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16.08 SO III – Tatiana Valente Sinapse e neurotransmissores Sinapses dependem dos neurotransmissores A sinapse tem um componente pré-sináptico, uma fenda e um pós-sináptico Sinapse: Junções intercelulares que transmitem os sinais nervosos de um neurônio para outro neurônio ou para uma célula efetora. Tipos: • Elétricas: Não ocorre a liberação de neurotransmissores e nem fenda, há transmissão direta do impulso nervoso através de canais iônicos justapostos • Química: Transmissão do impulso depende da liberação de neurotransmissores. Classificação (células envolvidas): • Interneuronais: Entre neurônio e neurônio • Neuroefetuadoras (só química): o Somática: Entre neurônio e músculo estriado esquelético - placa motora o Visceral: Entre neurônio e músculo cardíaco, músculo liso e células glandulares – SNA Componentes da sinapse química: • Elemento pré-sináptico: Secreta o transmissor • Elemento pós-sináptico: Aquele em que o transmissor age (receptores de membrana) • Fenda sináptica: Espaço entre os neurônios pré e pós-sinápticos onde o transmissor é liberado, cerca 200-300 angston. Sinapse química: • Vesículas sinápticas: Contem a substância neurotransmissora • Receptores: Proteínas da membrana do elemento pós-sináptico onde os neurotransmissores se acoplam. • Neurotransmissor excitatório: Abertura de canais de sódio • Neurotransmissor inibitório: Abertura de canais de cloro ou potássio. • Remoção do transmissor da fenda sináptica: o Difusão no líquido circundante o Decomposição do transmissor na própria fenda o Absorção pelos astrócitos o Reabsorção do transmissor pelo neurônio pré-sináptico • Componentes: o Neurônio pré-sináptico o Vesícula sináptica o Densidade pré-sináptica o Neurotransmissores o Fenda sináptica o Receptor o Membrana pós-sináptica o Densidade pós-sináptica o Neurônio pós-sináptico 16.08 SO III – Tatiana Valente • Como acontece: As vesículas sinápticas no terminal pré-sináptico se formam e contém neurotransmissores (cada um tem um tipo), essa vesícula se acopla a membrana celular liberando essa substância na fenda sináptica. O neurotransmissor se acopla a um receptor específico causando a abertura de canais de cálcio ou de potássio. O neurônio que esta hiperpolarizado está negativo. Existe neurotransmissores principalmente os excitatórios que abrem canais de sódio, tornando a parte interna do neurônio mais positiva sendo transmitida por todo o neurônio. Os inibitórios abrem os canais de cloro, que continua hiperpolarizando o neurônio (inibitório) ou os canais de potássio fazendo com que ele saia do MIC tornando o meio interno mais negativo hiperpolarizando o neurônio causando uma despolarização. O neurotransmissor depois de inibir ou estimula o impulso precisa ser eliminado na sinapse, algumas vezes o líquido circundante ajuda, em algumas a decomposição do transmissor é na própria fenda, as vezes é absorvido pelos astrocito ou a reabsorção pelo próprio neurônio pré- sináptico (fazendo uma reciclagem destes neurotransmissores) • Resumindo: Sinapse química interneuronal: • Dendrodendrítica: De dendrito com dendrito • Axôniodendrítica: Axônio e dendrito • Axoextracelular: Axônio e MEC (joga o neurotransmissor num lugar que não é fenda como: vaso sanguíneo e glândula) • Axossomática: Direto no corpo celular • Axossináptica: Faz sinapse no meio de outra sinapse (cordão da dor) • Axoaxônica: Axônio com axônio • Axosecretora: Axônio secretora em glândula Placa motora: • Membrana pós-sináptica pregueada (pregas juncionais) • Densidades pré e pós-sinápticas • Neurotransmissor é a acetilcolina • Inativação na fenda pela enzima acetilcolinesterase • Como acontece: Principal exemplo de neuroefetora, dependemos dessa sinapse para contração muscular. O neurônio entra no sarcolema e perde a bainha de mielina e assim se forma a fenda sináptica da placa motora que tem uma particularidade, é toda pregueada (pregas juncionais) que promove o aumento da superfície de contato. Existe a área de eleição de acoplamento do neurotransmissor. Ele vai estimular sua respectiva proteína na crista das junções neuronais. O neurotransmissor aqui é a acetilcolina que é inativada pela acetilcolinesterase. 