Buscar

Toxicologia Veterinária - Conceitos em Geral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

enirceh@gmail.com​ +55 74 9 9959 9278   
TOXICOLOGIA VETERINÁRIA 
 
A toxicologia é uma área de grande             
conhecimento, que consiste desde animais de           
companhia (cães e gatos), como também animais             
de produção (bovinos, caprinos, suínos, aves e             
etc.) que são expostos a vários agentes nocivos               
empregados tanto na agropecuária quanto em           
medicamentos veterinários. 
Vários medicamentos deixam resíduos em         
seus tecidos, consequentemente, causam efeitos         
nocivos em seres humanos que consomem os             
alimentos de origem animal (ovos, carne, leite e               
etc.). 
 
História da Toxicologia 
 
1500 a.C. ​- O Papiro de Ebers há oitocentas                 
receitas, e são mencionadas substâncias químicas           
reconhecidas como tóxicas até os dias de atuais.               
Os egípcios sentenciavam a morte (eutanásia)           
com sementes de amêdoas amargas. A cicuta,             
que foi utilizada pela civilização grega para a               
eutanásia legal, também a ​cicuta maculata           
estimulante do sistema nervoso central, que           
provoca conculsões, náuseas, vômito e diarréia. 
 
402 a.C. - A civilização grega clássica, o filósofo                 
grego Sócrates foi condenado à morte pela             
ingestão de cicuta. 
 
Hipócrates (​460 a 377 a.C.) ​- considerado o pai                   
da medicina, estudando e praticando sua arte fez               
menção a uma série de venenos e foi o primeiro a                     
descrever princípios rudimentares de toxicologia,         
incluindo formas de controlar a absorção de             
substâncias tóxicas. 
Dioscórides (​século. I​.) ​- iniciou várias terapias               
para tratar indivíduos intoxicados, além de sugerir             
a primeira classificação de venenos em animais,             
vegetais e minerais. 
 
Mitridates VI (​115 a 63 ​a.C.) ​- foi o provavelmente                    
o primeiro a realizar experimentos toxicológicos.           
Por isso, a origem do termo mitridatismo, que se                 
refere a aquisição de imunidade contra os efeitas               
de venenos mediante sua ingestão em doses             
gradualmente crescentes (tolerância adquirida). 
 
Na civilização romana Agripina envenenou         
Cláudio (Imperador Romano de 41 a 54), para               
tornar Nero o Imperador de Roma (governou de               
54 a 68). Nero por sua vez, como o auxílio de                     
Locusta, envenenou Britânico, filho natural de           
Cláudio (sucessor do trono) com água           
contaminada com arsênico. 
 
Moses ben Maimon, ou Maimonides (​1135 a 1204​)                
- escreveu ​Venenos e seus Antídotos​, o primeiro               
guia de primeiros socorros para envenenamentos           
acidentais ou propositais, para picadas de insetos             
e cobras e mordidas de cães raivosos. Foi ele                 
quem primeiro notou que a absorção de toxinas               
pelo estômago pode ser diminuída pela ingestão             
de substâncias como leite e óleos. 
 
Lucrécia Borgia (​1480 a 1519​) ​- famosa               
envenenadora filha do Papa Alexandre VI, serviu             
de instrumento na eleição do seu pai. 
mailto:enirceh@gmail.com
enirceh@gmail.com​ +55 74 9 9959 9278   
 
Catarina de Médici (​1519 a 1589​) ​- enviava                 
cosméticos envenenados com diferentes       
substâncias para a França. Testava as cocções             
tóxicas em doentes e mendigos, notando a             
velocidade da resposta tóxica, a eficácia dos             
compostos (potência), o grau de respostas em             
diferentes regiões do corpo (especialidade e local             
de ação), os sinais e sintomas demonstrados pelas               
vítimas.  
 
Paracelsus (​1493 a 1541​) ​- foi ele quem                 
inicialmente apontou que a experimentação é           
essencial para a elucidação dos efeitos de             
substâncias químicas e que as propriedades           
terapêuticas e tóxicas de uma substância estão             
relacionadas à dose administrativa. Foi dado           
assim, o primeiro passo para estudo e a               
confirmação da relação dose-resposta. Ficou         
conhecido também pela frase: - “​todas as             
substâncias são venenos, (...) só a dose diferencia               
um veneno de um remédio”​. 
 
