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07_Nocoes_de_Direito_Administrativo

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1 
 
 
 
 
 
 
 
DEPEN 
Agente Federal de Execução Penal 
 
1 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações. ............................................................................... 1 
2 Poderes administrativos. 2.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. 2.2 Uso e 
abuso do poder. ...................................................................................................................... 1 
3 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações e Decreto nº 10.024/2019 (regulamenta a licitação, na 
modalidade pregão, na forma eletrônica). ............................................................................. 13 
4 Decreto nº 6.170/2007 e suas alterações (dispõe sobre as normas relativas às 
transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras 
providências); ...................................................................................................................... 114 
Portaria Interministerial nº 424/2016 e suas alterações. .................................................. 124 
5 Responsabilidade civil do Estado. 5.1 Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. 
5.1.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. 5.1.2 Responsabilidade por omissão do 
Estado. 5.2 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. 5.3 Causas 
excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. ................................................. 164 
6 Lei nº 9.784/1999 e suas alterações. ........................................................................... 178 
7 Portaria Interministerial nº 424/2016 e suas alterações. ................................................ 199 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha 
uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
três dias úteis para respondê-lo(a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1633893 E-book gerado especialmente para DIEGO CESPEDES DE SOUZA
 
1 
 
 
 
Caro(a) Candidato(a), esse assunto já foi abordado na apostila de Ética no Serviço Público. 
 
 
 
PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Deveres da Administração Pública 
 
Dever de Agir: o administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação exercitar esse poder 
em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável. Ex.: O prefeito da cidade “X” não pode deixar 
de praticar atos de seu dever funcional (zelar pelo meio ambiente, promover limpeza da cidade, 
saneamento básico etc.). 
O dever de agir tem o objetivo de garantira continuidade dos serviços e o atendimento do interesse 
público. Vincula-se a este dever o de exercer com dedicação e zelo as atribuições do cargo, ser assíduo 
e pontual, sem prévia autorização, não se ausentar do serviço, cumprido rigorosamente seu horário, não 
realizar atividades de forma desidiosa, não exercer atividades, durante o horário de serviço, que não 
sejam compatíveis ao seu cargo ou função. 
CF, Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado 
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
Dever de Probidade ou Honestidade: é a boa-fé do agente público. A probidade é um elemento 
essencial na conduta do agente público necessária à legitimidade (validade) do ato administrativo. O 
administrador ao desempenhar suas atividades deve atuar em consonância (harmonia) com os princípios 
da moralidade e da honestidade. É um dever pautado na ética e moral. 
Em contrapartida, a improbidade relaciona-se ao ato praticado pelo administrador que importa 
enriquecimento ilícito; lesão ao erário; ato decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício 
financeiro ou tributário e aos atos que atenta contra os princípios da administração pública. 
Importante ressaltar que a Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com lesão aos 
bens e interesses da coletividade. 
Vale mencionar o Art. 37, § 4º da CF “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, 
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 
 
Dever de Prestar Contas: É dever de todo administrador público prestar contas em decorrência da 
gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos. É uma forma de realizar 
a transparência dos gastos públicos. Ex. a cidade “X” recebe verba destinado à saúde, sendo assim terá 
que ter uma prestação de contas por parte do responsável para falar o seguinte, olha eu gastei “Y” com 
cirurgias, “Z” com insumos e assim por diante. 
CF, Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a 
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
 
Dever de Eficiência: Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e 
rendimento funcional. Exige-se então uma boa administração. 
 
Dever de Urbanidade: Significa1 tratar com educação e respeito os colegas de trabalho e o público 
em geral. No local de trabalho, torna-se necessário manter ambiente adequado à realização das 
 
1 MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018. 
1 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações. 
 
2 Poderes administrativos. 2.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de 
polícia. 2.2 Uso e abuso do poder. 
 
1633893 E-book gerado especialmente para DIEGO CESPEDES DE SOUZA
 
2 
 
atividades, para que estas não sejam interrompidas ou dificultadas por exasperações emocionais, 
grosserias, ofensas verbais ou físicas. 
Dever de Assiduidade: Ligado2 ao adequado desempenho das atribuições do cargo, significa a 
imposição, ao servidor, de comparecimento ao local de trabalho, nos dias e horários determinados. Em 
geral, inclui-se no dever de assiduidade o de pontualidade. 
 
Poderes da Administração Pública 
 
O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito público (conjunto de normas 
que disciplina a atividade estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador público para 
exercer suas funções necessita ser dotado de alguns poderes. 
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que possibilitam à Administração cumprir com 
sua finalidade, contudo, devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o regem. 
Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo dever de agir, de probidade, de prestar 
contas e o dever de pautar seus serviços com eficiência. 
 
Características e Subcaracterísticas dos Poderes Administrativos 
 
Característicasa) Obrigatoriedade: o administrador deve exercer os poderes obrigatoriamente, ou seja, o poder não 
tem o exercício facultativo, não cabe ao administrador exercer juízo de valor sobre o exercício ou não do 
poder. 
b) Irrenunciabilidade: se o administrador público tem o dever de exercer o poder, ele não pode 
renunciá-lo, já que essa atividade gerará benefícios para o bem comum. Fica mais claro quando 
comparamos determinada situação, por ex. o particular tem o “poder de agir” facultativo, realiza a 
atividade se quiser ou não, diferente quando o assunto é a atividade realizada pelo administrador público, 
onde esse tem a obrigação de exercê-la. 
Destacando que, se a Administração Pública deixar de exercê-lo haverá responsabilização por parte 
do agente público; 
c) Limitação legal: embora seja um poder irrenunciável e seu exercício seja obrigatório, o 
administrador deve agir dentro dos limites legais, cumprir exatamente com o que a lei determina, sob 
pena de ser responsabilizado. 
 
Subcaracterísticas 
a) Necessidade: o administrador deve, antes de agir, verificar se o ato é realmente necessário. 
Ex.: 1º Determinada escola não cumpre com as regras de acessibilidade. É necessário fechá-la por 
isso? Cidade X fará aniversário e a prefeitura realizará festa comemorativa. É necessário contratar cantor 
famoso? 
Tais decisões são de caráter subjetivo, tendo em vista a análise do gestor público da real necessidade 
em agir, no entanto, cumpre ressaltar que em toda decisão administrativa deve ser demonstrada a sua 
necessidade. 
b) Proporcionalidade: o ato deve ser proporcional à situação. Ato proporcional é a determinação de 
adequação. 
c) Adequação: proporcionalidade e adequação caminham juntas, por isso muitas vezes se 
confundem. O agente público somente age nos limites da lei quando suas ações são pautadas por essas 
três subcaracterísticas (necessidade, proporcionalidade e adequação). A ausência de uma ou mais 
implica em excesso de poder, que resulta em responsabilização. 
 
