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Trabalho de Posse 1

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CURSO DE DIREITO
POSSE,PROPRIEDADE E TUTELAS AFINS
PODERES INERENTES À PROPRIEDADE
Para Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:
Uso 
É a faculdade do proprietário de servir-se da coisa de acordo com a sua destinação
econômica. O uso será direto ou indireto, conforme o proprietário conceda utilização
pessoal ao bem, ou em prol de terceiro, ou deixe-o em poder de alguém que esteja sob suas ordens – servidor da posse.
Ao contrário do que muitos acreditam, o direito de uso concede ao seu titular o
acesso aos frutos naturais da coisa, pois não seria lógico que o beneficiário dessa faculdade fosse privado do acesso imediato aos bens que a coisa produza por sua própria natureza, como os frutos das árvores ou o leite das vacas. Não se trata de uso puro como concebido em certo momento do Direito Romano, onde usar não incluía acesso a nenhuma espécie de fruto do bem. Aliás, ao abordar o direito de uso, o art. 1.412 do Código Civil dispõe que “o usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos”.
Mesmo o uso sem utilização atual é viável, pois é bastante que o proprietário preserve o bem em condições de servir-lhe quando necessário.
Com efeito, as faculdades não prescrevem pelo não uso, porém, é adequado afirmar que atualmente a falta de utilização da coisa privará alguém do direito de propriedade, quando se mostrar antissocial. 
Para Carlos Roberto Gonçalves:
O Uso, é O primeiro elemento constitutivo da propriedade é o direito de usar (jus utendi), que consiste na faculdade de o dono servir-se da coisa e de utilizá-la da maneira que entender mais conveniente, sem no entanto alterar--lhe a substância, podendo excluir terceiros de igual uso. A utilização deve ser feita, porém, dentro dos limites legais e de acordo com a função social da propriedade. Preceitua a propósito o § 1º do mesmo art. 1.228 do Código Civil que “o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais...”.
A faculdade em apreço permite também que o dominus deixe de usar a coisa, mantendo-a
simplesmente inerte em seu poder, em condições de servi-lo quando lhe convier.
Logo,o Uso pode ser definido por servir –se das utilidades da coisa, ter o direito de usar. Sendo o uso um direito real sobre coisa alheia, temporário, indivisível, intransmissível ou incessível e é personalíssimo.
Podendo recair tanto sobre bens móveis (infungíveis e inconsumíveis) como imóveis, como sobre bens corpóreos ou incorpóreos; pode também ser objeto terrenos públicos e particulares.
Exemplificando: Se A é proprietário de uma casa de praia e só frequenta o local no verão, não estará privando-a de seu uso no resto do ano, já que o bem estará ao seu alcance, se preciso, a qualquer tempo.
Gozo
A faculdade de fruir como relevante aspecto de exercício de poder por parte do titular
do direito real consiste na exploração econômica da coisa, mediante a extração de
frutos e produtos que ultrapassem a percepção dos simples frutos naturais. Quando o
proprietário colhe frutos naturais (percebidos diretamente da natureza), está exercitando
somente a faculdade de usar. Mas estará verdadeiramente fruindo ao obter os frutos
industriais (resultantes da transformação do homem sobre a natureza) e os frutos civis (rendas oriundas da utilização da coisa por outrem). 
Com efeito, o poder de fruição, como possibilidade do titular da situação jurídica de
extrair do bem as utilidades coerentes com a sua função, é um conceito que carece de homogeneidade, como enfatiza Pietro Perlingieri. Existe, por exemplo, uma substancial
diferença entre a fruição da propriedade por parte de uma pessoa natural e de uma pessoa
jurídica. No primeiro caso, a fruição é estritamente ligada à imediatidade da situação com
o sujeito físico titular, enquanto nas pessoas jurídicas, mais do que fruição, trata-se da
utilização do bem nos limites de suas características institucionais.
Avulta também a distinção entre frutos e produtos, que reside na renovação constante
dos frutos, à medida que são retirados. Em contrapartida, os produtos vão-se exaurindo quando extraídos da natureza, sem possibilidade de renovação (v. g., mina de ouro, poço de petróleo).
