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Edited - SIMULADO MÉDIO P1

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Prévia do material em texto

QUESTÃO 01 
Disponível em: https://www.azcentral.com. Acesso em: 29 jul. 2020. 
 
Polissemia é um fenômeno linguístico caracterizado pela existência de um termo que apresenta 
mais de um significado. Com base no cartum acima, o uso da palavra kind, na fala da personagem, 
enfatiza 
 
A urgência de se resgatar a gentileza, tão necessária nas relações humanas. 
B intolerância demonstrada pelas pessoas em relação aos seus semelhantes. 
C dificuldade que os seres humanos apresentam de respeitar a opinião alheia. 
D incapacidade generalizada de demonstrar empatia nas situações cotidianas. 
E linguagem ofensiva que é empregada por adultos na presença das crianças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
http://www.azcentral.com/
 
 
 
QUESTÃO 02 
 
Quadruple-stranded dna seen in healthy human cells for the first time 
 
The world’s most famous molecule – the DNA double helix – sometimes doubles up again. 
Researchers have now found this quadruple-stranded form in healthy human cells for the first time. 
Four-stranded DNA has been seen before in some cancer cells and in lab-based chemistry 
experiments, but this is the first time the molecule has been visualised in healthy, living human cells, 
as a stable structure created by normal cellular processes. 
“We’ve undoubtedly demonstrated that the quadruple-strand DNA forms in living cells,” says 
Marco Di Antonio at Imperial College London. “This forces us to rethink the biology of DNA.” 
The DNA molecule is made up of four nucleobases – adenine, cytosine, guanine and thymine 
– and can configure itself in a number of ways. It creates a four-stranded structure when four 
guanine bases form a square – guanine is the only base able to bond with itself. 
HOOPER, R. Disponível em: https://www.newscientist.com/. Acesso em: 29 jul. 2020. 
 
Pesquisadores da Cambridge University descobriram que a hélice dupla do DNA (onde toda a 
informação genética dos seres vivos está guardada) pode dobrar sobre si mesma, formando uma 
cadeia quádrupla. Com base na leitura do texto, o DNA quádruplo 
A abre uma gigantesca possibilidade de cura para várias doenças de fundo genético. 
B não deve promover grandes transformações no estudo atual da biologia molecular. 
C é uma estrutura bastante instável que não pode ser gerada por processos naturais. 
D tinha sido observado antes em células com câncer e em experimentos laboratoriais. 
E apresenta bases nucleares totalmente distintas daquelas encontradas no DNA duplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
http://www.newscientist.com/
 
 
 
 
 
QUESTÃO 03 
 
The history behind Japan’s love of face masks 
 
 
In Japan, it’s sometimes said that the eyes speak as much as the mouth. 
Perhaps the proverbial phrase captures the essence of the nation’s affinity for face masks, a 
relationship that can be traced back centuries and a custom to which is attributed Japan’s lower 
number of deaths from COVID-19 compared with Western nations — in particular the United States, 
where wearing a mask has recently become a politically charged issue. 
Masks are now omnipresent in Japan as a result of the pandemic, thanks in part to an inherent 
mask-wearing culture. Besides being sporadically worn during hay fever and influenza seasons, 
masks have expanded beyond their traditional role over the years and have even been adopted by 
the fashion and beauty industries. 
There are masks that cut ultraviolet rays and prevent glasses from fogging, and masks that 
make the face look slimmer. There’s even a term for women who look good in masks — masuku 
bijin (masked beauty) — and contests are held to decide who among them looks the most attractive 
donning one. The key, apparently, is the enhancement of the eyes. 
MARTIN, A. Disponível em: https://www.japantimes.co.jp. Acesso em: 29 jul. 2020. 
 
A pandemia do novo coronavírus trouxe para o brasileiro novos hábitos. Entre eles, usar máscara 
de proteção. De acordo com o texto, a cultura das máscaras no Japão 
A impede que as indústrias da moda e da beleza se apropriem dessa tradição secular. 
B ganhou espaço, muito recentemente, por causa de uma epidemia de “febre do feno”. 
C inibe uma característica milenar dos japoneses que é a expressão através do sorriso. 
D transformou-se em uma questão de natureza puramente política e ideológica no país. 
E pode ter sido um fator que contribuiu para um número menor de mortes por Covid-19. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
http://www.japantimes.co.jp/
 
 
 
 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
Disponível em: https://www.forbes.com. Acesso em: 29 jul. 2020. 
 
A pandemia de coronavírus está impactando globalmente as estratégias publicitárias de grandes 
marcas. Com base na imagem acima, a função do texto é 
 
A incentivar as pessoas a não desistirem dos seus sonhos em virtude das adversidades. 
B divulgar uma nova linha de produtos voltada para aqueles que treinam em suas casas. 
C reforçar a importância do distanciamento social como uma estratégia para salvar vidas. 
D anunciar uma liquidação para a compra de produtos da Nike por um valor promocional. 
E destacar uma ação social da empresa que auxilia atletas que perderam patrocinadores. 
 
QUESTÃO 05 
 
Epitaph on a tyrant 
 
Perfection, of a kind, was what he was after, 
And the poetry he invented was easy to understand; 
He knew human folly like the back of his hand, 
And was greatly interested in armies and fleets; 
When he laughed, respectable senators burst with laughter, 
And when he cried the little children died in the streets. 
AUDEN, W.H. Disponível em: https://allpoetry.com. Acesso em: 29 jul. 2020. 
 
