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Hemocultura e análise do líquido peritoneal

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PRINCIPAIS FLUIDOS 
CORPORAIS 
Algumas análises de líquidos corporais incluem: 
• Urinálise 
• Análise do sêmen 
• Cloretos no suor 
• Fibronectina fetal 
• Análise do líquido cefalorraquiano 
• Análise do líquido sinovial 
• Análise do líquido pleural 
• Análise do líquido pericárdico 
• Análise do líquido peritoneal 
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR) 
• Preenche o espaço entre o crânio, cérebro e 
ventrículos, e rodeia a medula espinal. A 
análise celular do líquido cefalorraquidiano é 
pedida para detetar ou excluir doenças do 
sistema nervoso central: infeção por 
bactérias, vírus, fungos ou protozoários; 
inflamação, p.ex. esclerose múltipla ou 
síndrome de Guillain-Barré. As contagens e 
diferenciação celulares do líquido 
cefalorraquidiano permitem distinguir entre 
diferentes tipos de doenças. 
LÍQUIDO PLEURAL 
• O líquido pleural acumula-se entre os dois 
folhetos da pleura, o espaço que rodeia os 
pulmões, e que é conhecido como cavidade 
pleural. O volume normal do líquido pleural 
não é superior a 10 ml. A contagem e 
diferenciação celulares do líquido pleural são 
empregues para identificar a causa do 
derrame pleural e para detetar ou excluir uma 
infeção do pulmão ou pleura devida a 
bactérias, vírus, fungos, ou protozoários. 
LÍQUIDO PERITONEAL 
• Tal como o líquido pleural, a presença de uma 
quantidade de líquido peritoneal superior um 
determinado volume (habitualmente 10 ml) é 
considerada patológica. O líquido peritoneal 
encontra-se na cavidade peritoneal. . A 
análise do líquido peritoneal é realizada para 
identificar a causa da presença do líquido e 
para detectar ou excluir peritonite. 
LÍQUIDO PERICÁRDICO 
• Um derrame pericárdico é uma acumulação 
anormal de líquido na cavidade pericárdica, 
que não costuma exceder os 20-50 ml. Pode 
ocorrer devido a pericardite, infeções virais, 
doenças inflamatórias, insuficiência renal, 
cirurgia cardíaca, etc. Quanto aos demais 
fluidos corporais serosos (líquido pleural, 
líquido peritoneal), a sua análise serve 
geralmente para suportar a etiologia da sua 
ocorrência, ou para detetar ou excluir 
infeções. 
 
 
 
 
LÍQUIDO SINOVIAL 
• O líquido sinovial é um fluido corporal 
fisiológico transparente, existente no interior 
da cavidade articular, que reduz a fricção 
entre as cartilagens articulares durante o 
movimento. O volume encontra-se 
aumentado em caso de artrite ou infeção. A 
contagem e diferenciação celulares podem 
ajudar a distinguir se o derrame tem origem 
inflamatória ou infecciosa. 
 
HEMOCULTURA 
INTRODUÇÃO AO ASSUNTO 
O sangue circulante nos organismos vivos é estéril, 
mas diante de algumas doenças infecciosas pode 
haver o aparecimento de micro-organismos na 
corrente sanguínea, ocorrendo assim o processo 
chamado de bacteremia. (RUSCHEL et al 2017) 
 
Bacteremia é o termo que se refere a presença de 
microorganismos, como as bactérias, na corrente 
sanguínea. Como o sangue é um meio estéril, então 
não se deve encontrar microorganismos nele. 
 
A bacteremia é detectada pela realização de exames 
laboratoriais chamados hemoculturas, um importante 
recurso diagnóstico para determinação dos 
patógenos circulantes. 
 
• A bacteriemia primária é assim denominada 
por ter origem no próprio sistema circulatório 
ou pela entrada direta de microrganismos na 
corrente sanguínea, através de agulhas, 
infusões contaminadas, cateteres ou outros 
dispositivos vasculares. 
 
