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PRINCIPAIS FLUIDOS CORPORAIS Algumas análises de líquidos corporais incluem: • Urinálise • Análise do sêmen • Cloretos no suor • Fibronectina fetal • Análise do líquido cefalorraquiano • Análise do líquido sinovial • Análise do líquido pleural • Análise do líquido pericárdico • Análise do líquido peritoneal LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR) • Preenche o espaço entre o crânio, cérebro e ventrículos, e rodeia a medula espinal. A análise celular do líquido cefalorraquidiano é pedida para detetar ou excluir doenças do sistema nervoso central: infeção por bactérias, vírus, fungos ou protozoários; inflamação, p.ex. esclerose múltipla ou síndrome de Guillain-Barré. As contagens e diferenciação celulares do líquido cefalorraquidiano permitem distinguir entre diferentes tipos de doenças. LÍQUIDO PLEURAL • O líquido pleural acumula-se entre os dois folhetos da pleura, o espaço que rodeia os pulmões, e que é conhecido como cavidade pleural. O volume normal do líquido pleural não é superior a 10 ml. A contagem e diferenciação celulares do líquido pleural são empregues para identificar a causa do derrame pleural e para detetar ou excluir uma infeção do pulmão ou pleura devida a bactérias, vírus, fungos, ou protozoários. LÍQUIDO PERITONEAL • Tal como o líquido pleural, a presença de uma quantidade de líquido peritoneal superior um determinado volume (habitualmente 10 ml) é considerada patológica. O líquido peritoneal encontra-se na cavidade peritoneal. . A análise do líquido peritoneal é realizada para identificar a causa da presença do líquido e para detectar ou excluir peritonite. LÍQUIDO PERICÁRDICO • Um derrame pericárdico é uma acumulação anormal de líquido na cavidade pericárdica, que não costuma exceder os 20-50 ml. Pode ocorrer devido a pericardite, infeções virais, doenças inflamatórias, insuficiência renal, cirurgia cardíaca, etc. Quanto aos demais fluidos corporais serosos (líquido pleural, líquido peritoneal), a sua análise serve geralmente para suportar a etiologia da sua ocorrência, ou para detetar ou excluir infeções. LÍQUIDO SINOVIAL • O líquido sinovial é um fluido corporal fisiológico transparente, existente no interior da cavidade articular, que reduz a fricção entre as cartilagens articulares durante o movimento. O volume encontra-se aumentado em caso de artrite ou infeção. A contagem e diferenciação celulares podem ajudar a distinguir se o derrame tem origem inflamatória ou infecciosa. HEMOCULTURA INTRODUÇÃO AO ASSUNTO O sangue circulante nos organismos vivos é estéril, mas diante de algumas doenças infecciosas pode haver o aparecimento de micro-organismos na corrente sanguínea, ocorrendo assim o processo chamado de bacteremia. (RUSCHEL et al 2017) Bacteremia é o termo que se refere a presença de microorganismos, como as bactérias, na corrente sanguínea. Como o sangue é um meio estéril, então não se deve encontrar microorganismos nele. A bacteremia é detectada pela realização de exames laboratoriais chamados hemoculturas, um importante recurso diagnóstico para determinação dos patógenos circulantes. • A bacteriemia primária é assim denominada por ter origem no próprio sistema circulatório ou pela entrada direta de microrganismos na corrente sanguínea, através de agulhas, infusões contaminadas, cateteres ou outros dispositivos vasculares. • A bacteriemia secundária ocorre através de drenagem de pequenos vasos sanguíneos ou linfáticos, seguindo para a corrente circulatória como consequência de um foco de infecção definido em outro sítio do organismo. Conceitualmente, as bacteriemias se classificam em transitória, intermitente, contínua ou de escape. • A do tipo transitória, que em geral é rápida (com duração que pode variar de alguns minutos a poucas horas) é a mais comum, e ocorre após a manipulação de algum tecido infectado como em casos de abscessos, furúnculos e celulites; durante algum procedimento cirúrgico envolvendo tecidos contaminados ou colonizados como em procedimentos dentários; Este tipo de bacteriemia também ocorre em algumas infecções agudas, localizadas ou sistêmicas, como pneumonias, meningites, artrites sépticas e osteomielites • Já quando