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FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL HIPNÓTICOS-SEDATIVOS Prof. Daniel Castro da Costa ANSIEDADE Estado emocional presente no indivíduo normal em resposta a situações de ameaça (adaptativa), em pacientes psiquiátricos ou em casos de doenças somáticas (não adaptativa). A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições de vida. ANSIEDADE O transtorno da ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses ,no mínimo, e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes. ANSIEDADE EMOÇÃO RELACIONADA COM O MEDO. SINALIZA UM PERIGO IMINENTE. CARÁTER ADAPTATIVO. CONJUNTO DE REAÇÕES SENSORIAIS, NEURAIS, ENDÓCRINAS E COMPORTAMENTAIS. SINTOMAS PERIFÉRICOS Elevação do tônus muscular. Palpitação. Aumento da Pressão Arterial. Hiperventilação. Sudorese, Tremores, Piloereção. Micção e Defecação. Hipersecreção Gástrica. SINTOMAS CENTRAIS Cefaléia. Náuseas. Hipervigilância. Dificuldade de concentração. Insônia. Apreensão e “antecipação de infortúnios”. SINTOMAS COMPORTAMENTAIS Comportamentos Estereotipados: Balançar as pernas Levar objetos à boca - cabelos, canetas Unicofagia Inibição Comportamental DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE Estados de Ansiedade. Transtorno de ansiedade generalizada. Transtorno obsessivo-compulsiva (TOC) Desordens Fóbicas: Agorafobia sem ataques de pânico. Sociofobia. Fobias simples. Desordem de pânico. Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Aguda. Crônica. ANSIEDADE GENERALIZADA O distúrbio de ansiedade generalizada é a ansiedade e preocupação excessiva, quase que diária, sobre uma série de atividades ou eventos, e que dura 6 meses ou mais. A ansiedade e a preocupação são intensas e de difícil controle, desproporcionais à situação e podem ser sobre as mais diversas questões como dinheiro, saúde etc. Nesse distúrbio, pelo menos três dos seguintes sintomas estão presentes: inquietação, fatiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e sono de má qualidade. O tratamento é realizado com a associação de medicamentos (antidepressivos ou benzodiazepínicos) e psicoterapia comportamental. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC) Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira. Em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença. TOC DISTÚRBIOS FÓBICOS AGORAFOBIA: O termo "agorafobia" significa medo de lugares abertos. Na prática clínica designa medo de sair de casa ou de situações onde o socorro imediato não é possível. A agorafobia é uma complicação freqüente no transtorno de pânico, onde todas as situações temidas têm em comum o medo de passar mal e não ter socorro fácil ou imediato. SOCIOFOBIA: A fobia social é o medo patológico de comer, beber, tremer, enrubescer, falar, escrever, enfim, de agir de forma ridícula na presença de outras pessoas. Uma característica importante da fobia social é a ansiedade antecipatória e o sofrimento durante a exposição. FOBIAS ESPECÍFICAS São fobias restritas a situações altamente específicas, como determinados animais, altura, trovão, escuro, espaços fechados, visão de sangue ou medo de exposição a doenças específicas. Apesar de a situação temida ser limitada, a iminência ou o contato com ela pode provocar um ataque de ansiedade aguda. Fobias específcias surgem na infância e podem persistir por toda a vida se permanecerem sem tratamento, como ocorre na maioria dos casos. O tratamento indicado é a terapia comportamental, com uso de técnicas como a dessensibilização ou "flooding", associadas a técnicas de relaxamento. Em alguns casos, o uso de benzodiazepínicos, por período limitado, pode ser útil. TRANSTORNO DO PÂNICO A síndrome ou transtorno do pânico (ansiedade paroxística episódica) é uma doença que se caracteriza pela ocorrência repentina, inesperada e de certa forma inexplicável de crises de ansiedade aguda marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até dez minutos. Durante o ataque de pânico, em geral de curta duração, a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer. SINTOMAS medo de morrer; medo de perder o controle e enlouquecer; despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia); dor e/ou desconforto no peito que podem ser confundidos com os sinais do infarto; palpitações e taquicardia; sensação de