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Seção 2 ESPELHO DE CORREÇÃO DIREITO CIVIL 2 A peça processual que deverá ser elaborada será a CONTESTAÇÃO, com pedido de reconvenção inserida dentro da própria peça processual, nos termos dos artigos 343 e 355, do Código de Processo Civil e a peça processual deverá ser redigida no prazo de 15 (quinze) dias, contados da realização da audiência de conciliação, pois houve instrução expressa no enunciado para que haja comparecimento à audiência. A peça processual deve ser direcionada ao mesmo juízo responsável pela determinação de citação. Sugerimos que a peça seja iniciada, redigindo um breve resumo dos fatos. Tal técnica auxilia a lembrar todos os argumentos e pedidos que devem ser contestados na peça inicial. Analisando os termos do enunciado, verificamos que existem duas preliminares a serem alegadas: a impugnação ao valor da causa e o defeito de representação. A impugnação ao valor da causa deve ser manejada, tendo em vista que o valor atribuído à causa, no montante de R$ 1.000,00 (mil reais), não é condizente com o conteúdo econômico buscado na ação. Considerando que o conteúdo econômico é de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais), a impugnação deve ser manejada em preliminar, nos moldes dos artigos 293 c/c art. 337, inciso III, do Código de Processo Civil, ao fundamento do disposto no art. 292, inciso V do Código de Processo Civil, que Seção 2 DEFESA DO RÉU Na prática! 3 preceitua: “na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido” (grifos nossos). Observa-se ainda que a autora ajuizou a ação sem juntar aos autos o instrumento de procuração e os seus atos constitutivos. Ressalve-se que é essencial a juntada do instrumento de procuração, conforme o disposto no art. 287, do Código de Processo Civil, e só há possibilidade de dispensa em vista das hipóteses do parágrafo único do mesmo dispositivo legal, o que não é o caso dos autos. Ademais, considerando que se trata de pessoa jurídica, incide o disposto no art. 75, inciso VIII, a pessoa jurídica deve ser representada por quem os atos constitutivos designarem, e só há possibilidade de se verificar a legitimidade da pessoa que assinou a procuração caso esses estejam juntados aos autos. Assim, deve ser requerida a intimação para sanar a irregularidade, sob pena de extinção do feito. No que tange à análise da intervenção de terceiros, cabe ressaltar que, como havia apólice vigente de seguro na época do acidente, a ré deve denunciar a Seguradora Trafegar S/A à lide (art. 125, inciso II, do CPC/2015), para que esta possa, na hipótese de condenação, cumprir o seu dever de regresso de eventuais valores decorrentes do acidente. Na denunciação, a ré deve mencionar a qualificação da seguradora, bem como efetuar pagamento de diligência para a sua citação. Com relação ao mérito, a peça deve ser elaborada de modo a relacionar as provas existentes em favor do seu cliente que se opõem ao pedido da ré. Lembre-se de que, na contestação, devem ser opostos todos os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito, bem como a argumentação jurídica necessária a refutar os pedidos da inicial. No caso em tela, deve ser abordado pela ré que o laudo pericial é inconclusivo quanto à culpa da Transportadora ré. Deve ser mencionada e juntado ao relatório entregue pela empresa, bem como o relato de duas testemunhas, Sr. Lauro Carlos Santos, Maria 4 Moreira e o motorista que conduzia o veículo. O relato das testemunhas descreve que o veículo da autora derrapou em razão da pista estar molhada. Com a perda do controle do veículo, este deslizou, deslocando-se até a pista por onde o preposto da ré conduzia o ônibus. Os croquis, anexos, indicando as posições finais dos veículos, demonstram que não há como prevalecer a versão de que foi o ônibus da ré quem invadiu a mão direcional do veículo. Portanto, deverá ser relacionada a conduta indevida por parte da autora, indicando a sua culpa exclusiva, pelas provas trazidas aos autos e as que serão produzidas durante a fase de instrução, pois foi a autora quem descumpriu as condutas previstas nos arts. 28, 29, inciso II e 34, do Código de Trânsito Brasileiro. Vale também destacar o relatório do tacógrafo, que indicava estar o veículo da empresa dentro dos limites de velocidade. Devem também os