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Ética -BR Concursos - 2020depen

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL
 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Ética e Moral
A ética se confunde muitas vezes com a moral, todavia, deve-se deixar claro que são duas coisas
diferentes, considerando-se que ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos 
homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou 
regras adquiridas com o passar do tempo. 
Moral deriva do latim mores, "relativo aos costumes". Seria importante referir, ainda, quanto à 
etimologia da palavra "moral", que esta se originou a partir do intento dos romanos traduzirem 
a palavra grega êthica.
Moral não traduz, no entanto, por completo, a palavra grega originária. É que êthica possuía, 
para os gregos, dois sentidos complementares: o primeiro derivava de êthos e significava, numa 
palavra, a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma ação genuinamente 
humana e que brota a partir de dentro do sujeito moral, ou seja, êthos remete-nos para o 
âmago do agir, para a intenção. Por outro lado, êthica significava também éthos, remetendo-nos
para a questão dos hábitos, costumes, usos e regras, o que se materializa na assimilação social 
dos valores.
A tradução latina do termo êthica para mores "esqueceu" o sentido de êthos (a dimensão 
pessoal do acto humano), privilegiando o sentido comunitário da atitude valorativa. Dessa 
tradução incompleta resulta a confusão que muitos, hoje, fazem entre os termos ética e moral.
A ética pode encontrar-se com a moral pois a suporta, na medida em que não existem costumes
ou hábitos sociais completamente separados de uma ética individual (a sociedade é um produto
de individualidades). Da ética individual se passa a um valor social, e deste, quando devidamente
enraizado numa sociedade, se passa à lei. Assim, pode-se afirmar, seguindo este raciocínio, que 
não existe lei sem uma ética que lhe sirva de alicerce.
Alguns dicionários definem moral como "conjunto de regras de conduta consideradas como 
válidas, éticas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou 
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL
 
pessoa determinada" (Aurélio Buarque de Hollanda), ou seja, regras estabelecidas e aceitas pelas
comunidades humanas durante determinados períodos de tempo.
Conceitos
A ética é o aspecto científico da moral, pois tanto a ética como a moral, envolve a filosofia, a 
história, a psicologia, a religião, a política, o direito, e toda uma estrutura que cerca o ser 
humano. Isto faz com que o termo ética necessita ter, em verdade, uma maneira correta para ser 
empregado, quer dizer, ser imparcial, a tal ponto a ser um conjunto de princípios que norteia 
uma maneira de viver bem, consigo próprio, e com os outros.
Entretanto, pode-se aplicar a ética, em detrimento dos outros? 
Como é que isto ocorre todos os dias, com os seres humanos? 
No campo profissional é comum o uso da ética, mas esta ética vem sempre com o objetivo de 
salvaguardar a posição de um profissional desonesto, ou corrupto que não sabe fazer o seu 
trabalho, causando prejuízo para com os outros, muitas vezes levando até à morte muitas e 
muitas vidas humanas. A ética deveria ser o contrário, quer dizer, levantar princípios bons para 
serem direcionados para ajudar as pessoas de bem, em uma vida cheia de harmonia e de 
felicidade, porém, não usar para encobrir falcatruas e desonestidades. A ética é a parte 
epistemológica da moral, tendo em vista que esta é a maneira de se ver, e aquela é a ciência de 
como melhor ajuntar isto tudo.
É claro que a ética e a moral devem e estão caminhando lado a lado com a liberdade, 
entretanto, não se deve esquecer que a liberdade não tem a conotação que os tempos 
modernos têm dado. A liberdade é a concepção natural de uma pessoa ou animal ser livre, mas 
ser livre, significa, antes de tudo, algumas limitações que a própria Lei Natural impõe ao ser 
humano. Hoje o termo liberdade tomou significado diferente, tal como o de libertinagem. Assim,
liberdade parte em princípio do respeito aos direitos alheios, onde, dialeticamente, não se 
constata, que na vida prática exista o respeito ao homem em si, o que existe na consciência 
humana é o respeito a si mesmo, a busca de tudo, para si próprio, e o resto que procure 
respeitar os direitos dos outros, sem nenhuma contra partida.
Determina Vasquez (1998) ao citar Moral como um “sistema de normas, princípios e valores, 
segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a 
comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam 
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acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, 
externa ou impessoal”.
A Moral vista pelos grandes pensadores
Adam Smith
Para Adam Smith, os princípios morais derivam das experiências históricas. Segundo ele, os 
sentimentos que determinaram a Revolução Industrial e seus processos produtivos foram: 
paixões sensíveis particulares (apetite sexual, raiva, inveja, simpatia), amor próprio ou egoísmo, 
benevolência, que se relaciona à inclinação direcionada para o social e a consciência, ou razão, 
que orienta o cálculo racional. As regras estabelecidas pela sociedade foram aplicadas à medida 
que se tornaram eficientes e úteis.
David Hume
David Hume observou a moral de forma empírica. Demonstrou que a moral está intimamente 
ligada à paixão e não à razão. Diferentemente do que supunham seus precedentes, não haveria 
um bem superior pelo qual a humanidade se pautasse. Para Hume, o impulso básico para as 
ações humanas consiste em obter prazer e impedir a dor. No que consiste a moral, o filósofo 
defende que a experiência (empírica) promove o entendimento humano. O desejo sugere 
impressão, ideia e, portanto, é provocada pela necessidade induzindo à liberdade.
Immanuel Kant
Diferentemente do que afirmava Hume, Kant defendia a razão como base da moral. Partindo do 
princípio de identidade, o comportamento humano está relacionado com a identificação no 
outro, ou seja, a ação das pessoas influencia no comportamento do indivíduo, tornando-se 
dessa forma o comportamento uma lei universal.
Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e 
venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o 
destruindo, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e 
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assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se 
formam numa mesma realidade.
Questões
1 - ( FESMIP-BA - 2011 - MPE-BA - Analista de Sistemas ) 
Examine as assertivas abaixo. 
