Buscar

Introdução à Psicopatologia Psicanalítica

Prévia do material em texto

Referência:
KUSNETZOFF, Juan Carlos. Introdu!o " #sico$atolo%ia #sicanal&tica. Rio de Janeiro:
 No'a Fronteira, ()*+. $.++.
E-ITOR NO/ FRONTEIR
FIC0 CT1O2R3FIC
CI#45rasil. Catalo%a!o4na4fonte
Sindicato Nacional dos Editores de 1i'ros. RJ.
C--6 (78 9(9.*)(8
C-U6 (7).)8:9(7.*7(.( 9(7.*7(.(
 ()*+ ;< Juan Carlos Kusnet=off 
-ireitos de edi!o da o;ra e> l&n%ua $ortu%uesa ad?uiridos $ela
E-ITOR NO/ FRONTEIR S..
Kusnet=off, Juan Carlos.
K)*i. Introdu!o " $sico$atolo%ia $sicanal&tica @ Juan Carlos Kusnet=off. 6 Rio de
Janeiro: No'a Fronteira, ()*+.
ACole!o 1o%osB
5i;lio%rafia.
(. #sicanlise +. #sico$atolo%ia
(. T&tulo II. SDrie
*+4(+8
-edico este li'ro
ao #rof. -r. Eust?uio #orteila Nunes.
Co> ele, a$rendi ?ue ainda $reciso ser aluno.
o -r. oisDs 2rois>a>.
Co> ele, a$rendi a ser a>i%o.
o -r. Car>ine atuscelio Neto.
Co> ele, a$rendi o ?uanto >e ensina> os ?ue $enso ?ue a$rende> co>i%o.
SU3RIO
Introdu!o 4 (
C#GTU1O (
s$ectos %enDticos. O conceito de causalidade
 $sico$atolH%ica.
s sDries co>$le>entares de Freud 4 #%. (8
 ilus!o da causa nica 4 (8
 ilus!o do encadea>ento 4 (*
 insuficiência da causa >lti$la 4 ()
Feed;ac ou causalidade de a!o rec&$roca 4 +
s sDries co>$le>entares de Freud. s causas e> $sico$atolo%ia $sicanal&tica 4 +(
Resu>o so;re as causas ou >oti'aes e> $sico$atolo%ia $sicanal&tica 4 +
#ro;le>as e ?uestiona>entos so;re a ilus!o da causa nica 4 +L
#ro;le>as e solues do feed;ac M +7
 
C#GTU1O II
Eta$as da e'olu!o $sicosseual
Caracter&sticas da seualidade infantil 4 #%. +8
Est%io oral 4 
a. Fonte 4 
 ;. O;eto 4 (
c. Finalidade $ulsional 4 +
(. -i'ises da oralidade 4 +
a. Oral $ri>rio 4 +
 ;. Oral secundrio ou cani;al&stico 4  .
+. O relaciona>ento de o;eto 4 
. O $ri>eiro o;eto: a >!e 4 L
L.  rela!o de de$endência co> o o;eto $ri>rio 4 7
7.  e'olu!o no conPeci>ento dos o;etos 4 7
9. O des>a>e 4 8
Est%io anal 4 *
a. Fonte 4 )
 ;. O;eto 4 L
c. Finalidade $ulsional 4 L+
(. O relaciona>ento do o;eto na fase anal 4 L7
a. O sadis>o 4 L7
 ;. O >aso?uis>o 4 L9
c.  a>;i'alência 4 L9
d. 5i e Po>osseualidadeQ ati'idade e $assi'idadeQ narcisis>o anal 4 L9
Est%io flico 4 L*
(. O desen'ol'i>ento $sicosseual 4 L)
O erotis>o uretral 4 L)
 >astur;a!o infantil 4 7
a.  curiosidade seual infantil 4 7+
 desco;erta da diferena seual anat>ica 4 7+
 cena $ri>ria ou $ri>iti'a 4 7L esco$ofilia ou 'o<euris>o 4 77
 ;. s teorias seuais infantis 4 79
Teorias infantis so;re a fecunda!o 4 79
O $arto anal 4 79
 idDia do coito sdico 4 78
+. O as$ecto narc&sico e $rD4%enital do est%io flico 4 78
a.  ilus!o narc&sica 4 7*
 ;.  desco;erta e sua ne%ati'a 4 7)
. n%stia de castra!o 4 7)
a.  an%stia de castra!o no >enino 4 9(
 ;.  an%stia de castra!o na >enina 4 9+
Est%ios %enitais 4 9
(. O co>$leo de di$o 4 9
a. For>as do co>$leo 4 9L
 ;.l%uns conceitos ;sicos e> rela!o ao di$o 4 97
0i$Htese natural 4 9*
 0i$Htese dualista 4 9*
 
 0i$Htese social 4 9)
+. O $ro;le>a da estrutura $rD4edi$iana 4 8
. O relaciona>ento de o;eto edi$iano 4 8
L. O co>$leo de di$o no >enino 4 8L
7. O >o'i>ento eo%>ico do >enino 4 87
9. O co>$leo de di$o na >enina 4 88
 i>$ortncia da >udana de o;eto 4 88
s dece$es estruturantes 4 8*
Conse?ências da in'ea do $ênis 4 8)
 $rocura do $ai 4 *(
Os restos da fia!o " >!e 4 *+
8.  finali=a!o do co>$leo de di$o 4 *+
*. l%u>as consideraes so;re a i>$ortncia do estudo do co>$leo de di$o 4 *L
C#GTU1O III
O E%o, o Su$ere%o, o Ideal do E%o 4 #%. *8
 identifica!o 4 *8
a. Identifica!o $ri>ria 4 **
 ;. Identifica!o secundria 4 )
e. Fia!o, identifica!o e di$o co>$leto 4 )(
(. 2enDtica e dialDtica das identificaes. Identifica!o $ri>ria, narc&sica e ed&$ica 4 )
l%u>as definies e conceitos li%ados " identifica!o usados e> $sico$atolo%ia 4 )*
(. Identifica!o total 4 )*
+. Identifica!o $arcial 4 )*
. Identifica!o $er>anente 4 )*
L. Identifica!o transitHria 4 )*
7. Identifica!o introeti'a 4 )*
9. Identifica!o $roeti'a 4 ))
8. Identifica!o co> o;eto total 4 ))
*. Identifica!o co> o;eto $arcial 4 ))
). Identifica!o $ro%ressi'a 4 ))
(. Identifica!o re%ressi'a 4 ))
((. Incor$ora!o 4 ))(+. ssi>ila!o 4 ))
(. Introe!o 4 (
(L. Ee!o 4 (
(7. #roe!o 4 (
(9. Internali=a!o 4 ((
(8. I>ita!o 4 ((
(*. Identidade 4 ((
s instncias do ideal do e%o e do su$ere%o M(+
Funes do e%o, do su$ere%o e do ideal do e%o 4 (
C#GTU1O I/
1atência, #u;erdade, dolescência 4 #%. (7
#er&odo de latência 4 (7
(. -esen'ol'i>ento $sicosseual do $er&odo de latência 4 (9
+. O relaciona>ento de o;eto 4 (8
 $u;erdade 4 (*
 
(. -esen'ol'i>ento $sicosseual da $u;erdade 4 (*
a.  $u;escência 4 (*
 adolescência 4 ()
(.  >astur;a!o 4 ((
a. Fatores eternos de $ress!o 4 ((+
 ;. Fatores internos de $ress!o 4 ((+
+. O relaciona>ento de o;eto e a escolPa o;etal na adolescência 4 ((
C#GTU1O /
 Noes de >eta$sicolo%ia freudiana 4 #%. ((8
O ?ue D u> V>odeloW 4 ((*
O $onto de 'ista tH$ico ou to$o%rfico 4 (+
(. O $ri>eiro tH$ico 4 (+
a. O siste>a $erce$!o4consciente ou consciência 4 (++
 ;. O $rD4consciente 4 (++
c. O inconsciente 4 (+
d. Censura 4 (+7
+. O se%undo tH$ico 4 (+9
a. O id 4 (+)
 ;. O e%o 4 (+)
c. O su$ere%o 4 ((
O $onto de 'ista econ>ico 4 (
(. Ener%ia li're e ener%ia li%ada 4 (7
+. #rocesso $ri>rio e $rocesso secundrio 4 (9
. #rinc&$io do $ra=er e $rinc&$io da realidade 4 (8
O $onto de 'ista din>ico 4 ()
(. Teoria das $ulses 4 (L+
 $ri>eira eta$a 4 (L
Se%unda eta$a 4 (L7
Terceira eta$a 4 (L*
a. Co>$uls!o " re$eti!o 4 (L)
 ;.  $ro;le>tica do sadis>o, o >aso?uis>o e a a%ress!o 4 (7
Reca$itula!o e re'is!o das teorias $ulsionais 4 (7(Teoria da an%stia 4 (7+
(. #ri>eira teoria da an%stia 4 (7
aB Consideraes so;re a an%stia real ou a realidade da an%stia 4 (7L
 ;B Susto, an%stia, ansiedade e >edo 4 (77
+. Se%unda teoria da an%stia 4 (78
aB  i>$ortncia do co>$leo de castra!o na se%unda teoria da an%stia 4 (7*
 ;B Ini;i!o, sinto>a e an%stia 4 (7)
n%stia auto>tica 4 (7)
Vn%stia4SinalW ou o sinal de an%stia 4 (9(
C#GTU1O /I
SonPos, fantasias e fun!o i>a%inria 4 #%. (97
SonPos 4 (97
Fantasias, de'aneios, n&'el i>a%inrio 4 (8(
(. Fantasias ori%inrias ou $ri>iti'as 4 (8*
a. Cena $ri>ria ou ori%inria 4 (8)
 ;. Fantasia $ri>ordial de sedu!o $or u> adulto 4 (8)
 
e. Fantasia $ri>ordial de castra!o 4 (*
C#GTU1O /II
-efesas, >ecanis>os de defesa 4 #%. (*
aB O $a$el do >undo eterior na defesa 4 (*L
 ;B O $a$el do su$ere%o e do senti>ento de cul$a 4 (*7
cB O $a$el da an%stia na >oti'a!o defensi'a 4 (*7
Os >ecanis>os de defesa do e%o 4 (*8
(. -ois >ecanis>os funda>entais:  re$ress!o Arecal?ueB e a di'is!o Acis!oB 4 (**
aB Re$ress!o, recal?ue 4 (**
 ;B -i'is!o, cis!o. Recusa, reei!o, rene%a!o 4 ()
l%u>as consideraes so;re a i>$ortncia da cis!o AS$altun%B e> $sico$atolo%ia
 $sicanal&tica 4 ()7
C#GTU1O /III
Os critDrios de dia%nHstico e as o$eraes defensi'as 4 #%. ())
(. #ar>etros $rinci$ais $ara o dia%nHstico funcional e> #sico$atolo%ia 4 +(
aB -ia%nHstico estrutural 4 +(
 ;B -ia%nHstico de n&'eis de inte%ra!o neurHtica OU $sicHtica 4 ++
cB -ia%nHstico de cli'a%e> e estereoti$ia dos n&'eis or%ani=ati'os 4 +
dB -ia%nHsticos de n&'eis e %raus de de$endência4inde$endência 4 +
eB -ia%nHstico de &ndices do neurotis>o e do $sicotis>o 4 +L
s o$eraes defensi'as 4 +9
aB Consideraes %erais 4 +9
 ;B -efesa e contracatDia 4 +8
eB Classifica!o dos >ecanis>os de defesa 4 +)
#roe!o 4 +(
Re$ress!o, recal?ue 4 +(
-esloca>ento 4 +(
Re%ress!o $arcial 4 +(L
introe!o 4 +(7
Isola>ento 4 +(9
Ini;i!o 4 +(9
For>a!o reati'a 4 +(8Su;li>a!o 4 +(8
 Ne%a!o Ane%ati'aB 4 +(*
Identifica!o $roeti'a 4 +()
-i'is!o 4 ++
Rene%a!o AforclusionB 4 ++
Re%ress!o total 4 ++
Identifica!o introeti'a 4 ++
 
