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PSICOFARMACOLOGIA II

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Psicofarmacologia II – 6º semestre
Docente: Fernanda Coutinho de Almeida
20/08/2020 – 1ª AULA
- Apresentação do plano de ensino.
- Prova dia 24/9 em horário de aula (das 8h às 9h40).
FARMACOLOGIA DAS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS: PARKINSON E ALZHEIMER
- Tratamento da doença de Parkinson - antiparkinsonianos: distúrbio neurológico (diminuição de neurônios) progressivo do movimento muscular; causa idiopática (não sabe a causa específica, são várias); pode ocorrer após AVC, infecção viral, induzida por fármacos antipsicóticos.
- Bradicinesia (redução dos movimentos)/Acinesia (perda do movimento); Rigidez; Tremor de repouso; Anormalidades posturais.
- Doença de Parkinson e Dopamina: caracterizada pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos, localizados em uma região encefálica denominada substância negra (responsável pelo controle dos movimentos voluntários); Ocorre, portanto, uma diminuição na produção de dopamina – tratamento em torno da dopamina.
- Dopamina (DA): neurotransmissor da classe das Catecolaminas; atua sobre diferentes tipos de receptores (D1 ou D2); a presença de dopamina favorece os movimentos voluntários.
- Tratamento da doença de Parkinson: os medicamentos tratam os sintomas da doença, mas não alteram o processo degenerativo (tratamento); melhoram a qualidade de vida do paciente; retardam o progresso da doença (importância do diagnóstico cedo); fisioterapia e a terapia ocupacional são importantes para o tratamento.
= Precursor da DA; Agonistas dos receptores de DA; Inibidores da degradação de DA.
* PRECURSOR DA DA – substância (molécula) que dá origem à DA; Levodopa (convertida em DA no SNC).
* Levodopa ou L-DOPA: no SNC a levodopa é convertida em dopamina; aumenta os níveis de DA; utilizada em associação com carbidopa (evita o surgimento de efeitos indesejáveis – principalmente gastrointestinais).
* Efeitos adversos: discinesias (movimentos involuntários principalmente da cabeça e do tronco); gastrointestinais (anorexia, náusea, vômito) – quando é administrada em associação com carbidopa, os efeitos gastrointestinais são menos frequentes; cardiovasculares (arritmias cardíacas e hipotensão postural, ao levantar p. ex.); efeitos adversos comportamentais: depressão, ansiedade, agitação, insônia, sonolência, confusão, delírios, alucinações, pesadelos, euforia.
* AGONISTAS DOS RECEPTORES DE DA – se ligar no/ativar o receptor de DA, gerando reações químicas e, consequentemente, causando efeitos semelhantes.
* Agonistas dopaminérgicos: pramipexol, bromocriptina e ropinirol; atuam nos receptores de DA; podem ser utilizados em associação com levodopa e outros fármacos.
* Efeitos adversos: sedação, confusão, alucinações, náusea e hipotensão.
* INIBIDORES DA DEGRADAÇÃO DE DA – não aumenta os níveis e nem age no receptor; inibir a destruição de DA e promover a reutilização (mais tempo na fenda sináptica).
* Inibidores da MAO-B: seleginina e rasagilina; diminuem a degradação da dopamina, portanto ela fica mais tempo na fenda sináptica; seleginina tem como metabólito a anfetamina, que pode causar insônia e ansiedade; rasagilina (substituição da seleginina) não produz metabólitos tóxicos; podem ser utilizadas em associação com Levodopa.
03/09/2020 – 2ª AULA
- Tratamento da doença de Alzheimer (paliativo – sem cura – retardar a progressão da doença)
- Doença de Alzheimer: caracterizada por perda progressiva de memória (inicia-se com perda da memória recente); alterações cognitivas e comportamentais; perda sináptica e perda neuronal nas regiões do cérebro responsáveis pelas funções cognitivas (memória, p. ex.).
- Fisiologicamente: neurônios começam a produzir emaranhados neurofibrilares (rede bagunçada – são tóxicos para os neurônios) e placa amiloide (acúmulo de proteína entre os neurônios – gera toxicidade para os neurônios também, levando à perda neuronal).
- Alzheimer e acetilcolina: na doença ocorre degeneração dos neurônios colinérgicos; diminuição da acetilcolina; a disfunção colinérgica está associada aos déficits cognitivos, neuropsiquiátricos e funcionais.
- Tratamento: Rivastigmina, Donepezila e Galantamina – inibidores da acetilcolinesterase: inibem a enzina acetilcolinesterase (AChE); responsável pela degradação da acetilcolina (ACh) na fenda sináptica; essa inibição leva ao acúmulo de ACh, visto que ela não pode mais ser destruída pela acetilcolinesterase. Efeitos adversos: insônia, tontura, cefaleia, dor abdominal, náusea, vômito, diarreia e anorexia.
Memantina – antagonista de NMDA: NMDA é um receptor do neurotransmissor glutamato; na doença de Alzheimer ocorre liberação exagerada de glutamato – o NMDA está constantemente ativado, causando lesões nos neurônios; Memantina bloqueia o receptor NMDA, diminuindo lesões nos neurônios. Efeitos adversos: cefaleia, dispneia (dificuldade de respirar), constipação, tontura.
- Transtorno Afetivo Bipolar (TAB): transtorno de humor; caracterizado pela alternância de episódios de depressão, mania ou hipomania; doença crônica.
- Estabilizadores de humor (LÍTIO E ANTICONVULSIVANTES que podem ser associados a antipsicóticos [risperidona é o 1º]): utilizados para controlar as oscilações do humor: lítio, ácido valproico, carbamazepina, antipsicóticos, anticonvulsivantes... ANOTAR OS OUTROS – não pode usar antidepressivos, pois levam a pessoa a ficar na fase maníaca, caso tenha pré-disposição.
- Carbonato de Lítio: principal utilizado no tratamento, principalmente nas fases de mania. Aumento da síntese e liberação de serotonina. Efeitos adversos: aumento do volume de urina, boca seca, diarreia, dor de cabeça, falta de apetite, náuseas, hipotensão, sonolência, tontura, fraqueza generalizada, alteração das funções da tireoide (hipotireoidismo, bócio), alteração da função renal. Riscos: apresenta uma janela terapêutica estreita (qualquer alteração na dose pode ultrapassar a concentração máxima, podendo ser tóxica – concentração mínima e máxima bem próximas), intoxicação aguda pelo lítio: náuseas, vômitos, diarreia, insuficiência renal, disfunção neuromuscular, ataxia, tremor, confusão, delírio e convulsões – tratamento pode exigir diálise.
- Anticonvulsivantes (ácido valproico, carbamazepina e lamotrigina): diminuem a excitabilidade do SNC; utilizados para o tratamento da mania; apenas lamotrigina tem efeito sobre o humor depressivo.
- Antipsicóticos: são melhores para tratar sintomas maníacos, psicóticos; são utilizados quando há falha com os outros tratamentos; dar preferência aos que não ocasionam sintomas extrapiramidais (SEP), ou seja, preferência para os atípicos em vez dos típicos.

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