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Prof. Tadeu Santos Estudos Disciplinares Formação Específica São mecanismos de estudo para que os alunos tenham contato com outras formas de linguagem. São exercícios, algumas vezes com enunciados longos, mas que permitem, ao aluno, pensar a partir de diferentes linguagens: uma foto, uma charge, um gráfico, um texto científico, uma matéria do jornal, uma citação São situações de aprendizagem que favorecem o desenvolvimento de competências e habilidades. Esse é um compromisso da universidade na formação de um profissional e de um cidadão. Estudos Disciplinares: o que são? Traços marcantes da sociedade contemporânea interferem no modo de pensar e construir a relação de ensino-aprendizagem: Uso intensivo de tecnologia; Grande quantidade de informações circulando em tempo real; Vida em grandes centros urbanos; Grupos que cultivam as suas diferenças em relação a outros; Sociedade que valoriza o ter no lugar do ser; As incertezas estão na vida pessoal, profissional, na sociedade e no conhecimento; O consumo ocupa um lugar muito grande na sociedade moderna. Mudanças na sociedade atual e na forma de aprender O conhecimento não está e não pode ficar aprisionado numa caixinha, e, tampouco, trabalhado em partes, fragmentado. A sociedade de hoje demanda que tenhamos estudos interdisciplinares e multidisciplinares. As áreas do conhecimento precisam dialogar e se relacionar permanentemente. Para conseguir essa meta, os Estudos Disciplinares contribuem com uma parte, ao trabalhar com a resolução sistemática de exercícios. Eles são pensados, especialmente, ao buscar nos conteúdos, as situações reflexivas e interdisciplinares, para o desenvolvimento de competências e habilidades em nossos alunos. Partindo desses traços que marcam a nossa sociedade hoje Neste semestre, os Estudos Disciplinares serão realizados na forma de exercícios para o aprimoramento de habilidades de raciocínio lógico, e leitura e interpretação de textos, imagens, gráficos e tabelas. Com isso, você terá a oportunidade de exercitar-se ao realizar questões de múltipla escolha que utilizam os recursos de comunicação e linguagem. Todo o tempo recebemos muitas mensagens, cabe-nos saber ler e interpretar para viver em uma sociedade em que os saberes são locais e globais. Para tanto, contamos com você e o seu protagonismo como aluno da EaD. Estudos Disciplinares e aprendizagem Discursiva: Bloco um: Questão 1 – Atuação pedagógica em espaços não escolares. Objetivas – Múltipla escolha: Bloco dois: Questões 2 e 3 – Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. Bloco Três: Questão 4 – Direitos Humanos; Questão 5 – Diversidade Cultural. Bloco Quatro: Questão 6 – Gênero e Sexualidade nas Escolas; Questão 7 – Pedagogia de Projetos. Questões que serão apresentadas Vejamos algumas orientações importantes para esse tipo de questão: O texto dissertativo é um texto argumentativo. Para a organização da resposta a uma questão dissertativa é necessário garantir: Introdução: apresenta o tema, um argumento, uma crítica inicial ou a primeira etapa de uma proposta; Desenvolvimento: aprofunda e fortalece a argumentação ou a crítica inicial, ou apresenta a ação central de uma proposta; Conclusão: encerra com um argumento que finalize a resposta, pode-se incluir uma reflexão abrangente e definitiva, com vistas ao futuro, que não se distancie da questão. Questão 1 – Discursiva Objetiva: primeira pessoa do plural, ou terceira, são os recursos que transferem os argumentos para lugares de reconhecida autoridade ou de domínio público. Evite respostas subjetivas como: eu acho, eu acredito, eu penso que... Argumentos ancorados na autoridade de leis, de pesquisadores e documentos que sejam socialmente reconhecidos, fortalecem a ideia. Evite incluir nas respostas as experiências pessoais, os exemplos de senso comum e as frases de efeito, que possam gerar dúvidas no leitor. A leitura é fundamental para a organização da resposta, bem como a interpretação da pergunta, isso é que deve determinar a produção da resposta dissertativa. Sendo assim, interprete adequadamente a questão. A resposta discursiva deve ser: As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia (Resolução CNE/CP n. 1, de 15/05/2006), em seu art. 4º, dispõem: “O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer as funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional, na área de serviços e apoio escolar, e em outras áreas nas quais sejam previstos os conhecimentos pedagógicos. Considerando o disposto anteriormente, elabore um texto dissertativo acerca do tema a seguir: Questão 1: discursiva – Questão 5 – Enade 2014 A atuação do pedagogo em espaços não escolares A atuação do pedagogo em espaços não escolares: Em seu texto, faça o que se pede nos itens a seguir: a) Cite um dos espaços não escolares de atuação do pedagogo, descreva as atividades pertinentes ao trabalho pedagógico, que podem ser nele realizadas, e explicite de que maneira essas atividades se relacionam com os aspectos teóricos da formação desse profissional; b) Apresente argumentos que defendam a importância da participação do pedagogo em espaços não escolares. Atenção: é uma questão discursiva! A atuação do pedagogo em espaços não escolares As mudanças nas relações de trabalho implicam no fato de as empresas precisarem se reorganizar em diversos âmbitos, sobretudo com relação aos cargos, às funções e às atividades organizacionais. Segundo Minarelli (1996), as grandes empresas e corporações, para sobreviverem à crise econômica mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou redesenharam cargos e, em muitos casos, operações inteiras. Os trabalhadores precisarão reciclar-se, periodicamente, para manter os seus conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades. Ainda, segundo o autor, muito desse novo cenário deve-se à mudança de foco das atividades profissionais, que, atualmente, são menos centradas em trabalhos físicos e passaram a ser mais intelectuais. 