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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CENTRO DE TECNOLOGIA LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA Práticas 2 e 3- Medida do perfil de velocidade e da velocidade média por tubo de Pitot ALUNOS: Gabriela Sala Fantin RA: 108817 Matheus Henrique da Silva Santana RA: 107343 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 JUSTIFICATIVA 3 OBJETIVO 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MATERIAIS E MÉTODOS 14 RESULTADOS 17 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 27 CONCLUSÃO 28 REFERÊNCIAS 28 1.INTRODUÇÃO Em escoamentos, é de grande relevância a medição da velocidade do fluido para a compreensão de processos físicos relacionados a sua dinâmica e também para a determinação de quantidades necessárias em projetos e aplicações de engenharia. Entretanto não é possível obter a velocidade exata num ponto, porém pode-se determinar a velocidade média numa pequena área ou volume com o auxílio de alguns instrumentos adequados, como o dispositivo de Prandtl ou o tubo de Pitot apresentados neste relatório. 1.1.JUSTIFICATIVA A partir da velocidade de um fluido é possível obter diversos outros dados sobre o mesmo, como a vazão e pressão. Estes cálculos auxiliam a tornar o experimento mais preciso e aprimoram o conhecimento sobre o líquido/ gás, e efeitos viscosos em tubulações circulares. 1.2.OBJETIVO Tem como objetivo principal este experimento a medição das velocidades dos fluidos por meio de um tubo de pitot, para que então seja realizado um perfil destas velocidades em dutos cilíndricos. Também determinar a velocidade média na seção por meio de integração e determinação do fator de atrito. 2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O tubo de pitot foi criado por Henri Pitot em 1732, com finalidade de medir a velocidade do fluxo de água do rio Sena localizado em Paris. O tubo de pitot é um pequeno tubo com sua extremidade aberta alinhada de forma perpendicular ao escoamento para que seja sentido o impacto total da pressão de escoamento do fluido, este mede a pressão de estagnação. A pressão de estagnação (Eq. 1) é dada como a soma das pressões estáticas e da pressão dinâmica. Eq. (1)P ρP estag = + 2 V ² Em que P é a Pressão [Pa], a massa específica [kg/m], V a velocidade [m/s]. ρ De forma que: = Pressão estática → Representa a pressão termodinâmica real do fluidoP = Pressão dinâmica→ Representa o aumento de pressão quando o fluido está emρ 2 V ² movimento e é parado de forma que a entropia do sistema permanece constante. Estas pressões quando medidas em um lugar específico, podem auxiliar no cálculo da velocidade (Eq. 2) daquele local, de modo que isolando V obtemos: Eq. (2) V = √ ρ2(P −P )estag Existem situações, pressão estática e de estagnação do líquido são maiores que a pressão atmosférica, em que o equipamento de Pitot não funciona corretamente ao estar isolado, sendo necessário a anexação de um tubo piezométrico a tomada de pressão. Deste modo o líquido se eleva no tubo piezométrico até determinada altura da coluna que seja proporcional à pressão medida conforme figura 1. Figura 1- Tubo de Pitot anexado a um piezômetro Fonte: Yonus A. Çengel, 2006 Assim como o piezômetro foi anexado, também podem ser agregados outros equipamentos, como o manômetro em U. O manômetro é acrescentado quando as pressões a serem medidas encontram-se inferiores a pressão atmosférica, ou quando a medição é realizada em gases. Outro mecanismo que pode ser adicionado é a sonda estática de pitot, a qual tem finalidade de medir a velocidade do fluido. Assim como o tubo de Pitot, a sonda estática de pitot também é utilizada para medir a vazão do fluido. A diferença entre estes é que o tubo de Pitot apresenta somente uma tomada de pressão no ponto de estagnação, enquanto a sonda estática de Pitot possui a