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APG 11 - Insuficiência venosa crônica

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APG 11 – Insuficiência Venosa Crônica 
1-Classificar a insuficiência venosa crônica 
2-Compreender a fisiopatologia, manifestação clinicas, etiologia, epidemiologia e fatores de 
risco 
3-Entender o diagnóstico, tratamento e complicações da insuficiência venosa crônica. 
 
Classificação da insuficiência venosa crônica 
•O termo insuficiência venosa se refere às consequências fisiológicas de uma trombose venosa 
profunda, incompetência valvar ou da combinação das duas condições. 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia e Etiologia 
• A causa mais comum é TVP, que provoca deformidades das válvulas, tornando-as incapazes 
de fechamento. 
• Quando ocorre incompetência valvular, o fluxo efetivo unidirecional do sangue e o 
esvaziamento das veias profundas não acontecem. 
• As bombas musculares também são ineficazes, muitas vezes conduzindo o sangue em 
direção retrógrada. 
• Uma falha secundária nas veias comunicantes e superficiais submete os tecidos subcutâneos 
a altas pressões. 
•Processos inflamatórios e disfunção endotelial 
 
Manifestações Clínicas 
• Nos casos de insuficiência venosa, os sinais e sintomas estão associados ao 
comprometimento do fluxo sanguíneo. 
• Ao contrário da isquemia causada por insuficiência arterial, a insuficiência venosa resulta na 
congestão dos tecidos, edema, e, por fim, insuficiência nutricional dos tecidos. 
• A sintomatologia é mais acentuada no final do dia, após a atividade rotineira do dia. Sendo 
que pela manhã os sintomas são ausentes ou muito discretos. 
 
•Temperaturas ambientes mais elevadas levam a uma exacerbação da sintomatologia, 
havendo nítida piora durante o verão. 
 
•A ação hormonal também influencia no quadro, com maior número de queixas durante o 
período pré-menstrual e na vigência de tratamento de reposição hormonal ou uso de 
contraceptivos orais. 
 
•História pregressa de traumas, repouso prolongado, imobilização por aparelho gessado, 
cirurgias anteriores devem ser estabelecidas, tendo-se em mente a possibilidade de uma 
trombose venosa profunda silenciosa anterior. 
 
•História familiar de varizes, episódios de TVP e úlceras também deve ser pesquisada. 
 
•Comprometimento estético: queixa frequente pelas mulheres, deve ser avaliada com cuidado 
e valorizada. 
Dor ou sensação de peso e cansaço nos membros inferiores: geral-mente vespertina, após 
período de atividade em ortostatismo, apresentando melhora com o repouso e elevação da 
extremidade ou com a deambulação 
 
• O edema é exacerbado por longos períodos de pé. 
• Ocorre necrose dos depósitos de gordura subcutânea, seguida de atrofia cutânea. 
• É comum a observação da pigmentação castanha da pele, causada por depósitos de 
hemossiderina resultantes da destruição das hemácias. 
• Desenvolve-se insuficiência linfática secundária, com esclerose progressiva dos canais 
linfáticos em face do aumento da demanda para a eliminação do líquido intersticial. 
• Em casos avançados de insuficiência venosa, o comprometimento da nutrição tissular 
provoca dermatite de estase e o desenvolvimento de úlceras de estase ou úlceras venosas. 
• A dermatite de estase se caracteriza por pele fina, brilhante, de coloração branco-azulada, 
com pigmentação irregular e descamação, pela falta de suporte dos tecidos subcutâneos 
subjacentes. 
• Pequenas lesões resultam em ulcerações relativamente indolores, porém de difícil 
cicatrização. 
• A perna é particularmente propensa ao desenvolvimento de dermatite de estase e úlceras 
venosas. 
• A maioria das lesões se localiza medialmente o tornozelo e na perna, com maior frequência 
um pouco acima do maléolo medial. 
• Outras causas comuns de úlceras dos membros inferiores são a insuficiência arterial, 
neuropatia (muitas vezes devido ao diabetes) e úlceras de pressão. 
• Pessoas com insuficiência venosa de longa data também podem sofrer enrijecimento da 
articulação do tornozelo e perda de massa e força muscular. 
 
