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SUMÁRIO Introdução ......................................................................... 3 1. Modelo do mosaico fluido ....................................... 3 2. Composição e estrutura ......................................... 4 3. Fosfolipídios ............................................................... 5 4. Proteínas ...................................................................... 7 5. Carboidratos .............................................................. 9 6. Fluidez da membrana ..........................................10 7. Mecanismos de transporte pela membrana 11 8. Transporte de solutos e água .............................13 Referências Bibliográficas .........................................20 3MEMBRANA PLASMÁTICA INTRODUÇÃO Cada célula do seu corpo é delimita- da por uma bolha minúscula de mem- brana e essa membrana tem a consis- tência semelhante ao óleo de salada. E qual é exatamente a sua função? A membrana plasmática não defi- ne apenas as bordas da célula, mas também permite que a célula interaja com seu ambiente de forma controla- da. As células devem ser capazes de excluir, absorver e excretar diferentes substâncias, cada uma em quantida- des específicas. Além disso, devem ser capazes de se comunicar com ou- tras células, identificando-se e com- partilhando informações. Para executar essas funções, a mem- brana plasmática precisa de lipídios, que formam uma barreira semiper- meável entre a célula e seu ambiente. Ela também precisa de proteínas, que estão envolvidas no transporte atra- vés da membrana e na comunicação celular, e carboidratos (açúcares e cadeias de açúcar), que enfeitam as proteínas e os lipídios e ajudam as cé- lulas a reconhecerem umas às outras. 1. MODELO DO MOSAICO FLUIDO Figura 1: Modelo do mosaico fluido. Imagem adaptada de OpenStax Biology. O modelo da estrutura da membrana plasmática aceito atualmente, chamado de modelo mosaico fluido, foi proposto pela primeira vez em 1972. Este mo- delo tem evoluído ao longo do tempo, mas ainda fornece uma boa descrição básica da estrutura e comportamento das membranas em muitas células. 4MEMBRANA PLASMÁTICA De acordo com o modelo de mosaico fluido, a membrana plasmática é um mosaico de componentes — princi- palmente de fosfolipídios, coleste- rol e proteínas — que se movem li- vremente e com fluidez no plano da membrana. Ou seja, um diagrama da membrana (anexo acima) é apenas um instantâneo de um processo di- nâmico em que os fosfolipídios e as proteínas estão continuamente desli- zando uns entre os outros. Curiosamente, esta fluidez significa que se você inserir uma agulha muito fina em uma célula, a membrana irá simplesmente fluir ao redor da agu- lha; e, uma vez que a agulha é remo- vida, a membrana irá se reconstituir sem qualquer problema. MINI MAPA-MEMBRANA PLASMÁTICA: COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA Glicoproteínas Membrana Plasmática LipídiosGlicolipídios ProteínasFilamentos citoesqueléticos Fosfolipídios e colesterol 2. COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA Os principais componentes da mem- brana plasmática são os lipídios (fos- folipídios e colesterol), as proteínas e os grupos de carboidratos que estão anexados a alguns lipídios e proteí- nas. Um fosfolipídio é um lipídio compos- to por glicerol, duas caudas de ácido graxo e uma cabeça com um grupo de cadeias de fosfato. Membranas bio- lógicas normalmente envolvem duas camadas de fosfolipídios com suas caudas apontando para dentro, uma estrutura chamada de camada dupla de fosfolipídio. O colesterol, outro lipídio composto por quatro anéis de carbono interligados, é encontrado ao lado dos fosfolipídios no núcleo da membrana. As proteínas das membranas podem se estender parcialmente pela mem- 5MEMBRANA PLASMÁTICA brana plasmática, cruzar a membrana