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Processo Civil II 
Prof. Paulo Cavalcanti site: drpaulocavalcanti.com 
Noções Gerais 
 
Vejamos o disposto no art. 369 do CPC: 
 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente 
legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que 
se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Procedimento Comum - Provas 
Noções Gerais 
 
As partes têm o direito de demonstrar a veracidade dos fatos alegados, bem 
como o direito de ver analisadas, pelo magistrado, as provas produzidas no 
processo. Assim, não basta prever a possibilidade de produção probatória; é 
necessário também garantir que essa demonstração dos fatos seja motivadamente 
considerada pelo juiz. 
Vejamos o art. 370: “Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, 
determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito”, no mesmo passo, 
vejamos o parágrafo único: “O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as 
diligências inúteis ou meramente protelatórias”. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Procedimento Comum - Provas 
Prova Emprestada 
 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, 
Atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
 
O CPC/2015 passa a adotar, de modo expresso, a possibilidade do uso da 
prova emprestada, isto é, da prova produzida em outro processo e que também 
afeta a causa em questão. 
Apesar de a legislação não tratar do tema, a jurisprudência entende que o 
empréstimo da prova pode ocorrer ainda que esta não tenha sido colhida entre as 
mesmas partes. Em outras palavras, é desnecessária a identidade de partes para que 
a prova colhida no processo “x” seja transladada para o processo “y”. Exige-se, 
por óbvio, que no processo “y” seja possibilitado o pleno exercício do 
contraditório. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Procedimento Comum - Provas 
Distribuição dinâmica do ônus da prova 
 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
§1º - Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à 
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova 
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte 
a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§2º - A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência 
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
§3º - A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, 
salvo quando: 
I – recair sobre direito indisponível da parte; 
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§4º - A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. 
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Procedimento Comum - Provas 
Distribuição dinâmica do ônus da prova 
 
Da leitura do art. 373, pode-se visualizar que o Código estabelece, 
aprioristicamente, a quem compete a produção de determinada prova. Regra 
geral, ao autor cabe provar os fatos constitutivos de seu direito e ao réu incumbe 
provar os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do autor. 
Esse regramento, no entanto, é relativizado pelo §1º, o qual possibilita a 
distribuição diversa do ônus da prova conforme as peculiaridades do caso concreto, 
atribuindo à parte que tenha melhores condições de suportá-lo. 
Trata-se da distribuição dinâmica do ônus da prova, que se contrapõe à 
concepção estática prevista na legislação anterior (art. 333 do CPC/1973). 
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Procedimento Comum - Provas 
Distribuição dinâmica do ônus da prova - Observação 
 
De acordo com o novo CPC, o encargo probatório deve ser atribuído 
casuisticamente, de modo dinâmico, concedendo-se ao juiz, como gestor das 
provas, poderes para avaliar qual das partes terá maiores facilidades na sua 
produção. 
Evidentemente, a decisão deverá ser fundamentada, justificando as razões que 
convenceram o juiz da impossibilidade de produção da prova por uma das partes. 
Ademais, essencial ater-se ao dever do juiz de permitir que a parte possa se 
desincumbir do ônus probatório, conforme disposto na parte final do §1º. Com 
efeito, a inversão do ônus da prova não pode violar o contraditório, impedindo que 
a parte sucumba em momento sentencial por não ter cumprido ônus que não lhe era 
devido anteriormente. Situação como essa configuraria decisão surpresa, violando 
o art. 10 do CPC/2015. 
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Procedimento Comum - Provas 
Fatos que não dependem de prova 
 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I – notórios; 
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III – admitidos no processo como incontroversos; 
IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
 
Existem fatos que não dependem de prova, porquanto sobre eles não paira 
qualquer controvérsia. Essa é a regra que abrange todos os incisos do art. 374 
(art. 334 do CPC/1973). Em outras palavras, só haverá necessidade de prova em 
relação aos fatos controvertidos. 
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Procedimento Comum - Provas 
Fatos que não dependem de prova 
 