1. Introdução teórica A atuação do pedagogo em espaços não escolares Resultam, dessa nova configuração do mundo do trabalho, novos acontecimentos que demandam um profissional que seja capacitado para ajudar a organização, de qualquer segmento, a atingir os objetivos e as metas organizacionais: trata-se do pedagogo que atua em espaços não escolares e que facilita a interação entre as habilidades dos profissionais das instituições, e as necessidades e os anseios das empresas. O pedagogo, em espaços empresariais, deve ser dotado de: Flexibilidade em suas ações; Conhecimentos e experiências relativos à gestão participativa; Competências e habilidades na busca de soluções para os impasses que possam surgir; Compreensão do processo histórico, social, administrativo e operacional em que está inserido; A atuação do pedagogo em espaços não escolares Comprometimento e envolvimento com a rotina da empresa, e habilidade para planejar, organizar, liderar, monitorar e empreender. A formação do pedagogo deve, portanto, ser generalista, com ênfase em gestão dos processos educativos em diferentes instituições educacionais e, também, fora delas, em diversos contextos socioculturais e profissionais. Padrão de respostas do INEP: O aluno deve redigir um texto argumentativo com colocações que contemplem os aspectos a seguir: Quanto aos espaços não escolares para a atuação do pedagogo, a resposta deve indicar que: A atuação do pedagogo em espaços não escolares Há vários espaços não escolares em que o pedagogo costuma atuar, como as empresas do ramo de gestão de pessoas, de serviço social, ONGs, Recursos Humanosetc. Devem ser descritas as atividades relativas ao trabalho pedagógico nesses ambientes, como a produção e a disseminação do conhecimento, a elaboração de materiais de caráter didático- instrucional, o acompanhamento das dificuldades dos funcionários. Ademais, as atividades desenvolvidas devem ser descritas e teorizadas de acordo com os campos do saber, que lhes possam dar a sustentação, como: didática, filosofia, política, sociologia, economia etc. Quanto à importância do pedagogo em espaços não escolares, a resposta deve mencionar que: 2. Padrão de respostas do INEP O pedagogo é importante nesses espaços, porque é o profissional dotado das competências e das habilidades necessárias, para propiciar a interação entre os colaboradores das mais diferentes áreas de uma empresa ou de uma organização. Seu papel, de fundamental importância, visa à adequada realização das atividades descritas no item anterior. Fonte: Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/36_pedagogia.pdf. Acesso em: 06 fev. 2016. 2. Padrão de respostas do INEP Lembrando como organizar a questão: Introdução; Desenvolvimento; Conclusão. Questão dissertativa DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998. LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1999. MINARELLI, J. A. Empregabilidade: o caminho das pedras. São Paulo: Gente, 1996. 3. Indicações bibliográficas INTERVALO A didática escolar cumpre as funções de caráter político, educativo e científico a um só tempo. A integralização dessas funções pela didática escolar torna essa disciplina acadêmica algo mais complexo que a simples procura e a implementação de procedimentos de ensino. Por meio desse processo, a unidade dialética da teoria e da prática assume as características de uma verdadeira investigação científica da realidade cotidiana da prática pedagógica. Fonte: Adaptado de: RAYS, O. A. A relação teoria-prática na didática escolar crítica. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Didática: o ensino e as suas relações. 7. ed. Campinas: Papirus, 2003. Questão 2 – Questão 09 – ENADE 2014 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. A partir das informações apresentadas, avalie as afirmativas: I. A práxis pedagógica envolve a adoção do método dialético no processo de elaboração do conhecimento em articulação com a teoria histórico-cultural; II. A apropriação crítica e histórica do conhecimento é um instrumento de compreensão da realidade social, e da atuação crítica para a transformação da sociedade; III. A Didática é uma área do conhecimento que utiliza os elementos do cotidiano escolar e das questões sociais para atualizar a prática docente. Questão 2 – Questão 09 – ENADE 2014 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Questão 2 – Questão 09 – ENADE 2014 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. Lev Semyonovich Vygotsky, psicólogo russo, elaborou a sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. Esse pressuposto teórico, conhecido como Teoria Histórico-Cultural, apresenta como questão central a apropriação de conhecimentos pela interação do sujeito com o contexto social. Considerando os pressupostos da teoria vygotskyana, avalie as afirmativas a seguir: I. O desenvolvimento cognitivo é produzido no processo de internalização da interação social com a cultura; II. Ao acessar a língua escrita, o indivíduo se apropria das técnicas inerentes a esse instrumento cultural, modificando as suas funções mentais superiores; Questão 3 – Questão 12 – ENADE 2014 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. III. A apropriação da linguagem específica do meio sociocultural transforma os rumos do desenvolvimento individual; IV. O desenvolvimento das funções psíquicas superiores decorre de funções existentes no indivíduo; V. A educação sistemática e organizada pode contribuir com o processo de aquisição dos sistemas de conceitos científicos, o que modifica a estrutura do pensamento do indivíduo. Questão 3 – Questão 12 – ENADE 2014 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. É correto apenas o que se afirma em: a) I e IV. b) I e V. c) II, III e IV. d) I, II, III e V. e) II, III, IV