I. Assim como a palavra “moral” vem do latim (mos, moris), a palavra “ética” vem do grego 
(ethos) e ambas se referem a costumes, indicando as regras do comportamento, as diretrizes de 
conduta a serem seguidas. 
II. A moral social trata dos valores e das normas de conduta que são exigidas do indivíduo para 
realizar sua personalidade. 
III. As normas éticas são aquelas que prescrevem como o homem deve agir. 
IV. A norma ética possui, como uma de suas características, a impossibilidade de ser violada. 
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. 
• a) I e II. 
• b) I e III. 
• c) I e IV. 
• d) II e III. 
• e) II e IV. 
2 - ( FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO - Contador ) 
A respeito dos conceitos deética, moral e virtude, é correto afirmar:
• a) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indíviduos que não mantêm 
relações interpessoais. 
• b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa comportamento, 
modo de ser, caráter. 
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• c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade própria da natureza 
humana; significa, de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com 
responsabilidade constantemente. 
• d) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e históricos; todavia, não há 
diferença entre os conceitos morais de um grupo para outro. 
• e) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de 
determinadas realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o homem dá a suas 
ações para ser verdadeiramente feliz. 
3 - ( CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo ) 
Julgue os itens seguintes, acerca da ética e da moral. 
Importante característica da moral, o que a torna similar à lei, é o fato de ser absoluta e 
constituir um padrão para julgamento dos atos. 
• ( ) Certo ( ) Errado 
4 - ( CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo ) 
O parlamentar norte-americano Jabez L. M. Curry, defensor dos direitos à educação, fez o 
seguinte comentário: “Para que possa prosperar, um país precisa ser construído sobre
fundamentos de caráter moral, e este caráter é o elemento principal de sua força — a única 
garantia de sua permanência e sua prosperidade”. O mesmo pode ser dito a respeito dos 
negócios, da família, do serviço público ou de qualquer empreendimento que você queira ver 
prosperar e durar. Este fundamento, porém, não pode ser construído pela organização como um
todo. Deve começar a partir de cada indivíduo. E precisa ser levado adiante, apesar das pressões 
contínuas para que se aja sem nenhuma preocupação com
a ética.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes, acerca da ética e da moral.
A ética tem caráter prático imediato, visto que é parte integrante da vida quotidiana das 
sociedades e dos indivíduos, pois trata do estudo do fundamento das regras e normas que 
regem a existência. 
• ( ) Certo ( ) Errado 
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GABARITO
1 - B 2 - C 3 - E 4 - E 
Ética, princípios e valores
Princípios
Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se origina. Também pode ser definido como 
conjunto de regras ou código de (boa) conduta pelos quais alguém governa a sua vida e as suas
ações. Fazendo uma análise minuciosa desses conceitos, percebe-se que os princípios que 
regem a nossa conduta em sociedade são aqueles conceitos ou regras que aprendemos por 
meio do convívio, passados geração após geração.
Esses conhecimentos se originaram, em algum momento, no grupo social em que estão 
inseridos, convencionando-se que sua aplicação é boa, sendo aceita pelo grupo. Quando uma 
pessoa afirma que determinada ação fere seus princípios, ela está se referindo a um conceito, ou
regra, que foi originado em algum momento em sua vida ou na vida do grupo social em que 
está inserida e que foi aceito como ação moralmente boa.
Valores
Nas mais diversas sociedades, independentemente do nível cultural, econômico ou social em 
que estejam inseridas, os valores são fundamentais para se determinar quais são as pessoas que 
agem tendo por finalidade o bem.
O caráter dos seres, pelo qual são mais ou menos desejados ou estimados por uma pessoa ou 
grupo, é determinado pelo valor de suas ações. Sua ação terá seu valor aumentado na medida 
em que for desejada e copiada por mais pessoas do grupo.
Todos os termos que servem para qualificar uma ação ou o caráter de uma pessoa têm um peso 
"bom" e um peso "ruim". Citam-se como exemplo os termos honesto e desonesto, generoso e 
egoísta, verdadeiro e falso.
Os valores dão "peso" à ação ou caráter de uma pessoa ou grupo. Esse peso pode ser bom ou 
ruim. Kant afirmava que toda ação considerada moralmente boa deveria ser necessariamente 
universal, ou seja, ser boa em qualquer lugar e em qualquer tempo. Infelizmente o ideal 
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kantiano de valor e moralidade está muito longe de ser alcançado, pois as diversidades culturais 
e sociais fazem com que o valor dado a determinadas ações mude de acordo com o contexto 
em que está inserido.
Responda
1 - ( CESPE - 2010 - MPS - Agente Administrativo) 
As discussões acerca da ética nas atividades públicas iniciaram-se na Grécia antiga e continuam 
até os dias atuais, gerando legislações que procuram traduzir a moral e os princípios desejados 
socialmente. A respeito da ética, julgue os itens seguintes.
Os valores dizem respeito a princípios que merecem ser buscados. Algumas condutas podem 
ferir os valores éticos 
( ) Certo ( ) Errado 
GABARITO
1 - C 
Ética e Democracia: exercício da cidadania
O Brasil ainda caminha a passos lentos no que diz respeito à ética, principalmente no cenário 
político que se revela a cada dia, porém é inegável o fato de que realmente a moralidade tem 
avançado.
Vários fatores contribuíram para a formação desse quadro caótico. Entre eles os principais são os
golpes de estados — Golpe de 1930 e Golpe de 1964.
Durante o período em que o país viveu uma ditadura militar e a democracia foi colocada de 
lado, tivemos a suspensão do ensino de filosofia e, consequentemente, de ética, nas escolas e 
universidades. Aliados a isso tivemos os direitos políticos do cidadão suspensos, a liberdade de 
expressão caçada e o medo da repressão.
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Como consequência dessa série de medidas arbitrárias e autoritárias, nossos valores morais e 
sociais foram se perdendo, levando a sociedade a uma "apatia" social, mantendo, assim, os 
valores que o Estado queria impor ao povo.