Espécies de Poderes 
 
Poder Vinculado: quando o poder é vinculado, o administrador não tem possibilidade de exercer juízo 
de valor, ou seja, não tem campo de discricionariedade. Ocorre quando a lei determinada que se atue de 
determinada forma, não dando escolha para o agente. 
Ex.: licença para construir. Se um cidadão cumpre com todos os requisitos legais, a licença deve ser 
concedida, assim a concessão da licença é ato vinculado, não cabendo ao agente público deixar de 
concede-la. Também é exemplo de poder vinculado, o poder que tem o agente público de instaurar 
processo administrativo para averiguação de irregularidades cometidas por um servidor. 
 
2 MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018. 
1633893 E-book gerado especialmente para DIEGO CESPEDES DE SOUZA
 
3 
 
Poder Discricionário: contrariamente ao poder vinculado, o poder discricionário é aquele em que o 
agente público pode exercer juízo de valor, ou seja pode analisar a conveniência e a oportunidade do ato 
a ser praticado. Embora haja esse grau de liberdade, o poder discricionário também é delimitado pela lei, 
porque é a própria lei que confere esse poder ao administrador público. 
São exemplos de poder discricionário: a nomeação para cargo em comissão, uma vez que o 
administrador irá nomear aquele que é de sua confiança. Também é exemplo de poder discricionário a 
aplicação de penalidades. Acima vimos que a instauração do processo administrativo é poder vinculado. 
Uma vez sendo verificado o ilícito, o agente que assim atuou deve ser punido. No mais a lei confere 
algumas espécies de sanções, então, cabe ao administrador, de acordo com o juízo de conveniência e 
oportunidade, escolher qual punição será aplicada. 
 
Questões 
 
01. (DPE/RS - Defensor Público - FCC) Sobre os poderes administrativos, é correto afirmar: 
(A) Os atos administrativos decorrentes do exercício do poder discricionário não são passíveis de 
apreciação judicial. 
(B) A possibilidade de o administrador interpretar a lei equivale ao exercício do poder administrativo 
discricionário. 
(C) O poder administrativo discricionário pressupõe que a norma legal apresente conceitos jurídicos 
indeterminados, mas determináveis. 
(D) A doutrina dos motivos determinantes estabelece que o administrador deve enunciar os motivos 
de fato que ensejaram o ato administrativo discricionário. 
(E) O motivo, como pressuposto do ato administrativo decorrente do poder discricionário, poderá vir 
expresso em lei ou deixado à escolha do administrador. 
 
02. (TJ/RJ- Analista Judiciário - FGV) Prefeito municipal praticou ato administrativo escolhendo, por 
meio de critérios de oportunidade e conveniência, quais ruas da cidade serão asfaltadas nos próximos 
meses. Foi-lhe permitido estabelecer tais prioridades a partir do poder administrativo: 
(A) vinculado; 
(B) hierárquico; 
(C) normativo; 
(D) discricionário; 
(E) regulamentar. 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
O poder discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a liberdade para 
fazer um juízo de conveniência e oportunidade. Assim, tem-se que o motivo é o porquê daquele ato 
administrativo ser praticado, podendo estar tanto expresso na lei ou ser deixado á escolha do 
administrador. 
 
02. Resposta: D 
A questão trata do poder discricionário onde estão presentes os critérios de conveniência e 
oportunidade, isto é, há certa margem de liberdade quando da atuação do prefeito em escolher quais ruas 
seriam asfaltadas nos próximos meses. 
 
Poder Hierárquico: a Administração Pública é hierarquizada, ou seja, existe um escalonamento de 
poderes entre as pessoas e órgãos. É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está obrigado 
a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não sejam manifestamente ilegais. É também esse 
poder que autoriza a delegação, a avocação, etc. 
A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos, bem como cargos e funções, de forma 
que haja harmonia e unidade de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o superior e o 
subordinado dentro do quadro da Administração Pública. 
 
1633893 E-book gerado especialmente para DIEGO CESPEDES DE SOUZA
 
4 
 
Compete ainda a Administração Pública: 
a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), que tenham como objetivo ordenar a 
atuação dos órgãos subordinados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos e não 
devem ser confundidas com os regulamentos, por serem decorrentes de relação hierarquizada, não se 
estendendo a pessoas estranhas; 
b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência, salvo para os manifestamente ilegais; 
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de verificar a legalidade de seus atos e o 
cumprimento de suas obrigações, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenientes, seja 
ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma provocação) ou por provocação dos 
interessados, através dos recursos hierárquicos; 
d) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva do órgão subordinado; 
e) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas. 
 
Podemos perceber que a relação hierárquica é acessória da organização administrativa, permitindo a 
distribuição de competências dentro da organização administrativa. 
Exemplo: quando a própria lei atribui uma competência, com exclusividade, a alguns órgãos 
administrativos, principalmente os colegiados, excluindo a influência de órgãos superiores. 
 
A relação hierárquica encontra-se da seguinte forma: 
- gradua a competência de cada um; 
- coordena relações; 
- subordina uns aos outros; e 
- é uma relação estabelecida entre órgãos. 
 
Com base nestas peculiaridades, poder hierárquico pode ser definido como o vínculo que subordina 
uns aos outros órgãos do Poder Executivo, ponderando a autoridade de cada um. 
 
Di Pietro3: “Nos Poderes Judiciário e Legislativo nãoexiste hierarquia no sentido de relação de 
coordenação e subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há uma 
distribuição de competências entre instâncias, mas uma funcionando com independência em relação à 
outra; o juiz da instância superior não pode substituir-se ao da instância inferior, nem dar ordens ou 
revogar e anular os atos por este praticados. Com a aprovação da Reforma do Judiciário pela Emenda 
Constitucional nº 45/2004, cria-se uma hierarquia parcial entre o STF e todos os demais órgãos do Poder 
Judiciário, uma vez que suas decisões sobre matéria constitucional, quando aprovadas como súmulas, 
nos termos do artigo 103-A, introduzido na Constituição, terão efeito vinculante para todos. O mesmo 
ocorrerá com as decisões definitivas proferidas em ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações 
declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, § 2º). No 
Legislativo, a distribuição de competências entre Câmara e Senado também se faz de forma que haja 
absoluta independência funcional entre uma e outra Casa do Congresso.” 
 
Ressaltando por fim que, mediante decreto, será de competência do Presidente da República (art. 84 
CF/88) versar sobre a organização e funcionamento da Administração Pública Federal, mas caso implicar 
o aumento das despesas ou até mesmo na criação e extinção de órgãos públicos, será mediante lei. 
 
Questões 
 
01. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUNCAB/2016) No tocante aos poderes 
administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder: 
(A) hierárquico. 
(B) discricionário. 
(C) disciplinar. 
(D) regulamentar. 
(E) de polícia. 
 
02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB). Delegação e avocação são institutos relacionados ao 
poder interno e permanente da Administração Pública denominada: 
 
 
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014. 
1633893 E-book gerado especialmente para DIEGO CESPEDES DE SOUZA
 
5 
 
(A) disciplinar. 
(B) restritivo. 
(C) policial. 
(D) consultivo. 
(E) hierárquico. 
 