tomada de pressão de estagnação e várias tomadas de pressão estática localizadas na circunferência de forma que através destas duas pressões seja possível obter a velocidade do fluido, vide figura 3. Figura 2- Sonda estática de Pitot Fonte: Yonus A. Çengel, 2006 Figura 3- Sonda Pitot e Sonda estática de Pitot Fonte: Yonus A. Çengel 2006 A sonda estática de Pitot mede a velocidade local, mensurando a diferença de pressão usada em conjunto com a equação de Bernoulli. O tubo interno mede a pressão de estagnação naquele local apresentado pelas figuras 2 e 3, já o tubo externo possui orifícios na lateral da parede externa e, portanto, mede a pressão estática. Em escoamentos incompressíveis com velocidades suficientemente altas de modo a desprezar os efeitos da força de atrito, pode se chegar à fórmula da velocidade por meio da equação de Bernoulli (Eq. 3). Equação de Bernoulli (3)γ p1 + 2g V ²1 + z1 = γ p2 + 2g V ²2 + z2 Sendo Z a posição [m] e = o peso específico, o qual é definido como o peso por unidade de γ volume [N/m3], sendo calculado multiplicando-se a massa específica do material ( ) [kg/m3] pela ρ aceleração da gravidade (g) [m/s²]. Repare que = pois estão localizados na mesma altura, e que por causaz1 z2 V 1 = 0 das condições de estagnação. Logo resulta na Eq. 4. Eq. (4)γ p1 = γ p2 + 2g V ²2 Isolando a velocidade, obtemos a equação 5: Equação de Pitot (5) V = √ γ2g(P −P )1 2 A velocidade é máxima quando medida no eixo central do tubo. MANÔMETROS: O manômetro de tubo em U é utilizado para medir a diferença de pressão entre dois fluidos. No manômetro a seguir, figura 4, observa-se que temos uma determinada pressão em e outra em . Iniciando o cálculo pelo lado de deve-se somar o peso P 1 P 2 P 1 específico do fluido (neste caso a água) multiplicado por sua altura, posteriormente subtraímos o peso específico do outro material (neste caso mercúrio) multiplicado por sua distância até o fluido anterior (água). O mesmo procedimento será realizado com o próximo fluido em contato, será subtraído seu peso específico multiplicado por a altura até o final do tubo. Resultando na equação 6. Observação: a operação de soma e subtração depende do lado escolhido para iniciar os cálculos, ressaltando que a subtração ocorre pois consideramos a direção seguida como contra a gravidade. https://pt.wikipedia.org/wiki/Peso https://pt.wikipedia.org/wiki/Volume Figura 4- Manômetro tipo U Fonte: Material didático de laboratório de hidráulica. - Eq (6).LP 1 + γH20 .δ .(L )γHg m − γH20 − δm = P 2 De forma mais simples, tem que: - ( - ) Eq (7)P 1 P 2 = δm γHg γH20 Substituindo na fórmula de Pitot, a velocidade é dada pela equação 7. Eq (7) V = √ γH202.g.δ (γ −γ )m Hg H20 COMPRIMENTO DE MISTURA DE PRANDTL A tensão instantânea tangencial (Equação 8) pode ser descrita como: Eq (8).V .Vτ t = dA dF t = ρ ′x ′y Sendo os termos conhecidos como tensões de Reynolds..V .Vρ ′x ′y Figura 5- Deslocamento do fluido Fonte: Glaucia Alves dos Santos, professora da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto- Escola de Minas) Figura 6- Comprimento de mistura Fonte: Glaucia Alves dos Santos, professora da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto- - Escola de Minas) Prandtl propôs que pequenos agregados de partículas são transportados pelo movimento turbulento por um comprimento de mistura ( ) entre regiões com ι velocidades diferentes, sugerindo: Eq (9)≈ .V ′x V ′y ≈ ι dy dv De modo quesubstituindo na Eq (7) obtém: Eq (10).ι²( )²τ t = ρ dy dv LEI UNIVERSAL DE DISTRIBUIÇÃO DE VELOCIDADE O perfil de velocidade no núcleo turbulento é deduzido a partir do comprimento de mistura Hipóteses formuladas por Prandtl: Cisalhamento no núcleo turbulento igual ao da parede ( = )τ turb τ 0 Tensão de cisalhamento predominante é a turbulenta ( )τ = τ turb Na parede, velocidades de perturbação tendem à zero e ℓ𝑚 = 𝜅y Cisalhamento no núcleo turbulento é igual ao que se desenvolve na parede do tubo ( = ) e a tensão de cisalhamento turbulento domina.