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17 
 
 
 
 Os microrganismos presentes na microbiota 
normal humana, na maioria das vezes, não trazem 
qualquer prejuízo à saúde humana, podendo, 
inclusive, beneficiá-la como o fato de ajudar na 
proteção contra microrganismos patogênicos e na 
estimulação do sistema imune. 
 O ser humano convive com muitos 
microrganismos permanentemente em seu corpo, 
desde o nascimento até a morte, sem que 
necessariamente causem doenças. 
 estão presentes na pele, nas mucosas e em 
outros locais do corpo humano, usufruindo 
dos nutrientes, da temperatura, da umidade, 
da pressão osmótica e do pH do hospedeiro 
para utilizarem como fonte de energia e se 
multiplicarem. 
 são microrganismos comensais (relação 
simbiótica), pois colonizam o ser humano 
sadio de forma harmônica em busca de 
benefícios. 
 em termos evolutivos, os microrganismos que 
compõem a microbiota normal são mais 
adaptados ao homem do que aqueles 
microrganismos extremamente patogênicos, 
pois estes podem levar a óbito, o que não é 
vantajoso para o microrganismo. 
 existe alguns microrganismos que colonizam 
o homem de forma transitória e normalmente 
não são patogênicos, os quais são chamados 
de microbiota transitória. 
 
 
Durante a vida uterina, o feto humano vive em 
um ambiente estéril, ou seja, não é exposto nem é 
colonizado por microrganismos. Quando nasce, o 
recém-nascido fica exposta a diversas populações 
de microrganismos provenientes da mãe e do 
ambiente, sendo então colonizado gradativamente. 
 caso o parto seja normal, a pele do recém-
nascido é colonizada pela microbiota fecal 
da mãe. 
→ risco de infecção por Streptococcus 
agalactiae, que pode causar meningite 
bacteriana e sepse neonatal. 
→ a microbiota intestinal dos bebês que se 
alimentam pelo leite materno é 
diferente dos que se alimentam por 
mamadeira. 
Alguns tecidos humanos são naturalmente 
estéreis, exceto pela passagem de microrganismos 
transitórios ou nas situações em que há uma doença 
infecciosa. 
 Sítios estéreis: são trato respiratório inferior 
(traqueia, brônquios e pulmões), sistema 
nervoso central, sangue, baço, fígado, rins e 
bexiga. 
 Sítios não estéreis: são colonizados pela 
microbiota normal. 
MICROBIOTA DA PELE 
 A microbiota normal da pele é bem 
diversificada e a sua composição depende da área 
anatômica. A bactéria Staphylococcus epidermidis 
é a bactéria predominante da pele. Além disso, a 
pele facilmente abriga uma microbiota transitória, 
já que constantemente está em contato com o 
ambiente externo. 
MICROBIOTA DA CAVIDADE 
ORAL 
 A microbiota da cavidade oral tem uma 
diversidade complexa, já que contém um ambiente 
propício para o crescimento de microrganismos (é 
úmida, quente e constantemente tem a presença de 
microbiota normal humana 
REFERE-SE À POPULAÇAO DE MICRORGANISMOS QUE HABITA INDIVÍDUSO NORMAIS E SADIOS. 
 
