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DIREITO URBANÍSTICO ÍNDICE Constituição Federal. Ordenamento Territorial. Competências Urbanísticas. Normas gerais. Lei Orgânica do Distrito Federal. Município. Política Urbana. Plano diretor, planos locais de desenvolvimento, Lei Complementar Distrital nº 948/2019 (Lei de Uso e Ocupação do Solo). Função social da propriedade urbana. Regiões Metropolitanas. Aglomerados Urbanos. Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE). Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal (CONPLAN). ....................................................................................................................... 01 Direito Urbanístico. Direito à Cidade. Autonomia científica. Princípios. Direito de construir e Direito de Propriedade. Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização. Poder de polícia urbanístico. Ordenação. Uso e ocupação solo urbano. Licenças urbanísticas. Responsabilidade administrativa. Infrações e Sanções administrativas. Responsabilidade civil e penal. ....................................................................................... 08 Direito à moradia. Regularização Fundiária de Interesse Social. Lei nº 11.977/2009 e suas alterações; Lei nº 12.424/2011; Medida Provisória nº 2.220/2001 e suas alterações. Direito registral imobiliário. .................................... 12 Parcelamento do solo urbano. Lei nº 6.766/1979 e suas alterações. Regularização fundiária urbanística. Área de Preservação Permanente (APP) urbana. Estatuto da Cidade. Norma geral. Objetivos. Diretrizes. Instrumentos. Gestão Democrática das Cidades. Normas gerais para a elaboração do Plano Diretor. Disposições Gerais. ............ 37 Concessão urbanística. Conceito. Natureza jurídica. Disciplina. ................................................................................................... 47 Desapropriação. Conceito. Aplicações. Justa indenização. Recuperação das mais-valias urbanísticas. Processo. Procedimento. Judicial e administrativo. ............................................................................................................................................... 47 Proteção do Patrimônio Cultural. Instrumentos de tutela de bens culturais materiais e imateriais. Competências. Tombamento. Registro. Desenvolvimento urbano e proteção do patrimônio cultural. Função social da propriedade pública. ................................................................................................................................................................................................................ 48 Tutela da Ordem Jurídico- Urbanística. Ação civil pública. Ação popular. Ações reais. Ações possessórias. Mecanismos extrajudiciais de conflito. Termo de Compromisso. Termo de Ajustamento de Conduta. Audiências públicas. .............................................................................................................................................................................................................. 49 1 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ORDENAMENTO TERRITORIAL. COMPETÊNCIAS URBANÍSTICAS. NORMAS GERAIS. LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL. MUNICÍPIO. POLÍTICA URBANA. PLANO DIRETOR, PLANOS LOCAIS DE DESENVOLVIMENTO, LEI COMPLEMENTAR DISTRITAL Nº 948/2019 (LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO). FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA. REGIÕES METROPOLITANAS. AGLOMERADOS URBANOS. REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO ENTORNO (RIDE). CONSELHO DE PLANEJAMENTO URBANO E TERRITORIAL DO DISTRITO FEDERAL (CONPLAN). CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. Na Constituição Federal de 1988, os princípios fun- damentais, ponto pilar da Lei, aparecem no Título I, o qual é composto por quatro artigos, sendo que, cada um desses dispositivos apresenta um tipo de princípio fun- damental. O art. 1º trata dos fundamentos da República Fede- rativa do Brasil, que são: a) A soberania; b) Cidadania; c) Dignidade da pessoa humana; d) Valores sociais do tra- balho e da livre iniciativa; e o e) Pluralismo político. Já o art. 2º trata do princípio da separação de Pode- res, ou seja, que o poder Legislativa, Executivo e o Ju- diciário são independentes (não precisa de um para o outro atuar) no entanto, devem ser harmônicos (um irá completar o outro). O art. 3º, traz os objetivos fundamentais que são: a) Construção de uma sociedade livre justa e solidária; b) Garantir o desenvolvimento nacional; c) Erradicar a po- breza e a marginalização e reduzir as desigualdades so- ciais e regionais; e por último, e) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Finalizando, o art. 4º traz os princípios nas relações internacionais que são a independência nacional, preva- lência dos direitos humanos, autodeterminação dos po- vos, não intervenção, igualdade entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terro- rismo e ao racismo, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e concessão de asilo político. Neste diapasão, muitos doutrinadores, classificam os princípios constitucionais em duas espécies: I) Princípios político-constitucionais: são os que representam decisões políticas fundamentais, conformadoras de nossa Constituição, ou seja, os chamados princípios fundamentais, que preveem as características essenciais do Estado brasilei- ro. Exemplo: princípio da separação de poderes, o pluralismo político, dignidade da pessoa hu- mana, dentre outros. II) Princípios jurídico-constitucionais: esses princípios são classificados como “gerais”, pois se referem à ordem jurídica nacional, os quais estão dispersos pelo texto constitucional. Exemplo: devido processo legal, do juiz natural, legalidade, dentre outros. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS; DIREI- TOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DIREI- TOS SOCIAIS, DIREITOS DE NACIONALIDADE, DI- REITOS POLÍTICOS, PARTIDOS POLÍTICOS. Os direitos fundamentais são os direitos huma- nos positivados na Constituição Federal de 1988, os quais devem ser garantidos e protegidos pelo Estado. No tocante as garantias fundamentais, elas são uma forma ou, até mesmo um instrumento, para garantir a efetivação dos direitos. A Carta Magma ampliou a pro- teção aos direitos fundamentais e por isso ficou conheci- da como Constituição cidadã. Os direitos e garantias fundamentais possuem aplica- bilidade imediata, isto é, a existência deles é suficiente- mente para produzirem os devidos efeitos. Eles estão tu- telados no Título II da Constituição Federal, nos art. 5º ao 17. Ainda assim, destaca-se que os direitos citados nesses artigos não proíbem a existência de outros. O art. 5º é um dos artigos mais importantes do texto Constitucional, o qual protege a igualdade entre todos, tutelando os direitos coletivos e os direitos individuais nos seus 78 incisos. Vejamos alguns: 1. homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- ções, nos termos desta Constituição; 2. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 3. ninguém será submetido a tortura nem a tratamen- to desumano ou degradante; 4. é livre a manifestação do pensamento, sendo veda- do o anonimato; 5. é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 6. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos reli- giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 7. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de as- sistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 8. ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po- lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obriga- ção legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 9. é livre a expressão da atividadeintelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; 10. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon- ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decor- rente de sua violação; 11. é livre a locomoção no território nacional em tem- po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 2 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO 12. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemen- te de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autori- dade competente; 13. não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 14. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 15. a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 16. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter- mos da lei; 17. não haverá penas: - de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; - de caráter perpétuo; - de trabalhos forçados; - de banimento; - cruéis; 18. são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 19. ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 20. o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previs- tas em lei; 21. será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 22. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem, DENTRE OUTROS. Do art. 6º ao 11º, a Carta Magna trata dos direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, dando o enfoque nos direitos dos trabalhadores. Tanto os trabalhadores urbanos como os rurais tem o direito a seguro-desemprego, em caso de desempre- go involuntário, fundo de garantia do tempo de serviço, salário mínimo, fixado em lei, garantia de salário, décimo terceiro salário, remuneração do trabalho noturno supe- rior à do diurno, salário-família para os seus dependen- tes, gozo de férias anuais, licença à gestante, aposenta- doria, proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência, proibição de distinção entre trabalho ma- nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais res- pectivos, dentre outros. Quanto ao sindicalismo, ninguém será obrigado a fi- liar-se ou a manter-se filiado a sindicato, é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho, é vedada a dispensa do empregado sindicaliza- do a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei e etc. Ainda assim, importante informar que o Direito Co- letivo compõe-se de direitos transindividuais de pessoas que se conectam por uma relação jurídica, tendo base de si mesmo ou com outro indivíduo, podendo as pessoas ser determinadas ou determináveis. Isto é, os Direitos Coletivos abrange todo o grupo da categoria que possuem uma relação jurídica já pré-exis- tente ao dano ou a lesão, pois, esse direito irá tutelar esse grupo que já subsiste ao prejuízo e não os que não se enquadram na relação. No tocante ao Direito Individual, estes são os interes- ses que têm a mesma origem e também a mesma cau- sa. Eles acontecem de acordo com uma mesma situação que se aplica a cada um individualmente, e, ainda que contenham características “individuais”, no fim possuem origem comum. Dos Direitos Sociais Conforme tutela a Constituição Federal de 1988 em seus artigos 6º ao 11º, os direitos sociais são todos os di- reitos fundamentais/ básicos que devem ser compar- tilhados por todos da sociedade, sem distinção de gê- nero, etnia, sexo, classe econômica, religião, e etc. A finalidade e objetivo do direito social é buscar sem- pre resolver as questões sociais. Isto é, todas as situações que representam as desigualdades da sociedade, para que todas as pessoas tenham e vivam com o mínimo de qualidade de vida e dignidade. Os direitos sociais são tutelados e protegi- dos pela Declaração Universal dos Direi- tos Humanos (1948), sendo que, apenas neste momento histórico (pós 2ª guerra mundial) que o mundo começou a trabalhar com esses direitos. #FicaDica O art. 6º da CF prevê que o direito a saúde, educação, alimentação, trabalho, lazer, segurança, assistência, previdência, proteção a maternidade e a infância, dentre outros, são direitos essenciais e básicos que todos devem ter. O art. 7º da CF prevê os direitos dos trabalhadores, seja eles rurais ou urbanos, todos possuem direitos como: seguro desemprego, FGTS, adicional noturno, férias, 13º salário, repouso semanal remunerado, licença maternidade e paternidade, aposentadoria, aviso prévio, dentre outros. Já o art. 8º da CF, tutela sobre os direitos e deveres dos sindicatos, e o art. 9º protege o direito de greve dos trabalhadores. Da Nacionalidade Os brasileiros natos são: - os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não es- tejam a serviço de seu país; user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 3 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO - os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; - os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em reparti- ção brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem em qualquer tempo pela nacionalidade brasileira; Os naturalizados são: - os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; - os estrangeiros de qualquer nacionalidade residen- tes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação pe- nal, desde que requeiram a nacionalidade brasilei- ra. (redação da EC nº 3/94) FIQUE ATENTO! Os portugueses com residência permanen- te no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição. Os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente do Senado Federal, de Ministro do Supremo Tribunal Federal, da carreira diplomática e de oficial das Forças Armadas, são cargos que apenas os brasileiros NATO podem exercer. O brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional ou adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária, perderá a nacionalidade de brasileiro. Dos Direitos Políticos O voto será direto e secreto, com valor igual para to- dos, e, nos termos da lei, mediante: plebiscito, referendo, iniciativa popular. O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de seten- ta anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Para ter elegibilidade a pessoa deve ter a nacionali- dade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscri- ção, a filiação partidária, a idade mínima de: - trinta e cincoanos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; -trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; -vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; -dezoito anos para Vereador. FIQUE ATENTO! São inelegíveis os inavistáveis e os anal- fabetos, e também, são inelegíveis para os mesmos cargos, no período subsequente, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: - cancelamento da naturalização por sentença transi- tada em julgado; - incapacidade civil absoluta; - condenação criminal transitada em julgado, en- quanto durarem seus efeitos; - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Dos Partidos Políticos É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: - caráter nacional; - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subor- dinação a estes; - prestação de contas à Justiça Eleitoral; - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Os partidos políticos possuem autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias. Direitos fundamentais são clausulas pétre- as, não podendo ser flexibilziadas ou abo- lidas da constituição federal, somente po- dendo ter alterações que maxime o direito fundamental. #FicaDica ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO. Conforme o art. 18 da CF, a organização político-ad- ministrativa da República Federativa do Brasil compreen- de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sendo que todos possuem sua autonomia, tendo Brasília como Capital Federal. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 4 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO Dalmo Dallari define o estado como uma ordem jurídica soberana que tem por finalidade o bem do povo situado em um determinado território. Isto é, dentro desta frase o Dalmo trouxe os principais elementos que compõe o Estado, que são: soberania, finalidade, povo e território. A estrutura e organização do Estado podem ser analisados sob três aspectos, conforme Pedro Lenza, p. 499: 1) Forma de governo: República ou Monarquia; 2) Sistema de Governo: Presidencialismo ou Parla- mentarismo; 3) Forma de Estado: Estado unitário ou Federação. Em 1889, surgiu a Federação do Brasil, juntamente com a forma de governo (republicana). A forma de governo republicana seria realizar através do regime representativo em 1891. Desta forma, o Brasil consagrou o seguinte: 1) Forma de Estado: Federação. 2) Entes componentes do Estado brasileiro: União, Es- tado, Distrito Federal e Municípios. 3) Características do Estado brasileiro: Estado Demo- crático de Direito. 4) Sistema de Governo: Presidencialista. 5) Forma de Governo: Republicana. O idioma oficial do país é a língua portuguesa e os símbolos da República Federativa do Brasil são: bandeira, hino, armas e o selo nacional, sendo que o Distrito Fe- deral, Estados e os Municípios poderão ter seus próprios símbolos, conforme o art. 13 §1º e §2º da CF. Conforme tutela o art. 19 da CF, existe vedações constitucional para que os Estados, Distrito Federal, Mu- nícipios e a União não possam: - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio- ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou man- ter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; - recusar fé aos documentos públicos; - criar distinções entre brasileiros ou preferências en- tre si. União Federal A República Federativa do Brasil é composta pela União, Estados Membros, Distrito Federal e os Municí- pios. A União possui bens próprios os quais estão descri- tos no art. 20 da CF, como por exemplo: mar territorial, os terrenos de marinha e seus acrescidos, as ilhas flu- viais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, ex- cluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a uni- dade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II, os po- tenciais de energia hidráulica, as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, dentre outros. FIQUE ATENTO! É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da explo- ração de petróleo ou gás natural, de recur- sos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa explo- ração. No tocante a área de atuação da União, a mesma possui competência não legislativa, ou seja, ela atua no campo politico-administrativo, como por exemplo: - manter relações com Estados estrangeiros e partici- par de organizações internacionais; - declarar a guerra e celebrar a paz; - assegurar a defesa nacional; - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; - emitir moeda; - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento eco- nômico e social; - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomu- nicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a De- fensoria Pública dos Territórios, DENTRE OUTROS. Os itens elencados acima, são de competência exclu- siva da União. Já