completamente, ou ficar livremente anexadas às superfícies de dentro ou de fora. Grupos de carboidrato estão presentes apenas na superfície ex- terna da membrana plasmática e es- tão anexados a proteínas, formando glicoproteínas, ou lipídios, formando glicolipídios. SE LIGA! As proporções de proteínas, lipídios e carboidratos na membrana plasmática variam entre tipos de célu- las diferentes. Contudo, para uma cé- lula humana normal, as proteínas são responsáveis por cerca de 50 por cento da composição da massa, os lipídios (de todos os tipos) são responsáveis por 40 por cento, e os 10 por cento restantes vêm dos carboidratos. MINI MAPA-MEMBRANA PLASMÁTICA: COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA Colesterol ProteínasFosfolipídios Anéis de carbono Glicoproteínas Glicolipídios Extensão completa pela membrana Extensão parcial pela membrana Anexadas às superfícies Ácidos graxos Glicerol Grupo fosfato 3. FOSFOLIPÍDIOS Os fosfolipídios, dispostos em uma bi- camada, compõem o tecido básico da membrana plasmática. Eles são bem adequados a esta função, porque eles são anfifílicos, ou seja, eles têm regi- ões hidrofílicas e hidrofóbicas. A parte hidrofílica, ou com afinidade por água, de um fosfolipídio é a sua cabeça, a qual possui um grupo fos- fato carregado negativamente, além de um pequeno grupo adicional (de diferentes identidades, “R” na figura abaixo), que também pode ser car- regado ou polar. A cabeça hidrofílica dos fosfolipídios em uma membrana bicamada é voltada para parte exter- na, entrando em contato com o flui- 6MEMBRANA PLASMÁTICA do aquoso dentro e fora da célula. Como a água é uma molécula polar, ela prontamente forma uma interação eletrostática (baseada em carga) com as cabeças dos fosfolípidos. A parte hidrofóbica, ou “que tem medo de água”, de um fosfolipídio consis- te em suas cadeias longas e apolares de ácidos graxos. As cadeias de áci- dos graxos podem facilmente interagir com outras moléculas apolares, mas não muito bem com a água. Por cau- sa disso, é mais favorável energetica- mente para os fosfolipídios colocarem suas cadeias de ácido graxo na parte interna da membrana, onde elas estão protegidas da água ao seu redor. A dupla camada de fosfolipídios formada por essas interações produz uma boa barreira entre o interior e o exterior da célula, porque água e outras substân- cias carregadas ou polares não podem cruzar facilmente o núcleo hidrofóbico da membrana. Figura 2: Fosfolipídio. Figura: OpenStax Biology. Graças a sua natureza anfifílica, os fosfolipídios não são apenas ade- quados para formar uma membrana de camada dupla. Na verdade, isso é algo que eles fazem espontaneamen- te sob as condições certas! Na água ou em soluções aquosas, os fosfolipí- dios tendem a se organizar com suas caudas hidrofóbicas voltadas umas para as outras e com suas cabeças hidrofílicas voltadas para fora. Se os fosfolipídios tiverem caudas peque- nas, eles podem formar uma mice- la (uma pequena esfera de camada única), ao passo que se eles tiverem caudas grandes, eles podem formar um lipossoma (uma partícula oca com membrana de camada dupla). Figura 3: Lipossomo e micela. Imagem modificada do original por OpenStax Biology. 7MEMBRANA PLASMÁTICA 4. PROTEÍNAS As proteínas são o segundo maior componente das membranas plas- máticas. Há duas categorias princi- pais de proteínas da membrana: in- tegrais e periféricas. As proteínas integrais de membra- na são, como seu nome sugere, in- tegradas à membrana: elas têm pelo menos uma região hidrofóbica que as ancora no interior hidrofóbico da bicamada de fosfolípidos. Algumas estão apenas parcialmente ancora- das na membrana, enquanto outras estão inseridas de um lado a outro da membrana e estão expostas nos dois lados. As proteínas que se esten- dem através das duas camadas da membrana são chamadas proteínas transmembrana. As porções de uma proteína inte- gral