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Resposta a Acusação - Aula 3

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA _________ 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº__________ 
 
 
 
 
 
 
MATEUS, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, movido pelo MINISTÉRIO 
PÚBLICO ESTADUAL, vem respeitosamente perante V. Exª, por meio de seu/sua advogado(a), 
instrumento de procuração em anexo, advogado (nome), inscrito na OAB/XX sob o nºXXXX, 
endereço eletrônico, com endereço profissional situado à Rua, bairro, cidade, onde recebe 
intimação, para apresentar 
RESPOSTA A ACUSAÇÃO 
Com fulcro no artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal e no artigo 5º, LV da 
Constituição Federal, consoante as razões a seguir aduzidas. 
I – DA TEMPESTIVIDADE 
 O acusado foi citado em 18/11/2016, e conforme o artigo 396 do CPP, o prazo para 
apresentar este petitório são de 10 dias corridos, a contar a partir da data da citação. 
 Deste modo, é notório a tempestividade da peça processual, tendo e vista que não foi 
atingido o prazo de 10 dias. 
II – DOS FATOS 
 Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Parquet como autor do crime previsto 
no artigo 217-A, §1º c/c artigo 234-A, III, todos do Código Penal vigente, praticado contra a 
suposta vítima Maísa, de 19 anos de idade. 
 Na denúncia oferecida, é alegado que Mateus compareceu a casa de Maisa em agosto de 
2016, para assistir um jogo pela TV. Então, aproveitando o momento a sós, ele manteve 
conjunção carnal com a jovem, fato que ensejou numa gravidez. 
 A acusação alega que houve violência real e ameaças para constranger a jovem em 
manter o ato sexual com o acusado, com este aproveitando-se da suposta vítima ser 
deficiente e incapaz de oferecer resistência aos propósitos libidinosos, e dar validamente o 
consentimento para o ato, porém Maísa é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
 
III – DA DEFESA DE MÉRITO 
Inicialmente cumpre destacar que Mateus foi acusado injustamente, pois este já possuía 
um relacionamento amoroso com Maísa, e já havia um tempo em que os dois estavam 
namorando. 
Mateus mora com sua mãe e sua avó, inclusive, ambas sabiam do namoro e são 
testemunhas de que o relacionamento é verídico e que todas as relações dele com a 
namorada eram consentidas. 
Se a vítima possui algum grau de deficiência mental, logo, o acusado não estava ciente 
deste fato, afinal muitas pessoas com diferentes graus de deficiência, seguem suas vidas 
normalmente. Inclusive, o acusado jamais constrangeria sua própria namorada para manter 
relações com ele. A gravidez ocorreu devido ao relacionamento íntimo normal dentro de um 
namoro, e foi uma consequência do ato sexual sem os cuidados devidos, assim como ocorre 
em vários relacionamentos no mundo todo. 
Insta salientar que existem vários casais que tem filhos não planejados e isso não é algo 
anormal, muito pelo contrário, quando se tem uma relação firmada com alguém, a 
probabilidade disso ocorrer é ainda maior. A final estamos falando de um namoro, e não um 
momento esporádico. 
 
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
A suposta vítima não ensejou a ação penal, mas sim o Ministério Público, uma vez que 
não é necessário a representação da suposta vítima. Porém o parquet não adunou 
documento comprobatório da deficiência mental de Maísa. Inclusive a mesma, pode 
comparecer em juízo para depor sobre os fatos. 
 Ocorre que nos autos há somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados 
na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. Sendo assim não há 
embasamento para tal acusação. 
 Conforme os fatos narrados, é notório que houve um ERRO DE TIPO, consoante o artigo 
20 do código Penal e 397, inciso, II do CPP. 
 O ERRO DE TIPO se caracteriza por excluir o dolo e a própria tipicidade da conduta, pois 
o réu namorava a vítima há um tempo e a jovem Maísa nunca se comportou como uma 
deficiente mental e nem teve atitudes que demonstrasse alguma debilidade. 
 Destaca-se que o acusado detém o direito a ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, pois mediante a 
verdadeira forma em que se ocorreram os fatos, estes, não constituem um crime. 
 
III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 Conforme o que foi exposto neste petitório, o querelante pede e requer a este douto 
juízo: 
1. A absolvição primária do Acusado, Mateus, conforme o exposto no artigo 397, III, do 
CPP; 
2. O deferimento desta peça processual; 
3. A procedência do pedido; 
4. A oitiva das testemunhas arroladas no próximo tópico. 
 
IV – ROL DE TESTEMUNHAS 
1 – Olinda (Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço 
completo); 
2 – Alda (Nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço completo); 
Nestes termos, pede e requer deferimento. 
Cidade, dia, mês e ano. 
 
NOME SOBRENOME 
Advogado(a) - OAB/XX nº XXXXX

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