Fatos notórios são os acontecimentos de conhecimento geral, como, por 
exemplo, as datas históricas, daí a desnecessidade de comprovação. 
Igualmente dispensados de demonstração são os fatos já confessados ou 
simplesmente admitidos como verdadeiros pela parte contrária. Como na 
primeira hipótese já existe a prova (confissão), o que se dispensa é uma nova 
demonstração da mesma realidade. 
A presunção legal pode ser absoluta (juris et de jure) ou relativa (juris 
tantum). 
No primeiro caso, o fato é considerado verdadeiro pelo próprio sistema 
jurídico, sendo irrelevante qualquer comprovação em sentido contrário. Exemplo: 
o art. 844 estabelece que, realizada a averbação da penhora no registro imobiliário, 
haverá presunção absoluta de conhecimento por terceiros. Por outro lado, quando a 
presunção é relativa, incumbe à parte prejudicada (e não à lei) comprovar a 
inocorrência do fato. É o que ocorre com o documento público, cujo conteúdo 
declarado goza da presunção relativa de veracidade (art. 405). 
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Procedimento Comum - Provas 
Direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário 
 
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á 
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. 
 
Cabe ao juiz conhecer a legislação federal. Vige, nesse caso, o princípio jura 
novit curia (o juiz conhece a lei). Todavia, tratando-se de direito municipal, 
estadual, estrangeiro ou consuetudinário, compete à parte provar-lhe a vigência, 
se assim determinar o juiz. 
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Procedimento Comum - Provas 
Suspensão do Processo e Carta Precatória ou Rogatória 
 
Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento da causa 
no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea “b”, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de 
saneamento, a prova neles solicitada for imprescindível. 
Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou concedidas sem 
efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer momento. 
 
