Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Pamela Cool Ginecologia – terceira parcial Adenomiose Câncer de endométrio Câncer de cérvix Alterações menstruais 2 Pamela Cool Adenomiose Adenomiose é a existência de áreas de glândulas e estroma endometriais na espessura do miométrio, junto com a hiperplasia das fibras musculares lisas do miométrio. Com engrossamento uterino que se produz quando o tecido endometrial (glândulas e estroma) se estende dentro do tecido muscular e fibroso do mesmo. Etiologia – traumatismo uterino - por ruptura do borde normal do miométrio-endometrio (curetagem, forma mal aplicada) Hiperplasia reativa do endométrio basal que origina a invasão da biometria e adenomiose consecutiva Salpingite ístmica nodosa – similar a adenomiose. Se une a inflamação crônica do epitélio tubário Hiperestrogenemia A causa principal é desconhecida. O tecido endometrial que fica no miométrio, vem dos condutos de muller, desde a embriologia. Originalmente se descreveu que o endométrio invadia diretamente o miométrio durante a involução do útero após repetidas gravidez. Depois foi demonstrado mediante cortes seriados, uma comunicação direta entre a porção basal do endométrio e os islotes endometriais no seno de áreas de adenomiose. Esses islotes intramurais geralmente apresentam o aspecto histológico da capa basal endometrial e usualmente responde a estimulação estrogênica com um padrão proliferativo ou em ocasiões com uma hiperplasia cística. O efeito da progesteronaa sobre o endométrio ectópico é menos previsível, podendo ser sensível aos hormônios. Na ausência hormonal o endometrioe ectópico sofre uma atrofia, durante a menopausa. Mas pode ser estrógeno dependente e experimentar uma hiperplasia cística. Também esta relacionada com cicatrizes de cesáreas e com instrumentações intrauterinas previas e endometrites A adenomiose pode ter duas formas – difusa (afeta as paredes do útero em diversos graus) e local. O útero esta ligeiramente aumentado de tamanho, mas não é maior que ao de semanas de gestação, e é relativamente simétrico. Ao corte, a parede uterina revela um padrão macroscópico trabecular com um entrelaçamento de tecido muscular e fibroso com pequenos islotes de endométrio, de cores escuras e hemorrágico. Um adenomioma é um processo localizado na parede uterina e apresenta uma capsula similar a de um leiomioma intramural. O engrossamento uterino produzido pela adenomiose é difuso e de consistência uniforme e não nodular e irregular. O fundo uterino é um local de adenomiose. Pode afetar uma ou ambas paredes do útero, criando uma massa globulosa de 11cm de diâmetro. A superfície do corte tem uma padrão trabucular (cheio de vértices e pode haver pequenas zonas de hemorragia que representam islotes endometriais nos quais ocorreu hemorragia menstrual. O útero esta aumentado irregularmente, firme e vascularizado. A incisão revela trabéculas granulares ou moteadas em forma burda com pequenos espaços císticos de cor amarelo ou pardo que contem liquido ou sangue. É impossível distinguir a união endométrio-miometrio. O padrão microscópico é 3 Pamela Cool de islotes endometriais disseminados através do endométrio. A profundidade de penetração pode ser graduada. Epidemiologia – a frequencia informada desse transtorno oscila amplamente (8-47%) Um critério diagnostico estrito – a adenomiose debe estender-se no seno do miométrio a uma distancia de pelo menos dois campos de baixo aumento (8mm) desde a capa basal. Incidência e fatores predisponentes – 5% a 60% 70-80% entre os 40-50 anos 5-25% em menores de 37 anos 5-10% em maiores de 60 anos 80% em multíparas 5% apresentam infertilidade Classificação – leve (1-3 islas de endométrio por campo de baixo poder), moderada (4-10 islas de baixo poder), severa (>10 islas de baixo