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RAS redes de atenção a saúde - RESENHA - USF SAÚDE E VIDA

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THAINÁ RAYANE BEZERRA VIEIRA
O texto de Eugênio Vilaça Mendes traz a definição das redes de atenção à saúde como sendo organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde - prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa e de forma humanizada -, e com responsabilidades sanitárias e econômicas por esta população.
É a partir desta definição que podemos enfatizar os conteúdos básicos das redes de atenção à saúde: apresentam missão e objetivos comuns; operam de forma cooperativa e interdependente; intercambiam constantemente seus recursos; são estabelecidas sem hierarquia entre os diferentes componentes, organizando-se de forma poliárquica, em que todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes e se relacionam horizontalmente; implicam um contínuo de atenção nos níveis primário, secundário e terciário; convocam uma atenção integral com intervenções promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e paliativas; funcionam sob coordenação da atenção primária à saúde; prestam atenção oportuna, em tempos e lugares certos, de forma eficiente e ofertando serviços seguros e efetivos, em consonância com as evidências disponíveis; focam-se no ciclo completo de atenção a uma condição de saúde; têm responsabilidades sanitárias e econômicas inequívocas por sua população; e geram valor para a sua população. 
Em contrapartida, existe um conceito de fragmentação dos sistemas de atenção à saúde que se organizam de maneira isoladas e incomunicadas uns dos outros e que, por consequência, são incapazes de prestar uma atenção contínua à população. Assim, a atenção primária à saúde não se comunica fluidamente com a atenção secundária à saúde e esses dois níveis também não se comunicam com a atenção terciária à saúde, nem com os sistemas de apoio então a atenção primária à saúde não consegue exercitar seu papel de centro de comunicação, coordenando o cuidado.
É a partir desses conceitos que passamos a refletir sobre a organização atual dos territórios atuação da Residência Multiprofissional, no âmbito da Atenção Primária. O Distrito Sanitário I é composto por 29 Unidades de Saúde da Família (USF), e dentre elas existe a Unidade Integrada Saúde e Vida, na qual é composta por quatro equipes, que abrangem os territórios do Ernani Sátiro, Esplanada I, Jardim Sepol e João Paulo II- 2º etapa. A USF é bem organizada no sentido de cada equipe conhece a população total e suas subpopulações por fatores de riscos que são de sua responsabilidade. O usuário é acolhido na USF, por meio da escuta qualificada sua queixa é avaliada e são feitas as orientações necessárias. A equipe realiza as intervenções pertinentes, onde caso seja uma necessidade de saúde que a Unidade não consegue dar resolutividade, o usuário é encaminhado e orientado acerca dos fluxos que devem ser seguidos, sempre com a responsabilidade de continuidade do cuidado após o retorno a sua área. Um grande problema enfrentado é a contrarreferência que muitas vezes não é feita quando um usuário é encaminhado para uma atenção secundária ou terciaria, dificultando que a atenção primária cumpra seu papel de ser o centro de comunicação, dificultando a coordenação do cuidado.
Além desse problema existe uma carência de atividades de matriciamento que propiciem as Equipes de Saúde da Família um maior conhecimento acerca da rede e, de certo modo, quando há esse tipo de atividade, muitos profissionais não se dispõem a aprender, demonstrando pouco ou nenhum interesse. Ou seja, existe uma falta de conhecimento das equipes da funcionabilidade de serviços como CAPS, CPICS e Academias de Saúde, Centro de Cidadania LGBT+, Centro de Referência da Mulher, dentre outros serviços. Por desconhecer essa rede que permeia o território, muitos profissionais acabam encaminhando os usuários para serviços mais complexos, podendo ser resolutivos de outra forma e mais perto da comunidade. 
O nosso cenário atual é bem diferenciado e atípico devido a pandemia do COVID-19, em que muitos pontos importantes da rede tiveram seus serviços suspensos temporariamente e a USF Saúde e Vida também foi impossibilidade de continuar as atividades de grupo (mulheres, gestantes, idosos) que eram realizadas semanalmente, dificultando o cuidado integral e o vínculo com a população.
 As redes de atenção à saúde têm um impacto fundamental no cuidado integral a população, a realização de integração entre a atenção primária e especialidades de saúde permitem a identificação de pessoas com alto risco de hospitalização e reduziu o uso de serviços especializados, além de reduzir os custos da atenção à saúde.

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