Introdu!o
 $sico$atolo%ia $sicanal&tica D u>a encru=ilPada de 'rios ca>inPos. Nela
dese>;oca> oconPeci>ento da teoria $sicanal&tica %eral, o conPeci>ento da
 $si?uiatria din>ica, o conPeci>ento das contri;uies tDcnicas $sicanal&ticas, assi>
co>o os en?uadra>entos e$iste>olH%icos >odernos ?ue testa> e a'alia> todas essas
 $rodues discursi'as.
0oe, n!o resta d'ida so;re a i>ensa re'olu!o. cient&fica ?ue si%nificou a
entrada e> cena da $sicanlise no in&cio deste sDculo.  siste>ati=a!o dos seus
>odelos $ara a co>$reens!o da conduta nor>al e anor>al do Po>e>, assi> co>o a
inter$enetra!o de fatores ;iolH%icos, $sicossociais e culturais na $rodu!o
sinto>atolH%ica, fora> 6 e continua> sendo 6 de 'alor in?uestion'el.
as, si>ultanea>ente ao seu desen'ol'i>ento co>o ciência, a $sicanlise
tornou4se cada 'e= >ais sofisticada. Sofistica!o ?ue alcanou tanto o n&'el teHrico
?uanto o n&'el de ensino. Entretanto, no >eio de u> 'asto e "s 'e=es confuso
floresci>ento de escolas, sur%ira> tendências e redesco;ertas, no'as %eraes de
estudantes de $sicolo%ia, >edicina, assistência social, sociolo%ia, antro$olo%ia, e atD da
 $rH$ria $sicanlise cl&nica. Co>o $rocesso lH%ico, foi i>$oss&'el a essas %eraes,
es$ecial>ente as dos lti>os 'inte anos, ter acesso "s leituras teHricas si>$les,
e$licadas co> certa candura.
U> dos efeitos dessa co>$licada $eda%o%ia $sicanal&tica foi u> des$re=o,
carre%ado de te>or, $elo estudo dos conceitos ele>entares ?ue sustenta> o tra;alPo
cl&nico. Outro efeito, t!o daninPo ?uanto o $ri>eiro, foi o fato de ser considerado co>o
cientista, a$enas o $sicHlo%o, o >Ddico $si?uiatra, o $sicanalista, ?ue se e$ressasse e>
Vdialeto dif&cilW. Os $rofissionais aca;ara>
(
falando e> teoria $sicanal&tica, $orD> s!o $oucos os ?ue $ode> e$licar o ?ue di=e>, a
i>$ortncia de seu conPeci>ento e 6 so;retudo 6 sua articula!o co> a cl&nica
cotidiana. #arece eistir u>a es$Dcie de consenso n!o e$l&cito se%undo o ?ual, ?uanto
>ais o;scura, >ais co>$licada e >ais V;arrocaW a e$lica!o, >ais Vcient&ficaW ela D.Tal'e= >inPas afir>aes sea> in%ênuas. Efeti'a>ente, $retendo ser in%ênuo.
 in%enuidade consiste, $or ee>$lo, e> $retender ensinar as fases clssicas da
e'olu!o $sicosseual, $ensando clinica>ente nelas. Ou sea, e$licando de >aneira
relati'a>ente si>$les a i>$ortncia cl&nica de seu estudo e $osterior a$lica!o. 
in%enuidade consiste e> ?uerer >ostrar os >odelos >eta$sicolH%icos freudianos da
for>a >ais clara, $ara de$ois refletir so;re eles.
U> esclareci>ento i>$ortante: $retendo ensinar a $sico$atolo%ia $sicanal&tica a
 $artir dos tetos de Freud. Isso n!o si%nifica desconPeci>ento dos autores ?ue e>
%rande $arte contri;u&ra> e contri;ue> $ara o enri?ueci>ento da cl&nica $sicanal&tica.
as, confor>e foi dito aci>a, $enso ?ue D funda>ental Vco>ear desde o in&cioW.
Este li'ro destina4se $rinci$al>ente "?ueles ?ue $recisa> V$ensar 
X$sico$atolo%ica>enteY co> a auda da teoria $sicanal&ticaW. Ta>;D> $ode ser 
consultado co> $ro'eito $or a?ueles ?ue $recisa> alinPa'ar conPeci>entos dis$ersos.
#or ee>$lo: ?ue rela!o eiste entre a oralidade e os transtornos $sicosso>ticos da
 $ele [ual a i>$ortncia do estudo do co>$leo de di$o [uais s!o os '&nculos
teHrico4cl&nicos entre a identifica!o, a $uls!o e a fantasia [uais s!o os >ecanis>os de
 
defesa funda>entais do a$arelPo $s&?uico [ual a diferena e a i>$ortncia $rtica dos
conceitos de VsustoW, V>edoW e Van%stiaW E assi> $or diante.
Ou sea: o li'ro $ode ser lido co>o u>a es$Dcie de Valfa;eti=a!oW e>
 $sico$atolo%ia $sicanal&tica, ou co>o u>a $e?uena o;ra de consulta de al%uns
conceitos n!o >uito di'ul%ados na ;i;lio%rafia clssica.
-e ?ual?uer >aneira 6 e co>o acontece co> tetos si>ilares 6 o leitor sH ter
u> conPeci>ento ca;al de al%uns te>as nu>a se%unda ou terceira leitura, alD> de
consultar a ;i;lio%rafia >&ni>a referida e> cada caso.
(L
-esde o a$areci>ento do /oca;ulrio da #sicanlise de e #ontalis, sua leitura,
consulta e releitura te>4se tornado indis$ens'el $ara o estudioso da $sicanlise. Esse
li'ro de'e ser o aco>$anPante natural do estudo dos te>as $sicanal&ticos. Contudo, a
leitura dessa o;ra t!o $rofunda n!o su;stitui a dos tetos freudiallos ori%inais.
 $resente Introdu!o " #sico$atolo%ia #sicanal&tica $retende, atra'Ds das
transcries tetuais da Edi!o Standard 5rasileira e de co>entrios de tetos,
incenti'ar o leitor a $es?uisar no cora!o da o;ra do criador da $sicanlise. #or 
for>a!o e conPeci>ento, sou freudiano, se> sa;er >uito ;e> ?ue coisa D ViSSOW. 0
>uitos anos leio Freud, ouo falar de Freud e >e a'enturo e> no'os VretornosW a ele.
#orD>, e> a;soluto n!o acredito e> nenPu>a V$ure=aW de leitura, ou e> %ru$os ?ue se
autodeter>ina> V'erdadeirosW se%uidores ou detentores da ortodoia, do es$&rito de
Freud. N!o acPo ?ue a 'erdade eista de u>a 'e= $or todasQ antes, creio na
>ulti$licidade co> ?ue ela se >anifesta e ?ue $er>ite criar, ;urilar, transfor>ar.
Esta Introdu!o n!o teria sido feita se> a inesti>'el auda de Celina
#ortocarrero. Ela Vtradu=iuW >eu $ensa>ento falado nu> $ortu%uês correto e
sintatica>ente ;e> articulado. inPa eficiente secretria, ari=a de Fti>a da Sil'a
Ra>os, cola;orou intensa>ente, datilo%rafando u>a e outra 'e= as correes.
erece $ala'ras es$eciais a cola;ora!o direta do -r. Car>ine atusceilo Neto.
Introdu=ido no >a%o de >inPas intenes $eda%H%icas, foi ora u> leitor delicado, ora
u> cr&tico P;il. Fe= correes co> $aciência e su%estes co> fino tato ?uando
considerou ?ue o teto esta'a o;scuro ou inco>$reens&'el. Foi a nica teste>unPa de
>eus de'aneiOS docentes e audou coraosa>ente a lPes dar lu=.Todo autor $retende a i>ortalidade... #or ?ue escre'eria se n!o fosse assi>
 Nesse sentido, este li'ro $retende ta>;D> 'eicular, ser $orta4'o= da $ala'ra de u>
%ênio: Freud. as $retende ta>;D> ?ue a sua i>ortalidade n!o sea do%>tica,
re$etiti'a, estDril. Os te>$os de Poe recla>a> criati'idade, transfor>aes, 'oltando4
se $ara as necessidades dos ?ue co>ea> a $ercorrer a trilPa co>$licada e a$aionante
da cl&nica $sico$atolH%ica. Os $acientes ser!o os 'erdadeiros ;eneficirios.
(7
C#ITU1O (
s$ectos %enDticos
O conceito de causalidade $sico$atolH%ica
s sDries co>$le>entares de Freud
U> estudo dos fen>enos $sico$atolH%icos tal co>o se a$resenta> aos olPos do cl&nico
re?uer, antes de tudo, ?ue este tenPa $er>anente>ente $resente al%uns $rinc&$ios
 ;sicos relati'os ao conceito de etiolo%ia ou causalidade. Se%uire>os o ordena>ento
 
 $eda%H%ico e$osto $or JosD 5le%er e> #sicolo%ia de la Conducta AEd. Eude;a, ()9,
5uenos iresB.
 sin%ular co>$leidade das >anifestaes $sico$atolH%icas torna necessria a
discri>ina!o dos diferentes ti$os de causalidade ?ue se a$resenta> e> nosso estudo
cient&fico. ;ordare>os >ais detalPada>ente o conceito e>$re%ado $or Freud, de uso
corrente na co>unidade $sicanal&tica atual.
 $reciso esclarecer ?ue estudar causalidade D estudar >oti'aes e, $ortanto,
res$onder ou tentar res$onder aos $or?uês:
#or ?ue al%uD> adoeceu e> deter>inado >o>ento
#or ?ue u> $aciente fe= u>a es?ui=ofrenia e n!o u>a neurose o;sessi'a
[uais as ra=es eistentes $ara ?ue, nu>a >es>a fa>&lia, al%uns >e>;ros
desen'ol'a> certos ti$os de condutas $atolH%icas e outros n!o
Os cientistas descre'e> di'ersos conceitos de causalidade:
 I1US\O - CUS ]NIC
Ta>;D> cPa>ada >onocausalidade unidirecional: D a for>a >ais si>$les de se
res$onder a u> $or?uê deter>inado. -i=4se, i%ual>ente, causalidade >ecnica, $or 
su$or u>a nica causa atuando
(8
nu> deter>inado cor$o ?ue a ela rea%e, e cuo efeito es%ota4se $osterior>ente Afi%ura
(B.
Fi%ura >ostrando u> ?uadrado, e> ?ue u>a seta 'indo da es?uerda $ara a direita
a$onta $ara ele.
 descri!o desse ti$o de causalidade si>$les D i>$ortante $or se tratar da ;ase
dos conceitos descritos a se%uir, e da >odalidade >ais co>u>ente utili=ada $or 
cientistas o'ens, ?ue a;orda> in%enua>ente fen>enos su>a>ente co>$licados, cua
e$lica!o D tornada insuficiente ?uando se e>$re%a esse ti$o de conceitua!o.
Frisa>os ?ue nunca os sinto>as ou as doenas>entais reconPece> u>a nica causa
 $rodutora ou desencadeante. #ensar desta >aneira D $ensar ilusoria>ente, o ?ue $odecondu=ir o $rofissional a erros %ra'es.
 I1US\O -O ENC-EENTO
Esta D u>a 'aria!o da anterior, o;ser'ando4se a?ui u>a causa ?ue atua so;re
u> deter>inado cor$o e $rodu= efeitos ?ue, $or sua 'e=, se transfor>ar!o e> est&>ulos
 $ara outros cor$os, e assi> sucessi'a>ente Afi%ura +B. U> ee>$lo clssico seria o o%o
de sinuca, no ?ual u> to?ue na $ri>eira ;ola $ro'oca o >o'i>ento su;se?ente de
'rias outras.  dura!o do >o'i>ento ser $ro$orcional, entre outras 'ari'eis, " fora
do est&>ulo.
Três ?uadrados dis$ostos lado4a4lado, e se$arados $or setas ?ue a$onta> da es?uerda
 $ara a direita.  $ri>eira seta atin%e o $ri>eiro ?uadrado, ta>;D> da es?uerda $ara a
direita.
(*
 
O;ser'ando o ti$o de causalidade analisado na fi%ura ( 'ere>os ?ue ele D 'lido
ta>;D> $ara esse se%undo conceito de >onocausalidade encadeada ou linear, onde a
ilus!o da causa nica est $otenciali=ada >ecaniCa>eflt7
 INSUFICI^NCI - CUS ]1TI#1
Esse ti$o de causalidade corri%e as falPas do >ecanis>o i>$l&cito das duas
anteriores, ada$tando4se >elPor, $orD>, ao $ensar $sico$atolH%ico. AFi%ura .B
Fi%ura >ostrando u> ?uadrado co> 'rias setas a$ontando $ara ele, u>a 'indo
de cada dire!o.
Esta 'is!o tenta e$licar a co>$leidade feno>enolH%ica >ediante u>a etensa
%a>a de causas ?ue atua> e> diferentes n%ulos e e> di'ersas direes, incidindo
so;re deter>inado cor$o. Co>o resultado, tere>os u> so>atHrio das foras
inter'enientes.
Este conceito de causalidade foi a;ordado e desen'ol'ido $or Kurt 1e_in
A1e_in, K. #rinci$ies of To$olo%ical $s<cPolo%<, c2ra_ 0ill, Ne_ `or, ()9B,
sendo i>$ortante na e$lica!o de deter>inados fen>enos ?ue acontece> co> O
indi'&duo, tanto e> contato co> seu %ru$o i>ediato, co>o co> a co>unidade. Os
riscos de erros s!o, a?ui, considera'el>ente >enores, >as a co>$leidade dos fatores
inter'enientes torna esta conce$!o ainda insuficiente.
 Os riscos de erros s!o t!o %randes ?uanto os da conce$!o anterior.
()
FEE-5CK OU CUS1I--E -E b\O RECG#ROC
Este ti$o de causalidade D u> a$erfeioa>ento do ti$o anterior,  ?ue se ad>ite
nele a >ulti$licidade causal, >as acrescentando ?ue os efeitos $rodu=idos $or essas
causas retroa%e> so;re essas >es>as causas, $rodu=indo4se u> condiciona>ento
>tuo "s 'e=es etre>a>ente co>$leo. AFi%ura L.B
Fi%ura >ostrando três ?uadrados, , 5 e C. Entre  e 5 e entre 5 e C, eiste> duas
setas e> direes o$ostas. -o ?uadrado  sai u>a seta ?ue atin%e C e do ?uadrado C sai
u>a seta ?ue atin%e .
Se  fosse u>a >!e su$er$rotetora e 5 seu filPo ?ue cPora, cada 'e= ?ue
Pou'esse u> afasta>ento entre a>;os, se daria u>a troca de est&>ulos ?ue, na
lin%ua%e> da Teoria da Co>unica!o, seria cPa>ada de infor>aes >utua>ente
condicionadas.  >!e estar se>$re $resente t!o lo%o o filPo >anifeste necessidade de
sua $resena. Este est&>ulo D ?ualificado de su$er$rotetor. Ele $ro'ocar o
desa$areci>ento do $ranto do filPo, o ?ue se constituir e> infor>a!o $ara a >!e de
?ue o filPo rece;eu a >ensa%e> $or ela e>itida. O filPo, $or sua 'e=, $ro'ocar a
su$er4 $resena da >!e cada 'e= ?ue cPore.
r;itraria>ente di%a>os ?ue C, e> nosso es?ue>a, D u> outro filPo desta
>es>a >!e ?ue co> est&>ulos a$ro$riados fa= cPorar a seu ir>!o=inPo 5,
desencadeando co> isso todo o es?ue>a de su$er$rote!o descrito aci>a.
 No es?ue>a $ode>os constatar ?ue eiste> setas diretas ?ue 'incula> a >!e 
ao filPo C. Facil>ente se dedu=ir a infor>a!o
 