de membrana localizadas den- tro da membrana são hidrofóbicas, enquanto aquelas que são expostas para o fluido extracelular ou para o citoplasma tendem a ser hidrofílicas. As proteínas transmembrana podem atravessar a membrana plasmática apenasuma vez ou podem ter até doze seções diferentes que atra- vessam a membrana. Um segmen- to típico que atravessa a membrana MINI MAPA-FOSFOLIPÍDIOS FOSFOLIPÍDIOSBicamada Tecido básico da membrana Anfifílicos Parte hidrofóbica Parte hidrofílica Ácidos graxos Fosfato Parte interna Parte externa 8MEMBRANA PLASMÁTICA consiste de 20 a 25 aminoácidos hi- drofóbicos dispostos em uma alfa-hé- lice, embora nem todas as proteínas transmembrana se encaixem neste modelo. Algumas proteínas integrais de membrana formam um canal que permite que íons ou outras pequenas moléculas passem através da mem- brana. As proteínas periféricas de mem- brana são encontradas no exterior e no interior das superfícies das mem- branas, conjugadas tanto às proteí- nas integrais quanto aos fosfolipídios. Ao contrário das proteínas integrais de membrana, proteínas periféricas de membrana não aderem ao interior hidrofóbico da membrana, e tendem a ser mais frouxamente ligadas. Figura 4: Componentes e estrutura. OpenStax College, Biology CC BY 3.0. SAIBA MAIS: PESI Existe superfamília de proteínas da membrana que servem como receptores para muitos hormônios, neurotransmissores e diversos fármacos. Esses receptores estão associados a proteínas G heterotriméricas, sendo chamados receptores associados à proteína G. Essas proteínas cruzam a membrana por meio de sete domínios formados por α-hélices. A porção extracelular da proteína contém o sítio de ligação para o ligante, enquanto a porção citoplas- mática se liga à proteína G. Essa superfamília de proteínas da membrana forma a terceira maior família de genes em humanos. Cerca de metade dos medicamentos prescritos, com exceção dos antibióticos, têm como alvo os receptores associados à proteína G. 9MEMBRANA PLASMÁTICA 5. CARBOIDRATOS Os carboidratos são o terceiro maior componente da membrana plasmáti- ca. Em geral, eles são encontrados na superfície externa das células e estão associados às proteínas (formando as glicoproteínas) ou aos lipídios (for- mando os glicolipídeos). Estas cadeias de carboidratos podem consistir em 2-60 unidades de monossacarídeo e podem ser simples ou ramificadas. Juntamente às proteínas de membra- na, esses carboidratos formam mar- cadores celulares distintos, um tipo de identidade molecular que permite que as células reconheçam umas as outras. Esses marcadores são muito importantes para o sistema imune, permitindo que células imunitárias diferenciem entre as células do orga- nismo, as quais não devem ser ata- cadas, e células ou tecidos estranhos, os quais devem ser atacados. COMPONENTE LOCALIZAÇÃO Fosfolipídios Tecido principal da membrana Colesterol Localizado entre as caudas hidro- fóbicas da membrana Proteínas integrais Inseridas na dupla camada de fos- folipídio; podem ou não se esten- der a ambas as camadas MINI MAPA-PROTEÍNAS Proteínas da membrana Periféricas Integrais Porção hidrofóbica Porção hidrofílica Conjugadas a proteínas integrais e a fosfolipídios Encontradas nas superfícies Encontradas na parte exterior 10MEMBRANA PLASMÁTICA COMPONENTE LOCALIZAÇÃO Proteínas periféricas Na superfície interna ou externa da dupla camada do fosfolipídio, mas não incorporadas a seu nú- cleo hidrofóbico Carboidratos Anexados a proteínas e lipídios no lado extracelular da membrana (formando glicoproteínas e glico- lipídios) Tabela 1: Componentes da membrana plasmática e sua localização. 