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AÇÃO DANOS MORAIS COB INDEV - MARISTELA X REVISTA ED3

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AO DOUTO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PORTO VELHO - RONDÔNIA 
MARISTELLA ELIAS NASCIMENTO CEZAR, brasileira, casada , médica, portadora da Carteira de Identidade nº 400.3790 – SSP/GO e de CPF nº 711.499.451-68, residente e domiciliada na Rua Salgado Filho, nº 3516, Bairro São João Bosco em Porto Velho – RO, CEP: 76.803-776 vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, com endereço profissional na Av. Carlos Gomes, nº 1920, Bairro São Cristóvão em Porto Velho – RO, CEP: 76.804-086, propor:  
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C REPARAÇÃO POR COBRANÇA INDEVIDA
Em face de REVISTA ED3 – TRÊS COMÉRCIO DE PUBLICAÇÕES LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº: 00.597.491/0002-80, com sede na Rua William Spears, nº 1212, Bairro Lapa em São Paulo – SP, CEP: 05.067-900; 
 	GOLDEN GRAFICA EDITORA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua Agulha, nº 4, Bairro Vila Prudente em São Paulo – SP, CEP: 03.131-050; 
EDITORA ZEPPELIN, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua Belo Cintra, nº 178, Bairro Cerqueira César em São Paulo – SP, CEP: 01.415-000, contato (11) 2978-6689;
 	EDITORA DO BRASIL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 60.657.574/0001-69, com sede na Rua Conselheiro Nébias, nº 887, Bairro Campos Elíseos em São Paulo – SP, CEP: 01.203-001, pelos fatos e fundamentos jurídicos expostos a diante: 
 
I - DA CONTAGEM PROCESSUAL EM DOBRO 
Haja vista que a parte autora está sendo assistida por núcleo de prática jurídica, requer a concessão do prazo em dobro para todas as manifestações processuais, conforme dispõe o artigo 186, §3º, do CPC: 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais. 
(omissis) 
§3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública. 
 
II - DOS FATOS 
A requerente declara que na data de 28 de dezembro de 2018, no aeroporto de Goiânia – GO, adquiriu os serviços da Revista ED3 (publicações mensais das revistas Menu, Planeta e Isto é), recebendo de brinde uma mala de mão, a serem pagos em 12 (doze) vezes de R$ 139,00 (cento e trinta e nove reais), sem que tenha contratado a opção de renovação automática.  
Ocorre que em 15 de julho de 2019, a requerente recebeu uma ligação do número (11) 4118-4110, da central de cancelamento editorial, pela atendente Amanda Ribeiro, protocolo nº 201977611500, informando que a requerente teria que efetuar o pagamento de 3 (três) parcelas de R$ 220,00 (duzentos e vinte reais), para que pudesse ser cancelada a renovação automática da aquisição das revistas da Empresa Revistas ED3, e não havendo o pagamento do referido valor, a renovação seria de 12 (doze) vezes de R$ 399,90 (trezentos e noventa e nove reais e noventa centavos). Na fatura do seu cartão aparece como venda a Editora.  
Em 11 de setembro de 2019, a requerente recebeu uma nova ligação da Editora Golden, responsável pelo cancelamento da Editora ED3, através do telefone (11) 2645-0665, protocolo nº 20190251555, informando que a requerente teria que pagar o valor de 4 (quatro) parcelas de R$ 197,90 (cento e noventa e sete reais e noventa centavos), para cancelar a opção de renovação automática que seria no valor de R$ 399,90 (trezentos e noventa e nove reais e noventa centavos). A requerente relatou a atendente, que já havia realizado o cancelamento da renovação automática em 15 de julho de 2019, momento em que, a atendente da editora disse que poderia se tratar de vendedores da editora e de alguma forma não valeria o cancelamento. Na fatura do seu cartão aparece como venda a empresa Editora Golde. 
Em 23 de outubro de 2019, a requerente recebeu novamente uma ligação, da atendente Isis Brandão, do Departamento Jurídico da Editora Três, Abril e Globo, central de cancelamento, através do número (11) 4118-4110, protocolo nº 201946031923, momento em que foi informada que deveria efetuar o pagamento de mais 03 (três) parcelas de R$ 220,00 (duzentos e vinte reais), e que segundo a atendente, o correto seria 6 (seis) parcelas, sendo que a requerente havia efetuado apenas as 3 (três) primeiras, a atendente informou ainda que os valores pagos no início de R$ 139,00 (cento e trinta e nove reais) eram referentes a taxa de correio, e que os valores de 6 (seis) parcelas de R$ 220,00 (duzentos e vinte reais) seriam referentes ao contrato. Na fatura do seu cartão aparece como venda a empresa ZP EDITORA.  
A requerente entrou em contato com a operadora de cartão em 25/11/2019, para contestar as compras realizadas em 15/07/2019, 11/09/2013 e 23/10/2019, por ter percebido que caiu em um golpe, estando aguardando a resposta do administrador do cartão.  
Diante da prática ilegal e abusiva da Requerida, merece a intervenção do judiciário no caso em apreço. 
 