+
?ue cPe%a a C ?uando  est co> 5 e a ?ue cPe%a a , ,ou $arte de C, ?uando este est
co> 5.
 necessrio esclarecer ?ue este fen>eno de a!o rec&$roca >uito >ais
co>$leo,  ?ue os $ersona%ens de toda a!o se >odifica> e s!o >odificados cada 'e=
?ue s!o sueitos e@ou o;etos dos est&>ulos $rodu=idos.
Isto D, e>;ora a$arente>ente as causas atuantes sea> i%uais, nunca sua
?ualidade D a >es>a. Cada >o>ento D u> >o>ento diferente, sin%ular e distinto.
-entro deste $ensa>entos dire>os ?ue n!o P co>eo e fi>. s causas s!o se>$re
>utua>ente interde$endentes.
 i>$ortante ta>;D> acentuar ?ue o fundo contetual, ou cenrio, onde os
fen>enos se d!o, atua $or sua 'e= co>o causa, interatuando e au>entando a
co>$leidade das relaes dos $ersona%ens. E> nosso ee>$lo, a confi%ura!o ?ue
ar;itraria>ente escolPe>os $or , 5 e C se d so; u> fundo >ais ou >enos constante,
?ue $oderia ser, $or ee>$lo, a casa onde 'i'e>. as ser suficiente >udar>os o
cenrio e trans$ort4los a outro conteto $ara ?ue os fen>enos tanto dos $ersona%ens
?uanto do no'o cenrio ad?uira> u>a confi%ura!o di'ersa.
 i>$ortncia do $rinc&$io de a!o rec&$roca est no fato de ?ue D a ?ue >elPor 
se ada$ta ao >odelo de causalidade oferecido $or Freud, o ?ue ser a;ordado a se%uir.
S S^RIES CO#1EENTRES -E FREU-.
S CUSS E #SICO#TO1O2I #SICN1ITIC
Esta 9 a teoria dos V$or?uêsW introdu=ida $or Freud e ?ue D 'lida e $ertinente
co>o >odelo e$licati'o dos fen>enos $sico$atolH%icos. AVConferências IntrodutHrias
so;re #sicanliseW, Standard 5rasileira, 'ol. /I, $. L+ 4 ()(9@(8.B s sDries
co>$le>entares s!o assi> cPa>adas $recisa>ente $or descre'ere> u>a
+(
se?ência interde$endente de causas ?ue interatua> entre si.Co>o $ode>os o;ser'ar na fi%ura 7, a $ri>eira sDrie est constitu&da $elos
ele>entos trans>itidos %enetica>ente e ta>;D> $elos ?ue se desen'ol'era> durante a
'ida intra4uterina.
 se%unda sDrie co>$le>entar se encontra co>$osta $elas e$eriências infantis
?ue, co>o ensinou Freud, ad?uire> rele'ante i>$ortncia $ela idade e> ?ue ocorre>, e
s!o decisi'as na for>a!o da $ersonalidade.
s duas sDries e> conunto e co>;inando4se e> $ro$ores 'ari'eis d!o co>o
resultado a dis$osi!o ?ue interatuar co> os di'ersos fatores atuais ou desencadeantes,
 $rodu=indo a sinto>atolo%ia $sico$atolH%ica. Co>o facil>ente se dedu=, u> sinto>a
ou u> conunto deles D o $roduto final de u>a co>$licada sDrie de fatores e situaes
?ue a$arece> Poe, >as ?ue na realidade se ori%inara> e> outro te>$o e e> outro
lu%ar.
Este lti>o conceito D su>a>ente i>$ortante e ta>;D> foi desen'ol'ido $or 
Kurt 1e_in. Se%uindo sua linPa de $ensa>ento
++
 
 $odere>os di=er ?ue os fatos $assados n!o eiste> a%ora. O do $assado e sua influência
s!o indiretos.
ssi>, u>a >ulPer aos  anos co> $aralisia PistDrica ter u> ou 'rios
V$or?uêsW, ?ue de'e> ser ;uscados e> seu $assado, tanto infantil, ?uanto con%ênito ou
Pereditrio. as ainda ?ue estes dados e$li?ue> a $aralisia, n!o nos fornece> o
 $or?uê do seu a$areci>ento e> u> dado >o>ento, e> u>a dada situa!o e 'inculada a
u> certo ti$o de o;eto.
Esta >aneira de o;ser'ar o ca>$o $sico$atolH%ico fa= co> ?ue o $resente e o
 $assado se articule> e> u>a intera!o constante, o ?ue n!o nos i>$ede, contudo, de
Pierar?ui=ar se>$re os fatores causais, $odendo dar $re'alência aos >ais atuais, ?ue
n!o sH desencadeia> condutas, >as ta>;D> $er>ite> sua $ersistência.
#ara encerrar este ca$&tulo, ser interessante transcre'er u> $ar%rafo de 1ui=
lfredo 2arcia4Ro=a: VFre?ente>ente ou'i>os a confir>a!o de ?ue a $sicanlise
adota u> conceito PistHrico de causalidade $or?ue e$lica os fatos $resentes $or fatos
 $assados ocorridos na infncia. #arece ?ue P a& u> en%ano. Freud n!o considera ?ue a
causa de u> deter>inado distr;io atual sea u> fato locali=ado na infncia. U>a coisa
D a %ênese PistHrica deste fato, isto D, co>o ele se locali=a nu> $rocesso PistHrico
indi'idual ?ue te'e ori%e> no nasci>ento e de ?ue >aneira ele se relaciona co> outros
aconteci>entos ou >o>entos deste $rocessoQ outra coisa D a $er%unta so;re a causa
deste fato, isto D, ?ual a din>ica da situa!o $resente, ?ue te> co>o resultado o
co>$orta>ento e> ?uest!o. Na 'erdade, $ara Freud n!o fa=ia ?ual?uer diferena se o
fato $assado a$ontado co>o a causa do atual ti'esse real>ente eistido ou n!o. Ele
considera ?ue u> PistDrico D u>a $essoa ?ue sofre de re>iniscências. #ortanto, D a sua
referência a u> $assado ?ue est afetadae n!o este $assado considerado e> si >es>oW.
A#sicolo%ia Estrutural, Ed. /o=es, #etrH$olis, RI, ()8+.B
RESUO SO5RE S CUSS OU OTI/bES E #SICO#TO1O2I
#SICN1ITIC
(. Todo fato $sico$atolH%ico se ori%ina no $assado, >as sH se >anifesta e se >antD>
de'ido a fatores $resentes.
+
+. N!o eiste a si>$licidade causal. U> fato $sico$atolH%ico D >ultideter>inado e se
conser'a e> $er>anente >o'i>ento: ele D criado $ela inter$enetra!o de fatores
PistHricos $resentes. #or sua 'e=, ele interatua co> seu >eio atual >odificando4o e
sendo $or ele >odificado.
. -edu=4se dos $ar%rafos anteriores ?ue n!o $ode ser nico ou esttico o dia%nHstico
e> $sico$atolo%ia. U> dia%nHstico a;ran%ente de'er conte>$lar os $rocessos ?ue
dera> aos sinto>as atuais assi> co>o ta>;D> as causas situacionais $resentes ?ue o
 $er$etua>.
#RO51ES E [UESTIONENTOS SO5RE  I1US\O - CUS ]NIC
 $rinci$al cr&tica a esta conce$!o D a dos ?ue $ensa> ?ue os fatos se ori%ina>
e se >antê> linear>ente, o ?ue de'eria su$or, forosa>ente, u>a causa de ori%e>. Esta
D $recisa>ente a ar>adilPa e> ?ue cai o $rofissional iniciante 6 e a ?ue %eral>ente
 $ossui o $aciente ?uando D solicitado a dar u>a e$lica!o so;re fatos $sico$atolH%icos
atuais.
 
Se nHs su$user>os ?ue o encadea>ento PistHrico dos fatos te> u> co>eo
a;soluto, auto>atica>ente se infere ?ue Pou'e a $artici$a!o de u>a CUS
#RIEIR(,.  Su$osi!o de u>a Causa #ri>eira D, na $rtica, u>a su$osi!o
teolH%ica ASanto To>s de ?uino, Su>a TeolH%ica, 'ol. (, ca$. L9, art. +, RD$lica ao
O;eto 8B. Facil>ente se co>$reende ?ue sH u>a deidade Adi'indadeB $ode ser t!o
efica= $ara resu>ir nela >es>a todas as Causas #ri>eiras das coisas, deiando e>
se%undo $lano as assi> cPa>adas Causas Secundrias ou Naturais.
Outro $ro;le>a ?ue a$resenta a Causalidade 1inear ou ]nica D ei%ir a
re%ress!o ao infinito se n!o se ad>ite a Pi$Htese da Causa #ri>eira. [uer di=er:
retroceder e> $rocura de al%u>a e$lica!o. 5e> $rHi>o aos incon'enientes
teolH%icos da Causa #ri>eira, o $ostulado do assi> cPa>ado re%ressus ad infinitu>
ele'a este infinito " cate%oria de di'indade. ssi>, se a inten!o D tentar e$licar o
desconPecido atual >ediante o conPecido PistHrico, a re%ress!o ao infinito fa=
eata>ente o contrrio: 6 e$lica as situaes $resentes >ediante u> $assado
total>ente
+L
desconPecido, Pi$otDtico, >&tico. Tal'e= e> $sico$atolo%ia a >aior li>ita!o deste
>odo de $ensar sea sua etre>a a>;i%uidade, ?ue a ei%ência D retroceder e> ;usca
de causas, se> nos deter>os e> al%u> fato ou est%io do desen'ol'i>ento. O $ensar 
 $sico$atolH%ico $sicanal&tico n!o $ode $rescindir de n&'eis ou eta$as definidas Aco>o $.
e. as eta$as da e'olu!o $sicosseualB nu> $rocesso cont&nuo dentro de no'as
 $ossi;ilidades ?ue '!o $rodu=indo saltos ?ualitati'os, o ?ue torna descont&nuo este
>es>o $rocesso.
#RO51ES E SO1UbES -O FEE-5CK 
Os >odelos da >onocausalidade e da causalidade linear afir>a> a de$endência
de u> $rinc&$io %eral, o $rinc&$io da causa4efeito,e le'a> e> considera!o u>a
ati'idade, >as n!o a retroati'idade. $artir do in&cio do sDculo I al%uns cientistas e
filHsofos co>eara> a ad>itir ?ue as causas naturais sofre> se>$re >udanas, as ?uais
fa=e> $arte de sucessi'os $rocessos >ais a;ran%entes ?ue, $or sua 'e=, $rodu=e>outras >udanas.  unidirecionalidade da causa antecedeu o >oderno conceito de
intera!o. Os >odernos conceitos de retroa!o ou feed;ac inclue>, entre outros
as$ectos de interesse $ara o $sico$atolo%ista, o >ecanis>o de controle. E> ?ual?uer 
a$arelPo elDtrico, co>o a %eladeira, o calefator, etc., u>a $arte dos efeitos $rodu=idos
 $ela entrada da eletricidade D reen'iada a u> dis$ositi'o es$ecial ?ue se cPa>a
VcontroleW e este reali>enta a entrada de ener%ia, corri%indo e re%ulando4a e> todo o
siste>a. AFi%ura 9.B
O a$arelPo se auto4re%ula desta >aneira e ta>;D> co> a inter'en!o eterna
indis$ens'el, fa=endo su;ir ou descer a te>$eratura, confor>e $ro%ra>aes $rD'ias.
Este >odelo te> ent!o si%nificati'a rele'ncia $ara os estudos #sico$atolH%icos
>odernos. ssi>, toda 'e= ?ue as funes 6 /istas de for>a >uito si>$lificada na
fi%ura 9 6 $ode> ser ocu$adas $or. diferentes $ersona%ens de u> %ru$o fa>iliar,
 $ode>os e$licar a >anuten!o auto4re%ulada de u>a doena >ental: Esta auto4
re%ula!o ser'ir de resistência a ?ual?uer >udana, $ois o doente >ental inclu&do
dentro deste siste>a estar cu>$rindo funes re%uladoras de e?uil&;rio Po>eosttico.
+7
 