poder0, dependendo da profundidade da penetração do endométrio no miométrio. A hipertrofia e hiperplasia do miométrio quase invariável estão presentes ao redor dos islotes de endométrio e a hemossiderina fagocitada em ocasiões pode observar-se na capa muscular. Se o grau de afetação é notório, é provável que o endométrio ectópico mostro os câmbios cíclicos idênticos ao normal. Quando a hiperplasia endometrial afeta a mucosa, pode observar-se o mesmo padrão histológico nos islotes ectópicos, o endométrio invasor também pode participar nos câmbios deciduais característicos da gravidez Sintomas – dor menstrual, dor durante as relações, sangramento não menstrual, anemia, menstruações longas. A frequencia e intensidade dos sintomas se correlaciona com a extensão e grau da adenomiose. A superficial é quase sempre assintomática. Triada sintomática – dor menstrual, menorragia e A menorragia ocorre devido a maior quantidade de endométrio – 40-50%. Dismenorreia tipo cólica 15-30%, depende da tumefação menstrual dos islotes endometriais. Metrorragia 10-12% e dispareunia (dor nas relações) 7% Se apresenta em 17% das mulheres gravidas após os 35 anos. Não se associa com alterações obstétricas. Complicações durante a gravidez são ruptura ou perfuração uterina, placenta acreta ou increta e atonia uterina. Clinica – a dor e hemorragia uterina anormal é causada por: - aumento da vascularidade do útero, antes da menstruação ou durante a mesma - mal controle vascular secundário a debilidade da contratilidade do miométrio peo processo 4 Pamela Cool - a hemorragia intramiometral provavelmente não ocorre durante a menstruação, pelo sangue ou a hemossiderina que estão na profundidade do miométrio em ocasiões se observa quase ao final do ciclo. As glândulas ectópicas por geral se parecem as da capa basal, respondem a progesterona so aproximadamente em 20% das enfermas. Do ponto de vista histológico, se observa uma variedade rara de adenomiose quando o estroma endometrial, carente de elementos glandulares, se localiza no miométrio em forma ectópica. - o estroma benigno se denomina adenomiose do estroma ou estromatose Um estroma com mais de 10 mitoses por campo de grande aumento, deve ser considerado como sarcoma endometrial, com extensão miometrial e tem prognostico sombrio. As mitoses do estroma endolinfatico tem um prognostico intermédio e é uma lesão agressiva com menos de 10 mitoses por campo de grande aumento. Esta lesão mostra bordes infiltrantes que podem invadir os condutos linfáticos e vasculares e provocar metástases. Essa neoplasia tem uma taa de mortalidade baixa. As adenomioses se apresentam em mulheres maiores de 30 anos, que tenham tido filho, raramente ocorre em mulheres que não tenham tido. A adenomiose é geralmente um achado patológico acidental e pode ser assintomático em aproximadamente 35%. Graus importantes de adenomioses se acompanham de hipermenorreia quase em 50% das enfermas e ao redor de 30% tem uma forma adquirida de gravidade crescente de dismenorreia. Em aproximadamente 20% das mulheres com adenomiose é provável que tenham ambos sintomas clássicos. Apesar do amplo conhecimento dos sintomas maiores de adenomiose, o diagnostico preoperatorio se faz com menos de 1/3 de todos os casos de histerectomia. Os sintomas em ordem de importância são – metrorragia disfuncional, dismenorreia, sensação de pressão pélvica. Geralmente não é diagnosticado de forma especifica, já que este perfil clinico também é característico de outras enfermidades ginecológicas como a miomatoses, a endometriose, a síndrome de congestão pélvica, a inflamação pélvica. A metrorragia disfuncional que acompanha a adenomiose tem certas características que a diferenciam de outras metropatias – é resistente a terapia hormonal e ao raspado uterino. Ocorre