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TRABALHOS PRÁTICA PENAL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ 
ALUNA: BEATRIZ ALBUQUERQUE LIMA 
MATRÍCULA: 202009062695202009062695 
DATA: 14/04/2021 
 
PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL N° 01 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO 
ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ 
 
 
 
 
 
Enrico, nacionalidade, estado civil, RG..., CPF..., residente e domiciliado no endereço ..., por 
meio de seu procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais em anexo, 
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente QUEIXA-CRIME, 
com base nos arts. 41 e 44 do Código de Processo Penal e art. 100, §2º, do Código Penal, c/c o 
art. 30 do Código de Processo Penal, contra HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, 
RG..., do CPF..., residente na Rua..., pelos fatos a seguir expostos. 
 
 
I- DOS FATOS 
 
No dia 19 de abril de 2014, a querelada Helena, difamou e injuriou o querelante, imputando-
lhe fato ofensivo à sua reputação, ofendendo, ainda, sua dignidade e decoro. 
 
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida 
rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, por meio de seu computador pessoal, 
instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou no perfil pessoal 
de Enrico o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa 
de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico 
perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo 
dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, 
estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar 
uma ambulância para socorrê-lo!”. 
 
Imediatamente, o querelante, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio 
de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de 
Helena em seu perfil pessoal. 
 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões injuriosas e difamantes, 
no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação 
e injúria, incidindo, por isso, a causa de aumento de pena prevista no art. 141, III, do Código 
Penal. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha, a 
querelada praticou o crime de injúria, previsto no art. 140 do Código Penal. 
 
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 do mês passado, ele 
cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente 
que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo, a querelada 
praticou o crime de difamação, previsto no art. 139 do Código Penal. 
 
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única publicação, com 
desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos termos do art. 70, segunda 
parte, do Código Penal. 
 
Sendo assim, percebe-se que houve uma única conduta de Helena, qual seja, uma única 
publicação, sendo certo que em tal publicação, com desígnios autônomos, Helena praticou dois 
crimes, a saber: injúria e difamação. 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Assim agindo, a querelada HELENA praticou os delitos previstos nos arts. 139 e 140, c/c art. 
141, III, n/f do art. 70, todos do Código Penal, razão pela qual requer o querelante: 
 
a) a designação da audiência preliminar ou de conciliação; 
 
b) a citação da querelada; 
 
c) o recebimento da queixa-crime; 
 
d) a oitiva das testemunhas arroladas; 
 
e) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos arts. 
139 e 140 c/c o art. 141 III, n/f do art. 70, todos do CP; 
 
f) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV, do CPP. 
 
 
Local..., data... 
 
Advogado. OAB n... 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
 
1) CARLOS (end xxx, tel xxx, cpf xxx); 
2) MIGUEL (end xxx, tel xxx, cpf xxx); 
3) RAMIREZ (end xxx, tel xxx, cpf xxx) 
 
 
PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL N° 02 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de direito da XXX Vara Criminal da Comarca de 
Araruama- Rio de Janeiro. 
 
 
Proc n° XXX 
 
 
Patrick, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, inscrito no 
CPF XXX, carteira de identidade número XXX, residente e domiciliado na XXX, 
nesta cidade, vem, através de sua advogada (procuração em anexo), 
apresenta: Resposta à acusação, art. 396 e 396-A. Pelos motivos de fato e 
direito seguintes: 
 
I- FATOS 
Trata-se de ação penal, que é imputa ao acusado o delito tipificado no art. 129, parágrafo 
1º, inciso III, combinado com art. 14, inciso II do Código Penal. 
Que no dia, 5 de março de 2017, visando sanar as agressões que sua sobrinha Natália 
estava sofrendo, o acusado pegou uma arma de fogo de uso permitido o tentou efetuar disparos 
contra suposta vítima, porém a arma não funcionou. Diante dos fatos narrados o Ministério 
Público ainda assim ofereceu denúncia, porém o caso é de absolvição, o que ficar provado a 
seguir. 
 