Fi%ura >ostrando três ?uadrados dis$ostos e> for>a de trin%ulo.  es?uerda, o
?uadrado VEntradaW, " direita o ?uadrado Vsa&daW e e> ;aio VcontroleW. Entre os três,
res$ecti'a>ente, setas indicando u> $rocesso c&clico.
Ent!o $assa> a ser entendidos al%uns fen>enos ?ue ocorre> co> as outras
 $artes do siste>a fa>iliar, ?uando u> doente >elPora, $ois tende Ao resto do %ru$o
fa>iliarB a a$resentar distr;ios de conduta ?ue anterior>ente n!o $ossu&a.
-e'ere>os a?ui ad'ertir ?ue o conceito de a!o rec&$roca ou feed;ac te>
li>itaes, e ?ue seu uso a;usi'o $ode ser $eri%oso, a$esar de ser >uito til aos
o;eti'os de al%u>as e$licaes, n!o sH no terreno dos '&nculos o;etais co>o no de
todo siste>a a;erto.
 >aior $arte dos estudiosos da e$iste>olo%ia >oderna alerta> contra a
tendência da locali=a!o das causas e efeitos e> for>a si>Dtrica, ecluindo
radical>ente al%uns n&'eis de $redo>inncia dos fatores inter'enientes, assi> co>o
conees %enDticas estruturais a;soluta>ente irre'ers&'eis.
-esco;rir a co>$leidade de li%aes encerradas e> si >es>as dentro de u>
fato $sico$atolH%ico e sua res$ecti'a >anuten!o atra'Ds de '&nculos atuais D, $ortanto,
de etre>a i>$ortncia. O fen>eno da intera!o n!o es%ota todas as #ossi;ilidades
causais,  ?ue n!o est inteira>ente co>$ro'ado ?ue as >udanas si%nificati'as sea>
a$enas o resultado dessa intera!o dos di'ersos co>$one ntes entre si. Real>ente,
 $ode> $rodu=ir4se >udanas ou efeitos de alta si%nifica!o a$enas $ela $redo>inncia
clara de u> dos deter>inantes e> o%o, e>;ora de'a>os reconPecer ?ue esta
 $redo>inncia se concreti=a a lon%o $ra=o e $or fatores eternos a ela.
+9
C#ITU1O II
Eta$as da e'olu!o $sicosseual
Caracter&sticas da seualidade infantil
Ser necessrio ca$tar ;e> o ?ue D a seualidade $ara a teoria $sicanal&tica a fi>de >elPor entender os ?uadros $sico$atolH%icos e a%ir o$erati'a>ente co> eles.
ais adiante A'er $. ()B nos ocu$are>os co> >ais detalPes do >odelo din>ico, o
?ual e$lica e funda>enta esta seualidade, $orD> adiantare>os a%ora o $onto de
 $artida $elo ?ual Freud conce;eu este conceito.
Freud o;ser'ou ?ue as crianas ?ue >a>a> no $eito, a$Hs a satisfa!o de sua
fo>e, continua'a> a ter u>a sDrie de >o'i>entos la;iais ou >es>o de toda a
etre>idade ceflica, inclusi'e cPu$ando o dedo $ole%ar ou a >!o inteira. O $rinc&$io
ele>entar a ?ue o %rande o;ser'ador recorreu foi le'antar a Pi$Htese de ?ue, se o nenD>
tinPa satisfeito  os instintos ?ue de>anda'a> a ali>enta!o es$ec&fica, essa
continua!o dos >o'i>entos era e$licada $or u> ecesso de ener%ia n!o satisfeita e
?ue de>anda'a, e> conse?ência, o;etos n!o ali>ent&cios Ao ato de roar a $ele, as
sensaes de >o'i>ento >sculo4 es?uelDtico, a sensa!o de sus$ens!o ao colo, etc.B.
Freud deno>inou a $ri>eira classe de instintos de autoconser'a!o e a se%unda
de instintos seuais. Co>o facil>ente se dedu=, os instintos de autoconser'a!o tê>
o;eti'o es$ec&fico neste caso, o leite 6 e sua satisfa!o n!o $ode ser adiada. #or outro
lado, os instintos seuais n!o tê> o;eto es$ecifico 4 $ode> ser satisfeitos co> a $ele,
co> o roar de u>a co;erta ou lenol, co> o >o'i>ento r&t>ico de u> carrinPo, etc.
 
 6 e, alD> disso, n!o ei%e> satisfa!o i>ediata. Este ulti>o conceito ei%e u>
esclareci>ento: ?uando nHs di=e>os ?ue os instintos seuais $ode> ser adiados na
o;ten!o e sua satisfa!o, esta>os di=endo ?ue o seu n!o4cu>$ri>ento,
+8
tanto total ?uanto $arcial, n!o co>$ro>ete a 'ida do sueito, ao contrrio dos instintos
de autoconser'a!o, cuocu>$ri>ento D i>$erioso e ineor'el $ara ?ue a 'ida do
sueito n!o fi?ue co>$ro>etida.
-e'e>os ressaltar ?ue o conceito de seualidade e> Freud te>, se> nenPu>a
d'ida, u> su$orte ;iolH%ico, >as, co>o o lei%o facil>ente co>$reender, a
seualidade a$arece co>o secundria, co>o >anifesta!o cua orde> de i>$ortncia
'e> de$ois de sere> atendidas as necessidades ;sicas de so;re'i'ência. Esta
seualidade ainda te> $ouco a 'er co> a %enitalidade, $ois est li%ada a carinPo, a
afeto, a >odalidades de relaciona>ento, ou sea, si%nificaes. #ortanto, en?uanto $ara
o ;iHlo%o, >Ddico4$ediatra, interessar a fre?ência das >a>adas do nenD>, a
?uantidade do l&?uido in%erido, o au>ento ou a di>inui!o do $eso 6 ele>entos se>
d'ida de %rande i>$ortncia 6 $ara o $sicHlo%o ou o $sicanalista o ?ue interessa D o
co>o se reali=a essa ali>enta!o, $ois nesse co>o D ?ue se $oder!o o;ser'ar as
>odalidades $elas ?uais ser!o satisfeitos os instintos seuais.
$Hs esta $e?uena introdu!o, $ode>os di=er ?ue a seualidade infantil, so; o
 $onto de 'ista descriti'o, n!o te> nada a 'er co> a seualidade adulta, e a$enas ?ue,
so; o $onto de 'ista do $rocesso, esta D u>a continua!o direta da?uela.
Tal'e= a diferena >ais i>$ortante entre u>a e outra resida na?uilo ?ue
corri?ueira>ente se entende $or seualidade adulta, ?ue D $redo>inante>ente %enital,
en?uanto ?ue na infantil, co>o no ee>$lo aci>a, a $redo>inncia D >uito 'ari'el,
?uase se>$re n!o %enital e, na >aior $arte das 'e=es, desor%ani=ada, dis$utando
 $ri>a=ias no $ercurso de seu desen'ol'i>ento:
ora anal, ora, %enital, ora oral4%enital, e assi> $or diante.
ssi>, $ode4se co>$reender ta>;D> $or?ue al%uns autores deno>inara>
as$ectos da seualidade infantil de fase V$er'erso4$oli>orfaW. Co> este ter>o fa=e>
alus!o ao fato de ?ue a $ri>eira seualidade n!o cPe%a ainda "s fases de liderana
%enital, >as si> ?ue se a$resenta> e> for>a >ultifacetada, 'ariada, co> escassaor%ani=a!o. Outra caracter&stica da seualidade infantil, ?ue a difere da do adulto, D
?ue seus fins n!o tende> ao relaciona>ento de coito. Estes, ent!o, e $elo $rH$rio
i>$edi>ento ;iolH%ico, fica> a$enas na fantasia, referida necessaria>ente
+*
ao $rH$rio sueito, donde a deno>ina!o de seualidade auto4erHtica.
lD> do >ais, a seualidade infantil D co>$osta $or di'ersos fra%>entos ?ue
a%e> co>o se fosse> di'ersas estaes ?ue '!o a$arecendo e to>ando lideranas e
 $redo>inncia dentro de todo u> todo or%ani='el.  seualidade infantil D co>$osta
 $or i>$ulsos $arciais. SH no adulto nor>al D ?ue ela alcana n&'eis totais, ou sea,
inte%rati'os, n&'eis sinteti=adores desses fra%>entos.
U>a lti>a caracter&stica, ?ue a diferencia da seualidade adulta, D o fato de
a%ir co>o se fosse u>a >assa de ecitaes cua ori%e> ou fonte se encontrasse e>
?ual?uer $arte do or%anis>o. Este lti>o conceito D de ca$ital i>$ortncia do $onto de
'ista $sico$atolH%ico. En?uanto u> adulto, na >aioria das 'e=es, conse%ue distin%uir o
lu%ar de ori%e> de u>a ecita!o, o te>$o ?ue transcorre atD alcanar seu cl&>a e a
 
 $osterior satisfa!o, a criana, de u> >odo %eral, carece de u>a diferencia!o n&tida
entre ecita!o e satisfa!o. #ratica>ente se confunde>, se inter$enetra>, de'endo4se
ressal'ar ?ue, e>;ora tradicional>ente se estude> $ontos de liderana ;iolH%ica
funcionando " >aneira de or%ani=adores o conceito de seualidade infantil n!o se redu=
unica>ente aos clssicos $ontos 6 oral, anal, flico, etc. Co>o  disse>os, ?ual?uer 
 $onto do or%anis>o D ca$a= de se con'erter e> fonte ecit'el e, $ortanto, de
satisfa!o: a ati'idade >ecnica >sculo4es?uelDtica, a ati'idade intelectual, os
est&>ulos $ro$rioce$ti'os e eteroce$ti'os, ou, inclusi'e, a $rH$ria dor.  >edida ?ue o
te>$o $assa 6 e esse te>$o D >uito 'ari'el 6 D ?ue a seualidade infantil 'ai se
definir, se adultificar, isto D, as =onas %enitais ir!o ad?uirir >aior i>$ortncia, $odendo
sua ecita!o, >ani$ula!o e descar%a ad?uirir for>as ou >odelos se>elPantes ao
or%as>o do adulto.
 isto se cPa>a a V$ri>a=ia %enitalW, ou sea, o $ênis, o clitHris, a 'a%ina e toda
a =ona %enital $assa> a ser ca$a=es de concentrar toda a ener%ia, toda a ecita!o ?ue
anterior>ente se encontra'a es$alPada, re$artida e> outras =onas.
 N!o Pa d'ida de ?ue, so; o $onto de 'ista do ordena>ento e do $rocesso, este se%ue
di'ersas eta$as e> seu desen'ol'i>ento. as D i>$ortante salientar ?ue essas eta$as
n!o
+)
se d!o nunca de u> >odo claro e se%uindo u>a cronolo%ia etria definida. Eiste
se>$re u>a e'idente inter$enetra!o das eta$as ?ue au>enta " >edida ?ue nos
a$roi>a>os das eta$as %enitais.  %enitalidade D ?ue> ordena todo o $rocesso anterior 
enfileirado $or trs dela.
EST32IO OR1
B FONTE
-efini>os co>o est%io oral a?uele $ri>eiro $er&odo onde a fonte cor$oral das
ecitaes $ulsionais se d $redo>inante4 >ente na =ona ;ucal.
 $reciso co>$reender ?ue e>;ora a ;oca $ro$orcione u> referencial concreto e $reciso, de'ere>os to>4la a$enas co>o u> >odelo de relaciona>ento nesta eta$a.
[uere>os di=er ?ue a ;oca n!o D a$enas a?uela ca'idade anat>ica ?ue cu>$re
deter>inadas funes de orde> ;iolH%ica, >as ta>;D> ?ual?uer outro siste>a ou
ati'idade cor$oral ?ue $reencPa os re?uisitos essenciais deste >odelo 6 cor$o oco,
aconcPe%ante, co> >o'i>entos de inclus!o e e$uls!o, etc. 6 ser entendido co>o
 ;oca. ssi>, $or ee>$lo:
 6 o co>$leo aerodi%esti'o, incluindo, so;retudo na $ri>eira eta$a, todo o trato
%astrintestinalQ
 6 os Hr%!os da fona!o e da lin%ua%e>Q
 6 todos os Hr%!os dos sentidos: olfato, $aladar, 'is!o e audi!o, s!o todos ca'idades
e> direta rela!o co> o >undo eterior e ?ue ser'e> co>o inter>edirias $ara a
interiori=a!o e eteriori=a!o, cada u> dos ?uais co> seu >aterial es$ec&ficoQ
 6 a $ele, co> todas as suas funes su$erficiais AtatoB ou $rofundas Asensaes
 $ro$rioce$ti'asB.
Este conceito a>$liado da ;oca co>o >odelo $ro$orciona, ent!o, ;ase e
funda>ento $ara $ensar nas doenas ou transtornos as>ticos, $or ee>$lo, co>o
 
 $ro;le>as relacion'eis a este $er&odo cio desen'ol'i>ento. #ensar nestes ter>os
i>$licar ta>