Wystan Hugh Auden (1907 – 1973), que escrevia como W. H. Auden, foi um poeta anglo- 
-americano, tido como um dos grandes autores do século XX. Com base no poema acima, o eu lírico 
 
A descreve os tiranos como seres completamente destituídos de senso de humor. 
B enaltece o papel da arte como um instrumento essencial no combate aos tiranos. 
C revela como os tiranos fazem uso das crianças para disfarçar sua enorme vilania. 
D demonstra o grande interesse que os tiranos possuem por exércitos e esquadras. 
E retrata o total desinteresse dos tiranos em relação ao estudo da natureza humana. 
 
 
 
 
4 
http://www.forbes.com/
 
 
 
QUESTÃO 06 
Rescatan a una gaviota atrapada en una mascarilla 
 
 
Esta gaviota quedó enredada en una mascarilla desechable en el Reino Unido. Los 
veterinarios que la atendieron afirmaron que sus patas pudieron haber estado mucho tiempo 
atrapadas en las tiras elásticas del tapabocas. 
Por CNN Español. Publicado a las 10:09 ET (14:09 GMT) 23 July, 2020. 
 
O texto apresenta a notícia de um fato ocorrido recentemente no Reino Unido. Tal fato pode ser 
resumido no que segue: 
A Uma gaivota foi capturada por pescadores por meio de uma rede elástica. 
B Uma pessoa mascarada capturou uma gaivota indesejável no Reino Unido. 
C Uma gaivota ficou presa em uma máscara descartável no Reino Unido. 
D Alguns veterinários conseguiram segurar uma gaivota pelas patas. 
E Uma gaivota foi atendida por veterinários que prenderam suas patas com tiras. 
 
 
QUESTÃO 07 
 
Según Benjamín Franklin, invertir en conocimientos produce siempre los mejores intereses, 
por lo que espero que obtengas, a través de este libro, las más grandes ganancias para tu futuro 
profesional. 
SANTANA, A. Matemáticas Simplificadas, p. 12. 
 
 
O pensamento de Benjamim Franklin apresentado no texto acima transcrito corresponde, em 
português, à ideia de que 
 
A com um livro, podemos obter nossas ganâncias profissionais. 
B os melhores interesses se produzem ao inverter conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
C por meio de um bom livro, alguém pode controlar suas ganâncias. 
D o investimento em conhecimento produz os melhores juros. 
E inverter conhecimentos é ter interesse e ganância profissional. 
 
QUESTÃO 08 
La filosofía es una disciplina que estudia e intenta responder algunascuestiones 
fundamentales para los seres humanos: cuál es el sentido de la existencia, la búsqueda de la 
verdad, la moral, la ética, la belleza, el lenguaje, la mente, entre muchas otras. 
A muy grandes rasgos, en occidente, hemos dividido a la filosofía en algunas etapas (por 
ejemplo, la filosofía griega, la filosofía medieval y la filosofía moderna) y dentro de cada una hemos 
ubicado a distintos pensadores que nos han ayudado a comprender y producir cambios sociales y 
culturales. 
Disponível em: https://psicologiaymente.com/cultura/filosofos-mas-famosos-importantes. 
O texto acima transcrito apresenta, nos dois parágrafos, duas ideias importantes, relativas à 
Filosofia, que são o(a) 
 
A sentido da existência humana e a busca da verdade entre outras coisas. 
B busca de respostas a questões básicas e a divisão do estudo filosófico em etapas. 
C estudo das questões morais e éticas, e a preocupação com o tema da beleza. 
D divisão da Filosofia em etapas e a localização de pensadores distintos. 
E compreensão e a consequente produção das mudanças sociais e culturais. 
 
 
QUESTÃO 09 
 
 
¡Son tantos los prejuicios y las afirmaciones ligeras sobre todo lo de China! Cuando no se la 
concibe con tonos mágicos y casi sobrenaturales, la civilización china es denigrada por ignorancia o 
mala fe. 
BEJA, F. B. China: su historia y cultura hasta 1800, p. 19. 
 
No seu estudo sobre a história e a cultura chinesa, Flora Botton Beja começa afirmando que 
A sobre a China, há muitos preconceitos e concepções fantasiosas por ignorância ou má fé. 
B as afirmações rápidas e fantasiosas sobre a China causam muitos prejuízos àquele país. 
C são muitos os prejuízos e afirmações ligeiras e mágicas sobre toda a civilização chinesa. 
D a civilização chinesa é denegrida pelos mágicos exploradores de coisas sobrenaturais. 
E os prejuízos causados pela China se devem à ignorância e à má fé da civilização chinesa. 
 
 
中国历史 
Zhōngguó lìshǐ 
(História da China, em mandarim) 
 
 
6 
 
 
 
 
QUESTÃO 10 
 
 
 
La cabeza y el cuello son un área especialmente difícil de dominar para los estudiantes, 
residentes y profesores, debido no sólo al gran número de estructuras que se concentran en esta 
región relativamente pequeña del cuerpo, sino también a la complejidad de su organización 
anatómica en las tres dimensiones. El viejo dicho de que “hay más anatomía por encima del hioides 
que por debajo” plantea un reto sin igual a cualquiera que trate de representar la anatomía de esa 
región de forma simple, visualmente atractiva y clínicamente relevante. 
NETTER. Atlas de Anatomía Humana, p. 7. 
 
Na introdução do célebre Atlas de Anatomia Humana, de Frank H. Netter (edição em espanhol), o 
autor afirma que 
 
A os estudantes apresentam dificuldade em dominar a área da cabeça de um coelho. 
B um velho já dizia que havia mais ossos por baixo da língua do que por cima dela. 
C por possuir uma região pequena, a cabeça não concentra um número elevado de estruturas. 
D o osso hioide apresenta um formato reto sem igual em sua anatomia de forma simples. 
E é um desafio inigualável representar de forma simples a região da cabeça e do pescoço. 
 