e V. Questão 3 – Questão 12 – ENADE 2014 Didática Escolar. Teoria histórico-cultural vygotskyana. A Didática Escolar pode ser considerada, a grosso modo, como o procedimento no qual a teoria e a prática coincidem, unem-se e integram-se. Logo, a didática baliza o trabalho do professor, que deve ter presentes, em sua práxis, os aspectos como o domínio do conteúdo a ser ensinado, o saber ensinar e as relações situacionais que vão se apresentado ao longo das experiências docentes. Urbanetz; Melo (2008) indicam que o ato de ensinar deve estar fundamentado no diálogo entre os professores e os alunos, relação na qual o professor exerce o papel de mediador do conhecimento. Ao ato de ensinar, fundamentado nessas características, dá-se o nome de método dialético, que conta com alguns passos indicados por esses autores, mencionados a seguir: 1. Introdução teórica Prática social: deve-se tentar ensinar ao aluno com informações que ele já tenha, baseadas na prática social dele e do professor; Problematização: a partir do que o aluno já conhece, levantam-se as questões relativas ao problema proposto. É nesse ponto, que o aluno é estimulado a perguntar o porquê das coisas; Instrumentalização: nessa parte do andamento da atividade pedagógica, o professor disponibiliza instrumentos para o aluno resolver o problema proposto; Introdução teórica Catarse: ponto culminante do processo de aprendizagem, quando o aluno tem um insight e afirma “agora entendi”. Em cada aula dada, a catarse é o que o professor, de fato, busca; Prática social: após o “insight de entender a matéria”, é preciso que o conhecimento sirva para as práticas sociais às quais o aluno estará exposto, o que significa que é preciso trazer para o cotidiano do aluno o que foi aprendido e mostrar a ele o porquê de ter aprendido aquilo. Com base nas características apresentadas, é possível verificar que a didática é uma área do conhecimento que utiliza elementos do cotidiano escolar e das questões sociais, a fim de atualizar a prática docente, articulada a questões histórico- culturais, relevantes para a compreensão da realidade social e para a atuação crítica de todos os participantes do processo de ensinar/aprender. Intervalo. Introdução teórica 1.2. Teoria histórico-cultural: A teoria histórico-cultural tem as suas origens nos estudos do psicólogo russo Lev Semyonovich Vygotsky (1896-1934), que procurava entender a estagnação em que a psicologia se encontrava no início do século XX. Vygotsky desenvolveu estudos que demonstravam a mediação social no desenvolvimento das funções psicológicas superiores. De acordo com o que Oliveira (1997) preconiza, as premissas dessa nova abordagem são: As funções psicológicas têm um suporte biológico, já que são produtos da atividade cerebral; O funcionamento psicológico baseia-se nas relações sociais entre os indivíduos e o mundo exterior, e essas relações desenvolvem-se em um processo histórico; A relação homem/mundo é mediada por sistemas simbólicos. Introdução teórica Segundo Souza (2011), ao estudar a relação entre o pensamento e a linguagem, Vygotsky expressou divergências em relação aos esquemas propostos pelos behavioristas e por Piaget. Para os behavioristas, o desenvolvimento da linguagem passa pelo discurso oral e pelo murmúrio até atingir o discurso interior; para Piaget,do pensamento autístico para o discurso socializado. As conclusões a que Vygotsky chegou, mostraram que “a verdadeira trajetória de desenvolvimento do pensamento não se constrói no sentido do pensamento individual para o socializado, mas do pensamento socializado para o individual” (OLIVEIRA, 1997). Essa constatação permitiu a Vygotsky compreender que o pensamento não é formado com autonomia e independência, mas sob condições determinadas, sob a mediação dos signos e dos instrumentos culturais, que se apresentam histórica e socialmente disponíveis. Introdução teórica Assim, os “sistemas de representação da realidade”, entre eles a linguagem, estabelecem-se socialmente, o que faz com que o desenvolvimento cognitivo decorra do processo de internalização da interação social com o meio cultural do qual o indivíduo faz parte. Portanto, a apropriação da linguagem específica do meio sociocultural determina e molda os rumos do desenvolvimento individual. A interação social e a convivência com determinadas maneiras de agir, e determinados produtos culturais indicam que “os indivíduos vão construir seu sistema de signos, o qual consistirá numa espécie de ‘código’ para a decifração do mundo” (OLIVEIRA, 1997). Assim, ao ter o acesso à língua escrita, o indivíduo apropria-se das técnicas inerentes a esse instrumento cultural, modificando as suas funções mentais superiores. Ademais, a educação sistemática e organizada pode contribuir com o processo de aquisição dos sistemas de conceitos científicos, o que modifica a estrutura do pensamento do indivíduo. Introdução teórica I. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O método dialético na práxis pedagógica contribui com o processo de apropriação do conhecimento, que ocorre pela interação do sujeito com os aspectos históricos e culturais. II. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A apropriação crítica e histórica do conhecimento, na qual os processos didático-pedagógicos devem estar fundamentados, é um instrumento de compreensão da realidade social, condição necessária para que seja possível a transformação da sociedade. III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A Didática é uma área do conhecimento em constante aprimoramento, pois a prática docente deve ser atualizada de acordo com a realidade do cotidiano escolar e das questões sociais. Alternativa correta: E. 2. Análise das afirmativas Questão – 2 I. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De acordo com Vygotsky, “a verdadeira trajetória de desenvolvimento do pensamento não se constrói no sentido do pensamento individual para o socializado, mas do pensamento socializado para o individual” (OLIVEIRA, 1997). II. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Vygotsky desenvolveu os estudos que demonstram a mediação social no desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Ao acessar a língua escrita, o indivíduo apropria-se das técnicas inerentes a esse sistema simbólico-social, o que impacta as funções mentais superiores. 2. Análise das afirmativas Questão – 3 III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A apropriação da linguagem específica do meio sociocultural transforma os rumos do desenvolvimento individual. Antes, pressupunha-se que o aspecto individual era preponderante sobre os aspectos socioculturais e sócio-históricos. IV. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. De acordo com as ideias estudadas e defendidas por Vygotsky, o desenvolvimento das funções psíquicas superiores não deriva de funções existentes na pessoa. As funções psíquicas superiores dos indivíduos surgem e são desenvolvidas a partir das interações deles com o mundo que os cerca. 2. Análise das afirmativas Questão – 3 V. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De acordo com Vygotsky, o desenvolvimento intelectual das pessoas ocorre em função das interações sociais e das condições de vida. Assim, a educação sistemática e organizada, pode ter um efeito positivo na aquisição de conhecimentos e no aprimoramento intelectual do indivíduo. Alternativa correta: D. 2. Análise das afirmativas Questão – 3 OLIVEIRA, M. K. Vygotsky, aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997. SOUZA, G. V. Teoria histórico-cultural e aprendizagem contextualizada. In: Estudando Vygotsky, v. 2, fev. 2011. URBANETZ, S. T; MELO, A. Fundamentos da didática. Curitiba: Ibpex, 2008. VASCONCELLOS, C. S. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 2005. 3. Indicações bibliográficas INTERVALO Uma jornalista baiana passou pelo que classificou como “enorme constrangimento” ao tirar a foto para renovar o passaporte, em Salvador: agentes da Polícia Federal pediram que ela prendesse o cabelo estilo black power, pois o sistema não aceitava a imagem gerada. “Eu gosto do meu cabelo e, naquela foto, fiquei terrível”, disse. A jornalista descarta ter recebido qualquer tratamento racista dos funcionários do local, mas reclamou no Facebook: “essas coisas podem não ser intencionais, mas tudo, no fundo, tem um padrão que desvaloriza a estética que foge do convencional”. O delegado, chefe do setor, explicou que um cabelo de proporções maiores diminui o rosto do fotografado, e foi isso que o sistema impediu. “A gente concorda com ela que isso é inadmissível. O caso já foi passado para a nossa sede em Brasília, para sabermos que medidas podem ser adotadas”, afirmou. Fonte: Adaptado de: Diários Associados. Estado de Minas, 18 jul. 2014. Questão 3 – Questão 28 – ENADE 2014 Diversidade Cultural A notícia publicada no jornal abre um leque de possibilidades para o professor abordar o tema da diversidade cultural, por meio de práticas educativas que contemplem as questões históricas e as suas implicações na vida cotidiana. Nessa perspectiva, avalie as afirmativas a seguir: I. A temática da diversidade cultural é parte do currículo de História do Brasil, conforme preconiza a Lei n. 9.394/1996 (LDB), e, por estar relacionada a aspectos referentes a identidade nacional, portanto, a abordagem das temáticas correlatas deve restringir-se ao âmbito da referida disciplina; II. A abordagem disciplinar da diversidade cultural deve ser priorizada, buscando-se as associações com os conhecimentos não constantes do programa da disciplina; Questão 4 – Questão 28 – ENADE 2014 Diversidade Cultural III. A diversidade cultural é um tema a ser abordado na perspectiva da transversalidade, o que possibilita colocar em prática a relação entre as áreas dos conhecimentos em sua aplicabilidade transformadora dos fenômenos sociais e naturais; IV. A principal característica do trabalho com temas transversais é a condição de estabelecimento de relações entre as disciplinas, e a teoria e a prática; o sujeito e a sua produção de conhecimento; o conhecimento trabalhado em sala de aula e os conhecimentos não constantes dos programas escolares. Questão 4 – Questão 28 – ENADE 2014 Diversidade Cultural É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV. Questão 4 – Questão 28 – ENADE 2014 Diversidade Cultural A Lei n. 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996, estabelece, com relação à questão da diversidade cultural brasileira, o que segue: Art. 26-A. Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história, e da cultura afro-brasileira e indígena (redação dada pela Lei n. 11.645, de 2008); § 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira, e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suascontribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil (redação dada pela Lei n. 11.645, de 2008); 1. Introdução teórica A Lei n. 9.394/1996 e a diversidade cultural § 2º Os conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística, e de literatura e história brasileiras (redação dada pela Lei n. 11.645, de 2008). Recentemente, cresceram, nos principais debates sobre educação, as discussões em torno do conceito de cultura como construção sócio-histórica e o tema tem ganhado notoriedade em diversos espaços sociais, acadêmicos, midiáticos etc. Há um discurso frequente de tolerância, comumente confrontado com outro que se refere aos direitos civis, políticos, sociais e identitários, de reconhecimento e de respeito às diferenças. O trabalho com a diversidade cultural na escola deve ser realizado para que nasça a devida revisão de determinados padrões formativos, estéticos e, sobretudo, éticos. 