• A bacteriemia secundária ocorre através de 
drenagem de pequenos vasos sanguíneos ou 
linfáticos, seguindo para a corrente 
circulatória como consequência de um foco 
de infecção definido em outro sítio do 
organismo. 
 
Conceitualmente, as bacteriemias se classificam em 
transitória, intermitente, contínua ou de escape. 
 
• A do tipo transitória, que em geral é rápida 
(com duração que pode variar de alguns 
minutos a poucas horas) é a mais comum, e 
ocorre após a manipulação de algum tecido 
infectado como em casos de abscessos, 
furúnculos e celulites; durante algum 
procedimento cirúrgico envolvendo tecidos 
contaminados ou colonizados como em 
procedimentos dentários; Este tipo de 
bacteriemia também ocorre em algumas 
infecções agudas, localizadas ou sistêmicas, 
como pneumonias, meningites, artrites 
sépticas e osteomielites 
 
 
• Já quando a bacteriemia se manifesta em 
intervalos variáveis de tempo (com o mesmo 
microrganismo) é denominada de 
intermitente. Geralmente este tipo ocorre em 
processos infecciosos relacionados a 
abscessos intra-abdominais, pélvicos, 
perinefréticos, hepáticos, prostáticos e outros, 
configurando assim causas frequentes de 
febre de origem indeterminada 
 
• A bacteriemia contínua é característica da 
endocardite infecciosa aguda e subaguda e 
de outras infecções endovasculares. Este 
padrão também é encontrado nas primeiras 
semanas da febre tifóide e na brucelose 
 
• bacteriemia de escape (“breakthrough”) 
ocorre mesmo enquanto o paciente esteja 
recebendo antibioticoterapia sistêmica 
apropriada (germe sensível). Quando se dá 
no início da terapêutica, geralmente deve-se 
a concentrações insuficientes do 
antimicrobiano atingidas na corrente 
sanguínea (é interessante lembrar que nas 
estafilococcias é comum haver escape nos 
primeiros dias de tratamento, mesmo sob 
condições adequadas de antibioticoterapia). 
Já os episódios de escape que ocorrem 
tardiamente geralmente se dão por drenagem 
inadequada do foco infeccioso ou por 
debilidade das defesas do hospedeiro 
 
As condições que predispõem um paciente ao quadro 
de bacteriemia ou fungemia incluem a idade, doenças 
de base, medicamentos (corticóides, quimioterápicos, 
drogas citotóxicas) e alguns procedimentos médicos 
invasivos (cateteres e procedimentos endoscópicos). 
 
O risco é maior nas faixas etárias extremas e nos 
pacientes portadores de doenças hematológicas, 
neoplasias, diabetes mellitus, insuficiência renal em 
diálise, cirrose hepática, imunodepressão e grandes 
queimaduras. Alguns procedimentos cirúrgicos são 
também predisponentes, particularmente os do trato 
geniturinário e gastrointestinal 
 
As fontes mais comuns de ICS em geral ( incluindo de 
origem comunitária e hospitalar ) são: dispositivos 
intravasculares (19%), trato geniturinário (17%), trato 
respiratório (12%), intestino e peritônio (5%), pele 
(5%), trato biliar (4%), abscesso intra-abdominal (3%), 
outros sítios (8%) e de sítios desconhecidos (27%). 
 
A maioria dos micro-organismos isolados são: Bacilos 
Gram negativos, leveduras, estreptococos beta 
hemolíticos, Streptococcus 
pneumoniae, Enterococcus sp. e Staphylococcus sp. 
Os isolados mais problemáticos são os estafilococos 
coagulase negativa, pois além de serem espécies que 
causam cada vez mais bacteremia verdadeira, 
também fazem parte da microbiota da pele.(5) A 
conduta ideal para uma suspeita de bacteremia 
por Staphylococcus sp. coagulase negativa é incluir 
mais de uma amostra de hemocultura antes do início 
do tratamento antimicrobiano, evitando o emprego 
indiscriminado de antibióticos. (RUSCHEL et al 2017) 
 
COLETA DA HEMOCULTURA 
A hemocultura positiva para microrganismos 
patogênicos é um indicador altamente específico de 
Infecção da Corrente Sanguínea (ICS), permitindo 
que a identificação do agente e o antibiograma 
auxiliem na orientação da terapia antimicrobiana. 
 
