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Princípios dos Serviços Públicos

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Princípios
a) princípio da continuidade dos serviços públicos
A noção básica, claro, é a de que os serviços públicos não devem sofrer interrupções.
MARIA SYLVIA DI PIETRO oferece algumas implicações práticas desse princípio, a partir de outras normas contidas na legislação. São elas:
- Imposição de prazos rigorosos ao contraente (isto, é claro, no âmbito dos contratos administrativos em geral);
- necessidade de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, na medida em que, acaso haja desequilíbrio entre os encargos suportados e a contraprestação devida ao particular contratado, este tenderá a se tornar inadimplente e, por conseguinte, o serviço deixará de ser prestado, gerando interrupção, o que o princípio em estudo quer evitar;
- inaplicabilidade, como regra geral, da exceptio non adimpleti contractus contra a Administração Pública; a rigor, o que há é uma flexibilização dessa vedação, no âmbito da Lei 8.666/93 (art. 78, XV), ao se impor que o particular suporte a inadimplência da Administração por até 90 dias, sem interrupção do objeto do contrato, após o quê, acaso persista a inadimplência, aí sim, poderá o particular suspender os serviços/fornecimentos de bens, conforme for o caso. Já na Lei 8.987/95 (art. 39, parágrafo único), a regra é absoluta quanto à impossibilidade de oposição da exceptio non adimpleti contractus.
- instituto da encampação (possibilidade de retomada do objeto do contrato); e
- utilização compulsória dos recursos humanos e de material da parte contratada, como forma de dar continuidade à execução do serviço.
b) princípio da eficiência
Trata-se do dever de prestar o serviço com qualidade aos usuários e a um baixo custo de despesas.
Mecanismos para atingir a eficiência:
- realização de avaliações periódicas de desempenho; e
- zelo por uma constante atualização dos serviços, em vista da própria evolução tecnológica ocorrida no respectivo segmento.
É válido acentuar que a Lei 8.987/95 insere a eficiência no conceito de serviço público adequado, como se extrai da leitura de seu art. 6º, §1º.
c) princípio da modicidade das tarifas
À luz desse princípio, os serviços públicos devem ser custeados a preços módicos. No entanto, conforme ensinam MARCELO ALEXANDRINO e VICENTE PAULO, em se tratando de serviço objeto de concessão ou permissão, “o valor da tarifa deve ser tal que assegure à concessionária (ou a permissionária) retorno satisfatório sobre o capital investido, restando, entretanto, afastada a legitimidade de obtenção de lucros exorbitantes, extraordinários, superiores àqueles tidos por razoáveis nas atividades econômicas privadas em geral.”
Ainda em relação ao princípio em questão, e na hipótese de se estar diante de serviço prestado diretamente pelo Estado, deve ser associado à ideia de que o lucro não constitui objetivo a ser perseguido, de forma primordial, do que decorre a possibilidade de haver não apenas serviços deficitários, como também gratuitos (como, por exemplo, os serviços de educação e saúde prestados diretamente pelos entes federativos).
d) princípio da Generalidade/igualdade dos usuários:
Apresenta dois aspectos importantes:
 
  1º) serviço público deve beneficiar o maior número possível de usuários;
 2º) uma vez preenchidos os requisitos legais (se houver), o indivíduo tem direito à prestação do serviço, sem que haja espaço para qualquer distinção de ordem pessoal (relacionado diretamente aos princípios da isonomia e da impessoalidade)

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