03. (Câmara Municipal de Caruaru/PE - Analista Legislativo - FGC) A Administração Pública 
escalona, em plano vertical, seus órgãos e agentes com o objetivo de organizar a função administrativa, 
por meio do poder 
(A) disciplinar. 
(B) de polícia. 
(C) regulamentar. 
(D) hierárquico. 
(E) vinculado. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.E / 03.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções 
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua 
chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas consequências, como o dever de 
obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou avocar atribuições e, também, a 
de rever os atos dos seus subordinados. 
 
02. Resposta: E 
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico: 
a. Avocação: trata-se de forma de concentração de competência, na medida que o agente público 
chama para si a competência de um subordinado. No Brasil, existe apenas a avocação vertical (de cima 
para baixo). Tal espécie de avocação depende do vínculo de subordinação. 
b. Delegação: trata-se de forma de distribuição de competência. O agente delega parte de sua 
competência a um subordinado ou não subordinado, portanto, diferentemente da avocação, a delegação 
não depende do vínculo de subordinação. É o caso, por exemplo, do oficial de justiça que cumpre os 
mandados do colega que está de férias. 
 
03. Resposta: D 
É o de que dispõe o Executivo para distribuição e escalonamento das funções de seus órgãos, ordenar 
e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu 
quadro de pessoal. 
 
Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a possibilidade 
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que 
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais 
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras. 
Estão sujeitos às penalidades os agentes públicos quando praticarem infração funcional, que é aquela 
que se relaciona com a atividade desenvolvida pelo agente. 
Acima vimos que a aplicação de sanção é ato discricionário, ou seja, cabe ao administrador público 
verificar qual a sanção mais oportuna e conveniente para ser aplicada ao caso concreto. Para tanto ele 
deve considerar as atenuantes e as agravantes, a natureza e a gravidade da infração, bem como os 
prejuízos causados e os antecedentes do agente público. 
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja motivada para que se possa controlar sua 
regularidade. 
 
 
 
 
1633893 E-book gerado especialmente para DIEGO CESPEDES DE SOUZA
 
6 
 
Questões 
 
01. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COMPERVE/2017) Os poderes inerentes à 
Administração Pública são necessários para que ela sobreponha a vontade da lei à vontade individual, o 
interesse público ao privado. Nessa perspectiva, 
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações e aplicadas penalidades aos servidores 
públicos sempre por meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla defesa e o contraditório. 
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos regulamentares estabelecendo normas 
ultra legem, inovando na ordem jurídica para criar direitos e obrigações. 
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coercibilidade, carece do atributo da 
autoexecutoriedade, de modo que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário para 
executar suas decisões. 
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade que a Constituição e a lei colocam à 
disposição do administrador, que o exercerá de acordo com sua livre convicção. 
 
02. (PC/PE - Delegado de Polícia - CESPE/2016) Acerca dos poderes e deveres da administração 
pública, assinale a opção correta. 
(A) A autoexecutoriedade é considerada exemplo de abuso de poder: o agente público poderá impor 
medidas coativas a terceiros somente se autorizado pelo Poder Judiciário. 
(B) À administração pública cabe o poder disciplinar para apurar infrações e aplicar penalidades a 
pessoas sujeitas à disciplina administrativa, mesmo que não sejam servidores públicos. 
(C) Poder vinculado é a prerrogativa do poder público para escolher aspectos do ato administrativo 
com base em critérios de conveniência e oportunidade; não é um poder autônomo, devendo estar 
associado ao exercício de outro poder. 
(D) Faz parte do poder regulamentar estabelecer uma relação de coordenação e subordinação entre 
os vários órgãos, incluindo o poder de delegar e avocar atribuições. 
(E) O dever de prestar contas aos tribunais de contas é específico dos servidores públicos; não é 
aplicável a dirigente de entidade privada que receba recursos públicos por convênio. 
 
03. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB) A aplicação da penalidade de demissão a um servidor 
público exemplifica o exercício de um dos poderes da Administração Pública. O referido poder denomina-
se 
(A) de polícia. 
(B) disciplinar. 
(C) hierárquico. 
(D) regulamentar. 
(E) delegatório. 
 
04. (MJ - Gerente de Projetos em Tecnologia da Informação - FUNCAB) São poderes cujo exercício 
tem efeitos apenas no âmbito interno da Administração Pública: 
(A) hierárquico e regulamentar. 
(B) hierárquico e disciplinar. 
(C) disciplinar e regulamentar. 
(D) regulamentar e de polícia. 
(E) disciplinar e de polícia. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.B / 03.B / 04.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
O poder disciplinar é aquele conferido ao agente público para a aplicação de sanções aos agentes, 
em decorrência de alguma infração disciplinar funcional. O poder disciplinarvisa punir às pessoas sujeitas 
à disciplina da Administração em razão da prática de infração administrativa, que deverão ser apuradas 
através de processo administrativo, assegurando a ampla defesa e o contraditório. 
 
 
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7 
 
02. Resposta: B 
Poder disciplinar é o que cabe à administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos 
servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o caso dos estudantes de 
uma escola pública.4 
 
03. Resposta: B 
Poder disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções administrativas aos 
seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional. O poder disciplinar abrange somente as 
sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a multa, a suspensão e a demissão. 
Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções penais e civis que podem ser aplicadas ao caso 
concreto, embora não façam parte do poder disciplinar. 
 
04. Resposta: B 
Poder Hierárquico - É a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes 
administrativos, com distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um. Lembrando que 
não há hierarquia entre a administração direta e indireta. 
Poder Disciplinar - O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais 
dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Não se 
aplica penalidade administrativa sem o devido processo administrativo. 
 
Poder Regulamentar ou Poder Normativo: é o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar 
regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finalidade de oferecer fiel execução à lei, sendo, 
portanto, privativa dos Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável. 
Podemos dizer então que esse poder, são normas internas da Administração. Como exemplo temos a 
seguinte disposição constitucional (art. 84, IV, CF/88): 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] 
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para 
sua fiel execução. 
 
De acordo com Mazza5 “O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla 
denominada poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos gerais, tais como: 
regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias”. 
 
A função do poder regulamentar é estabelecer detalhes quanto ao modo de aplicação de dispositivos 
legais, dando maior clareza aos comandos gerais de caráter abstratos presentes na lei. 
- Os atos gerais são os atos como o próprio nome diz, geram efeitos para todos (erga omnes); e 
- O caráter abstrato é aquele onde há uma relação entre a circunstância ou atividade que poderá 
ocorrer e a norma regulamentadora que disciplina eventual atividade. 
 
Para Mazza6 “existem casos raros em que os atos regulamentares são gerais e concretos, como ocorre 
com os regulamentos revogadores expedidos com a finalidade específica de extinguir ato normativo 
anterior. Trata-se, nessa hipótese, de ato geral e concreto porque se esgota imediatamente após cumprir 
a tarefa de revogar o regulamento pretérito”. 
 