As cartas precatória e rogatória só suspendem o processo quando 
requeridas antes da decisão de saneamento e desde que a prova se mostre 
imprescindível. 
O caput do art. 377 inclui o pedido de auxílio direto como motivo para 
suspensão do processo. O auxíliodireto pode compreender a cooperação 
jurisdicional do art. 69, I, ou a cooperação jurídica internacional do art. 28, ambos 
do CPC/2015. 
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Procedimento Comum - Provas 
A medida cautelar típica de produção antecipada de provas – prevista no art. 
846 do CPC/1973 – passa a integrar o processo de conhecimento. No entanto, a 
sentença produzida neste procedimento permanece com a mesma natureza 
assecuratória, uma vez que não há julgamento de mérito (art. 382, § 2º). 
A produção antecipada de provas é cabível antes da propositura da ação 
principal, quando, em razão da natural demora em se chegar à fase probatória, 
houver fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a 
verificação de determinados fatos no curso da ação (art. 381, I). O deferimento da 
produção antecipada se subordina, nesse caso, à comprovação do perigo de 
impossibilidade de produzir a prova no momento oportuno. 
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Procedimento Comum - Produção antecipada da prova 
Ata notarial é o instrumento formalizado por tabelião para constatar a 
realidade de um fato que ele presenciou ou do qual tomou conhecimento, sem 
qualquer emissão de opinião pessoal. A competência para lavrar atas notariais é 
exclusiva dos tabeliães, nos termos do art. 7º, III, da Lei nº 8.935/1994. 
Esse documento, que é dotado de fé pública, pode servir de prova em processo 
judicial, porquanto materializa fatos com o objetivo de resguardar direitos, 
impedindo, por exemplo, que alguma informação deixe de ser documentada caso 
uma determinada página da internet seja retirada do ar ou caso alguma informação 
seja excluída de uma rede social. 
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Procedimento Comum - Ata notarial 
Depoimento pessoal é o meio de prova pelo qual o juiz interroga a parte, 
com vistas ao esclarecimento de certos pontos controvertidos da demanda, ou 
mesmo para obter a confissão. 
O depoimento pessoal pode ser requerido pelas partes ou determinado de 
ofício pelo juiz (art. 385). Evidente que NÃO CABE À PARTE REQUERER O 
PRÓPRIO DEPOIMENTO PESSOAL, visto que o que tinha a dizer deveria ter 
sido dito na inicial ou na contestação. 
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Procedimento Comum - Depoimento pessoal 
Quando o depoimento pessoal é determinado de ofício pelo juiz – nesse caso, 
a doutrina costuma utilizar o termo “interrogatório” –, a ausência da parte que 
deveria depor não acarreta consequência alguma. Ou seja, durante o interrogatório, 
pode sobrevir a confissão da parte, mas esta não é da essência do interrogatório. 
Entretanto, se a determinação para prestar depoimento decorre de 
requerimento da parte adversa, sendo a parte intimada pessoalmente, constando 
do mandado que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso, 
injustificadamente, não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor, o juiz 
lhe aplicará a pena de confissão (art. 385, § 1º). Não pode ser imposta a pena de 
confesso se não constou do mandado que se presumirão confessados os fatos 
alegados contra o depoente. 
O depoimento pessoal, do autor ou do réu, será requerido pela parte adversa 
na petição inicial, na contestação, ou logo após o despacho saneador, semelhante ao 
que ocorre na indicação das testemunhas. 
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Procedimento Comum - Depoimento pessoal 
O depoimento pessoal é ato personalíssimo. A parte responderá pessoalmente 
sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos previamente 
preparados; o juiz lhe permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde que 
objetivem completar esclarecimentos (art. 387). 
O advogado da parte que está sendo interrogada não pode fazer perguntas. É 
que tudo que o autor tinha a dizer já foi dito na inicial; da mesma forma, o que o 
réu tinha a dizer foi dito na sua resposta. 
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Procedimento Comum - Depoimento pessoal 
Com relação às pessoas que não estão obrigadas a depor, o Código amplia as 
hipóteses de exclusão. Veja: I – criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; II 
– a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; III – acerca dos 
quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu 
companheiro ou de parente em grau sucessível; IV – que coloquem em perigo a 
vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. Parágrafo único. Esta 
disposição não se aplica às ações de estado e de família. 
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Procedimento Comum - Depoimento pessoal 
Há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao 
seu interesse e favorável ao adversário (art. 389). 
Não se confunde confissão com reconhecimento da procedência do pedido. 
Na confissão há mero reconhecimento de fatos contrários ao interesse do 
confitente; não há declaração de vontade. Em outras palavras, enquanto a 
confissão se refere aos fatos, o reconhecimento volta-se para o próprio direito 
discutido em juízo. Levando-se em conta essa prova – a confissão –, o juiz, após a 
análise do conjunto probatório, no qual se inclui a confissão, profere sentença 
com base no art. 487, I. 
Quando o réu reconhece a procedência do pedido, há antecipação da solução 
do litígio, uma vez que dispensa a prova de qualquer fato em discussão. Nessa 
hipótese, dá-se o julgamento conforme o estado do processo (art. 354 c/c o art. 487, 
III, “a”). 
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Procedimento Comum - Confissão 
A confissão pode ser judicial ou extrajudicial. 
Judicial é a confissão feita nos autos, que pode ser espontânea ou provocada. 
Diz-se espontânea quando, por iniciativa própria, a parte comparece em juízo e 
confessa, hipótese em que se lavrará o respectivo termo nos autos. É provocada 
quando requerida pela parte adversa, caso em que a confissão consta do termo do 
depoimento prestado pelo confitente (art.390, § 2º). 
Extrajudicial é a confissão feita fora do processo, de forma escrita ou oral, 
perante a parte contrária ou terceiros. 
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Procedimento Comum - Confissão 
A confissão exige os seguintes requisitos: 
a) capacidade do confitente (art. 392, §1º); 
b) inexigibilidade da forma para o ato confessado. De nada adianta confessar que 
alienou um imóvel, visto que é da substância do ato o instrumento público 
referido no Registro Imobiliário; e 
c) disponibilidade do direito com o qual o fato confessado se relaciona (art. 392 
do CPC). Na anulação de casamento, por exemplo, é irrelevante confessar o 
fato sobre que se funda o pedido de anulação (art. 1.548 do CC). 
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Procedimento Comum - Confissão 
A confissão judicial, provocada ou espontânea, faz prova plena contra o 