mais comumente no período reprodutivo tardio e continua nos anos de climatério, sendo automaticamente limitada pela menopausa. A dismenorreiaou menstruação dolorosa, é o segundo sintoma importante do quadro clinico, é usualmente de caráter cólico, devido as contrações dolorosas do musculo uterino, induzida pela distensão menstrual dos islotes endometriais. Em um terço das pacientes a dismenorreia esta diretamente relacionada com a profundidade de penetração e ao grau de afetação e sem duvida alguma, resulta das contrações do miométrio provocada pelo inchaço pré-menstrual e a hemorragia menstrual no islotes do endométrio. O útero esta hipersensível e ligeiramente mole ao fazer o exame bimanual antes da menstruação (sinal de 5 Pamela Cool Halban). A sensação de peso, na bexiga ou no reto se explica pela presença de um útero aumentado de tamanho que em ocasiões produz polaquiuria e dificuldade de defecção. Se deve suspeitar de adenomiose em uma mulher com dismenorreia e menorragia (hemorragia abundante) de severidade crescente, durante a quarta ou quinta década de vida. O exame pélvico deve ser feito antes ou durante a fase inicial da menstruação. O útero pode estar muito firme e geralmente aumentado de tamanho. Este aumento usualmente não supera o duplicação do tamanho normal. Na adenomiose difusa o aumento de tamanho pode ser simétrico, e o útero desses pacientes apresentara uma configuração globulosa. Na presença de um adenomioma capsulado o útero pode ser irregular ou assimétrico, similar a um útero leiomiomatoso. As vezes, durante a menstruação, o útero aumentado de tamanho é doloroso a palpação. Diagnostico – difícil, sintomas inespecíficos, coexiste com outras patologias pélvicas, geralmente por suspeita clínica. Metrorragia e dismenorreia em uma múltipla perto dos 50 anos, pode ser um indicio. Útero aumento de tamanho com aumento da sensibilidade. Ecografia transvaginal, RM, histerosalpingografia, histeroscopia, biopsia endometrial. Diagnóstico definitivo – anatomia patológica A ecografia transvaginal tem uma sensibilidade de 80% e de 50-75% de especificidade. A RM é mais sensível e especifica (80%) O diagnostico se faz definitivamente após uma histerectomia. O diagnostico diferencial da adenomiose é na presença de gravidez, mioma submucoso. Os miomas podem causas menorragia excessiva, prolongada e dor. Ocorre mal estar se o mioma esta pediculado e no processo de procedência. A síndrome de congestão pélvica (sx. De Taylor) devem ter em conta as moléstias crônicas, dor pélvica continua e metrorragia (fora do ciclo menstrual) em pacientes estéreis. Nesses casos o útero esta aumentado, simétrico e com amolecimento mínimo, colo cianótico e algo permeável. Na endometriose pélvica são típicas a dismenorreia pré-menstrual e intramenstrual, as massa anexiais, aderentes e os nódulos em perdigones no fundo de saco. Acompanhado de adenomiose em 15% dos casos. Prognostico – histerectomia é curativa. Tratamento – depende da idade, características da lesão e sintomatologia. Sintomas leves – analgésicos, eliminar o tecido afetado. Análogos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) – produzem supressão da esteroidogenesis ováricas se adm continuamente. 2-4 semana, intranasal, depot ou subcutâneo. Se inicia no primeiro dia do ciclo por 6 meses. A ovulação se recupera logo após 2 meses de finalizada a medicação. Diminui os sintomas e volume uterino, reaparecem quando suspendida a medicação. Se utiliza somente em infertilidade e adenomiose. Receptores moduladores de progesterona, antiprostagenos, liberadores intrauterinos de levonorgestrel (DIU), o diu de cobre não se utiliza. 