INDICAÇÃO CLÍNICA PARA REALIZAÇÃO DE 
HEMOCULTURA 
Idealmente, a coleta deve ser feita antes do início da 
antibioticoterapia 
 
Paciente deve ter quadro clinico sugestivo de infecção 
e apresente febre (> 38ºC) ou hipotermia (< 36ºC), 
leucocitose (> 10.000/ mm3, especialmente com 
desvio à esquerda) ou granulocitopenia absoluta (< 
1000 leucócitos/mm3 ). 
 
Em crianças pequenas com quadro de queda do 
estado geral sem explicação, e em idosos, 
principalmente acompanhado de mal estar, mialgia ou 
sinais de acidente vascular cerebral devem ser 
investigados 
 
Nos casos em que houver suspeita de foco de 
infecção provável, é desejável também a coleta de 
materiais representativosdos outros sítios (por 
exemplo: liquor, urina, fezes, secreções, abscessos 
etc.). 
 
1.1. INDICAÇÃO E INTERVALO DE COLETA 
 
• Endocardite aguda: 3 amostras, com intervalo de 15 
minutos entre cada uma das amostras; 
• Endocardite Subaguda: 3 amostras, dentro de 24 
horas. 
• Infecções Sistêmicas e localizadas: 2 amostras 
simultâneas em sítios diferentes ou em intervalo de 
15/20 minutos entre as amostras, de locais diferentes; 
• Febre de Origem Indeterminada: 2 amostras 
simultâneas, de locais diferentes. 
Na indicação de coleta de 2 amostras utilizar seringa 
e agulha distintas para cada punção, lavar as mãos 
entre uma punção e outra e utilizar um novo par de 
luvas. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
*Se as amostras forem negativas nas primeiras 24 
horas torna-se necessário repetir a coleta. * Se o 
cliente estiver em uso de antimicrobiano, obter 2 
amostras separadamente, a cada 24 horas, durante 3 
dias. * Colher as amostras sempre que possível antes 
da introdução dos antimicrobianos e na ascensão ou 
imediatamente após o pico febril. 
 
1.2. VOLUME A SER COLETADO 
• Adultos: 10ml a 20ml de sangue por coleta, em cada 
frasco de Hemocultura. • Pediatria/Neonatal: 1ml a 
3ml de sangue por coleta. 
 
OBS 
Se houver suspeita de infecção por anaeróbios 
(abdominal ou pélvica, pneumonia com presença de 
abscesso pulmonar, etc.), acrescentar 1 frasco para 
anaeróbios. 
* Identificar no pedido de exame qual antibiótico está 
em uso. 
* Preferencialmente não coletar sangue de acesso 
vascular profundo (arterial e venoso). 
* Caso a indicação seja bacteremia associado ao 
cateter e seja coletada a amostra do dispositivo 
suspeito identificar o sítio coletado. 
(BONSUCESSO, 2010) 
 
NÚMERO DE AMOSTRAS 
a coleta de uma amostra de hemocultura corresponde 
a uma punção 
• Cada punção corresponde a dois frascos para 
adultos 
• ou um frasco para pacientes pediátricos até 
13kg 
 
Recomenda-se coletar no mínimo duas até quatro 
amostras por episódio infeccioso, o que permite o 
isolamento do agente bacteriano ou fúngico em mais 
de 95% dos eventos 
 
coletar mais de uma amostra também é importante 
para verificar, dentre as amostras coletadas, a 
positividade delas, para indicar se realmente houve 
bacteremia ou foi uma possível contaminação 
 
• O número de hemoculturas positivas em 
função do número total de amostras 
coletadas (punções em diferentes sítios) é 
uma ferramenta muito útil para interpretação 
do significado clínico, pois ao contrário dos 
casos de pacientes com bacteriemias 
verdadeiras, os contaminantes geralmente 
crescem somente em uma amostra (quando 
duas ou mais são obtidas). Portanto, a coleta 
de uma amostra única deve ser inibida, já que 
um número substancial de bacteriemias pode 
não ser detectado e impossibilita a 
discriminação de possíveis contaminantes 
HORA, INTERVALOS E LOCAL DE COLETA 
De forma prática, a coleta deve ser indicada 
precocemente ao início dos sintomas de infecção e 
antes do início da antibioticoterapia. 
 
