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DIP - liga de saude da mulher ok

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Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
Doença Inflamatória Pélvica 
Dr. Alexandre Santos Melito 
A DIP (doença inflamatória pélvica) é causada pela infecção polimicrobiana do trato genital 
superior. 
Infecção ascendente no trato genital feminino. O trato genital superior feminino é tudo que 
fica acima no orifício interno do útero (útero, trompas e ovários). 
INTRODUÇÃO: 
Penetração e multiplicação de microrganismos da vagina e da porção externa do colo uterino 
no endométrio, nas trompas, nos ovários, no peritônio e nas estruturas contíguas. 
Infecção ascendente. 
 
CONCEITO: 
Complicação mais comum das doenças sexualmente transmissíveis, principalmente Chlamydia 
trachomatis e Neisseria gonorrhoea (diplococo gram negativo), porém tem outros, é uma 
infecção polimicrobiana. 
Pode levar a sérias complicações, incluído: 
 Infertilidade 
 Gravidez ectópica 
 Abscessos pélvicos 
 Dor pélvica crônica 
EPIDEMIOLOGIA: 
Maioria dos casos é subclínica (60%), ou seja, poucos sintomas (oligosintomática). 
Normalmente as pacientes sentem uma dorzinha pélvica que passa e depois de alguns anos 
chegam as complicações como infertilidade e gravidez ectópica. 
Maior prevalência em mulheres sexualmente ativas entre 15 e 24 anos de idade. 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
Após um único episódio a prevalência de gravidez ectópica é de 15%, dor pélvica crônica de 
18% e infertilidade por obstrução tubária de 50%. 
Aproximadamente 12% das adolescentes sexualmente ativas têm no mínimo um episódio 
antes dos 20 anos de idade (uma a cada dez adolescentes) 
ETIOLOGIA: 
Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis (40% - 60% das vezes), principais agente 
etiológicos envolvidos. 
Quadro clínico de diplococos gram negativos na microscopia e secreção purulenta saindo de 
dentro do útero. Patognomonino de DIP. 
Frequentemente é uma infecção polimicrobiana 
Outros agentes que podem estar associados: 
 Micoplasmas genitais, bactérias anaeróbicas e aeróbicas. 
 Estrectococos 
 Mycobacterium tuberculosis 
 Outras doenças sexualmente transmissíveis (trico) 
FATORES DE RISCO: (mesmos das IST´s) 
 Atividade sexual precoce 
 Promiscuidade (3 ou mais parceiros por ano – pela OMS) 
 Ectopia cervical 
 Parceiro com IST 
 Uso de DIU 
 Manipulação do canal cervical ou endométrio 
 Baixo nível sócio econômico 
 Duchas vaginais (não se deve lavar dentro da vagina pois elimina a flora vaginal normal 
que faz parte da resistência infecção, podendo aumentar assim os casos de infecção) 
 Pós parto (pois o colo do útero fica um pouco mais aberto) 
MECANISMOS DE DEFESA: 
Lactobacilos da vagina que acidificam o meio vaginal (3,8-4,2) inibindo a proliferação 
bacteriana patológica 
Trofismo vaginal, quando estrogenizado. Impede a penetração de bactérias no colo do útero. 
Colo apresentando o muco em endocérvix, quando não há lesões. A integridade do epitélio são 
fatores de proteção importantes. 
CLÍNICA: 
Valor de predição positiva (paciente que tem o quadro clínico que possibilita diagnostico) do 
diagnóstico clínico da doença em sua forma aguda é de 65-90% 
Maioria dos episódios assintomático, ou oligossintomáticos e tem uma clínica frusta. Por isso a 
maioria dos casos acaba se resolvendo e depois de um tempo vemos as complicações. 
 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS: 
 Dor á mobilização do colo (“grito de Douglas”) 
 Dor abdominal 
 Dor a palpação anexial 
 Dispareunia (dor na relação) 
 Corrimento vaginal mucopurulento 
 Sangramento intermenstrual (sinal sugestivo de infecção por Clamidia) 
 Anorexia, náuseas, vômitos 
 Febre maior de 38º C (20-30% dos casos) 
 