a bacteriemia se manifesta em intervalos variáveis de tempo (com o mesmo microrganismo) é denominada de intermitente. Geralmente este tipo ocorre em processos infecciosos relacionados a abscessos intra-abdominais, pélvicos, perinefréticos, hepáticos, prostáticos e outros, configurando assim causas frequentes de febre de origem indeterminada • A bacteriemia contínua é característica da endocardite infecciosa aguda e subaguda e de outras infecções endovasculares. Este padrão também é encontrado nas primeiras semanas da febre tifóide e na brucelose • bacteriemia de escape (“breakthrough”) ocorre mesmo enquanto o paciente esteja recebendo antibioticoterapia sistêmica apropriada (germe sensível). Quando se dá no início da terapêutica, geralmente deve-se a concentrações insuficientes do antimicrobiano atingidas na corrente sanguínea (é interessante lembrar que nas estafilococcias é comum haver escape nos primeiros dias de tratamento, mesmo sob condições adequadas de antibioticoterapia). Já os episódios de escape que ocorrem tardiamente geralmente se dão por drenagem inadequada do foco infeccioso ou por debilidade das defesas do hospedeiro As condições que predispõem um paciente ao quadro de bacteriemia ou fungemia incluem a idade, doenças de base, medicamentos (corticóides, quimioterápicos, drogas citotóxicas) e alguns procedimentos médicos invasivos (cateteres e procedimentos endoscópicos). O risco é maior nas faixas etárias extremas e nos pacientes portadores de doenças hematológicas, neoplasias, diabetes mellitus, insuficiência renal em diálise, cirrose hepática, imunodepressão e grandes queimaduras. Alguns procedimentos cirúrgicos são também predisponentes, particularmente os do trato geniturinário e gastrointestinal As fontes mais comuns de ICS em geral ( incluindo de origem comunitária e hospitalar ) são: dispositivos intravasculares (19%), trato geniturinário (17%), trato respiratório (12%), intestino e peritônio (5%), pele (5%), trato biliar (4%), abscesso intra-abdominal (3%), outros sítios (8%) e de sítios desconhecidos (27%). A maioria dos micro-organismos isolados são: Bacilos Gram negativos, leveduras, estreptococos beta hemolíticos, Streptococcus pneumoniae, Enterococcus sp. e Staphylococcus sp. Os isolados mais problemáticos são os estafilococos coagulase negativa, pois além de serem espécies que causam cada vez mais bacteremia verdadeira, também fazem parte da microbiota da pele.(5) A conduta ideal para uma suspeita de bacteremia por Staphylococcus sp. coagulase negativa é incluir mais de uma amostra de hemocultura antes do início do tratamento antimicrobiano, evitando o emprego indiscriminado de antibióticos. (RUSCHEL et al 2017) COLETA DA HEMOCULTURA A hemocultura positiva para microrganismos patogênicos é um indicador altamente específico de Infecção da Corrente Sanguínea (ICS), permitindo que a identificação do agente e o antibiograma auxiliem na orientação da terapia antimicrobiana. INDICAÇÃO CLÍNICA PARA REALIZAÇÃO DE HEMOCULTURA Idealmente, a coleta deve ser feita antes do início da antibioticoterapia Paciente deve ter quadro clinico sugestivo de infecção e apresente febre (> 38ºC) ou hipotermia (< 36ºC), leucocitose (> 10.000/ mm3, especialmente com desvio à esquerda) ou granulocitopenia absoluta (< 1000 leucócitos/mm3 ). Em crianças pequenas com quadro de queda do estado geral sem explicação, e em idosos, principalmente acompanhado de mal estar, mialgia ou sinais de acidente vascular cerebral devem ser investigados Nos casos em que houver suspeita de foco de infecção provável, é desejável também a coleta de materiais representativosdos outros sítios (por exemplo: liquor, urina, fezes, secreções, abscessos etc.). 1.1. INDICAÇÃO E INTERVALO DE COLETA • Endocardite aguda: 3 amostras, com intervalo de 15 minutos entre cada uma das amostras; • Endocardite Subaguda: 3 amostras, dentro de 24 horas. • Infecções Sistêmicas e localizadas: 2 amostras simultâneas em sítios diferentes ou em intervalo de 15/20 minutos entre as amostras, de locais diferentes; • Febre de Origem Indeterminada: 2 amostras simultâneas, de locais diferentes. Na indicação de coleta de 2 amostras utilizar seringa e agulha distintas para cada punção, lavar as mãos entre uma punção e outra e utilizar um novo par de luvas. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: *Se as amostras forem negativas nas primeiras 24 horas torna-se necessário repetir a coleta. * Se o cliente estiver em uso de antimicrobiano, obter 2 amostras separadamente, a cada 24 horas, durante 3 dias. * Colher as amostras sempre que possível antes da introdução dos antimicrobianos e na ascensão ou imediatamente após o pico febril. 1.2. VOLUME A SER COLETADO • Adultos: 10ml a 20ml de sangue por coleta, em cada frasco de Hemocultura. • Pediatria/Neonatal: 1ml a 3ml de sangue por coleta. OBS Se houver suspeita de infecção por anaeróbios (abdominal ou pélvica, pneumonia com presença de abscesso pulmonar, etc.), acrescentar 1 frasco para anaeróbios. * Identificar no pedido de exame qual antibiótico está em uso. * Preferencialmente não coletar sangue de acesso vascular profundo (arterial e venoso). * Caso a indicação seja bacteremia associado ao cateter e seja coletada a amostra do dispositivo suspeito identificar o sítio coletado. (BONSUCESSO, 2010) NÚMERO DE AMOSTRAS a coleta de uma amostra de hemocultura corresponde a uma punção • Cada punção corresponde a dois frascos para adultos • ou um frasco para pacientes pediátricos até 13kg Recomenda-se coletar no mínimo duas até quatro amostras por episódio infeccioso, o que permite o isolamento do agente bacteriano ou fúngico em mais de 95% dos eventos coletar mais de uma amostra também é importante para verificar, dentre as amostras coletadas, a positividade delas, para indicar se realmente houve bacteremia ou foi uma possível contaminação • O número de hemoculturas positivas em função do número total de amostras coletadas (punções em diferentes sítios) é uma ferramenta muito útil para interpretação do significado clínico, pois ao contrário dos casos de pacientes com bacteriemias verdadeiras, os contaminantes geralmente crescem somente em uma amostra (quando duas ou mais são obtidas). Portanto, a coleta de uma amostra única deve ser inibida, já que um número substancial de bacteriemias pode não ser detectado e impossibilita a discriminação de possíveis contaminantes HORA, INTERVALOS E LOCAL DE COLETA De forma prática, a coleta deve ser indicada precocemente ao início dos sintomas de infecção e antes do início da antibioticoterapia. Se o paciente estiver em vigência de antimicrobianos, as hemoculturas devem ser obtidas imediatamente antes da administração da próxima dose Preferencialmente são coletadas por punção venosa Cada amostra deve ser coletada de punções separadas e de sítios anatômicos diferentes. Vários frascos com sangue de uma mesma punção são considerados uma mesma amostra ou cultura de sangue Alguns autores classicamente recomendam a coleta de amostras em intervalos arbitrários de 30 a 60 minutos. No entanto, Thomson e col. observaram que não há diferenças significativas entre os índices de positividade de hemoculturas obtidas em diferentes tempos em relação ao pico febril • Em geral, nas infecções agudas, recomenda- se a coleta de duas a três amostras (dois frascos por punção/amostra) em curto espaço de tempo, ou seja, sequenciais ou dentro de 1 hora. • A coleta de hemoculturas em intervalos maiores de 1 a 2 horas entre as amostras pode ser recomendada para monitorar ou documentar bacteriemia contínua em pacientes com suspeita de endocardite ou infecção endovascular associada a dispositivos invasivos (ex.: cateter vascular) As hemoculturas, preferencialmente, não devem ser coletadas a partir de cateter, exceto para diagnóstico de infecção relacionada ao dispositivo O sangue deve ser coletado logo após o aparecimento dos primeiros sintomas de infecção, tendo em vista que as bactérias são rapidamente eliminadas da corrente sanguínea pelas células do sistema reticuloendotelial. Por esta mesma razão recomendam-se coletas separadas por períodos de tempo concretos VOLUME DE SANGUE É uma das variáveis mais importantes Quanto maior o volume, maior a chance de positividade Contudo, crianças e adultos tem um volume recomendado para coleta de sangue, que geralmente depende do fabricante do frasco utilizado Geralmente se usa 1 parte de sangue para 5 partes de caldo de cultura. Ou 