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Hermenêutica- Aspecto Filosófico-MÓDULO 4

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Hermenêutica: Aspecto Filosófico
Friedrich Schleiermacher
No Século XIX verificamos uma generalização do uso de hermenêutica no quadro dos saberes humanos. Schleiermacher foi considerado o pai da moderna hermenêutica com seu projeto de conceber uma hermenêutica geral como uma verdadeira arte de compreensão. Tomou seus estudos com base nas obras de Ast e Wolf, filólogos que se limitaram a desenvolver a metodologia hermenêutica, ou seja, processo de reconstrução do pensamento. Schleiermacher procurou a partir desta base sistematizar a hermenêutica, resgatando a filosofia transcendental, a ponto de preocupar-se com o seu caráter epistemológico. 
Schleiermacher formulou um sistema de Cânones interpretativos que permitem uma prática de desenvolvimento que proveio do afastamento gradual de um ponto de partida dogmático. Entre outras palavras, permitiu ao intérprete ignorar o conteúdo específico de uma obra em apreço, inserindo-o em um contexto para sua interpretação. 
A hermenêutica se relaciona com o agente social concreto e atuante no processo dialógico da compreensão, o que a torna uma arte da compreensão, que engloba todos os setores da expressão da cultura humana. Por força disto, a interpretação se orienta não somente para o texto, mas, sobretudo, para o diálogo com o seu autor, a fim de que o hermeneuta possa reencontrar a sua intenção originária.¹ 
Desta forma podemos depreender que para Schleiermacher, seria necessário abandonar a literalidade da interpretação gramatical, uma vez que o intérprete deve considerar as circunstâncias concretas que influenciaram a elaboração do texto, recriando assim a mente do autor de acordo com os influxos sociais que marcaram a sua existência.
Wilhelm Dilthey
Após a morte de Schleiermacher, a proposta de desenvolver uma hermenêutica geral um pouco se perdeu, quando o Filósofo Dilthey vislumbrou na hermenêutica o fundamento para as ciências humanas. A experiência concreta, histórica e viva passa a ser o ponto de partida e o ponto de chegada do conhecimento humano. 
Os meios necessários à compreensão do mundo histórico-social podem ser, dessa maneira, tirados da própria experiência psicológica, e a psicologia, deste ponto de vista, é a primeira e mais elementar das ciências do espírito. A experiência imediata e vivida na qualidade de realidade unitária (Erlebnis - Vivência; Experiência) seria o meio a permitir a apreensão da realidade histórica e humana sob suas formas concreta e viva.
Dilthey submete a uma análise rigorosa o conceito de Erlebnis. Dilthey propõe uma filosofia histórica e relativa que analise os comportamentos humanos e esclareça as estruturas do mundo no qual vive o homem contrapondo-se a uma metafísica que se pretende colocar como imagem compreensiva da realidade e a reduzir todos os aspetos da realidade a um único princípio absoluto.
Neste particular a historicidade é essencial ou constitutiva do homem e, em geral, do mundo humano. Em segundo lugar, na concepção de Dilthey, o mundo histórico é constituído por indivíduos que, enquanto "unidades psicofísicas vivas", são os elementos fundamentais da sociedade: é por isso que o objetivo das ciências do espírito é "o de reunir o singular e o individual na realidade histórico-social, de observar como as concordâncias (sociais) agem na formação do singular". Por isso, no domínio das ciências do espírito, a historiografia tem um carácter individualizante e tende a ver o universal no particular 
A Filosofia se torna uma das estruturas que constituem uma civilização e o trabalho do historiador seria precisamente captar as relações que, em uma sociedade, ligam as diferentes manifestações do mundo cultural. É sobre este postulado que se apoiam as principais obras históricas de Dilthey.  
Martin Heidegger
Para Heidegger eram considerados o seu método fenomenológico e hermenêutico. Ambos os conceitos estão relacionados a intenção de dirigir a atenção  para o trazer à luz daquilo que na maior parte das vezes se oculta naquilo que se mostra, mas que é precisamente o que se manifesta nisso que se mostra. 
Desta forma, o trabalho hermenêutico visa a interpretar o que se mostra pondo a lume isso que se manifesta aí mas que, no início e na maioria das vezes, não se deixava ver.