 
QUESTÃO 11 
 
 
 
 
Disponível em: http://migre.me/jzYsH. 
“A censura, seja qual for, parece-me uma monstruosidade, algo pior que o homicídio; o 
atentado contra o pensamento é um crime de lesa-alma.” 
Flaubert (1821-1880) 
 
 
 
 
7 
http://migre.me/jzYsH
 
 
A imagem, aliada à citação de Flaubert, promove um conceito extremamente crítico acerca da 
censura que muitos países promovem como forma de cercear a liberdade de seus habitantes 
quanto 
 
A o acesso à informação no universo digital. 
B à exposição de suas vidas privadas nas redes sociais. 
C à divulgação de literatura engajada. 
D à prevenção de usos indevidos da internet. 
E à unificação de redes comunicativas analógicas. 
 
 
QUESTÃO 12 
 
 
 
Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa. 
Não sou alegre nem sou triste: 
sou poeta. 
 
Irmão das coisas fugidias, 
não sinto gozo nem tormento. 
Atravesso noites e dias 
no vento. 
Motivo 
 
Se desmorono ou se edifico, 
se permaneço ou me desfaço, 
— não sei, não sei. Não sei se fico 
ou passo. 
 
Sei que canto. E a canção é tudo. 
Tem sangue eterno a asa ritmada. 
E um dia sei que estarei mudo: 
— mais nada. 
 
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001. 
 
Na literatura de Cecília Meireles, há muitas discussões sobre a efemeridade da vida e sua relação 
com a morte. Dentre os vários recursos utilizados pela autora para consolidar seu diálogo com as 
temáticas citadas, destacamos o uso da figura de linguagem denominada eufemismo, 
popularmente conhecida como figura da suavização. No poema acima, podemos identificar que 
houve suavização da ideia da morte na seguinte passagem: 
 
A “Sei que canto. E a canção é tudo. 
Tem sangue eterno a asa ritmada.” 
B “Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa.” 
C “Atravesso noites e dias 
no vento.” 
D “Não sou alegre nem sou triste: 
sou poeta.” 
E “E um dia sei que estarei mudo: 
— mais nada.” 
 
 
8 
 
 
 
QUESTÃO 13 
 
Rima 
 
Rondo pela noite 
Imaginando mil coisas 
Meditando sozinho 
Até a madrugada 
 
Isto tudo é tão contrário 
Medo e coragem 
Amor e ódio 
Revolta e compreensão 
 
Mas nada rima nesse mundo 
Apenas eu e você restávamos 
Resto do que o mundo já foi 
Intensamente, imensamente, eternamente 
Até mesmo nós sucumbimos 
Reavaliamos nossa condição 
Indiferentes, deixamos de rimar 
Menos um casal no mundo 
 
Agora ando sozinho 
Meditando noite adentro 
Imaginando e esquecendo mil e uma coisas 
Rondando até a madrugada 
 
 
 
 
 
 
Raimundo Correia 
 
Reconhecidamente parnasiano, Raimundo Correia, nos versos lidos, rompe com preceitos dessa 
escola porque ele 
 
A contrapõe a rima presente no poema e a falta de harmonia entre as pessoas. 
B utiliza a palavra rima com um único sentido. 
C opta pelo refinamento formal, retomando preceitos clássicos. 
D confirma a ideia fundamental da Arte pela Arte. 
E apresenta a vida de forma pessimista, utilizando a subjetividade da palavra rima. 
 
QUESTÃO 14 
 
Um prêmio chamado Sharp, ou Shell, Deus me livre! Não quero. Acho esses nomes feios. 
Não recebo prêmios de empresas ligadas a grupos multinacionais. Não sou traidor do meu povo 
nem estou à venda. 
SUASSUNA, A., criador do Movimento Armorial. Veja, 3 jul. 1996. 
 
Pelo que se pode inferir, o autor de O auto da compadecida não recebia prêmios de empresas 
multinacionais porque 
A achou os nomes das empresas muito feios. 
B estaria prestando um desserviço à cultura linguística do seu país. 
C detestava qualquer empresa que não fosse brasileira. 
D achava que esses prêmios não tinham valor. 
E rejeitava a ideia de ficar devendo favores às empresas. 
 
 
 
 
9 
 
 
 
QUESTÃO 15 
Sobre o processo de formação da palavra “macarronívoro”, podemos inferir que é um(a) 
 
A arcaísmo, pois usa elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de 
outras culturas. 
B neologismo formado pela composição de dois radicais semelhante ao que ocorre na palavra 
“herbívoro”. 
C gíria infantil, visto que a criança formou uma palavra que não obedece a uma lógica interna da 
língua portuguesa. 
D neologismo formado por derivação parassintética cujo sufixo apresenta sentido de “devorar, 
comer”. 
E gíria, por expressar um termo característico da fala de determinada faixa etária. 
 
QUESTÃO 16 
 
 
Procura da poesia 
Não faças versos sobre acontecimentos. 
Não há criação nem morte perante a poesia. 
Diante dela, a vida é um sol estático, 
não aquece nem ilumina. 
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. 
Não faças poesia com o corpo, 
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica. 
Carlos Drummond de Andrade 
Observando os versos de Drummond,em Procura da poesia, podemos observar que 
A o autor preocupa-se com a forma em detrimento do conteúdo. 
B não há relação entre o título e o corpo do poema. 
C o aspecto referencial se sobressai em relação ao poético. 
D há indícios de metatextualidade na estrutura poética. 
E há um forte apelo em dialogar com um destinatário desiludido. 
 
 
 
 
10 
 
 
 
QUESTÃO 17 
TEXTO I 
 
1. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino 
que ressoa ou como o prato que retine. 4. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se 
vangloria, não se orgulha. 
Coríntios 13. 
 