Nos dias atuais estamos presenciando uma "nova era" em nosso país no que tange à 
aplicabilidade das leis e da ética no poder: os crimes de corrupção e de desvio de dinheiro estão
sendo mais investigados e a polícia tem trabalhado com mais liberdade de atuação em prol da 
moralidade e
do interesse público, o que tem levado os agentes públicos a refletir mais sobre seus atos antes 
de cometê-los.
Essa nova fase se deve principalmente à democracia implantada como regime político com a 
Constituição de 1988.
Etimologicamente, o termo democracia vem do grego demokratía, em que demo significa 
governo e kratía, povo. Logo, a definição de democracia é "governo do povo".
A democracia confere ao povo o poder de influenciar na administração do Estado. Por meio do 
voto, o povo é que determina quem vai ocupar os cargos de direção do Estado. Logo, insere-se 
nesse contexto a responsabilidade tanto do povo, que escolhe seus dirigentes, quanto dos 
escolhidos, que
deverão prestar contas de seus atos no poder.
A ética tem papel fundamental em todo esse processo, regulamentando e exigindo dos 
governantes o comporta-mento adequado à função pública que lhe foi confiada por meio do 
voto, e conferindo ao povo as noções e os valores necessários para o exercício de seus deveres e
cobrança dos seus direitos.
E por meio dos valores éticos e morais – determinados pela sociedade – que podemos perceber 
se os atos come-tidos pelos ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem comum ou ao 
interesse público.
Cidadania em exercícioExercer os direitos de cidadão, na verdade, está vinculado a exercer também os deveres de 
cidadão. Por exemplo, uma pessoa que deixa de votar não pode cobrar nada do governante que
está no poder, afinal ela se omitiu do dever de participar do processo de escolha dessa pessoa, e
com essa atitude abriu mão também dos seus direitos.
Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exercício da cidadania. Não se pode conceber 
um direito sem que antes este seja precedido de um dever a ser cumprido; é uma via de mão 
dupla, seus direitos aumentam na mesma proporção de seus deveres perante a sociedade.
Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto individuais quanto coletivos, sociais ou 
políticos, são precedidos de responsabilidades que o cidadão deve ter perante a sociedade. Por 
exemplo, a Constituição garante o direito à propriedade privada, mas exige-se que o 
proprietário seja responsável pelos tributos que o exercício desse direito gera, como o 
pagamento do IPTU.
Exercer a cidadania por consequência é também ser probo, agir com ética assumindo a 
responsabilidade que advém de seus deveres enquanto cidadão inserido no convívio social.
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Ética e Função Pública
Função pública é a competência, atribuição ou encargo para o exercício de determinada função. 
Ressalta-se que essa função não é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício sujeito ao 
interesse público, da coletividade ou da Administração. Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro, função
"é o conjunto de atribuições às quais não corresponde um cargo ou emprego".
No exercício das mais diversas funções públicas, os servidores, além das normatizações vigentes 
nos órgão e entidades públicas que regulamentam e determinam a forma de agir dos agentes 
públicos, devem respeitar os valores éticos e morais que a sociedade impõe para o convívio em 
grupo.
A não observação desses valores acarreta uma série de erros e problemas no atendimento ao 
público
e aos usuários do serviço, o que contribui de forma significativa para uma imagem negativa do 
órgão e
do serviço.
Os princípios constitucionais devem ser observados para que a função pública se integre de 
forma indissociável ao direito. Esses princípios são:
� Legalidade – todo ato administrativo deve seguir fielmente os meandros da lei.
� Impessoalidade – aqui é aplicado como sinônimo de igualdade: todos devem ser tratados de 
forma igualitária e respeitando o que a lei prevê.
� Moralidade – respeito ao padrão moral para não comprometer os bons costumes da 
sociedade.
� Publicidade – refere-se à transparência de todo ato público, salvo os casos previstos em lei.
� Eficiência – ser o mais eficiente possível na utilização dos meios que são postos a sua 
disposição para a execução do seu mister.
Ética no serviço público
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc, 
mas na realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, 
ou na vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida
julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, 
entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, 
acima de tudo .
O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos dos servidores públicos 
advêm de sua própria natureza, ou seja, de caráter público, e sua relação com o público. A 
questão da ética pública está diretamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes 
comparados ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipotética com
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL
 
premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao comportamento 
do ser humano em seu meio social, aliás, podemos invocar a Constituição Federal.
Esta ampara os valores morais da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos 
e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão citado, 
pelos gregos antigos, "bem viver".
Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. 
Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores devem primar 
pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o termo é sinônimo de "igualdade", esta 
sim é a questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela 
igualdade. No ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei".
E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo que é público e aquilo 
que é privada (no sentido do interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os 
interesses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de 
comunicação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos principais 
problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima de seus 
interesses.
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), sem falar de moralidade. 
Esta também é um dos principais valores que define a conduta ética, não só dos servidores 
públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos 
identificar que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa violação dos direitos 
do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons costumes em uma 
sociedade.
A falta de ética na Administração Pública encontra terreno fértil para se reproduzir , pois o 
comportamento de autoridades públicas estão longe de se basearem em princípios éticos e isto 
ocorre devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta 
de mecanismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos.
A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta situação, pois não se 
mobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder 
por parte do Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á 
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falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A cidadania Segundo
Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas precisa ser descoberta , aprendida, 
utilizada e reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa evolução surge quando o 
cidadão adquire esse status, ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos 
garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os impulsos sociais
e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania deve se valer contra ele, e imperar 
através de cada pessoa. 
Durante as últimas décadas, o setor público foi alvo, por parte da mídia e de um senso comum 
vigente, de um processo deliberado de formação de uma caricatura, que transformou sua 
imagem no estereótipo de um setor que não funciona, é muito burocrático e custa muito caro à 
população. O cidadão, mesmo bem atendido por um servidor público, não consegue sustentar 
uma boa imagem do serviço e do servidor, pois o que faz a imagem de uma empresa ou órgão 
parecer boa diante da população é o atendimento de seus funcionários, e por mais que os 
servidores sérios e responsáveis se esforcem, existe uma minoria que consegue facilmente 
acabar com todos os esforços levados a cabo pelos bons funcionários.