pedidos de indenização pelos valores de conserto dos veículos, danos com fornecedores e locador e lucros cessantes serem impugnados especificamente, utilizando como fundamento a culpa exclusiva do autor, mas deve também haver impugnação em relação aos documentos e às provas juntadas pelo autor, como forma de provocar a produção de outras provas para confirmar se realmente houve o dano. Por fim, em homenagem ao princípio da eventualidade, deve se considerar a hipótese de haver culpa concorrente, ou seja, que o acidente pode ter ocorrido por condutas indevidas de ambas as partes, pois o laudo pericial foi inconclusivo, e há possibilidade de que os dois motoristas cometeram equívocos. Para tanto, devem ser citados os artigos 944 e 945, do Código Civil, como fundamentos para eventual culpa concorrente ou culpa recíproca. Caso se entenda pela culpa recíproca ou concorrente, o juízo pode 5 condenar as duas partes a reparar e, eventualmente, com redução dos valores de indenização atribuídas a cada uma das partes, e compensar as condenações. De outro lado, utilizando os arts. 343 e seguintes do Código de Processo Civil, a medida processual apta a buscar o ressarcimento do conserto do ônibus da empresa ré, que deve ser realizado por meio da reconvenção, que é um pedido manejado contra o autor. Como fundamentos para o ressarcimento, vocês devem utilizar os artigos 186, 927, 932 e 402, do Código Civil, c/c os arts. 28, 29 34, do Código de Trânsito Brasileiro, mencionando que a perda de controle do veículo foi o elemento causador do dano. Por fim, na conclusão, devem ser requeridos o acolhimento das preliminares, o deferimento da denunciação à lide para a inclusão da Seguradora Trafegar S/A a improcedência dos pedidos iniciais, a procedência da reconvenção, para determinar a condenação da autora/reconvinda no pagamento da indenização referente ao conserto do veículo. Lembre-se de que a reconvenção deve ser utilizada como uma inicial, e devem haver a narração dos fatos, do direito e pedidos de citação, procedência, provas e valor da causa, tal como foi exposto na Seção 1. Importante também mencionar as provas que você pretende produzir. Ao final, deve pedir deferimento e mencionar como se fosse assinar. Lembre-se da nossa dica, no caso de Exame de Ordem, não pode haver individualização da peça processual. Portanto, não coloque o seu nome! Questão de ordem! 6 Exmo. Sr. Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Baurú/SP. Autos do processo n ............. VIAÇÃO METEORO LTDA., já qualificada nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS que lhe move CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA., vem, respeitosamente, por seu procurador abaixo assinado, apresentar a sua CONTESTAÇÃO, com fundamento no art. 335, do Código de Processo Civil, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: DOS FATOS A autora ajuizou a presente ação de indenização, aduzindo, em síntese, que, em 11/02/2017, o veículo da ré teria causado danos no veículo de propriedade da autora, ao fundamento de que o veículo da ré teria invadido a sua mão direcional na Rodovia BR 345, km 447. O veículo de propriedade da ré teria sido o fator preponderante para o acidente; que o veículo da ré teria descumprido as regras de trânsito; que o veículo da autora sofreu danos, no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), referente ao conserto do veículo, além de danos emergentes representados pelo valor R$ 10.000,00 (dez mil reais), relativos ao valor do prejuízosofrido com fornecedores e locador do imóvel, além de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), referentes aos lucros cessantes da empresa pela paralisação da atividade; pede ao final a procedência dos pedidos iniciais, com a condenação da ré no pagamento de indenização por danos materiais, nos valores acima citados. Contudo, conforme será demonstrado adiante, não procedem os pedidos elencados na inicial. PRELIMINARMENTE, IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA Verifica-se na inicial que a autora atribuiu à causa o valor de R$ 1.000,00, para efeitos fiscais. 