16.08 SO III – Tatiana Valente Junções neuroefetuadoras viscerais: • Características: o Menor complexidade o Grande área de contato entre o neurotransmissor e o efetor o Fibras terminais com múltiplas dilatações (Varicosidades – dilatações) o Neurotransmissores: Acetilcolina e Noradrenalina – SNA o Inativação da noradrenalina: recaptação do terminal pré-sináptico Sinapse elétrica: • Interneuronal • Passagem direta de íons através de canais justapostos • Bidirecional • Sincroniza grupos de neurônios • Presente no centro respiratório bulbar • Como acontece: Estabelece um sincronismo neuronal (Só interneuronal). A passagem de íons é direta. Não existe polarização entre os dois neurônios. É bidirecional, mas depende da concentração. Presente no bulbo. Neurotransmissores: Qualquer substância química capaz de mudar o equilíbrio iônico do neurônio. • Mecanismo de ação: o Transmissor excitatório: Abertura dos canis de sódio o Transmissor inibitório: Abertura de canais de cloro e potássio *Podem se acoplar ao receptor causando essa abertura ou pode se abrir através da formação de segundo mensageiro. • Classes de neurotransmissores: o Acetilcolina: Só tem a acetilcolina o Monoaminas: Noradrenalina, Adrenalina, Dopamina, Histamina e Serotonina. Em geral são readaptadas pelo terminal sináptico, existe uma enzima importante (MAO) que faz com que ela seja inutilizada o Aminoácidos: Glutamato, Glicina, Aspartato e GABA. Também são receptados o Peptídeos: Encefalinas, Endorfinas, Substância P e Colecistocinina. Aminoácidos ligados por ligações peptídicas. São degradados na fenda. Sistema colinérgico (acetilcolina): • É liberada na junção neuromuscular (modula a contração muscular). • É praticamente o único transmissor da placa motora. • SNA – controle visceral. Peristaltismo. 16.08 SO III – Tatiana Valente • Parte autônoma de SN (pré/ pós-ganglionar parassimpático e pré-ganglionar simpático); relacionado ao controle visceral. • Participa do controle da memória e do sono/vigília. • Relacionada ao controle emocional. • Núcleo basilar (de Meynert) e núcleos do mesencéfalo mandam projeções que se conectam em outros neurônios distantes tendo o controle das emoções, memória, sono/vigia. • Os núcleos são ativos na manutenção da atividade dos neurônios corticais, favorecendo a aprendizagem e a memória. Mantem o córtex mais ativo para que a memoria se mantenha com mais facilidade. • Disfunção: sua redução está relacionada á doença de Alzheimer. Sistema dopaminérgico (dopamina): • Neurônios situados na área tegmentar ventral e na substância negra • Via meso-límbica: projeta-se da área tegmentar ventral para o corpo estriado, sistema límbico e córtex pré-frontal, relacionado com o controle emocional. • Via nigro estriatal: Projeta-se da substância negra para o corpo estriado, relacionado com o controle motor somático • Ele é ativo na manutenção do comportamento motor voluntario, esse sistema vai controlar nossos movimentos para serem feitos de forma harmônica – plano motor • Disfunção: sua redução está relacionada a doença de Parkinson e sua elevação está relacionada a esquizofrenia. Sistema noradrenérgico (Norepinefrina): • Neurônio situados no Locus Ceruleurs (assoalho do IV ventrículo) • Projetam-se para todo o córtex cerebral • Participam do mecanismo do sono REM (sonhos ativos, fase mais superficial do sono onde