Tal privatividade, enunciada no art. 84, caput, da Constituição Federal, é coerente com a regra prevista 
no art. 13, I, da Lei nº 9.784/99, segundo a qual não pode ser objeto de delegação a edição de atos de 
caráter normativo. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal prevê a possibilidade 
de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União a competência para dispor, mediante decreto, sobre: 
 
A) Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa 
nem criação ou extinção de órgãos públicos; e 
B) Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 
 
4 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014. 
5 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014. 
6 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014. 
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8 
 
Deve-se considerar as hipóteses do art. 84, parágrafo único, da CF, como os únicos casos admitidos 
de delegação de competência regulamentar. 
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer 
regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências. 
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na 
medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação 
à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico. 
Além disso, convém frisar que não se trata tecnicamente de competência regulamentar porque a 
edição de regulamentos é privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF). Por isso, os atos 
normativos expedidos pelas agências reguladoras nunca podem conter determinações, simultaneamente, 
gerais e abstratas, sob pena de violação da privatividade da competência regulamentar. 
Portanto, é fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes 
do caráter infralegal dessa atribuição, que são: 
A) Os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas que não 
foram objeto de lei anterior; 
B) É vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos. 
 
Questões 
 
01. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil - IBADE/2017) Considerando os Poderes e Deveres da 
Administração Pública e dos administradores públicos, é correta a seguinte afirmação: 
(A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder Executivo expeça regulamentos para a 
fiel execução de leis. 
(B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever-poder disciplinar ou dever-poder da 
supremacia da administração perante os súditos, é a atividade da administração pública que, limitando 
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção 
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
(C) Verificado que um agente público integrante da estrutura organizacional da Administração Pública 
praticou uma infração funcional, o dever-poder de polícia autoriza que seu superior hierárquico aplique 
as sanções previstas para aquele agente. 
(D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação entre a Administração Pública e o 
administrado. Esta é a razão pela qual este dever-poder possui por fundamento a supremacia especial. 
(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens e punir servidores que desrespeitem o 
ordenamento jurídico não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no dever-poder normativo. 
 
02. (Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ - Administrador - RJ/2016) Ao editar leis, o Poder Legislativo 
nem sempre possibilita que elas sejam executadas. Cumpre, então, à Administração criar os mecanismos 
de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva aplicabilidade. Essa atividade é definida pela 
doutrina como base do exercício do poder: 
(A) regulamentar 
(B) hierárquico 
(C) disciplinar 
(D) vinculado 
 
03. (PC/PA - Escrivão de Polícia Civil - FUNCAB/2016) No que se refere aos poderes da 
Administração Pública, é correto afirmar que: 
(A) praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra a autoridade 
delegante caberá mandado de segurança, ou outra medida judicial, por ser detentora da competência 
originária. 
(B) o Poder regulamentardeverá ser exercido nos limites legais, sem inovar no ordenamento jurídico, 
expedindo normas gerais e abstratas, permitindo a fiel execução das leis, minudenciando seus termos. 
(C) o Poder Hierárquico é o escalonamento vertical típico da administração direta. Desta forma, a 
aplicação de uma penalidade pelo poder executivo da União a uma concessionária de serviço público é 
uma forma de manifestação deste Poder. 
(D) tanto a posição da doutrina, quanto da jurisprudência são pacíficas sobre a possibilidade de edição 
dos regulamentos autônomos, mesmo quando importarem em aumento de despesas. 
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(E) decorre do Poder Hierárquico a punição de um aluno de uma universidade pública pelo seu reitor, 
uma vez que este é o chefe da autarquia educacional, sendo competência dele a punição dos alunos 
faltosos. 
 
04. (TRT 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - CESPE/2016) Assinale a opção correta, a 
respeito dos poderes da administração. 
(A) A autoexecutoriedade inclui-se entre os poderes da administração 
(B) A existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos é expressão do poder 
discricionário 
(C) Poder disciplinar da administração pública e poder punitivo do Estado referem-se à repressão de 
crimes e contravenções tipificados nas leis penais. 
(D) O poder regulamentar refere-se às competências do chefe do Poder Executivo para editar atos 
administrativos normativos. 
(E) O poder de polícia não se inclui entre as atividades estatais administrativas. 
 
05. (TRE/RR - Técnico Judiciário - FCC) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o 
objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder 
(A) disciplinar. 
(B) regulamentar. 
(C) hierárquico. 
(D) de polícia. 
(E) normativo. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.A / 03.B / 04.D / 05.C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
O Poder Normativo ou Poder Regulamentar relaciona-se ao poder que a Administração possui em 
editar atos para complementação da lei. Se regulamenta por Decreto, em obediência ao artigo 84, IV, CF. 
 
02. Resposta: A 
O exercício do poder regulamentar encontra fundamento no art. 84, IV, da Constituição Federal, 
consistindo na competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas gerais e 
abstratas destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução (regulamentos). 
 
03. Resposta: B 
De acordo com Alexandre Mazza, o poder regulamentar decorre do poder hierárquico e consiste na 
possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais 
e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei. 
 
04. Resposta: D 
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e 
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Temos como exemplo o art. 84, IV, CF/88. 
 
05. Resposta: C 
O Poder Normativo e o Regulamentar guardam algumas semelhanças com a função legislativa (apesar 
de não se confundirem), pois de ambos emanam normas gerais e atos com efeitos erga omnes e 
abstratos. Nisto diferem do Poder Hierárquico, que apesar de também editar normas gerais e atos 
normativos, o faz direcionado aos subordinados, apenas, ou seja, carente do efeito erga omnes. 
 
Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir e frenar o exercício 
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. Ex.: fiscalização. 
Será considerado originário, o Poder de Polícia exercido pelas pessoas políticas do Estado, como é o 
caso da União, Estados e Municípios. Por sua vez o poder delegado é aquele exercido pelas pessoas 
pertencentes à Administração Indireta. Estes recebem o poder e o executam. 
 
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10 
 
O art. 78 do Código Tributário Nacional assim conceitua poder de polícia: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção 
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo 
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de 
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
O que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o exercício de direitos e a atividade dos 
particulares é a supremacia do interesse público sobre o interesse particular. 
O poder de polícia se materializa por atos gerais ou atos individuais: 
 
- Ato geral é aquele que não tem um destinatário específico. Exemplo: Ato que proíbe a venda de 
bebidas alcoólicas a menores – atinge todos os estabelecimentos comerciais. 
- Ato individual é aquele que tem um destinatário específico. Exemplo: Autuação de um 
estabelecimento comercial específico por qualquer motivo de irregularidade, por exemplo, segurança. 
 