 
 
 
Dermatite e úlcera de estase 
• Dermatite e úlceras de estase, ou simplesmente dermatite de estase, é uma inflamação na 
pele causada por acúmulo de sangue nas veias das pernas. 
• No interior das veias da perna há válvulas que fazem com que o sangue flua em apenas uma 
direção, para o coração. Contudo, essas válvulas vão se enfraquecendo conforme a pessoa 
envelhece, o que permite que o sangue acabe fluindo na direção contrária e se emposse nos 
pés ou pernas. Essa situação e chamada de insuficiência venosa ou estase venosa, o que leva 
a uma inflamação no local, que é a dermatite ou úlcera de estase. 
• A princípio, a pele fica pruriginosa, vermelha, escamosa e espessa, geralmente nas canelas. 
• Algumas zonas da pele podem se romper e acabar formando uma ferida aberta (úlcera). 
• As úlceras, às vezes, se tornam infectadas com bactérias, causando celulite (uma infecção 
bacteriana da pele) e são, geralmente, dolorosas. 
Estase Venosa 
• O paciente em repouso fica com a musculatura relaxada, permitindo um maior volume 
sanguíneo acumulado nos membros inferiores, além da própria dilatação da parede venosa. 
• Estes itens, associados à redução do débito cardíaco no repouso e a não utilização dos 
mecanismos de retorno venoso da contração da panturrilha, causam uma queda da 
velocidade de fluxo local e consequente instalação da estase sanguínea local. 
• O risco de trombose venosa profunda é maior em situações em que a função cardíaca está 
comprometida. 
• A diminuição de fluxo causaria uma alteração do fluxo laminar local nas veias, em especial 
nas válvulas venosas, criando um turbilhonamento de sangue neste local. 
• Este turbilhonamento local nos seios valvulares causando um acúmulo de hemácias e 
plaquetas que, em condições normais, seria "lavado" pelo fluxo venoso. 
• A estase promovida pelo repouso prolongado é responsável pela ativação da agregação 
plaquetária e, consequentemente, pela ativação da cascata de coagulação neste local. 
• Este mecanismo causaria uma rede de fibrina que, por sua vez, seria responsável pelo 
aprisionamento de hemácias nos seios das válvulas venosas e, através da agregação 
plaquetária local com liberação de ADP e tromboxano A2, causaria progressão da coagulação 
local e do trombo na luz do vaso. 
• Há também uma teoria que preconiza que o turbilhonmento sanguíneo na região mais 
profunda do seio valvular, além de permitir maior agregação de hemácias e plaquetas pelo 
baixo fluxo, também causaria uma hipóxia do tecido com consequente lesão endotelial. 
Lesão Endotelial 
• A lesão endotelial é trombogênica pela própria ativação da cascata da coagulação. 
• O endotelio vascular não é somente uma camada celular em contato com a luz, mas também 
um tecido biológico ativo que, em condições normais, impede a formação de trombos, 
mantendo o sangue em sua forma liquida através da produção de óxido nítrico (NO), 
prostaglandina I2 (prostaciclina), ADP-defosfatase. 
• Essas substâncias impedem a adesão plaquetária local ao inativar os receptores da plaqueta 
(NO e prostaciclina) e causar quebra do ADP (ADP-defosfatase). 
• Além disso, o endotélio impede a adesão plaquetária, uma vez que constitui uma barreira 
entre o sangue e a matriz extracelular. 
• O endotélio vascular em condições normais não apenas mantém as plaquetas inativas, 
impedindo a adesão e agregação, mas também evita a coagulação local ao impedir a presença 
de fatores pró-coagulantes ativados. 
Claudicação venosa: 
•é caracterizada por dor acentuada durante o exercício, indicando obstrução ao retorno 
venoso. É um sintoma raro em pacientes com varizes não complicadas. 
 
Cãibras: 
•podem ocorrer em portadores de insuficiência venosa crônica, à noite, após períodos 
prolongados de ortostatismo. Podem ser ocasionadas, também, por múltiplos outros fatores, 
não sendo um sintoma típico. 
 
Edema: 
•perceptível ao final do dia, aumentando com o calor, em região perimaleolar. Pode assumir 
características mais severas com comprometimento de pé e perna, cedendo somenteapós 
repouso prolongado e retornando rapidamente com o ortostatismo, indi-cando um maior 
comprometimento do sistema venoso e hipotrofia da bomba muscular da panturrilha. 
 
