento ou característica do fato, atuando como liame 
entre o autor do crime e a pena (JESUS, 2014, p. 55). 
Hodiernamente, no direito ambiental, torna-se co-
mum a responsabilização de pessoas jurídicas por danos 
ambientais, tanto na forma civil, quanto penal: 
Criminal. Recurso especial. Crime ambiental praticado 
por pessoa jurídica. Responsabilização penal do ente cole-
tivo. Possibilidade. Previsão constitucional regulamentada 
por lei federal. Opção política do legislador. Forma de pre-
venção de danos ao meio-ambiente. Capacidade de ação. 
Existência jurídica. Atuação dos administradores em nome 
e proveito da pessoa jurídica. Culpabilidade como respon-
sabilidade social. Co-responsabilidade. Penas adaptadas 
à natureza jurídica do ente coletivo. Acusação isolada do 
ente coletivo. Impossibilidade. Atuação dos administrado-
res em nome e proveito da pessoa jurídica. Demonstração 
necessária. Denúncia inepta. Recurso desprovido. 
I – A Lei Ambiental, regulamentando preceito consti-
tucional, passou a prever, de forma inequívoca, a pos-
sibilidade de penalização criminal das pessoas jurídi-
cas por danos ao meio-ambiente. [...]
 III – A responsabilização penal da pessoa jurídica pela 
prática de delitos ambientais advém de umaesco-
lha política, como forma não apenas de punição das 
condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma 
mesmo de prevenção geral e especial. 
IV – A imputação penal às pessoas jurídicas encontra 
barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma 
ação de relevância penal, de serem culpáveis e de so-
frerem penalidades. 
V – Se a pessoa jurídica tem existência própria no or-
denamento jurídico e pratica atos no meio social atra-
vés da atuação de seus administradores, poderá vir a 
praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de 
responsabilização penal. 
VI – A culpabilidade, no conceito moderno, é a respon-
sabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurídica, 
neste contexto, limita-se à vontade do seu administra-
dor ao agir em seu nome e proveito. 
VII – A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada 
quando houver intervenção de uma pessoa física, que 
atua em nome e em benefício do ente moral. 
VIII – “De qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser 
beneficiária direta ou indiretamente pela conduta 
praticada por decisão do seu representante legal ou 
contratual ou de seu órgão colegiado”. 
IX – A Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas 
penas autônomas de multas, de prestação de serviços 
à comunidade, restritivas de direitos, liquidação força-
da e desconsideração da pessoa jurídica, todas adap-
tadas à sua natureza jurídica. 
X – Não há ofensa ao princípio constitucional de que 
“nenhuma pena passará da pessoa do condenado...”, 
pois é incontroversa a existência de duas pessoas dis-
tintas: uma física – que de qualquer forma contribui 
para a prática do delito – e uma jurídica, cada qual 
recebendo a punição de forma individualizada, decor-
rente de sua atividade lesiva. 
XI – Há legitimidade da pessoa jurídica para figurar no 
pólo passivo da relação processual-penal. 
XII – Hipótese em que pessoa jurídica de direito priva-
do foi denunciada isoladamente por crime ambiental 
porque, em decorrência de lançamento de elementos 
residuais nos mananciais dos Rios do Carmo e Mos-
soró, foram constatadas, em extensão aproximada de 
cinco quilômetros, a salinização de suas águas, bem 
como a degradação das respectivas faunas e floras 
aquáticas e silvestres. 
XIII – A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada 
quando houver intervenção de uma pessoa física, que 
atua em nome e em benefício do ente moral. 
XIV – A atuação do colegiado em nome e proveito da 
pessoa jurídica é a própria vontade da empresa. XV 
– A ausência de identificação das pessoas físicas que, 
atuando em nome e proveito da pessoa jurídica, parti-
ciparam do evento delituoso, inviabiliza o recebimen-
to da exordial acusatória. 
XVI – Recurso desprovido (Superior Tribunal de Justiça, 
REsp 610.114-RN 2003/0210087-0, 5ª Turma, Minis-
tro Relator Gilson Dipp). Acerca da decisão anterior, 
foi negado o provimento ao recurso, por unanimidade, 
contando com votos do Ministro Relator Gilson Dipp, 
acompanhado pelo Ministro Arnaldo Esteves, Felix Fis-
cher e Laurita Vaz. 