II- FUNDAMENTOS 
- Da nulidade 
Houve nulidade uma vez que a citação por hora certa deve seguir os requisitos do art. 
362 do Código de Processo Penal em razão do art. 252 do Código de Processo Civil que é 
aplicável por causa do art. 1046 do Código de Processo Civil de 1973. É de se afirmar que o 
acusado não se esquivou da citação, pois encontrava-se embarcado trabalhando, e o oficial de 
justiça não esperou prazo de três dias. Sendo assim, deve ser reconhecida a nulidade do ato de 
citação na forma do art. 564, inciso III, alínea “E”. 
- Do crime impossível 
Superada tal questão caso não seja reconhecida a nulidade há de se falar em crime 
impossível. Apesar de haver a tipicidade, não seria possível concretizar o delito já que a arma 
era incapaz de efetuar disparos (conforme laudo pericial em anexo aos autos), figurando assim 
o crime impossível no qual o réu deve ser absolvido sumariamente, de acordo com os artigos 
17 do Código Penal eu art. 397, inciso III do Código de Processo Penal. 
- Da legítima defesa de terceiro. 
Outro fato de absolvição sumária se dá pois o fato praticado pelo acusado visava apenas 
manter a integridade física de sua sobrinha, que estava sendo agredida. Sendo assim o utilizado 
foi necessário, já que o acusado estava imobilizado da perna e outro meio não viu a não ser o 
da atitude que tomou. 
Fica assim provado que o acusado agiu em legítima defesa de terceiro, devendo ser 
absolvido sumariamente de acordo com os artigos 25 do Código Penal e art. 397, inciso I do 
Código de Processo Penal. 
 
III- PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto requer: 
A) O reconhecimento da nulidade de citação conforme art. 564, inciso III, alínea “E” e Art. 
362 do Código de Processo Penal combinado com art. 252 do Código de Processo Civil de 
2015 em razão do art. 1042 do Código de Processo Civil de 1973. 
B) Superada tal questão, deve ser absolvido sumariamente o réu pelo crime impossível e 
legítima defesa de terceiro conforme artigos 17 e 25 do Código Penal e art. 397, inciso I e III 
do Código de Processo Penal. 
C) Caso haja prosseguimento da instrução, requer o acusado a intimação das testemunhas a 
seguir: 
 1- Natalia (end xxx, tel xxx, cpf xxx). 
2- Maria (end xxx, tel xxx, cpf xxx). 
 3- José (end xxx, tel xxx, cpf xxx). 
 
Araruama, 09 de março de 2018. 
Adv XXX OAB XXX 
 
 
PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL N°3 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA 
CRIMINAL DA CIDADE DE CAMPOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 
 
 
Processo nº xxxx 
 
 
LAURO, devidamente qualificado nos autos em epígrafe da presente ação movida pelo 
Ministério Público do Estado de XXX, através de suas advogadas infra-assinadas, vem, mui 
respeitosamente perante a Ilustre presença de VossaExcelência propor as devidas 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fundamento legal no artigo 403, § 3º, do 
CPP, de acordo com os fatos e direito a seguir aduzidos: 
 