podemos acordar facilmente) • É ativo na manutenção do comportamento emocional. • Disfunção: Sua redução e relacionada a depressão (que também é ligada a serotonina) e elevaçãoa mania (faz menção ao distúrbio bipolar- pessoa que transita entre quadro depressivo e de mania (quadro de mania deixa a pessoa eufórica, muito ativa, exitada, muito produtiva- pode chegar a ter delírio e alucinações).) Sistema seritoninérgico (serotonina): • Depressão. • Neurônios situados no núcleo da rafe. • Se projetam para o córtex cerebral, pro hipotálamo, pro sistema límbico, cerebelo e medula espinal. • As fibras rafe-espinais inibem a entrada de impulsos dolorosos neurológicos. Analgesia, uma das facetas na depressão e da fibromialgia, interfere no mecanismo do sono, e a sua lesão levam a insônia permanente. • A serotonina é importante para a promoção e manutenção da atividade cortical. • Sua redução está relacionada à depressão e sua elevação ao transtorno obsessivo compulsivo, tiques e esquizofrenia. Fadiga sináptica: • Redução/ extinção do número de descargas de um neurônio, quando há estimulação repetida com alta frequência. • Causas: o Quantidade limitada de neurotransmissores no neurônio pré-sináptico. o Inativação dos receptores do neurônio pós-sináptico. 16.08 SO III – Tatiana Valente • Doença: Está relacionado a epilepsia, as crises convulsivas são uma repetição de estímulos de um grupo de neurônios por um período de tempo e essa repetição leva a uma degradação que rapidamente leva a fadiga sináptica. Caso clínico: Paciente do sexo masculino, 25 anos de idade, referindo fadiga intensa e recorrente ao longo do dia há 3 semanas, com dificuldade em alguns períodos do dia de manter os olhos abertos e dificuldade de deglutição. Relata ainda que vem apresentando sintomas semelhantes há 6 meses, com melhora dos sintomas após algumas semanas. • Exame físico geral: Sem alterações significativas, PA 120X70 mmHg, FC 70 BPM • Exame neurológico: consciente, orientado, fraqueza global, hemiptose (quando a pálpebra não cai inteiramente, mas somente uma parte) palpebral bilateral (agravada ao tentar manter o olhar para cima). Diagnósticos: • Diagnósticos sindrômico: síndrome neoplásica, degenerativa, inflamatória auto-imune (80% dos casos) • Diagnósticos Anatômico: encéfalo (promove sinal unilateral normalmente), • Diagnósticos Topográfico: placa motora (muscular) • Diagnósticos Etiológico: Miastenia Gravis Conduta: Exames subsidiários (laboratoriais e de imagem) • RX: Presença de massa branca que pode indicar timoma • Hemograma: o HB: 14,5 o Leucócitos: 10200 o Plaquetas: 200000 • Ecocardiograma: Sem alterações • Sangue: Pesquisa de auto-anticorpos anti- nic + • EMG: Redução dos potenciais de ação muscular com estimulação progressiva Sobre a Miastenia Gravis: • Pode ser genética (mas é raro) • Quase todos são autoimunes devido a produção de anticorpos anti-receptor nicotínico da fibra muscular (80%) ou anti-musk • Apresentação clínica: Períodos de remissão-exacerbação, porque é autoimune então a produção de anticorpos causa isso • Sintomas: A alteração da pálpebra é muito característico (pedir para o paciente movimentar os olhos para cima), fadiga muscular intermitente e dificuldade de deglutição • Associado a timomas benignos em 15 % dos casos • Diagnóstico: EMG/ anticorpos anti-nic ou anti-musk/ timoma • Tratamento: Se tem timoma- timectonmia/ Anticolinesterásicos (impede a degradação da acetil colina mantendo ela na fenda por mais tempo) / Corticoide (inibe o processo da autoimunidade) / Plasmaferese (substitui o plasma da pessoa, só que é muito invasivo, caro e temporário)/ Quimioterápicos Bibliografia: • Princípios de neurociência, Eric Kandel – miastenia • Machado para o resto
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