18 
 
alimentos). As bactérias podem estar presentes na 
língua, nos dentes, na bochecha e na gengiva, 
como, por exemplo, várias espécies de 
Streptococcus, Actinomyces, Lactobacillus e 
Corynebacterium. Apesar de a saliva conter 
nutrientes microbianos, ela é composta por 
algumas substâncias que funcionam como 
antimicrobianos (p. ex., a enzima lisozima), o que 
a torna não muito ideal para o crescimento 
bacteriano. 
MICROBIOTA DO TRATO 
RESPIRATÓRIO SUPERIOR 
 Ao contrário do trato respiratório inferior de 
pessoas sadias, que é geralmente estéril, o trato 
respiratório superior (nasofaringe, cavidade oral, 
laringe e faringe) não é estéril, tendo uma 
microbiota normal diversificada. O nariz produz 
secreções nasais que podem matar ou inibir o 
crescimento de alguns microrganismos e ainda 
podem removê-los pela ação mecânica de 
expectoração do muco e do movimento ciliar, 
entretanto, alguns microrganismos sobrevivem. 
 A microbiota normal do nariz é composta, 
principalmente, por Streptococcus e 
Staphylococcus, sendo de grande importância 
as espécies Staphylococcus aureus e 
Staphylococcus epidermidis. 
 Já as bactérias mais encontradas na 
microbiota normal da garganta são: 
Streptococcus viridans, S. epidermidis, 
Streptococcus mutans e algumas espécies de 
Neisseria 
MICROBIOTA DOS OUVIDOS 
EXTERNOS 
 As microbiotas dos ouvidos externos são 
compostas, principalmente, pelo Staphylococcus 
coagulase negativo. Eles também podem ser 
colonizados por microrganismos encontrados 
normalmente na pele e outros potencialmente 
patogênicos, como Pseudomonas aeruginosa e 
Streptococcus pneumoniae. 
 
MICROBIOTA DAS CONJUNTIVAS 
DOS OLHOS 
 As conjuntivas dos olhos têm uma 
microbiota semelhante à da pele, sendo alguns 
exemplos as bactérias Staphylococcus epidermidis, 
Corynebacterium e Micrococcus. As lágrimas e o 
ato de piscar ajudam na eliminação ou na inibição 
do crescimento de alguns microrganismos. 
MICROBIOTA DO ESTÔMAGO 
 O estômago produz o ácido clorídrico, que 
é muito ácido (pH 2), o que dificulta o crescimento 
de muitos microrganismos, entretanto, algumas 
bactérias sobrevivem a esse ambiente ácido, como 
Brateobacteria, Bacteroidetes, Actinobacteria e 
Fusobacteria. 
MICROBIOTA DO INTESTINO 
 A porção do duodeno do intestino delgado 
contém uma microbiota normal, semelhante à do 
estômago, já que também é muito ácida. Já a porção 
do íleo (pH se torna menos ácido) tem uma maior 
variedade e mais bactérias, sendo principalmente 
colonizada pelas bactérias Peptostreptococcus, 
Porphyromonas e Prevotella. 
O colo do intestino grosso é um ambiente 
extremamente rico para muitas bactérias, já que 
elas utilizam os nutrientes provenientes da digestão 
alimentar. Assim, é o sítio do corpo com o maior 
número de microrganismos, sendo a maioria 
composta por bactérias anaeróbias (96 a 99%). 
Como exemplos de microbiota normal do intestino 
grosso, é possível citar as bactérias Bacteroides 
fragilis e Bifidobacterium e a família 
Enterobacteriaceae (p. ex., Escherichia coli, 
Klebsiella e Proteus). 
MICROBIOTA DO TRATO 
UROGENITAL 
 Em relação às microbiotas do trato 
urogenital, ao contrário dos rins e da bexiga, que 
são sítios normalmente estéreis em pessoas 
saudáveis, a parte proximal da uretra e a vagina têm 
microbiota normal. A urina ajuda na eliminação 
 
19 
 
mecânica de diversos microrganismos, além desta 
e da ureia serem antimicrobianos naturais devido 
aos seus pHs. 
 A uretra anterior de ambos os sexos é 
colonizada, principalmente, por Lactobacillus, 
Staphylococcus coagulase negativo e 
Streptococcus. 
Já a vagina é colonizada principalmente 
pelos Lactobacillus, os quais ajudam na 
manutenção do pH normal vaginal, inibindo o 
crescimento de microrganismos patogênicos 
quando há equilíbrio. Outras espécies também 
encontradas são Staphylococcus, Streptococcus e 
Gardnerella vaginalis. 
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
S 
 