1:10 O volume é uma das variáveis mais críticas para a positividade do exame, pois quanto maior o volume, maior será a chance de positividade. Todavia, deve- se respeitar a idade do paciente e o volume recomendado pelo fabricante para os tipos de frascos utilizados, mantendo a proporção de sangue/caldo de cultura de 1:5 a 1:10. Para adultos, coleta-se 5 a 10ml de sangue por frasco em cada punção, totalizando 20ml Para crianças, o volume ótimo de sangue ainda não está bem definido • Mas nesses casos, geralmente se usa valores iguais ou maiores que 1 ml • Crianças muito pequenas, como menores de 2 anos, geralmente se colhe 2 ml de cada amostra, totalizando 4 ml • Crianças maiores, como 12 anos, colhe-se de 2 e 4 ml em cada punção, totalizando 6ml de sangue coletado TÉCNICA DE COLETA 1. Fazer a antissepsia correta das mãos 2. Preparar o material, dispor a etiqueta de identificação no frasco, anotando o nome do paciente, leito, data, hora e local de coleta (sítio anatômico) 3. Higienizar o frasco de coleta 4. Verificar o local onde sera feito a coleta, procurando uma veia apropriada e em seguida já higienizar o local 5. Colocar o garrote e fazer a punção 6. Coletar de 5 a 10ml de sangue (adultos) ou de 1 a 4ml de sangue (crianças) para cada frasco 7. Quando se faz a coleta a vácuo – mais indicada – coloca o sangue primeiro no frasco de hemocultura anaeróbio e depois no frasco aeróbio 8. Os cuidados em cada etapa da fase pré-analítica da hemocultura são fundamentais para se obter um bom resultado no exame, tornando, assim, a terapêutica do paciente eficaz. Nesse caso, o profissional deve atentar-se com a indicação clínica, coleta da amostra, número de amostras, hora, intervalos, local de punção, volume de sangue coletado, tipo de frasco e transporte das amostras. TIPOS DE FRASCOS Ao ser coletada mais de uma amostra, anotar nos respectivos frascos (aero e anaeróbio) quais frascos são do mesmo local de punção ou sítio anatômico (ex.: 1ª amostra, veia periférica, cateter etc.). PORQUE TANTAS HEMOCULTURAS DÃO NEGATIVO? A sensibilidade das hemoculturas é variável de acordo com práticas institucionais de hospitais e laboratórios, e é baixa em pacientes que já estão em uso de antimicrobianos. METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE HEMOCULTURA MÉTODO MANUAL Utilizam meios de cultura comerciais para realizar as análises. Geralmente usam caldo de infusão: • cerebro-coração (BHI) ou caldo caseína digerida de soja (TSB) para aeróbios, facultativos e leveduras • caldo Columbia para anaeróbios que devem favorecer o crescimento da maioria dos microrganismos, inclusive dos considerados fastidiosos Há métodos que usam meios bifásicos, ou seja, um meio líquido e um meio sólido, permitindo a observação do crescimento das culturas no ágar também. Desvantagens: 1. Tem baixa sensibilidade, quando comparado aos métodos manuais 2. É mais trabalhoso de ser feito 3. Tem maioreschances de contaminação da amostra e acidentes com perfurocortantes 4. Não é o mais indicado, mas por razoes de custo, ainda é usado A amostra deve ser mantida sob temperatura adequada, ~35°C Deve ser realizada a inspeção visual dos frascos diariamente, a partir de 6 - 12 horas da inoculação, à procura de sinais de hemólise, turbidez, produção de gás, bolhas, película de crescimento, grumos, etc. Caso ache algum desses sinais, eles podem indicar positividade da amostra. E com isso, a amostra deve ser subcultivada e preparada uma lamina dela para realizar microscopia e coloração de Gram. • A grande maioria dos microrganismos é isolada nas primeiras 72 horas A hemocultura manual depende de homogeneizações em intervalos de tempo determinados. A positividade é verificada após turvação ou através de repiques cegos MÉTODO DE LISE-CENTRIFUGAÇÃO Durante muitos anos foi considerado o padrão-ouro para hemoculturas. O sistema Isolator® (laboratórios Wampole) possui um tubo a váculo adulto e pediátrico que contem uma substancia lisante de leucócitos e hemácias, fazendo com que os microorganismos intracelulares sejam liberados. Os tubos são centrifugados e, após desprezar-se o sobrenadante (contendo debris celulares, agentes antimicrobianos, plasma e complemento), o sedimento contendo