Aliados a isso, têm-se, em nosso cenário político atual, constantes denúncias de corrupção, 
lavagem de dinheiro, usoinadequado da máquina pública e muitos outros que vêm a contribuir 
de forma destrutiva para a imagem do servidor e do serviço públicos. 
Esse conjunto caótico de fatores faz com que a opinião pública, por diversas vezes, se posicione 
contra o setor e os servidores públicos, levando em conta apenas aquilo que, infelizmente, é 
divulgado nos jornais, revista e redes de televisão. 
Nesse ponto, a ética se insere de maneira determinante para contribuir e melhorar a qualidade 
do atendimento, inserindo no âmbito do poder público os princípios e regras necessários ao 
bom andamento do serviço e ao respeito aos usuários.
Os códigos de ética, além de regulamentar a qualidade e o trato dispensados aos usuários e ao 
serviço público e de trazer punições para os que descumprem as suas normas, também têm a 
função de proteger a imagem e a honra do servidor que trabalha seguindo fielmente as regras 
nele contidos, contribuindo, assim, para uma melhoria na imagem do servidor e do órgão 
perante a população.
A ética profissional no serviço público tem uma finalidade: atender melhor ao público. 
Ser servidor público é uma imensa responsabilidade. Infelizmente poucos são os que entendem 
isso e encaram o serviço público como sendo, efetivamente uma responsabilidade. 
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O Decreto 1.171 de 94 diz, no primeiro item de seu Código de Ética que “A dignidade, o decoro, 
o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear
o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício 
da vocação do próprio poder estatal.”
O que se exige é que o servidor seja um “embaixador” do serviço público na sociedade, estando 
ele obrigado a guardar os “princípios morais” dentro e fora do serviço. Sendo, inclusive 
estabelecido no Código de ética como dever do servidor público “divulgar e informar a todos os
integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral 
cumprimento”. O servidor reflete “o exercício da vocação do próprio poder estatal”. 
Atitudes no serviço
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da 
tradição dos serviços públicos.
O servidor tem, em regra, dever de acatar as ordens de seus superiores hierárquicos. Não 
cumprir ou cumprir mal uma ordem superior é conduta negligente. Cometer erros 
repetidamente, agir com descaso e de forma desviada do fim original é conduta imprudente. 
Mas o respeito à hierarquia, a obediência aos superiores não é absoluta. 
O servidor não está obrigado a acatar ordens que sejam manifestamente ilegais ou antiéticas, 
imorais. 
Tendo em mente sempre esses dois pontos principais você resolve qualquer questão sobre esse 
“dilema” entre a hierarquia/obediência e a ética/moralidade administrativa. 
Nesse sentido, vejamos alguns deveres do servidor público, constantes no inciso XIV sobre o 
tema: 
“h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer 
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;”
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL
 
 “i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros 
que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações 
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;” 
Lei nº 8.112/1990 e suas alterações - Espécies de Procedimento Disciplinar: sindicâncias 
investigativa, patrimonial e acusatória. 
Os Procedimentos Investigativos correspondem, tão somente, à apuração se determinada 
conduta irregular veio a realmente acontecer ou não e, em caso afirmativo, constatar sua autoria.
Pelo fato de não ocorrer nenhuma acusação nesta fase do processo, a Administração não deverá
abrir espaço à aplicação dos princípios do Contraditório e da Ampla Defesa, visto que a 
finalidade primordial desta fase processual é a busca pelas reais informações.
Ressalta-se que não se faz obrigatória a adoção de procedimentos investigativos por parte da 
Administração para que esta possa instaurar os procedimentos contraditórios. No entanto, a 
adoção de medidas investigativas na perspectiva de recolher o máximo de informações possíveis
constitui efetiva ação da Administração na realização do Dever de Apurar, tendo em vista que 
estas informações constituirão elementos informativos prévios a uma possível sindicância 
contraditória.
A consequência da adoção do Procedimento Investigatório será sempre a instauração de 
sindicância contraditória quando constatada a ocorrência de irregularidades suficientes para isto,
ou o arquivamento do mesmo quando não for constatada nenhuma irregularidade.
Outra peculiaridade do Procedimento Investigatório é que sua instauração não constitui 
interrupção do prazo prescricional concedido à Administração para que aplique as sanções 
administrativas as quais sejam cabíveis:
“PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. O processo administrativo disciplinar e a sindicância acusatória, 
ambos previstos pela lei nº 8.112/90, são os únicos procedimentos aptos a interromper o prazo 
prescricional”.
A mesma portaria da CGU define a Sindicância Investigativa, Preparatória, ou Inquisitorial como 
sendo: “Procedimento preliminar sumário, instaurada com o fim de investigação de 
irregularidades funcionais, que precede ao processo administrativo disciplinar, sendo prescindível 
de observância dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa”
Não existe um rito a ser seguido na Sindicância Investigativa, sendo assim, a autoridade 
instauradora e os sindicantes gozam de liberdade para desempenharem suas atividades como 
melhor entenderem.
As únicas observações que devem seguir são as mesmas vistas no tópico anterior, deve-se 
manter sigilo perante as atividades que desempenharem e as informações que apurarem, deve-
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se manter caráter meramente investigativo, sem qualquer pretensão de punição, além disso, 
dispensa-se a aplicação constitucional dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
De forma semelhante à Investigação Preliminar, ocorrendo divergência de conclusões, serão 
proferidos relatórios que auxiliarão na decisão da autoridade competente.
Aqui o prazo para conclusão dos relatórios é de 30 dias, prorrogáveis por igual período.
A autoridade, com base nas informações e relatórios obtidos na Sindicância Investigativa, 
decidirá pelo arquivamento do feito, ou pela instauração de Sindicância Contraditória ou 
Processo Administrativo Disciplinar.
Sindicância Patrimonial
A sindicância Patrimonial se assemelha aos demais Procedimentos Investigativos já analisados 
no que tange ao sigilo, à não punitividade, à precedência dos princípios da ampla defesa de do 
contraditório e à finalidade de reunir informações de modo a auxiliar na instauração de Processo
Administrativo Disciplinar ou Sindicância Contraditória, ou em caso negativo, providenciar a 
baixa do feito.