falta de ar e de sufocamento; sudorese; náusea ou desconforto abdominal; tontura ou vertigem; ondas de calor e calafrios; adormecimento e formigamentos; tremores, abalos e estremecimentos. Com frequência, portadores da síndrome do pânico apresentam quadros de depressão. Em alguns casos, alguns buscam no alcoolismo uma saída para aliviar as crises de ansiedade. TRANSTORNO DO ESTRÉSSE PÓS-TRAUMÁTICO É um distúrbio de ansiedade que se desenvolve em pessoas que experimentaram estresse físico ou emocional de magnitude suficientemente traumática para um ser humano comum. As principais características deste distúrbio são: 1. A re-experiência do trauma através de sonhos e pensamentos em vigília ("flash back"); 2. Torpor emocional para outras experiências relacionadas; 3. Sintomas físicos de ansiedade, depressão e dificuldades cognitivas. ANSIOLÍTICOS ETANOL. BENZODIAZEPÍNICOS. BARBITÚRICOS. ANTAGONISTAS adrenérgicos. AGONISTAS 5-HT1A. ANTAGONISTAS H1. BENZODIAZEPÍNICOS EFEITOS FARMACOLÓGICOS: Ansiolíticos; Sedativo e Hipnóticos; Redução do tônus muscular; Redução da coordenação motora; Anticonvulsivante. Benzodiazepínicos – Mecanismo de Ação Ligação específica de BZD no SNC: córtex, sistema límbico, cerebelo e mesencéfalo. Aumento mútuo da ligação entre GABA e BZD a Receptores GABAA, aumentando a condutância do Cl- (interação alostérica). Benzodiazepínicos – Mecanismo de Ação Benzodiazepínicos – Mecanismo de Ação BENZODIAZEPÍNICOS Duração ultra-curta (menos de 6 horas) (hipnóticos) Triazolam: Pode causar ataques de mau humor e fúria violenta em alguns doentes devido aos sintomas de privação rápidos. Retirado do mercado em alguns países por essa razão. Midazolam: medicamento referência no Brasil: Dormonid Flunitrazepam:comercialmente conhecido como Rohypnol Duração curta (6-10h) (hipnóticos, ansiolíticos) Oxazepam Duração intermédia (10-20h) (ansiolíticos, hipnóticos) Lorazepam Clordiazepóxido: 5-25h. Temazepam Alprazolam Duração longa (ansiolíticos) Diazepam: nome comercial Valium. Clonazepam: nome comercial no Brasil e em Portugal: Rivotril Prazepam Bromazepam: nome comercial no Brasil e em Portugal: Lexotan Antagonista O Flumazenil é um antagonista no receptor das benzodiazepinas, anulando seus efeitos. BENZODIAZEPÍNICOS – EFEITOS ADVERSOS Os efeitos colaterais mais relatados dos benzodiazepinicos são a sedação e o relaxamento muscular. Ainda inclui: sonolência, tontura, e diminui o estado de alerta e atenção. Diminuição da coordenação motora pode resultar em quedas e ferimentos, particularmente em idosos. Outros efeitos incluem a diminuição da capacidade de dirigir, aumentando assim a probabilidade de acidentes de trânsito. Diminuição da libido e problemas de ereção são efeitos colaterais comuns. Depressão e desinibição podem surgir. Hipotensão e depressão respiratória podem ocorrer com administração intravenosa. Efeitos colaterais menos comuns incluem náuseas e alterações no apetite, visão turva, confusão, euforia, despersonalização e pesadelos. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Drogas Depressoras do SNC: Álcool, Anti-H1, Barbitúricos, Neurolépticos. Inibidores do metabolismo microsomal hepático: Cimetidina, Dissulfiran, Isoniazida, Contraceptivos. Indutores do metabolismo microsomal hepático: Rifampicina. BENZODIAZEPÍNICOS - DEPENDÊNCIA Causam dependência psicológica e física, dependente da dosagem e duração do tratamento. A dependência física estabelece-se após 6 semanas de uso, mesmo que moderado. Os problemas de dependência e abstinência/privação são comparáveis aos de outras substâncias que causam dependência, tendo-se transformado, nos países aonde há um uso mais generalizado, num problema de saúde pública, que só agora começa a ser reconhecido na sua verdadeira escala. O uso crônico cria tolerância obrigando a aumentar a dose para obter os mesmos efeitos, razão por que atualmente é indicado sua administração de no máximo 3 semanas nos casos de menor complicação. O seu síndrome de privação/abstinência após uso prolongado (mais de 2 meses) inicia-se alguns dias após a interrupção da administração, atingindo um período ainda desconhecido que pode ter uma duração de até três anos. Caracteriza-se por tremores, tonturas, ansiedade, insônias, perda do apetite, delirium tremens, sudorese, e por vezes convulsões ou psicoses.