1. Introdução teórica A Lei n. 9.394/1996 e a diversidade cultural Assim, a lei em questão preconiza que o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena deve acontecer no âmbito de todo o currículo escolar, não estando restrito somente a algumas disciplinas específicas. Esse trabalho, iniciado há quase duas décadas, é a chave para evitar os constrangimentos como os que a jornalista baiana do texto-base da questão viveu, pois, acredita-se na relação direta entre o conhecimento e a aceitação de diferentes padrões de beleza, e de comportamento. Pretende-se que o estudo seja capaz de superar a visão de mundo eurocêntrica, substituída por uma visão poli ou pluricêntrica. 1. Introdução teórica A Lei n. 9.394/1996 e a diversidade cultural I. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A temática da diversidade cultural é parte de todo o currículo, não se refere somente à disciplina de História. II. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A abordagem disciplinar da diversidade cultural não deve ser priorizada; deve-se priorizar a abordagem multidisciplinar da diversidade cultural brasileira. III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A diversidade cultural é, de fato, tema a ser abordado na perspectiva da transversalidade, visando à ação transformadora dos problemas sociais. 2. Análise das afirmativas IV. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os temas transversais não podem ser encarados como um conjunto de conhecimentos teóricos, desvinculados da realidade do aluno. Alternativa correta: C. 2. Análise das afirmativas BRASIL. Lei n. 9.394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 11 out. 2017. RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1995. SANTOMÉ, J. T. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, T. T. (Org.). Alienígenas em sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 1995. 3. Indicações bibliográficas Da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania, fundamentado no reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, decorre uma identificação dos mecanismos e dos processos de hierarquização, que operam na regulação e na produção de desigualdades. Essa problematização explicita os processos normativos de distinção dos alunos em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes do modelo tradicional de educação escolar. Fonte: Adaptado de: BRASIL. MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008, p. 6. As questões suscitadas no texto ratificam a necessidade de novas posturas docentes, de modo a atender a diversidade humana presente na escola. Nesse sentido, no que diz respeito ao seu fazer docente frente aos alunos, o professor deve: Questão 5 – Questão 35 – ENADE 2014 Direitos Humanos I. Desenvolver as atividades que valorizem o conhecimento historicamente elaborado pela humanidade e aplicar as avaliações criteriosas com o fim de aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos; II. Instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo o acesso às inovações tecnológicas; III. Planejar as ações pedagógicas extraescolares, visando ao convívio com a diversidade; selecionar e organizar os grupos, a fim de evitar conflitos; IV. Realizar as práticas avaliativas que evidenciem as habilidades e as competências dos alunos, instigando os esforços individuais para que cada um possa melhorar o desempenho escolar; V. Utilizar os recursos didáticos diversificados, que busquem atender à necessidade de todos e de cada um dos alunos, valorizando o respeito individual e o coletivo. Questão 5 – Questão 35 – ENADE 2014 Direitos Humanos É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) II e V. c) II, III e IV. d) I, II, IV e V. e) I, III, IV e V. Questão 5 – Questão 35 – ENADE 2014 Direitos Humanos Muito se fala em direitos humanos, cidadania e inclusão. Os discursos, sobretudo os de caráter político ou educacional, vêm sendo permeados por frases como “observação dos direitos humanos”, “construção da cidadania”, “exercício da cidadania”, “políticas de inclusão” etc. A educação precisa ser pensada em consonância com a garantia dos direitos humanos, com uma representação de sociedade que possa fortalecer a promoção desses direitos como dimensão ética. Trata-se de um movimento de saída “de si” e de encontro “com o outro”. 1. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva É necessário, portanto, entender o processo de interação social como algo permanentemente conflituoso e compreender os fatores que o fazem ser assim. Isso tende a colocar em xeque as forças diversas, às vezes antagônicas, bem como os próprios conceitos de “direitos humanos, cidadania e inclusão”, pois são conceitos que costumam ser interpretados sob uma ótica particular de determinado tipo de intervenção humana. Os processos normativos da distinção dos alunos, em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes do modelo tradicional de educação escolar, só podem ser extirpados, ou pelo menos dirimidos, com posturas docentes que atendam e valorizem a diversidade humana na escola. Para tanto, um professor pode utilizar, por exemplo, recursos didáticos diversificados, que atendam às necessidades de todos e de cada um dos alunos, a fim de valorizar o respeito individual e o coletivo. 1. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva Com relação àqueles que têm algum tipo de limitação, deficiência ou necessidade especial, o processo de inclusão escolar tem avançado no país, embora ainda haja muito por fazer. Historicamente, um dos maiores desafios para a plena inclusão social das pessoas com deficiência foi o acesso ao sistema regular de ensino, considerado insatisfatório, até, por muitos daqueles que não apresentam nenhuma necessidade especial. Durante um longo tempo, foi predominante a ideia de que as pessoas com alguma condição de deficiência deveriam frequentar, apenas, entidades especializadas e exclusivas para elas. Hoje, no entanto, não há dúvidas de que a convivência entre os diferentes, entre aqueles com e sem deficiência, é um processo positivo e benéfico para todos os envolvidos. 1. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva O tema da inclusão ainda levanta muita polêmica no Brasil. Embora a garantia legal ainda não possibilite que a inclusão escolar aconteça de forma integral ou sem dificuldades,o país conta com farta legislação a respeito do tema, que garante a todas as crianças e a todos os adolescentes com deficiência o acesso às salas de aula comuns, e criminaliza qualquer tentativa de negar, aos alunos com deficiência, a matrícula em escolas públicas e particulares (artigo 8º da Lei n. 7.853/89, artigo 208 da Constituição Federal e artigo 24 da Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência, só para mencionar alguns). Ainda existe a resistência por parte dos pais de alunos com deficiência, que rejeitam a ideia de matricular os seus filhos em escolas comuns, pois percebem e apontam as inúmeras debilidades do sistema regular de ensino. 1. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva O professor deve ser o elemento-chave que instiga os seus alunos e compartilha com eles, as informações e a busca do conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas quanto aos diversos posicionamentos dos alunos, promovendo indistintamente, por exemplo, o acesso às inovações tecnológicas, o debate, as discussões e a participação dos sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. 1. Introdução teórica Direitos humanos, cidadania e educação inclusiva I. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos não é, necessariamente, um dever do professor. Há outras formas de aferir o desempenho. Ademais, em nenhum trecho, a questão faz referência à avaliação. II. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De fato, instigar ou compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos posicionamentos dos alunos, e promover o acesso às inovações tecnológicas são desejáveis como tarefas do professor, tanto para os seus alunos sem deficiência quanto para aqueles que tenham alguma necessidade especial. III. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Propor as atividades extraescolares e evitar os conflitos são ações que estão fora do âmbito de atuação do professor. 2. Análise das alternativas IV. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A realização de práticas avaliativas não é o assunto da questão nem dos documentos estudados para este tema. V. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Utilizar os recursos didáticos diversificados, que busquem atender às necessidades de todos e de cada um dos alunos, e que valorizem o respeito individual e o coletivo é algo correto, que deve permear a prática docente. Alternativa correta: B. 2. Análise das alternativas AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. Campinas: Autores Associados, 1997. BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 2004. GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 3. Indicações bibliográficas INTERVALO As escolas brasileiras não têm um único jeito de ensinar sobre gênero e sexualidade; pesquisas evidenciam currículos, e práticas pedagógicas e de gestão marcadas pela discriminação. Distinções sexistas nas aulas, na chamada, nas filas de meninos e de meninas, nos uniformes, no tratamento e nas expectativas sobre alunos ou alunas, tolerância da violência verbal e, até, física entre os meninos, representações de homens e mulheres nos materiais didáticos, abordagem quase que, exclusivamente, biológica da sexualidade no livro didático, estigmatização referente à manifestação da sexualidade das adolescentes, perseguição sofrida por homossexuais, travestis e transexuais evidenciam o quanto a escola (já) ensina, em diferentes momentos e espaços, sobre masculinidade, feminilidade, sexo, afeto, conjugalidade, família. Fonte: Disponível em: http://www.spm.gov.br. Acesso em: 11 jul. 2017. Questão 6 – Questão 11 – ENADE 2017 Gênero e Sexualidade nas Escolas Nesse contexto, para construir uma prática pedagógica que promova as transformações no sentido da igualdade de gênero, a partir do respeito às diferenças, espera-se que a escola: a) Incorpore o conceito de gênero nos diferentes componentes do currículo de maneira transversal. b) Realize atividades em seu cotidiano que definam para as crianças o que é masculino e o que é feminino. c) Valha-se das diferenças sexuais naturais entre meninos e meninas, para conduzir a classe e manter a disciplina. Questão 6 – Questão 11 – ENADE 2017 Gênero e Sexualidade nas Escolas d) Refira-se à questão de gênero de forma tangencial, suficiente para promover a vivência menos intransigente e mais equânime, entre homens e mulheres. e) Reforce os modelos de comportamentos socialmente atribuídos a homens e mulheres, que formam um conjunto de representações sobre masculinidade e feminilidade. Questão 6 – Questão 11 – ENADE 2017 Gênero e Sexualidade nas Escolas Na sociedade atual, há a confusão e a desinformação sobre os conceitos e as distinções entre sexo, sexualidade e gênero. A grosso modo, o sexo é algo definido biologicamente. Seremos fêmeas ou machos, mulheres ou homens, conforme a informação genética levada pelo espermatozoide ao óvulo. A sexualidade, por sua vez, está relacionada às pessoas por quem sentimos atração e desejo sexual. Já o gênero tem relação com as características que costumam ser atribuídas, socialmente, a cada sexo. Hoje, as definições de heterossexualidade e de homossexualidade não são capazes de definir, com precisão, as diversas formas de desejo sexual/afetivo humano. Diversos estudos, como o de Miskolci (2017) e o de Butler (2003), indicam que a orientação sexual de cada pessoa é algo que se situa em algum ponto num amplo espectro entre esses dois polos hipotéticos. 