i>a%inar ?ue ?uando o ;e;ê se sente no colo da >!e, le 'i'encia sensaes de ser 
VcontidoW, Vto>adoW, VcPu$adoW, VtocadoW $or u>a i>ensa ;oca. Neste $er&odo do
desen'ol'i>ento, o ;e;ê, e> seu &nti>o, n!o $ode diferenciar o ?ue D >a >!o, u>a
 $erna, ou u>a ;oca $ro$ria>ente dita. E, >uito >enos, onde ter>ina ele, co> seus
>sculos e sua $ele, e onde co>ea o outro, co> seus >sculos e sua $ele e todos os
est&>ulos eternos $rocedentes. Isto D, o nenD> n!o $ode distin%uir a ori%e> do
est&>ulo, se 'e> de dentro dele ou se D de outra $essoa. ais ainda: n!o $odendo
distin%uir a ori%e> do est&>ulo, n!o $ode distin%uir o contedo do >es>o. -a& conclui4
se ?ue funcionar co>o ali>ento o ?ue o nenD> tocar ou a?uilo ?ue o tocar. Falar e ser 
falado ser $ara ele, e> certo n&'el e e> certa D$oca, co>o tocar e ser tocado. E assi>
 $or diante. SH raciocinando deste >odo, re$ortando4se ao '&nculo filPo4>!e, o
 $sico$atolo%ista $ode e$licar a confus!o a$arente>ente se> sentido de deter>inados
sinto>as delirantes, ou o $ensa>ento sensoriali=ado da es?ui=ofrenia, $or ee>$lo.
5B O5JETO
O o;eto da eta$a oral D o seio, ou sea, tudo a?uilo ?ue se refere ao seio >aterno
ou o su;stitui.  necessrio destacar ?ue o seio >aterno 'ai satisfa=er n!o sH a
necessidade ;iolH%ica da ali>enta!o, >as ta>;D> outros ti$os de necessidades, co>o
 $or ee>$lo o $ra=er de tocar a >ucosa ;ucal ou a >!o no $eito ou outro fra%>ento da
 $ele da >!e, ou a sensa!o de calor ?ue toda etens!o es$acial do cor$o da >!e
trans>ite " criana. Co>o se $ode o;ser'ar, o conceito de o;eto n!o D redut&'el sH ao
seio, anato>ica>ente falando. VSeiosW ta>;D> s!o os ;raos da >!e, os >sculos ?ue
se%ura> o nenD>, a /OZ ?ue fala conte>$oranea>ente " incor$ora!o do leite, etc.
 enor>e a i>$ortncia do '&nculo seio4;oca neste $er&odo, $or?ue ele D
Perdeiro do '&nculo esta;elecido entre o feto e a >!eQ isto D, o seio ser o su;stituto docord!o u>;ilical.  diferena funda>ental entre os dois ti$os de '&nculo D ?ue, en?ua
o cord!o u>;ilical D u>a cone!o cont&nua, o seio D U>a cone!o descont&nua e>;ora
concreta. Co>o se $oder
(
dedu=ir, o ar, o es$ao aDreo, D definiti'o, D funda>ental co>o inter$osi!o entre o
nenD> e sua >!e. ssi>, todos os autores alude> "s fantasias neste $er&odo e n!o
deia> de >encionar c ali>ento co>o restituidor do '&nculo $erdido: a si>;iose
 ;iolH%ica intra4uterina.
cB FIN1I--E #U1SION1
 Neste $er&odo, a finalidade $ulsional, isto D, o alcance ou a o;ten!o da descar%a
Asatisfa!oB, D du$la:
 6 $or u> lado, a incor$ora!o do sustento ;iolH%ico, cuo re$resentante >i>o D o
leite, se> o ?ual o sueito n!o $ode su;sistir. Co>$reender4se4 co> facilidade ?ue dar 
satisfa!o a estas $ulses cPa>adas de autoconser'a!o D u>a $re>issa ;sica, $or?ue
se> elas, ?ue funciona> " >aneira de su$orte, n!o eistir $sicolo%ia nenPu>a.
 6 $or outro lado, si>ultanea>ente co> a satisfa!o tra=ida $ela incor$ora!o do leite
>aterno, o sueito o;tD> u> $lus de satisfa!o ?ue D conse?ência de u> ecesso de
 
ener%ia ?ue aco>$anPa a $uls!o oral de autoconser'a!o.  este ecesso se d o no>e
de $uls!o seual, e sua satisfa!o se estende alD> do li>ite es$acial da ;oca e> si
>es>a Aesti>ula!o l;io co> l;io, dedos co> dedos, dedos co> ;oca, ;oca co>
dedosB e do li>ite te>$oral Aantes e de$ois de >a>ar a $uls!o se satisfa= e> di'ersas
 $artes do cor$oB.
(. -I/ISES - OR1I--E
Karl ;raPa> di'idiu o $er&odo oral e> dois su;$er&odos:
B OR1 #RI3RIO
Est%io oral $ri>rio ou de suc!o, ?ue se estende atD os 9 >eses de idade,
a$roi>ada>ente. ^ ta>;D> conPecido $elos no>es de fase $rD4a>;i'alente, est%io
narc&sico4$ri>rio ou est%io anacl&tico. Este su;$er&odo te> as se%uintes
caracter&sticas:
+
 6 $redo>inncia da incor$ora!o $ro'eniente do >undo eterno so; a liderana das
necessidades ;iolH%icas de autoconser'a!oQ
 6 a satisfa!o auto4erHtica co>o su;stituto co>$ensatHrio nos >o>entos e> ?ue o
o;eto outor%ante da satisfa!o n!o est $resenteQ
 6 tal co>o  foi dito anterior>ente, eiste u>a indiferencia!o no &nti>o do nenD>
entre ele $rH$rio e ?ual?uer outra coisa ?ue se encontre no >undo eterior.
Si>$lificando ele ainda acredita encontrar4se no teroQ
 6 u>a caracter&stica >uito discutida $or di'ersos autores: a ausência de a>or e de Hdio
 $ro$ria>ente ditos. [uer. di=er, neste $ri>iti'&ssi>o $er&odo do desen'ol'i>ento, n!o
P d'ida de ?ue eiste> os assi> cPa>ados afetos, >as titul4los de >or e de dio,
co>o o fa=, $or ee>$lo, elanie Klein, seria adultificar e, $ortanto, defor>ar u>
 $rocesso, retirando caracter&sticas ?ue lPe s!o $rH$rias.
5B OR1 SECUN-3RIO OU CNI51GSTICO
Est%io oral secundrio ou cani;al&stico 6 este est%io, ?ue transcorre no
decorrer do se%undo se>estre do $ri>eiro ano de 'ida, D caracteri=ado $eloa$areci>ento dos dentes, da& o no>e de cani;al&stico. Nessa D$oca a criana se 'incula
 $ela $ri>eira 'e= co> o >undo eterior, >ordendo.  incor$ora!o dos o;etos a%ora D
 $redo>inante>ente sdica, destruti'a, e o o;eto incor$orado D 'i'ido dentro do
a$arelPo $s&?uico $ri>iti'o e ainda rudi>entar da criana co>o >utilado, atacado, no
sentido descriti'o.
Ser i>$ortante 'oltar a este est%io e suas conse?entes fantasias, ?uando
falar>os de de$ress!o e >elancolia.
+. O RE1CIONENTO -E O5JETO
Referi>o4nos " rela!o ou relaciona>ento de o;eto na teoria #sicanal&tica co>o
ao '&nculo dialDtico ?ue co>$reende duas as diferentes >odalidades de co>o o sueito
or%ani=a seus o;etos internos e eternos e ta>;D> o >odo $elo ?ual estes >odela> a
conduta do sueito.

. O #RIEIRO O5JETO:  \E
 
O fato contido neste su;t&tulo, a$arente>ente H;'io, ei%e u> $e?uena
e$lica!o. E>;ora, e> sentido a>$lo, sea indiscut&'el ?ue o $ri>eiro o;eto co> o
?ual o ser Pu>ano se relaciona sua >!e, ne> se>$re esta >!e $recisa ser sua, ne> esta
si $recisa ser >!e. Este $e?ueno trocadilPo ?uer frisar ?ue a >!e $ara o
 $sico$atolo%ista, D >ais ?ue u> conceito, D u>a fun!o, ?ue ocu$ar u> lu%ar co>
deter>inadas si%nificaes $ara cada criana e> $articular. Si>$lificando: cPa>are>os
>!e ao ser Pu>ano ?ue ali>ente o nenD> e lPe $ro$orcione calor, sustenta!o es$acial,
contato dDr>ico, est&>ulos auditi'os, etc. Essas funes $ode> ser reali=adas $or 
?ual?uer $essoa, inde$endente de seo, idade ou '&nculo de $arentesco co> a criana.
0 u> outro $onto ?ue torna $ro;le>tica a no!o o;eto: D ?ue inicial>ente
n!o eiste> i>a%ens co>$letas de o;eto no sentido $sicolH%ico do ter>o. O nenD>
carece do sentido de 'incula!o entre u>a re$resenta!o sensorial e outra. #ara a 'is!o,
a audi!o, as >ulti'ariadas e caleidoscH$icas sensaes $ro'enientes de infinitas fontes,
s!o fra%>entos de u>a realidade e $or isso s!o deno>inadas $arciais, e n!o4unificadas.
Se al%u>a consciência $ode ter o nenD> nas $ri>eiras se>anas de 'ida, D u> ti$o de
consciência >uito arcaica, neurofisiolH%ica, ?ue de$ende total>ente das $erce$es
 $olares tens!o e relaa>ento. ssi> D ?ue ele o;ser'a e codifica o >undo e> torno
dele. Ou sea, ou o >undo D tenso e se> $ra=er, ou o >undo D relaado e $ra=eroso.
Outra ressal'a, ?ue se dedu= do ?ue foi dito anterior>ente, refere4se " fra%>enta!o
o;etal, esta $arcialidade de o;eto, ?ue nunca D si>$les, n&tida, recortada, $ois estes
o;etos $arciais se encontra> condensada>ente constitu&dos $or fra%>entos da?uilo a
?ue cPa>a>os V>!eW e $or fra%>entos das $rH$rias sensaes cor$orais do nenD>,
'isto ?ue o;'ia>ente ele ainda n!o te> no!o al%u>a do ?ue D seu e do ?ue $ertence
aos outros.
L
 RE1b\O -E -E#EN-gNCI CO O O5JETO #RI3RIO
O conceito de de$endência D de ca$ital i>$ortncia e> $sico$atolo%ia.
Si>$lificando, o Po>e> D o nico ser da nature=a ?ue nasce desar'orado, isto D, se>
 $oder sustentar4se ne> se?uer en%atinPar ou tatear e> ;usca de ali>ento, co>o o fa=
u> filPote de cacPorro. Isto ?uer di=er ?ue se n!o Pou'er u>a auda eterna $arasocorrê4lo, ali>ent4lo, a;ri%ando4o, sustentando4o, contendo4o, este recD>4nascido
>orrer ineora'el>ente. Esta $osi!o dra>tica de de$endência de outro ser Pu>ano
coloca o recD>4nascido " >ercê dos o;etos eteriores. O sueito te> de aceitar co>o
condi!o indis$ens'el da 'ida esta etre>a de$endência inicial ?ue >arcar $ara
se>$re seu desen'ol'i>ento $sicolH%ico. U>a das $ri>eiras conse?ências ?ue se
 $ode dedu=ir do $ar%rafo anterior D ?ue so>ente outro ser Pu>ano $ode Pu>ani=ar 
A'er $. *8B.
U>a se%unda conse?ência D ?ue $ara $oder a$render, a criana $a%ar o
ele'ado $reo da de$endência,  ?ue incor$ora n!o sH o leite e seus deri'ados
 $osteriores, >as ta>;D> o co>$licad&ssi>o conunto de sinais ?ue os seres Pu>anos
lPe trans>itir!o, entre eles a lin%ua%e>.
Encontra>os ent!o u> $aradoo funda>ental e ;sico: $ara $oder ser 
inde$endente, te> ?ue de$ender. E, a $osteriori, $ara $oder se tornar inde$endente
de'er li'rar4se das >arcas da de$endência.
O;ser'e4se a constru!o lin%&stica: IN4de$endência si%nifica literal>ente
incor$ora!o, interiori=a!o de u>a de$endência. Resu>indo, o sueito inde$endente e
 
autno>o do futuro le'ara $ara se>$re a >arca indelD'el da de$endência inicial ?ue lPe
foi necessria $ara so;re'i'er.
7.  E/O1Ub\O NO CON0ECIENTO -OS O5JETOS
 desco;erta real dos o;etos, tanto no sentido ?ualitati'o co>o ?uantitati'o se
fa=, co>o D lH%ico, %radual>ente.
7
a. Co>o a 'ida aDrea, etra4uterina, inau%ura o rit>o de contato e interru$!o de
ali>ento ?ue n!o eistia $re'ia>ente, fa'orecido $elo $ro%ressi'o desen'ol'i>ento
neurofisiolH%ico, os >o>entos de ausência ter!o funda>ental i>$ortncia. Isto
si%nifica ?ue as distines entre a $resena ou ausência do seio, assi> co>o Ae
decorrente dissoB os $e?uenos estados de consciência, de$ender!o da sensa!o de es$era
?ue a criana co>ea a ter da?uele o;eto4seio ?ue lPe satisfe= anterior>ente.
 ;.  diferencia!o das $erce$es co>ea a ser feita $ro%ressi'a>ente e, e> 'e=
da codifica!o tenso  relaado?ue 'i>os anterior>ente, a%ora tere>os confiana ou
conPecidos  estranPos ou du'idosos. Estes lti>os D ?ue s!o sentidos co>o $eri%osos
e ser!o o e>;asa>ento da?uilo a ?ue nHs cPa>are>os dio, e> o$osi!o aos outros
?ue outor%ar!o confiana e ser!o a ;ase do >or.
c. N!o resta d'ida ?ue a co>unica!o Pu>ana 'ai4se enri?uecendo " >edida
?ue se $rodu=e> as diferenciaes entre as di'ersas $erce$es.  criana $rinci$ia a
sinteti=ar os sinais $rocedentes do co>$licado o%o n!o 'er;al e 'er;al de sua >!e. 
>ani$ula!o ?ue os adultos eerce> so;re ela s!o V$acotesW de infor>a!o ?ue ser'e>
co>o $ontes entre ela e o >undo eterior ?ue 'ai Ve>er%indoW.
d. Inicial>ente e $elas causas aci>a descritas Aindiferencia!o do >undo interno
e >undo eterno, confus!o entre o ?ue ori%ina o $ra=eroso e o se> $ra=er, etc.B, o
>undo fantstico do nenD> D ;i'alente. Isto D, ele or%ani=a suas $erce$es sentindo
?ue eiste> al%uns o;etos ?ue lPe d!o $ra=er, satisfa!o, e outros radical>ente
distintos, ?ue lPe causa> des$ra=er e insatisfa!o.
Isto D o ?ue se conPece, na teoria leiniana, co>o o;etos ;ons e o;etos >aus.
Co>o se co>$reender, tais ?ualificati'os n!o tê> nada a 'er co> 'alori=aesde orde> >oral no ?ue di= res$eito aos o;etos, ou fra%>entos deles, a?ui en'ol'idos,
O >i>o ?ue $ode>os di=er, do $onto de 'ista o$eracional, D ?ue o nenD>, neste
 $er&odo, construir seu >undo interior co> a?uilo ?ue sinta lPe est $ro$orcionando a
 $ri>eira e$eriência de $ra=er. Sea de ?ue ori%e> for, essa e$eriência, i>$oss&'el de
ser tradu=ida e> $ala'ras, nHs, cientistas, adultos, tenta>os e$lic4la
9
>etforas. ssi>, di=e>os: estes s!o o;etos ;ons, $rotetores, cal>antes, etc. o
contrrio, todas as e$eriências ?ue causa> des%osto, co>o $or ee>$lo, a tens!o da
fo>e, o inc>odo da $ri>eira irrita!o e$idDr>ica $ro'ocada $elo retarda>ento na
troca das fraldas, a ausência $rolon%ada da >!e, etc., ser!o 'i'enciadas co>o
 $ro'enientes de o;etos >aus, destruti'os, $ersecutHrios, etc.
ais adiante, $articular>ente a $artir do se%undo se>estre do $ri>eiro ano de
'ida, e transitando  $ela se%unda fase oral, o >undo co>ea a ser sentido co>o
a>;i'alente. Isto ?uer di=er ?ue $ouco a $ouco, e co> as s&nteses ?ue '!o se
 $rodu=indo e> todos os n&'eis, a criana co>ear a co>$reender ?ue suas sensaes
 