Para fazer o diagnostico precisa dos 3 obrigatórios e de pelo menos um adicional 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
Outras causas de dor abdominal: apendicite, gravidez ectópica. 
Outras causas de sangramento intermenstrual: alterações locais (lesão no colo ou vagina), 
alterações hormonais. 
Outras causas de dispareunia: endometriose, vaginites, cervicites. 
DIAGNÓSTICO: 
Anamnese: 
 Mulheres sexualmente ativas (mulheres virgens não tem) 
 Ausência de atraso menstrual (pois se tiver atraso deve se pensar mais em ectópica) 
 História de múltiplos parceiros (se bem que isso não é obrigatório, pois as vezes não é 
a paciente que tem múltiplos parceiros e sim o parceiro dela que tem múltiplas 
parceiras) 
 Ausência de anticoncepção de barreira (camisinha) 
 História previa de DIP (pois se já teve, indica um comportamento de risco então pode 
ter um novo quadro) 
 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
Exames laboratoriais: 
 Hemograma: Leucocitose em até 70% com ou sem desvio para esquerda. A 
hemossedimentação está elevada até 75% dos casos e frequentemente mantêm 
valores altos. VHS pode estar elevado 
 Ultrassom (Ectografia): que pode revelar um pouco de liquido livre na cavidade pélvica 
ou até mesmo um abscesso tuboavriano. 
 Culdocentese: Usada excepcionalmente (normalmente quando não tem ultrassom), se 
coloca o espectro na vagina e com uma agulha de raqui bem grande pulsiona o fundo 
de sacro (caindo na cavidade pélvica) e se aspirar pus indica DIP. 
 Bacterioscopia: Demonstra a presença de germes aeróbios e anaeróbios material 
obtido da endocérvice. Procurando principalmente Neisseria e Clamidia 
 Urina rotina e Gram de gota: afastar infecção urinária 
 Dosagem de beta-HCG: afasta gravidez 
 Laparoscopia (câmera): observando sinais de infecção e inflamação no útero, nas 
trompas e nos ovários. 
 
SINAIS LAPAROSCÓPICOS: 
 Hiperemia da superfície tubaria 
 Edema da parede tubaria 
 Exsudato purulento cobrindo a superfície tubária ou extravasando pela extremidade 
fimbriada quando está pérvia. 
 
LOCALIZAÇÕES E DENOMINAÇÕES 
 Endometrite: Só no útero 
 Salpingite: Nas trompas 
 Piossalpingite: Com pus nas trompas 
 Hidrossalpinge: Edema das trompas 
 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
 Pelviperitonite: Cavidade pélvica 
o Pode ser por um abscesso no fundo de saco 
o Pode ser por um abscesso tubo – ovariano 
o E pode chegar até a tampa da cavidade abdominal: Peri- hepatite quando 
acomete o fígado (Sid. Fitz-Hugh-Curtis) 
IMAGENS DE PEÇAS CIRÚRGICAS: 
 
No caso da foto evoluiu com sepse, teve que retirar o útero e tratar com antibiótico 
endovenoso. Esse é um caso mais extremo. A maioria é passível de tratamento ambulatorial. 
COMPROMETIMENTO TUBÁRIO: 
 Comprometimento sistêmico 
 Massa abdominal palpável nas regiões ilíacas (50% dos casos) 
 Sinais de defesa abdominal 
PERITONITE: 
Infecção e inflamação do peritônio. Na presença de um abscesso ovariano, ou da 
permeabilidade tubária, o processo infeccioso polimicrobiano atinge a região pélvica e 
posteriormente todo o abdômen (peritonite) 
ESTÁDIO/ TRATAMENTO: 
Estádio I Salpingite Aguda Sem Peritonite: leve 
 Tratamento a nível ambulatorial 
 Se usuária de DIU, esse deve ser retirado (controverso) – em casa de retirada deve-se 
internar a paciente e administrar ATB intravenoso. 
 Tratamentos parceiros com antibioticoterapia: 
o Ceftiaxone 500mg IM DU 
o Azitromicina 1g VO DU ou 
o Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 dias 
o Pode ser adicionado Metronidazol 500mg VO 12/12h por 14 dias (corrimento 
vaginal sugestivo de tricomoníase) 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
Estádio II Salpingite aguda com peritonite e estádio III Salpingite aguda com sinais de oclusão 
tubária ou abscesso tubovariano 
 Internação com esquema misto – pelo menos 7 dias, em geral 10. 
 Terapia dupla: 
o Doxiciclina 200mg VO como dose de ataque, seguidos de 100mg a cada 12 
horas, associado a cefoxitina 2g EV como dose de ataque seguidos de 1g a 
cada 6 horas 
o Alta hospitalar: manutenção do tratamento em nível ambulatorial com 
Doxiciclina 100mg VO a cada 12 horas até se completar 10 dias de tratamento 
EstádioIV: extremamente grave 
 Sinais clínicos de ruptura de abscesso tubovario (queda acentuada do estado geral, 
refratariedade ao tratamento clínico, febre persistente, comprovação 
ultrassonográfica e abscesso acima de 10cm. Paciente em Sepse. 
 Interação e cirurgia: antibioticoterapia venosa e drenagem de abscesso 
 