6. FLUIDEZ DA MEMBRANA A estrutura das caudas de ácidos graxos dos fosfolipídios é fundamen- tal na determinação das proprieda- des da membrana, e em particular, em quão fluida ela é. Ácidos graxos saturados não têm li- gações duplas (são saturadas de hi- drogênios), portanto são relativamen- te retas. Por outro lado, ácidos graxos insaturados contêm uma mais liga- ções duplas, resultando frequente- mente em uma curva ou dobra. As caudas de ácido graxo saturadas e insaturadas se comportam diferente- mente de acordo com a temperatura: • Em temperaturas mais baixas, as caudas retas dos ácidos graxos podem se espremer, criando uma membrana densa e bastante rígi- da. • Fosfolipídios com caudas insatura- das não podem se unir tão firme- mente em razão as estruturas en- curvadas de suas caudas. Por isso, uma membrana contendo fosfoli- pídios insaturados vai ficar fluida em temperaturas mais baixas do que uma membrana composta de fosfolipídios saturados. Além dos fosfolipídios, os animais têm um componente adicional da mem- brana que ajuda a manter a fluidez. O colesterol , outro tipo de lipídio que está incorporado entre os fosfolipí- dios da membrana, ajuda a minimizar os efeitos da temperatura na fluidez. Em temperaturas baixas, o colesterol aumenta sua fluidez evitando que os fosfolipídios fiquem firmemente jun- tos , enquanto em altas temperatu- ras, ele reduz a fluidez. Desta forma, o colesterol aumenta a amplitude da temperaturas em que uma membra- na mantém uma fluidez funcional e saudável. 11MEMBRANA PLASMÁTICA 7. MECANISMOS DE TRANSPORTE PELA MEMBRANA Os líquidos intra e extracelular são compostos, principalmente, por H2O, na qual se dissolvem os so- lutos (p. ex., íons, glicose, aminoá- cidos). A função normal das células requer o movimento contínuo de água e solutos para dentro e para fora da célula. A membrana plasmática, com seu centro hidrofóbico, é barreira efetiva contra o movimento de, praticamen- te, todos esses solutos de impor- tância biológica, além de restringir o movimento de água. A não ser pelos gases (p. ex., O2 e CO2) e pelo etanol, que é capaz de se difundir através da bicamada lipídica, a água e os demais solutos só são capazes de cruzar a membrana plasmática através depro- teínas de transporte específicas. Canais de água Os canais de água, ou aquaporinas (AQPs), são a principal via de trans- porte de água para dentro e para fora da célula. Estão amplamente distri- buídos por todo o organismo, embora existam diferentes isoformas nos di- versos tipos celulares. A quantidade de água que pode entrar ou sair da célula através das AQPs pode ser re- gulada pela alteração do número de AQPs na membrana ou de sua per- meabilidade. MINI MAPA-FLUIDEZ DA MEMBRANA Fluidez da membrana Fosfolipídios Ácidos graxos Colesterol Temperaturas altas Saturados Insaturados Sem ligação dupla Com ligação dupla Diminui fluidez Fluidez em temperaturas baixas Curvas e dobras Temperaturas baixas Aumento da fluidez Anfipáticos Região hidrofílica Região hidrofóbica 12MEMBRANA PLASMÁTICA Canais iônicos Os canais iônicos estão presentes em todas as células, sendo especial- mente importantes para a função das células excitáveis (p. ex., neurônios e células musculares). São classifica- dos conforme sua seletividade e con- forme os íons que passam pelo canal. Em um extremo, podem ser altamen- te seletivos, permitindo a passagem de um só íon específico. No outro, podem ser não-seletivos, permitindo a passagem de todos os cátions ou ânions, ou de grupos iônicos. Carreadores de soluto Os carreadores de solutos represen- tam uma grande família de transpor- tadores de membrana; já foram identi- ficados mais de 40 tipos diferentes de carreadores (que representam mais de 300 transportadores específicos). Tais carreadores se dividem em três grupos funcionais principais: • O primeiro grupo, os uniportado- res, transporta uma só molécula através da membrana. ◊ Exemplo: O transportador que leva a glicose para o interior da célula (GLUT2) é membro im- portante desse grupo. • O segundo grupo é formado pelos simportadores (também chama- dos cotransportadores), associan- do o movimento de duas ou mais moléculas/íons através da mem- brana. Como o nome já implica, as moléculas são transportadas na mesma direção. ◊ Exemplo: O transportador de 1Na+,1K+,2Cl–, encontrado nos rins (NKCC2), com impor- tância fundamental para a di- luição e concentração da urina é exemplo de transportador desse grupo.