ne> se>$re ser!o $rodu=idas $or diferentes o;etos, e ?ue, ?uase se>$re, u> >es>o
o;eto D ori%e> de sensaes o$ostas. O nenD> ter i>$ulsos de a$roi>a!o, ou sea,
de a>or $ri>iti'o e ta>;D> de afasta>ento e destrui!o AHdio $ri>iti'oB e> rela!o "
>es>a $essoa.
9. O -ESE
Entende4se $or des>a>e o $er&odo, e> torno dos do=e >eses de idade, e> ?ue D
retirado definiti'a>ente ao nenD> o contato co> o seio >aterno. Te>os ?ue fa=er duas
ressal'as:
a $ri>eira D ?ue a data de do=e >eses D a;soluta>ente relati'a,
4'ariando $ara cada >!e, $ara cada criana, $ara cada %ru$o social e $ara cada cultura.
E> se%undo lu%ar, su;linPa>os nessa data a$roi>ada o lti>o contato co> o seio
>aterno, a definiti'a se$ara!o dele co>o fonte ali>entar e, conco>itante>ente, de
 $ra=er. -edu=4se facil>ente ?ue esta e$eriência, ?ue a$arece $erante os olPos do
o;ser'ador eterno co>o ;rusca e dra>tica Ae ?ue de fato "s 'e=es assi> o DB, na
realidade 'ai4se $rodu=indo $aulatina>ente, a cada >a>ada.
Os inter'alos eistentes entre elas, cada 'e= >ais tolerados $ela criana,
cul>ina>, e> dado >o>ento, co> a?uilo a ?ue cPa>a>os de des>a>e definiti'o.
Co>$reende4se ta>;D> ?ue na i>ensa >aioria dos casos coeiste u> $er&odo de
ali>enta!o >ista, no ?ual o nenD> e$eri>entar di'ersos >odos de '&nculos
ali>entares ?ue lPe $ro$orcionar!o e$eriências enri?uecedoras de contato e
co>unica!o entre ele e o >undo. Isto
8
si%nifica ?ue ?uando se der o corte oral definiti'o, este ter tido u> $rocessa>ento
PistHrico de di'ersos afasta>entos $recedentes.
 necessrio re$etir ?ue a?ui entende>os $or seio n!o sH o Vseio de carneW, >as
ta>;D> o seio artificial, $ro$orcionado $ela >a>adeira e seu ;ico de ;orracPa,  ?ue,
co>o o leitor le>;rar, o conceito de >!e n!o se redu= so>ente ao as$ecto ;iolH%ico4
ali>entar $uro.  $reciso ?ue se oferea> ao nenD>, unta>ente co> a ;oa ?ualidade e
?uantidade de leite, condies de tran?ilidade, calor, aconcPe%o, conten!o, est&>ulos
tteis, auditi'os e olfati'os, $ara ?ue o constructo >!e se incor$ore eata>ente da
>es>a for>a.-este >odo $odere>os di=er ?ue u>a >ulPer ?ue a>a natural>ente seu filPo
 $ode n!o cu>$rir os re?uisitos $sicolH%icos $ara ?ue o nenD> $ossua as >arcas
sensHrio4$erce$ti'as da?uilo a ?ue con'encional>ente deno>ina>os ;o> o;eto, ou
 ;oa >!e. #or outro lado, u> Po>e> ?ue ali>ente artificial>ente seu nenD>, cu>$rindo
esta fun!o co> re?uisitos de aten!o e $rofunda inti>idade senso4$erce$ti'a,
 $ro$orcionar a este nenD> os tiolos necessrios e ade?uados $ara a for>a!o de seu
e%o.
E> resu>o, o conceito de >!e, co>o se o;ser'a, D relati'o. E, co>o tal, de'er
ser $es?uisado e e$lorado e> cada situa!o e e> cada caso.
EST32IO N1
 No curso do se%undo e terceiro anos de 'ida, a criana  se encontra >uito
desen'ol'ida e> co>$ara!o co> os $ri>eiros
 Tal'e= a?ui ta>;D> se $udesse acrescentar ?ue >es>o ali>entando natural>ente o
filPo, ou sea, >es>o cu>$rindo os re?uisitos de calor, aconcPe%o, conten!o, etc., isto
 $ode n!o ser suficiente $ara trans>itir4lPe a sensa!o de >!e ;oa, $or?ue a 'i'ência da
 
>!e > ou $ersecutHria $ode se instalar en?uanto o ;e;ê te> si>$les>ente fo>e e
cPora, no la$so de te>$o ?ue decorre atD ?ue cPe%ue o leite. [uer di=er, a 'i'ência
 $essoal, indi'idual de cada criana contri;ui si%nificati'a>ente $ara deter>inar a for>a
co>o a?uela criana 'ai a$reender a?uela situa!o. ACar>ine atuscello Neto.
Co>unica!o $essoal.B
*
>eses de sua 'ida etra4uterina. E>;ora ainda n!o sea de todo inde$endente, $ossui
u>a sDrie de funes ?ue lPe $er>ite> u> afasta>ento $ro%ressi'o e relati'a>ente
autno>o de seus o;etos $ri>rios A>!e, $aiB.
Essas ditas funes s!o: aB en%atinPar e andarQ ;B a lin%ua%e> Q cB O $ro%ressi'o
a$rendi=ado de funes fisiolH%icas ?ue re?uere> $ri>ordial>ente controle >otor:
co>er so=inPo Ase> auda de terceirosB e controle esfincteriano.
B FONTE
 $reciso di=er ?ue a re%i!o anal se encontra e> funciona>ento desde o co>eo
da 'ida, >as n!o ad?uire %rau de ati'a!o ne> caracteres li;idinais atD ?ue as condies
neurofisiolH%icas de a>adureci>ento e >eio a>;ientais ressalte> a >usculatura
'oluntria co>o o centro $rinci$al do desen'ol'i>ento.
 No nosso entender, este est%io se deno>ina anal $or?ue o ato da defeca!o
ocu$a u> lu%ar i>$ortant&ssi>o no desen'ol'i>ento $sicosseual da crianaQ $orD>
n!o se resu>e a$enas no controle esfincteriano. Este ser'e de >odelo $ara o controle
>otor e> %eral, sensaes de do>&nio, $ra=er na e$uls!o ou na reten!o, etc.
#ortanto a fonte $ulsional cor$oral, ou =ona erH%ena $arcial, de onde e>ana> as
 $ulses neste $er&odo D a >ucosa ano4retal, ?ue ter a seu car%o sensaes conscientes
de u> $rocesso >uito i>$ortante $ara a autoconser'a!o: a eli>ina!o dos res&duos
ali>entares indi%er&'eis. as, o;ser'ado so; este $onto de 'ista, a fonte $ulsional neste
est%io >uito >ais a>$la. Estende4se desde o esf&ncter $ilHrico A?ue se$ara o est>a%o
do intestinoB atD a =ona fronteiria anal, ?ue se$ara o interior cor$Hreo do >undo
eterior.
O leitor, fa>iliari=ado  co> a e$lica!o dos fen>enos $sicosseuais atra'Ds
dos >odelos estruturais de funciona>ento do a$arelPo $s&?uico A'er . B, $oder a%ora'er O nus co>o u>a no'a ;oca, en?uanto se$ara e une dois >undos, e> dois
>o'i>entos diferentes. O >undo eterior, ?ue na eta$a
)
oral era re$resentado $elo $eito, e ?ue, co>o  'i>os, a criana n!o distin%ue ne>
diferencia, $assa a%ora a ser nitida>ente discri>inado co>o ele>ento distinto do
>undo interior. E D o esf&ncter anal ?ue fa= esta deli>ita!o, as fe=es $assando a ser 
'i'enciadas co>o contedos internos ?ue s!o eteriori=ados.
5B O5JETO
ssi> co>o era fcil distin%uiro o;eto da fase oral, D ;e> >ais dif&cil fa=ê4lo
no est%io anal. O a$arelPo $s&?uico relati'a>ente si>$les da eta$a oral foi ad?uirindo
>aior co>$leidade %raas ao contato co> >aior n>ero de o;etos e ao
a>adureci>ento sensHrio4>otor.  necessrio di=er ?ue e>;ora estea>os estudando a
eta$a anal de >aneira isolada, sH $eda%o%ica>ente D assi>. Na realidade, ela D Perdeira
da eta$a oral, ficando esta ati'a, >as su$erada $elas no'as for>as ?ue as ei%ências do
 
cresci>ento '!o deter>inando. Ou sea, a eta$a anal te> caracter&sticas es$ec&ficas ?ue
a distin%ue>, >as n!o D $oss&'el estud4la se> le'ar e> conta seus antecedentes
PistHricos.
 >!e continua sendo o o;eto $ri'ile%iado da criana, sH ?ue a%ora D u> o;eto
'isuali=ado $or co>$leto Ao;eto totalB. #orD>, $sicolo%ica>ente, $assa a ser $ara a
criana u>a fun!o ?ue alD> de ali>entar, dar aconcPe%o e conter, de>onstra interesse
e> sua ca$acidade de controlar ati'a>ente esf&ncteres, >!os, desloca>entos es$aciais,
etc.
-a& ?ue, $ara a criana, V>!eW ser tudo a?uilo ?ue tentar >ani$ul4la, e ?ue,
 $or sua 'e=, ela ta>;D> >ani$ular, tendo co>o >odelo o controle e a V>ani$ula!oW
das fe=es.
 $reciso le>;rar ?ue u>a das $ri>eiras desco;ertas da $sicanlise foi
 usta>ente o controle e a >ani$ula!o ?ue os neurHticos o;sessi'os fa=e> co> os
o;etos reais, e atD co> os $ensa>entos, tratando4os co>o se fosse> V;olos fecaisW, ?ue
se retê>, ?ue se e$ulsa>, e co> os ?uais se o;tD> $ra=er.
 Este >ani$ular  ser >ani$ulado D $rH$rio da estrutura ;inria $ulsional antitDtica
deste $er&odo do desen'ol'i>ento. O Vcor$oW D  u>a re$resenta!o, u>a $roe!o do
n&'el ;iolH%ico concreto.  realidade eterior D u>a etens!o do $rH$rio cor$o,
a$arecendo este co>o u> articula4 dor co> o outro.
L
ssi> o ru>inar o;sessi'o de u> $ensador ?ual?uer te> sua ori%e> e >odelo
na ca$acidade de controlar a >usculatura esfincteriana.
O assi> cPa>ado V;olo fecalW se constitui nu> o;eto inter>edirio entre a
criana e o >undo eterior, e u> 'erdadeiro Vterceiro ele>entoW nu> conunto e> ?ue,
atD ent!o, Pa'ia> eistido a$enas dois.  i>$ortncia ?ue ad?uire o ;olo fecal co>o
ca>$o de dis$uta e de controle entre os deseos do >eio a>;iente A>!e, $ai, fa>iliares,
etc.B e os deseos da $rH$ria criana, torna4o a$to $ara se constituir, $or u> lado, e>
Perdeiro do o;eto4$eito da fase oral $recedente 6 e, $or outro, no antecessor do $ênis,
o;eto $ri'ile%iado da fase $sicosseual su;se?ente.
-e tudo isto, $ode>os resu>ir do ;olo fecal o se%uinte:a. Co>o ele>ento concreto, D u> ecitante da >ucosa ano4retal e, e> tal
sentido, total>ente e?ui$ar'el ao relaciona>ento eistente entre o $eito e a ;oca. E>
a>;os os est%ios, $ode>os ?uestionar se a sensa!o de $ra=er D $ri>aria>ente
fisiolH%ica ou secundria, ad?uirida $elo a$rendi=ado, ou as duas coisas untas.
 ;. O ;olo fecal D e$ulso do cor$o da criana, D u> ele>ento ?ue dele se
des$rende e> definiti'o. O;ser'e4se a diferena entre o $er&odo oral e este: no $ri>eiro,
o >o'i>ento do o;eto4$eito D Vcentr&$etoW, to>ando co>o eio central a crianaQ na
fase anal, o >o'i>ento D Vcentr&fu%oW, ou sea, P u>a eteriori=a!o dos contedos
internos. Neste sentido, o ;olo fecal contri;ui $ara >odelar a i>$ortante no!o do ?ue D
interno e do ?ue D eterno ao sueito.
Co>$reender4se4 a%ora ?ue o >edo de ser de%lutido na fase oral D su;stitu&do, na fase
anal, $elo >edo de ser des$oado do contedo cor$oral. Esta fantasia ad?uire 'rios
>ati=es: ser arrancado, ser 'iolentado, e, so;retudo, ser es'a=iado.
c. #elas caracter&sticas de inter>edia!o aci>a co>entadas, o ;olo fecal 'ai
re$resentar u> 'alor de troca entre a criana e o >undo eterior. Eis a?ui o su;strato
 $sicosseual das e?ui'alências descritas $or Freud entre as fe=es 6 $resentes ?ue se
oferece> ou se recusa> 6 e o dinPeiro, constituindo4se, assi>, este ulti>o, entre os
 