1. Introdução teórica Sexo, sexualidade e gênero De acordo com Gomes (2013), a sexualidade humana é uma construção em vários aspectos. Trata-se de algo construído social, histórica e culturalmente, e que demanda uma constante reflexão, tendo em vista a vastidão dos referenciais que fortalecem a naturalização dos preconceitos de gênero, classe, etnia, diversidade cultural etc. Em nossas escolas, existem professores sem a formação acadêmica, para lidar com questões relacionadas à sexualidade, fato do qual advém parte das dificuldades de tratar as questões referentes ao tema, de forma clara e aberta. Outro aspecto importante e que ajuda a elucidar a origem das dificuldades que os temas da sexualidade e da igualdade de gêneros costumam suscitar nas instituições de ensino, está relacionado ao fato de que a escola foi incumbida, desde o seu início, de separar os indivíduos: ricos de pobres, meninos de meninas, adultos de crianças etc. 1. Introdução teórica Sexo, sexualidade e gênero Segundo Louro (1997), “a escola que nos foi legada pela sociedade ocidental moderna começou por separar adultos de crianças, católicos de protestantes; se fez diferente para os ricos e para os pobres, e, imediatamente, separou os meninos das meninas”. Além disso, e ainda conforme o mesmo autor, “surgiram regulamentos que serviam, na maioria das vezes, para ‘garantir’ – e também produzir – as diferenças entre os sujeitos”. De circunstâncias como as elencadas nos parágrafos anteriores é que deriva o fato de as escolas brasileiras não terem um único jeito de ensinar sobre gênero, sexualidade e respeito às diferenças, e de, na maioria dos casos, fazê-lo de forma inadequada, incompatível com a realidade atual e com as demandas da sociedade e dos indivíduos. 1. Introdução teórica Sexo, sexualidade e gênero Atualmente, o papel das escolas e do currículo escolar frente à sexualidade humana não pode ser outro senão o de combater estereótipos referentes ao gênero, à sexualidade, ao sexo, à reprodução humana, além de levar aos alunos o entendimento dos direitos humanos e do respeito às diferenças de qualquer natureza. É necessária, portanto, uma nova práxis, transformadora, capaz de desnaturalizar as discriminações e as ideiasequivocadamente pré-concebidas, pois a escola é o espaço privilegiado para o tratamento pedagógico dessas questões. 1. Introdução teórica Sexo, sexualidade e gênero a) Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Para construir uma prática pedagógica que promova as transformações, no sentido da igualdade de gênero a partir do respeito às diferenças, espera-se que a escola incorpore o conceito de gênero nos diferentes componentes do currículo de maneira transversal. b) Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Realizar atividades que definam para as crianças o que é masculino e o que é feminino não é condizente com uma prática pedagógica que busque promover as transformações. Historicamente, definir o que é masculino e o que é feminino tem sido o papel tradicional da escola. 2. Análise das alternativas c) Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Valer-se das diferenças sexuais naturais entre os meninos e as meninas para conduzir a classe e manter a disciplina não apresenta nada de transformador, não promove mudanças no sentido da igualdade de gênero nem do respeito às diferenças. d) Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Aludir à questão de gênero de forma tangencial não é suficiente para promover uma vivência menos intransigente e mais equânime entre os homens e as mulheres. É preciso que a escola trate os seus temas de maneira clara e direta, sem tangenciamentos. 2. Análise das alternativas e) Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Reafirmar padrões comportamentais atribuídos a homens e a mulheres, papel historicamente desempenhado por muitas escolas, ainda nos dias atuais, não contribui em nada para a construção de uma prática pedagógica que promova as transformações, no sentido da igualdade de gênero a partir do respeito às diferenças. 2. Análise das alternativas BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. GOMES, A. R. C. Gênero e sexualidade na escola. In: XI Congresso Nacional de Educação EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 2013. LOURO, G. L. A construção escolar das diferenças. Petrópolis: Vozes, 1997. MISKOLCI, R. Desejos digitais: uma análise sociológica por parceiros on-line. São Paulo: Autêntica, 2017. 3. Indicações bibliográficas A proposta que inspira os Projetos de Trabalho está vinculada à perspectiva do conhecimento globalizado e relacional. Essa modalidade de articulação dos conhecimentos escolares é uma forma de organizar a atividade de ensino e de aprendizagem, que implica em considerar que tais conhecimentos não se ordenam para a sua compreensão de uma forma rígida, nem em função de algumas referências disciplinares preestabelecidas ou de uma homogeneização dos alunos. A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares, em relação ao tratamento da informação, e à relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, e a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio. Fonte: Adaptado de: HERNANDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988. Questão 7 – Questão 15 – ENADE 2017 Pedagogia de projetos Considerando essa perspectiva da pedagogia de projetos, avalie as afirmativas: I. Essa modalidade foi criada com o intuito de organizar as práticas pedagógicas; II. No desenvolvimento da pedagogia de projetos, deve-se verificar que os componentes curriculares são adequados para aliar a teoria e a prática; III. O estudante é o sujeito central do processo de ensino-aprendizagem, e as suas hipóteses e experimentos devem ser considerados nesse processo; IV. A etapa mais importante da pedagogia de projetos é a de levantamento de dúvidas e a definição dos objetivos da aprendizagem. Questão 7 – Questão 15 – ENADE 2017 Pedagogia de projetos É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. Questão 7 – Questão 15 – ENADE 2017 Pedagogia de projetos A pedagogia de projetos é uma metodologia de trabalho educacional que objetiva organizar a construção dos conhecimentos em torno de metas, previamente definidas, entre os alunos e os professores, coletivamente. O projeto deve ser visto como um auxílio, um recurso, uma metodologia de trabalho, destinada a dar vida ao conteúdo, o que deixa a escola mais atraente aos olhos dos alunos e da comunidade. Atualmente, a escola objetiva formar cidadãos autônomos e participativos na sociedade. E, para conseguir formá-los, é necessário desenvolver nos alunos a autonomia, que deve ser despertada desde a Educação Infantil. A pedagogia de projetos é um dos instrumentos, de fácil operacionalização, para atingir tal objetivo. 