I) DOS FATOS 
 
Ocorre que, no dia 03 de Outubro de 2016, na cidade de Campos, no Estado do Rio de 
Janeiro, Lauro já propriamente qualificado nos autos, por nutrir um sentimento por Maria, 
estagiária de uma empresa situada no mesmo prédio de seu local de trabalho, e não aceitando 
o fato de ser constantemente rejeitado, decidiu que a obrigaria a manter relações sexuais com 
ele, independentemente de sua concordância e consentimento. 
Desta forma, resolveu adquirir uma arma de fogo, cujo uso era permitido, tendo em 
vista que possuía autorização para tanto, e a registrou, tornando-a regular. 
Lauro decidiu contar sua intenção criminosa a José , melhor amigo com quem 
trabalhava, assegurando-lhe que a compra da referida arma se deu meramente com a intenção 
de ameaçar Maria a manter com ele conjunção carnal, e que, todavia não possuía nenhum 
desígnio de machucá-la. Mais ainda, disse a José que alugara um quarto em um hotel e que 
comprara uma mordaça para evitar que Maria gritasse e os fatos fossem descobertos. 
Quando Lauro saía de casa para ir ao encontro de Maria, foi subitamente surpreendido 
por uma viatura da Polícia Militar, acionada por José, visto que o mesmo havia informado aos 
policiais a respeito do crime que Lauro estava prestes a ocorrer, sendo efetuada, portanto, a 
prisão em flagrante. 
Em sede policial, apesar de não estar portando documentos que comprovassem sua 
idade, Maria alegou que tinha 17 anos e que Lauro sempre manteve um comportamento 
estranho com ela, razão pela qual tinha interesse em ver o autor dos fatos responsabilizado 
criminalmente. 
O Ministério Público denunciou Lauro pela prática do crime de crime previsto no Art. 213, §1º 
c/c Art. 14, inciso II, c/c Art. 61, inciso II, alínea f, todos do Código Penal, isto é, estupro 
qualificado. 
Na audiência de instrução e julgamento, a vítima disse novamente ter 17 anos, apesar 
de não portar um documento de identificação para confirmar esta informação, apenas 
apresentando uma cópia de sua matrícula escolar, sem indicar nem sequer a data de nascimento. 
José assim como os policiais que surpreenderam Lauro foi ouvido e confirmou os fatos 
narrados na denúncia. O réu não compareceu à audiência por não ter sido devidamente 
intimado, e apesar da contrariedade do advogado de Lauro em prosseguir com a audiência, o 
ato foi realizado, tendo em vista que o interrogatório seria feito em outra data. 
Na segunda audiência, Lauro confirmou os fatos narrados na denúncia, mas alegou que 
desconhecia as declarações feitas pelas testemunhas e a vítima na primeira audiência. Nesta 
mesma ocasião, foi juntado o laudo da arma de fogo e a Folha de Antecedentes Criminais, sem 
demais anotações. 
 
II) DO DIREITO 
 
II.I) PRELIMINAR DE NULIDADE 
Como apresentado nos fatos acima elencados, o réu não foi intimado para a primeira 
parte da audiência de instrução e julgamento, ocasião em que Maria e José foram ouvidos. 
De acordo com o disposto no art. 370 do Código de Processo Penal, Lauro deveria ter 
sido propriamente intimado para o ato processual. Contudo, o fato de isso não ter ocorrido 
representa omissão de formalidade que constitui elemento essencial do ato e causa de nulidade 
processual, com fundamento no art. 564, IV, do Código de Processo Penal. Por não ter 
participado da audiência, foi violado o direito de Lauro à ampla defesa, com fundamento no 
art. 5º, LV, da Constituição Federal, devendo o processo ser anulado os atos da instrução. 
 
II.II) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA 
 
Como relatado na denúncia, Lauro não chegou a praticar a conduta efetiva de 
constranger a suposta vítima Maria, ou seja, não houve início de fato a execução. Não há que 
se falar, tampouco, em tentativa, prevista no art. 14, II, do Código Penal. 
Em relação ao ato preparatório, isto é, a aquisição de arma de fogo, esta conduta é 
atípica, tendo em vista que o uso era permitido devido a seu registro que a tornou regular. 
Portanto, faz-se necessária sua absolvição, com fundamento no art. 386, III, do Código de 
Processo Penal. 
 
II.III) DA PENA 
 
SUBSIDIARIAMENTE, havendo a condenação pelo delito de estupro, é necessário 
que a qualificadora prevista no art. 213, § 1º, do Código Penal seja afastada, tendo em vista 
que a real idade de Maria não foi documentalmente comprovada. 
A pena a ser fixada deverá ser a prevista como mínimo legal, em seis anos, conforme 
art. 213, caput, do Código Penal, visto que as circunstâncias judiciais são favoráveis. Ao ser 
ofertada a denúncia, foi pedida a condenação pela agravante prevista no art. 61, II, f, do Código 
Penal, isto é, a pena é aumentada quando o delito é praticado contra mulher, fato este que não 
ocorreu. Deve ser reconhecida, ainda, a atenuante da confissão espontânea, com fundamento 
no art. 65, III, d, do Código Penal, pois Lauro confirmou integralmente os fatos 
narrados na denúncia. 
É de extrema relevância ressaltar que o crime de estupro NÃO se consumou por razões 
alheias à vontade do agente e, considerando isso, a pena deve ser reduzida ao máximo, em dois 
terços, com fundamento no art. 14, parágrafo único, do Código Penal, tendo em vista a mera 
TENTATIVA. 
Quanto ao regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade, deve ser 
fixado o regime aberto, com fundamento no art. 33, § 2º, c, do Código Penal. 
Em relação à determinação de regime inicial obrigatoriamente fechado, prevista no art. 
2º, § 1º, da Lei n.º 8.072/90, a Lei dos Crimes Hediondos, o Supremo Tribunal Federal declarou 
a inconstitucionalidade do dispositivo. 
 
III) DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
(a) A nulidade dos atos da instrução pelo cerceamento de defesa, em razão da não intimação 
do réu para a audiência de instrução e julgamento, com fundamento no art. 564, IV, do 
Código de Processo Penal; 
(b) A absolvição de Lauro pelo crime de estupro (art. 213 d CP), com fundamento no art. 
386, III, do Código de Processo Penal, em razão de o fato não ter se concretizado; 
(c) Subsidiariamente, o afastamento da qualificadora do art. 213, § 1º, do Código Penal, tendo 
em vista a falta de provas quanto à idade da vítima; 
(d) A aplicação da pena-base no mínimo legal; 
(e) O afastamento da agravante previsto no art. 61, II, f, do CP, tendo em vista o fato de que 
em nenhum momento houve violência doméstica contra Maria; 
(f) redução da pena ao máximo, em dois terços, com fundamento no art. 14, parágrafo único, 
do Código Penal, tendo em vista a mera tentativa. 
(g) O reconhecimento da confissão espontânea, com fundamento no art. 65, III, d, do Código 
Penal. 
(h) A aplicação do regime inicial aberto, com fundamento no art. 33, § 2º, c, do Código 
Penal. 
(i) A suspensão condicional da pena, com fulcro no art. 77 do Código Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento 
 
Local..., data... 
 
Advogado. OAB n... 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL N°04 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA 
CRIMINAL DA COMARCA XXXXX 
 
 
Processo nº: XXXX 
 
 
TÍCIO, já qualificado nos autos em epígrafe, vem respeitosamente, à presença de 
V. Exa., nos autos do processo-crime, que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL 
com fulcro no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, para apresentar suas 
 
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
 
Pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 
 
I - DOS FATOS: 
 
TÍCIO, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após 
mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que TÍCIO, no 
caminho de volta, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor e 
capotou. 
 Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o 
Hospital mais próximo onde ficou constatadoque a mesma não havia sofrido qualquer 
lesão. 
Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido 
interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o 
laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. 
 
Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do 
Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de TíCIO e imputou ao mesmo a conduta 
descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 
125 do CP. 
 
Entretanto, não se pode falar em aborto culposo, isso porque não há aborto 
culposo. Logo, o acusado só responderá pelo aborto se ele quis ou assumiu o risco de 
causar um aborto. No presente caso, se está diante da culpa consciente, que é 
caracterizada quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que ele 
não aconteça. 
 
Desta forma, diante dos fatos sustenta-se a tese de que o réu não teve a intenção 
de ocasionar o acidente, muito menos o aborto espontâneo da vítima, motivo pelo qual 
roga-se pela absolvição do réu, com embasamento no inciso III, do artigo 415 do CPP, já 
que diante da atipicidade do ato do acusado, o fato não constitui ação penal. 
 
“Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde 
logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de 
exclusão do crime.” 
 
 
No que tange o resultado, afirma-se que o réu não teve a intenção, muito menos 
esperava esse o resultado. 
 