adultos, na re$resenta!o da?uilo ?ue se oferece e> troca de al%u>a coisa e ?ue ad?uire
deter>inado
L(
'alor A?ue de'e estar, $ortanto, alD> do ?ue est escrito nos n>eros do $a$el4>oedaB.
Esse 'alor, ?ue, $ara o adulto, se encontra alD> dos n>eros, te> sua ori%e> na fase
anal, nas >aneiras 6 >lti$las >aneiras 6 >ediante as ?uais as fe=es fora>
'alori=adas ou des'alori=adas. U> ee>$lo si>$les: ?uando a criana de>onstra os
 $ri>eiros ind&cios de autocontrole, a >!e res$onde co> sinais de satisfa!o. #rodu=4se
a& u> $onto de ancora%e>, de enlaa>ento, de Vsuei!oW, de uni!o e se$ara!o
si>ultneas, onde a criana a$rende ?ue e> troca do controle do ;olo fecal o;tD>, no
>&ni>o, a satisfa!o da >!e. O ;olo fecal co>ea ent!o a ad?uirir caracter&sticas de
'alor. Esta >es>a criana, con'ertida e> adulto, ter ta>;D> 'alores ?ue atri;uir "s
coisas $rH$rias ou alPeias.
ssi>, o V;eloW, o VfeioW, o ?ue 'ale a $ena, o des$re=&'el, e assi> $or diante,
ter tido sua ori%e> re>ota na >aneira $eculiar co>o ela foi tratada e@ou >ani$ulada
neste $er&odo do desen'ol'i>ento. Co>$reende4se assi> co>o o $a$el4>oeda corrente
AdinPeiroB se constitui na re$resenta!o >ais co>u> do ?ue ori%inal>ente foi o ;olo
fecal. U> indi'&duo adulto ser a'arento, V$!o4duroW ou %eneroso, V>!o4a;ertaW ?uanto
ao USO $articular de seu dinPeiro, confor>e tenPa sido u>a criana retenti'a ou tenPa
>ais docil>ente atra'essado o co>$leo a$rendi=ado de seu controle esfincteriano V.
cB FIN1I--E #U1SION1
 finalidade $ulsional D co>$lea tanto no ?ue se refere " sua e$lica!o ?uanto
no ?ue di= res$eito ao o;eto.  e'idente ?ue a satisfa!o $ro$orcionada $ela fun!o
fisiolH%ica defecatHria ei%e u>a e$lica!o >ais co>$lea do ?ue a?uela fornecida
 $ela fisiolo%ia.
 -este >odo, o 'alor ad?uire Pistoricidade concreta. N!o D o 'alor se%undo #lat!o,
 $ara ?ue> as coisas tinPa> 'alor $or si >es>as. O 'alor, $ara Freud, D 'alor en?uanto
desea;ilidade. Ou sea, en?uanto eista> deseos de u> indi'&duo diri%idos $ara u>a
deter>inada coisa, essa coisa estar encaiada na PistHria desse deseo.  PistHria do'alor ser a PistHria do deseo. Freud se insere desta >aneira dentro da $ro;le>tica
filosHfica de S$ino=a, 0e%el, Niets=cPe e ar, os ?uais desen'ol'era> u>a cr&tica dos
'alores insistindo e> torno de sua su;eti'idade.
L+
Co> efeito, tanto a e$uls!o do $roduto intestinal co>o a $rotela!o deste ato
s!o de u> $oder ero%ênico indiscut&'el.
Karl ;raPa> descre'eu classica>ente dois su;est%ios:
(.  #ri>eira Fase nal ou Fase E$ulsi'a 6 o $ra=er desta $ri>eira fase D
fornecido $or três 'ias:
a.  'ia fisiolH%ica, ?ue oferece a%rad'eis sensaes na =ona ano4retal, cada 'e=
?ue se $rodu= a eli>ina!o das fe=es. Este $ra=er co>o facil>ente se co>$reende, D
auto4erHtico, $ois D fornecido $elo ato e> si.
 ;.  'ia VsocialW, ?ue, a$oiando4se na 'ia fisiolH%ica natural, outor%a
i>$ortncias a estas funes anais e condu= a criana a reforar o interesse na fun!o
 
e'acuatHria e e> tudo o ?ue ela conota: $uar, e>$urrar, fa=er esforo, li;ertar4se de
u>a tens!o, etc.
c.  'ia contin%ente, constitu&da $ela introdu!o na =ona anal de >edica>entos
co>o su$ositHrios ou to>adas de te>$eratura, ou la'a%ens fre?entes, alD> de sua
necessidade ocasional. Tais aes $ro$orciona> u>a sDrie de sensaes erH%enas ?ue
 $ode> An!o necessaria>enteB se constituir, e> conunto co> as outras 'ias analisadas
e> a e ;, e> $redis$onenteS $ara estruturas $sico$atolH%icas da $ersonalidade.
Esta #ri>eira Fase nal E$ulsi'a $ro$orciona dois as$ectos ?ue de'er!o ser 
salientados: l.hB o auto4erotis>o, co>o 'i>os aci>a, ?ue D e?ui'alente ao $ra=er auto4
erHtico $ro$orcionado $ela $assa%e> da l&n%ua entre os l;ios ou $elo roar de l;io
contra l;io durante a fase oral. +.hB o as$ecto sdico do $er&odo anal, as$ecto este ?ue
 $ara al%uns autores ad?uire enor>e i>$ortncia, deno>inando4 se todo o est%io co>o
sdico4anal.
 $reciso esclarecer a du$la ori%e> do sadis>o na fase anal:
a. #or u> lado, o ato fisiolH%ico da e$uls!o, e as fe=es e> si, s!o 'i'enciados
 $ela criana co>o atos e o;etos de escasso 'alor e ?ue D $orisso >es>o ?ue acontece
o ato da e$uls!o Ao;ser'e4se a?ui o senti>ento de descrDdito, de des$re=o, ao co>u>
nas fantasias dos $acientesB. Toda essa rede de si%nificaes desli=a facil>ente $ara a
lin%ua%e> cotidiana atra'Ds as e$resses Vca%ueiW, Vfui ca%adoW, e assi> $or diante,
L
?ue si%nifica>: Ve$ulsei se> re>orsosW, Vfui e$ulso se> considera!oW.
 ;. O outro as$ecto do sadis>o est li%ado a di'ersos fatores sociais, ?ue
Vensina>W a criana a instru>entali=ar esta $ro$riedade fisiolH%ica e$ulsi'a $ara
desafiar a autoridade dos $ais, ?ue ?uere> usta>ente o contrrio: ensin4lo a reter, a se
li>$ar, a ser VeducadoW
+.  Se%unda Fase nal ou Fase Retenti'a 6 a?ui, ao contrrio da fase anterior,
o $ra=er se encontra no ato de reten!o das fe=es, >as a ori%e> desse $ra=er D i%ual nas
duas fases, e>;ora instru>entali=ado de >aneira diferente.
a.  criana 'ai desco;rindo $ro%ressi'a>ente ?ue a >ucosa anal $ode ser n!o
a$enas esti>ulada $ela e$uls!o, >as ta>;D> $ela reten!o.
Eiste u> acordo %eral de ?ue a?ui se encontraria a desco;erta do $ra=er auto4erHtico>aso?uista, ?ue D u> co>$onente da seualidade nor>al.  $reciso %rifar ?ue
>aso?uista, neste conteto, ?uer di=er u>a sDrie de sensaes des$ertadas
 $assi'a>ente, ou sea, a criana sente ?ue o ac>ulo das fe=es na $arte ter>inal do
intestino $ro'oca4lPe sensaes de $ra=er.  nu> se%undo >o>ento ?ue este $ra=er se
une ao ato 'oluntrio da reten!o. ?ui, ent!o, a ;usca desta sensa!o de $ra=er ser
ati'a.
 ;. Co>o na fase anterior, o $ra=er na reten!o das fe=es est constitu&do $ela
enor>e i>$ortncia ?ue os adultos lPe atri;ue>. -a& ?ue a criana co>ea a sa;er 
co>o >ani$ular as $essoas atra'Ds da reten!o das $rH$rias fe=es. O;ser'e>os, alis, a
ree>er%ência do sadis>o nesta Se%unda Fase nal.
 criana ter duas alternati'as, a esta altura de sua e'olu!o $sicosseual:
(. #ode utili=ar4se de suas fe=es co>o u> $resente, $ara satisfa=er os deseos
dos outros, a%rad4los, con?uistar e >anter seu carinPo, ou si>$les>ente co>o u>a
de>onstra!o de afeto, ou
+. Nu>a outra alternati'a, ?ue D reter as fe=es durante certo te>$o, o ?ue ser,
na >aioria dos casos, entendido co>o Postilidade diri%ida a seus $ais ?ue est!o
 $reocu$ados co> a $rodu!o das fe=es e seu res$ecti'o auto4Peterocontrole.
 
LL
(. O RE1CIONENTO -E O5JETO N FSE N1
 e'idente ?ue so;re a trilPa da fisiolo%ia, da e$uls!o e reten!o das fe=es, assi>
co>o so;re os conflitos e 'icissitudes suscitados $elo controle eterior Aeduca!o,
li>$e=a, orde>, etc.B, a criana or%ani=ar seus '&nculos o;etais ?ue ter!o ?uatro
caracter&sticas ;sicas:
B O S-ISO
J ter o leitor re$arado ?ue este $er&odo do desen'ol'i>ento est caracteri=ado
 $elo $ra=er e> a%redir u> deter>inado o;eto.
Isso ?uer di=er ?ue erotis>o e a%ressi'idade s!o encontrados nas duas fases da
analidade: na $ri>eira, P u>a tendência a destruir o o;eto eterior Ae$uls!oB, na
se%unda, conser'4lo co> a finalidade de control4lo Areten!oB. >;as as tendências
s!o i%ual>ente fonte de $ra=er.
O $ro;le>a do sadis>o $ro$orciona facetas interessantes so; o $onto de 'ista
 $sico$atolH%ico, sendo ?ue o $ro%ressi'o do>&nio do controle esfincteriano $er>ite "
criana ter acesso " no!o de $ro$riedade $ri'ada A'isto ?ue suas fe=es, ele $ode
Voferecê4lasW ou retê4lasB. [uase si>ultanea>ente co> a no!o anterior, ele constrHi a
no!o de $oder A$oder so;re seu $rH$rio cor$o e $oder afeti'o so;re os o;etos do
>undo eterior, na >edida e> ?ue os %ratifica ou frustra >ediante o controle
esfincterianoB
ssociados a estas duas noes est!o os dois senti>entos $eculiares e
caracter&sticos desta fase: os senti>entos de oni$otência e de su$eresti>a!o narc&sica
?ue a criana e$eri>enta o$ondo4se aos deseos de controle dos o;etos eternos so;re
ela. Isto $ode ser resu>ido na no!o de $osse.
ssi>, a fantasia caracter&stica deste $er&odo, e >ediante a ?ual a Criana
desea, D ?ual?uer coisa so;re a ?ual ela $ossa eercer do>&nio ou Vseus direitosW e>
%eral. Co>$reender4se4 ?ue ?ual?uer o;eto D redut&'el >ais $ri>iti'a $ossess!o: as
fe=es.
L7
5B O SO[UISO
Entende4se $or este ter>o os '&nculos de o;eto cua finalidade D $assi'a e ?ue
le'a>, co>o conse?ência, " o;ten!o de $ra=er e> e$eriências dolorosas.
 $reciso ressal'ar ?ue, nor>al>ente, sadis>o e >aso?uis>o est!o untos,
falando4se ent!o de sado>aso?uis>o. lD> do >ais, e>;ora n!o eista> d'idas de
?ue este ti$o de relaciona>ento de o;eto afunda suas ra&=es na fase anal, as e$licaes
?ue os di'ersos autores tê> oferecido s!o $ouco claras e, e> al%uns casos,
contraditHrias. ssi>, classica>ente, ad>ite4se ?ue o $a$el das nde%as no >aso?uis>o
D rele'ante $or?ue a li;ido se desloca desde a >ucosa ano4retal atD a $ele e a
>usculatura da re%i!o %ltea. Outros autores n!o outor%a> i>$ortncia t!o destacada "s
nde%as e si> " satisfa!o erHtica associada a casti%os cor$orais ou di'ersas $unies
sofridas no decorrer deste $er&odo do desen'ol'i>ento.
Tal'e= o as$ecto >ais interessante deste $ro;le>a sea a constata!o e>$&rica,
tanto e> crianas co>o e> adultos, das condutas de $ro'oca!o ati'as e a%ressi'as ?ue
 