III - DO DIREITO 
As relações de consumo são regidas pelo CDC, portanto, se moldam com perfeição ao art. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor, sendo respectivamente consumidor e fornecedor de serviço, motivo pelo qual é plenamente aplicável o CDC no caso em espécie. 
 	É cediço nesta legislação que se funda toda a questão em tela, tendo em vista que a renovação automática de serviços contraria o Código de Defesa do Consumidor, na medida em que não pode uma empresa interpretar o silencio do consumidor como consentimento para renovação dos seus serviços, e ademais as cobranças abusivas e indevidas impostas a requerente, que de boa-fé, tentou regularizar sua situação, até perceber que estava tendo seus direitos lesados.  
 	Assim, ainda que prevista clausula que possibilite a renovação de pagamento diante da ausência de cancelamento da assinatura, esta clausula é ilegal, tendo em vista a nulidade a ela aplicável, com base no art. 51 do CDC, senão vejamos: 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
I- impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; 
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; 
III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; 
V - (Vetado); 
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; 
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; 
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; 
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; 
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; 
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; 
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; 
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
 
Observa-se, aqui, que a Requerida sequer pode alegar que notificou a Autora sobre a renovação automática futura,lhe permitindo cancelar a assinatura antes da efetiva renovação, pois nada foi encaminhado ao endereço eletrônico da demandante, e tão pouco para sua residência. Destaca-se que os dados eletrônicos estavam devidamente atualizados. 
Percebe-se que a Requerida infringiu expressamente o art. 39, III do CDC, que dispõe que: 
Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
(Omissis) 
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; 
Ora, não houve solicitação de renovação por parte da Autora e tão pouco seu consentimento para que a renovação se perfizesse, de modo que a atitude das Requeridas é ilegal abusiva e deve ser reprovada, devolvendo-se os valores indevidamente cobrado da Autora. 
Assim, reconhecida a ilegalidade da cobrança, pelos argumentos acima expostos, evidente que a Requerida merece ser condenada na devolução da quantia cobrada, em dobro, com base no art. 42 do CDC, parágrafo único, devendo, ainda, este valor ser corrigido monetariamente pelo IGP-M e juros de 1% ao mês a contar da data em que foi cobrado, até que seja o valor devidamente pago à consumidora. 
Outrossim, vale mencionar que por estarem presentes a verossimilhança das alegações da Autora, a questão merece aplicação da inversão do ônus da prova, com base no art. 6º do CDC, o que se requer desde já. 
Não bastasse isso, a Requerida causou danos à Autora passível de ser indenizado moralmente. 
O dano sofrido, no caso, é inerente à própria cobrança ilegalmente efetuada, e o nexo causal entre o ato e o dano experimentado, reconhece-se o dano moral in re ipsa, prescindindo de qualquer prova acerca da extensão do abalo experimentado. 
É necessária a consideração do art. 14, §1º, do CDC, que consagra a responsabilidade objetiva do fornecedor dos serviços, levados em consideração alguns fatores, ipsi literis:  
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.  
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:  
I - o modo de seu fornecimento;  
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;  
III - a época em que foi fornecido. 
Dispõe o art. 186, do CC: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Sendo assim é de inteira justiça que seja reconhecido ao requerente o direito de ser indenizado pelos danos sofridos em face do incorreto atendimento das requeridas, levando a requerente a pagar cobranças indevidas, o que acabou por gerar perturbações financeiras e consequentemente psicológicas a requerente.  
IV - DOS PEDIDOS 
Face ao exposto, requer: 
a) Determinar a citação das requeridas, sob pena de revelia, para que tomem ciência da ação; 
b) A concessão do prazo em dobro, de acordo com o art. 186, §3º, do CPC; 
c) A aplicação da inversão do ônus de prova; 
d) A procedência da ação para reconhecer a nulidade da clausula contratual que prevê a renovação da assinatura diante da ausência de cancelamento por parte da consumidora, bem como condenação das Requeridas à repetição do indébito cobrado da Autora em valor igual ao dobro, acrescido de correção monetária e juros legais, consoante ao Art. 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor- lei 8.078/90, e por fim, a condenação da Requerida ao pagamento de indenização de cunho moral no valor de, no mínimo, R$ 2.000,00 (dois mil reais), valor justo e condizente com o caso concreto; 
e) A condenação das Requeridas ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais; 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova, admitidos em direito, bem como, quaisquer outras providências que julgue necessário, Vossa Excelência. 
Informa o Requerente que possui interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação. 
Dá-se a causa o valor de R$ R$ 5.779,60 (cinco mil setecentos e setenta e nove reais e sessenta centavos). 
Nesses termos, 
Pede-se deferimento. 
Porto Velho - RO, data.
Advogado/OAB
Estagiária: Lucicléia Gomes de Souza – Matrícula: 98002
Turma: DIR08NB - FARO

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