Hiperpigmentação: 
•ocorre na hipertensão venosa prolongada em que o extravasamento de hemácias e a 
subsequente degra-dação da hemoglobina em hemossiderina promovem uma pig-mentação 
definitiva da pele que tende a se acentuar com o evo-luir da hipertensão venosa. Seu 
aparecimento se dá nas áreas em que os efeitos da hipertensão venosa são mais acentuados, 
ou seja, região maleolar e terço distal da perna, sendo também conhecida por 
hiperpigmentação em botas ou dermatite ocre. Pode ocorrer também em forma linear sobre 
trajeto venoso sub-cutâneo, após episódio de trombose venosa superficial 
Dermatite: 
•localiza-se frequentemente sobre trajeto venoso vari-coso ou no terço inferior de perna, 
apresentando-se com área de eczema seco e descamativo ou úmido e vesicular, levando a 
risco acentuado de ulceração subsequente. O uso de medicação tópica ou contensão elástica 
pode desencadear quadros de dermatite de contato. 
Lipodermatoesclerose: 
•ocasionada pela hipertensão venosa de longa duração, leva a um quadro irreversível de 
fibrose da pele e tecido subcutâneo, podendo-se apresentar de forma aguda com dolorimento 
e aumento da temperatura local com área de hi-peremia, não apresentando, contudo, 
enfartamento ganglionar, leucocitose ou febre, fatores que determinam o diagnóstico dife-
rencial com quadros de erisipela ou na forma pele fina, rígida, brilhante, com colo-ração 
acastanhada sobre subcutâneo endurecido. 
Atrofia branca: 
•constituída por áreas de tecido cicatricial com milí-metros de diâmetro que surgem 
espontaneamente não tendo havi-do ulceração pregressa. Corresponde a áreas desprovidas 
de capila-res em razão de trombose dos mesmos. São deprimidas, com pele fina, podendo 
coalescer e se ulcerar espontaneamente 
Úlcera venosa: 
•corresponde à evolução máxima da hipertensão venosa, localizada, inicialmente, próxima ao 
maléolo medial com evolução progressiva, podendo acometer toda a circunferência da perna. 
O formato pode ser circular, oval ou polilobular, sendo que o tamanho varia desde poucos 
milímetros a alguns centímetros, com base de tecido necrótico, podendo ser francamente 
purulenta nos casos com infecção ou com tecido de granulação dependendo do estágio 
evolutivo e condições que se encontrar. As margens podem ser finas margeadas por 
epitelização ou grossas e elevadas, tradu-zindo a tendência ou não à cicatrização 
 
•Embora não faça parte da classificação clínica CEAP, a erisipela é uma complicação frequente 
da IVC. O edema de longa duração rico em proteínas é com frequência sede de infecção, 
principalmente por germes gram-positivos, em geral estreptococos beta-hemolíticos e 
estafilococos, que penetram a pele pela própria úlcera venosa por meio de pequenas 
escoriações, ferimentos, picadas de inseto etc., levando à infecção de pele e do tecido celular 
subcutâneo (celulite) e da vasta rede linfática subcutânea 
Manifestações clínicas. 
 Assintomático (primária). 
 Dor; sensação latejamento, peso e pressão nas pernas; câimbras, queimação, prurido, 
congestão tecidual, edema, dermatite e ulceração da pele. 
 Insuficiência linfática secundária com esclerose linfática progressiva (drenagem 
intersticial). 
 Enrijecimento articular, perca de massa e força musculares. 
 
 
Complicações. 
 Ruptura vascular e hemorragia (varizes esofagianas). 
 Necrose dos depósitos de gordura subcutânea e atrofia cutânea. 
 Dermatite: pele fina e brilhante, marrom-azulada (pigmentação irregular), descamação e 
sem suporte de tecidos subcutâneos adjacentes. 
 Úlceras: indolores mas de difícil cicatrização, medialmente acima do tornozelo. 
 