τ turb τ 0 A partir dessas hipóteses obtém a tensão de cisalhamento (Eq 11): Eq (11).k².y²( )²τ 0 = ρ dy dv Retirando o exponencial dos termos a direita: Eq (12) .y( ) √ ρτ 0 = k dydv Desta forma chega-se à velocidade de atrito Eq (13), Eq. (14) e Eq. (15). A velocidade de atrito é uma importante relação no estudo da camada limite, a qual mede a intensidade das flutuações turbulentas. Através desta é possível determinar a tensão de cisalhamento na parede .τ 0 Eq (13) μ* = √ ρτ 0 Também pode ser representada por: Eq (14) μ* = V√ f8 Em que f é o fator de atrito e V a velocidade. Outra forma da equação ser analisada é: Eq (15)μ* = .y( )k dy dv O fator de atrito ou coeficiente de resistência de Darcy-Weisbach, é um parâmetro adimensional utilizado para calcular a perda de carga em uma tubulação devida ao atrito. Para evitar diversas iterações nos cálculos, Swamee-Jain propuseram uma relação explícita para este, dada pela Eq 16 é utilizada para valores ≤ ≤ e 5 · 10³ ≤ 𝑅𝑒 ≤ dado pela Eq 16. 10−6 εD 10 −2 108 Eq de Swamee- Jain (16) f = 0,25 [log( + )]²ε3,7.D 5,74 Re0,9 Nos escoamentos em tubos circulares temos as condições de contorno, que são: se y = R então v= e se y=0 logo v=0. Deste modo isolando dv e realizando aV max integração: Eq da lei universal de distribuição da velocidade (17), ln( )μ* V −Vmax = 2 5 y R VAZÃO Vazão em volume teórica ( ) é definido como a quantidade de fluido que escoaQT através de um conduto num determinado intervalo de tempo ( ). A Vazão emtΔ volume pode ser calculada pela Eq. 18. https://pt.wikipedia.org/wiki/Atrito Eq (18)QT = Δt Δvolume A vazão volumétrica também pode ser obtida pela Eq. 19 em que é dada como resultado da multiplicação da área seccional (A) pela média da velocidade (V) do fluido. Eq. (19).AQT = V A partir da vazão (Q) e do conceito de velocidade média (V) em uma seção é possível calcular a velocidade média teórica ( ), deste modo a partir da eq 19 obtém-se:V T Eq (20)(r)dAQT = ∫ R 0 v Uma vez que a área de uma seção circular é dada por Eq (21). Tem que a ΠRA = 2 vazão (Eq 22) é: Eq (22)Π (r).r.dr QT = 2 ∫ R 0 v A fim de tornar a equação da vazão mais simples, chamaremos o termo da integral de , resultando na (Eq 23).AA Eq (23)Π.AQT = 2 A Outro modo de obter a vazão teórica é aplicando Bernoulli (Eq. 3) nos pontos 1 e 2 do tubo, como na figura 7. Figura 7- Escoamento através da constrição do tubo Fonte: Material didático de laboratório de hidráulica. Após aplicar Bernoulli a equação resultante é dada pela Eq 24. Eq (24)γ p1 + 2g V ²1 = γ p2 + 2g V ²2 A qual ao isolar , obtém- se a Eq. 25.V 2 Eq (25) V 2 = √ ρ(1−β)2(P −P )1 2 Em que é a relação entre as áreas. Substituindo a Eq. 25 na Eq. 19 obtemos a Eq.β 26, que ao substituir (Eq 7) resulta na Eq. 27.P 1 − P 2 Eq (26) QT = A2√ ρ(1−β)2(P −P )1 2 Eq. (27) QT = A2√ γ .(1−β)H202.g.δ (γ −γ )m Hg H20 A vazão real ( ) é sempre inferior ao valor da vazão teórica( ), apresentada na EqQr Qt 28, calculada devida às perdas na seção convergente, uma vez que a vazão teórica despreza efeitos da viscosidade e compressibilidade. Estas perdas podem ser calculadas por meio de um coeficiente chamado coeficiente de descarga como mostrado na Eq 29 (apresenta valor menor que 1 e é determinado experimentalmente). Eq (28).Q Qr = Cd t De modo que experimentalmente obtém: Eq (29)Cd = Qr Q t O coeficiente de descarga depende da relação entre as áreas (β) e do número de Reynolds (Re), consequentemente cada tipo de medidor possui uma fórmula específica, neste caso para o medidor diafragma pode ser representado pela Eq 30. Eq (30), 959 0, 312.β , 840, 959 0, 312.βCd = 0 5 + 0 2,1 − 0 1 5 + 0 8 + Re0,75 91,71.