TEXTO II 
 
Monte Castelo 
 
O amor é o fogo que arde sem se ver É ferida que dói e 
não se sente 
É um contentamento descontente É dor que desatina 
sem doer Ainda que eu falasse 
A língua dos homens 
E falasse a língua dos anjos Sem amor, eu nada seria 
É um não querer mais que bem querer É solitário andar 
por entre a gente 
É um não contentar-se de contente É cuidar que se 
ganha em se perder É um estar-se preso por vontade 
É servir a quem vence, o vencedor 
É um ter com quem nos mata a lealdade Tão contrário a 
si é o mesmo amor Estou acordado e todos dormem 
Todos dormem, todos dormem Agora vejo em parte 
Mas então veremos face a face É só o amor! É só o amor 
Que conhece o que é verdade Ainda que eu falasse 
A língua dos homens 
E falasse a língua dos anjos Sem amor, eu nada seria 
 
Renato Russo 
 
Ocorre entre os dois textos uma intertextualidade temática por meio da paráfrase. No entanto, é 
possível perceber ainda um recurso denominado 
 
A paródia. 
B pastiche. 
C estilização. 
D bricolagem. 
E epígrafe. 
 
 
QUESTÃO 18 
 
Charles Darwin, o único e aristocrático passageiro do HMS Beagle (His Majesty’s Ship 
Beagle), teve uma feliz e venturosa estada nas ilhas Galápagos ao largo do Equador, no oceano 
Pacífico, naquele longínquo ano de 1835. 
Foram quatro semanas de muito sol, passeios de barco pelas praias e enseadas, incursões 
pelas ilhas, onde a insaciável curiosidade do naturalista amador se deliciou observando e 
colecionando fantástico espécimes animais e vegetais. Uma tarde, caminhando pela ilha, Charles 
surpreendeu-se com a declaração do governador Nicholas Lawson de que seria capaz de dizer 
exatamente de qual ilha provinha cada uma das inumeráveis tartarugas que encontravam pelo 
caminho. 
“Está sugerindo que cada ilha produz seu tipo especial de tartaruga?”, perguntou Darwin. O 
governador não tinha dúvidas, pois há mais de ano aprendera a identificá-las observando as 
carapaças, com os gomos mais altos ou mais baixos, a espessura, o colorido, o comprimento do 
pescoço e das pernas. Abismado, Darwin perguntou se o governador sabia por que isso acontecia. 
Os olhos do próprio Darwin já haviam visto algo parecido, ali mesmo nas ilhas Galápagos. Ele 
observara que os tentilhões, pequenos pássaros que lá existem aos milhares, tinham bicos 
diferentes, maiores ou menores, conforme fosse a ilha de origem. [...] 
Disponível em: https://super.abril.com.br/comportamento/darwin-a-evolucao-de-um-homem/. 
 
 
 
 
11 
 
 
Na reportagem, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos apresentados e 
descritos, destaca-se a 
 
A alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos. 
B inclusão de enunciado com comentário e avaliação do pesquisador. 
C construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto. 
D presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos. 
E referência a pessoas marcantes na trajetória da pesquisa do cientista. 
 
QUESTÃO 19 
 
 
 
A partir da representatividade do quadrinho acima, percebe-se que há a presença marcante da 
função da linguagem 
 
A apelativa. 
B metalinguística. 
C expressiva. 
D referencial. 
E fática. 
 
 
QUESTÃO 20 
 
TEXTO I 
Amor 
No outro dia me despedi dos camaradas. O vento balançava os campos e pela primeira vez 
senti a beleza ambiente. Olhei sem saudades para a casa-grande. O amor pela minha classe, pelos 
trabalhadores e operários, amor humano e grande, mataria o amor mesquinho pela filha do patrão. 
Eu pensava assim e com razão. Na curva da estrada voltei-me. Honório acenava adeus com a mão 
enorme. Na varanda da casa-grande o vento agitava os cabelos de Mária. Eu partia para a luta de 
coração limpo e feliz. 
AMADO, J. Cacau. São Paulo: Ática, 2000. 
 
TEXTO II 
Amor 
Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no bonde. 
Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando 
conforto, num suspiro de meia satisfação. Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e 
sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais 
completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no 
 
 
 
 
 
 
12 
 
apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma 
cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. 
Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E 
cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o 
tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e 
sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, 
sua mão pequena e forte, sua corrente de vida. 
LISPECTOR, C. Laços de Família. São Paulo: Rocco, 2012. 
 
A partir da leitura comparativa dos textos I e II, pode-se inferir que, entre eles, ocorre 
 
A intertextualidade por paráfrase – ambos trabalham o mesmo tema. 
B intertextualidade por paródia – o texto I ironiza o sentido do texto II. 
C intertextualidade por citação – um texto alude ao outro indiretamente. 
D intertextualidade por epígrafe – uma frase antecipa o conteúdo de ambos. 
E intertextualidade por pastiche – o autor do texto I imita o autor do texto II. 
 
 
QUESTÃO 21 
 
 
 
 
Para os concretistas, a arte é autônoma e a sua forma remete às da realidade, logo, as poesias, por 
exemplo, estão cada vez mais próximas das formas arquitetônicas ou esculturais. As artes visuais 
não figurativas começam a ser mais evidentes, a fim de mostrar que, no mundo, há uma realidade 
palpável, a qual pode ser observada de diferentes ângulos. A percepção que melhor se enquadra 
no poema acima é o(a) 
 
A referente ao conceito imagético de poesia, explorando diferentes planos de expressão, 
quebrando as limitações do academicismo. 
B modismo imposto pela poesia puramente metatextual, em que a linguagem é o único recurso 
válido. 
C subjetividade extremada, anulando quaisquer outros valores estéticos a serem discutidos. 
D valoração de um aspecto formal clássico, desconstruindo o conceito de modernidade e 
vanguarda. 
E indução de um pensamento unificado e limitado quanto aos diferentes eixos expressivos do 
concretismo. 
 