confitente, não prejudicando os litisconsortes (arts. 391). Essa regra vem apenas 
confirmar o disposto no art. 117, segundo o qual os atos e omissões de um 
litisconsorte não prejudicarão os outros. Assim, a confissão só fará prova contra o 
próprio confitente. 
A confissão é irrevogável. Pode, entretanto, ser anulada quando emanar de 
erro de fato ou de coação (art. 393). O caput do art. 393 corrigiu o erro técnico do 
CPC/1973, que previa possibilidade de “revogação” da confissão, sendo que a 
hipótese é de anulação. Isso porque se trata de desconstituição de ato eivado de 
vício do consentimento. A terminologia já havia sido corrigida, inclusive, pelo 
Código de Civil de 2002, que preceitua, em seu art. 214, o seguinte: “A confissão é 
irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação”. 
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Procedimento Comum - Confissão 
A anulação da confissão somente pode ser proposta pelo confitente. Mas, 
se depois de iniciada a ação, o autor vier a falecer, a legitimidade será transferida 
aos herdeiros (art. 393, parágrafo único). 
A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser 
invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-lano que lhe for 
desfavorável (art. 395, 1ª parte). 
A confissão pode ser cindida quando o confitente, além de confessar fatos 
alegados pelo autor, aduz fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de 
defesa de direito, ou seja, fatos que podem servir de base a pedido reconvencional e 
fato impeditivo, modificativo ou extintivo (art. 395, parte final). A rigor, não se 
trata de cisão da confissão, porquanto esta só pode referir-se a fato contrário ao 
interesse do confitente. 
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Procedimento Comum - Confissão 
Pode o juiz ordenar que a parte, ou mesmo o terceiro, exiba documento ou 
coisa que se ache em seu poder (art. 396). Tal poder decorre do dispositivo segundo 
o qual “ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o 
descobrimento da verdade” (art. 378). 
A exibição de documento ou coisa pode ser formulada por uma das partes 
contra a outra, bem como determinada de ofício pelo juiz, caso este entenda 
necessário. 
Qualquer que seja a forma, a finalidade da exibição é constituir prova a favor 
de uma das partes. Pode ser prova direta, quando se trata, por exemplo, da 
exibição de um contrato; ou prova indireta, quando, por exemplo, se requer a 
exibição de um veículo acidentado para submetê-lo à perícia. 
site: drpaulocavalcanti.com 
Procedimento Comum - Exibição de documento ou coisa 
Documento é a prova histórica real, consistente na representação física de 
um fato. Em sentido lato, documento compreende não apenas os escritos, mas 
também desenhos, pinturas, mapas, fotografias, gravações sonoras, filmes, por 
exemplo. 
O documento público, ou seja, aquele formado e lavrado por escrivão, chefe 
de secretaria, tabelião ou servidor público, faz prova não só da sua formação, 
mas também dos fatos que tais pessoas declararem ocorridos em sua presença 
(art. 405). 
A presunção de veracidade do documento público se restringe à parte 
extrínseca do documento, isto é, à formação e à autoria das declarações. Por 
exemplo, a escritura pública faz certo, até prova em contrário, que a parte prestou 
as declarações registradas pelo tabelião. Não implica, porém, a veracidade 
obrigatória dos fatos que a parte declarou. 
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Procedimento Comum - Prova documental 
A prova documental pode ser produzida em qualquer fase processual, 
inclusive em grau de recurso, “desde que ouvida a parte contrária e inexistentes o 
espírito de ocultação premeditada e de surpresa de juízo” (REsp 795.862). Apenas 
os documentos que constituem pressuposto da causa devem acompanhar a inicial. 
O disposto no art. 434, segundo o qual “incumbe à parte instruir a petição inicial ou 
a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações”, constitui 
mero anseio do legislador. Prova disso é que a lei permite a juntada posterior de 
documentos quando impossível a sua apresentação na petição inicial ou na 
contestação (art. 435, parágrafo único). 
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Procedimento Comum - Prova documental 
Apresentada a prova documental (na petição inicial, na contestação ou mesmo 
na fase recursal), a parte contrária poderá adotar quaisquer das providências do art. 
436, quais sejam: (i) impugnar a admissibilidade da prova documental, isto é, 
negar-lhe o valor de prova por violar o art. 369; (ii) impugnar a autenticidade, ou 
seja, contestar a autoria do documento; (iii) manifestar-se sobre o documento sem, 
necessariamente, impugná-lo; ou (iv) suscitar a falsidade do documento, cabendo-
lhe decidir se utilizará ou não o incidente processual de arguição. 
Com efeito, pode a parte impugnar documento que seja evidentemente falso, 
sem que haja necessidade do incidente processual, que tornaria mais longo o 
processo. Ainda assim, não será admitida alegação de falsidade genérica, pois ao 
impugnante incumbe apontar especificamente a irregularidade. 
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Procedimento Comum - Prova documental 
Existem duas espécies de falsidade: a ideológica e a material. Ocorre 
falsidade ideológica quando a declaração contida no documento revela fato 
inverídico, conquanto autêntica a assinatura do declarante. Já a falsidade material 
ocorre quando: forma-se documento não verdadeiro (ex.: utilização de papel 
assinado em branco); altera- se documento verdadeiro (ex.: insere novidade no 
documento); a autoria do documento não é verdadeira (assinatura falsa). 
De acordo com a opinião da doutrina, apenas a falsidade material pode ser 
objeto da arguição de falsidade. Aliás, para obter a declaração da falsidade 
material, pode a parte se valer da ação declaratória autônoma (art. 19, II) ou do 
procedimento previsto nos arts. 430 a 433. 
Se a parte pretender apenas a declaração da autenticidade ou da falsidade de 
documento, o pedido será julgado como questão principal, e não como questão 
incidental. 
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Procedimento Comum - Arguição de falsidade 
Nos termos do art. 430, a falsidade deve ser arguida na primeira 
oportunidade em que a parte deva se manifestar. Será na contestação, se o 
documento constar da inicial; será na réplica do autor, se constar na contestação. 
O prazo para arguição da falsidade tem caráter preclusivo, ou seja, se a 
parte não observá-lo, não poderá mais discutir a veracidade do documento por 
meio do incidente. Isso não quer dizer que não seja mais possível, em ação 
autônoma, provar a falsidade material ou ideológica desse documento. 
Logo que arguida a falsidade, o juiz intimará a parte contrária, que terá o 
prazo de quinze dias para se manifestar (art. 432). Esgotado o prazo para resposta, 
o juiz determinará a realização de exame pericial, salvo se a parte que produziu o 
documento concordar em retirá-lo (art. 432, parágrafo único). 
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Procedimento Comum - Arguição de falsidade 
Observação 
 