β2,5 Reynolds (Re) é a relação existente entre a força de inércia (ou de aceleração) e a força de viscosidade dinâmica conforme Eq 31, este é um valor adimensional e define o escoamento como laminar, transitório ou turbulento vide figura 8. De modo que valores abaixo de 2000 são considerados como laminares, entre 2000 e 2400 o tipo de escoamento é transitório e por fim aqueles acima de 2400 considerados turbulentos. Eq (31)eR = π.μ.d 4.ρ.Qt Em que é a massa específica do fluido, é a viscosidade dinâmica, D o diâmetro e a vazão ρ μ Qt total. Figura 8- Tipos de escoamento Fonte: Alberto Hernandez Neto- Universidade Estadual de São Paulo (USP). Já a velocidade pontual , esta é obtida por meio da leitura do manômetro δm de V )( i um tubo de pitot posicionado ao longo do raio em pontos determinados (i). Deste modo pode-se afirmar que apresenta a mesma fórmula de V (Eq 7).V i Estes pontos determinados (i), utilizam o eixo y como referência de modo que y sempre será o raio maior (R) pelo raio menor (r), conforme Eq 32. Eq (32)y = R − r A velocidade pontual na parte superior (positivo) do tubo será diferente da velocidade na parte inferior do tubo (negativo) devido à maior pressão hidrostática, é preciso obter uma velocidade pontual média v̅ para cada ponto de medida positivo (i) e o respectivo ponto negativo (−i) A parte superior do tubo é dada como positiva (i) enquanto a parte inferior do tubo considerada negativa (-i). A velocidade pontual na parte superior é diferente da parte inferior devido uma maior pressão hidrostática. Este tipo de pressão ocorre no interior dos líquidos e é exercida pelo peso do próprio líquido além de ter maior intensidade nos pontos mais profundos. Tal fator leva ao cálculo de uma velocidade média (Eq 33) para cada ponto de medida. Eq (33)̅ v = 2 V +Vi −i Uma vez que por meio de toda integral é possível representar a área gráfica, é possível analisar a velocidade em relação ao raio, conforme figura 9. Figura 9- Representação da integral da equação 21 em forma gráfica Fonte: Material didático de laboratório de hidráulica. A figura 4 pode ser dividida em formas geométricas, como triângulos e quadriláteros, logo é possível calcular sua área (Eq 34). Eq (34)AA = ∑ 6 i=1 Ai Em relação às velocidades, a velocidade média teórica ( é obtida usando os dados )V t do tubo de Pitot, resultando na Eq 35 e a velocidade média real ( Eq 36) é obtida V r − por meio da equação de conservação de volume. Eq (35)V t = A Qt Eq (36)V r = A Qr Uma vez que temos os dados da velocidade teórica e da velocidade real é possível realizar uma análise de comparação entre os dois métodos, resultando na Eq 37. Eq (37)VΔ = || V r V −Vt r | | Uma vez que temos a velocidade média (Eq. 37) e a velocidade máxima é possível realizar o cálculo do coeficiente de atrito, sendo: Eq (38) V TV max = 1 1+4,07.√ f8 Anotado os valores de Reynolds e do fator de atrito (f), é possível determinar qual o tipo de escoamento e o comprimento da rugosidade ε usando o diagrama de Moodyapresentado na figura 10 a seguir. Figura 10- Diagrama de Moody Fonte: Aula Hidraulica 1. 3. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS: Os materiais utilizados nesta prática são: termômetro, manômetros do tipo U, registros, bomba,dispositivo de Prandtl e diafragma, como podemos ver nas figuras 11 e 12. Já na figura 13 podemos ter uma maior noção sobre o deslocamento do tubo (Dispositivo de prandtl) Figura 11- Materiais Fonte: Canal Daniel Ferreira no Youtube- aula 2. Figura 12- Materiais Fonte: Canal Daniel Ferreira no Youtube- aula 2 Figura 13- Pontos de medição do tubo Fonte: Material didático de laboratório de hidráulica. MÉTODOS: Primeiramente foi aferida a temperatura da água no reservatório com o auxílio de um termômetro. Posteriormente foi verificado se todos os registros estavam fechados, ressaltando que os registros fecham em sentido horário e abrem em sentido anti horário. A bomba foi ligada, em sequência o registro a