o suposto agente etiológico é semeado em qualquer tipo de meio. Tem ainda a possibilidade de se fazer a contagem de colônias por mL de sangue (cultura quantitativa). Desvantagens: 1. Alto custo 2. Trabalhoso para ser realizado 3. Inviável para fazer quando há grande numero de amostras MÉTODOS SEMI-AUTOMATIZADOS O sistema Hemobac Trifásico (Probac®) é composto por um laminocultivo com duas fases acoplado à parte superior de um recipiente plástico contendo caldo suplementado com extrato de levedura e SPS que pode ser acrescido de substâncias para neutralização de antimicrobianos. As faces do laminocultivo contêm ágar-chocolate, ágar Sabouraud e ágar MacConkey. Os frascos acoplados são incubados em estufa própria que faz a inversão periódica do caldo sobre o laminocultivo. A positividade é visualizada por meio de um indicador colorimétrico de CO2 . A bacterioscopia, a identificação e o antibiograma são processados diretamente a partir de colônias desenvolvidas no laminocultivo, não havendo necessidade de subcultivo, estabelecendo maior agilidade na obtenção do resultado. MÉTODOS AUTOMATIZADOS (MONITORAÇÃO CONTÍNUA) Atualmente existem diversos equipamentos automatizados no mercado. Geralmente os protocolos são de cinco dias de incubação, mas a grande maioria dos resultados positivos ocorre nas primeiras 48 horas. Benefícios: 1. Contínuo monitoramento pelo sistema (leitura em minutos). 2. Maior sensibilidade e rapidez para detecção de positividade da amostra 3. Possibilidade de criação de banco de dados dos microrganismos isolados e dados demográficos, 4. Determinação do tempo para positividade de cada frasco, auxiliando no diagnóstico de infecções relacionadas a cateter 5. Menor risco de contaminação laboratorial 6. Economia de tempo e material (agulha, seringa e placas com meios de cultura para repiques Desvantagens: 1. Alto custo Para os laboratórios que dispõe de metodologias automatizadas, existe a possibilidade do uso de meios de cultura com resinas ou carvão que apresentam ação inibitória para antimicrobianos, útil para pacientes que receberam antibioticoterapia prévia. COLETA DE HEMOCULTURAS PARA DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO RELACIONADA A CATETER VASCULAR Cateteres intravenosos são notáveis fontes de bacteriemia e fungemia. A pele ao redor do cateter deve ser cuidadosamente desinfetada. Depois da desinfecção, o cateter é removido. O segmento distal do cateter, que estava inserido na veia, é cortado e colocado em frasco estéril. Depois é feito a semeadura na placa de agar com o cateter e espera-se de 18-24 horas para realizar a observação do crescimento de colônias bacterianas ou de fungos. • Considera-se o crescimento de ≥ 15 UFC (Unidades Formadoras de Colônias) por placa como sugestivo de colonização do cateter. O segmento cortado do cateter também pode ser imerso em cultura de caldo. Em seguida são executadas diluições e culturas quantitativas a partir do caldo. • O crescimento de >=100 UFC/ml na ausência de sinais inflamatórios sugere colonização e, na presença destes, infecção relacionada ao cateter. OBS: A infecção relacionada ao dispositivo vascular também pode ser diagnosticada clinicamente quando há drenagem de secreção purulenta na junção da pele com o cateter e realizando-se a cultura deste material. Se o crescimento bacteriano for inferior a 15 ou 100 UFC/ml, será considerado um resultado indeterminado e o diagnóstico vai depender da análise de outros fatores, como sintomas do paciente, histórico patológico, etc. ANÁLISE DO LÍQUIDO PERITONEAL A analise do liquido peritoneal é o teste laboratorial mais esclarecedor para auxiliar a classificação do tipo de doença e também para determinar a severidade da lesão abdominal tornando a análise de líquido peritoneal um exame importante e útil não só para o diagnóstico, mas também para o prognóstico e para o direcionamento da conduta clínica INDICAÇÃO: ascite de início recente; sinais ou suspeita de infecção; cirróticos admitidos ao hospital. ANÁLISE LABORATORIAL DO LÍQUIDO TÉCNICA DE COLETA Pode ser examinado verificando suas características físicas, especialmente cor, translucidez, densidade específica, tempo de coagulação, composição bioquímica, quantidade