Diferencia-se dos demais procedimentos devido ao fato de possuir escopo delimitado, 
constituindo um instrumento preliminar de apuração de enriquecimento ilícito através de 
infração administrativa, mediante estrita análise do desenvolvimento patrimonial do agente 
público.
De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, constitui enriquecimento ilícito: “adquirir, 
para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de 
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente
público”.[6]
Será instaurada a Sindicância Patrimoniala partir de portaria emitida pela Administração, 
constando dos servidores que irão compor a Comissão Sindicante, o prazo para conclusão do 
feito e o número do processo no qual estão os fatos meios pelos quais se realizará a apuração. 
O objeto a ser apurado através da Sindicância é eminentemente patrimonial, constatando-se 
suas rendas e dívidas, bens e valores que venham a ser inseridos no histórico patrimonial.
Interessante destacar que a Administração poderá contar com o auxílio dos Cartórios de 
Registros Imobiliários, de Títulos e Documento, Departamentos de Trânsito, Juntas Comerciais, 
Capitania dos Portos, etc.
A Comissão Sindicante deverá ser composta por dois ou mais servidores, podendo estes ser 
estáveis ou não.
O prazo para conclusão do procedimento de Sindicância Patrimonial será de 30 dias, podendo 
ser prorrogado por igual período.
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É facultado à Administração dar voz ao sindicado para que este justifique o desenvolvimento 
patrimonial que resultou na instauração da Sindicância.
A Administração Pública contará com o auxílio da quebra dos sigilos fiscal do sindicado, sem 
que seja necessário que se acione o Poder Judiciário para obtenção de tais informações. É o que 
dispões o Art. 198 do Código Tributário Nacional:
“Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da 
Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação ob-tida em razão do ofício sobre a situação 
econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus 
negócios ou atividades.
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que 
seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade 
respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática 
de infração administrativa.
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado 
mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade 
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo”.[7]
Quanto ao sigilo bancário, a Administração deverá contar com prévia autorização do Poder 
Judiciário, conforme Art. 3º, §1º, da Lei Complementar nº 105/2001:
“Art. 3º Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas
instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter 
sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à 
lide.
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o 
fornecimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo 
destinada a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de 
suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido”.
[8]
A Comissão Sindicante deverá comprovar a necessidade e relevância da quebra do sigilo 
bancário do sindicado para que obtenha as informações que julgarem pertinentes.
Ressalta-se que antes de solicitar a quebra dos sigilos do sindicado, recomenda-se que a 
Comissão Sindicante solicite do próprio sindicado a renúncia de seus sigilos fiscais e bancários, 
de modo que ele mesmo apresente as informações necessárias à Comissão.
Reunidos todos os dados necessários para a apuração da ocorrência ou não do enriquecimento 
ilícito, a Comissão Sindicante deverá emitir relatório explicitando se o acréscimo constatado no 
patrimônio do sindicado decorreu de uma evolução natural ou de meios ilícitos.
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Deste relatório a autoridade competente decidirá se deverá ser instaurado Processo 
Administrativo Disciplinar, em caso de comprovação de enriquecimento ilícito, ou arquivamento 
do feito, na hipótese de negativa de enriquecimento ilícito e comprovação de evolução 
patrimonial natural.
Sindicância Acusatória
A sindicância acusatória, também chamada de sindicância punitiva, é o procedimento para 
apurar responsabilidade de menor gravidade, ou seja, de menor potencial ofensivo, devendo ser
respeitado o princípio do devido processo legal, através da ampla defesa, do contraditório e da 
produção de todos os meios de provas admitidos em direito.[9]
A Controladoria-Geral da União, através da Portaria-CGU nº 335/06, expõe sua definição no art. 
4º:
Art. 4° Para os fins desta Portaria, ficam estabelecidas as seguintes definições:
III – sindicância acusatória ou punitiva: procedimento preliminar sumário, instaurada com fim de 
apurar irregularidades de menor gravidade no serviço público, com caráter eminentemente 
punitivo, respeitados o contraditório, a oportunidade de defesa e a estrita observância do devido 
processo legal.[10]
Nos termos de José Cretella Júnior, a Administração do Brasil se utiliza da sindicância como meio
sumário para apurar as ocorrências irregulares no serviço público, que caso sejam confirmadas, 
tem como finalidade a instauração do processo administrativo contra o funcionário público 
responsável, utilizando-se dos elementos concretos fornecidos pela sindicância.[11]
Através de sua definição, resta clara que a sindicância se divide em dois tipos, a punitiva 
(acusatória) e a sindicância investigativa (preparatória). Para que se tenha o regular andamento 
do processo, se faz necessária a observância do tipo de sindicância utilizado na fase instrutória 
do procedimento, para que seja adequado conforme o instrumento utilizado.
No caso do processo acusatório ou punitivo, se a comissão não respeitar os princípios 
constitucionais do contraditório e da ampla defesa, pode ocorrer a invalidade de seu relatório 
final por declaração de nulidade pela própria Administração Pública ou Poder Judiciário.
Neste tipo de sindicância, deve-se observar as etapas do rito ordinário do processo 
administrativo disciplinar (inquérito administrativo: instrução, defesa e relatório), além da 
comissão ser composta por dois ou mais servidores estáveis.
De forma diversa acontece na sindicância investigativa, a qual não possui etapas pré-definidas, 
não é assegurado o contraditório e a ampla defesa, admite-se a pluralidade de sindicantes e 
dispensa-se a existência de autoria e materialidade definidas.
Este tipo de sindicância se configura como procedimento preparatório para a instauração de 
processo administrativo disciplinar ou sindicância punitiva ( constatado materialidade e possível 
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autoria), ou até para propositura de arquivamento da denúncia (inexistindo indícios de 
irregularidades ou ausente suspeito).