Diante das decisões supra, resta evidente a possibili-
dade de responsabilização penal da empresa e de seus 
representantes.
Por fim, a responsabilidade administrativa resulta de 
infração a normas administrativas, sujeitando o infrator a 
uma sanção de natureza também administrativa; ela se 
fundamenta na capacidade que as pessoas jurídicas de 
direito público têm de impor condutas ao administrado 
– é o poder administrativo, inerente à Administração dos 
entes políticos, nos limites das respectivas competências 
institucionais (cf. José Afonso, 2004, p. 301; Hely Lopes 
Meirelles, 1996, p. 101).
DIREITO À MORADIA. REGULARIZAÇÃO 
FUNDIÁRIA DE INTERESSE SOCIAL. LEI 
Nº 11.977/2009 E SUAS ALTERAÇÕES; LEI 
Nº 12.424/2011; MEDIDA PROVISÓRIA Nº 
2.220/2001 E SUAS ALTERAÇÕES. DIREITO 
REGISTRAL IMOBILIÁRIO.
Conforme tutela a Constituição Federal de 1988 em 
seus artigos 6º ao 11º, os direitos sociais são todos os di-
reitos fundamentais/ básicos que devem ser compar-
tilhados por todos da sociedade, sem distinção de gê-
nero, etnia, sexo, classe econômica, religião, e etc. 
A finalidade e objetivo do direito social é buscar sem-
pre resolver as questões sociais. Isto é, todas as situações 
que representam as desigualdades da sociedade, para 
que todas as pessoas tenham e vivam com o mínimo de 
qualidade de vida e dignidade.
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Os direitos sociais são tutelados e protegi-
dos pela Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos (1948), sendo que, apenas 
neste momento histórico (pós 2ª guerra 
mundial) que o mundo começou a trabalhar 
com esses direitos.
#FicaDica
O art. 6º da CF prevê que o direito a saúde, educação, 
alimentação, trabalho, lazer, segurança, assistência, pre-
vidência, proteção a maternidade e a infância, MORADIA, 
dentre outros, são direitos essenciais e básicos que todos 
devem ter.
A moradia, à princípio, em 1988, não constituia um di-
reito social, passando a ser somente em 2000, mediante 
a EC 26/2000. 
Atualmente, pelo programa Minha Casa, Minha vida é 
possível se concretizar o direito à moradia. Vejamos a Lei: 
O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício 
do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber 
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: 
CAPÍTULO I
DO PROGRAMA MINHA CASA, MINHA 
VIDA – PMCMV 
Seção I 
Da Estrutura e Finalidade do PMCMV 
Art. 1o O Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV 
tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à 
produção e aquisição de novas unidades habitacionais 
ou requalificação de imóveis urbanos e produção ou 
reforma de habitações rurais, para famílias com renda 
mensal de até R$ 4.650,00 (quatro mil, seiscentos e 
cinquenta reais) e compreende os seguintes subpro-
gramas: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
I - o Programa Nacional de Habitação Urbana 
(PNHU); (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015)
II - o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR); 
e (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015)
III - (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 
2015)
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se: (Redação 
dada pela Lei nº 13.173, de 2015)
I - grupo familiar: unidade nuclear composta por um 
ou mais indivíduos que contribuem para o seu ren-
dimento ou têm suas despesas por ela atendidas e 
abrange todas as espécies reconhecidas pelo ordena-
mento jurídico brasileiro, incluindo-se nestas a família 
unipessoal; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
II - imóvel novo: unidade habitacional com até 180 
(cento e oitenta) dias de “habite-se”, ou documento 
equivalente, expedido pelo órgão público municipal 
competente ou, nos casos de prazo superior, que não 
tenha sido habitada ou alienada; (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011)
III - oferta pública de recursos: procedimento realizado 
pelo Poder Executivo federal destinado a prover recur-
sos às instituições e agentes financeiros do Sistema 
Financeiro da Habitação - SFH para viabilizar as ope-
rações previstas no inciso III do art. 2o; (Incluído pela 
Lei nº 12.424, de 2011)
IV - requalificação de imóveis urbanos: aquisição de 
imóveis conjugada com a execução de obras e serviços 
voltados à recuperação e ocupação para fins habita-
cionais, admitida ainda a execução de obras e serviços 
necessários à modificação de uso; (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011)