de células, morfologia e tipo (ROCHA et al., 2007) • É necessário um mínimo de 30 mL para a avaliação completa do líquido ascítico. Se possível, pelo menos 100 mL devem ser fornecidos para o exame citológico. As amostras devem ser coletadas em três tubos identificados com nome, número de registro do paciente e data da coleta. O primeiro deve conter EDTA ou heparina (1 a 2 gotas para 5 mL) para a contagem global e diferencial. O segundo, sem anticoagulante, é utilizado para as análises bioquímicas, e o terceiro se destina à microbiologia e deve ser estéril • . Transporte e Armazenamento: a amostra deve ser analisada o mais rápido possível, no entanto, caso o exame citológico não possa ser realizado imediatamente após a coleta, a amostra deve ser refrigerada entre 2° e 8 °C para que suas características morfológicas sejam mantidas por até 48h • . Exame físico: a primeira análise após a coleta é o exame macroscópico. O aspecto visual do derrame (citrino, hemorrágico, purulento, etc.) é o critério inicial para agrupar diversas hipóteses diagnósticas e direcionar para exames específicos de análise laboratorial, além de permitir adotar medidas terapêuticas imediatas. O aspecto e a coloração devem ser anotados antes e após a centrifugação • Fisiologicamente, o líquido peritoneal ou ascítico é transparente, amarelo claro, estéril e viscoso, mas, em alguns casos, ele pode sofrer transformações como, por exemplo, apresentar turbidez em virtude das infecções bacterianas, coloração esverdeada em perfurações do trato gastrointestinal, pancreatite e colecistite, um aspecto leitoso que não clareia após a centrifugação em efusão quilosa ou pseudoquilosa • Contagem global de células: a contagem global de células é uma etapa muito importante para fazer a diferenciação da amostra entre transudato e exsudato. Os tipos celulares que podem ser encontrados no líquido peritoneal são os eritrócitos e as células nucleadas, que incluem leucócitos e células mesoteliais., • Contagem diferencial de leucócitos: o papel da contagem leucocitária do líquido ascítico, e sua análise diferencial, é de extrema importância na sugestão diagnóstica e consequenteconduta terapêutica adotada pelo clínico • (COMAR et al., 2010) Celularidade total e diferencial, proteínas totais e albumina. Citometria - A contagem de polimorfonucleares define a conduta quanto a tratamento da peritonite bacteriana espontânea Gradiente albumina sérica e albumina do liquido ascítico (GASA) - O GASA é a diferença entre a albumina do soro e a albumina do líquido ascítico, os parâmetros devem ser colhidos simultaneamente. Relevante no auxílio do diagnóstico etiológico da ascite. Alto nível de triglicérides confirma ascite quilosa Alto nível de amilase sugere pancreatite ou perfuração intestinal Elevados níveis de bilirrubina sugerem perfuração biliar ou intestinal REFERENCIAS • ARAUJO, Maria Rita Elmor de. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos resultados. Journal Of Infection Control. São Paulo (Sp), p. 08-19. mar. 2012. Disponível em: https://jic- abih.com.br/index.php/jic/article/view/12. Acesso em: 28 ago. 2020. • RUSCHEL, Denise Bisol; RODRIGUES, Adriana Dalpicolli; FORMOLO, Fernanda. Results profile of positive blood cultures and associated factors. Revista Brasileira de Análises Clínicas, [S.L.], v. 49, n. 2, mar. 2017. Revista Brasileira de Analises Clinicas. http://dx.doi.org/10.21877/2448- 3877.201600503. Disponível em: http://www.rbac.org.br/artigos/perfil-de- resultados-de-hemoculturas-positivas-e- fatores-associados/. Acesso em: 28 ago. 2020. • SYSMEX. FLUIDOS CORPORAIS. 2020. Disponível em: https://www.sysmex.es/es- pt/academia/knowledge-centre/fluidos- corporais.html. Acesso em: 28 ago. 2020. • COMAR, Samuel Ricardo et al. Análise citológica do líquido peritoneal. Estudos de Biologia, [S.L.], p. 76-81, 14 out. 2010. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/estudos debiologia/article/viewFile/22869/21973. Acesso em: 04 set. 2020. • COLETA DE LÍQUIDO PERITONEAL EM PEQUENOS ANIMAIS. 2011. Disponível em: http://patclinveterinaria.blogspot.com/2011/0 4/coleta-de-liquido-peritoneal-em.html. Acesso em: 04 set. 2020.
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