os itens do art. 23 da CF, são de com- petência cumulativa (comuns) entre a União, Estados, Distrito Federal e Munícipios, como por exemplo: zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público, cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência, proteger os do- cumentos, as obras e outros bens de valor histórico, ar- tístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos, proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação, proteger o meio ambiente e com- bater a poluição em qualquer de suas formas e etc. Conforme o art.24 da CF, compete à União, aos Es- tados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: direito tributário, financeiro, penitenciário, econô- mico e urbanístico; orçamento; juntas comerciais; custas dos serviços forenses; produção e consumo; Florestas, proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, tu- rístico e paisagístico; responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor ar- user Realce user Realce user Realce user Realce 5 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO tístico e etc; educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação, den- tre outros. Estados – Membros OsEstados membros são a materialização da descentralização do poder político. Esses Estados são autônomos e devido a isso, possuem a capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. Por se tratarem de Estados autônomos, a Constituição Federal delegou a competência da estruturação de seus poderes para eles mesmos, sem que haja qualquer interferência federal ou subordinação ao poder central: o legislativo (art. 27 da CF), executivo (art. 28 da CF) e o judiciário (art. 125 da CF). (MASSON, 2016, p. 552). Em especial ao poder legislativo, em âmbito estadual, podemos dizer que ele é unicameral (conforme art. 27da CF), sendo o poder representado pela Assembleia Legislativa. O sistema eleitoral para a casa é o sistema proporcional, isto é, os deputados são eleitos para um mandato de 4 anos, sendo que o número de Deputados estaduais corresponderá ao triplo da representação do Estado da Câmara dos Deputados, e atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. (MASSON, 2016, p. 552). Por fim, a eleição do governador e vice, é pelo sistema majoritário absoluto, sendo que a posse ocorrerá no dia 1º de Janeiro do ano subsequente (art. 28, CF). Municípios Conforme dispõe o art. 29 da CF, os municípios de organizam através de Lei Orgânica, votada sempre em dois turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos membros da respectiva Câmara Municipal, que a promulgará. Ao elaborar sua lei, o município deverá observar os princípios abordados na Constituição, bem como, pela Constituição Estadual, conforme o art. 11, parágrafo único do ADCT. Os municípios possuem o autogoverno de eleger o poder executivo (seu prefeito), bem como, o poder legislativo da cidade (os vereadores). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Conceitualmente, a administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que objetivam satisfazer as necessidades da sociedade, como por exemplo: na área da educação, cultura, segurança, saúde, dentre outros. Ou seja, a administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, sendo dividida em administração pública direta e indireta. Como dito, o objetivo principal da administração pública é trabalhar a favor do interesse público, como também, dos direitos e interesses dos cidadãos. Todo trabalhador que atua na administração pública é, comumente, conhecido como gestor público. O gestor público possui uma grande carga de responsabilidade, devendo sempre seguir com transparência e ética, principalmente, aos princípios da administração pública que são: - Legalidade: este princípio é base do Estado de Di- reito sendo um dos mais importantes para a Admi- nistração Pública. Em sentido ao Art. 5º da CF, que diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, ou seja, todo administrador público deve realizar seus atos sob a égide da lei. - Impessoalidade: o agente público deve tratar to- dos iguais, sem atribuição de privilégios a qualquer pessoa. - Moralidade: este princípio tem a junção do princí- pio da Legalidade com o da Finalidade, resultando em Moralidade. Ou seja, o princípio da moralidade traz a ideia de que o trabalhador da administração pública tem que ter bases éticas na administração. - Publicidade: todos os atos devem ser públicos, ex- ceto os quais visão a necessidade de se ter sigilo. - Eficiência: o administrador deve ter uma boa ges- tão, ser um bom profissional e não utilizar da pro- crastinação para desenvolver seu trabalho. Para melhor fixação dos 5 princípios explí- citos, lembrem: LIMPE (é a inicial de cada princípio). #FicaDica FIQUE ATENTO! Além desses princípios explícitos, ainda pos- sui o grupo dos princípios implícitos, que são: Princípio do Interesse Público, Princípio da Finalidade, Princípio da Igualdade, Princí- pio da Lealdade e boa-fé, Princípio da Mo- tivação. Neste diapasão, importante lembrar que o adminis- trador público pode fazer parte da administração direta ou administração indireta. A administração direta, seria aquela realizada pelos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Ou seja, órgãos citados não possuem personalidade ju- rídica própria e as despesas inerentes à administração, são contempladas no orçamento público e ocorre a des- concentração administrativa, que consiste na delegação de tarefas. Já a administração pública indireta, é, quando o Estado transfere sua função/dever para outras pessoas jurídicas, sendo que essas pessoas jurídicas podem vir a ser: fundações, empresas públicas, organismos privados, dentre outros. Isto é, no presente caso ocorre a descentralização administrativa, pois a tarefa de administração é transferida para outra pessoa jurídica. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 6 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO Principais características da Administração Pública: - A administração pública praticar atos tão somente de execução – ou seja, atos administrativos, sendo que, quem pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, que são sempre públicos. - Exerce atividade à Lei e não à Política. - Tem conduta hierarquizada de dever e de obedi- ência. - Deve praticar seus atos com responsabilidade ma- terial e legal. - Administração Pública serve como um instrumento para o Estado conseguir seus objetivos. - A competência é limitada pois cada um tem sua área e “poder” de atuação. ORDENAMENTO TERRITORIAL E URBANISMO Visto os principais aspectos ligados aos direitos fundamentais e a Administração Pública dos municípios, tem-se que, de acordo com o artigo 30 da Constituição Federal, compete aos munipíos promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. Ademais, compete ao distrito federal legislar, de forma concorrente aos Estados e União, aspectos referente ao urbanísmo. LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL- PLANO DI- RETOR, LOCAIS E DESENVOLVIMENTO Conforme se observa em certames, alguns determinados pontos se faz necessário a leitura seca da Lei, posto que a partir dessa análise que serão compostas as questões. Vejamos: Art. 316. O Distrito Federal terá, como instrumento básico das políticas de ordenamento territorial e de expansão e desenvolvimento urbanos, o Plano Dire- tor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal e, como instrumentos complementares, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e os Planos de Desenvolvimento Local. § 1º No sítio urbano tombado e inscrito como Patri- mônio Cultural da Humanidade, o Plano de Desenvol- vimento Local será representado pelo Plano de Preser- vação do Conjunto Urbanístico de Brasília. § 2º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, a Lei de Uso e Ocupação do Solo, o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Bra- sília e os Planos de Desenvolvimento Local serão apro- vados por lei complementar. Art. 317. O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal abrangerá todo o espaço físico do território e estabelecerá o macrozoneamento com cri- térios e diretrizes gerais para uso e ocupação do solo, definirá estratégias de intervenção sobre o território, apontando os programas e projetos prioritários, bem como a utilização dos instrumentos de ordenamento territorial e de desenvolvimento urbano. § 1º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal tem como princípio assegurar a fun- ção social da propriedade, mediante o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à preservação do meio ambiente, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas. § 2º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal deverá conter, no mínimo: I — densidades demográficas para a macrozona ur- bana;II — delimitação das zonas especiais de interesse so- cial; III — delimitação das áreas urbanas onde poderão ser aplicados parcelamento, edificação ou utilização com- pulsórios; IV — delimitação das Unidades de Planejamento Ter- ritorial; V — limites máximos a serem atingidos pelos coefi- cientes de aproveitamento da macrozona urbana; VI — definição de áreas nas quais poderão ser aplica- dos os seguintes instrumentos: a) direito de preempção; b) outorga onerosa do direito de construir; c) outorga onerosa da alteração de uso; d) operações urbanas consorciadas; e) transferência