6 Pamela Cool Cirúrgico – histerectomia em pacientes com sintomas severos, cuja idade esteja próxima da menopausa. Mulher jovem – extirpar o foco. Eletrocoagulação laparoscópica miometrial ou excisão – apresenta problemas em gestações subsequentes (ruptura uterina) Hormonal – danazol (esteroide) – inibe a produção de FSH e LH. Anula ou diminui a produção de estrógenos e aumenta a produção de andrógenos. (200-800mg/dia por 6 meses no inicio da menstruação). Efeitos colaterais – aumento de peso, apetite, acne, irritabilidade, depressão, hirsutismo, diminuição do tamanho das mamas. Histerectomia – a via vaginal é de preferência e não existam anormalidades pélvicas ou um útero muito grande. A preservação dos ovários deve ser analisada de forma individual. Em mulheres jovens em idade reprodutiva e com desejo de procriar, se pode considerar a enucleação de um adenomioma encapsulado. Na terapia medica se utiliza os agonistas GnRH como o acetato de Leuprolide (3,75mg I.M mensalmente) ou Goserelina (3,6mg subcutâneo mensalmente) ou Nafarelina (200-400mg intranasal 2 ao dia) todos por 6 meses. Geralmente eles diminuem o adenomioma, amenorreia secundaria. Produzem hioestrogenismo – secura vaginal, dismineralização dos ossos reversível em 3%, bochornos (calor), usar cálcio (1500mg diários) e vit D (400UI) diariamente. Alterações menstruais Não se sabe qual o sinal exato que desencadeia a puberdade. Se pensa que é consequencia de uma complexa alteração de influencias genéticas, hormonais e metabólicas. O cambio mais importante é a reativação do eixo hipotálamo-hipofisario-gonadal e junto a ele se ativa o eixo de crescimento. As concentrações de estrógenos e LH não aumentam ate os 9-12 anos. O inicio puberal e a aparição da menarca estão influenciados pelo nível socioeconômico, origem geográfica, exposição a substancias ou outros fatores ambientais, influencias genéticas, fatores psicológicos e exercício físico. O ciclo menstrual normal é resultado da interação entre hipotálamo, hipófise, ovários e útero, representa uma relação complexa entre a secreção hormonal e os eventos fisiológicos que preparam o corpo para uma futura gestação. Divididos em ciclo ovárico e ciclo endometrial Ciclo ovárico – dividido em fase – folicular e luteinica Ciclo endometrial em 3 fases – proliferativa, secretora e de descamação (menstrual) A fase folicular ocorre entre o dia 1 do ciclo (primeiro dia da regra) ate o dia 14, pode ser variável, sendo responsável pelas irregularidades menstruais. Alterações do ciclo menstrual – o ciclo normal é resultado de interações neuronais e endócrinas. As alterações do mesmo, por excesso ou por defeito, são frequentes nos primeiros anos após a menarca, mas devem ser vigiadas para evitar sua repercussão na saúde da adolescente. Amenorreia – alteração na quantidade do sangramento 7 Pamela Cool Sangramento menstrual abundante – excesso de sangramento Dismenorreia – dor nos dias da menstruação Esses problemas afetam ate 75% das adolescentes e se relacionam com a elevada prevalência de ciclos anovulatórios (55-82%) nos primeiros anos após a menarca. São processos leves, sem repercussão na saúde da adolescente, mas constituem um motivo frequente de consulta ao pediatra. • Polimenorreia – encurtamento da fase lutea, menos progesterona. Causas – fisiológicas, hiperprolactinemia, endometriose, transtornos nutricionais Tratamento – Medroxiprogesterona (10mg, quando começa o ciclo dia 16 e antes do dia 25). Acetato de Norestistedona (10mg/dia), progesterona micronizada (300mg/dia), T4 (50mg) • Oligomenorreia – prolongação da fase lutea, deficit de maduração do folículo. Causas – fisiológicas (adolescência, premenopausa), patológicas (nutricional, obesidade, perda de peso, hiperprolactinemia, hipotireoidismo primário, atividade física extrema, hiperandrogenismo, transtornos psíquicos) • Hipermenorreia – contratilidade miometrial suficiente, epitelização da mucosa