O poder de polícia poderá atuar inclusive sobre o direito da livre manifestação do pensamento. Poderá 
retirar publicações de livros do mercado ou alguma programação das emissoras de rádio e televisão 
sempre que estes ferirem valores éticos e sociais da pessoa e da família. Exemplo: Livros que façam 
apologia à discriminação racial, programas de televisão que explorem crianças, etc. 
Os meios de atuação da Administração no exercício do poder de polícia compreendem os atos 
normativos que estabelecem limitações ao exercício de direitos e atividades individuais e os atos 
administrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressivas, dotados de coercibilidade. 
A competência surge como limite para o exercício do poder de polícia. Quando o órgão não for 
competente, o ato não será considerado válido. 
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá divorciar-se das leis e fins em que são 
previstos, ou seja, deve-se condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coletividade. Neste 
pensamento podemos indagar o seguinte, poder de polícia pode ser exercido por meio de atos vinculados 
ou de atos discricionários, neste caso quando houver certa margem de apreciação deixada pela lei. 
 
Limites7 
Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe alguns limites quanto à competência, à 
forma, aos fins ou ao objeto. 
Quanto à competência e procedimento (forma), observa-se as normas legais pertinentes, a lei. 
Já em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse público. A 
autoridade que fugir a esta regra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas 
as consequências nas esferas civil, penal e administrativa. O fundamento do poder de polícia é a 
predominância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso qualquer benefício em 
detrimento do interesse público. 
Enquanto que o objeto (meio de ação), deve-se considerar o princípio da proporcionalidade dos meios 
aos fins. O poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do interesse público que 
visa proteger, pois sua finalidade é assegurar o exercício dos direitos individuais, condicionando-os ao 
bem-estar social. Só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na 
medida estritamente necessária à consecução dos fins estatais. 
Para os executores dos atos de polícia, pode não ser fácil o estabelecimento das linhas divisórias entre 
a discricionariedade e a arbitrariedade. Mister se faz que os executores dos atos de polícia tenham 
treinamento adequado, com bons conhecimentos dos direitos dos cidadãos,para se aterem aos limites 
legais do poder de polícia, e não adotarem a arbitrariedade. 
Um freio eficiente para deter a arbitrariedade é o bom senso nos atos de polícia. Bom senso na 
verificação dos resultados de cada atitude. Bom senso na aplicação da coercitividade. Deve-se manter a 
proporcionalidade entre a infração e o ato coercitivo, para não se extrapolar os limites estabelecidos. 
Portanto, com os limites impostos à discricionariedade, o que se pretende é vedar qualquer 
manifestação de arbitrariedade por parte do agente do poder de polícia. A intenção não é extinguir os 
 
7 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8930 
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direitos individuais com as medidas administrativas referentes ao poder de polícia mas sim aplicar os 
princípios da necessidade, proporcionalidade, eficácia e razoabilidade. 
 
Extensão 
Assim ensina Meirelles: 
“A extensão do poder de polícia é hoje muito ampla, abrangendo desde a proteção à moral e aos bons 
costumes, a preservação da saúde pública, a censura de filmes e espetáculos públicos, o controle das 
publicações, a segurança das construções e dos transportes, a manutenção da ordem pública em geral, 
até à segurança nacional em particular. Daí, encontramos nos Estados modernos, a polícia de costumes, 
a polícia sanitária, a polícia das águas e da atmosfera, a polícia florestal, a polícia rodoviária, a policia de 
trânsito, a polícia das construções, a polícia dos meios de comunicação e divulgação, a polícia política e 
social, a polícia da economia popular, e outras que atuam sobre as atividades individuais que afetam ou 
possam afetar os superiores interesses da coletividade, a que incumbe o Estado velar e proteger. Onde 
houver interesse relevante da comunidade ou da Nação, deve haver, correlatamente, igual poder de 
polícia para a proteção desse interesse público. É a regra sem exceção”. 
 
Liberdades públicas e o poder de polícia 
Estes se referem aos atributos do poder de polícia. Os atributos do poder de polícia, é certo que 
busca-se garantir a sua execução e a prioridade do interesse público. São eles: discricionariedade, 
autoexecutoriedade e coercibilidade. 
 
- Discricionariedade: a Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de acordo com 
sua conveniência e oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais e 
as sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade de fixar as condições para o exercício 
de determinado direito. 
No entanto, a partir do momento em que são fixados esses limites, com suas posteriores sanções, a 
Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos 
vinculados. 
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas. 
 
- Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário intervenha na atuação da 
Administração Pública. No entanto, essa liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o 
controle desse ato. 
Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for prevista em lei, além de seu uso para 
situações emergenciais, em que será necessária a atuação da Administração Pública. 
Vale lembrar que a administração pública pode executar, por seus próprios meios, suas decisões, não 
precisando de autorização judicial. 
 
- Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade, na medida que for necessária será 
permitido o uso da força par cumprimento dos atos. A coercibilidade é um atributo que torna obrigatório o 
ato praticado no exercício do poder de polícia, independentemente da vontade do administrado. 
 
Uso e Abuso De Poder 
 
Sempre que a Administração extrapolar os limites dos poderes aqui expostos, estará cometendo uma 
ilegalidade. A ilegalidade traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicialmente. 
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que a Administração será 
responsabilizada. Todos os Poderes Públicos estão obrigados a respeitar os princípios e as normas 
constitucionais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade do ingresso ao Poder 
Judiciário. 
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao Poder Público, de compor os 
danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas atribuições 
quanto agindo nessa qualidade. 
 
Questões 
 
01. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo - CONSULPLAN/2017) Quando a Administração 
Pública aplica penalidade de cassação da carteira de motorista ao particular que descumpre as regras de 
direção de veículos configura-se o exercício do poder 
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(A) de polícia. 
(B) disciplinar. 
(C) ordinatório. 
(D) regulamentar 
 
02. (IF/BA - Assistente em Administração - FUNRIO/2016) O poder de polícia tem atributos 
específicos e peculiares ao seu exercício, sendo eles: 
(A) discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. 
(B) imperatividade, direção e coercibilidade. 
(C) objetividade, imperatividade e autoexecutoriedade. 
(D) exclusividade, coercibilidade e objetividade. 
(E) discricionariedade, tempestividade e direção. 
 
03. (Prefeitura de Curitiba/PR - Procurador - UFPR) Sobre o poder de polícia, é correto afirmar: 
(A) Um dos fundamentos do poder de polícia é o princípio da supremacia do interesse público sobre o 
particular. 
(B) O poder de polícia é uma das manifestações subjetivas da Administração Pública. 
(C) O princípio da proporcionalidade é um dos limites impostos ao exercício do poder de polícia, porém 
a ele (poder da polícia) não se aplica o princípio da motivação, por ser uma atividade de cunho 
discricionário. 
(D) São características do poder de polícia a coercibilidade, a autoexecutoriedade e a eficácia, esta 
considerada como a relação entre o direito individual e o dano a ser prevenido. 
(E) A competência do agente, por se situar no plano da eficácia da medida de polícia, deve ser 
observada, sob pena de ilegalidade da atuação administrativa. 
 