do direito de construir; VII — caracterização da zona que envolve o conjunto urbano tombado em limite compatível com a visibili- dade e a ambiência do bem protegido; VIII — sistema de gerenciamento, controle, acompa- nhamento e avaliação do plano. § 3º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial de- verá considerar as restrições estabelecidas para as Unidades de Conservação instituídas no território do Distrito Federal. § 4º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal obedecerá às demais diretrizes e re- comendações da Lei Federal para a Política Urbana Nacional. § 5º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal terá vigência de 10 (dez) anos, passí- vel de revisão a cada 5 (cinco) anos, observado o dis- posto no art. 320 desta Lei Orgânica. Art. 318. Os Planos de Desenvolvimento Local e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, complementares ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Fede- ral, são parte integrante do processo contínuo de pla- nejamento urbano. § 1º A Lei de Uso e Ocupação do Solo estabelecerá normas urbanísticas destinadas a regular as catego- rias de usos, por tipo e porte, e definirá as zonas e setores segundo as indicações de usos predominantes, usos conformes e não-conformes. § 2º A Lei de Uso e Ocupação do Solo estabelecerá, ainda, o conjunto de índices para o controle urbanísti- co a que estarão sujeitas as edificações, para as cate- gorias de atividades permitidas em cada zona. § 3º A Lei de Uso e Ocupação do Solo deverá ser en- caminhada à Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo Poder Executivo, no prazo máximo de 2 (dois) anos, a partir da vigência do Plano Diretor de Orde- namento Territorial. Art. 319. Os Planos de Desenvolvimento Local tratarão das questões específicas das Regiões Administrativas e das ações que promovam o desenvolvimento sus- user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 7 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO tentável de cada localidade, integrando áreas rurais e urbanas, assim como detalharão a aplicação dos ins- trumentos de política urbana previstos no Plano Dire- tor de Ordenamento Territorial. § 1º Os Planos de Desenvolvimento Local serão ela- borados por Unidades de Planejamento Territorial, a partir do agrupamento das Regiões Administrativas definidas no Plano Diretor de Ordenamento Territo- rial, em função da forma e da natureza das relações sociais e suas interações espaciais, além de fatores so- cioeconômicos, urbanísticos e ambientais. § 2º Os Planos de Desenvolvimento Local serão elabo- rados e encaminhados à Câmara Legislativa do Dis- trito Federal pelo Poder Executivo, no prazo máximo de 3 (três) anos, a partir da data de vigência do Plano Diretor de Ordenamento Territorial. § 3º Os Planos de Desenvolvimento Local terão como conteúdo mínimo: I — projetos especiais de intervenção urbana; II — indicação de prioridades e metas das ações a se- rem executadas; III — previsões orçamentárias relativas aos serviços e às obras a serem realizados. § 4° Os Planos de Desenvolvimento Local serão elabo- rados pelo Poder Executivo, para o período de 5 (cinco) anos, passíveis de revisão a cada ano, por iniciativa do Poder Executivo ou por iniciativa popular, mediante lei complementar específica, desde que comprovado o interesse público. § 5° O prazo de vigência do Plano de Desenvolvimen- to Local poderá ser prorrogado, mediante lei comple- mentar específica de iniciativa do Poder Executivo, por até cinco anos, dentro da vigência do Plano Diretor de Ordenamento Territorial. Art. 320. Só serão admitidas modificações no Plano Diretor de Ordenamento Territorial, em prazo diferen- te do estabelecido no art. 317, § 5°, para adequação ao zoneamento ecológico econômico, por motivos ex- cepcionais e por interesse público comprovado. Art. 321. É atribuição do Poder Executivo conduzir, no âmbito do processo de planejamento do Distrito Fede- ral, as bases de discussão e elaboração do Plano Dire- tor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, da Lei de Uso e Ocupação do Solo e dos Planos de De- senvolvimento Local, bem como sua implementação. Parágrafo único. É garantida a participação popular nas fases de elaboração, aprovação, implementação, avaliação e revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, da Lei de Uso e Ocupa- ção do Solo e dos Planos de Desenvolvimento Local. Art. 322. Do plano plurianual, da lei de diretrizes or- çamentárias e do orçamento anual deverão constar as propostas integrantes do Plano Diretor de Orde- namento Territorial e dos Planos de Desenvolvimento Local. Art. 323. O Poder Público do Distrito Federal, em re- lação a áreas não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas, aplicará o disposto no art. 182, § 4º da Constituição Federal, a fim de impedir distorções e es- peculação da terra como reserva de valor. LEI COMPLEMENTAR 948/2019 Veremos, a seguir, os principais aspectos da presente Lei. São princípios estruturadores da LUOS: I - a garantia da função social da propriedade urbana; II - a justa distribuição de benefícios e ônus decorren- tes do processo de urbanização; III - a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária decorrente das ações do poder público; IV - o desenvolvimento urbano sustentável, a partir da convergência das dimensões social, econômica e am- biental, com reconhecimento do direito à cidade para todos; V - a garantia da boa relação entre os espaços públi- cos e privados; VI - a transparência e a equidade no tratamento do solo urbano; VII - o respeito às características urbanas e morfoló- gicas que conferem identidade a cada núcleo urbano do Distrito Federal; VIII - a otimização do aproveitamento da infraestru- tura urbana, considerada a infraestrutura ecológica como parte integrante dela; IX - o controle eficaz do uso e da ocupação do solo urbano; X - a prevalência do interesse coletivo sobre o indivi- dual; XI - a gestão democrática da cidade com inclusão e participação social. São objetivos da LUOS: I - propiciar a descentralização da oferta de emprego e serviços, de habitação e dos equipamentos de edu- cação, saúde e lazer; II - aumentar a diversidade de usos e atividades para promover a dinâmica urbana e a redução de desloca- mentos; III - proporcionar melhor integração do espaço público com o privado; IV - propiciar a implementação das estratégias de or- denamento territorial expressas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal - PDOT pertinentes a esta Lei Complementar; V - promover a manutenção de áreas vegetadas inter- nas às propriedades públicas e privadas, com priorida- de para a arborização; VI - preservar os aspectos da paisagem urbana, do Conjunto Urbanístico de Brasília e do entorno dos bens tombados individualmente; VII - estimular a utilização do transporte coletivo e dos modos não motorizados e não poluentes de desloca- mento; VIII - estabelecer metodologia e critérios para defi- nição de parâmetros de uso e ocupação do solo de projetos de novos parcelamentos do solo compatíveis com a LUOS. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 8 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO Destaca-se que a presente Lei Comple- mentar contém diversos aspectos e valores únicos, sendo necessária sua análise pelo link: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/ fdab09844f754a998dea87e64a4b4d54/Lei_ Complementar_948_16_01_2019.html#FicaDica Função social da propriedade urbana. Regiões Metropolitanas. Aglomerados Urbanos. Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE). Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal (CONPLAN). Ver-se-á, a seguir, o significado que cada tópico acima dispoto, conforme informado no edital: a) Função social da propriedade urbana: Significa que toda propriedade urbana deve atender as exigências fundamentais da cidade expressa no plano diretor urbano (como já visto acima), devendo assegurar o atendimento das necessidades dos cidadões acerca da qualidade de vida, à justiça social e desenvolvimento das atividades econômicas; b) Regiões metropolitanas: São regiões consistentes em uma área composta por um núcleo urbano densamente povoado, enquanto as áreas vizinhas são menos povoadas. (Exemplo: São Paulo, cidade núcleo a qual tem diversas vizinhas, compondo a “grande São Paulo”). c) Aglomerados urbanos: A aglomeração urbana é um processo de expansão de núcleos urbanos distintos (entre 2 ou mais) com produção e intensificação de fluxos que extrapolam os limites políticos/administrativos dos municípios. A proximidade física dos núcleos urbanos intensifica os fluxos (comerciais, laborais, institucionais, busca por serviços especializados) e estes, por sua vez, “costuram” estes núcleos que passam a existir como se fossem um só, um “microssistema urbano.” O fluxo mais significativo que se estabelece entre estes núcleos é o movimento pendular de trabalhadores assalariados (residência- trabalho- residência).” Ressalta-se que o artigo 25, § 3º da Constituição Federal prevê que a aglomeração urbana é um resultado do crescimento físico das cidades, da proximidade de zonas urbanas e do relaciomaneto frequente entre elas. d) Região integrada de desenvolvimento: Região integrada de desenvolvimento (Ride) é uma área análoga às regiões metropolitanas brasileiras, porém, situada em mais de uma unidade federativa. As Rides privilegiam ações econômicas (enquanto as regiões metropolitanas as ações sociais e de mobilidade) e são criadas por legislação federal específica, que delimita os municípios integrantes e fixa as competências assumidas pelo colegiado dos mesmos. A primeira Ride estabelecida foi a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. Em 2002, foram instituídas duas novas Rides, a Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro e a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina. e) Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal (CONPLAN): O Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) é o órgão colegiado superior do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Sisplan). O colegiado possui função consultiva e deliberativa de auxiliar a Administração na formulação, análise, acompanhamento e atualização das diretrizes e dos instrumentos de implementação da política territorial e urbana. DIREITO URBANÍSTICO. DIREITO À CIDADE. AUTONOMIA CIENTÍFICA. PRINCÍPIOS. DIREITO DE CONSTRUIR E DIREITO DE PROPRIEDADE. JUSTA DISTRIBUIÇÃO DOS BENEFÍCIOS E ÔNUS DECORRENTES DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO. PODER DE POLÍCIA URBANÍSTICO. ORDENAÇÃO. USO E OCUPAÇÃO SOLO URBANO. LICENÇAS URBANÍSTICAS. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA. INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS. RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL. Direito Urbanístico, princípios, justa distribuição dos benefícios, ônus decorrentes do processo de urbanização e licenças. Pode-se definir o urbanismo como “um conjunto de medidas estatais destinadas a organizar os espaços habi- táveis, de modo a propiciar melhores condições de vida ao homem na comunidade” (MEIRELLES, 2007, p. 511). Pode-se afirmar, ainda, que há três características ne- cessárias para se construir o conceito de Direito Urbanís- tico (RODRIGUES, 2007, p. 72): “1) Disciplina que objetiva exercer uma atividade de harmonização dos conflitos que advém do uso e ocupação do solo, através da ponderação dos in- teresses aí identificados; 2) disciplina caracterizada por uma função pública; 3) disciplina que tem como instrumento principal de atuação o planejamento urbano”. (COSTA, 2010) Conforme a orientação doutrinária de Nelson Saule Junior, seriam princípios do Direito Urbanístico: a) Princípio da Função Social: Toda e qualquer propriedade deve cumprir um papel social, sendo tal papel essencial e valizador de sua existência; b) Princípio do Desenvolvimento Sustentável: Todas as ações e metas do plano diretor devem procurar equilíbrio, sendo, na medida do possível, sustentável, saudável e produtiva; user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 9 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO c) Princípio da Gestão Democrática da cidade: Obsera-se, nesse ponto, como principal aspecto, o peblicíto, referendo e iniciativa popular de lei; d) Princípio da justa distribuição do ônus e benefícios da organização: a urbanização gera aspectos positivos (esgoto, agua potável, praças, serviços de maneira geral) e aspectos negativos (impactos ambientais). É um princípio de equidade, devendo todos da sociedade têm que ser afetados por esses benefícios; e) Princípio da coesão dinâmica: cidades e necessidades urbanas estão em constante transformação, logo, as cidades têm que buscar essa harmonia entre a lei e a realidade e entre as diversas normas do direito urbanístico. Tem como principais finalidades, objetivos, ordenar as funções sociais da cidade e assegurar o bem estar dos habitantes. Por fim, tem-se o Poder de Polícia Urbanístico, que constitui a possibilidade de intervenção em propriedades em geral para o bem comum e supremacia do interessa público. Nesse sentido, segue orientação jurisprudencial: Apelação Cível AC 5853225 PR 0585322-5 (TJ-PR) Jurisprudência•14/07/2009•Tribunal de Justiça do Paraná Ementa: LIMITAÇÕES URBANÍSTICAS. ATIVIDADE EDILÍCIA. EDIFICAÇÃO DESCONFORME O ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO. INOBSERVÂNCIA DOS RECUOS E DA LIMITAÇÃO DA TAXA DE CONSTRUÇÃO. PODER DE POLÍCIA. DEMOLIÇÃO DO PRÉDIO. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, MORALIDADE E ISONOMIA. a) É poder-dever da Administração Pública Municipal condicionar o uso da propriedade privada e regu- lamentar as atividades particulares que afetem a comunidade, em prol do bem estar geral. b) No âmbito urbanístico, as limitações administrati- vas visam organizar os espaços habitáveis, através da regulação do uso do solo e das construções, ordenando o traçado urbano, as obras públicas e as edificações particulares. c) Por seu caráter cogente, as limitações urbanísti- cas devem ser observadas invariavelmente por to- dos aqueles que pretendem edificar no perímetro urbano da cidade. d) No caso dos autos, ficou claro que a construção impugnada extrapolou os limites constantes do Alvará de Construção, assim como desrespeito o percentual de taxa de ocupação liberado para a zona urbana e os recuos previstos na legislação municipal. e) A pretensão do Município de que se obste a per- manência de obra clandestina, que afronta o Códi- go de Posturas do Município de Curitiba, decorre do poder de polícia, cuja finalidade é a de proteger o interesse coletivo em detrimento do interesse particular, e reflete o postulado dos princípios da legalidade, da moralidade, da isonomia e da jus- tiça. APELO DO AUTOR A QUE SE DÁ PROVIMENTO; APELO DOS RÉUS PREJUDICADO. Uso e ocupação do solo urbano Tatiana de Oliveira Takeda (2013), em seu artigo uso e ocupação do solo urbano, explica que: “Tratam-se o uso e ocupação do solo por mecanis- mos de planejamento urbano, podendo-se construir o conceito de que o uso do solo é o rebatimento da repro- dução social no plano do espaço urbano e a ocupação do solo, por sua vez, é a maneira pela qual a edificação pode ocupar terreno urbano, em função dos índices urbanísti-cos incidentes sobre o mesmo. Não obstante, sinteticamente, pode-se dizer que o termo “uso e ocupação do solo” é definido em função das normas relativas à densificação, regime de ativida- des, dispositivos de controle das edificações e parcela- mento do solo, que configuram o regime urbanístico. Desta forma, o que pode ou não ser construído e o tamanho das construções (uso e ocupação) nos terrenos dos municípios são definidos pela relação entre o tama- nho do terreno e a quantidade de pessoas; pelas ativida- des (comércio, moradias, serviços, indústrias), bem como pelo tipo dos prédios e tamanho dos lotes, dentre outros. O uso e ocupação do solo tem por principais finali- dades: a) Organizar o território potencializando as aptidões, as compatibilidades, as contiguidades, as comple- mentariedades, de atividades urbanas e rurais; b) Controlar a densidade populacional e a ocupação do solo pelas construções; c) Otimizar os deslocamentos e melhorar a mobilida- de urbana e rural; d) Evitar as incompatibilidades entre funções urbanas e rurais; e) Eliminar possibilidades de desastres ambientais; f) Preservar o meio-ambiente e a qualidade de vida rural e urbana. Para chegar-se a tais escopos, são necessárias ferra- mentas que permitam e/ou garantam um planejamento urbanístico focado numa mescla de interesses, primeira- mente, ambientais e, também, locais. Dentre tais ferramentas, elege-se neste momento, por serem especiais, o Plano Diretor e o Zoneamento. O Plano Diretor é o instrumento básico da política urbana dos municípios, tendo por objetivo promover o apropriado ordenamento territorial, bem como o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a ga- rantia do bem-estar de seus habitantes, de acordo com o planejamento e controle do uso do parcelamento e da ocupação do solo, em observância às diretrizes do Esta- tuto das Cidades (artigo 2º). Em miúdos, sua finalidade é orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano, rural e industrial na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condi- ções de vida para a população. Além disso, deve dispor sobre a delimitação das áreas urbanas, onde poderá ser user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 10 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO aplicado o parcelamento, edificação ou utilização com- pulsórios, considerando a existência de infraestrutura e de demanda para utilização. Sua obrigatoriedade decorre quando houver: a) mais de vinte mil habitantes na cidade; b) integrantes de regiões metropolitanas e aglome- rações urbanas; c) pretensão do poder público municipal em utilizar os instrumentos previstos no § 4º, do artigo 182, da CF/1988; d) integrantes de áreas de especial interesse turístico; e) empreendimentos ou atividades inseridos na área de influência, com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. Com relação aos instrumentos e ações do plano dire- tor, pode-se citar: a) lei do plano diretor; b) Códigos complementares; c) ações emergenciais; d) planos setoriais; e) programas e projetos. Por sua vez, o Zoneamento é uma ferramenta de fun- damental importância no planejamento de uma cidade, garantindo o seu desenvolvimento ordenado. Nele, o território municipal é dividido em partes (chamadas zo- nas) onde se definem, para cada uma delas, normas de uso e ocupação do solo. Isso nada mais é do que definir regras que determinam o que pode ser feito na cidade, de que forma e onde. Em