fa=e> co> ?ue os o;etos eteriores, $ro'ocados e a%redidos, ter>ine> a%redindo o
sueito.  estreita uni!o entre sadis>o e >aso?uis>o ressalta a?ui co> toda a clare=a.
cB  5I/1gNCI
U>a leitura detalPada dos itens $recedentes >ostrar co>o os o;etos s!o 'istos
e >ani$ulados de >aneira a>;i'alente:
a. #or u> lado, os o;etos $ode> ser e$ulsos, eli>inados, su$ri>idos,
destru&dos e
 ;. #or outro lado, estes >es>os o;etos $ode> ser a$ro$riados e retidos, co>o
u>a $ossess!o alta>ente 'alori=ada e ?uerida.
-B 5I E 0OOSSEU1I--EQ TI/I--E E #SSI/I--E NRCISISO
N1
a.  ;isseualidade Pu>ana encontra na fase anal sua e$ress!o >ais
 $rotot&$ica,  ?ue o reto, sendo u> Hr%!o de ecre!o oco, $er>ite a estrutura!o de:
L9
(  >asculinidade, en?uanto o sueito sente a ca$acidade de e$ulsar ati'a>ente
 $rodutos ?ue se encontra> dentro dele. N!o D $oss&'el entender o sentido desta
afir>a!o se n!o se co>$reende a Pistoricidade desta $ro$riedade da >ucosa anal. Co>
efeito, ela D Perdeira da >ucosa oral, ?ue for>a as $aredes desse $ri>eiro oco, onde o
sueito a$rendeu a VtatearW o >undo eterior. Esta fun!o ati'a de tatea>ento alcana
sua cul>ina!o nesta fase do desen'ol'i>ento, ?uando a criana 'i'e a sensa!o de
sa&da de seu $roduto intestinal co>o $ri>eira fun!o ati'a. .
+. Si>ultanea>ente, o Hr%!o intestinal, co>o Hr%!o oco, rece;e sensaes de
orde> $assi'a, $ela $assa%e> das fe=es $or sua $arte ter>inal e $ela $oss&'el
 $enetra!o de cor$os estranPos a ele.
-a?ui deri'aria> as tendências fe>ininas.  $reciso su;linPar ?ue na Pierar?uia
?ue ad?uire> os cor$os estranPos a este oco 'e> e> $ri>eiro lu%ar o dedo, durante o
ato da >astur;a!o, ?ue ser'e de e$lora!o, desco;ri>ento e reconPeci>ento das
 $ro$riedades desta =ona erH%ena. >astur;a!o se constitui assi> nu> $reldio i>$ortant&ssi>o da seualidade
definiti'a.
a. O $ar, ati'idade4$assi'idade
En?uanto a >asculinidade e fe>inilidade definiti'as ainda n!o fora>
alcanadas, o ;in>io ati'idade4$assi'idade lidera os relaciona>entos o;etais nesta
fase do desen'ol'i>ento.
Seria u> erro i>$ortante $ensar ?ue este ;in>io D o nico nesta fase
inter>ediria entre o oral e o flico. Co> efeito, eiste> outros $ares anta%nicos ?ue
se or%ani=a> e> derredor do ati'o4$assi'o, $or ee>$lo, ;o>4>au, lindo4fei o, e,
so;retudo, %rande4$e?ueno. -este lti>o ;in>io $rocede u> conunto de fantasias
su;acentes " estrutura dos o%os infantis neste $er&odo: >Ddico4$aciente, PerHi ?ue
su$era $eri%os na sel'a, cPefe de u> eDrcito i>a%inrio, etc. -a& decorre ?ue u> os
ele>entos da 'alori=a!o a>orosa se encontra na antino>ia su;u%ar@ser su;u%ado, ou
do>inar@ser do>inado.
 ;. O $ro;le>a do narcisis>o.
 
Referi>o4nos, co> este ter>o, " su$er'alori=a!o ?ue a criana atri;ui ao ;olo
fecal, >ediante o ?ual e $elos fatores
L8
anterior>ente e$ostos con?uistao controle esfincteriano e, $or etens!o, o controle da
>usculatura 'oluntria 6 a >arcPa e o desloca>ento no es$ao. ssi> >es>o, e $elas
 $ossi;ilidades ?ue se lPe oferece> de ofertar e se o$or ao o;eto >aterno, se
ali>entar!o senti>entos de auto4esti>a e oni$otência. Nessa D$oca, os fins seuais s!o
 $redo>inante>ente auto4erHticos, instru>entando4se os o;etos co> fantasias cua
finalidade ser ser'ir ao $ra=er concentrado e> si >es>o.
Finali=ando, e co>o resu>o do est%io anal, dir&a>os ?ue suas caracter&sticas
s!o as se%uintes:
(.  o$osi!o ati'idade4$assi'idadeQ
+. O as$ecto dual no relaciona>ento de o;eto, ?uerendo si%nificar ?ue ainda n!o D
total>ente trian%ular ed&$ico.
.  reafir>a!o e consolida!o narc&sica do senti>ento de $oder, ?ue se encontra
inti>a>ente 'inculado a fantasias de reten!o4e$uls!o, e %rande4$e?ueno, entre outras.
L. O >o'i>ento $redo>inante>ente centr&$eto, ou sea, narc&sico, dos fins seuais.
Sendo $or defini!o, neste $er&odo, $ratica>ente ineistente a diferencia!o seual, o
'&nculo D Po>osseual, ?ual?uer ?ue sea o seo real do o;eto.
O EST32IO F31ICO
#or 'olta do terceiro ano de 'ida, os est%ios $recedentes s!o a;andonados,
 $assando ent!o a fa=er $arte da estrutura $sicosseual da criana. So;re'D> ent!o o
est%io flico, onde os Hr%!os %enitais ser!o al'o da concentra!o ener%Dtica $ulsional,
enfileirando4se todas as outras $ulses anteriores e $arciais so; seu co>ando. 
i>$ortante destacar ?ue ainda n!o se trata da %enitali=a!o definiti'a ou 'erdadeira.
Ressal'a>os ta>;D> ?ue nesta eta$a flica o conceito VseoW D >uito a>;&%uo,
  ?ue n!o eiste, $or $arte da criana, u>a conscienti=a!o da diferena seual
anat>ica. uito $elo contrrio, o ?ue conta, co>o o no>e do est%io o indica, D o
Hr%!o anat>ico >asculino, ?ue ad?uire o >ono$Hlio de ser o nico 'alor de eistência,tanto $ara o >enino, ?ue real>ente o $ossui, ?uanto $ara a >enina, ?ue dele carece.
L*
Estudare>os neste est%io três itens: o desen'ol'i>ento $sicosseual, o as$ecto
narc&sico e $ortanto $rD4%enital do est%io flico, e a an%stia de castra!o.
(. O -ESEN/O1/IENTO #SICOSSEU1
O erotis>o uretral
Esta su;eta$a do desen'ol'i>ento foi descrita $or FenicPel co>o u> $er&odo
inter>edirio entre o est%io anal e o flico $ro$ria>ente dito. -e >odo %eral, s!o
atri;u&das " urina as >es>as caracter&sticas das fe=es, ou sea, o $ra=er de urinar unto
co> o $ra=er da sua reten!o. E>;ora inicial>ente sea auto4erHtico, $ro%ressi'a>ente
'ai ad?uirindo $ra=eres >ais Vcentr&fu%osW, co> fantasias as >ais di'ersas de urinar 
so;re ou e> outras $essoas.
 
O $ra=er de urinar ter u> du$lo 'Drtice.
A(B E> a>;os os seos, eiste u>a si%nifica!o flica e atD sdica. O ato de >ic!o ser
e?ui'alente a u>a $enetra!o ati'a co> fantasias de destrui!o, do>&nio e controle.
A+B o >es>o te>$o, as crianas sente> $ra=er e> sentir $assi'a>ente o correr da
urina $or seus canais es$ec&ficos.
 Nos >eninos, este carter $assi'o da urina atra'essando os condutos uretrais D
%eral>ente associado ao $ra=er de acariciar as =onas %enitais, e> co>;inatHrias
di'ersas co> ?ual?uer ti$o de fantasia.
 Nas >eninas, n!o P d'ida ?ue a assi> cPa>ada Vin'ea do $ênisW, ?ue D u>
 $ro;le>a das fases finais do est%io flico e in&cio do Co>$leo de di$o, te> seu
antecedente no as$ecto ati'o e $ortanto flico da >ic!o. FenicPel afir>a, e al%uns
dados cl&nicos o corro;ora>, ?ue o $ra=er $assi'o $ro$orcionado $ela >ic!o est
deslocado nas >ulPeres $ara o correr das l%ri>as ?uando estas fa=e> $arte de ?uadros
onde o $ranto ocu$a u> lu%ar destacado. AFenicPel, O. Teoria $sicanal&tica de las
neurosis. Ed. #aidHs, ()99.B e Se%undo FenicPel, o or%ulPo narc&sico ?ue o controle do
'esical $ro$orciona est fre?ente>ente li%ado ao senti>ento de 'er%onPa, de'ido "s
recri>inaes dos adultos, ?uando esse controle fracassa.  interessante destacar ?ue,
 $ara esse
L)
autor, a 'er%onPa teria sua fia!o nesta eta$a, ao $asso ?ue a a>;i!o seria u>
>ecanis>o de defesa reati'o, caracter&stico da luta contra esse senti>ento.
 >astur;a!o infantil
[uere>os deiar ;e> claro ?ue, se estuda>os a%ora a >astur;a!o infantil, n!o
D $or?ue a$area nesta eta$a. Co>o todo ele>ento inclu&do dentro de u> $rocesso
PistHrico, a >ani$ula!o dos Hr%!os %enitais te> seus antecedentes PistHricos e> eta$as
>ais anteriores do desen'ol'i>ento.
E, $orD> neste $er&odo flico do desen'ol'i>ento seual ?ue, audada $ela
contin%ência das $reocu$aes sociais de li>$e=a, a ecita!o natural da >ic!o ficar
eacer;ada. Nessa D$oca, os o%os >anuais das crianas re$resenta> o ?ue se costu>a
cPa>ar de V>astur;a!o $ri>riaW. U>a 'e= ad?uirida a disci$lina do esf&ncter 'esical,
este $ra=er, inicial>ente li%ado a$enas " e>iss!o da urina, $rocurar ser o;tido de
for>a dissociada dela, ati'a, e de >aneira re$etiti'a. Isto D o ?ue se cPa>a de
V>astur;a!o secundriaW, " ?ual %eral>ente todos se refere>.
Esta Pistoricidade da ecita!o ou da $rocura ati'a da ecita!o de u>a $arte do
cor$o, e ?ue afunda suas ra&=es desde o $ri>eiro contato de u> ser Pu>ano co> outro
ser Pu>ano, te> sua ori%e> na estreita li%a!o de V$elesW e V>sculosW entre o ;e;ê e
sua >!e.
Co> efeito, e co>o  foi dito e> $%inas anteriores A'er $.  e se%s.B, o
'&nculo do nenD> co> o >undo eterior n!o se redu= ao contato $eito4;oca e sua
satisfa!o es$ec&fica $or inter>Ddio do leite. Eiste u>a es$Dcie de Vfo>eW de contatos
>tuos entre o ser adulto e a criana nesta $ri>iti'a eta$a do desen'ol'i>ento ?ue, e>
sua %rande $arte, D satisfeita atra'Ds do ato de >a>ar, troca de fraldas, ;anPos, $asseios,
etc. #ouco a $ouco, as V>arcasW da satisfa!o o;tida nas diferentes $artes do cor$o e,
e> es$ecial, na =ona oral, s!o $ercorridas " >aneira de reconPeci>ento e> for>a
>anual $elo nenD>.
 
Real>ente, a e$lora!o do $rH$rio cor$o D u>a ati'idade su;stituti'a, ?ue
le>;ra o conunto de satisfaes o;tidas 6 e a$rendidas e> contato co> outro ser 
Pu>ano. 1ei%os e $rofissionais costu>a> cPa>ar de >astur;a!o ao conunto de
>ani$ulaes
7
efetuadas so;re o a$arelPo %enital. as, ?uando as crianas cPe%a> a este ti$o de
ati'idade,  $ercorrera> >uito ca>inPo erHtico, a$rendendo ?ue os l&?uidos ?ue
atra'essa> os orais, anais, %enitais, etc., $rodu=e> satisfaes di'ersas caracteri=adas
 $elo al&'io de tens!o decorrente de sua descar%a. #or sua 'e=, esse al&'io de tens!o 'e>
aco>$anPado de deter>inados efeitos no >undo eterior e "s 'e=es as sensaes s!o
 $ro'ocadas $ela a!o desse >undo eterior, co>o D o caso do ;e;ê na fase oral.
J desde as $ri>eiras se>anas da 'ida, o ser Pu>ano $ro$orciona $ra=er a si
>es>o, usando u>a $arte do $rH$rio cor$o $ara esti>ular outra $arte, %eral>ente u>
orif&cio. ssi>, o cPu$ar do $ole%ar ser o $rotHti$o de u>a satisfa!o su;stituti'a ?ue
ser'e co>o >odelo de e$lora!o e reconPeci>ento do cor$o.
Ser $reciso entender ?ue,  desde essas $ri>eiras se>anas, o nenD>, ao se
auto4satisfa=er, eclui os outros seres Pu>anos co>o $ro$orcionantes ati'os de $ra=er.
etaforica>ente, dir&a>os ?ue o nenD> d sinais de Vinde$endênciaW e Vautono>iaW.
Esta co>$licada %a>a de senti>entos de eclus!o, ?ue no in&cio da 'ida $assa ?uase
des$erce;ida, 'ai ad?uirindo >aior rele'ncia nos adultos fa>iliares da criana "
>edida ?ue nos a$roi>a>os das eta$as flico4%enitais. contece, ent!o, u>a du$la
re>iniscência. #or u> lado, a criana, nos diferentes $er&odos de seu desen'ol'i>ento
 $sicosseual, ao se $ro$orcionar $ra=er, eclui os adultos ?ue, assi>, re'i'e>
 $ri>iti'os senti>entos de eclus!o de ra&=es ed&$icas. #or outro lado, ao conte>$lar a
a!o auto4erHtica das crianas, os adultos Vle>;ra>W sua $rH$ria ati'idade
>astur;atHria recalcada.
-esta du$la a!o ?ue se $otenciali=a >utua>ente, ori%ina4se a re$ress!o da
>astur;a!o $or $arte dos adultos contra as crianas. Nu>a 'erdadeira re$eti!o de
fatos si>ilares, acontecidos e> sua $rH$ria infncia, D ?ue os adultos re$ete> 6 
 $unindo, $roi;indo 6 ati'a>ente o ?ue sofrera> $assi'a>ente.


Continue navegando