jusante da bomba foi gradativamente aberto e iniciado o escoamento na tubulação de recalque. Realizado estes procedimentos foi possível reparar a concentração de bolhas (que atrapalharão a leitura do manômetro), a fim de eliminar tais bolhas os parafusos dos manômetros foram abertos (procedimento denominado escorva o qual coloca o manômetro em pressão atmosférica), estes só foram fechados novamente quando a água parou de espirrar e passou a transbordar. O registro que direciona o fluxo de água para o canal foi aberto, uma vez que nesta prática a água recirculada pelo canal e não pelas tubulações em paralelo, e também realizado o deslocamento da sonda Pitot localizada na tubulação de recalque a fim de determinar as velocidades pontuais. A sonda pitot possui no total onze pontos para serem deslocados (todos referentes ao raio da tubulação), sendo o ponto zero no centro da tubulação e outros 6 localizados acima e abaixo do centro (inclusas as paredes), nesta fase também foi necessário realizar o procedimento de escorva na tubulação até os dois manômetros. Ademais os manômetros foram examinados com muita cautela, uma vez que a leitura do menisco deve ser sempre observada de forma tangencial para que a pressão esteja correta. A leitura do manômetro conectado ao diafragma nos deu a estimativa da vazão pela instalação de recalque, enquanto a leitura do manômetro conectado a sonda pitot realizado a estimativa da velocidade pontual pelo raio da tubulação. Por fim foram fechados o registro superior da tubulação de recalque e o registro a jusante da bomba respectivamente e a bomba foi desligada. 4. RESULTADOS Após conhecida a teoria necessária para o entendimento do experimento e feitos os devidos procedimentos pontuados, foram coletados alguns dados, os quais foram utilizados para a determinação de resultados de alguns fatores presentes no escoamento. Após algumas manipulações de fórmulas e a devida aplicação dos números coletados, foram atingidos os valores pedidos pelo experimento. Os cinco diferentes dados nos deram resultados e comportamentos diversos de escoamento, como poderá ser observado nas tabelas e gráficos apresentados, que descrevem velocidade, velocidade de atrito, tensão de cisalhamento e fator f dos sistemas analisados. Para tal, foram utilizados alguns dados obtidos no laboratório e dados pelo professor, como podemos observar na tabela 1 e 2. Tabela 1: dados adotados Tabela 2: Dados do Diafragma Tabela 3: dados obtidos em laboratório Utilizando a Equação (7), obtém-se a velocidade (V) do sistema em diversos pontos ao longo da seção transversal da tubulação pontuados na Tabela 3, como é visto na Tabela 4: Tabela 4: Velocidade ao longo da seção transversal da tubulação Utilizando da Equação (16) obtém-se a velocidade de atrito (u*). Como é visto na Tabela 5: Tabela 5: Velocidade de atrito ao longo da seção transversal da tubulação Por meio da Equação (13), a tensão de cisalhamento (𝛕) é obtida (dependente da velocidade de atrito). Tabela 6: Tensão de cisalhamento ao longo da seção transversal da tubulação Utilizando a Equação (14) encontra-se o fator f do escoamento, como é visto na Tabela 7. Tabela 7: Fator f ao longo da seção transversal da tubulação Com as tabelas e os resultados obtidos, foi possível o traçar gráficos para facilitar a análise do comportamento, em busca de desvios e padrões nos sistemas analisados. Tais gráficos foram: Gráficos A) B) C) D) E) F) G) H) I) J) A fim de encontrar a vazão (real e teórica) e a velocidade média do escoamento (real e teórica), foi necessário, primeiramente, encontrar a velocidade pontual média, utilizando a equação (33). Com a velocidade média calculada, utiliza-se os resultados para confeccionar um gráfico (v̅.r) x (r), como visto na Figura (9) e calcula-se a área do gráfico por áreas de triângulos e trapézios (dividindo o gráfico em sessões), para