7 Ocorre que, quando analisados os seus pedidos, percebe-se que a autora descumpriu o disposto no art. 292, inciso V, do Código de Processo Civil, pois faz um pedido correspondente a R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais), mas atribui à causa o valor muito inferior à sua pretensão. Preceitua o art. 292, inciso V, do Código de Processo Civil: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido (grifos nossos). Assim, nos termos do art. 293, do Código de Processo Civil, a ré apresenta a impugnação ao valor da causa, requerendo, assim, que V. Exa. determine a intimação da autora para realizar a complementação das custas processuais, sob pena de extinção do feito. - DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO Conforme dispõe o art. 287, do Código de Processo Civil, a petição inicial deve vir acompanhada de procuração. Ademais, nos termos do art. 75, inciso VIII, do mesmo diploma legal, a pessoa jurídica deve ser representada por quem os seus atos constitutivos designarem. Verificando os autos, observa-se que a autora não trouxe aos autos o instrumento de procuração, bem como a fotocópia de seus atos constitutivos. Dessa forma, nos termos do art. 337, inciso IX, do Código de Processo Civil, requer a intimação da autora para sanar a irregularidade, sob pena de extinção. MÉRITO - DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 8 A ré foi citada para contestar a presente ação de indenização por danos materiais, em razão de acidente ocorrido com o seu veículo ônibus placa GPW-1336, de sua propriedade. Conforme se denota da apólice de seguro anexa, o veículo da ré está coberto pela Seguradora Trafegar S/A, por danos materiais, até o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais). De acordo com o art. 125, inciso II, do Código de Processo Civil: Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo (grifos nossos). Considerando que o acidente ocorrido com o veículo ocorreu dentro do período de cobertura da apólice de seguro, a ré requer que seja a seguradora Trafegar S/A, sociedade empresária, inscrita no CNPJ/MF sob o n..................................., denunciada à lide, requerendo a sua citação no seguinte endereço: Rua ......................., n. ............, bairro .........., na cidade ....................... Apresenta, na oportunidade, o comprovante de pagamento das custas processuais referentes à diligência. DA AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS À OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR – CULPA EXCLUSIVA DA AUTORA Não procede a alegação da autora de que o acidente teria sido causado pelo ônibus de propriedade da ré, como constou na petição inicial. Inicialmente, chama-se a atenção desse r. juízo para o fato de que o Boletim de Ocorrência juntado aos autos, bem como do laudo pericial realizado, são inconclusivos quanto à causa real do acidente. 9 Nesse sentido, o boletim de ocorrência não possui presunção de veracidade, pois existem divergências entre alguns trechos deste e do entendimento manifestado no laudo pericial. Nota-se, inclusive, que a versão de um dos policiais que atendeu a chamada para prestar os reparos chega a manifestar sua dúvida quanto à versão apresentada pelo condutor do veículo da autora, afirmando que a culpa do acidente teria ocorrido em razão do deslocamento da Pick-Up de propriedade da autora à pista por onde o veículo da ré era conduzido, já os peritos que estiveram no local não conseguiram medir as marcas de frenagem, ou definir, exatamente, como ocorreu a dinâmica das manobras. Com efeito, a ré demonstrará, a seguir, que foi a autora quem agiu com culpa no acidente. Conforme será demonstrado através no depoimento das testemunhas: Senhores Lauro Carlos Santos e Maria Moreira e do motorista preposto da ré, Valdinei, que estavam no veículo da ré e que presenciaram o acidente. O veículo da autora derrapou, em razão da pista estar molhada, com a perda do controle do veículo, este deslizou, deslocando-se até a pista por onde o preposto da ré conduzia o ônibus. Os croquis, anexos, indicando as posições finais dos veículos, demonstram que não há como prevalecer a versão de que foi o ônibus da ré quem invadiu a mão direcional do veículo da autora. Portanto, será devidamente demonstrado pelas provas trazidas aos autos e as que serão produzidas durante a fase de instrução, que foi a autora quem descumpriu as condutas previstas do Código de Trânsito Brasileiro, previstos nos arts. 28, 29, inciso II e 34. A autora deveria ter o domínio do seu