1. Introdução teórica Pedagogia de projetos Um dos temas que vêm sendo discutidos no âmbito educacional atual é o trabalho por projetos. Mas qual projeto? O político-pedagógico da escola? O de sala de aula? O do professor? O dos alunos? O da biblioteca? Essa gama de projetos que circula, frequentemente, o ambiente do sistema de ensino, deixa o professor preocupado em saber como situar a sua prática pedagógica para propiciar aos alunos novas formas de aprender, que integrem as diferentes possibilidades nas atividades do espaço escolar. Na pedagogia de projetos, o aluno aprende com a sua própria produção, ou seja, no processo de produzir, de pesquisar, de levantar dúvidas e de criar relações que incentivem novas buscas, descobertas e reconstruções de conhecimento, ou seja, a problemática tratada deve ser significativa para o aluno. Portanto, dessa forma, o papel do professor deixa de ser aquele de protagonismo, ensinando, por mera transmissão de informações, para criar situações de aprendizagem. 1. Introdução teórica Pedagogia de projetos No trabalho com os projetos, cabe ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo, a partir das relações criadas nessas situações. Assim, a etapa primordial da pedagogia de projetos é a de levantamento de dúvidas e de definição dos objetivos da aprendizagem. Não obstante, para fazer a mediação pedagógica, o professor precisa acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, entender o seu caminho cognitivo e o seu universo afetivo, a sua história, a sua cultura, o seu cotidiano, o seu contexto de vida. O aluno é o pilar central do processo de ensino- aprendizagem, e as suas hipóteses e experimentos devem ser considerados nesse processo. Ademais, é fundamental que o professor tenha a clareza da sua intencionalidade pedagógica para saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, garantindo que os conceitos utilizados na realização do projeto sejam compreendidos, sistematizados e formalizados pelo aluno. 1. Introdução teórica Pedagogia de projetos Afinal, segundo Paulo Freire, “o trabalho do professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor consigo mesmo”. A pedagogia de projetos viabiliza um modo de aprender, baseado na integração entre os conteúdos das várias áreas do conhecimento e entre as diversas mídias disponíveis na escola. No entanto, esses novos desafios educacionais ainda não se enquadram na estrutura do sistema de ensino, que ainda costuma estar calcado em uma organização funcional e operacional, que dificulta o desenvolvimento de projetos que envolvam as ações interdisciplinares, como as aulas de apenas 50 minutos e uma grade curricular sequencial. É necessário pensar em uma aprendizagem que extrapole o tempo da aula, e o espaço físico da sala de aula e da escola. 1. Introdução teórica Pedagogia de projetos Nessa perspectiva de integração entre as diferentes mídiase conteúdos, a pedagogia de projetos abrange a inter-relação de conceitos e de princípios que, sem o devido entendimento, podem fragilizar qualquer iniciativa de melhoria de qualidade de ensino e de mudança da prática do professor. Por fim, um projeto implica antecipar algo desejável que ainda não foi realizado, traz a ideia de pensar uma realidade que ainda não aconteceu. O processo de projetar, implica analisar o presente como uma fonte de possibilidades, algo próprio da atividade humana, de sua forma de pensar em algo que deseja tornar real; portanto, o sentido da ação não pode ser separado da ideia de projeção. 1. Introdução teórica Pedagogia de projetos I. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A pedagogia de projetos foi criada com o intuito de romper com as práticas educacionais tradicionais, não para organizar as práticas pedagógicas já estabelecidas. II. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No desenvolvimento da pedagogia de projetos, os componentes curriculares, considerados “estanques” e representantes de práticas pedagógicas com as quais o professor quer romper, têm pouca ou nenhuma importância. III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Nessa concepção, o estudante deve ter o protagonismo, isto é, ser o sujeito central do processo de ensino-aprendizagem. Consequentemente, as suas hipóteses e os seus experimentos devem ser considerados. 2. Análise das afirmativas IV. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A etapa mais importante da pedagogia de projetos é, realmente, a de levantamento de dúvidas e a da definição dos objetivos da aprendizagem. Essa é a etapa primordial que guiará todo o processo. Alternativa correta: C. 2. Análise das afirmativas ALMEIDA, M. E. B. de. Como se trabalha com projetos (entrevista). Revista TV ESCOLA. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, n. 22, março/abril, 2002. PRADO, M. E. B. B. Pedagogia de projetos. Disponível em: http://www.eadconsultoria.com.br/matapoio/biblioteca/textos_pdf/texto18.pdf. Acesso em: 31 ago. 2018. 3. Indicações bibliográficas ATÉ A PRÓXIMA!
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