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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 06ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DO RIO DE JANEIRO – ESTADO XX 
INQUÉRITO POLICIAL Nº xxx 
 
 
JOÃO, brasileiro, solteiro, profissão xxx, portador da cédula de identidade nº 
XXXXXXX, CPF nº XXXXXXX, residente e domicoliado na Rua XXXXX, 
nºXXXXX, Região XXXXX, CEP nº XXXXXXXX, por meio de sua advogada, 
OAB xxx (instrumento de mandato em anexo), vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, apresentar sua, 
 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
com fulcro no art. 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos motivos 
que passa a expor: 
I FATOS 
 
João emprestou R$ 10.000,00 para Ana Maria que pretendia abrir um café na 
data de 01 de janeiro de 2020. A quantia foi garantida pela assinatura de uma 
nota promissória no mesmo valor do empréstimo. Passado um mês do 
empréstimo, João foi fazer a cobrança, conforme combinado. Entretanto, 
quando chegou no local Ana Maria lhe disse que não poderia efetivar o 
pagamento já que o café não havia dado lucro. Como eram conhecidos de 
longa data e, como João era boa pessoa, disse que retornaria em 1 semana 
para dar mais tempo à Empresária. 
Na semana seguinte João voltou ao café, que estava lotado, inclusive com dois 
vizinhos de João, o sr. Arnaldo e a sra. Luiza que o cumprimentaram 
festivamente ao entrar. Quando cobrada Ana Maria disse que não pagaria 
porque não tinha toda a quantia e pediu que João se retirasse do café. 
Indignado com a falta de boa fé da mulher, João que portava uma arma de fogo 
(registrada e com porte que sempre carregava para sua proteção), disse a ela 
que se não pagasse em dinheiro pagaria com a vida. 
O fato fez com que todos se assustassem e, Ana Maria foi até a delegacia 
fazer um BO. João, em depoimento ao delegado, confirmou tudo que foi dito 
por Ana Maria. 
Na data de 25 de agosto de 2020, o Ministério Público ofereceu denúncia em 
face de João pelo crime de extorsão qualificada. 
Sabemos que João trabalha como médico no Hospital Central do Rio de 
Janeiro e, que tem um bom relacionamento com todos que conhece. Ele 
também não tem antecedentes. 
A denúncia foi recebida pelo Juiz da 6º vara criminal do Rio de Janeira e João 
foi citado no dia 27 de agosto de 2020. 
II DO MÉRITO 
 
De início, o acusado está dentro do prazo legal para oferecimento de 
resposta a referida denúncia, estando de acordo com os dispostos nos artigos 
798, 396 e 396 – A, ambos do Código de Processo Penal, podendo “alegar tudo 
o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar 
as provas pretendidas e arrolar testemunhas”, pois bem, procedemos. 
Conforme denúncia do Ministério Público, João foi acusado pela prática 
do crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo, previsto no 
artigo 158 do Código Penal, sendo atípica em relação a este tipo penal, por 
ausência da elementar “vantagem indevida”. 
Circunstância que leva a absolvição do acusado nos termos no artigo 397, 
III do CPP, pela conduta praticada não se amoldar à acusação, visto que o tipo 
penal exige que a pretensão do agente seja indevida, consoante os fatos, o 
requerente João concedeu a Ana Maria a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil 
reais), como garantia, este assinou uma nota promissória, documento este que 
comprova a dívida. Um mês após a data do vencimento, data prometida por Ana 
Maria para o pagamento, que não ocorreu, com a escusa de que a loja não 
estaria dando o lucro previsto, o acusado se locomoveu até a mesma para a 
cobrança da dívida, o que levou João a satisfazer a sua pretensão de outra 
maneira, isto, claramente, não se trata de vantagem econômica indevida, e, sim, 
devida. 
 
“Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e 
parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver 
sumariamente o acusado quando verificar: (...) 
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime” 
O disposto no artigo 345 do Código Penal aduz a justiça feita pelas 
próprias mãos, ação efetivamente praticada pelo acusado para cobrar a dívida 
já vencida, a conduta do acusado se amolda ao delito de exercício arbitrário das 
próprias razões, fatos confirmados durante o curso da investigação. Apesar de 
ser o Poder Judiciário o designado para solucionar lides, nada justifica quem 
queira fazer justiça pelas próprias mãos, com a reprovação da sociedade diante 
deste comportamento a conduta acabou se considerando grave, ultimando que, 
se cometeu o delito assumirá a falta. Argumento este, apontando pela doutrina 
infra. 
“Se as divergências entre pessoas devem ser dirimidas pelo 
Poder Judiciário - porque assim se estabeleceu -, que tem 
no juiz o árbitro das querelas, nada justifica que alguém 
queira fazer justiça pelas próprias mãos. Essa a razão pela 
qual a reprovação da sociedade a esse comportamento fez 
com que a conduta fosse considerada grave e erigida à 
condição de crime. (...)”.(Stocco, Rui e Stocco, Tatiana de 
O. Código Penal e sua interpretação: doutrina e 
jurisprudência. 8ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2007. P. 1685.) 
Ressalta-se ainda, que o MP não é legítimo para oferecer denúncia e dar 
inicio a ação penal, pois, o parágrafo único do art. 345 do CP alude que: “Se não 
há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.”, consigna que 
não houve emprego de violência, (art 100, § 2º do Código Penal). O acusado é 
amparado pela legislação em caso símil. 
 
“RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO EXTORSÃO 
MAJORADA DESCLASSIFICAÇÃO EXERCÍCIO ARBITRÁRIO 
DAS PRÓPRIAS RAZÕES 
[...] ALTERAÇÃO DA ADEQUAÇÃO TÍPICA IMPOSSIBILIDADE, 
RECURSO PROVIDO. A ameaça na cobrança de dívida não 
configura o crime de extorsão, por ausência da elementar do tipo 
da vantagem indevida, amoldando-se à conduta de exercício 
arbitrário das próprias razões, previsto no art. 345 do Código Penal. 
"O tipo penal inscrito no art. 158 do CP exige que a vantagem 
econômica obtida pelo agente seja considerada indevida."”. (TJ-
PR 86232015 PR 862320-15 (Acórdão), Relator: Jorge Wagih 
Massad, Data de Julgamento: 15/03/2015, 5ª Câmara Criminal) 
 
II. I DA DECADÊNCIA DO DIREITO DE QUEIXA 
 
Incide-se então, o fenômeno da decadência prescrito no artigo 38 do CPP 
e no artigo 103 do CP que remete propriamente: “[...] o ofendido decai do direito 
de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) 
meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime [...]”, 
portanto, a ofendida teve até o dia 01 de agosto de 2020 restando extinta a 
punibilidade de Moacir, nos termos do artigo 107, IV do CP e da jurisprudência 
para assessorar 
 
“Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
[...] 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;” 
PRELIMINAR DECADÊNCIA DO DIREITO DE QUEIXA DO 
OFENDIDO. 
ACOLHIMENTO. EXTINÇAO DA PUNIBILIDADE. ART. 107, 
INCISO IV, C/C ART. 103, AMBOS DO CP. 1. Tendo em vista a 
comprovação do decurso de prazo superior ao previsto no artigo 
103, do Código Penal, há que se reconhecer a decadência do 
direito de queixa do ofendido. 2. Preliminar acolhida, a fim de 
declarar a extinção da punibilidade em favor do paciente em 
relação ao crime previsto no artigo 158 do Código Penal. 
(TJ-ES - RA 100010055903 ES 100010055903, Relator: ALEMER FERRAZ 
MOULIN, Data de Julgamento: 18/03/2015, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, 
Data de Publicação: 24/04/2015) 
 
 
II PEDIDOS 
 
Antes o exposto, requer-se: 
 
1 – Que a presente ação seja recebido e conhecido; 
2 - A absolvição sumária do acusado com fulcro no art. 397, III do CPP; 
3 – Seja o Ministério Público intimado de tal resposta; 
4 - Sejam intimadas as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas 
na audiência de instrução e julgamento. (art. 532, CPP); 
5 - Os meios de prova em direito admitido, em especial a documental, junta-se 
com a nota promissória (doc. XXX) com o presente pedido 
 
Nestes termos, pede deferimento.27 de agosto de 2020 
ADVOGADA XX 
OAB XXXX/XX 
 
Rol de testemunhas 
1 – Arnaldo XXXXX, nacionalidade XXXX, estado civil XXX, profissional da área 
XXXX Identidade: RG sob nº XXXX e CPF sob nº XXXX. Endereço: Rua XXX, 
nº XXXX, bairro XXXX, Cidade XX, CEP XXXX, Estado XXX, endereço 
eletrônico XXXXXX@xxxxx.com.br. 
2 –Luiza, Nome: XXXXXXX, nacionalidade XXXX, estado civil XXX, profissional 
da área 
XXXX, Identidade: RG sob nº XXXX e CPF sob nº XXXX. Endereço: Rua XXX, 
nº XXXX, bairro XXXX, Cidade XX, CEP XXXX, Estado XXX, endereço 
eletrônico XXXXXX@xxxxx.com.br.

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