endometrial, mecanismo de coagulação normal. Multiparidade, hiperplasia uterina, • Hipomenorreia – posmenarca, por insuficiente proliferação endometrial, hipoplasia uterina, hipogonadismo, hipertireoidismo, hiperplasia suprarrenal, anemias Alterações menstruais por excesso – hemorragia uterina disfuncional, sangramento menstrual abundante (SMA) ou metropatia juvenil.São quantidades de sangramento superiores a 150ml e/ou duração >7 dias e/ou intervalos menstruais inferiores a 21 dias. Para haver uma avaliação aproximada da quantia da perda hemática, se perguntara pelo numero de apositos higiênicos utilizados no dia (ate 6 é normal), a frequencia com que precisa troca-los e se mancha a cama a noite. O sangramento vaginal anormal na adolescente é de causa funcional em 75% dos casos, devidos aos ciclos anovulatórios, nos quais o estimulo dos estrógenos sobre o endométrio, sem a progesterona, faz com que prolifere desordenadamente. Diagnostico – hemograma e coagulação – avaliam a repercussão hemodinâmica do sangramento e descarta a existência de uma discrasia sanguínea (10-20% das causas de sangramento abundante) Teste de gravidez – gravidez ectópica e abortos, ainda que raros podem ser causadores de hemorragia uterina irregular. Ecografia pélvica. DHEA-S, 17-hidroxiprogesterona e delta4 – diante da presença de sinais de virilização excessiva (acne, hirsutismo) 8 Pamela Cool A exploração geral consiste em um exame físico, na qual se avalia – peso, altura, índice de massa corporal, tensão arterial, palidez da pele e mucosas, sinais de virilizaçao (acne, hirsutismo, clitoromegalia) estagio de tanner. A exploração por tato vaginal se realiza somente sem a jovem já teve relações sexuais. Caso contrario só se inspeciona a vulva e vagina, descartando tumores ou presença de corpos estranhos. Manejo das alterações menstruais por excesso – 1- Fazer um diagnostico diferencial 2- Avaliar o estado da paciente 3- Fazer um tratamento individualizado 4- Controle evolutivo do quadro ate sua resolução O diagnostico diferencial deve ser entre o sangramento de causa orgânica ou funcional. Realizar anamnese, perguntar sobre a periodicidade do sangramento e realizar uma ecografia, para diagnosticar processo orgânicos. Observar se apresenta decaimento, astenia, queda de cabelo, fazer um hemograma e provas de coagulação. Tratamento – - Sem tratamento – em caso de que não tenha repercussão do estado geral ou anemia leve. Melhorar os hábitos alimentares, e esperar que melhore. - Tratamento hormonal – anemia ou ferropenia. Indicar ferro, fármaco antifibrinolitico (acido tranexamico 1comp/8h) durante os dias de sangramento abundante, para diminuir sua quantidade. Em caso excepcional pode precisar de transfusão sanguínea. - Tratamento hormonal – indicado nos casos em que necessita de uma resposta mais eficaz, anemia grave, sangramentos muitos intensos. Gestagenos – corrigem a falta de ovulação, adm nos últimos 10-12 dias do ciclo, regularizando o período inter-regras e que o endométrio não prolifere excessivamente. Compostos combinados não anticonceptivos – durante 21 dias, conseguindo uma duração normal, mas a quantidade não modifica muito. Contem estrógeno natual (valerato de estradiol) Compostos hormonais anticonceptivos – para diminui a quantidade de sangue ou jovem que tem relações sexuais. Monofásicos (30-35mg de etini-estradiol) Todos os tratamentos devem ser mantidos por pelos menos 3-6 meses, fazer controle evolutivo clinico e analítico para avaliar sua retirada ou necessidade de permanência. Alterações menstruais por defeito Amenorreia primaria – ausência da menarca aos 14 anos, acompanhada de falta de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários ou aos 16 anos, se que tenham se desenvolvido adequadamente Amenorreia secundaria – ausência de