A arguição é decidida, em regra, como questão incidental ao processo. Não 
atinge, portanto, o mérito, tratando-se apenas de inserção do documento no acervo 
probatório com a finalidade de julgar a crise de direito material. O seu objeto não é 
abarcado pelos limites objetivos da coisa julgada, vez que não é esse o fim para 
qual o processo se instaurou. Se, no entanto, a parte demandar a declaração da 
falsidade ou autenticidade do documento como questão principal no processo 
(art. 19, II), a declaração irá se inserir nos limites objetivos da coisa julgada 
(art. 433). Nesse sentido, um documento considerado falso como questão 
principal em um processo não poderá ser considerado em outro, ainda que se 
trate de outro fato, outra questão jurídica, outra lide. 
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Procedimento Comum - Arguição de falsidade 
“A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo 
diverso” (art. 442). Entretanto, não se admite a prova testemunhal quando se referir 
a fatos já provados por documento ou confissão da parte; ou que só por documento 
ou por exame pericial puderem ser provados (art. 443, I e II). 
A prova testemunhal, exclusivamente, também não é admitida quando a lei 
exigir prova escrita da obrigação. Entretanto, se houver começo de prova por 
escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova, as 
testemunhas serão admitidas. Nesse caso, a prova testemunhal terá caráter 
subsidiário (art. 444). 
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Procedimento Comum - Prova testemunhal 
Não são todas as pessoas que podem testemunhar. 
A lei impede o testemunho dos incapazes, impedidos e suspeitos (art. 447, 
caput). Sobre os incapazes, é imprescindível fazer uma comparação entre o 
disposto no Código Civil (com as modificações conferidas pelo Estatuto da Pessoa 
com Deficiência – Lei nº 13.146/2015) e a lei processual. 
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Procedimento Comum - Prova testemunhal 
Os impedidos (art. 447, § 2º) são aqueles cujo relacionamento pessoal com a 
causa em questão torna suas declaraçõesincertas. Nessa categoria incluem-se os 
cônjuges, os companheiros, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o 
colateral até o terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade ou 
afinidade. 
Também são impedidos de depor como testemunha o tutor na causa do menor 
tutelado, o representante legal da pessoa jurídica que figura como parte, o juiz, o 
advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes. As partes também 
foram incluídas no rol de pessoas impedidas, mas de maneira desnecessária. O 
depoimento da parte será colhido como depoimento pessoal, e não como prova 
testemunhal. 
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Procedimento Comum - Prova testemunhal 
Já os suspeitos são aqueles a cujo testemunho não se deve creditar muito 
valor, por motivos de sua esfera pessoal. São o inimigo capital da parte ou o seu 
amigo íntimo e os que tiverem interesse no litígio (art. 447, § 3º). Ressalte-se que, 
nesse ponto, o novo Código excluiu do rol de suspeitos “o condenado por crime de 
falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença” (art. 405, § 3º, I, do 
CPC/1973) e “o que, por seus costumes, não for digno de fé” (art. 405, § 3º, II, do 
CPC/1973). Na primeira hipótese, por mais que a sentença transitada em julgado 
demonstre certa parcialidade do sujeito, não se pode antever que a conduta típica 
venha a se repetir em todo e qualquer processo. Com relação ao “indigno de fé”, 
acreditamos que o Código acertou com a exclusão dessa hipótese de suspeição, 
porquanto seu caráter absolutamente subjetivo tornava a situação difícil de ser 
comprovada. 
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Procedimento Comum - Prova testemunhal 
Observação 
 
Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou 
suspeitas, mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de 
compromisso e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer (art. 447, § 4º). Em 
verdade, as pessoas menores, impedidas ou suspeitas não são consideradas como 
testemunha. Nesses casos elas serão ouvidas na condição de informantes. 
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O número de testemunhas não pode ser superior a dez, sendo três, no 
máximo, para a prova de cada fato. O juiz poderá, no entanto, limitar o número de 
testemunhas levando-se em consideração as peculiaridades do caso concreto (art. 
357, § 7º). Também lhe é permitido indeferir a oitiva de testemunhas que tenha 
intuito meramente protelatório (art. 370, parágrafo único). Isso vale para todas as 
provas produzidas no processo. 
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O momento adequado para requerer a prova testemunhal é a petição inicial 
(art. 319, VI), para o autor, ou a contestação, para o réu (art. 335), ou então na 
fase de especificação de prova (art. 357, § 4º). É no saneador que o juiz admitirá, 
ou não, essa espécie de prova. Entende-se, porém, implicitamente deferida a prova 
testemunhal previamente requerida quando o juiz simplesmente designa a 
audiência de instrução e julgamento (art. 357, V). 
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A intimação da testemunha deve ser feita pelo advogado que a arrolou, 
que a informará sobre a data, o horário e o local da audiência (art. 455). A 
intimação será feita por carta com aviso de recebimento, o qual deverá ser 
juntado aos autos com antecedência mínima de três dias em relação à data da 
audiência (art. 455, §1º). Se a parte se comprometer a conduzir a testemunha à 
audiência, fica dispensada a intimação com posterior comprovação. Todavia, o não 
comparecimento para depoimento implica presunção de desistência da oitiva (art. 
455, §2º). 
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Outra novidade é que o CPC/2015 extingue o antiquado sistema de 
“reperguntas”, no qual a pergunta feita pela parte é dirigida ao juiz que, então, a 
redireciona para a testemunha. Nos termos do art. 459, “as perguntas serão 
formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou 
[…]”. Além de mais demorada, a formalidade exigida pelo CPC/1973 representava 
implicitamente uma pressuposição de deslealdade das partes para com as 
testemunhas. De acordo com o CPC/2015, cabe ao juiz intermediar, evitando 
perguntas de caráter protelatório, repetidas, que fujam do objeto, ou, ainda, 
que induzam a determinada resposta. 
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Outra novidade é que o CPC/2015 extingue o antiquado sistema de 
“reperguntas”, no qual a pergunta feita pela parte é dirigida ao juiz que, então, a 
redireciona para a testemunha. Nos termos do art. 459, “as perguntas serão 
formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou 
[…]”. Além de mais demorada, a formalidade exigida pelo CPC/1973 representava 
implicitamente uma pressuposição de deslealdade das partes para com as 
testemunhas. De acordo com o CPC/2015, cabe ao juiz intermediar, evitando 
perguntas de caráter protelatório, repetidas, que fujam do objeto, ou, ainda, 
que induzam a determinada resposta. 
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