13 
 
 
QUESTÃO 22 
 
 
Conhecido como poeta do mau gosto, no texto lido, Augusto dos Anjos 
 
 
A utiliza recursos simbolistas, como as maiúsculas alegorizantes e elementos simbólicos que 
confirmam uma visão negativa da vida. 
B oscila entre o Arcadismo e o Pré-Modernismo, pois revela preocupação social sutil mesclada 
com o pessimismo nítido. 
C encontra na morte a saída para as dores sofridas, retomando elementos do Realismo, como a 
noite e a natureza. 
D escolhe os astros e as estrelas como símbolos de renovação e de otimismo, amenizando, assim, 
o sofrimento e despertando para uma existência otimista. 
E preocupa-se exclusivamente com o refinamento formal e com a erudição, já que trata de um 
assunto tão complexo: a morte. 
 
 
QUESTÃO 23 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Sobre as estruturas linguísticas presentes na peça acima, pode-se depreender que 
 
A a estrutura “o coronavírus” complementa ossentidos do nome “Fortaleza”. 
B “Tudo”, ainda que seja um pronome, tem natureza substantiva, uma vez que agrega (sem ser 
preciso) uma série de substantivos que poderiam estar presentes na peça, mas que não estão 
por se tratar apenas do título de site. 
C “que” é um pronome relativo, mas não estabelece relação anafórica no texto em que ocorre. 
D “você” é um pronome pessoal reto, razão pela qual desempenha função sintática de sujeito. 
E a supressão do artigo “o” em “Tudo o que você precisa (...)” não prejudicaria a correção 
gramatical. 
 
 
QUESTÃO 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em uma relação comparativa entre os dois textos, destaca-se como diferença 
 
A a temática da seca. 
B o discurso social. 
C a linguagem utilizada. 
D os indivíduos retratados. 
E o espaço destacado. 
 
 
 
1- Cândido Portinari (1903-1962), com a 
série Os retirantes, foi o artista plástico que 
melhor retratou o Nordeste da década de 
1930. 
2- Vidas Secas (1963), filme de Nelson 
Pereira dos Santos, inspirado no 
romance homônimo de Graciliano 
Ramos. 
15 
 
QUESTÃO 25 
— Feiosa, baixa, entroncada, carrancuda ao menor enfado, disse ele, não admito que homem 
algum se apaixone pela filha do Capitão-Mor, salvo se não é aquela que eu tenho visto no Poço da 
Moita, onde cheguei a passar mais de uma semana com as febres. Vão ver que ela usou de 
feitiçaria... Ora se não é isso! Vão ver. Margarida era muitíssimo do seu sexo, mas das que são 
pouco femininas, pouco mulheres, pouco damas, e muito fêmeas. Mas aquilo tinha artes do 
Capiroto. Transfigurava-se ao vibrar de não sei que diacho de molas. 
(...) 
Esposando ao Major Joaquim Damião de Barros, uns dezesseis anos mais avançado que ela 
na idade, passou a chamar-se Margarida Reginaldo de Oliveira Barros. Se, recebendo o nome do 
marido, ela fez tudo o mais que ordena a Santa Madre Igreja, a Deus pertence. 
PAIVA, O. Dona Guidinha do Poço (fragmento). 
Considerado um clássico da literatura brasileira, Dona Guidinha do Poço apresenta uma linguagem 
acessível que aproveita muito das tradições orais e do folclorismo nordestino. No fragmento acima, 
essas características aparecem materializadas quando o(a) 
 
A personagem feminina é descrita de forma transcendental, sendo exaltada por agir conforme 
ordena a Igreja. 
B apresentação da personagem feminina passa a ocorrer por meio de uma linguagem simples e 
de elementos místicos, como a influência do diabo. 
C uso de palavras como diacho ressalta uma influência naturalista ainda incipiente. 
D descrição da personagem feminina apresenta resquícios de Romantismo tardio pelo uso de 
superlativos. 
E modo pejorativo como a mulher é descrita indica uma contradição entre os modos populares e o 
que a Igreja impõe. 
 
 
QUESTÃO 26 
 
Posologia do Ibuprofeno 
 
Suspensão Oral e Gotas 
Uso oral. 
Agite antes de usar. 
Não precisa diluir. 
Suspensão 30 mg/mL 
 
A posologia recomendada para crianças a partir de 6 meses deve seguir o quadro 1, conforme o 
peso da criança, em intervalos de 6 a 8 horas, ou seja, de 3 a 4 vezes ao dia, não excedendo o 
máximo de 7 mL por dose. Pacientes pediátricos com mais de 30 kg não devem exceder a dose 
máxima de 7 mL. 
 
Bula é o nome que se dá ao conjunto de informações sobre um medicamento que 
obrigatoriamente os laboratórios farmacêuticos devem acrescentar à embalagem de seus produtos 
vendidos no varejo. As informações podem ser direcionadas aos usuários dos medicamentos, aos 
profissionais de saúde ou a ambos. Ao analisar os aspectos do gênero acima, nota-se que, na parte 
conhecida como “posologia”, há um predominante caráter 
 
 
 
 
 
16 
 
 
A missivo. 
B argumentativo. 
C narrativo. 
D injuntivo. 
E coercitivo. 
 
 
QUESTÃO 27 
 
 
Cântico das árvores 
 
Quem planta uma árvore enriquece 
A terra, mãe piedosa e boa: 
E a terra aos homens agradece, 
A mãe os filhos abençoa. 
 