Conforme o art. 1.232 do Código Civil, o proprietário faz jus tantos aos frutos como
aos produtos. Inseridos estes na categoria dos bens acessórios, aplica-se o famoso brocardo:
o acessório segue o principal (art. 92 do CC).
Também inserido no jus fruendi está o direito do proprietário às pertenças. De acordo
com o art. 93 do Código Civil, não constituem parte integrante da coisa, mas se
destinam de modo duradouro ao uso, serviço ou aformoseamento de outro bem. Diferenciam-se das benfeitorias, pois, apesar de incluídos na classe dos bens acessórios, prevalece o princípio da não aderência. Quer dizer, mantêm as pertenças à sua autonomia, sem qualquer incorporação material ao bem principal. Assim, os tratores de uma fazenda são intencionalmente empregados na exploração econômica do imóvel e a ele subordinados no sentido econômico-jurídico, mas não aderem à coisa. Enfim, são bens móveis, pois o Código Civil extinguiu a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual (art. 79, CC).
Para Carlos Roberto Gonçalves:
Gozo, é o direito de gozar ou usufruir (jus fruendi) compreende o poder de perceber os frutos naturais e civis da coisa e de aproveitar economicamente os seus produtos.
Exemplificando: ao alugar o imóvel, o proprietário receberá aluguéis pelo fato da privação do poder de atuação sobre o bem. De forma análoga, ao mutuar um capital, os juros recebidos do mutuário serão os frutos civis que o titular da quantia receberá como contrapartida do empréstimo do capital.
Livre Disposição
No direito romano, às faculdades de usar e fruir unia-se o direito de abusar, o jus abutendi. Essa faculdade de abusar permitia até mesmo a destruição do objeto da propriedade. Na idade moderna, o jus abutendi foi substituído pelo direito de dispor, representando uma impactante transformação na instituição da propriedade.
Entende-se como dispor a faculdade que tem o proprietário de alterar a própria substância da coisa. É a escolha da destinação a ser dada ao bem, a mais ampla forma de concessão de finalidade econômica ao objeto do direito real.
A disposição pode ser material ou jurídica. Enquanto no exercício dos poderes de usar e fruir o proprietário não se priva da substância da coisa – pois aquelas faculdades podem ser destacadas em favor de terceiros, sem que seja atingida a condição jurídica do proprietário –, o mesmo não ocorre em certos atos de disposição, nos quais criará situações subjetivas favoráveis a terceiros, como nos atos de transferência da propriedade, ou de constituição de direitos reais (v. g., usufruto).
A disposição material da coisa é percebida por atos tais como a destruição do bem ou o seu abandono. Em ambas as hipóteses, o proprietário pratica atos físicos que importam em perda da propriedade (art. 1.275, III e IV, do CC). Aliás, na propriedade de bens consumíveis (v. g., alimentos) – essencialmente uma propriedade temporária –, a disposição material se confunde com a própria fruição da coisa, a ponto de ser ilegítima qualquer norma restritiva ao gozo do bem, por implicar violenta afetação que recairia sobre a própria substância da coisa.
A outro turno, a disposição jurídica da propriedade poderá ser de caráter total ou parcial. Total, quando o proprietário praticar ato de alienação, importando em mutação subjetiva do direito real; a alienação será onerosa (venda) ou gratuita (doação). Nos dois casos, o adquirente sucederá o alienante em todas as faculdades do domínio.
Já a disposição parcial é percebida no instante em que são instituídos ônus reais sobre o bem. O proprietário dispõe parcialmente da coisa quando institui um gravame sobre ela, tal como o usufruto ou a hipoteca. Nas duas situações, o proprietário manterá a titularidade, apesar da convivência com um direito real em coisa alheia, como o do credor hipotecário ou um usufrutuário que recebe temporariamente certas faculdadesdo domínio.
Aliás, entendemos que quando o proprietário loca, arrenda, entrega o bem em comodato, ou insira qualquer pessoa na posse em razão de relação obrigacional, não há de se cogitar em afetação parcial do poder de disposição, pois não há transferência de poderes dominiais para novos titulares de direitos reais limitados. O proprietário que concedeu a posse direta mediante relação obrigacional mantém a propriedade plena, pois apenas concede que a fruição imediata da coisa fique a cargo de terceiros.