 
Diagnóstico 
•Uma IVC de membros inferiores deve ser suspeitada diante da presença, isolada ou associada, 
de um dos seguintes sinais: veias varicosas, edema, mais frequente na perna e desencadeado 
ou agravado por ortostatismo prolongado, distúrbios tróficos, tais como dermite ocre, 
eczema, angiodermite purpúrica, celulite endurativa, hipodermite ou 
dermatosclerose, atrofie blanche (atrofia branca), crises de erisipela e úlcera de estase, de 
localização mais comum na face interna do terço inferior da perna. A confirmação dessa 
hipótese é feita por meio de exame clínico e métodos complementares de diagnóstico. 
•Basicamente, o exame clínico e os testes complementares de diagnóstico têm como objetivo 
esclarecer se a IVC resulta de refluxo, obstrução ou de ambos os processos associados. Para 
isso, procura-se localizar o sítio das alterações anatômicas e identificar o refluxo e/ou 
obstrução. 
Doppler ultrassom de ondas contínuas: permite analisar o movimento dos órgãos e o fluxo 
sanguíneo em tempo real. 
Mapeamento Dúplex (eco-Doppler): O mapeamento em cores (eco-Doppler colorido) 
possibilita a visão instantânea do fluxo e sua direção. 
Plestimografia: Medir e documentar o grau de comprometimento dos sistemas venosos, 
superficial e profundo, quantificando-o e, desse modo, prevendo os efeitos hemodinâmicos 
de cirurgia do sistema venoso superficial 
 
