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O cérebro e a localização das funções mentais


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O cérebro e a localização das funções mentais
A frenologia buscava relacionar as regiões do cérebro com funções como a comunicação e a moralidade
No processo de desvendamento do cérebro, houve várias teorias sobre como ele deveria funcionar. Muitas destas teorias eram concorrentes. Dentre elas, ocupa destaque na história da neuropsicologia a disputa entre o localizacionismo versus o holismo ou globalismo.[11]
Os globalistas defendiam que as funções mentais estariam distribuídas na massa encefálica, sem estar situada especificamente numa ou noutra região. Elas seriam o resultado do funcionamento do cérebro como um todo. Alguns dados de pesquisa apoiavam esta tese, visto que a remoção de grande massa encefálica causava mais prejuízo nas funções mentais, enquanto que a remoção de massas menores, causaria danos menores ou parcialmente identificáveis. Por sua vez, os localizacionistas apostavam que as funções mentais seriam o resultado do trabalho de neurônios localizados em áreas específicas do cérebro; lesões nestas áreas causariam dano em habilidades específicas. Os trabalhos de Paul Broca (1824-1880) identificaram uma área específica do cérebro que processa a capacidade de comunicação verbal, que em sua homenagem foi chamada de área de Broca. Atualmente, está prevalecendo a tese de que o cérebro possui áreas especializadas, embora estudos mais recentes apontem que uma delimitação absoluta de regiões cerebrais seja uma utopia.[12]
A neuropsicologia se embasa no conhecimento do funcionamento das diferentes áreas cerebrais, buscando correlacionar na medida do possível a função à região. Essa associação permite ao profissional compreender, por exemplo, qual pode ser a extensão da lesão e, ao analisar uma tomografia, estimar quais funções executivas podem estar sendo prejudicadas.
Avaliação neuropsicológica
Modelo 3D do percurso e lesão da estrutural do crânio e cérebro de Phineas Gage em exposição na Escola de Medicina de Harvard
A avaliação neuropsicológica consiste na utilização de exame clínico, aliado a outras ferramentas diagnósticas (exames de neuroimagem, tais como tomografia computadorizada, ressonância magnética, SPECT (sigla para do inglês Single Photon Emission Computed Tomography, em português do Brasil: tomografia computadorizada por emissão de fóton único), observação do comportamento, relatos da família do paciente e a instrumentos psicológicos, como inventários e outros testes. É um processo complexo, que precisa ser conduzido caso a caso, escolhendo as técnicas mais adequadas à situação real apresentada.[9][13] A avaliação neuropsicológica é o primeiro passo para a futura reabilitação neurológica, pois irá identificar as áreas cognitivas com maior dano e, a partir disso, será elaborado o plano de tratamento.
Como em qualquer passo de avaliação, é fundamental que o profissional conheça aspectos relevantes da vida do paciente, pregressa ao aparecimento dos sintomas, bem como os dados que fundamentem a formulação de hipóteses de trabalho para, em seguida, selecionar as estratégias adequadas para a avaliação. Usualmente são avaliadas as funções de percepção, armazenamento da informação (memória), pensamento (cognição propriamente dita) e execução (funções executivas).[13]
Essencialmente, a avaliação psicológica não difere dos métodos desenvolvidos pela psicometria desde as origens da psicologia ou psicologia cognitiva a não ser quanto a especificidade de seu objeto (as funções executivas), e por estabelecer conexões entre as funções avaliadas e a neurofisiologia. A proposição é, portanto, avaliar, identificar e detectar a integridade das funções mentais superiores: atenção, consciência, memória, linguagem e inteligência (principalmente através do exame de processos lógicos e linguagem). No passado, havia um forte esforço para tentar associar, pela avaliação neuropsicológica, um determinado déficit com uma área encefálica lesionada, mas atualmente esta busca está em segundo plano, sendo prioridade a avaliação das funções propriamente ditas[13] (mesmo a questão da localização cerebral de forma fixa está sendo questionada por Miguel Nicolelis[12] e outros neurocientistas, como apontado acima).
Wikipedia

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