A árvore, alçando o colo, cheio 
De seiva forte e de esplendor 
Deixa cair do verde seio, 
A flor e o fruto, a sombra e o amor. 
 
Crescei, crescei na grande festa 
Da luz, de aroma e da bondade, 
Árvores, glória da floresta! 
Árvores vida da cidade! 
Crescei, crescei sobre os caminhos, 
Árvores belas, maternais, 
Dando morada aos passarinhos, 
Dando alimento aos animais! 
 
Outros verão os vossos pomos: 
Se hoje sois fracas e crianças, 
Nós, esperanças também somos 
Plantamos outras esperanças! 
 
Para o futuro trabalhamos: 
Pois, no porvir, novos irmãos, 
Hão de cantar sob estes ramos, 
E bendizer as nossas mãos! 
 
Olavo Bilac
 
Considerado o príncipe dos poetas brasileiros devido à sua popularidade nos salões e saraus, 
Olavo Bilac, no poema lido, confirma sua presença na escola parnasiana porque 
 
A demonstra forte sentimentalismo ao utilizar a árvore como metáfora do amor. 
B utiliza de descritivismo para evidenciar a função das árvores. 
C apresenta uma relação pessoal e emotiva com as árvores. 
D retoma a exaltação romântica da natureza. 
E mostra a funcionalidade das árvores nas grandes cidades. 
 
 
QUESTÃO 28 
 
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, 
disse adeus ao brilhar das açucenas 
em ter da vida alevantado o véu. 
– Rosa tocada do cruel granizo 
Cedo foi-se e no infantil sorriso passou 
do berço para brincar no céu! 
ABREU, C. In Primaveras. 
 
 
 
17 
 
A partir da leitura integral do texto, pode-se dizer que tem como tema central o(a) 
 
A inocência de uma criança. 
B nascimento de uma criança. 
C sofrimento pela dor de uma criança. 
D desalento pela viagem de uma criança. 
E morte prematura de uma criança. 
 
 
QUESTÃO 29 
 
Se essa rua, se essa rua fosse minha 
Eu mandava, eu mandava ladrilhar 
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes 
Para o meu, para o meu amor passar 
Nessa rua, nessa rua tem um bosque 
Que se chama, que se chama solidão 
Dentro dele, dentro dele mora um anjo 
Que roubou, que roubou meu coração 
 
Mario Lago / Roberto Martins 
 
Na canção Se essa rua fosse minha, a utilização dos vocábulos “Se” e “fosse” indicam um(a) 
 
A fato histórico vinculado à memória nacional. 
B certeza que consolida a afirmativa feita. 
C hipotética condição sobre algo que poderia ser feito. 
D realidade a ser confirmada num futuro próximo e datado. 
E ação habitual e repetitiva, em relação à declaração do próprio artista. 
 
 
QUESTÃO 30 
 
TEXTO I 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
 Não gorjeiam como lá. 
 
Anedota futebolística 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO II 
 
– Minha terra tem Corinthians 
 Onde canta o sabiá! 
– Tá sendo besta. O certo é 
Minha terra tem Palmeiras... 
– Besta é você. Ora mais, meu bom. 
Cada um canta o time que quiser. 
 
 
 
 
 
18 
 
 
O texto II, em relação ao texto I, é um tipo de 
 
A imitação. 
B paráfrase. 
C paródia. 
D cópia. 
E plágio. 
 
QUESTÃO 31 
 
 
Disponível em: http://migre.me/jzYzw. 
 
 
Na imagem acima, a pintura nos fornece um olhar crítico baseado 
 
A no pensamento de que a fadiga humana é decorrente da exploração de estratos sociais mais 
favorecidos. 
B em uma relação complexa entre exploradores e explorados, mostrando que as relações de 
poder determinam as posições sociais. 
C na apresentação de ideais de liberdade, nos quais o grupo que descansa não mantém qualquer 
vínculo com o dos explorados. 
D em uma organização igualitária, em que privilégios são distribuídos fraternalmente entre as 
classes sociais. 
E na ideia de justiça e igualdade, mostrando que o trabalho transforma a vida das classes menos 
favorecidas. 
 
 
QUESTÃO 32 
 
É impossível idear-se cavaleiro mais chucro e deselegante; sem posição, pernas coladas ao 
bojo da montaria, tronco pendido para a frente e oscilando à feição da andadura dos pequenos 
cavalos do sertão, desferrados e maltratados, resistentes e rápidos como poucos. Nesta atitude 
indolente, acompanhando morosamente, a passo, pelas chapadas, o passo tardo das boiadas, o 
vaqueiro preguiçosoquase transforma o “campeão” que cavalga na rede amolecedora em que 
atravessa dois terços da existência. Mas se uma rês “alevantada” envereda, esquiva, adiante, pela 
caatinga garranchenta, ou se uma ponta de gado, ao longe, se trasmalha, ei-lo em momentos 
transformado, cravando os acicates de rosetas largas nas ilhargas da montaria e partindo como um 
dardo, atufando-se velozmente nos dédalos inextricáveis das juremas. 
 
CUNHA, E. Os sertões, Cap. III, O sertanejo (fragmento). 
 
 
 
 
19 
http://migre.me/jzYzw
 
 
Publicado em 1902, cinco anos depois da destruição de Canudos pelas tropas da recém- 
-proclamada República, Os sertões é considerado um marco literário que descreve um momento 
importante da história do Brasil. No trecho acima, o narrador 
 
A ridiculariza o sertanejo, descrevendo-o de forma jocosa. 
B exalta o sertanejo tal como era exaltado o personagem do romance regionalista. 
C faz uma crítica social ao governo da República que negligencia o sertanejo. 
D indica o paradoxo das ações do sertanejo, já que, por um lado, revela um grupo frágil e, por 
outro, corajoso e decidido. 
E confirma o ideal pré-modernista, por meio de uma linguagem metafórica e subjetiva. 
 