Uso de DIU: Não tem consenso se tem que retirar o DIU ou não, porém se for tirar tem que 
internar a paciente fazer 1 dia de antibiótico endovenoso e depois retirar. 
Nome da DIP na gravidez é corioaminioite e é extremamente grave, tem que internar e induzir 
o parto. É uma indicação de interrupção de gravidez. 
PREVENÇÃO: mesmas das IST´s 
 Uso de preservativo 
 Monogamia 
 Abstinência sexual 
 Tratamento precoce das IST´s, antes de acender 
 Teste anual para Clamídia 
 Tratamento dos parceiros 
RESUMINDO: 
 Infecção polimicrobiana do trato genital superior 
 Neisseria e Chlamidia 
 São processos infecciosos, DST´s facilmente evitáveis 
 Dor abdominal á mobilização do colo 
 Uma das principais causas de esterilidade 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
A DIP é uma infecção ascendente, polimicrobiana do trato genital superior feminino. É uma 
infecção que sobe, entra no útero, pega as trompas, os ovários, a pelve e pode chegar até o 
fígado e quando chega no fígado é chamada de síndrome de Fitz-Hugh-Curtis. Os principais 
agentes etiológicos são Neisseria e Chlamidia, geralmente com outros agentes etiológicos 
associados (polimicrobiana). São processos infeciosos de complicações de IST´s e, portanto, 
facilmente preveníveis com o uso de camisinha. O quadro clínico é caracterizado por dor 
pélvica, dor a mobilização do colo e a palpação dos anexos (esses são os 3 sinais obrigatórios 
para diagnostico de DIP). É uma das principais causas de infertilidade devido a obstrução das 
tubas uterinas. 
DÚVIDAS: 
Quando não se sabe o que é precisa internar e fazer cirurgia. Qual o tipo de cirurgia e qual o 
acesso? 
Laparoexploradora geralmente com incisão de Fanistil. Se tiver infecção generalizada incisão 
longitudinal, pois se a infeção estiver até o fígado precisa lavar a cavidade inteira, então o 
acesso fica melhor pela longitudinal. 
Quais as principais complicações da DIP? 
Gravidez ectópica, infertilidade e dor pélvica crônica. 
O diagnóstico de DIP leva necessariamente à interrupção da gravidez? 
Sim, pois se tem uma infecção dentro do útero durante a gravidez (coriamninoite) tem que 
interromper a gravidez. Não importa a idade gestacional, pois se deixa evolui para sepse, óbito 
fetal e perda do útero. Indução do parto é melhor do que a cessaria, pois a cessaria pode 
espalhar a infecção para pelve. Só faz cessaria se tiver indicação seria. 
Mulheres com relações homoafetivas tem menor incidência da DIP? 
Tem maior incidência a vaginose (devido ao compartilhamento de brinquedos). 
Em que casos usa o metronidazol mesmo? 
Ele usa em todos, pois como é polimicrobiana tem que usar remédios para pegar tudo. Então é 
melhor fazer o esquema com as 3 drogas principais: Rosefim (cefalosporina que pega melhor 
gram positivo), Azitromicina (que pega melhor clamídia e gram negativo) e Metronidazol (pega 
melhor anaeróbico). 
O que é Piossalpinginte e salpingite mesmo? 
Piossalpinginte: Inflamação da tuba acompanhada de pus 
Salpinginete: Somente inflamação da tuba 
O uso de antibiótico pode proporcionar uma DIP? 
Sim, pois vai desregular a flora, podendo aumentar as bactérias patológicas. 
Eu gostaria de saber sobre a relação da DIP e DIU. 
É muito controverso, mas teoricamente o uso do DIU pode aumentar a chance de DIP, pois o 
fio do DIU pode ser um corrimão para a bactéria subir. Também tem controvérsias entre tirar 
ou deixar. 
Liga de saúde da mulher Tatiana Valente 17.09.2020 
Pode-se pensar também que o Mirena pode dar uma proteção devido ao espessamento do 
muco. 
A pielonefrite pode ser confundida com a DIP? 
Difícil, pois a pielonefrite daria um jordano positivo, e não teria dor a palpação uterina nem 
secreção. 
Tem como ter uma DIP asséptica? Como por exemplo se uma paciente que tem um DIU de 
cobre (que faz uma reação inflamatória local) e o organismo dela por questões individuais gera 
uma inflamação local exacerbada, pode ser considerado DIP? 
Não, pois por definição a DIP é uma infecção polimicrobiana ascendente do trato genital 
feminino. Agora por outro lado pode-se chamar isso de uma endomitrite, que ai confundiria o 
nome com a DIP, porém não seria infeciosa. E não teria tratamento pois é a ação esperada 
pelo DIU.

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