A primeira turma do STF ao julgar o RMS nº 22.798/DF, evidenciou a diferença dos dois tipos de 
sindicância, conforme:
EMENTA: "[…] o processo administrativo não pressupõe necessariamente a existência de uma 
sindicância, mas, se o instaurado for a sindicância, é preciso distinguir: se dela resultar a 
instauração do processo administrativo disciplinar, é ela mero procedimento preparatório deste, e 
neste é que será imprescindível se dê a ampla defesa do servidor; se, porém, da sindicância 
decorrer a possibilidade de aplicaçãode penalidade de advertência ou de suspensão de até 30 
dias, essa aplicação só poderá ser feita se for assegurado ao servidor, nesse procedimento, sua 
ampla defesa.
(RMS 22789, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Primeira Turma, julgado em 04/05/1999, DJ 25-06-
1999 PP-00045 EMENT VOL-01956-02 PP-00245)[12]
Importante, lembrar que o art. 143 da Lei nº 8.112/90 assegura a apuração de irregularidades no
serviço público por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar, estando 
assegurado a ampla defesa ao assegurado. Conforme:
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, 
assegurada ao acusado ampla defesa.[13]
A sindicância não é pressuposto para o processo disciplinar, mas caso seja instaurado, deve se 
observar o princípio do contraditório e ampla defesa e caso não seja respeitado tais princípios, 
se configurará como mera sindicância investigativa, ou seja, mero procedimento preparatório do
processo administrativo disciplinar.
Nesta hipótese, as informações obtidas na sindicância servem para que seja instaurado o 
processo administrativo disciplinar, e caso haja possíveis defeitos da sindicância, esses defeitos 
não possuem o poder de macular a imposição da pena ao servidor, tendo em vista que a pena é 
atribuída através das provas colhidas no inquérito integrante do processo.
A sindicância se exterioriza apenas como elementos informativos do processo disciplinar, e 
assim, a legalidade do processo disciplinar independe de sua validade, podendo até ser 
apensado aos autos do processo.
As provas documentais ter-se-ão como válidas, uma vez ofertada a vista ao acusado. 
Diferentemente ocorre com as provas orais, pois só serão válidas se possibilitado a participação 
do acusado na tomada de depoimentos, senão deverão ser refeitos no processo.
Cabe ressaltar que depende do conteúdo informativo da sindicância, ou seja, em caso de 
sindicância inquisitoriais ou patrimoniais que resultarem na instauração do processo 
administrativo disciplinas, os atos da instrução probatória deverão ser refeitos, pela não 
observância do princípio do contraditório e ampla defesa. Sendo assim, no caso de sindicância 
punitiva, se observado tais princípios, a comissão poderá ratificar os atos.
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Processo Administrativo Disciplinar 
O processo administrativo disciplinar é um instrumento pelo qual a administração pública exerce
seu poder-dever para apurar as infrações funcionais e aplicar penalidades aos seus agentes 
públicos e àqueles que possuem uma relação jurídica com a administração.
O Processo Administrativo Disciplinar - PAD é o instrumento destinado a apurar 
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que 
tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investida, e tem previsão 
estabelecida pela Lei 8.112/1990 que instituiu o Regime Jurídico dos Servidores da 
Administração Federal.
Apuração no Processo Administrativo Disciplinar
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua 
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao 
acusado ampla defesa.
A apuração, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade 
de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante 
competência específica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo 
Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais 
Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou 
entidade, preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração. 
As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a 
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a 
autenticidade.
Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia 
será arquivada, por falta de objeto.
Sindicância
Da sindicância poderá resultar: a) arquivamento do processo; b) aplicação de penalidade de 
advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; c) instauração de processo disciplinar.
Prazo de conclusão da Sindicância
O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado 
por igual período, a critério da autoridade superior.
Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão 
por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou 
destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
Afastamento Preventivo
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Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da 
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu 
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da 
remuneração.
O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, 
ainda que não concluído o processo.
Processo Disciplinar
O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por 
infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do 
cargo em que se encontre investido.
Instituição de Comissão
O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis 
designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3 do art. 143 da Lei 
8.112/1990, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo 
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do 
indiciado.
A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação 
recair em um de seus membros.
Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou 
parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
A Comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo 
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.
As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
Fases do Processo Disciplinar
O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: a) instauração, com a publicação do 
ato que constituir a comissão; b) inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e 
relatório; c) julgamento.
Prazo de conclusão do Processo Disciplinar
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da 
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual 
prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus 
membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações 
adotadas.
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Bases: artigos 143 a 152 da Lei 8.112/1990 (Regime Jurídico de Servidores da União – Processo 
Disciplinar).
Nos termos do §7º do art. 133 da Lei nº 8.112/1990, o prazo paraa conclusão do processo 
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data 
de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, 
quando as circunstâncias o exigirem. 
Comissão disciplinar: requisitos, suspeição, impedimento e prazo para conclusão dos trabalhos 
(prorrogação e recondução)
Ao designar os membros da comissão, a autoridade indicará, dentre eles, o presidente. Este, por 
sua vez, é que providenciará a nomeação do secretário, cuja indicação pode recair em um dos 
membros da comissão (art. 149, §1º, da Lei nº 8.112, de 1990)
Requisitos subjetivos
Os três membros nomeados na portaria instauradora devem ser servidores públicos estáveis. 
O presidente da comissão deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou 
ter nível de escolaridade igual ou superior ao do acusado (critérios alternativos)10 . Tais 
requisitos não são exigidos em relação aos demais membros. É necessário também que os 
membros da comissão processante não apresentem qualquer circunstância de impedimento ou 
suspeição. 
Impedimento
Impedimento e suspeição são circunstâncias que prejudicam a necessária imparcialidade dos 
agentes que atuam no processo administrativo disciplinar. Podem referir-se tanto aos membros 
da comissão processante, quanto ao perito, testemunhas e autoridade julgadora.