outras palavras, a legislação definirá, para cada zona em que se divida o território do município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obri- gatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. Tratando-se especificamente do zoneamento urbano ou municipal, há que se destacar que os municípios não somente possuem áreas inseridas na malha urbana, mas também no perímetro rural, as quais também precisam de planejamento quanto aos seus usos e formas de ocu- pação. A CF/1988 conferiu competência ao Poder Público municipal para promover o adequado ordenamento ter- ritorial, o desenvolvimento pleno das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, desde que observadas as diretrizes gerais traçadas no Estatuto das Cidades. Tais resultados podem ser alcançados me- diante planejamento e controle de usos, do parcelamen- to e da ocupação do solo urbano, como preceituam o inciso VIII do artigo 30 e o artigo 182 da Carta Magna. Em uma cidade desprovida de ordem os usos desen- volvem-se de forma confusa, com grande prejuízo do bem-estar da população. Ordenar esses usos é um dos meios de realizar a exigência constitucional de que a Po- lítica Urbana vise a garantir o bem-estar dos habitantes da cidade. De acordo com a realidade dos municípios é que se irá planejar a forma e os usos do espaço urbano. Des- ta forma, pode-se afirmar que não existe uma fórmula pronta para criação de zonas de usos. A realidade do mu- nicípio é quem vai mostrar suas necessidades”. Responsabilidade administrativa. Infrações e Sanções administrativas. Responsabilidade civil e penal. De acordo com Maria Helena Diniz, a responsabilida- de civil encontra definição na aplicação de medidas que obriga alguém a reparar dano moral ou patrimonial cau- sado a terceiros, por conta de ato do próprio causador, de pessoa por quem ele responde, de fato de coisa ou animal sob sua guarda ou, ainda, de simples imposição legal. (DINIZ, 2013, p. 50) Para poder imputar a responsabilidade de algo a al- guém, deve-se verificar alguns requisitos, quais são: i) conduta; ii) dano, lesão ou prejuízo; nexo causal; iv) cul- pa. Ocorre que alguns estudiosos passaram a discutir se a culpa deve ser considerada um elemento da respon- sabilidade ou se na verdade se trata meramente de um elemento acidental, uma vez que para ser responsabi- lizado bastaria a conduta, o dano e o nexo entre eles, sendo a culpa verificada apenas para quantificar o valor a ser indenizado. Tal apontamento vem tomando força principalmente nos casos em que se constata a respon- sabilidade objetiva e com ela fixa-se o dever de reparar o dano causado. Aprofundando a discussão, para que a responsabili- dade venha a ser configurada, mostra-se indispensável à existência de uma ação ou omissão qualificada juridica- mente (conduta), ou seja, a prática de um ato no qual se discutirá a existência de dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva), ou um ato em que não se examinará o fator culpa, diante do risco da atividade (responsabilidade ob- jetiva). O próximo passo é verificar a existência de um dano (lesão ou prejuízo) e o ultimo passo seria analisar se há nexo de causalidade. (DONNINI, 2009, p. 490-491) Diante do exposto, pode-se afirmar que não há res- ponsabilidade civil sem determinado comportamen- to humano (ação ou omissão/ comissivo ou omissivo) contrário à ordem jurídica, ou seja, a responsabilidade só pode existir, em um primeiro momento, por meio de uma ação ou omissão. Conforme ensinamentos de Fre- derico Marques “a conduta humana relevante para essa responsabilização apresenta-se como “ação” ou como “omissão”. Viola-se a norma jurídica, ou através de um facere (ação), ou de um non facere (omissão)”. (STOCO, 2011, p. 154) Os ensinamentos do artigo 186 do Código Civil de 2002 expõe sobre o dano, terceiro pressuposto da res- ponsabilidade civil: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, ou seja, resta evidente a existência dos elementos essenciais supramencionados, a ação ou omissão, culpa ou dolo do agente, o dano experimenta- do pela vítima e a relação de causalidade, que será vista subsequentemente. (GONÇALVES, 2011, p. 65) Por fim o nexo de causalidade, ou relação de causa- lidadesupratranscrita. Esta é exigida, pois se deve haver uma relação entre a ação ou omissão e o dano, ou seja, entre a injuridicidade da ação e o mal causado. O nexo causal é indispensável, sendo fundamental que o dano tenha sido causado pela culpa do sujeito (STOCO, 2011, user Realce user Realce 11 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO p. 176), tanto é fundamental que se houver o rompimen- to do nexo a responsabilidade de reparar o dano deixa de existir. No que tange à Responsabilidade Penal, Franz Von Liszt define o Direito Penal como sendo um conjunto das prescrições emanadas pelo poder estatal que ligam a conduta criminosa (crime) a pena, como mera conse- quência (LISZT, 1927, p.1). Assim, além de ser considerado um conjunto de normas estabelecidas por lei, que descrevem compor- tamentos socialmente graves ou intoleráveis com suas respectivas penas, pode-se dizer que o Direito Penal é um instrumento utilizado pelos detentores do Poder, que o aplicam seletivamente, de modo preferencial àqueles que os contrariam (BUSATO, 2015, p. 4). Luiz Flávio Gomes (2007, p. 24) divide o conceito de Direito Penal em duas vertentes, sendo eles: a) conceito dinâmico e social: sendo um instrumen- to do controle social formal efetuado pelo Estado, mediante normas penais, que buscam punir com sacões de particular gravidade condutas desviadas, visando assegurar a disciplina social e a convivên- cia humana. Considera-se dinâmico porque está vinculado a cada momento social, com base na cultura, alterando-se com as mudanças sociais. b) conceito estático e formal: Pode-se afirmar que o Direito Penal se basta em um conjunto de normas jurídicas que definem condutas como infrações penais, associando a essas penas, medidas de se- gurança ou outras consequências jurídicas, como indenização civil. Raúl E. Zaffaroni aponta que o Direito Penal “desig- na-se – conjuntamente ou separadamente – duas coisas distintas: 1) O conjunto de leis penais, isto é, a legislação penal; ou 2) o sistema de interpretação dessa legislação, ou seja, o saber do Direito Penal (ZAFFARONI, 1991, p. 41). Visto os conceitos acima, tem-se que a vontade, a cogitação de praticar conduta criminosa não é punível, com base na teoria do iter criminis, devendo-se ter um comportamento, ou seja, uma ação (que se manifesta por meio de um movimento corpóreo com uma finalida- de) ou omissão (movimento/comportamento que deve- ria ser realizado, porém não realizou) criminosa, tanto de forma tentada, quanto consumada (quando for admitida a forma tentada). Não obstante, tais ações ou omissões caracterizadas como crime devem ser praticadas pelo sujeito ativo, sen- do o sujeito passivo aquele o qual é o titular do bem ju- rídico atingido pela conduta delinquente do sujeito ativo. Sob o aspecto material, o crime visa proteger bens ju- rídicos defendido pela lei, enquanto pelo aspecto forma, ele deve ser um fato típico e antijurídico, considerando- -se a culpabilidade natureza diversa. Pois bem. A tipicidade se mostra por meio de um comportamento humano (positivo ou negativo) que pro- voca um resultado (em regra) que é previsto como infra- ção penal, como, por exemplo, o fato típico do homicídio é a conduta humana que causa a morte de outrem. De- ve-se observar alguns elementos, como: a) conduta dolosa ou culposa; b) resultado; c) nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; d) enquadramento do fato em uma norma penal in- criminadora. (JESUS, 2014, p. 55). Quanto à necessidade de conduta mediante dolo ou culpa, tem-se que crime doloso é aquele que acontece quando o agente quis o resultado, ou seja, ocorreu pela vontade de concretizar o crime, enquanto o crime cul- poso, por sua vez, ocorre quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia, ou seja, por falta de cuidado no agir. O dolo pode se dar de duas formas: a) Dolo direto: quando o sujeito visa certo e determi- nado resultado (ex: esfaquear para matar alguém); b) Dolo indireto: não tem certo e determinado resul- tado, variando-se em dolo alternativo (aquele que tem a intenção de um ou outro resultado, como ferir ou matar alguém); e dolo eventual (quando o sujeito admite o risco do resultado). De modo não diferente se mostra a culpa, a qual con- tém duas classificações: a) Culpa inconsciente: ocorre quando o sujeito atua sem consciência do resultado que poderia ocorrer; b) Culpa consciente: o sujeito prevê o resultado, po- rém não acredita que irá acontecer, confiando nas suas habilidades. (Exemplo: corridas ilegais de car- ro, embriaguez ao dirigir). Importante destacar que a culpa consciente é dife- rente do dolo eventual, na primeira o sujeito não quer o resultado, confiando que não irá acontecer, enquanto no segundo o sujeito assume o risco, sendo indiferente se acontecer o resultado. Não obstante, há a figura do crime preterdoloso, que ocorre quando há o dolo na ação/omissão antecedente, mas a culpa no consequente, ou seja, acontece quando o delinquente produz resultado mais grave que preten- dia. (Exemplo: Sujeito deseja roubar uma pessoa, porém mata sem querer a vítima durante o roubo). Atente-se que crime preterdoloso e qualificado pelo resultado