Os nativos do continente americano, muito antes             
da chegada de Cristóvão Colombo, já conheciam             
plantas tóxicas das quais tiravam proveito para a               
guerra e a caça. O ​curare​, por exemplo, era                 
conhecido pelo nativos das florestas tropicais da             
América do Sul, há muitos séculos, como um               
veneno extremamente potente, empregados em         
flechas.  
Dentre os vários princípios ativos presentes no             
curare​, destaca-se a ​d-tubocurarina​, que foi           
isolada em 1897 e obtida em forma cristalina a                 
partir de 1935. Atualmente é empregada como             
relaxante muscular de ação periférica         
(bloqueador neuromuscular), produzindo urn       
profundo relaxamento muscular e facilitando,         
assim, tanto a anestesia como a cirurgia. 
 
Orfila (​1787 a 1853​) ​- foi o primeiro a                   
correlacionar, sistematicamente, as substâncias       
químicas e os efeitos biológicos por' elas             
provocados após a ingestão. Grande parte de suas               
observações foi realizada em cães, nos quais se               
buscava a correspondente terapêutica. É         
considerado o pai da toxicologia forense moderna             
publicou, em 1815, primeiro livro dedicado,           
inteiramente, ao estudo dos efeitos nocivos das             
substâncias químicas, ​Traité de Toxicologie​,         
apontou a necessidade de análises químicas para             
a obtenção de provas legais em intoxicações letais,               
desenvolvendo métodos para a detecção de           
venenos, alguns utilizados atualmente, associando         
a química a jurisprudência. 
 
Conceitos da Toxicologia 
 
Toxicologia ​- é a ciência que estuda dos efeitos                 
nocivos decorrentes da interação das substâncias           
químicas com o organismo, englobando também           
os agentes físicos, incluindo alterações estruturais           
e de resposta em um ser vivo ou em seus                   
descendentes (anomalias, aborto etc.) 
 
Toxicologia ​- é o estudo qualitativo e quantitativo               
dos efeitos nocivos de substâncias químicas e de               
agentes físicos, incluindo alterações estruturais         
(lesões anatômicas e histológicas) e de resposta             
(lesões bioquímicas, fisiopatológicas e psíquicas)         
em um ser vivo ou em seus descendentes. 
 
Agente Tóxico ou Toxicante ​- é qualquer             
substância química ou agente físico (radiações X,             
mailto:enirceh@gmail.com
enirceh@gmail.com​ +55 74 9 9959 9278   
UV, ​Gama (𝛄) etc.) que ao interagir com o                 
organismo vivo provoca algum efeito nocivo.  
 
Xenobiótico ​- é empregado para indicar qualquer             
substância estranha ao organismo, qualitativa ou           
quantitativamente, não indicando,     
necessariamente, que provoca efeito nocivo.         
Quando o xenobiótico, por alguma razão (por             
exemplo, ​concentração excessiva ou ausência         
completa​), provoca algum efeito nocivo, ele é             
considerado também um toxicante ou agente           
tóxico. Entretanto, nem todo xenobiótico é um             
toxicante. 
 
Toxinas ​- são substâncias tóxicas produzidas por             
seres vivos e, em geral, não são definidas, por                 
exemplo, as toxinas bacterianas são produzidas           
por bactérias e poder ser classificadas em             
endotoxinas ou ​exotoxinas​; as ​micotoxinas são           
produzidas por fungos; as​fitotoxinas pelas           
plantas; e as ​zootoxinas​ pelos animais. 
 
agentes tóxicos  
 
Podem ser classificados de diferentes maneiras,           
dependendo do interesse e da necessidade da             
situação: 
● Quanto ao ​órgão ​alvo - efeitos nocivos sobre               
o fígado, rim, sistema nervoso etc. 
● Quanto ao seu ​uso ​ou ​local de uso -                 
doméstico, agrícola, industrial etc. 
● Quanto a sua ​origem - animal, vegetal e               
mineral. 
● Quanto a seus ​efeitos nocivos - cancerígenos,             
mutagênicos, corrosivo etc. 
● Quanto ao seu ​estado físico - gás, líquido,               
sólido. 
● Quanto a sua ​estrutura química - aminas             
aromáticas, hidrocarbonetos halogenados etc. 
● Quanto ao seu ​mecanismo de ação           
bioquímica - inibidores da colinesterase,         
anticoagulantes etc. 
● Quanto ao seu ​potencial tóxico -           
extremamente, moderadamente ou levemente       
tóxico. 
 