Impedimento 
Ocorre quando há impossibilidade absoluta de atuação do agente no processo administrativo 
disciplinar. É aferível de forma objetiva, ou seja, de forma fática. As principais situações de 
impedimento ocorrem quando o membro de comissão: a) não é estável no serviço público 
(art.149, caput, da Lei nº 8.112, de 1990); b) é cônjuge, companheiro, parente consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau do acusado (art.149, § 2º da Lei nº 8.112, de 
1990)32; c) tem interesse direto ou indireto no processo (art. 18, inc. I, da Lei nº 9.784, de 1999); 
d) participou ou vem a participar no processo como perito, testemunha ou procurador ou se tais
situações ocorrerem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau (art.
18, inc. II, da Lei nº 9.784, de 1999); e) esteja litigando judicial ou administrativamente com o 
acusado ou com seu cônjuge ou companheiro (art. 18, inc. III, da Lei nº 9.784, de 1999). 
Suspeição 
A suspeição ocorre quando há presunção relativa de parcialidade do agente atuante no processo
administrativo disciplinar e possui natureza subjetiva, ou seja, referese ao elemento psíquico do 
agente. Caso não suscitada, não gera nulidade no processo administrativo disciplinar. Exemplos: 
amizade íntima ou inimizade notória com o acusado ou com o respectivo cônjuge, companheiro,
parentes e afins até o terceiro grau (art.20 da Lei nº 9.784, de 1999). 
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Prazo
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da 
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual 
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. (Art. 152 da Lei nº 8.112, de 1990)
Prorrogação do prazo para conclusão dos trabalhos e recondução da comissão processante 
O presidente da comissão processante deverá solicitar à autoridade competente a prorrogação 
de prazo para conclusão dos trabalhos, caso não seja possível concluir a apuração e apresentar o
relatório no prazo indicado na portaria instauradora. O requerimento deverá: a) justificar a não 
conclusão dos trabalhos no tempo devido; b) informar os atos ainda pendentes de execução; c) 
ser apresentado antes da expiração do prazo e em tempo hábil para apreciação da justificativa 
pela autoridade e emissão de nova portaria de prorrogação ou recondução. 
Sendo deferida a prorrogação, a autoridade deverá publicar portaria consignando esse ato.
 Se tal prorrogação de prazo ainda não for suficiente à conclusão dos trabalhos, a comissão 
deverá apresentar novo requerimento à autoridade, nos moldes do anterior, solicitando a sua 
recondução ou a designação de nova comissão. 
Nesses casos, a autoridade poderá reconduzir a comissão, ou seja, formular nova designação 
mediante portaria, mantendo os mesmos membros da comissão anterior, ou parte deles, para 
concluir os trabalhos, concedendo, para tanto, novo prazo. Este novo prazo será contado a partir
do término do prazo consignado na portaria anterior. 
Na hipótese de serem alterados os membros da comissão processante, os novos integrantes 
poderão aproveitar os atos já praticados pelos membros da comissão anterior ou deliberar por 
refazê-los. Se o novo prazo concedido ainda não for suficiente para conclusão dos trabalhos, a 
comissão solicitará nova prorrogação. 
A comissão processante deverá acompanhar, na medida do possível, a tramitação do seu 
requerimento, com a finalidade de minimizar a possibilidade de prática de atos sem o amparo 
da portaria de prorrogação ou recondução. Embora não seja recomendável a prática de atos no 
lapso temporal não compreendido na portaria de prorrogação ou recondução, tais atos, caso 
praticados, não devem ser considerados necessariamente nulos. 
Caso a portaria de prorrogação não seja publicada em tempo hábil, ou seja, antes da expiração 
do prazo da anterior, a comissão processante deverá ser reconduzida. É recomendável que a 
comissão processante providencie a juntada aos autos do comprovante de publicação da 
portaria de prorrogação ou recondução. 
 Lei nº 12.846/2013 e suas alterações
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades 
simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo 
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou 
sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, 
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos 
administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou 
benefício, exclusivo ou não.
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de 
seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe 
do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização 
individual das pessoas naturais referidas no caput .
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na
medida da sua culpabilidade.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, 
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do 
patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei 
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de
simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo 
contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveispela prática dos atos previstos 
nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação 
integral do dano causado.
CAPÍTULO II
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os 
fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único 
do art. 1º , que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios 
da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim
definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente 
público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
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II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a 
prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou 
dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o 
caráter competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório 
público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem 
de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação 
pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou 
prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no 
ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com 
a administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes 
públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos 
de fiscalização do sistema financeiro nacional.
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou 
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem 
como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país 
estrangeiro.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as 
organizações públicas internacionais.
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, 
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em 
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou
em organizações públicas internacionais.
CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
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Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas 
responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento 
bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os 
tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de 
acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação jurídica
elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente 
público.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a 
obrigação da reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível utilizar o critério do valor do 
faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato de 
sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área
da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de 
circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) 
dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao 
público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
§ 6º (VETADO).
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I - a gravidade da infração;
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
V - o efeito negativo produzido pela infração;
VI - a situação econômica do infrator;
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e 
incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta 
no âmbito da pessoa jurídica;
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IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública 
lesados; e
X - (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos 
no inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da 
responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, 
observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de 
apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá 
competência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de 
pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei, para 
exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o 
julgamento dos atos ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a administração pública 
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção de 
Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, promulgada 
pelo Decreto nº 3.678, de 30 de novembro de 2000.
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoajurídica 
será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) 
ou mais servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a 
pedido da comissão a que se refere o caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias 
para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda 
os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e oitenta) dias 
contados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os 
fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as 
sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da 
autoridade instauradora.
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Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à 
pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à 
autoridade instauradora, na forma do art. 10, para julgamento.
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano
não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será 
inscrito em dívida ativa da fazenda pública.
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com 
abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei
ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas
à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados 
o contraditório e a ampla defesa.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após
a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua 
existência, para apuração de eventuais delitos.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após
a instauração do processo administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua 
existência, para apuração de eventuais delitos. (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 
2015) (Vigência encerrada)
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após
a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua 
existência, para apuração de eventuais delitos.