Se o paciente estiver em vigência de antimicrobianos, 
as hemoculturas devem ser obtidas imediatamente 
antes da administração da próxima dose 
 
Preferencialmente são coletadas por punção venosa 
Cada amostra deve ser coletada de punções 
separadas e de sítios anatômicos diferentes. Vários 
frascos com sangue de uma mesma punção são 
considerados uma mesma amostra ou cultura de 
sangue 
 
Alguns autores classicamente recomendam a coleta 
de amostras em intervalos arbitrários de 30 a 60 
minutos. No entanto, Thomson e col. observaram que 
não há diferenças significativas entre os índices de 
positividade de hemoculturas obtidas em diferentes 
tempos em relação ao pico febril 
• Em geral, nas infecções agudas, recomenda-
se a coleta de duas a três amostras (dois 
frascos por punção/amostra) em curto espaço 
de tempo, ou seja, sequenciais ou dentro de 
1 hora. 
 
• A coleta de hemoculturas em intervalos 
maiores de 1 a 2 horas entre as amostras 
pode ser recomendada para monitorar ou 
documentar bacteriemia contínua em 
pacientes com suspeita de endocardite ou 
infecção endovascular associada a 
dispositivos invasivos (ex.: cateter vascular) 
 
As hemoculturas, preferencialmente, não devem ser 
coletadas a partir de cateter, exceto para diagnóstico 
de infecção relacionada ao dispositivo 
 
O sangue deve ser coletado logo após o aparecimento 
dos primeiros sintomas de infecção, tendo em vista 
que as bactérias são rapidamente eliminadas da 
corrente sanguínea pelas células do sistema 
reticuloendotelial. Por esta mesma razão 
recomendam-se coletas separadas por períodos de 
tempo concretos 
 
VOLUME DE SANGUE 
É uma das variáveis mais importantes 
 
Quanto maior o volume, maior a chance de 
positividade 
 
Contudo, crianças e adultos tem um volume 
recomendado para coleta de sangue, que geralmente 
depende do fabricante do frasco utilizado 
 
Geralmente se usa 1 parte de sangue para 5 partes 
de caldo de cultura. Ou 1:10 
 
O volume é uma das variáveis mais críticas para a 
positividade do exame, pois quanto maior o volume, 
maior será a chance de positividade. Todavia, deve-
se respeitar a idade do paciente e o volume 
recomendado pelo fabricante para os tipos de frascos 
utilizados, mantendo a proporção de sangue/caldo de 
cultura de 1:5 a 1:10. 
 
Para adultos, coleta-se 5 a 10ml de sangue por frasco 
em cada punção, totalizando 20ml 
 
Para crianças, o volume ótimo de sangue ainda não 
está bem definido 
• Mas nesses casos, geralmente se usa valores 
iguais ou maiores que 1 ml 
• Crianças muito pequenas, como menores de 
2 anos, geralmente se colhe 2 ml de cada 
amostra, totalizando 4 ml 
• Crianças maiores, como 12 anos, colhe-se de 
2 e 4 ml em cada punção, totalizando 6ml de 
sangue coletado 
 
TÉCNICA DE COLETA 
1. Fazer a antissepsia correta das mãos 
2. Preparar o material, dispor a etiqueta de 
identificação no frasco, anotando o nome do 
paciente, leito, data, hora e local de coleta 
(sítio anatômico) 
3. Higienizar o frasco de coleta 
4. Verificar o local onde sera feito a coleta, 
procurando uma veia apropriada e em 
seguida já higienizar o local 
5. Colocar o garrote e fazer a punção 
6. Coletar de 5 a 10ml de sangue (adultos) ou de 
1 a 4ml de sangue (crianças) para cada frasco 
7. Quando se faz a coleta a vácuo – mais 
indicada – coloca o sangue primeiro no frasco 
de hemocultura anaeróbio e depois no frasco 
aeróbio 
8. 
Os cuidados em cada etapa da fase pré-analítica da 
hemocultura são fundamentais para se obter um bom 
resultado no exame, tornando, assim, a terapêutica do 
paciente eficaz. 
 