04. (Prefeitura de Rio Grande da Serra/SP - Procurador - IMES) São características inerentes ao 
poder de polícia da Administração Pública: 
(A) legalidade, impessoalidade e facultatividade. 
(B) moralidade, coatividade e proporcionalidade. 
(C) autoexecutoriedade, discricionariedade e coercibilidade. 
(D) eficiência, imperatividade e derrogabilidade. 
 
05. (PC/SE - Delegado de Polícia – CESPE/2018) Acerca do poder de polícia — poder conferido à 
administração pública para impor limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em função do 
interesse público —, julgue o próximo item. 
O poder de polícia é indelegável. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.A / 03.A / 04.C / 05. Errado 
 
Comentários 
01. Resposta: A 
O Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir, frenar o exercício 
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. 
 
02. Resposta: A 
São atributos do Poder e Polícia: 
- Discricionariedade: Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios adequados para 
exercer o poder de polícia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das normas que cuidam de tal 
poder. 
- Autoexecutoriedade: Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao exercício imediato 
de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder Judiciário. 
 - Coercibilidade: É a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário, admitindo-se até o 
emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por parte do 
administrado. 
- Atividade Negativa: Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares e sim sua 
abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer. 
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1303. Resposta: A 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello. 
"Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública, que expressa em atos normativos ou 
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a 
propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo 
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere) a fim de conformar-lhes os 
comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo." 
 
04. Resposta: C 
A discricionariedade se traduz na livre escolha pela Administração Pública, da oportunidade e 
conveniência de exercer ou não o Poder de Polícia. A autoexecutoriedade é a faculdade de que dispõe a 
Administração de decidir e executar diretamente sua decisão, por seus próprios meios, sem a intervenção 
do Poder Judiciário. E a coercibilidade, que é a determinação por parte da própria Administração das 
medidas de força que se tornarem necessárias para a execução do ato ou aplicação da penalidade 
resultante do exercício do Poder de Polícia. 
 
05.Resposta:Errado 
O Poder de Polícia pode ser delegado nos casos de fiscalização e consentimento. 
 
 
 
A lei 8.666/93 regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e institui normas para 
Licitações e Contratos da Administração Pública sendo organizada da seguinte forma: 
 
Capítulo I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Seção I - Dos Princípios (art. 1º ao 5ºA) 
Seção II - Das Definições (art. 6º) 
Seção III - Das Obras e Serviços (art. 7º ao 12). 
Seção IV - Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados (art. 13). 
Seção V - Das Compras (art. 14 ao 16). 
Seção VI - Das Alienações (art. 17 ao 19). 
 
CAPÍTULO II - DA LICITAÇÃO 
Seção I - Das Modalidades, Limites e Dispensa (art. 20 ao 26). 
Seção II - Da Habilitação (art. 27 ao 33). 
Seção III -Dos Registros Cadastrais (art. 34 ao 37). 
Seção IV - Do Procedimento e Julgamento (art. 38 ao 53). 
 
Capítulo III - DOS CONTRATOS 
Seção I - Disposições Preliminares (Art. 54 a 59) 
Seção II - Da Formalização dos Contratos (art. 60 ao 64). 
Seção III - Da Alteração dos Contratos (art. 65). 
Seção IV - Da Execução dos Contratos (art. 66 ao 76). 
Seção V - Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos (art. 77 ao 80). 
 
Capítulo IV - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL 
Seção I - Disposições Gerais (art. 81 ao 85). 
Seção II - Das Sanções Administrativas (art. 86 ao 88). 
Seção III - Dos Crimes e das Penas (art. 89 ao 99). 
Seção IV - Do Processo e do Procedimento Judicial (art. 100 ao 108). 
 
Capítulo V - DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS (art. 109). 
 
Capítulo VI - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS (art. 110 ao 126). 
 
3 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações e Decreto nº 10.024/2019 (regulamenta a 
licitação, na modalidade pregão, na forma eletrônica). 
 
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14 
 
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 19938 
 
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos 
da Administração Pública e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Capítulo I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Seção I 
Dos Princípios 
 
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a 
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os 
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios. 
 
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e 
locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente 
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou 
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação 
de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. 
 
LICITAÇÃO PÚBLICA: 
 
Conceito: 
 
A licitação possui como objeto a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública. 
A escolha dos que serão contratados pela Administração Pública não pode decorrer de critérios 
pessoais do administrador ou de ajustes entre interessados. A escolha dos que serão contratados 
decorrerá do procedimento denominado licitação, de obrigatoriedade imposta por regra constitucional, à 
luz do art. 37, inciso XXI: 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos 
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 
A licitação corresponde a procedimento administrativo voltado à seleção da proposta mais vantajosa 
para a contratação desejada pela Administração e necessária ao atendimento do interesse público. Trata-
se de procedimento vinculado, regido pelo princípio da formalidade e orientado para a eleição da proposta 
que melhor atender ao interesse público. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações 
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido 
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do 
art. 173, § 1°, III. 
 
 
8 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm - Acesso em 29.04.2020. 
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15 
 
A Emenda Constitucional 19/98 trouxe uma importante informação no que diz respeito à licitação ao 
mencionar no artigo 173, §1º, inciso II: 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou 
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de 
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, dispondo sobre: 
(...) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. 
 
A licitação teve de ser constitucionalizada pois com o aumento de legislações estaduais e municipais, 
a regulação para licitar teria mecanismos pertencentes a cada estado e até mesmo aos municípios. 
Portanto, para que a “bagunça” não fosse maior, a União passou a ter competência para editar essas 
normas. 
A Constituição Federal de 1988 não se limitou a prever a competência legislativa da União com relação 
às normas gerais de licitação, buscou dar o conhecimento a todos sobre alguns princípios licitatórios, 
como por exemplo: princípio da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, que se 
aplicam também à aos contratos administrativos (art. 37, XXI da CF). 
 