que se possa aplicar o somatório das áreas dessas sessões na Equação (22) e consequentemente, obter a Vazão Teórica dos sistemas analisados. Assim, com os diferentes dados (cinco diferentes), foram obtidos diferentes resultados que poderão ser analisados nas Tabelas 8 a 12 e gráficos (K) a (O). Para Dados 1: Tabela 8: Velocidade pontual Média, áreas e os fatores utilizados para os cálculos de área Gráfico (K): (v̅.r) x (r) para Dados 1 Para Dados 2: Tabela 9: Velocidade pontual Média, áreas e os fatores utilizados para os cálculos de área Gráfico (L): (v̅.r) x (r) para Dados 2 Para Dados 3: Tabela 10: Velocidade pontual Média, áreas e os fatores utilizados para os cálculos de área Gráfico (M): (v̅.r) x (r) para Dados 3 Para Dados 4: Tabela 11: Velocidade pontual Média, áreas e os fatores utilizados para os cálculos de área Gráfico (N): (v̅.r) x (r) para Dados 4 Para Dados 5: Tabela 12: Velocidade pontual Média, áreas e os fatores utilizados para os cálculos de área Gráfico (O): (v̅.r) x (r) para Dados 5 Plotados os gráficos, por meio da área dos mesmos, é possível encontrar a vazão teórica (Qt), aplicando-se na Equação (23). Com o resultado encontrado, é possível calcular a vazão real (Qr), multiplicando o valor obtido pelo Coeficiente de Descarga (dado Tabela 1), como é possível verificar na Equação (24). Sabe-se que, Vazãoé a relação entre Velocidade e Área. Com as devidas manipulações nas equações, obtém-se a Velocidade Teórica e Real por meio das Equações (35) e (36), respectivamente. Comparando-se os resultados, calcula-se o ∆V, pela Equação (37). Para finalizar, calcula-se o Fator F de atrito por meio da Equação (38), Número de Reynolds por meio da Equação (31) e a rugosidade por meio da Equação (16). Realizados tais procedimentos, foi possível obter os seguintes resultados, vistos na Tabela 13: Tabela 13: Resultados obtidos, Dados 1 a 5 É possível obter outra vazão teórica, a fim de comparar com os resultados já obtidos. Assim, por meio dos dados da Tabela 2 e da Equação (27), obtém-se: Tabela 14: Vazão Teórica obtida para comparação, Dados 1 a 5 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Pelos resultados obtidos, pode-se observar alguns padrões de comportamento ao longo da seção transversal das tubulações. Através da Tabela 4 e dos Gráficos A,C,E,G e I, percebe-se um gráfico com formato parabólico, que lembra uma equação do segundo grau. Tal parábola explicita que as velocidades mais próximas às extremidades (paredes da tubulação) são as menores, em todos os cinco dados coletados. É perceptível também observar o “achatamento” na extremidade da parábola, o que significa a obtenção de valores mais próximos uns dos outros, ou seja, a velocidade no centro da tubulação é menos inconstante e atinge seus valores máximos, o que era esperado, já que os efeitos de viscosidade são mais influentes mais próximos as paredes da tubulação, e ao centro as camadas do escoamento se deslocam de forma paralela. Pela Tabela 6 e os Gráficos B,D,F,H e J, obtém-se o comportamento da tensão de cisalhamento de acordo com a posição variando ao longo do raio da tubulação. Observa-se que as tensões cisalhantes nas paredes da tubulação são muito maiores, devido a rugosidade da tubulação, se comparadas com as tensões ao centro, que se mostraram constantes em determinado trecho, chegando a ser nula. O comportamento é o mesmo entre velocidade de atrito e tensão de cisalhamento, pois como é possível observar na Equação (13), elas são intimamente ligadas e dependentes. No ensaio 4, vemos que a velocidade de escoamento baixa e, consequentemente sua baixa vazão, causou uma alteração no padrão de resultados obtidos. A baixa velocidade faz com que a medição da tensão de cisalhamento seja muito mais difícil, obtendo-se erros. Observamos um comportamento anômalo no perfil de velocidade visto no Gráfico G, com