• O terceiro grupo, composto pelos antiportadores, também associa o movimento de duas ou mais mo- léculas/íons através da membrana. Neste caso, porém, as moléculas/ íons são transportadas em senti- dos opostos. Os carreadores deste grupo também são chamados de trocadores ou contratransportado- res. ◊ Exemplo: O antiportador Na+- -H+ é um exemplo deste tipo de carreador de solutos. Transportadores dependentes de ATP Os transportadores dependentes de ATP, como o nome indica, utilizam a energia do ATP para impulsionar o movimento de moléculas/íons através da membrana. 13MEMBRANA PLASMÁTICA 8. TRANSPORTE DE SOLUTOS E ÁGUA Difusão e o tranporte passivo As membranas celulares são seleti- vamente permeáveis, pois controlam quais substâncias podem passar e o quanto de cada substância pode en- trar e sair em um tempo determinado. A permeabilidade seletiva das células é essencial para que sejam capazes de obter nutrientes, eliminar resíduos e manter um meio interno estável dis- tinto do meio em que se encontram (manter a homeostase). Os mais simples meios de transporte através de membranas são os pas- sivos. O transporte passivo não re- quer que a célula despenda energia e está relacionado à difusão de uma MINI MAPA-MECANISMO DE TRANSPORTES DA MEMBRANA. Mecanismos de transporte Canais de água Canais iônicos Aquaporinas Não-seletivos Seletivos Carreadores de soluto Dependentes de ATP Simportadores Uniportadores Antiportadores 14MEMBRANA PLASMÁTICA substância a favor de seu gradien- te de concentração, através de uma membrana. O gradiente de concen- tração é a região do espaço na qual a concentração de uma substância varia; as substâncias naturalmente se movem a favor de seus gradientes, de uma área de mais alta concentra- ção para outra de mais baixa concen- tração. Nas células, algumas moléculas po- dem deslocar-se a favor de seus gra- dientes de concentração atravessan- do diretamente a porção lipídica da membrana, ao passo que outras pre- cisam passar através de proteínas da membrana em um processo chama- do de difusão facilitada. Permeabilidade seletiva Os fosfolipídios da membrana plas- mática são anfipáticos: possuem re- giões tanto hidrofílicas (atração por água) quanto hidrofóbicas (aversão a água). A porção interna hidrofóbi- ca da membrana plasmática favorece o fluxo de alguns materiais ao mes- mo tempo que impede a pas- sagem de ou- tros através da membrana. Difusão No processo de difusão, uma subs- tância tende a mover-se de uma área de alta concentração para uma área de baixa concentração, até que sua concentração se torne igual ao longo de um espaço. Ao longo do tempo, o fluxo de molé- culas será da área mais concentra- da para a área menos concentrada até que as concentrações se tornem iguais (nesse ponto, é igualmente provável que a molécula se mova em qualquer direção). Esse processo não requer qualquer entrada de energia; de fato, o próprio gradiente de con- centração é uma forma de energia ar- mazenada (potencial), a qual é usada ao equalizarem-se as concentrações. Difusão Facilitada Algumas moléculas, como o dióxido de carbono e o oxigênio, conseguem se difundir diretamente através da membrana plasmática, mas outras precisam de auxílio para atravessar a região interna hidrofóbica. Na difu- são facilitada, as mo- léculas difundem-se através da membrana plasmática com o au- xílio de proteínas da membrana, tais como os canais e as proteí- nas carreadoras. 