Tratamento 
•O primeiro passo, portanto, é esclarecer ao paciente com IVC sobre a natureza da sua afecção 
e conscientizá-lo da importância das seguintes medidas: 
•Evitar a imobilidade dos membros inferiores. Tanto o ortostatismo quanto a posição 
assentada prolongados são prejudiciais 
•Não usar vestes que dificultem o retorno venoso 
•Evitar o uso de sapatos sem saltos ou de saltos demasiadamente altos, uma vez que 
impedem a ação hemocinética da bomba muscular da panturrilha e da rede venosa plantar 
•Combater a obesidade 
•Fazer breves repousos com os membros inferiores elevados, não colocando almofadas ou 
travesseiros sob os joelhos, a fim de não comprimir os troncos venosos aí localizados 
•Corrigir alterações do aparelho locomotor: alterações do arco plantar, as artroses e a rigidez 
da articulação do tornozelo, frequentes na IVC grave 
•Praticar exercícios físicos: 
- Na natação e na hidroginástica, a ação da pressão hidrostática e a diminuição do efeito da 
gravidade na água favorecem o retorno venoso 
- As caminhadas são muito úteis, pois os movimentos de flexão dorsal e plantar do pé 
movimentam a articulação tibiotársica, estimulando o fluxo de retorno por ação da bomba 
muscular da panturrilha 
- Os exercícios como a ginástica aeróbica, a bicicleta, a musculação e a dança de salão 
favorecem o retorno venoso por ativação dessa bomba muscular, porém, não devem ser 
impactantes ou com carga excessiva 
- É apropriado que as atividades físicas sejam regulares, no mínimo, 3 vezes/semana, evitando 
os exercícios de “fim de semana” que, como se sabe, causam lesões musculares 
- Os exercícios pouco indicados são: a maratona, o fisiculturismo (halterofilismo), o jump, o 
voleibol, o basquetebol, o tênis, o squash, a canoagem, o hipismo, a ginástica aeróbica de alto 
impacto e o futebol, uma vez que agravam a doença venosa em virtude do esforço estático, 
ou por não ativarem harmonicamente os mecanismos de retorno venoso dos membros 
inferiores. 
Tratamento compressivo 
O principal objetivo da compressão é contrabalançar as pressões intravasculares, em 
sinergismo com o movimento muscular da panturrilha. Para que sejam alcançados os efeitos 
desejados, a compressão deve ser adaptada a cada condição patológica. 
Material inelástico. A bota de Unna é uma bandagem constituída de uma pasta à base de 
óxido de zinco a 10%, glicerina, água destilada, gelatina e atadura de gaze que cria um molde 
semissólido para a realização da compressão externa eficiente, e sua versão modificada, 
menos rígida, é chamada de atadura de pequeno estiramento. Essas ataduras inelásticas criam 
alta pressão com a contração muscular durante a deambulação e a pequena pressão ao 
repouso. 
A bota de Unna é indicada no tratamento das grandes úlceras. Uma de suas vantagens é 
possibilitara deambulação do paciente e facilitar o funcionamento da bomba muscular da 
panturrilha. 
Faixas ou ataduras elásticas. As faixas ou ataduras elásticas são indicadas para compreensão 
a curto prazo e visam a uma compressão adequada, decrescente no sentido distoproximal. 
Seu uso é recomendado como tratamento compressivo inicial de edemas crônicos reservando 
as meias para manutenção dos resultados obtidos. Contraindicado para insuficiência arterial 
a partir do grau 2 de Fontaine. 
Meias elásticas. As meias elásticas são indicadas quando há necessidade de uma compressão 
a médio ou longo prazo em virtude de seu custo mais elevado. 
Em primeiro lugar, é importante que a compressão seja iniciada pela manhã, colocando-se a 
meia ao se levantar, retirando-a à noite, ao se deitar. A meia deve ter elasticidade nos dois 
sentidos, comprimento e largura, e, ao calçá-la, deve-se evitar zonas de estrangulamento, de 
ocorrência mais frequente com meias curtas, em virtude de o tecido ser mais rígido em sua 
terminação superior. O calcanhar precisa ser fechado para possibilitar melhor compressão das 
regiões retromaleolares. O grau de compressão e a altura da meia dependem da natureza da 
flebopatia e de sua extensão no membro. 
As meias podem ser curtas (abaixo do joelho), longas (meia-coxa, com ou sem cinta e meia-
calça), para antitromboembolismo (curtas e longas) e meia-calça para gestantes. Quanto ao 
tamanho, podem ser pequenas, médias ou grandes. O dado mais importante, no entanto, é 
seu grau de compressão. No mercado brasileiro, as compressões mais comumente 
encontradas variam de 15 a 40 mmHg. Algumas marcas fabricam meias de 50 mmHg, 
indicadas para situações que exigem compressão mais forte. 
Medicamento venoativas 
As medicações flebotônicas são utilizadas a muitas décadas, mas não de forma uniforme em 
todos os países. Apesar desse histórico, ainda são fonte frequente de debate quanto a sua 
utilidade e eficácia. Apesar da grande quantidade de compostos químicos a origem de muitas 
é comum, podendo ser divididas em naturais (alfa ou gama benzopironas, escinas) e sintéticas 
(dobesilato de cálcio e aminaftona). A ação destas drogas inclui a diminuição da 
permeabilidade capilar, efeito linfocinético, menor apoptose das células endoteliais e uma 
ação anti-inflamatória por diminuição da adesividade de células de defesa. Apesar dos 
inúmeros estudos existentes a respeito do tema, muitos apresentam problemas na seleção 
dos grupos, randomização ou avaliação do desfecho final. Atualmente as drogas venoativas 
ou flebotônicas não podem ser consideradas um tratamento no sentido da cura ou mudança 
da evolução natural da doença, porem, os estudos disponíveis, incluindo metanálises indicam 
que pelo menos em dois pontos a utilização dos flebotônicos pode contribuir no tratamento 
da doença venosa, são eles a diminuição do edema e o controle dos sintomas relacionados a 
presença da insuficiência venosa crônica em seus diversos graus de apresentação clínica 
Escleroterapia 
O procedimento escleroterápico consiste na injeção de determinada substancia irritante ao 
endotélio vascular na luz de uma veia doente, incluindo veias tronculares com refluxo, varizes 
tributárias, veias reticulares e telangectasias. Várias substancias tem sido utilizadas com esse 
propósito (solução salina hipertônica, glicose hipertônica, glicerina cromada, oleato de 
monoetanolamina, polidocanol, álcool, entre outros) podendo ser divididos em irritantes 
diretos (desnaturantes de proteínas) ou desidratantes do endotélio (soluções hipertônicas), 
podendo ser injetados em forma líquida ou na forma de espuma e em diversas concentrações 
e volumes, dependendo do vaso alvo a ser tratado. Apesar de representar um método seguro, 
a Escleroterapia não é isenta de riscos que incluem complicações locais como 
hiperpigmentação, necrose de pele e matting, mas também sistêmicas como reações 
alérgicas, cefaleia, distúrbios visuais trombose venosa profunda, embolia pulmonar ou 
cerebral e morte, sendo assim recomendável ser realizada por médico com competência e 
conhecimento para diminuir e lidar com tais efeitos adversos. Não existem muitos estudos 
comparativos entre as substancias utilizadas, mas revisões sobre este tópico não 
demonstraram superioridade de algum esclerosante sobre outro, mas de forma geral para 
vasos menores utiliza-se esclerosantes em pequeno volume e em baixas concentrações e a 
medida que o calibre e a extensão dos vasos cresce, aumenta-se proporcionalmente a 
potencia e volume do esclerosante. Apesar de ser considerado um método seguro, de fácil 
execução, de baixo custo e ambulatorial, existe um alto índice de recorrência, em especial em 
veias tronculares de grande calibre, podendo atingir 90% em seis anos. Por outro lado se 
presta muito bem como alternativa a um novo procedimento mais invasivo no caso de veias 
residuais ou recidivadas em curto prazo após um tratamento cirúrgico ou por termoablação. 
Para veias de maior calibre (acima de 5 a 7 mm), a injeção em forma de espuma, geralmente 
guiada por ultrassom, tem-se demonstrado mais eficiente, porem não foi possível demonstrar 
a mesma superioridade em veias de menor calibre como reticulares e telangectasias1. 
Comparado com a cirurgia convencional, a Escleroterapia com espuma se mostrou menos 
eficiente devido as maiores taxas de insucesso primário e recidiva em curto e médio prazo. 
Laser transdérmico 
O laser transdérmico pode ser uma alternativa em casos específicos (alergia ao esclerosante, 
fobia a agulhas, matting e falha na escleroterapia) no tratamento de telangectasias e veias 
reticulares dos membros inferiores, entretanto vem se mostrando constantemente menos 
eficiente que a escleroterapia, necessitando mais sessões para alcançar o resultado esperado 
e com um custo maior. 
Tumescência perivenosa 
A injeção de líquido, geralmente solução fisiológica que pode ser associada a outros agentes 
como anestésicos, corticoide, bicarbonato e adrenérgicos, tem por finalidade primária 
fornecer uma barreira a dissipação da energia térmica para as estruturas adjacentes às veias 
como pele e nervos, mais comumente. Secundariamente, ajuda a comprimir a veia alvo 
melhorando o contato da mesma com os diferentes dispositivos, ou causar espasmo de suas 
tributárias diminuindo os hematomas e dor pós procedimento. Indicada nos procedimentos 
que utilizam energia térmica, pode ser dispensada nos métodos que utilizam colas e na 
ablação mecanoquímica (MOCA) 
 