Destinatário 
 
São destinatários da Lei de Licitação a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que formam a 
administração direta, além de todos os órgãos administrativos dos Poderes Legislativo e Judiciário, dosTribunais de Contas e do Ministério Público, além de todas as pessoas federativas, conforme o artigo 117 
da citada lei. São também alcançadas pela disciplina do estatuto as entidades integrantes da 
administração indireta. 
Entretanto, no que concerne a empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem 
atividades econômico-empresariais, é preciso conciliar o art. 37, XXI, da CF/88 e o art. 1º, parágrafo 
único, da Lei de Licitações e contratos administrativos, com o art. 173, § 1º, CF/88. É que os referidos 
entes, embora sejam integrantes da Administração Indireta, podem desempenhar operações peculiares, 
de nítido caráter econômico, que estão vinculadas aos próprios objetivos da entidade; são atividades-fim 
dessas pessoas. Nesse caso, é necessário reconhecer a inaplicabilidade do Estatuto por absoluta 
impossibilidade jurídica. Para as atividades-meio, contudo, deverá incidir normalmente a Lei n° 8.666/93. 
Porém, em virtude da necessidade de distinguir tais situações, sobretudo porque órgãos públicos ou 
entes prestadores de serviços públicos não podem receber o mesmo tratamento dispensado a pessoas 
paraestatais voltadas paras as atividades econômicas. 
A Emenda Constitucional nº19/98, alterou o art. 173, § 1º, da CF, passando a admitir que lei venha a 
regular especificamente a contratação e as licitações relativas às empresas públicas, sociedades de 
economia mista suas subsidiárias que explorem atividade econômica, observados os princípios gerais da 
Administração pública. 
 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção 
da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável 
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação 
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
§ 1º É vedado aos agentes públicos: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que 
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades 
cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio 
dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do 
contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro 
de 1991; 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou 
qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade 
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e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado 
o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. 
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços: 
I - Revogado. 
II - produzidos no País; 
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de 
tecnologia no País. 
V- produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista 
em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de 
acessibilidade previstas na legislação 
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, 
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 
§ 4º (Vetado). 
§5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para: (Redação 
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e 
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva 
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que 
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com base em estudos revistos 
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: 
I - geração de emprego e renda; 
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais 
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; 
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e 
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. 
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação 
tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista 
no § 5º. 
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que 
se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas 
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e 
serviços estrangeiros. 
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja 
capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: 
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou 
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o caso. 
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos 
bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. 
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia 
justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade 
integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, 
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de 
financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. 
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de 
tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, 
a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de 
acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001. 
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em 
decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos 
destinados a cada uma delas. 
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem 
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na 
forma da lei. 
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências previstas na 
legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. 
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Finalidades 
 
A realização do procedimento de licitação serve a três finalidades fundamentais, de acordo com o art. 
3º da Lei 8666/93: 
a) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia: oferecer igualdade de 
condições aos interessados em contratar com a Administração Pública, com a possibilidade de 
participação na licitação de quaisquer interessados que preencham as condições previamente fixadas no 
instrumento convocatório. 
b) seleção da proposta mais vantajosa: através da estimulaçãoda competitividade entre os 
potenciais contratados, com o objetivo de conseguir um negócio que traga vantagem a Administração 
Pública. 
c) promoção do desenvolvimento nacional sustentável: busca-se o desenvolvimento econômico e 
social do país, sem prejuízo do meio ambiente. 
 
Princípios 
 
A redação do art. 3.º da Lei n. 8.666/93 termina com a expressão “... e dos que lhes são correlatos”. 
Dessa maneira, verifica-se que o rol de princípios previstos nesse artigo não são exaustivos. 
 
1. Princípio da Legalidade, Impessoalidade, Publicidade e Moralidade: O art. 3.º, caput, da Lei 
8.666/93 faz referência aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade. O princípio da 
eficiência não está relacionado. Isso porque, quando a Lei n. 8.666 surgiu, em 1993, ainda não existia o 
caput do art. 37 da Constituição Federal com sua redação atual (“...obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”). 
 
a) Princípio da Legalidade: O administrador está obrigado a fazer tão somente o que a lei determina. 
 
b) Princípio da Impessoalidade: Significa que a Administração Pública não poderá atuar 
discriminando pessoas, a Administração Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em 
relação às pessoas privadas. 
 
c) Princípio da Publicidade: É o dever atribuído à Administração, de dar total transparência a todos 
os atos que praticar, ou seja, como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso. 
 
d) Princípio da Moralidade: A atividade da Administração Pública deve obedecer não só à lei, mas 
também à moral. 
 
2. Princípio da Isonomia (Igualdade Formal, ou Igualdade): Está previsto no caput do art. 5.º da 
Constituição Federal. Esse princípio não se limita a máxima: “os iguais devem ser tratados igualmente; 
os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades”. 
Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo, é errado imaginar que o princípio da isonomia veda todas 
as discriminações. Discriminar (retirando seu sentido pejorativo) é separar um grupo de pessoas para 
lhes atribuir tratamento diferenciado do restante. Nesse sentido, toda a norma jurídica discrimina, porque 
incide sobre algumas pessoas e sobre outras não. 
 
Exemplos: 
- Abertura de concurso público para o preenchimento de vagas no quadro feminino da polícia militar. 
Qual é o fato discriminado pela norma? É o sexo feminino. Qual é a razão jurídica pela qual a 
discriminação é feita? A razão jurídica da discriminação é o fato de que, em determinadas circunstâncias, 
algumas atividades policiais são exercidas de forma mais adequada por mulheres. Há, portanto, 
correspondência lógica entre o fato discriminado e a razão pela qual a discriminação é feita, tornando a 
norma compatível com o princípio da isonomia. 
- Uma licitação é aberta, exigindo de seus participantes uma determinada máquina. Qual é o fato 
discriminado pela norma? É a determinada máquina. Qual é a razão jurídica pela qual a discriminação é 
feita? Essa pergunta pode ser respondida por meio de outra indagação: A máquina é indispensável para 
o exercício do contrato? Se for, a discriminação é compatível com o princípio da isonomia. 
 
3. Princípio da Probidade: Ser probo, nas licitações, é escolher objetivamente a melhor alternativa 
para os interesses públicos, nos termos do edital. 
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4. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: O instrumento convocatório é o ato 
administrativo que convoca a licitação, ou seja, é o ato que chama os interessados a participarem da 
licitação, fixando os requisitos da licitação. É chamado, por alguns autores, de “lei daquela licitação”, ou 
de “diploma legal que rege aquela licitação”. 
Geralmente vem sob a forma de edital, contudo, há uma exceção: O convite (uma modalidade diferente 
de licitação). O processamento de uma licitação deve estar rigorosamente de acordo com o que está 
estabelecido no instrumento convocatório. Os participantes da licitação têm a obrigação de respeitar o 
instrumento convocatório, assim como o órgão público responsável. 
 
5. Princípio do Julgamento Objetivo: Esse princípio afirma que as licitações não podem ser julgadas 
por meio de critérios subjetivos ou discricionários. Os critérios de julgamento da licitação devem ser 
objetivos, ou seja, uniformes para as pessoas em geral. Exemplo: Em uma licitação foi estabelecido o 
critério do menor preço. Esse é um critério objetivo, ou seja, é um critério que não varia para ninguém. 
Todas as pessoas têm condições de avaliar e de decidir. 
 
6. Princípio do procedimento formal: Estabelece que as formalidades prescritas para os atos que 
integram as licitações devem ser rigorosamente obedecidas. 
 
7. Princípio da adjudicação compulsória: Esse princípio tem uma denominação inadequada. Ele 
afirma que, se em uma licitação houver a adjudicação, esta deverá ser realizada em favor do vencedor 
do procedimento. Essa afirmação não é absoluta, uma vez que várias licitações terminam sem 
adjudicação. 
 
8. Princípio do sigilo das propostas: É aquele que estabelece que as propostas de uma licitação 
devem ser apresentadas de modo sigiloso, sem que se dê acesso público aos seus conteúdos. 
 