 A patogenicidade é a capacidade que os 
microrganismos têm de causar doenças ao 
superarem o sistema imunológico do hospedeiro, 
enquanto a virulência se refere ao grau ou à 
extensão da patogenicidade (refere a uma 
capacidade quantitativa). Existem algumas 
propriedades que indicam que um microrganismo 
tem potencial de patogenicidade. 
 Adesão: é a capacidade de as bactérias se 
aderirem às células epiteliais do hospedeiro 
ou a superfícies, formando biofilmes. Esta é 
uma etapa importante para causar infecção, 
pois, caso contrário, a bactéria pode ser 
eliminada do organismo. Existem alguns 
fatores de adesão que podem estar presentes 
na bactéria, como proteínas de aderência, 
ácido lipoteicoico, cápsula, fímbrias, pili e 
flagelos. 
 Invasão: é a capacidade que o microrganismo 
tem de penetrar nas células ou nos tecidos do 
hospedeiro, de forma a permitir a sua 
disseminação e a propagação da doença. 
 Toxicidade: é a capacidade que o 
microrganismo tem de produzir a toxina que 
causa doençano hospedeiro. 
Os microrganismos podem produzir exotoxinas, 
que são as proteínas tóxicas liberadas pelos 
patógenos enquanto eles crescem (p. ex., 
enterotoxinas produzidas pelas bactérias 
Clostridium perfringens e Bacillus cereus que 
causam intoxicação alimentar) ou podem 
produzir endotoxinas — que são os 
lipopolissacarídeos (LPS) tóxicos que causam 
febre, hipotensão e choque séptico —, as quais 
são produzidas somente pelas bactérias gram-
negativas, já que somente elas têm LPS em suas 
membranas externas. 
 Resistência a antimicrobianos e a 
desinfetantes: os microrganismos com 
resistência a antimicrobianos e desinfetantes 
comumente utilizados são mais virulentos e 
têm maior potencial de causar doença. 
 
 
Existem microrganismos que podem 
colonizar o homem de forma permanente 
(microbiota normal) ou de forma transitória 
(microbiota transitória), normalmente não 
causando doenças em indivíduos sadios. 
Entretanto, há algumas situações (p. ex., baixa 
imunidade) em que determinados microrganismos 
podem causar uma doença infecciosa ou tóxica no 
ser humano, os quais podem ser considerados 
patógenos estritos ou patógenos oportunistas. 
 Patógenos estritos: são microrganismos que 
sempre estão associados à doença quando estão 
presentes no homem, como por exemplo, a 
Mycobacterium tuberculosis. 
 Patógenos oportunistas: são microrganismos 
que dificilmente causam infecções em 
hospedeiros imunocompetentes, mas podem 
causar infecções oportunistas graves em 
pacientes imunocomprometidos. 
Esses microrganismos podem fazer parte da 
microbiota normal ou não. Quando ocorre um 
desequilíbrio no corpo do hospedeiro, esses 
microrganismos podem se multiplicar de maneira 
descontrolada, ou serem introduzidos em locais que 
são estranhos do seu hábitat normal, ou mesmo em 
 
 
20 
 
sítios estéreis, causando uma infecção oportunista. 
 Um dos principais benefícios que a 
microbiota normal confere ao hospedeiro é a 
proteção contra infecções causadas por 
microrganismos potencialmente patogênicos. Esse 
benefício acontece quando há um equilíbrio entre a 
microbiota normal e os microrganismos 
potencialmente patogênicos, ou seja, a microbiota 
normal impede o crescimento excessivo desses 
microrganismos ao competirem por nutrientes e 
oxigênio, ao produzirem substâncias prejudiciais 
aos microrganismos invasores e ao alterarem o pH 
do local (fenômeno chamado de antagonismo 
microbiano ou exclusão competitiva). 
 O uso de antimicrobianos pode inibir o 
crescimento ou reduzir as bactérias normais, 
favorecendo o crescimento de microrganismos 
potencialmente patogênicos e, consequentemente, 
a instalação de infecções oportunistas. As bactérias 
Lactobacillus, por exemplo, fazem parte da 
microbiota normal da vagina e, por manterem um 
pH ácido, são essenciais para conservar o equilíbrio 
entre a microbiota normal e os microrganismos 
potencialmente patogênicos. O uso de 
antimicrobianos pode eliminar os Lactobacillus da 
vagina, tornando o pH vaginal neutro, situação em 
que os microrganismos oportunistas crescem e se 
tornam predominantes, o que causa infecções 
oportunistas, como a bactéria Gardnerella 
vaginalis, que provoca a vaginose bacteriana.

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