Termoablação endovenosa com laser (EVLA) ou radiofrequência (RFA) 
Estas são as mais utilizadas técnicas de tratamento das veias tronculares por acesso 
endovascular. Os passos são muito semelhantes e incluem cateterização venosa distal guiada 
por ultrassom, posicionamento da fibra alguns centímetros distal a junção safeno femoral, 
geralmente preservando a tributária mais superior (veia epigástrica superficial), tumescência 
perivenosa e ablação por retração da fibra utilizada. O índice de sucesso imediato por estas 
técnicas é muito alto, próximo a 100%, e permanece alto no médio prazo, entre 77 e 99% em 
1 ano. Não foi observada diferença estatística em termos de segurança entre cirurgia e 
termoablação, sendo todas as técnicas consideradas de baixo risco quando executadas de 
forma adequada. As principais complicações incluíram TVP (0,2 a 1,3% dos casos) e TEP (0 a 
3%), mas por este baixo risco, profilaxia medicamentosa esta indicada apenas para casos de 
alto risco como doentes com TVP ou TEP prévios, trombofilia, idosos e portadores de 
câncer167,168. Complicações específicas compreendem tromboflebite superficial (7%), 
queimaduras de pele (1%), hematomas (3 a 7%), hiperpigmentação (5%) e parestesia (1 a 2%) 
Cirurgia convencional de veias tronculares 
O tratamento cirúrgico se demonstrou superior em termos cosméticos e com melhora de 
sintomas atribuíveis a doença venosa quando comparado ao tratamento conservador169-172 
. Vários estudos demonstraram que a ligadura da croça comsafenectomia associada obteve 
resultados mais sólidos e duráveis que a ligadura isolada173-176 . Isto ocorreu com maior 
frequência nos casos onde as safenas eram mais dilatadas, geralmente acima de 7 a 8 mm. Os 
estudos tem demonstrado taxas de recorrência da doença venosa na ordem de 20 a 25% no 
longo prazo (5 a 10 anos) e 1 a 10% no médio prazo (2 a 5 anos) após o tratamento cirúrgico 
Tratamento das veias tributárias 
A ressecção de veias tributárias insuficientes pode ser considerada uma terapia associada ao 
tratamento de veias tronculares ou um procedimento isolado para o tratamento do doente 
com insuficiência venosa crônica. A realização do tratamento das tributárias concomitante ao 
tratamento das veias tronculares quando estas estão alteradas, reduz a necessidade de 
reintervenções precoces sendo que a extração mecânica (mini-flebectomia) esteve 
relacionada com um menor índice de recorrência em 1 e 2 anos . O tratamento concomitante 
de veias tributárias também esteve relacionado com menos dor e melhor satisfação por parte 
do paciente. Este tratamento pode ser realizado pelas miniflebectomias ou por termoablação 
com laser endovascular 
Veias perfurantes 
Foram propostas diversas formas de eliminar as perfurantes com refluxo, as mais conhecidas 
são as técnicas cirúrgicas com abordagem direta ou através de incisões distantes da área 
lesada (Linton e Felder) e a ligadura endoscópica subfascial de perfurantes (SEPS). Mais 
recentemente foram introduzidos métodos menos invasivos, em geral guiados por ultrassom, 
onde se faz a injeção de esclerosante ou ablação térmica da perfurante doente. Por serem 
mais simples de serem realizados, muitas vezes de forma ambulatorial e com resultados ao 
menos comparáveis aos métodos tradicionais, tais técnicas vem paulatinamente substituindo 
as anteriores. 
Não ha evidencia de benefício ao se tratar perfurantes em CEAPs baixos (1-3), porem nos casos 
mais severos (CEAP4-6), o tratamento de uma perfurante calibrosa (≥ 3,5mm) e com refluxo 
significativo (≥ 0,5segundos) 
Stents 
Atualmente já existem stents dedicados ao território venoso, porem ainda não existe dados 
suficientes para avaliar sua utilidade, especialmente em médio e longo prazo. O sucesso 
técnico do procedimento é muito alto de forma precoce (87 a 100% dos casos), especialmente 
sem a presença de trombose local. 
Uma vez optado pelo implante de um stent, o ultrassom endovascular (IVUS) parece ser mais 
preciso na caracterização da morfologia e extensão da lesão venosa ilíaca e visualiza melhor 
detalhes como o diâmetro da luz e a presença de lesões intraluminais, tais como as 
trabeculações. Também é importante que a extremidade proximal e distal do stent inclua um 
segmento venoso saudável e como a lesão verdadeira frequentemente excede a extensão 
determinada na flebografia, o IVUS é útil na escolha do melhor Stent. 
 