V - agricultor familiar: aquele definido no caput, nos 
seus incisos e no § 2o do art. 3o da Lei no 11.326, de 24 
de julho de 2006; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 
2011)
VI - trabalhador rural: pessoa física que, em proprie-
dade rural, presta serviços de natureza não eventual a 
empregador rural, sob a dependência deste e median-
te salário. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 2o (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 13.173, 
de 2015)
Art. 2o Para a implementação do PMCMV, a União, 
observada a disponibilidade orçamentária e financei-
ra: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
I -concederá subvenção econômica ao beneficiário 
pessoa física no ato da contratação de financiamento 
habitacional; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
II – participará do Fundo de Arrendamento Residencial 
(FAR), mediante integralização de cotas e transferirá 
recursos ao Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) de 
que tratam, respectivamente, a Lei no 10.188, de 12 de 
fevereiro de 2001, e a Lei no 8.677, de 13 de julho de 
1993; (Redação dada pela Lei nº 12.693, de 2012)
III - realizará oferta pública de recursos destinados 
à subvenção econômica ao beneficiário pessoa física 
de operações em Municípios com população de até 
50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Incluído pela Lei 
nº 12.424, de 2011)
IV - participará do Fundo Garantidor da Habitação 
Popular - FGHab; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 
2011)
V - concederá subvenção econômica por meio do Ban-
co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
- BNDES, sob a modalidade de equalização de taxas 
de juros e outros encargos financeiros, especificamen-
te nas operações de financiamento de linha especial 
para infraestrutura em projetos de habitação popu-
lar. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1o A aplicação das condições previstas no inciso III 
do caput dar-se-á sem prejuízo da possibilidade de 
atendimento aos Municípios com população entre 
20.000 (vinte mil) e 50.000 (cinquenta mil) habitantes 
por outras formas admissíveis no âmbito do PMCMV, 
nos termos do regulamento. (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011)
§ 2º O regulamento previsto no § 1o deverá prever, 
entre outras condições, atendimento aos Municípios 
com população urbana igual ou superior a 70% (se-
tenta por cento) de sua população total e taxa de cres-
cimento populacional, entre os anos 2000 e 2010, su-
perior à taxa verificada no respectivo Estado.(Incluído 
pela Lei nº 12.424, de 2011)
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§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016)
Art. 3o Para a indicação dos beneficiários do PMCMV, 
deverão ser observados os seguintes requisitos: (Re-
dação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
I - comprovação de que o interessado integra famí-
lia com renda mensal de até R$ 4.650,00 (quatro mil, 
seiscentos e cinquenta reais); (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011)
II - faixas de renda definidas pelo Poder Executivo 
federal para cada uma das modalidades de opera-
ções; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
III - prioridade de atendimento às famílias residen-
tes em áreas de risco, insalubres, que tenham sido 
desabrigadas ou que perderam a moradia em razão 
de enchente, alagamento, transbordamento ou em 
decorrência de qualquer desastre natural do gêne-
ro; (Redação dada pela Lei nº 13.274, de 2016)
IV - prioridade de atendimento às famílias com mu-
lheres responsáveis pela unidade familiar; e (Incluído 
pela Lei nº 12.424, de 2011)
V - prioridade de atendimento às famílias de que fa-
çam parte pessoas com deficiência. (Incluído pela Lei 
nº 12.424, de 2011)
§ 1o Em áreas urbanas, os critérios de prioridade para 
atendimento devem contemplar também: 
I – a doação pelos Estados, pelo Distrito Federal e pe-
los Municípios de terrenos localizados em área urbana 
consolidada para implantação de empreendimentos 
vinculados ao programa; 
II – a implementação pelos Estados, pelo Distrito Fe-
deral e pelos Municípios de medidas de desoneração 
tributária, para as construções destinadas à habitação 
de interesse social; 
III – a implementação pelos Municípios dos instrumentos 
da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, voltados ao 
controle da retenção das áreas urbanas em ociosidade. 