15MEMBRANA PLASMÁTICA O gradiente de concentração dessas moléculas existe, portanto elas têm o potencial para se difundir para dentro (ou para fora) da célula. No entanto, em razão de serem polares ou pos- suírem carga, não conseguem atra- vessar a parte dos fosfolipídios sem auxílio. Proteínas facilitadoras de transporte protegem essas moléculas da parte hidrofóbica da membrana, disponibilizando uma rota por onde podem passar. As duas principais classes de proteínas facilitadoras de transporte são os canais e as proteí- nas carreadoras. Transporte ativo No transporte ativo, ao contrário do transporte passivo, a célula gasta energia (por exemplo, sob a forma de ATP) para mover uma substância con- tra seu gradiente de concentração. Para mover substâncias contra um gradiente de concentração ou eletro- químico, uma célula precisa gastar energia. Os mecanismos de transporte ativo fazem exatamente isto, despen- dendo energia (muitas vezes na forma de ATP) para manter a concentração certa de íons e moléculas nas células vivas. De fato, as células gastam muito da energia que elas coletam no meta- bolismo, para manter seus processos de transporte ativo funcionando. Por exemplo, a maior parte da ener- gia das células vermelhas do sangue é usada para manter os níveis inter- nos de sódio e potássio que diferem dos níveis do ambiente ao seu redor. Os mecanismos de transporte ativo podem ser divididos em duas catego- rias. O transporte ativo primário usa uma fonte de energia química direta- mente (por exemplo, o ATP) para mo- ver as moléculas através da membra- na contra seu gradiente. O transporte ativo secundário (co-transporte), por outro lado, usa um gradiente eletro- -químico - gerado pelo transporte ativo - como fonte de energia para mover as moléculas contra seu gra- diente, e assim não requer uma fonte química de energia como o ATP. Uma das bombas mais importantes das células animais é a bomba de só- dio-potássio, que move N+ para fora das células, e K+ para dentro. Como o processo de transporte usa ATP como fonte de energia, ele é conside- rado um exemplo de transporte ativo primário. Osmose e tonicidade Osmose é o movimento da água atra- vés de uma membrana semipermeá- vel, de um meio de mais baixa con- centração de soluto para um meio de mais alta concentração de soluto. De primeira pode parecer estranho, já que geralmente falamos da difusão do solutos que estão dissolvidos na água e não propriamente do movi- mento da água. 16MEMBRANA PLASMÁTICA Figura 5: Omose: membrana semipermeável.OpenStax Biology. No entanto, a osmose é fundamental em vários processos biológicos e fre- quentemente ocorre ao mesmo tem- po em que os solutos difundem-se ou são transportados. A capacidade de uma solução extra- celular de fazer a água mover-se para dentro ou para fora de uma célula por osmose é chamada de tonicidade. A tonicidade de uma solução está re- lacionada à sua osmolaridade, que é a concentração total de todos os solutos na solução. Uma solução de baixa osmolaridade tem menos par- tículas de soluto por litro de solução, enquanto uma solução de alta osmo- laridade tem mais partículas de soluto por litro de solução. Quando soluções de diferentes osmolaridades são se- paradas por uma membrana permeá- vel à água, mas não ao soluto, a água se moverá do lado com menor osmo- laridade para o lado com maior osmo- laridade. Os três termos — hipotônico, iso- tônico e hipertônico — são usados para comparar a osmolaridade de uma célula com a osmolaridade do fluido extracelular ao seu redor. Se o fluido extracelular tem osmo- laridade menor do que o fluido den- tro da célula, ele será hipotôni- co — hipo significa menos que — em relação à célula, e o fluxo resultante de água será para dentro da célula. No caso contrário, se o fluido extra- celular tem uma osmolaridade maior do que o citoplasma da célula, ele será hipertônico — hiper significa maior do que — em relação à célula e a água deixará a célula para a região de maior concentração de soluto. Numa solução