Epidemiologia e fatores de risco 
•A prevalência de insuficiência venosa crônica na população aumenta com a idade. Na Europa, 
em adultos entre 30 e 70 anos de idade, 5 a 15% apresentam essa doença, sendo que 1% 
apresenta úlcera varicosa. 
•Nos Estados Unidos, em torno de 7 milhões de pessoas têm IVC, a qual é a causa de 70 a 90% 
das úlceras de membro inferior3,4. Maffei et al.5, em um estudo epidemiológico de alterações 
venosas de membros inferiores da população de Botucatu- SP, avaliou 1775 pacientes, 
estimando uma prevalência de varizes de 35,5% e de formas graves de IVC, com úlceras 
abertas ou cicatrizes de úlceras prévias de 1,5%. 
•Em relação aos fatores de risco estabelecidos para a patologia em questão, destacam-se a 
idade acima dos 50 anos, a hereditariedade, a força hidrostática gravitacional e os hormônios 
sexuais femininos, fato que explica a maior propensão a doença e sintomas em mulheres. 
 
Fatores de risco 
Obesidade 
•Em síntese, o excesso de peso acaba sobrecarregando o sistema venoso. Em particular, o das 
pernas. Isso contribui para o aparecimento da dilatação venosa. 
Sedentarismo 
•Neste caso, o sedentarismo piora a circulação sanguínea, aumentando a chance de 
problemas venosos. 
Herança genética 
•Um histórico de parentes próximos com o problema, pode significar um risco maior de 
aparecimento da insuficiência venosa. Existe uma clara correlação genética e hereditária, de 
forma que, em pelo menos 70% dos casos, o indivíduo apresenta o problema. 
Trabalho em pé 
Idade 
Tabagismo 
•É de conhecimento público que o tabaco compromete as funções do sistema circulatório. 
Além disso, seu uso implica em maior risco para praticamente qualquer tratamento que venha 
ser proposto. 
Gênero 
•Em suma, mulheres apresentam um maior risco de desenvolver o problema. Isto deve-se ao 
fato de apresentarem uma maior exposição aos fatores de risco. 
Uso de sapatos de salto alto 
•O uso de salto alto diminui a mobilidade da musculatura posterior da perna (panturrilha), um 
importante mecanismo envolvido na circulação e retorno do sangue em direção ao coração. 
Caso a atividade diária for mais em posição sentada, o impacto é um pouco menor. Contudo, 
recomenda-se seu uso apenas em ocasiões especiais

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