não são sinônimos, já que o crime qualificado pelo resultado, ao contrário do preterdoloso, o resultado ulterior, mais grave, derivado involuntariamente da con- duta criminosa, lesa um bem jurídico que, por sua natu- reza, não contém o bem jurídico precedentemente lesa- do. (BITENCOURT, 2010, p. 343) Exemplo: Lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, enquanto o aborto seguido de morte da gestante é qualificado pelo resul- tado, ou seja, nunca se conseguirá matar uma pessoa sem ofender sua saúde ou integridade corporal (como a lesão corporal seguida de morte), enquanto para matar alguém não se terá necessariamente de fazê-lo abortar (aborto com ou sem consentimento da gestante, qualifi- ca-se pelo resultado). (BITENCOURT, 2010, p. 343) Vista a tipicidade e demais aspectos, deve-se obser- var a antijuridicidade, ou também cognominada como ilicitude, que, por sua vez, é a oposição ao direito, a ilega- user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 12 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO lidade, o fato praticado ao contrário dos mandamentos da lei. Observa-se que o fato deve ser típico (deve estar descrito na lei) e antijurídico (deve ainda ser contrário ao que este descrito em lei). Por fim, a culpabilidade tem o sentido de reprovação, reprovabilidade, censurabilidade, juízo de valor contra a pessoa que praticou o fato típico e antijurídico. Ressalta- -se que a culpabilidade não integra o delito, mas é seu elemento ou característica do fato, atuando como liame entre o autor do crime e a pena (JESUS, 2014, p. 55). Hodiernamente, no direito ambiental, torna-se co- mum a responsabilização de pessoas jurídicas por danos ambientais, tanto na forma civil, quanto penal: Criminal. Recurso especial. Crime ambiental praticado por pessoa jurídica. Responsabilização penal do ente cole- tivo. Possibilidade. Previsão constitucional regulamentada por lei federal. Opção política do legislador. Forma de pre- venção de danos ao meio-ambiente. Capacidade de ação. Existência jurídica. Atuação dos administradores em nome e proveito da pessoa jurídica. Culpabilidade como respon- sabilidade social. Co-responsabilidade. Penas adaptadas à natureza jurídica do ente coletivo. Acusação isolada do ente coletivo. Impossibilidade. Atuação dos administrado- res em nome e proveito da pessoa jurídica. Demonstração necessária. Denúncia inepta. Recurso desprovido. I – A Lei Ambiental, regulamentando preceito consti- tucional, passou a prever, de forma inequívoca, a pos- sibilidade de penalização criminal das pessoas jurídi- cas por danos ao meio-ambiente. [...] III – A responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de delitos ambientais advém de umaesco- lha política, como forma não apenas de punição das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de prevenção geral e especial. IV – A imputação penal às pessoas jurídicas encontra barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma ação de relevância penal, de serem culpáveis e de so- frerem penalidades. V – Se a pessoa jurídica tem existência própria no or- denamento jurídico e pratica atos no meio social atra- vés da atuação de seus administradores, poderá vir a praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de responsabilização penal. VI – A culpabilidade, no conceito moderno, é a respon- sabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurídica, neste contexto, limita-se à vontade do seu administra- dor ao agir em seu nome e proveito. VII – A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do ente moral. VIII – “De qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser beneficiária direta ou indiretamente pela conduta praticada por decisão do seu representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado”. IX – A Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de direitos, liquidação força- da e desconsideração da pessoa jurídica, todas adap- tadas à sua natureza jurídica. X – Não há ofensa ao princípio constitucional de que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado...”, pois é incontroversa a existência de duas pessoas dis- tintas: uma física – que de qualquer forma contribui para a prática do delito – e uma jurídica, cada qual recebendo a punição de forma individualizada, decor- rente de sua atividade lesiva. XI – Há legitimidade da pessoa jurídica para figurar no pólo passivo da relação processual-penal. XII – Hipótese em que pessoa jurídica de direito priva- do foi denunciada isoladamente por crime ambiental porque, em decorrência de lançamento de elementos residuais nos mananciais dos Rios do Carmo e Mos- soró, foram constatadas, em extensão aproximada de cinco quilômetros, a salinização de suas águas, bem como a degradação das respectivas faunas e floras aquáticas e silvestres. XIII – A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do ente moral. XIV – A atuação do colegiado em nome e proveito da pessoa jurídica é a própria vontade da empresa. XV – A ausência de identificação das pessoas físicas que, atuando em nome e proveito da pessoa jurídica, parti- ciparam do evento delituoso, inviabiliza o recebimen- to da exordial acusatória. XVI – Recurso desprovido (Superior Tribunal de Justiça, REsp 610.114-RN 2003/0210087-0, 5ª Turma, Minis- tro Relator Gilson Dipp). Acerca da decisão anterior, foi negado o provimento ao recurso, por unanimidade, contando com votos do Ministro Relator Gilson Dipp, acompanhado pelo Ministro Arnaldo Esteves, Felix Fis- cher e Laurita Vaz. Diante das decisões supra, resta evidente a possibili- dade de responsabilização penal da empresa e de seus representantes. Por fim, a responsabilidade administrativa resulta de infração a normas administrativas, sujeitando o infrator a uma sanção de natureza também administrativa; ela se fundamenta na capacidade que as pessoas jurídicas de direito público têm de impor condutas ao administrado – é o poder administrativo, inerente à Administração dos entes políticos, nos limites das respectivas competências institucionais (cf. José Afonso, 2004, p. 301; Hely Lopes Meirelles, 1996, p. 101). DIREITO À MORADIA. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INTERESSE SOCIAL. LEI Nº 11.977/2009 E SUAS ALTERAÇÕES; LEI Nº 12.424/2011; MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.220/2001 E SUAS ALTERAÇÕES. DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO. Conforme tutela a Constituição Federal de 1988 em seus artigos 6º ao 11º, os direitos sociais são todos os di- reitos fundamentais/ básicos que devem ser compar- tilhados por todos da sociedade, sem distinção de gê- nero, etnia, sexo, classe econômica, religião, e etc. A finalidade e objetivo do direito social é buscar sem- pre resolver as questões sociais. Isto é, todas as situações que representam as desigualdades da sociedade, para que todas as pessoas tenham e vivam com o mínimo de qualidade de vida e dignidade. user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce user Realce 13 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO Os direitos sociais são tutelados e protegi- dos pela Declaração Universal dos Direi- tos Humanos (1948), sendo que, apenas neste momento histórico (pós 2ª guerra mundial) que o mundo começou a trabalhar com esses direitos. #FicaDica O art. 6º da CF prevê que o direito a saúde, educação, alimentação, trabalho, lazer, segurança, assistência, pre- vidência, proteção a maternidade e a infância, MORADIA, dentre outros, são direitos essenciais e básicos que todos devem ter. A moradia, à princípio, em 1988, não constituia um di- reito social, passando a ser somente em 2000, mediante a EC 26/2000. Atualmente, pelo programa Minha Casa, Minha vida é possível se concretizar o direito à moradia. Vejamos a Lei: O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- guinte Lei: CAPÍTULO I DO PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA – PMCMV Seção I Da Estrutura e Finalidade do PMCMV Art. 1o O Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades habitacionais ou requalificação de imóveis urbanos e produção ou reforma de habitações rurais, para famílias com renda mensal de até R$ 4.650,00 (quatro mil, seiscentos e cinquenta reais) e compreende os seguintes subpro- gramas: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) I - o Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU); (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015) II - o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR); e (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015) III - (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015) § 1º Para os fins desta Lei, considera-se: (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015) I - grupo familiar: unidade nuclear composta por um ou mais indivíduos que contribuem para o seu ren- dimento ou têm suas despesas por ela atendidas e abrange todas as espécies reconhecidas pelo ordena- mento jurídico brasileiro, incluindo-se nestas a família unipessoal; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) II - imóvel novo: unidade habitacional com até 180 (cento e oitenta) dias de “habite-se”, ou documento equivalente, expedido pelo órgão público municipal competente ou, nos casos de prazo superior, que não tenha sido habitada ou alienada; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) III - oferta pública de recursos: procedimento realizado pelo Poder Executivo federal destinado a prover recur- sos às instituições e agentes financeiros do Sistema Financeiro da Habitação - SFH para viabilizar as ope- rações previstas no inciso III do art. 2o; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) IV - requalificação de imóveis urbanos: aquisição de imóveis conjugada com a execução de obras e serviços voltados à recuperação e ocupação para fins habita- cionais, admitida ainda a execução de obras e serviços necessários à modificação de uso; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) V - agricultor familiar: aquele definido no caput, nos seus incisos e no § 2o do art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) VI - trabalhador rural: pessoa física que, em proprie- dade rural, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e median- te salário. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 2o (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 13.173, de 2015) Art. 2o Para a implementação do PMCMV, a União, observada a disponibilidade orçamentária e financei- ra: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) I -concederá subvenção econômica ao beneficiário pessoa física no ato da contratação de financiamento habitacional; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) II – participará do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), mediante integralização de cotas e transferirá recursos ao Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) de que tratam, respectivamente, a Lei no 10.188, de 12 de fevereiro de 2001, e a Lei no 8.677, de 13 de julho de 1993; (Redação dada pela Lei nº 12.693, de 2012) III - realizará oferta pública de recursos destinados à subvenção econômica ao beneficiário pessoa física de operações em Municípios com população de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) IV - participará do Fundo Garantidor da Habitação Popular - FGHab; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) V - concederá subvenção econômica por meio do Ban- co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, sob a modalidade de equalização de taxas de juros e outros encargos financeiros, especificamen- te nas operações de financiamento de linha especial para infraestrutura em projetos de habitação popu- lar. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1o A aplicação das condições previstas no inciso III do caput dar-se-á sem prejuízo da possibilidade de atendimento aos Municípios com população entre 20.000 (vinte mil) e 50.000 (cinquenta mil) habitantes por outras formas admissíveis no âmbito do PMCMV, nos termos do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 2º O regulamento previsto no § 1o deverá prever, entre outras condições, atendimento aos Municípios com população urbana igual ou superior a 70% (se- tenta por cento) de sua população total e taxa de cres- cimento populacional, entre os anos 2000 e 2010, su- perior à taxa verificada no respectivo Estado.(Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) user Realce user Realce user Realce 14 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO § 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016) Art. 3o Para a indicação dos beneficiários do PMCMV, deverão ser observados os seguintes requisitos: (Re- dação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) I - comprovação de que o interessado integra famí- lia com renda mensal de até R$ 4.650,00 (quatro mil, seiscentos e cinquenta reais); (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) II - faixas de renda definidas pelo Poder Executivo federal para cada uma das modalidades de opera- ções; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) III - prioridade de atendimento às famílias residen- tes em áreas de risco, insalubres, que tenham sido desabrigadas ou que perderam a moradia em razão de enchente, alagamento, transbordamento ou em decorrência de qualquer desastre natural do gêne- ro; (Redação dada pela Lei nº 13.274, de 2016) IV - prioridade de atendimento às famílias com mu- lheres responsáveis pela unidade familiar; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) V - prioridade de atendimento às famílias de que fa- çam parte pessoas com deficiência. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1o Em áreas urbanas, os critérios de prioridade para atendimento devem contemplar também: I – a doação pelos Estados, pelo Distrito Federal e pe- los Municípios de terrenos localizados em área urbana consolidada para implantação de empreendimentos vinculados ao programa; II – a implementação pelos Estados, pelo Distrito Fe- deral e pelos Municípios de medidas de desoneração tributária, para as construções destinadas à habitação de interesse social; III – a implementação pelos Municípios dos instrumentos da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, voltados ao controle da retenção das áreas urbanas em ociosidade. § 2o (VETADO) § 3o O Poder Executivo federal definirá: (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) I - os parâmetros de priorização e enquadramento dos beneficiários do PMCMV; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) II - a periodicidade de atualização dos limites de renda familiar estabelecidos nesta Lei. § 4o Além dos critérios estabelecidos no caput, os Esta- dos, Municípios e Distrito Federal poderão fixar outros critérios de seleção de beneficiários do PMCMV, pre- viamente aprovados pelos respectivos conselhos locais de habitação, quando existentes, e em conformidade com as respectivas políticas habitacionais e as regras estabelecidas pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 5o Os Estados, Municípios e Distrito Federal que aderirem ao PMCMV e a Caixa Econômica Federal se- rão responsáveis pela execução do trabalho técnico e social pós-ocupação dos empreendimentos implanta- dos, na forma estabelecida em termo de adesão a ser definido em regulamento. (Redação dada pela Lei 13.590, de 2018) § 6o Na atualização dos valores adotados como parâ- metros de renda familiar estabelecidos nesta Lei deve- rão ser observados os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) I - quando o teto previsto no dispositivo for de R$ 4.650,00 (quatro mil, seiscentos e cinquenta reais), o valor atualizado não poderá ultrapassar 10 (dez) sa- lários mínimos; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) II - quando o teto previsto no dispositivo for de R$ 2.790,00 (dois mil, setecentos e noventa reais), o valor atualizado não poderá ultrapassar 6 (seis) salários mí- nimos; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) III - quando o teto previsto no dispositivo for de R$ 1.395,00 (mil, trezentos e noventa e cinco reais), o va- lor atualizado não poderá ultrapassar 3 (três) salários mínimos.(Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 7o Os requisitos dispostos no caput deste artigo, bem como aqueles definidos em regulamentos do Poder Executivo, relativos à situação econômica ou financei- ra dos beneficiários do PMCMV deverão ainda: (Inclu- ído pela Lei nº 13.274, de 2016) I - observar a exigência da qualificação pessoal com- pleta do beneficiário para constar do respectivo contra- to, incluindo seu número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física - CPF, mantido na Secretaria da Receita Federal do Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016) II - ter sua veracidade verificada por meio do cruza- mento de dados fiscais e bancários do beneficiário, assegurado o sigilo constitucional dos dados informa- dos. (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016) § 8o O agente financeiro responsável pelo financia- mento responderá pelo cumprimento do disposto no § 7o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016) § 9o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.274, de 2016) Seção II Do Programa Nacional de Habitação Urbana – PNHU Art. 4o O Programa Nacional de Habitação Urbana - PNHU tem por objetivo promover a produção ou aquisição de novas unidades habitacionais ou a re- qualificação de imóveis urbanos, desde 14 de abril de 2009. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) § 1o Para a implementação do PNHU, a União dis- ponibilizará recursos na forma prevista nos incisos I, II e III do art. 2o. (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) II – (VETADO); III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) § 2o A assistência técnica pode fazer parte da compo- sição de custos do PNHU. (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) Art. 5o (Revogado pela Lei nº 12.424, de 2011) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.424, de 2011) Art. 5o-A. Para a implantação de empreendimentos no âmbito do PNHU, deverão ser observados: (Incluí- do pela Lei nº 12.424, de 2011) I - localização do terreno na malha urbana ou em área de expansão que atenda aos requisitos estabelecidos pelo Poder Executivo federal, observado o respectivo plano diretor, quando existente; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) user Realce 15 D IR EI TO U RB AN ÍS TI CO II - adequação ambiental do projeto; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) III - infraestrutura básica que inclua vias de acesso, iluminação pública e solução de esgotamento sanitá- rio e de drenagem de águas pluviais e permita liga- ções
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