Em síntese, percebemos que nem sempre o proprietário terá consigo os poderes de uso, fruição e disposição. Essa dissociação eventualmente surgirá quando o proprietário pode dispor juridicamente da coisa, mas está privado de lhe conceder exploração econômica imediata (v. g., usufruto), ou quando possa obter frutos e produtos, mas esteja inibido de dispor (v. g., cláusula de inalienabilidade). Essa separação de poderes dominiais não ofende a essência do direito subjetivo de propriedade, que continua pertencendo exclusivamente a seu titular.
Realmente, entre fruição e disposição não há uma correlação necessária. A criatividade
humana concebe situações em que aquele que frui a coisa não será a mesma pessoa que dela poderá dispor. Basta pensarmos na propriedade fiduciária, em que o proprietário e credor fiduciário mantém consigo a faculdade de disposição do bem, mas será o fiduciante (devedor) que exercerá o poder jurídico de fruição na constância.
Para Carlos Roberto Gonçalves:
Livre Disposição, é o direito de dispor da coisa (jus abutendi) consiste no poder de transferir a coisa, de gravála de ônus e de aliená-la a outrem a qualquer título. Não significa, todavia, prerrogativa de abusar da coisa, destruindo-a gratuitamente, pois a própria Constituição Federal prescreve que o uso da proprie dade deve ser condicionado ao bem-estar social. Nem sempre, portanto, é lícito ao dominus destruir a coisa que lhe pertence, mas somente quando não caracterizar um ato antissocial.
Tal direito é considerado o mais importante dos três já enunciados, porque mais se revela
dono quem dispõe da coisa do que aquele que a usa ou frui.
Exemplificando: Se eu sou dono de um quadro eu posso pendurá-lo na minha parede (jus utendi), posso alugá-lo para uma exposição (jus fruendi) e posso também vendê-lo (jus abutendi).
Reivindicação
O poder de reivindicar também é denominado elemento externo ou jurídico da propriedade, por representar a pretensão do titular do direito subjetivo de excluir terceiros de indevida ingerência sobre a coisa, permitindo que o proprietário mantenha a sua dominação sobre o bem, realizando verdadeiramente a almejada atuação socioeconômica.
Em contrapartida, o poder de reivindicar também é denominado elemento externo ou jurídico da propriedade, por representar a pretensão do titular do direito subjetivo de excluir terceiros de indevida ingerência sobre a coisa, permitindo que o proprietário mantenha a sua ominação sobre o bem, realizando verdadeiramente a almejada atuação socioeconômica.
Enquanto as faculdades de usar, gozar e dispor se relacionam à tutela do domínio, possibilitando o exercício do senhorio pelo dono sobre a coisa, a pretensão reivindicatória se qualifica como a tutela conferida ao titular consequente à lesão ao direito subjetivo de propriedade por parte de qualquer um que desrespeite o dever genérico e universal de abstenção. Assim, a reivindicatória é a extensão do direito de sequela ao titular da propriedade como forma de recuperação da posse obtida injustamente por terceiros.
Como consectário lógico do direito de excluir, a pretensão reivindicatória é de natureza obrigacional e não real. Ao contrário do domínio – direito real sobre a coisa que permite o titular usar, fruir e dispor de forma direta e imediata do bem jurídico –, a propriedade em sua concepção funcionalizada é uma relação obrigacional que demanda dos não proprietários – sujeito passivo universal – um dever genérico de abstenção. A violação desse dever implica o surgimento da pretensão reivindicatória, que será concretamente direcionada contra aquele que lesou a posição jurídica de incolumidade do proprietário. Ao ajuizar a demanda reivindicatória, o proprietário não postula a coisa (pretensão real), mas uma obrigação de fazer por parte do réu, consistente na atividade de devolução do bem (pretensão obrigacional).