isotônica — iso signi- fica igual — o fluido extracelular tem a mesma osmolaridade que a célula, e não haverá movimento resultante da água para dentro ou fora da célula. Se uma célula é colocada em uma solução hipertônica, a água sairá da célula, e esta irá encolher. Em um am- biente isotônico, as concentrações relativas de soluto e água são iguais dos dois lados da membrana. Não há movimento resultantede água, por- tanto não há mudança no tamanho da célula. Quando uma célula é colo- cada em um meio hipotônico, a água entrará na célula, e a célula inchará. No caso de uma hemácia, as condi- ções isotônicas são ideais, e o orga- nismo tem sistemas homeostáticos (manutenção da estabilidade) para assegurar que essas condições per- 17MEMBRANA PLASMÁTICA maneçam constantes. Se colocada em uma solução hipotônica, a hemá- cia incha e pode explodir, enquanto que em uma solução hipertônica, ela murcha— tornando o citoplasma den- so e concentrado — e pode morrer. Figura 6: Hemácias em solução hipertônica, hipotônica e isotônica. Crédito da imagem: Mariana Ruiz Villareal. No caso de uma célula vegetal, no entanto, uma solução hipotônica ex- tracelular é ideal. A membrana plas- mática só pode expandir até o limite da parede celular rígida, assim a cé- lula não vai estourar ou sofrer lise. De fato, o citoplasma em plantas é geral- mente um pouco hipertônico em rela- ção ao meio celular, e água vai entrar na célula até sua pressão interna — pressão de turgor — impedir o influxo adicional. Manter esse equilíbrio de água e so- lutos é muito importante para a saú- de da planta. Se uma planta não é regada, o fluido extracelular se tor- nará isotônico ou hipertônico, fazen- do com que a água deixe as células da planta. Isso resulta na perda da pressão de turgor, que você prova- velmente já viu em uma planta mur- chando. Sob condições hipertônicas, a membrana celular pode se desco- lar da parede e comprimir o citoplas- ma, um estado chamado plasmólise (imagem abaixo). Figura 7: Célula vegetal em condição hipertônica, hipo- tônica e isotônica..OpenStax Biology. 18MEMBRANA PLASMÁTICA MINI MAPA-MENTAL: TRANSPORTES DE SOLUTOS E ÁGUA TRANSPORTE DE SOLUTOS E ÁGUA NA MEMBRANA Difusão Permeabilidade seletiva Transporte ativoOsmose Transporte passivo Difusão facilitada Sem gasto de energia Auxílio Proteínas da membrana Membrana semipermeável Tonicidade Gasto de energia Secundário Primário Gradiente eletroquímico Fonte de energia química 19MEMBRANA PLASMÁTICA MAPA MENTAL GERAL MEMBRANA PLASMÁTICA Carboidratos Proteínas Fosfolipídios Canais Transportes Colesterol Modelo do mosaico fluido Associação a proteínas Glicolipídios Glicoproteínas Reconhecimento celular Sistema imune De água Iônicos Aquaporinas Dependentes de ATP Seletivos Não-seletivos Carreadores de soluto Uniportadores Glicose – GLUT2 Simportadores Antiportadores Na+H+ Difusão T. ativo T. passivo Osmose Concentração Tonicidade Temp. baixasFluidez na membrana Aumenta fluidezÁcidos graxos Primário Secundário InsaturadosSaturados Anfifílicos Parte hidrofóbicaParte hidrofílica Ácidos graxosFosfato Integrais Carreadoras 20MEMBRANA PLASMÁTICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan, 2010. Reece, J. B., Urry, L. A., Cain, M. L., Wasserman, S. A., Minorsky, P. V., and Jackson, R. B. (2011). Membrane structure and function. In Campbell biology (10th ed., p. 127). San Fran- cisco, CA: Pearson. Lodish, H., Berk, A., Zipursky, S. L., Matsudaira, P., Baltimore, D., and Darnell, J. (2000). Over- view of membrane transport proteins. In Molecular cell biology (4th ed., section 15,2). New York, NY: W. H. Freeman Alberts, B., Johnson, A., Lewis, J., Raff, M., Roberts, K., and Walter, P. (2002). Principles of membrane transport. In Molecular biology of the cell (4th ed.). New York, NY: Garland Science. 21MEMBRANA PLASMÁTICA
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