menstruação durante 6 ou mais meses em uma jovem que já a tinha, tendo descartado a gestação A existência de menstruações com escassa perda hemática ou de poucos dias de duração ou que apareçam em intervalos prolongados entre 30-90 dias, não tem repercussão na saúde da adolescente e por isso se considera patológica 9 Pamela Cool Nos casos de amenorreia, após descartada a gravidez realizar – hemograma e bioquímica – para descartar enfermidade crônica. T4 livre, TSH, prolactina – para descartar endocrinopatia DHEA-S, 17-hidroxiprogesterona, delta4-androstendiona – diante da presença de sinais de virilização excessiva FSH, LH, e 17beta estradiol – para diagnostico diferencial entre hipogondismo, hipogonadotropo e hiperdonadotropo nos casos de amenorreia primaria Ecografia pélvica – descarta malformações do trato genital, cistos ováricos ou tumores virilizantes Cariótipo – no caso de hipogonadismo, hipergonadotropo Teste de provocação com gestagenos – se realiza nas amenorreias secundaria. Se adm um gestageno (Acetato de Medroxiprogesterona 10mg/dia) durante 5 dias, se ocorre uma hemorragia por deprivação, a causa é uma anovulação. Se não se produz sangramento, é porque a produção de estrógenos não é suficiente. Outras causas – infantilismo – ausência de desenvolvimento sexual aos 15-16 anos (estagio I Tanner), são necessárias determinações hormonais, explorações radiológicas de craneo (Rx, TAC, RM) e analise cromossômica. A causa pode ser central, por tumores hipofisários (prolactinoma ou craneofaringioma) ou de origem hipotalâmico (sx. De Kallman). Outras vezes por insuficiência ovárica primaria, cuja causa principal são Disgenesias Gonadais, que constituem cariótipos variáveis (45X0 50%, mosaicos 25% ou cariótipo 46XX 25%), o que é importante descartar a presença de um cromossomo Y pela tendência a malignização da gonada. Uma forma especial de insuficiência ovárica se observa em jovens após quimio ou radioterapia. Virilizaçao e outros sinais de androgenizaçao (hirsutismo) – descartar uma hiperplasia suprarrenal, tumores virilizantes e resistência androgênica parcial ou completa de um individuo cromossomicamente masculino ou hermafroditismo verdadeiro. Na amenorreia secundaria, a principal causa é o hipotalâmica, com uma modificação na frequencia e amplitude dos pulsos de GnRH ate sua total desaparição e uma volta ao seu estado prepuberal. É a amenorreia vista em pacientes com anorexia, bulimia e esportistas de alto rendimento. O estresse também pode provocar amenorreia. Hiperprolactinemia, hiperandrogenismo (jovens com acne, diagnosticadas com ovários policístico), associada a problemas endócrino (hipotireoidismo, sobrepeso, baixo peso ou DM) e por insuficiência ovárica por fatores imunes que gerem um esgotamento ovárico ou após quimio-radioterapia. Tratamento – amenorreia primaria – tratar a causa Amenorreia secundaria – causa, na hipotalâmica e por insuficiência ovárica – tto substitutivo, anticonceptivos com estrógeno+gestageno não anticonceptivo. No caso de hiperandrogenismo – acetato de ciproterona associado a etilinestradiol (anticonceptivo ou estrógeno natural durante 12 dias) Dismenorreia – dor durante a menstruação, pode influir nas atividades da adolescente. Pode ser primaria ou secundaria (endometriose ou infecções pélvicas) 10 Pamela Cool A dismenorreia essencial (primaria) se apresente nos ciclos ovulatorios, a historia clinica deve ser iniciada 6-12 meses após a menarca, quando a ovulação começa a regularizar. Tem um componente familiar Tratamento – antiinflamatorios não esteroideos (AINES), que inibem a síntese de prostaglandinas. Os mais utilizados são Ibuprofeno e naproxeno. Administrados durante os dias com dor (8-12h). para avaliar sua eficácia é necessário manter por 5-6 meses e inclusive mudar por