 
QUESTÃO 33 
 
 
 
 
Quando o sol vai dentro d'água 
Seus ardores sepultar, 
Quando os pássaros nos bosques 
Principiam a trinar; 
 
Eu a vi, que se banhava... 
Era bela, ó Deuses, bela, 
Como a fonte cristalina, 
Como luz de meiga estrela. 
 
Ó Virgem, Virgem dos Cristãos formosa, 
Porque eu te visse assim, como te via, 
Calcara agros espinhos sem queixar-me, 
Que antes me dera por feliz de ver-te. 
 
O canto do índio 
O tacape fatal em terra estranha 
Sobre mim sem temor veria erguido; 
Dessem-me a mim somente ver teu rosto 
Nas águas, como a lua, retratado. 
 
Eis que os seus loiros cabelos 
Pelas águas se espalhavam, 
Pelas águas, que de vê-los 
Tão loiros se enamoravam. 
 
Ela erguia o colo ebúrneo, 
Por que melhor os colhesse; 
Níveo colo, quem te visse, 
Que de amores não morresse! 
(...) 
 
DIAS, G. Primeiros Cantos. 
 
 
Os versos lidos retratam as palavras de um chefe indígena encantado por uma moça branca – a 
“Virgem dos Cristãos formosa” – vista ao se banhar em um lago. Nos versos lidos, a estética 
romântica é 
A confirmada devido à forma como a virgem é retratada, confundida com os elementos da 
natureza. 
B fragilizada, já que a mulher descrita é uma europeia loira, branca e cristã. 
C menosprezada, por aproximar-se das cantigas líricas trovadorescas. 
D intensificada pela presença dominante do branco europeu. 
E ridicularizada, devido ao uso de recursos como ironia. 
 
 
 
20 
 
 
 
QUESTÃO 34 
 
 
Podemos notar que o humor da tirinha acima reside na 
Disponível em: cheiadecharme.blog.br. 
A insensatez com que se trata o tema, criando uma perspectiva ilógica de compreensão. 
B na quebra de expectativa gerada pela justificativa apresentada para não pisar na balança. 
C no medo que a personagem demonstra das novas tecnologias. 
D na ausência de criticidade no vazio diálogo entre as amigas. 
E na visão supérflua que evita tecer críticas aos males contemporâneos. 
 
QUESTÃO 35 
 
Dar-te-ei 
Não te darei flores 
Não te darei 
Elas murcham 
Elas morrem 
[...] 
 
Dar-te-ei, finalmente, os beijos meus 
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus 
Esses embalam 
Esses secam 
Mas esses ficam 
[...] 
 
Não te darei festas 
Não te darei 
Elas terminam 
Elas choram 
Elas se vão 
Não te darei casacos 
Não te darei 
Nem essas coisas que te resguardam 
E que se vão 
[...] 
 
 
 
 
 
 
 
Marcelo Jeneci 
 
 
 
 
21 
 
 
Sobre a colocação dos pronomes oblíquos átonos no texto, podemos depreender que o(a) 
 
A emprego dos pronomes oblíquos sugere a intenção do compositor de valorizar a variante 
regional da língua, mesmo contrariando a orientação prescrita pela gramática normativa. 
B opção pelo uso de pronomes oblíquos é um indício das tentativas do autor de demonstrar seu 
domínio da norma culta e gerar duplo sentido em seus enunciados. 
C mesóclise, mesmo em desuso no atual estágio da língua, foi empregada, pois há um verbo 
conjugado no futuro no início da oração. 
D próclise, por ser a colocação preferida pelos falantes brasileiros, pode ser sempre usada 
independentemente do contexto. 
E ênclise não foi empregada no texto, visto que essa colocação, apesar de promover elegância e 
estilo, torna o texto mais rebuscado. 
 
 
QUESTÃO 36 
 
“Na legislação interna dos países, a espionagem costuma ser juridicamente entendida como a 
obtenção sub-reptícia e indevida de informação sigilosa do Estado. Esse tipo de conduta é 
criminalizado pela legislação de cada país. O mesmo se pode dizer do vazamento, que guarda 
estreita relação com a espionagem e que consiste na divulgação indevida de informações por quem 
tem o dever legal do sigilo. 
A espionagem é um dos poucos crimes na legislação brasileira que podem, em tempo de 
guerra, levar à pena de morte, seja o condenado nacional ou estrangeiro, civil ou militar, além de, 
em tempo de paz, sujeitar o militar que a pratique à indignidade para o oficialato”. 
(...) 
CONDEIXA, F. M. S. P. Espionagem e direito. In: Revista Brasileira de Inteligência, nº 10, 2015, p. 25-6 (fragmento adaptado). 
 
A respeito das palavras destacadas no texto acima, é possível inferir que 
A introduzem sentenças de valor retórico, por isso podem ser consideradas passagens 
aristotélicas. 
B introduzem sentenças explicativa e restritiva, respectivamente, em função do tipo de pronome 
que cada “que” representa. 
C ambas introduzem circunstância de modo, pois explicam como cada referente funciona no texto. 
D têm função anafórica e indicam relação de posse entre as orações. 
E ambas são formais e introduzem orações de valor retórico e aristotélico, respectivamente. 
 