Nesse caso, o profissional deve atentar-se com a 
indicação clínica, coleta da amostra, número de 
amostras, hora, intervalos, local de punção, volume 
de sangue coletado, tipo de frasco e transporte das 
amostras. 
TIPOS DE FRASCOS 
Ao ser coletada mais de uma amostra, anotar nos 
respectivos frascos (aero e anaeróbio) quais frascos 
são do mesmo local de punção ou sítio anatômico 
(ex.: 1ª amostra, veia periférica, cateter etc.). 
 
 
PORQUE TANTAS HEMOCULTURAS DÃO 
NEGATIVO? 
A sensibilidade das hemoculturas é variável de acordo 
com práticas institucionais de hospitais e laboratórios, 
e é baixa em pacientes que já estão em uso de 
antimicrobianos. 
 
METODOLOGIAS DE 
ANÁLISE DE HEMOCULTURA 
MÉTODO MANUAL 
Utilizam meios de cultura comerciais para realizar as 
análises. 
 
Geralmente usam caldo de infusão: 
• cerebro-coração (BHI) ou caldo caseína 
digerida de soja (TSB) para aeróbios, 
facultativos e leveduras 
• caldo Columbia para anaeróbios que devem 
favorecer o crescimento da maioria dos 
microrganismos, inclusive dos considerados 
fastidiosos 
 
Há métodos que usam meios bifásicos, ou seja, um 
meio líquido e um meio sólido, permitindo a 
observação do crescimento das culturas no ágar 
também. 
 
 
 
Desvantagens: 
1. Tem baixa sensibilidade, quando comparado 
aos métodos manuais 
2. É mais trabalhoso de ser feito 
3. Tem maioreschances de contaminação da 
amostra e acidentes com perfurocortantes 
4. Não é o mais indicado, mas por razoes de 
custo, ainda é usado 
 
A amostra deve ser mantida sob temperatura 
adequada, ~35°C 
 
Deve ser realizada a inspeção visual dos frascos 
diariamente, a partir de 6 - 12 horas da inoculação, 
à procura de sinais de hemólise, turbidez, 
produção de gás, bolhas, película de crescimento, 
grumos, etc. Caso ache algum desses sinais, eles 
podem indicar positividade da amostra. E com isso, a 
amostra deve ser subcultivada e preparada uma 
lamina dela para realizar microscopia e coloração de 
Gram. 
 
• A grande maioria dos microrganismos é 
isolada nas primeiras 72 horas 
 
A hemocultura manual depende de 
homogeneizações em intervalos de tempo 
determinados. A positividade é verificada após 
turvação ou através de repiques cegos 
 
 
MÉTODO DE LISE-CENTRIFUGAÇÃO 
Durante muitos anos foi considerado o padrão-ouro 
para hemoculturas. 
 
O sistema Isolator® (laboratórios Wampole) possui 
um tubo a váculo adulto e pediátrico que contem uma 
substancia lisante de leucócitos e hemácias, fazendo 
com que os microorganismos intracelulares sejam 
liberados. 
 
Os tubos são centrifugados e, após desprezar-se o 
sobrenadante (contendo debris celulares, agentes 
antimicrobianos, plasma e complemento), o 
sedimento contendo o suposto agente etiológico é 
semeado em qualquer tipo de meio. 
 