outro AINE ate conseguir o mais eficaz. Se não melhora, e se associam hemorragias ou se a jovem deseja um método anticonceptivo, são a segunda arma terapêutica. Quando as medidas anteriores não resolvem, é necessária uma laparoscopia para descartar patologia orgânica responsável. Câncer de cérvix O vírus do papiloma humano é a infecção de transmissão sexual mais prevalente em homens e mulheres em todo mundo, este vírus se encontra implicado no desenvolvimento do câncer de cérvix. Essa patologia não apresenta sintomas, sendo diagnosticada por um examede Papanicolau, alguns sintomas associados aparecem em estágios avançados – sangramentos postcoitais, secreção fétida serosanguinolenta ou amarelada, dor pélvica, hematúria, tenesmo retal e edema de membros inferiores. Pode ser prevenido por educação, mostrando a importancia do tamizaje com Papanicolau, uso de preservativo, vacinação contra HPV. Diagnostico – colposcopia e biopsia cervical Epidemiologia – é a infecção de transmissão sexual mais frequente em homens e mulheres em todos mundo. Os genótipos mais frequentes são – 16 e 18 Etiopatogenia – os tipos de HPV mais comuns são – 16,18,33,45,31,58,52 e 53. Aqueles que se associam a lesoes pre malignas se denominam HPV de alto risco. o HPV 16 se associa em 24% com os carcinomas epidermoides e 41% adenocarcinomas, sendo o principal HPV de alto risco. O HPV 18 é responsável por 11% dos carcinomas epidermoides e 37% dos adenocarcinomas. O câncer de cérvix se origina na zona de transição, onde se unem ao epitélio colunam primário do endocervix e ao epitélio escamoso As vacinas comerciais são – Cervarix (tipo 16,18) esta indicada em lesoes genitais pre malignas (cervicais, vulvares e vaginais) e câncer de cérvix causados por determinados tipos específicos de HPV em mulheres a partir dos 9 anos, lesões anais preneoplasicas e câncer anal relacionado com certos tipos de HPV a partir dos 9 anos. Colocação de 0-6 meses de 9-14 anos e aos 0,1,6 meses em pessoas maiores de 15 anos. Gardasil (tipo 6,11,16,18) mesmas indicações do Cervarix, indicado também em verrugas genitais, se coloca ao 0-6 meses em pessoas entre 9-13 anos e aos 0,2,6 meses em maiores de 14 anos. 11 Pamela Cool Gardasil 9 (tipo 6,11,16,18,31,33,45,52 e 58) em caso de lesoes pre cancerosas e canceres que afetam o colo uterino, vulva, vagina e anus, a partir dos 9 anos, verrugas genitais (condiloma acuminado), aplicado aos 0,6 meses a partir dos 9-14 anos e aos 0,2,6 meses a maiores de 15 anos. Todas são adm intramuscular. Detecção – diferentes métodos de Tamizaje. 1- Citologia cervical ou Papanicolau 2- Prova conjunta Papanicolau/HPV 3- Prova de HPV onde se examina a presença de 1 ou mais dos 13-14 tipos de alto risco, aprovadas pela FDA, existe o teste de Cobas de Roche e o test de Digene Hybrid Capture 2. Para identificar estágios recentes, antes de sua progressão ao câncer. Tratamento – NIC I - ASCUS, LSIL, ASCH, vaporização a laser, colposcopia aos 6 meses, conizaçao e caso de discordância do dx. Em displasias moderadas, graves – conização A crioterapia é uma das formas terapêuticas baseada na destruição do tecido mediante necrose produzida pelo nitrogênio. Laser de dióxido de carbono – ablação (extirpação) da zona de transformação ou como ferramente para biopsias por conização. O fluxo vaginal após o tto pode durar de 1-2 semanas, uma pequena porcentagem tem hemorragia. A excisão eletrocirurgica som asa (LEEP) é utilizada para NIC II e NIC III. Câncer de endométrio Se forma no tecido que reveste o corpo do útero. A maioria são esporádicos, 10% hereditário, mais frequente entre a 6ª e 7ª década de vida (75% maiores de 50 anos). Sobrevivência aos 5 anos de 75%. É a 4ª causa mais frequente de câncer, depois do câncer de mama, pulmão e intestino. Oitava causa de morte de enfermidade maligna na mulher. Entre 2-3% das mulheres irão desenvolver, geralmente pos menopáusicas, a gravidade depende da idade, quanto mais velha pior. A exposição a estrógeno aumenta o risco. 