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo 
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que 
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa 
colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob 
apuração.
Art. 16. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, no âmbito de suas
competências, por meio de seus órgãos de controle interno, de forma isolada ou em conjunto 
com o Ministério Público ou com a Advocacia Pública, celebrar acordo de leniência com as 
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos e pelos fatos investigados e previstos nesta 
Lei que colaborem efetivamente com as investigações e com o processo administrativo, de 
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forma que dessa colaboração resulte: (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 
2015) (Vigência encerrada)
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; (Redação dada pela 
Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob
investigação; (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
III - a cooperação da pessoa jurídica com as investigações, em face de sua 
responsabilidade objetiva; e (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência 
encerrada)
IV - o comprometimento da pessoa jurídica na implementação ou na melhoria de 
mecanismos internos de integridade. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência
encerrada)
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo 
de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que 
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa 
colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob 
apuração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, 
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a 
apuração do ato ilícito; (Revogado pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a 
apuração do ato ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a 
partir da data de propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e 
permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas 
expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
III - a pessoa jurídica, em face de sua responsabilidade objetiva, coopere com as 
investigações e com o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que 
solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento; e (Redação dada pela Medida 
provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
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III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e 
permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas 
expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
IV - a pessoa jurídica se comprometa a implementar ou a melhorar os mecanismos 
internos de integridade, auditoria, incentivo às denúncias de irregularidades e à aplicação efetiva
de código de ética e de conduta. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência 
encerrada)
§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas 
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.
§ 2º O acordo de leniência celebrado pela autoridade administrativa: (Redação dada pela 
Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
I - isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do caput do art. 6º e das 
sanções restritivas ao direito de licitar e contratar previstas na Lei n º 8.666, de 21 de junho de 
1993 , e em outras normas que tratam de licitações e contratos; (Incluído pela Medida provisória
nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
II - poderá reduzir a multa prevista no inciso I do caput do art. 6º em até doisterços, não 
sendo aplicável à pessoa jurídica qualquer outra sanção de natureza pecuniária decorrente das 
infrações especificadas no acordo; e (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência 
encerrada)
III - no caso de a pessoa jurídica ser a primeira a firmar o acordo de leniência sobre os atos
e fatos investigados, a redução poderá chegar até a sua completa remissão, não sendo aplicável 
à pessoa jurídica qualquer outra sanção de natureza pecuniária decorrente das infrações 
especificadas no acordo. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no 
inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa 
aplicável.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar 
integralmente o dano causado.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a 
efetividade da colaboração e o resultado útil do processo.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a 
efetividade da colaboração e o resultado útil do processo administrativo e quando estipular a 
obrigatoriedade de reparação do dano poderá conter cláusulas sobre a forma de amortização, 
que considerem a capacidade econômica da pessoa jurídica. (Redação dada pela Medida 
provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
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§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a 
efetividade da colaboração e o resultado útil do processo.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram 
o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, 
respeitadas as condições nele estabelecidas.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do 
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de 
acordo de leniência rejeitada.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela 
administração pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos 
previstos nesta Lei.
§ 9º A formalização da proposta de acordo de leniência suspende o prazo prescricional em
relação aos atos e fatos objetos de apuração previstos nesta Lei e sua celebração o 
interrompe. (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos 
previstos nesta Lei.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os 
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos 
praticados contra a administração pública estrangeira.
§ 11. O acordo de leniência celebrado com a participação das respectivas Advocacias 
Públicas impede que os entes celebrantes ajuizem ou prossigam com as ações de que tratam o 
art. 19 desta Lei e o art. 17 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, ou de ações de natureza 
civil. (Incluído pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
§ 12. O acordo de leniência celebrado com a participação da Advocacia Pública e em 
conjunto com o Ministério Público impede o ajuizamento ou o prosseguimento da ação já 
ajuizada por qualquer dos legitimados às ações mencionadas no § 11. (Incluído pela Medida 
provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
§ 13. Na ausência de órgão de controle interno no Estado, no Distrito Federal ou no 
Município, o acordo de leniência previsto no caput somente será celebrado pelo chefe do 
respectivo Poder em conjunto com o Ministério Público. (Incluído pela Medida provisória nº 703,
de 2015) (Vigência encerrada)
§ 14. O acordo de leniência depois de assinado será encaminhado ao respectivo Tribunal 
de Contas, que poderá, nos termos do inciso II do art. 71 da Constituição Federal, instaurar 
procedimento administrativo contra a pessoa jurídica celebrante, para apurar prejuízo ao erário, 
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quando entender que o valor constante do acordo não atende o disposto no § 3º . (Incluído pela
Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a 
pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 
1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts.
86 a 88.
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a 
pessoa jurídica responsável por atos e fatos investigados previstos em normas de licitações e 
contratos administrativos com vistas à isenção ou à atenuação das sanções restritivas ou 
impeditivas ao direito de licitar e contratar. (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 
2015) (Vigência encerrada)
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a 
pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 
1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts.
86 a 88.
Art. 17-A. Os processos administrativos referentes a licitações e contratos em curso em 
outros órgãos ou entidades que versem sobre o mesmo objeto do acordo de leniência deverão, 
com a celebração deste, ser sobrestados e, posteriormente, arquivados, em caso de 
cumprimento integral do acordo pela pessoa jurídica. (Incluído pela Medida provisória nº 703, 
de 2015) (Vigência encerrada)
Art. 17-B. Os documentos porventura juntados durante o processo para elaboração do 
acordo de leniência deverão ser devolvidos à pessoa jurídica quando não ocorrer a celebração 
do acordo, não permanecendo cópias em poder dos órgãos celebrantes. (Incluído pela Medida 
provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a 
possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a 
possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial, exceto quando expressamente previsto 
na celebração de acordo de leniência, observado o disposto no § 11, no § 12 e no § 13 do art. 
16. (Redação dada pela Medida provisória nº 703, de 2015) (Vigência encerrada)
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a 
possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de 
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representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à
aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta
ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;

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