Tem ainda a possibilidade de se fazer a contagem de 
colônias por mL de sangue (cultura quantitativa). 
Desvantagens: 
1. Alto custo 
2. Trabalhoso para ser realizado 
3. Inviável para fazer quando há grande numero 
de amostras 
 
 
 
 
 
MÉTODOS SEMI-AUTOMATIZADOS 
O sistema Hemobac Trifásico (Probac®) é composto 
por um laminocultivo com duas fases acoplado à parte 
superior de um recipiente plástico contendo caldo 
suplementado com extrato de levedura e SPS que 
pode ser acrescido de substâncias para neutralização 
de antimicrobianos. 
 
As faces do laminocultivo contêm ágar-chocolate, 
ágar Sabouraud e ágar MacConkey. Os frascos 
acoplados são incubados em estufa própria que faz a 
inversão periódica do caldo sobre o laminocultivo. 
 
A positividade é visualizada por meio de um indicador 
colorimétrico de CO2 . 
 
A bacterioscopia, a identificação e o antibiograma são 
processados diretamente a partir de colônias 
desenvolvidas no laminocultivo, não havendo 
necessidade de subcultivo, estabelecendo maior 
agilidade na obtenção do resultado. 
MÉTODOS AUTOMATIZADOS (MONITORAÇÃO 
CONTÍNUA) 
Atualmente existem diversos equipamentos 
automatizados no mercado. 
 
 
Geralmente os protocolos são de cinco dias de 
incubação, mas a grande maioria dos resultados 
positivos ocorre nas primeiras 48 horas. 
Benefícios: 
1. Contínuo monitoramento pelo sistema (leitura 
em minutos). 
2. Maior sensibilidade e rapidez para detecção 
de positividade da amostra 
3. Possibilidade de criação de banco de dados 
dos microrganismos isolados e dados 
demográficos, 
4. Determinação do tempo para positividade de 
cada frasco, auxiliando no diagnóstico de 
infecções relacionadas a cateter 
5. Menor risco de contaminação laboratorial 
6. Economia de tempo e material (agulha, 
seringa e placas com meios de cultura para 
repiques 
 
Desvantagens: 
1. Alto custo 
 
Para os laboratórios que dispõe de metodologias 
automatizadas, existe a possibilidade do uso de meios 
de cultura com resinas ou carvão que apresentam 
ação inibitória para antimicrobianos, útil para 
pacientes que receberam antibioticoterapia prévia. 
 
 
 
 
 
COLETA DE HEMOCULTURAS PARA 
DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO 
RELACIONADA A CATETER 
VASCULAR 
Cateteres intravenosos são notáveis fontes de 
bacteriemia e fungemia. 
 
A pele ao redor do cateter deve ser cuidadosamente 
desinfetada. Depois da desinfecção, o cateter é 
removido. O segmento distal do cateter, que estava 
inserido na veia, é cortado e colocado em frasco 
estéril. 
 
Depois é feito a semeadura na placa de agar com o 
cateter e espera-se de 18-24 horas para realizar a 
observação do crescimento de colônias bacterianas 
ou de fungos. 
 
• Considera-se o crescimento de ≥ 15 UFC 
(Unidades Formadoras de Colônias) por 
placa como sugestivo de colonização do 
cateter. 
 
O segmento cortado do cateter também pode ser 
imerso em cultura de caldo. Em seguida são 
executadas diluições e culturas quantitativas a partir 
do caldo. 
 
• O crescimento de >=100 UFC/ml na ausência 
de sinais inflamatórios sugere colonização e, 
na presença destes, infecção relacionada ao 
cateter. 
 
OBS: A infecção relacionada ao dispositivo vascular 
também pode ser diagnosticada clinicamente quando 
há drenagem de secreção purulenta na junção da pele 
com o cateter e realizando-se a cultura deste material. 
Se o crescimento bacteriano for inferior a 15 ou 100 
UFC/ml, será considerado um resultado 
indeterminado e o diagnóstico vai depender da 
análise de outros fatores, como sintomas do paciente, 
histórico patológico, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO LÍQUIDO 
PERITONEAL 
A analise do liquido peritoneal é o teste laboratorial 
mais esclarecedor para auxiliar a classificação do tipo 
de doença e também para determinar a severidade da 
lesão abdominal tornando a análise de líquido 
peritoneal um exame importante e útil não só para o 
diagnóstico, mas também para o prognóstico e para o 
direcionamento da conduta clínica 
 
INDICAÇÃO: ascite de início recente; sinais ou 
suspeita de infecção; cirróticos admitidos ao hospital. 
 