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o 
art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, 
podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a 
perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. 
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja 
ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. 
 
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a 
moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da 
Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de 
obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem 
cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse 
público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada. 
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato 
convocatório e que lhes preservem o valor. 
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto com o principal, 
correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. 
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não 
ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, 
deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. 
 
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido 
às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. 
 
Questões 
 
01. (TJ/SC - Analista Administrativo - FGV/2018) Os procedimentos licitatórios devem observar os 
princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, sejam os expressos, sejam os implícitos, os 
princípios específicos previstos na Lei nº 8.666/93 e aqueles que lhe são correlatos, dentre eles, o: 
(A) do julgamento subjetivo, eis que o licitante contratado será escolhido de acordo com suas aptidões 
pessoais; 
(B) do sigilo das propostas, que são mantidas de forma sigilosa até a abertura dos envelopes em 
sessão pública; 
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(C) da publicidade imediata de todos os atos do processo, como edital, propostas e assinatura do 
contrato; 
(D) da vinculação ao instrumento convocatório,pois o edital é a lei interna daquela licitação, podendo 
até dispor de forma contrária à lei; 
(E) da isonomia, pois os licitantes devem ter as mesmas oportunidades, sendo permitido ao poder 
público fixar no edital quaisquer requisitos para a participação no certame. 
 
02. (EMAP - Analista Portuário - CESPE/2018) A respeito de finalidades e princípios norteadores da 
licitação, julgue o item a seguir. 
 
A legislação norteadora dos princípios da licitação veda toda e qualquer cláusula restritiva de 
participação no procedimento licitatório. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
03. (MDS - Atividades Técnicas de Suporte - Nível III - CETRO). São princípios básicos de licitação, 
tratados na Lei nº 8.666/1993, exceto: 
(A) Legalidade. 
(B) Impessoalidade. 
(C) Moralidade. 
(D) Publicidade. 
(E) Sigilo. 
 
04. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Profissional de Nível Superior - Contador - FGV). De acordo com a 
Lei nº 8.666/93, entre os objetivos da licitação estão 
(A) a garantia da observância dos princípios constitucionais da legalidade e da proporcionalidade. 
(B) a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento 
nacional sustentável. 
(C) o desenvolvimento das empresas nacionais e a melhor distribuição de renda. 
(D) a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e o desenvolvimento das empresas 
nacionais. 
(E) a garantia da observância do princípio constitucional da igualdade e a geração de empregos. 
 
05. (IF/BA - Assistente em Administração - FUNRIO). Dentre os princípios básicos da licitação, 
aquele em que, uma vez estabelecidas as regras do certame, nem licitante, nem Administração Pública 
delas podem se afastar é 
(A) subjetividade. 
(B) conservadorismo. 
(C) vinculação ao instrumento convocatório. 
(D) adjudicação compulsória. 
(E) julgamento básico. 
 
06. (CRM-PR - Assistente Administrativo - Quadrix). De acordo com a Lei nº 8.666/93, a celebração 
de contratos com terceiros na Administração Pública deve ser necessariamente precedida de licitação, 
ressalvadas as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação. Alguns princípios básicos norteiam 
os procedimentos licitatórios. Aquele que obriga a Administração a observar nas suas decisões critérios 
objetivos previamente estabelecidos, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos 
procedimentos da licitação, é o: 
(A) Princípio da Legalidade. 
(B) Princípio da Isonomia. 
(C) Princípio da Impessoalidade. 
(D) Princípio da Probidade Administrativa. 
(E) Princípio da Celeridade 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.Errado / 03.E / 04.B / 05.C / 06.C 
 
 
 
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Comentários 
 
01. Resposta: B 
Lei nº 8666/1993 
Art. 3º, § 3° A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu 
procedimento, SALVO quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 
 
02. Resposta: Errado 
DICA: Desconfiem de questões que generalizam o conteúdo. 
Lei nº 8666/1993 
Art. 3º § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos 
sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder 
Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País 
e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro 
de 2001. 
 
03. Resposta: E 
É aquele que estabelece que as propostas de uma licitação devem ser apresentadas de modo sigiloso, 
sem que se dê acesso público aos seus conteúdos. 
 
04. Resposta: B 
Lei nº 8666/1993 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção 
da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável 
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação 
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
 
05. Resposta: C 
“A vinculação ao instrumento convocatório é garantia do administrador e dos administrados. Significa 
que as regras traçadas para o procedimento devem ser fielmente observadas por todos. Se a regra não 
é respeitada, o procedimento se torna inválido e suscetível de correção na via administrativa ou judicial.” 
(Manual de Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 246). 
 
06. Resposta: C 
Significa que a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas, a Administração 
Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas privadas. 
Veja, quanto ao princípio da impessoalidade, a Administração Pública não pode discriminar pessoas, 
deve ser neutra em seus atos, não beneficiando o particular, mas sim, a coletividade. Para que isso 
aconteça, ela deve cumprir com os objetivos que foram propostos, sem alterá-los para agradar o 
individual. 
 
Termo de Referência e Projeto Básico 
 
Quanto às definições a serem estudadas, destacamos o Termo de Referência, mencionados no artigo 
6°, IX. Vejamos: 
 
O termo de referência é um documento obrigatório em todas as contratações, seja ela por meio de 
licitação, dispensa, inexigibilidade e adesão à ata de registro de preços. É por meio dele que contém 
informações e levantamento acerca do bem ou serviço a ser contratado. 
É elaborado antes de iniciar o procedimento licitatório, de forma interna na Administração Pública (fase 
interna). Planeja o que, como e qual a forma de licitar, bem como prevê os riscos da licitação, quais 
condições do edital e o valor dos recursos financeiros disponíveis. 
Termo de referência é o que então vai determinar o sucesso ou o insucesso de uma contratação 
pública. Para que uma contratação seja eficaz é necessário especificar os bens, serviços e obras de forma 
bem clara e esclarecer tudo isso no Termo de Referência ou no Projeto Básico. 
Logo, tem por finalidade guiar os interessados na participação da licitação em elaborar suas propostas 
e orientar a comissão de Licitação ou pregoeiro no julgamento das propostas. 
 
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Elaboração: é elaborado de acordo com cada setor (multisetorial), pelo profissional que melhor 
entender de sua área e da necessidade da licitação, assim, conseguirá atender melhor às necessidades 
da Administração Pública e promover a contratação de forma satisfatória. 
 
Usa-se o Termo de Referência quando a licitação for da modalidade PREGÃO (tanto presencial como 
o eletrônico). E, o Projeto Básico nos casos de Convite, Concorrência, tomada de preços ou nos casos 
de contratação direta (dispensa e inexigibilidade). 
 
Seção II 
Das Definições 
 
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: 
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução 
direta ou indireta; 
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, 
tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, 
manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; 
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou 
parceladamente; 
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; 
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte 
e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei; 
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por 
empresas em licitações e contratos; 
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; 
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes

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