veículo, tendo atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. Deveria também a autora ter cuidado ao considerar as condições climáticas para manter distância dos veículos, bem como para, ao executar uma manobra, fazê-la sem prejudicar os demais usuários da via que o seguem, precedem ou se cruzam com ele. Por fim, cabe ressaltar que o relatório do tacógrafo do veículo da ré indicava que o seu condutor estava trafegando dentro dos limites de velocidade previstos para aquela via de trânsito rápido: 90 Km/h, indicando assim que a sua conduta foi correta. Dessa forma, conclui-se que o acidente ocorreu por culpa exclusiva da autora. Assim, não se configura o elemento culpa, muito menos, o nexo de causalidade, que poderiam ensejar alguma indenização prevista no art. 186 e 932, todos do Código de Civil Brasileiro (BRASIL, 2002). 10 No entanto, apenas para argumentar, em atenção ao princípio da eventualidade, caso não se admita a culpa exclusiva da autora, no mínimo, houve culpa concorrente no caso dos autos, pois, se houve alguma manobra da ré indevida, essa decorreu da conduta da autora, que realizou manobra perigosa, causando reação reflexa do proposto da ré na condução do veículo. Deve-se também ressaltar que a autora ter mantido o seu veículo paralisado na via, sem a devida sinalização, indica, no mínimo, a ocorrência de culpa concorrente, tendo em vista a imprudência do condutor do veículo da autora ao imobilizar seu veículo de forma inadequada em via de circulação rápida, sem acionar a sinalização de emergência (pisca alerta), com infração aos arts. 46 e 48, §1º do CTB, com penalidade prevista no art. 182, V do mesmo diploma legal, o que, no mínimo, contribuiu para o evento. Conforme anota Rizzardo (2008, p. 405), “[...] A simples parada no leito das vias, em qualquer de suas modalidades – rodovias, estradas, ruas, avenidas, as de trânsito rápido, constitui infração grave, sujeito o infrator a pena de multa, pelos transtornos que provoca aos demais condutores [...]” (grifos nossos). O Código Civil, em seus Artigos 944, parágrafo único, e 945 consagram a necessidade de mensuração das condutas culposas de ambas as partes, no sentido de aferir a efetiva participação das partes para a ocorrência do acidente: Art. 944- A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único: Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Art. 945- Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autordo dano. (grifos nossos). Assim, caso se reconheça alguma culpa da ré, que haja também o reconhecimento de culpa concorrente, com redução de eventual indenização. - DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS PELO CONSERTO DO VEÍCULO Diante do exposto no tópico acima, pode-se concluir que os danos afirmados na inicial não são de responsabilidade desta ré, tendo em vista que o acidente ocorreu por culpa 11 exclusiva do condutor do veículo da autora, pois foi ele que perdeu o controle do veículo, que derrapou e invadiu a contramão direcional. Não obstante, em razão do ônus de impugnação específica dos pedidos, deve esse pedido ser julgado improcedente ao pedido de indenização por danos materiais pelo conserto do veículo. No entanto, atendo ao princípio da eventualidade, a ré impugna os orçamentos juntados às fls. dos autos, tendo em vista que foram unilateralmente produzidos. Considerando que os valores das peças eram os mesmos, como a mão de obra pode variar mais de 100% entre as oficinas? Neste sentido, deve ser realizada prova pericial para verificar a real dimensão financeira do pedido, caso seja considerada alguma responsabilidade da ré. DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE DANOS EMERGENTES COM FORNECEDORES E LOCADOR Não procede o pedido de danos emergentes com relação aos fornecedores e locador. Primeiramente, cabe lembrar que, como dispõe o art. 944, do Código Civil, “a indenização mede-se pela extensão do dano”. Por outro lado, novamente curvando ao princípio da eventualidade, no caso, eventuais pagamentos de fornecedores e locador são realizados com a receita obtida pela empresa com a prestação de serviços. Com a paralisação de suas atividades em vista do conserto do veículo, se já existe pedido de lucros cessantes na ação, seria considerado como um bis in idem (duplicidade) requerer despesas que as suas receitas é que fariam frente a tais pagamentos. Dessa forma, deve ser julgado improcedente tal pedido. DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES Não há como se considerar procedente o pedido de lucros cessantes. De início, a ré se reporta novamente aos argumentos acima, afirmando pela improcedência dos danos materiais por lucros cessantes, pelo fato de ter ocorrido culpa exclusiva da autora no evento. 