II – DOS FUNDAMENTOS: 
 
No crime culposo, o agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado, 
mas a ele dá causa, por imprudência, negligência ou imperícia. Crime culposo é aquele 
resultante da inobservância de um cuidado necessário. 
Importante relembrar que só existira crime culposo se houver previsão específica 
no Código Penal desta modalidade. Conduta culposa, portanto, é aquela na qual o agente 
não observa um dever de cuidado, imposto a todos no convívio so-cial, e, por esse motivo, 
causa um resultado típico (morte, le-sões etc.). 
 o Fato Típico é composto pela conduta do agente, dolosa ou culposa, comissiva ou 
omissiva; pelo resultado; bem como pelo nexo de causalidade entre aquela e este. Mas 
isso não basta. É preciso que a conduta também se amolde, subsuma-se a um modelo 
abstrato previsto na lei, que denominamos tipo. Tipicidade, por assim dizer, significa 
subsunção perfeita da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei 
penal, isto é, a um tipo penal incriminador, ou, conforme preceitua Munhoz Conde: 
"é a adequação de um fato cometido à descrição que dele se faz na lei penal. Por imperativo do 
princípio da legalidade, em sua vertente do nullum crimen sine lege, só os fatos tipificados na lei penal como 
delitos podem ser considerados como tal". 
 
A adequação da conduta do agente ao modelo abstrato previsto na lei penal (tipo) 
faz surgir a tipicidade formal ou legal. Essa adequação deve ser perfeita, pois, caso 
contrário, o fato será considerado formalmente atípico. 
 
Desta forma não há o que se discutir senão afirmar veemente que NÃO EXISTE 
ABORTO CULPOSO, sendo assim atípico o fato de acusação com embasamento no artigo 
125 do CP. 
 
Acerca do assunto colhe-se jurisprudência do STJ de Minas Gerais: 
 
“STJ - HABEAS CORPUS HC 228998 MG 2011/0307548-5 
(STJ) 
Data de publicação: 30/10/2012 
Ementa: na denúncia são claros e determinados, 
podendocaracterizar, em tese, o crime de homicídio culposo 
porinobservância de regra técnica, não prosperando a alegação 
deocorrência de "aborto culposo provocado por terceiro" ou de 
crimeimpossível em razão do bebê ter sido retirado do ventre 
materno semvida, pois consta dos autos que a mãe já havia entrado 
em trabalhode parto há mais de oito horas e os batimentos 
cardíacos forammonitorados por todo esse período até não mais 
serem escutados.4. Iniciado o trabalho de parto, não há falar mais 
em aborto, mas emhomicídio ou infanticídio, conforme o caso, pois 
não se mostranecessário que o nascituro tenha respirado para 
configurar o crimede homicídio, notadamente quando existem nos 
autos outros elementospara demonstrar a vida do ser nascente, 
razão pela qual não sevislumbra a existência do alegado 
constrangimento ilegal quejustifique o encerramento prematuro 
da persecução penal.5. O trancamento da ação penal, por ser 
medida de exceção, somentecabe nas hipóteses em que se 
demonstrar, à luz da evidência, aatipicidade da conduta, a 
extinção da punibilidade ou outrassituações comprováveis de 
plano, suficientes para interromperantecipadamente a persecução 
penal, circunstâncias que não severificam no presente caso.6. 
Habeas corpus não conhecido e não constatada a existência 
deflagrante constrangimento ilegal que autorize a concessão de 
habeascorpus de ofício.” 
 
Nesta toada, seguindo o entendimento do STJ, é vedado o crime de aborto 
culposo, sendo extinta punibilidade ao agente. Tendo em vista o principio da 
legalidade: 
 
O princípio da legalidade se manifesta pela locução nullum crimen nulla poena sine 
previa lege, prevista no artigo 1º, do Código Penal brasileiro, segundo o qual não há crime 
sem lei anterior que o defina, nem há pena sem prévia cominação legal. 
 
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22611843/habeas-corpus-hc-228998-mg-2011-0307548-5-stj
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22611843/habeas-corpus-hc-228998-mg-2011-0307548-5-stj
Diante do fato, o Hospital constatou que MARIA não sofreu qualquer lesão no 
acidente, tendo assim, podemos considerar que o aborto possa ter ocorrido como caso 
fortuito, podendo o resultado ocorrer mesmo sem ter ocorrido o acidente. 
 
III - DOS PEDIDOS: 
 
Diante do exposto, requer a absolvido do réu, com fulcro no artigo 415, inciso III 
do CPP diante da ausência de tipicidade; 
 
Local..., data... 
 
Advogado. OAB n...

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