Toxicidadade ​- é a capacidade inerente da             
substância química de provocar intoxicação (efeito           
nocivo); 
 
Toxicidadade ​- é a propriedade que as             
substâncias químicas possuem, em maior ou           
menor grau, de provocar efeitos nocivos; 
 
Toxicidadade ​- é uma medida relativa do risco da                 
exposição a uma substância, dependendo,         
portanto, das condições de exposição: 
 
● Dose/Concentração - quanto maior a dose           
(mg/kg de peso vivo) ou a concentração             
(mg/L no ar, na água) do agente tóxico, maior                 
a possibilidade de acarretar efeito nocivo           
num ser vivo. 
● Duração ​(minutos/horas) e ​Frequência       
(aguda, crônica) ​de exposição - quanto maior             
o tempo de exposição do organismo ao             
toxicante, maior também a disponibilidade         
química. 
● Via de Exposição - são de maior importância               
as vias oral, dérmica e inalatória. 
○ Água - por via oral não causa             
toxicidade, entretanto, por via       
intravenosa, pode causar hemólise. 
mailto:enirceh@gmail.com
enirceh@gmail.com​ +55 74 9 9959 9278   
○ Mercúrio metálico - não é absorvido se             
ingerido na forma líquida, sendo         
totalmente excretado pelas fezes, porém,         
se o vapor do mercúrio metálico for             
inalado, sua toxicidade é absorvida pelos           
alvéolos pulmonares, exercendo seus       
efeitos tóxicos em seu local de ação. 
● Propriedades Físico-químicas -     
lipossolubilidade, estabilidade, constante de       
dissociação, pressão de vapor e tamanho da             
molécula são exemplos das variáveis que           
alteram a disponibilidade química dos agente           
tóxicos. 
● Suscetibilidade Individual - espécie, raça,         
peso corporal, características genéticas,       
prenhez, estado nutricional são algumas         
variáveis que influenciam a toxicidade. ​Por           
exemplo​: os gatos, por exemplo, tem maior             
dificuldade em eliminar substâncias químicas         
que precisam conjugar-se com o ácido           
glicurônico, em função da deficiência de uma             
enzima hepática, aumentando o risco de           
intoxicação. 
 
Intoxicação ou Toxicose ​- é o estado mórbido               
causado por um agente tóxico. É o efeito nocivo                 
provocado pela exposição a um agente tóxico. É o                 
conjunto de sinais (objetivo, mensurável) e/ou           
sintomas (subjetivo, sentido pelo paciente)         
causados pela substância química ou pelo agente             
físico no organismo natural. Esse conjunto de             
sinais e/ou sintomas evidenciam uma alteração           
orgânica ou quebra da homeostasia ou, ainda,             
uma alteração patológica, podendo ou não ser             
reversível. 
 
Áreas da Toxicologia 
● Toxicologia Ambiental - estuda os efeitos           
nocivos no organismo decorrente de exposição           
a agentes tóxicos presentes na água, no solo e                 
no ar. 
● Toxicologia Ocupacional - estuda os efeitos           
nocivos decorrentes da exposição a         
substâncias químicas provenientes do       
ambiente de trabalho. 
● Toxicologia Social - estuda as substâncias           
químicas que levam à alteração do humor, do               
comportamento, provocando disfunções do       
sistema nervoso central (​SNC​). Exemplos:         
drogas lícitas (álcool, fumo e alguns           
medicamentos) e ilícitas (maconha, cocaína e           
etc.) que levam à dependência e a tolerância. 
● Toxicologia de Alimentos - estabelece as           
condições em que os alimentos podem ser             
ingeridos sem causar danos à saúde.           
Assegurando a qualidade dos alimentos, pela           
detectação de contaminantes como       
aflatoxinas, nitrosaminas, praguicidas,     
antibióticos e hormônios. 
● Toxicologia Medicamentosa - estuda as         
substâncias químicas utilizadas em       
terapêutica, avaliando o risco ​versus benefício           
e, em caso de ingestão crônica, monitorando e               
analisando os efeitos adversos provenientes         
do uso de medicamentos. 
 
Referências 
 
SPINOSA, Helenice de Souza; GÓRNIAK, Silvana Lima;             
PALERMO-NETO, João. ​Toxicologia aplicada à medicina           
veterinária​. [S.l: s.n.], 2008. 
 
NOGUEIRA, R.M.B.; ANDRADE, S.F. ​Manual de           
toxicologia veterinária​. São Paulo: Roca, 2011.  
mailto:enirceh@gmail.com

Continue navegando