12 Por outro lado, especificamente quanto ao pedido, a empresa autora afirma que seu faturamento mensal gira em torno de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), e que os seus lucros mensais seriam de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Inicialmente, nota-se que a ré juntou apenas os balanços mensais referentes a esse ano, como forma de demonstrar os seus supostos lucros. Ocorre que, por se tratar de atividade agrícola, a produção e venda sofrem variações de ciclos, e somente os balanços não demonstram o efetivo lucro. Nesse sentido, deveria a autora ter juntado as notas fiscais, bem como os balanços do ano anterior, como forma de provar que realmente auferia lucro nessa época do ano. Considerando que não houve a juntada de tais documentos, conclui-se pela improcedência dos pedidos iniciais. Contudo, caso este r. juízo entenda que a ré possui alguma responsabilidade no acidente, requer seja considerada a culpa concorrente, para mensuração do grau de participação da ré no evento, com redução do valor a ser indenizado. DA RECONVENÇÃO Como foi demonstrado ao longo dessa contestação e será provado durante a instrução do processo, na verdade, foi o veículo da reconvinda quem invadiu a contramão direcional da estrada, vindo a atingir o veículo desta reconvinte. Constata-se, assim, que a autora, ora reconvinda, infringiu o disposto nos arts. 28, 29 e 34, do Código de Trânsito Brasileiro, pois a sua manobra e perda do controle do veículo foram os responsáveis diretos pelo acidente. Nesse ínterim, a teor dos arts. 186, 927, 932 e 402, do Código Civil, deve a reconvinda indenizar a reconvinte no montante referente ao conserto do veículo. Cabe ressaltar que, conforme as fotos do acidente, anexas, bem como os relatos no boletim de ocorrência, a parte dianteira do ônibus sofreu avarias, e os faróis e as setas do lado esquerdo foram quebrados com o acidente ocorrido, como demonstram os orçamentos anexos. O orçamento de menor valor para conserto do ônibus da ré alcança o montante de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). 13 CONCLUSÃO Isto posto, requer: a) O acolhimento das preliminares arguidas, determinando assim a procedência da Impugnação ao Valor da Causa, para correção do valor da causa, bem como da intimação da autora para corrigir sua representação processual, sob pena de extinção do feito. b) A improcedência dos pedidos iniciais, com a condenação da ré no pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios. c) A procedência dos pedidos da reconvenção, para condenar a autora/reconvinda no pagamento de indenização por danos materiais no importante de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), acrescido de despesas processuais e honorários advocatícios, à razão de 20% sobre o valor da condenação. Para provar o alegado, é requerida a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente as provas documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do representante legal da autora, sob pena de confissão. Em relação à presente reconvenção, nos moldes do art. 292, do Código de Processo Civil, dá-se à causa o valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). Termos em que, Pede deferimento. São Paulo, ....... de ......... de ............... P/p. ...................................... OAB/................... 14 1- Quando for realizar uma contestação, quais as principais situações o advogado deve observar? 2- No caso envolvendo a empresa Caipira Hortaliças Ltda. e Transportadora Meteoro Ltda., quais as preliminares devem ser alegadas? 3- Existe alguma modalidade de intervenção de terceiros no caso? Pode nos informar qual é e os motivos? 4- Quais os argumentos foram utilizados para refutar os pedidos da autora? 5- Existe alguma maneira de cobrar os prejuízos da Transportadora no mesmo processo? Explique. Resolução comentada
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