§ 2o (VETADO) 
§ 3o O Poder Executivo federal definirá: (Redação 
dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
I - os parâmetros de priorização e enquadramento 
dos beneficiários do PMCMV; e (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011)
II - a periodicidade de atualização dos limites de renda 
familiar estabelecidos nesta Lei. 
§ 4o Além dos critérios estabelecidos no caput, os Esta-
dos, Municípios e Distrito Federal poderão fixar outros 
critérios de seleção de beneficiários do PMCMV, pre-
viamente aprovados pelos respectivos conselhos locais 
de habitação, quando existentes, e em conformidade 
com as respectivas políticas habitacionais e as regras 
estabelecidas pelo Poder Executivo federal. (Incluído 
pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 5o Os Estados, Municípios e Distrito Federal que 
aderirem ao PMCMV e a Caixa Econômica Federal se-
rão responsáveis pela execução do trabalho técnico e 
social pós-ocupação dos empreendimentos implanta-
dos, na forma estabelecida em termo de adesão a ser 
definido em regulamento. (Redação dada pela Lei 
13.590, de 2018)
§ 6o Na atualização dos valores adotados como parâ-
metros de renda familiar estabelecidos nesta Lei deve-
rão ser observados os seguintes critérios: (Incluído pela 
Lei nº 12.424, de 2011)
I - quando o teto previsto no dispositivo for de R$ 
4.650,00 (quatro mil, seiscentos e cinquenta reais), o 
valor atualizado não poderá ultrapassar 10 (dez) sa-
lários mínimos; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
II - quando o teto previsto no dispositivo for de R$ 
2.790,00 (dois mil, setecentos e noventa reais), o valor 
atualizado não poderá ultrapassar 6 (seis) salários mí-
nimos; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
III - quando o teto previsto no dispositivo for de R$ 
1.395,00 (mil, trezentos e noventa e cinco reais), o va-
lor atualizado não poderá ultrapassar 3 (três) salários 
mínimos.(Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 7o Os requisitos dispostos no caput deste artigo, bem 
como aqueles definidos em regulamentos do Poder 
Executivo, relativos à situação econômica ou financei-
ra dos beneficiários do PMCMV deverão ainda: (Inclu-
ído pela Lei nº 13.274, de 2016)
I - observar a exigência da qualificação pessoal com-
pleta do beneficiário para constar do respectivo contra-
to, incluindo seu número de inscrição no Cadastro de 
Pessoa Física - CPF, mantido na Secretaria da Receita 
Federal do Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016)
II - ter sua veracidade verificada por meio do cruza-
mento de dados fiscais e bancários do beneficiário, 
assegurado o sigilo constitucional dos dados informa-
dos. (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016)
§ 8o O agente financeiro responsável pelo financia-
mento responderá pelo cumprimento do disposto no § 
7o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016)
§ 9o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016)
Seção II
Do Programa Nacional de Habitação Urbana – 
PNHU 
Art. 4o O Programa Nacional de Habitação Urbana 
- PNHU tem por objetivo promover a produção ou 
aquisição de novas unidades habitacionais ou a re-
qualificação de imóveis urbanos, desde 14 de abril de 
2009. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
§ 1o Para a implementação do PNHU, a União dis-
ponibilizará recursos na forma prevista nos incisos I, 
II e III do art. 2o. (Redação dada pela Lei nº 12.424, 
de 2011)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 
2011)
II – (VETADO); 
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 
2011)
§ 2o A assistência técnica pode fazer parte da compo-
sição de custos do PNHU. (Redação dada pela Lei nº 
12.424, de 2011)
Art. 5o (Revogado pela Lei nº 12.424, de 2011)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.424, de 
2011)
Art. 5o-A. Para a implantação de empreendimentos 
no âmbito do PNHU, deverão ser observados: (Incluí-
do pela Lei nº 12.424, de 2011)
I - localização do terreno na malha urbana ou em área 
de expansão que atenda aos requisitos estabelecidos 
pelo Poder Executivo federal, observado o respectivo 
plano diretor, quando existente; (Incluído pela Lei nº 
12.424, de 2011)
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II - adequação ambiental do projeto; (Incluído pela Lei 
nº 12.424, de 2011)
III - infraestrutura básica que inclua vias de acesso, 
iluminação pública e solução de esgotamento sanitá-
rio e de drenagem de águas pluviais e permita liga-
ções

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