O método vai diretamente ao fenômeno, procedendo à sua análise, pondo a claro o modo como da sua manifestação. Neste sentido, a sua metodologia operava uma inflexão do ponto de vista, na medida em que o foco deveria ser desviado do dasein (ser-no-mundo) para o ser. Esta inflexão focaliza os modos de ser do ente, correspondendo a uma inversão da ontologia tradicional.
Além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrucionismo. 
De acordo com Martin Heidegger, a hermenêutica não estaria inserida no quadro gnosiológico, como um problema de metodologia das ciências humanas. Não se trataria, como em Dilthey, de opor o ato de compreensão, próprio das ciências humanas, ao caminho da explicação, via metodológica das ciências naturais. A compreensão passa a ser visualizada não como um ato cognitivo de um sujeito dissociado do mundo, mas, isto sim, como um prolongamento essencial da existência humana. Compreender é um modo de estar, antes de configurar-se como um método científico.²
Hans-Georg Gadamer
Para Gadamer, a hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o contexto histórico presente é sempre algo determinante na atividade interpretativa do objeto.
Na filosofia contemporânea, a hermenêutica é um dos temas polêmicos, uma vez que tradicionalmente a filosofia se ocupa com a descoberta das essências, entendendo-se aqui essência como verdade, como aquilo que pode ser cognoscível. Podemos dizer que Gadamer, em sua obra Verdade e Método, assegura que a hermenêutica não é um método para se chegar à verdade e que o problema hermenêutico não é, por sua vez, um problema de método. A hermenêutica não seria uma metodologia das ciências humanas, mas uma tentativa de compreender as ciências humanas.
Gadamer afirma que a compreensão das coisas e a correta interpretação não se restringe à ciência, mas à experiência humana, principalmente no que se refere ao fenômeno da linguagem como experiência humana de mundo. 
Assim, no que se refere à hermenêutica jurídica, Gadamer procurou descobrir a diferença entre o comportamento do historiador jurídico e do jurista diante de um texto, por exemplo. Seu interesse estava em saber se a diferença entre o interesse dogmático e o interesse histórico se constituía numa diferença unívoca. 
Conclui que há a seguinte diferença:
"O jurista toma o sentido da lei a partir de e em virtude de um determinado caso dado. O historiador jurídico, pelo contrário, não tem nenhum caso de que partir, mas procura determinar o sentido da lei na medida em que coloca construtivamente a totalidade do âmbito de aplicação da lei diante dos olhos. Somente no conjunto dessas aplicações torna-se concreto o sentido de uma lei".
Exercício 1:
"formulou um sistema de Cânones interpretativos que permitem uma prática de desenvolvimento que proveio do afastamento gradual de um ponto de partida dogmático. Entre outras palavras, permitiu ao intérprete ignorar o conteúdo específico de uma obra em apreço, inserindo-o em um contexto para sua interpretação".
Com base no texto acima identifique seu autor:
A)
Wilhelm Dilthey.
B)
Martin Heidegger.
C)
Hans-Georg Gadamer.
D)
Friedrich Schleiermacher.
E)
n.d.a
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) 
Exercício 2:
"propõe uma filosofia histórica e relativa que analise os comportamentos humanos e esclareça as estruturas do mundo no qual vive o homem contrapondo-se a uma metafísica que se pretende colocar como imagem compreensiva da realidade e a reduzir todos os aspectos da realidade a um único princípio absoluto". 
Com base no texto acima estamos falando do autor:
A)
Wilhelm Dilthey.
B)
Friedrich Schleiermacher.
C)
Hans-Georg Gadamer.
D)
Martin Heidegger.
E)
n.d.a
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)Comentários:
A) 
Exercício 3:
Analise as assertivas abaixo:
I - Podemos dizer que além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Gadamer foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrucionismo.
II - Para Heidegger a hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o contexto histórico presente é sempre algo determinante na atividade interpretativa do objeto.
Assinale a alternativa correta: 
A)
I e II são falsas.
B)
somente I é veraddeira.
C)
somente II é verdadeira.
D)
I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
E)
I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A)

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