80% do dx. Em estagio I Fatores de risco – estimulação estrogênica prolongada, sem oposição, nuliparidade, menopausa tardia, obesidade (+ 22,5 de sobrepeso), DM, tratamento com estrógenos, tratamento com tamoxifeno, hiperplasia endometrial atípica e síndrome de Lynch II Sinais e sintomas - <5% assintomáticas. 90% sangramento uterino anormal ou secreção vaginal como único sintoma (não é fétida). Disúria, dispareunia (dor nas relações sexuais), dor pélvico (peso), anemia. Tipo patológicos – endometrioide (tipo 1) – dependente de estrógeno, mulheres perimenopausicas, com antecedentes de exposição ao estrógeno, começa como hiperplasia endometrial Não endometrioide (tipo 2) – independente de estrogênio, mulheres pos menopáusicas, endométrio atrófico. 12 Pamela Cool Classificação histológica OMS 2014 – hiperplasia sim atipia (não neoplásica), hiperplasia com atipia (neoplasia intraepitelial endometrial) Diagnostico –em caso de metrorragia anômala – suspeitar de patologia endometrial, fazer biopsia com canula de aspiração (em consulta) precisão de 90-98%. Histeroscopia e legrado – usado em caso de estenose cervical ou paciente que não tolera aspiração. Ecografia transvaginal – complemento da biopsia, pode ser feita com metrorragia. Estudos pre tratamento – antes de começar o tto, estudar a paciente. Fazer exame físico (gânglios linfáticos aumentados, tumorações abdominais. Possíveis zonas de disseminação. Rx de tórax – excluir metastase pulmonar, estudar estado cardiopulmonar da paciente. Citoscopia, colonoscopia, pielografia intravenosa, enema de bário e TC abdominopelvica. CA125 e determinante de antígeno sérico (elevados em 80% dos pacientes com C.A epitelial de ovário avançado e C.A endometrial avançada ou metastasico) Variabilidades prognosticas – estagio da enfermidade, idade, tipo histológico, grau histológico, invasão miometrial, invasao do espaço linfovascular, afetação de anexos, metástase a ganglios linfáticos, tumor intraperitoneal, tamanho do tumor, marcadores tumorais, citologia peritoneal e estado de receptores hormonais. Tratamento – cirurgia, radioterapia, quimioterapia, tratamento hormonal De eleição – histerectomia (parcial – so afetou endométrio, total – se já passou ao colo, radical – passou colo, vagina, miométrio e anexos) 13 Pamela Cool Tratamento conservador da fertilidade – é necessário completar o tto cirúrgico ao concluir a paridade. Recomendações: 1- Pacientes menores de 45 anos, com desejo de fertilidade 2- Tipo histológico endometrioide ou mucinoso G1-G2 3- Descartar enf. extrauterina e eventual associação com câncer de ovário sincrônico (11%) com eco transvaginal, TAC ou RM 4- Confirmar estagio I GI-G2 (histeroscopia), sem suspeita de invasão miometrial profunda por RM 5- Sem evidencia de Sx. De Lynch II (5% dos pacientes com câncer de endométrio apresentam) 6- Possibilidade de seguimento estrito 7- Solicitar tto conservador e consentimento informado 8- Ausência de entidade que contraindique a gravidez ou o uso da medicação sugerida. Os mais utilizados são – sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG 20mg/dia), medroxiprogesterona (500mg/dia), megestrol (160mg/dia) Seguimento – em caso restrito – primeiro controle aos 3 meses, depois aos 6, e em caso de resposta, a cada 6 meses, por um ano. Se avalia com histeroscopia e biopsia de endométrio (4 caras anterior, posterior e laterais) Em pacientes que não responder, tto cirúrgico após 6 meses de tto. O grupo de pacientes que tem resposta baixa geralmente tem o IMC alto e maior tamanho uterino que o resto das pacientes (68,70).
Compartilhar