dispersão de dados e com formato bem diferente da parábola esperada. É perceptível também, que os picos das tensões de cisalhamento, visto no Gráfico H, estão relativamente distantes das extremidades da tubulação, o que mostra a dificuldade de se analisar perfis com baixa velocidade. Outros erros ou comportamentos considerados fora do padrão esperado, deve-se a falta de calibração dos aparelhos utilizados ou erro de procedimento e leitura dos operadores que realizaram os ensaios. O mesmo comportamento anormal, mantém-se no ensaio para obter a Velocidade Média da tubulação, como é perceptível no Gráfico N. Comparando as diferentes Vazões Teóricas, obtidas por métodos diferentes (como visto acima), obtivemos resultados muito próximos, o que nos dá uma garantia de certeza quanto a estimativa da Vazão, como observado nas Tabelas 13 e 14. A Vazão Real encontrada é menor que a Teórica, confirmando que a vazão real ( ) é Qr sempre inferior ao valor da vazão teórica( ), apresentada na Equação (28), calculada Qt devida às perdas na seção convergente, uma vez que a vazão teórica despreza efeitos da viscosidade e compressibilidade. Com os Números de Reynolds obtidos, conseguimos concluir que os escoamentos são turbulentos, já que os resultados obtidos foram maiores que 2400. A rugosidade atinge valores muito próximos a zero, então consideramos o mesmo como escoamento Liso. 6. CONCLUSÃO O tubo de Pitot pode ser utilizado em diversos fluidos e em diferentes faixas de velocidades que variam desde baixas velocidades até as supersônicas. A partir dos resultados obtidos podemos concluir que o objetivo do experimento foi alcançado com êxito, foram apresentados resultados coerentes e de fácil interpretação sem necessidade de utilizar softwares mais modernos para chegar a resposta final. É notável que as velocidades variam conforme sua localização, desse modo nas extremidades a velocidade é menor do que no centro da tubulação, entretanto o contrário ocorre com a velocidade de atrito já que a mesma é maior nas paredes do tubo devido sua rugosidade e zero em seu centro. Em relação a tensão cisalhante esta também varia conforme a região, sendo muito maior no centro da tubulação do que em suas paredes. Foram descritas também a relação entre área, velocidade e vazão, as quais estão intimamente ligadas e são de extrema importância para se conhecer a natureza do escoamento e suas descrições. É válido ressaltar que mesmo que tenhamos conseguido os resultados almejados a prática é suscetível a erros como de leitura e manuseio dos equipamentos, os quais interferem diretamente nos valores. 7.REFERÊNCIAS AULA: Escoamento uniforme em tubulações. 27 mar. 2016. Disponível em: https://silo.tips/download/aula-escoamento-uniforme-em-tubulaoes. Acesso em: 23 set. 2020. AULA 8- Hidráulica 1. Moodle UEM, 2020. Disponível em: https://moodlep.uem.br/pluginfile.php/161175/mod_resource/content/13/2567%20Aula %2008%20Escoamento%20uniforme%20em%20tubula%C3%A7%C3%B5es%20IV.p df. Acesso em: 1 out. 2020. ÇENGEL, Yonus A.; CIMBALA, Johm M. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e aplicações. [S. l.]: Mc Graw Hill, 2012. NETO, Alberto Hernandes. Escoamento viscoso em condutos. [21--]. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4420812/mod_resource/content/2/Aula%20L3 %20Escoamento%20viscoso%20em%20condutos%20-%20PME%203230.pdf. Acesso em: 29 set. 2020. PRÁTICA 02: Medida do perfil de velocidade por Tubo de Pitot. 4 set. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=su2LoeMyVCw&feature=youtu.be&ab_channel=D anielCordeiroFerreira. Acesso em: 14 set. 2020. PRÁTICA 03: Medida de velocidade média por Tubo de Pitot. 23 set. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=r1N6pZeD1o4&feature=youtu.be&ab_channel=Da nielCordeiroFerreira Acesso em: 29 set. 2020.
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