ANÁLISE LABORATORIAL DO LÍQUIDO 
TÉCNICA DE COLETA 
Pode ser examinado verificando suas características 
físicas, especialmente cor, translucidez, densidade 
específica, tempo de coagulação, composição 
bioquímica, quantidade de células, morfologia e tipo 
(ROCHA et al., 2007) 
 
• É necessário um mínimo de 30 mL para a 
avaliação completa do líquido ascítico. Se 
possível, pelo menos 100 mL devem ser 
fornecidos para o exame citológico. As 
amostras devem ser coletadas em três tubos 
identificados com nome, número de registro 
do paciente e data da coleta. O primeiro deve 
conter EDTA ou heparina (1 a 2 gotas para 5 
mL) para a contagem global e diferencial. O 
segundo, sem anticoagulante, é utilizado para 
as análises bioquímicas, e o terceiro se 
destina à microbiologia e deve ser estéril 
 
• . Transporte e Armazenamento: a amostra 
deve ser analisada o mais rápido possível, no 
entanto, caso o exame citológico não possa 
ser realizado imediatamente após a coleta, a 
amostra deve ser refrigerada entre 2° e 8 °C 
para que suas características morfológicas 
sejam mantidas por até 48h 
 
• . Exame físico: a primeira análise após a 
coleta é o exame macroscópico. O aspecto 
visual do derrame (citrino, hemorrágico, 
purulento, etc.) é o critério inicial para agrupar 
diversas hipóteses diagnósticas e direcionar 
para exames específicos de análise 
laboratorial, além de permitir adotar medidas 
terapêuticas imediatas. O aspecto e a 
coloração devem ser anotados antes e após 
a centrifugação 
 
 
• Fisiologicamente, o líquido peritoneal ou 
ascítico é transparente, amarelo claro, estéril 
e viscoso, mas, em alguns casos, ele pode 
sofrer transformações como, por exemplo, 
apresentar turbidez em virtude das infecções 
bacterianas, coloração esverdeada em 
perfurações do trato gastrointestinal, 
pancreatite e colecistite, um aspecto leitoso 
que não clareia após a centrifugação em 
efusão quilosa ou pseudoquilosa 
 
• Contagem global de células: a contagem 
global de células é uma etapa muito 
importante para fazer a diferenciação da 
amostra entre transudato e exsudato. Os 
tipos celulares que podem ser encontrados no 
líquido peritoneal são os eritrócitos e as 
células nucleadas, que incluem leucócitos e 
células mesoteliais., 
 
• Contagem diferencial de leucócitos: o papel 
da contagem leucocitária do líquido ascítico, 
e sua análise diferencial, é de extrema 
importância na sugestão diagnóstica e 
consequenteconduta terapêutica adotada 
pelo clínico 
• (COMAR et al., 2010) 
Celularidade total e diferencial, proteínas totais e 
albumina. 
 
Citometria - A contagem de polimorfonucleares define 
a conduta quanto a tratamento da peritonite 
bacteriana espontânea 
 
Gradiente albumina sérica e albumina do liquido 
ascítico (GASA) - O GASA é a diferença entre a 
albumina do soro e a albumina do líquido ascítico, os 
parâmetros devem ser colhidos simultaneamente. 
Relevante no auxílio do diagnóstico etiológico da 
ascite. 
 
Alto nível de triglicérides confirma ascite quilosa 
 
Alto nível de amilase sugere pancreatite ou 
perfuração intestinal 
 
Elevados níveis de bilirrubina sugerem perfuração 
biliar ou intestinal 
 
 
 
REFERENCIAS 
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