É possível que, em algum momento, o proprietário esteja privado dos poderes de uso e gozo, pelo fato de terceiro injustamente obter a posse da coisa. A ação reivindicatória é consequente ao direito de sequela – jus persequendi –, sendo tradicionalmente concebida como a pretensão ajuizada pelo proprietário não possuidor contra o possuidor não proprietário. Pela doutrina tradicional, para que se obtenha êxito na demanda será suficiente demonstrar o direito subjetivo da titularidade da propriedade, sem qualquer discussão fática sobre a qualidade da posse de terceiros.
Para fins de compreensão sobre a legitimação passiva para a ação reivindicatória, a noção ampla de posse injusta a que alude o caput do art. 1.228 do Código Civil não corresponde ao conceito estrito de posse injusta espelhado no art. 1.200 do mesmo estatuto (posse violenta, clandestina ou precária), posto que mais extensa. A posse atacada na ação reivindicatória é aquela que, mesmo obtida pacificamente – despida dos realçados vícios –, sobeja desamparada de causa jurídica eficiente capaz de respaldar a atividade do possuidor.
Enfim, é possível aferir que a finalidade da reivindicatória é a recuperação dos poderes
dominiais e não do reconhecimento do direito de propriedade. A restituição da coisa implicará a reconquista pelo proprietário das faculdades de uso e fruição. 
Entendia-se, até pouco tempo, que a reivindicatória era uma pretensão privativa do proprietário, não extensiva aos titulares de outros direitos. Hoje, já se admite a possibilidade
de o promissário comprador que adimpliu todas as prestações, porém não obteve a titularidade definitiva por faltar-lhe a outorga da escritura definitiva, manejar a reivindicatória em face de terceiros que estejam ocupando o imóvel. Ora, se o contratante
que já arcou com o preço integral do bem possui domínio e conta com a pretensão à sua adjudicação ou ao exercício da ação de outorga de escritura perante o promitente vendedor (art. 466 do CPC), nada impedirá a sua defesa em face de terceiros, malgrado careça da formalidade do registro.
Ainda no tocante à legitimação, o caput do art. 1.228 acrescentou inovação à ação reivindicatória, estendendo aos detentores (art. 1.198 do CC) a possibilidade de figurarem no polo passivo da demanda petitória. Portanto, nada impedirá que o proprietário ajuíze ação contra os servidores da posse e aqueles que estejam no bem a título de permissão ou tolerância, mas se recusem a restituir a coisa, momento em que a originária detenção é convertida em posse precária.
Para Carlos Roberto Gonçalves:
Reivindicação, é o quarto elemento constitutivo é o direito de reaver a coisa (rei vindicatio), de reivindicá-la das mãos de quem injustamente a possua ou detenha, como corolário de seu direito de sequela, que é uma das características do direito real. Envolve a proteção específica da propriedade, que se perfaz pela ação reivindicatória.
Exemplificando: Se A ingressar em terreno de B, à luz do dia, sem utilização de força ou violação a qualquer relação contratual, não poderá ser sujeito passivo em ação possessória,
pois não praticou esbulho. Contudo, poderá o proprietário B manejar a reivindicatória, já que a posse de A falece de um título que a justifique.
E outro: Caberá ação reivindicatória se a pessoa possuir o título de propriedade, mas não a posse, que está sendo exercida por outra pessoa.
BIBLIOGRAFIA:
Farias, Cristiano Chaves de
Reais / Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald. – 11. ed. rev.,
ampl. e atual. – São Paulo: Atlas, 2015. (Curso de direito civil; v. 5).
Bibliografia.
1. Direito civil 2. Direitos reais I. Rosenvald, Nelson.
II. Título. III. Série.Cristiano Chaves de Farias
Nelson Rosenvald
Curso de Direito Civil Reais
Volume 5
11a edição revista, ampliada e atualizada
SÃO PAULO
EDITORA ATLAS S.A. – 2015
Páginas 243-248
Gonçalves, Carlos Roberto
Direito civil brasileiro, volume 5 : direito das
coisas / Carlos Roberto Gonçalves. – 7. ed. – São
Paulo : Saraiva, 2012.
1. Direito civil 2. Direito civil - Brasil I. Título.
Páginas 154-155

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