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Tema 10: Competência II Aula I: Conexão Diversas pessoas, concomitantemente, saqueiam a carga de um caminhão tombado, sem se conhecerem umas às outras. Existe conexão entre tais condutas? De qual espécie? RESPOSTA ESPERADA Existe conexão, conforme disposto no art. 76, I, do CPP: “I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras”. Trata-se da denominada conexão intersubjetiva por simultaneidade (também denominada conexão intersubjetiva ocasional), em que as infrações são praticadas pelas pessoas em semelhantes condições de tempo e lugar, sem vínculo subjetivo entre elas. No processo penal, a competência será determinada pela conexão nas seguintes hipóteses, exceto: quando for comum o pedido ou a causa de pedir entre duas ou mais ações. Aula II: Continência Hipótese 1: João e Marcos, em concurso de agentes, durante um evento esportivo, arrombam um veículo estacionado ao lado de fora do estádio, e subtraem o aparelho de som. Hipótese 2: João e Marcos, em concurso de agentes, durante um evento esportivo, arrombam dois veículos estacionados ao lado de fora do estádio, e subtraem o aparelho de som de ambos os automóveis. Nessas hipóteses, existe conexão ou continência? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Hipótese 1: João e Marcos, em concurso de agentes, durante um evento esportivo, arrombam um veículo estacionado ao lado de fora do estádio, e subtraem o aparelho de som. ? Há 1 crime praticado em concurso de agentes. Cuida-se de continência por cumulação subjetiva, nos termos do art. 77, I, do CPP (“A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração”). Hipótese 2: João e Marcos, em concurso de agentes, durante um evento esportivo, arrombam dois veículos estacionados ao lado de fora do estádio, e subtraem o aparelho de som de ambos os automóveis. ? Há 2 crimes praticados em concurso de agentes. É a chamada conexão intersubjetiva por concurso, nos termos do art. 76, I, do CPP (“A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras”). No processo penal, a competência será determinada pela continência nos seguintes casos:. · concurso formal, aberratio ictus e aberratio criminis com resultado duplo. Aula III: Determinação da competência por conexão ou continência João praticou um crime de furto na comarca “A” e outro crime de furto na comarca “B”, em continuidade delitiva. Porém, os processos correram separadamente e foram proferidas sentenças condenatórias autônomas em cada uma dessas comarcas. Qual a solução nesse caso, considerando a conexão e a existência de continuidade delitiva? RESPOSTA ESPERADA Nos termos do art. 82 do CPP, “se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas”. Portanto, como não houve a reunião de processos para julgamento conjunto e os feitos foram sentenciados, caberá ao juiz da execução, oportunamente, proceder à unificação de penas, aplicando as regras do crime continuado. Aula IV: Separação de Processos Pedro e Ricardo, em concurso de agentes, praticam um crime de roubo. Pedro é citado pessoalmente e apresenta resposta à acusação. Ricardo não é localizado e, citado por edital, não comparece nem constitui advogado. Como se deve proceder em tal hipótese, dada a existência de continência? RESPOSTA ESPERADA Deverá ocorrer a separação de processos (desmembramento), prosseguindo-se em relação ao réu citado e ocorrendo a suspensão no tocante ao acusado revel. Nesse sentido, estabelece o art. 79, § 2o, do CPP: “A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à revelia”. Confira-se, ainda, o disposto no art. 366 do mesmo diploma: “Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312”.