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EX. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO TOCANTINS Processo nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Amanda de Tal, brasileira, solteira, do lar, portadora da Carteira de Identidade nº XX.XXX.XX, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua XX, nº XX, lote XX, Palmas - TO, CEP: XX.XXX-XXX, telefone: XXXXXXXX, e-mail: amanda1234@gmail.com,, inconformada com o acórdão de fls. XX, vem por sua advogada subscrita, nos autos da Mandado de Segurança, apresentar RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nos termos do artigo 102, III da Constituição Federal e do artigo 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil, requerendo sua admissibilidade e remessa ao Supremo Tribunal Federal. Nestes termos, Pede deferimento. Assinatura Advogado OAB XXXXXXX mailto:amanda1234@gmail.com EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Recorrente: Amanda de Tal Recorrida: Secretário de Saúde do Estado do Tocantins COLENDA TURMA, EMÉRITOS MINISTROS DAS RAZÕES DO RECURSO Em que pese o julgamento do ilustre Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, o acórdão recorrido merece integral reforma, visto que infringiu vários dispositivos da Constituição Federal, conforme será demonstrado a seguir: DO CABIMENTO Pretende a recorrente a reforma de acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, em julgamento do Recurso de Apelação apresentado, do qual trata matéria Constitucional. Deste modo, têm-se que o devido recurso a ser utilizado para combater a referida decisão é o Recurso Extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, visto que trata de direito constitucionalmente garantido, nos termos do artigo 102 da Constituição e do artigo 1.029 do Código de Processo Civil. DA TEMPESTIVIDADE Conforme o artigo 1.003 e seu §5º do Código de Processo Civil, o prazo para a apresentação deste recurso é de 15 (quinze) dias úteis, contados da publicação da decisão recorrida no Diário de Justiça Estadual. Portanto, têm-se presente esta resposta, considerando que a publicação da decisão é datada de XX.XX.XXXX. DO PREPARO RECURSAL Requer a recorrente a juntada da guia anexa, a qual prova o recolhimento do preparo recursal, este comprovando o pagamento referente às custas processuais, já devidamente incluídos o porte de remessa e retorno, nos termos do artigo 1.007 do CPC. DOS FATOS A recorrente propôs ação de Mandado de Segurança, pleiteado o fornecimento imediato dos medicamentos que necessita, visto que já havia feito pedido junto à recorrida, o qual foi negado de forma não fundamentada, na qual o juízo de primeiro grau julgou improcedente o pedido da impetrante. Sendo assim, a parte interpôs Recuso de Apelação para ver reformada a sentença, a fim de reconhecer seu direito de saúde, o qual foi novamente negado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins. O Tribunal de Justiça, novamente, julgou improcedente o pleito, sob a fundamentação de que os direitos fundamentais em discussão, apesar de previstos na Constituição, não justificam a intervenção do poder judiciário sob o executivo, em especial quando na esfera da sua discricionariedade. Sendo assim, por todo o exposto, evidencia-se que a recorrente está obrigada a interpor o presente Recurso Extraordinário, para reforma da decisão anterior, visto que esta contraria os direitos fundamentais garantidos na Constituição. RECUPERAÇÃO GERAL Antes de examinar o mérito deste Recurso, cumpre ressaltar que a transcendência a quaestio juris aqui se discute, o fornecimento imediato dos medicamentos, estes de uso contínuo, visto que a parte sofre de Diabetes. Esse debate, evidentemente, afeta milhões de jurisdicionados, uma vez que está vinculado a dois direitos fundamentais: o contraditório e ampla defesa, além da fundamentação das decisões judiciais. Fica nítido, portanto, que há repercussão geral na questão debatida neste recurso. PRESQUESTIONAMENTO VIA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO O artigo 1.025 do Novo Código de Processo Cívil determina que “Consideram- se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré- questionamento. Ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o Tribunal Superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. Assim, considerem-se prequestionados os dispositivos invocados nos embargos de declaração, ainda que o recurso não seja acolhido pela corte origem. Portanto, restam devidamente prequestionados os artigos 5, LV e 93, IX da Constituição Federal. DO DIREITO DA VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 5º, LV, 93, IX E 196, TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Conforme mencionado acima, no julgamento do Recurso de Apelação interposto pela parte impetrante, o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins entendeu como improcedente o pedido, alegando que ainda que direitos fundamentais estejam em discussão, apesar de previstos na Constituição, não justificam a intervenção do poder judiciário sob o executivo, em especial quando na esfera da sua discricionariedade. Ora, é evidente que o referido acórdão contraria os artigos 5º, LX e 93, IX da CF/88, vejamos: Art 5. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residente do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade, nos termos seguintes. LV - Aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; É questão indiscutível o direito da parte à saúde, sendo garantia do Estado fornecer todos os meios para sua manutenção, zelando pela vida dos cidadãos. Já o artigo 93 da CF nos ensina que a “lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX - Todo os julgamentos dos órgãos do poder Judiciários serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado o sigilo não prejudique o interesse público à informação;” Vê-se, portanto, que o contraditório e ampla defesa, bem como a fundamentação das decisões são elementos essenciais e indispensáveis para a solução da lide, não podendo o juiz escolher se irá deferir o pedido ou não. Ainda, a obrigação estabelecida pelo magistrado para que estado forneça medicamentos ou quaisquer insumos necessários à manutenção da saúde é conhecido meio de justiça, previsto no artigo 196 da CF. Não importa a forma na qual foram fornecidos os medicamentos, podendo perfeitamente o juiz, que é imparcial, estabelecer a obrigação em face do Estado. Verifica-se no presente caso, que o acórdão violou diversas normas constitucionais, merecendo ser reformado em sua integralidade. DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer a parte ré: • O recebimento do presente Recuso Extraordinário; • A reforma do acórdão prolatado, em frente a manifesta contrariedade ao artigo 196 da CF, para determinar o imediato fornecimento dos medicamentos pleiteados; • A condenação da parte recorrida ao pagamento de honorários advocatícios, arbitrados em 20% do valor da causa. Nestes termos, pede deferimento. Tocantins, XX de XXXX de XXX. Assinatura Advogado OAB XXX.XXX