QUESTÃO 37 
 
Fez a corte, não deixava a moça, trazia-lhe mimos, encheu as tias (Cogominho era viúvo) de 
presentes; mas a moça parecia não atinar com os desejos daquele bacharelinho baço, pequenino, 
feio e tão roceiramente vestido. Ele não desanimou; e, por fim, a moça descobriu que aquele 
homenzinho estava mesmo apaixonado por ela. Em começo, o seu desprezo foi grande; achava até 
ser injúria que aquele tipo a olhasse; mas, vieram os aborrecimentos da vida da província, a sua 
falta de festas, o tédio daquela reclusão em palácio, aquela necessidade de namoro que há em toda 
a moça, e ela deu-lhe mais atenção. Casaram-se, e Numa Pompílio de Castro foi logo eleito 
deputado pelo Estado de Sernambi (...) Ela lhe havia descoberto a simulação do talento e o seu 
desgosto foi imenso porque contava com um verdadeiro sábio, para que o marido lhe desse realce 
na sociedade e no mundo. Ser mulher de deputado não lhe bastava; queria ser mulher de um 
deputado notável, que falasse, fizesse lindos discursos, fosse apontado nas ruas. 
BARRETO, L. Numa e a Ninfa (fragmento). 
 
 
 
 
22 
 
 
Representante do Pré-Modernismo, Lima Barreto é um exímio observador da realidade. No trecho 
lido, tal análise se dá devido ao(à) 
 
A uso de uma linguagem clara, objetiva, prolixa e simples, própria para um texto com teor de 
denúncia. 
B desconstrução da idealização do casamento e ao destaque de sentimentos pouco nobres. 
C construção de um estereótipo de beleza que é necessária para contrair o matrimônio. 
D força avassaladora do sentimento amoroso, o qual vence todas as diferenças para que os 
amantes fiquem juntos. 
E perspectiva feminina idealizada de amor, levando a mulher a apaixonar-se pelo marido 
tardiamente. 
 
 
QUESTÃO 38 
Disponível em: pensarenlouquece.com. 
A partir da tirinha acima, nota-se que a visão construída por Calvin a respeito da Morte 
 
A guarda uma profunda relação com aspectos místicos diretamente conectados com um sagrado 
desvinculado de diálogo com a ciência. 
B aparece apoiada em princípios da Teoria do Desenvolvimento Humano, que enxergam a morte 
como a etapafinal do ciclo da vida. 
C apresenta um forte apelo teológico desvinculado de pretensões reflexivas sobre o estar no 
mundo existencialista. 
D expõe sua completa incapacidade de compreender a convergência de raciocínios complementares. 
E evidencia o traço da opinião arraigada, aprimorada por valores dogmáticos e intransponíveis da 
personagem. 
 
QUESTÃO 39 
Era de manhã. D. Camila estava ao espelho, a janela aberta, a chácara verde e sonora de 
cigarras e passarinhos. Ela sentia em si a harmonia que a ligava às coisas externas. Só a beleza 
intelectual é independente e superior. A beleza física é irmã da paisagem. D. Camila saboreava 
essa fraternidade íntima, secreta, um sentimento de identidade, uma recordação da vida anterior no 
mesmo útero divino. Nenhuma lembrança desagradável, nenhuma ocorrência vinha turvar essa 
expansão misteriosa. Ao contrário, tudo parecia embebê-la de eternidade, e os quarenta e dois 
anos em que ia não lhe pesavam mais do que outras tantas folhas de rosa. Olhava para fora, 
olhava para o espelho. De repente, como se lhe surdisse uma cobra, recuou aterrada. Tinha visto, 
sobre a fonte esquerda, um cabelinho branco. Ainda cuidou que fosse do marido; mas reconheceu 
depressa que não, que era dela mesma, um telegrama da velhice, que aí vinha a marchas forçadas. 
O primeiro sentimento foi de prostração. D. Camila sentiu faltar-lhe tudo, tudo, viu-se encanecida e 
acabada no fim de uma semana. 
ASSIS, M. Uma senhora (fragmento). 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Representante do Realismo brasileiro, Machado de Assis, no trecho lido, 
 
A apresenta indícios claros da estética anterior, uma vez que compara a beleza de dona Camila à 
paisagem e faz referência ao divino. 
B aponta indícios naturalistas, já que a descrição do aspecto físico supera a perturbação interior da 
personagem. 
C confirma o viés da escola realista, porque destaca a sondagem psicológica como cerne da 
problemática sugerida: o drama devido ao envelhecimento. 
D rompe com a estética realista, ao dramatizar um assunto como o processo de envelhecimento. 
E destaca a vaidade excessiva como uma patologia de natureza científica, alertando para os riscos 
da velhice. 
 
 
QUESTÃO 40 
 
Que delícia! 
 
Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do país, está negociando a 
compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio 
vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus 
controladores temem que o anúncio dessa união – resultando numa espécie de AmBev dos 
panetones – melindre os varejistas. 
VASSALLO, C. Exame. 
 
O texto lido tem como base o gênero 
 
A crônica – apresenta um fato do cotidiano. 
B conto – apresenta uma situação insólita. 
C reportagem – apresenta detalhadamente um tema. 
D notícia – apresenta resumidamente um fato. 
E propaganda – apresenta persuasivamente um produto. 
 
QUESTÃO 41 
 
Soneto torresmista 
 
Não basta a ditadura que já dura 
e vem a ditadura antigordura! 
Saímos do regime militar, 
caímos no regime do regime. 
 
Censuram-nos até no paladar! 
Trabalho, horário, imposto, compromisso. 
Orgasmo não se tem como se quer. 
Só sobra o bom do garfo e da colher, 
e os nazis nariz metem até nisso. 
Maldita seja a mídia, sempre a dar 
Espaço à medicina que reprime! 
 
Gestapo da "saúde" e "bem-estar"! 
Resista! Coma! Abaixo a ditadura! 
A luta tem um símbolo: FRITURA! 
 
 
MATTOSO, G., 1951. 
 
 
 
 
24 
 
 
Sobre as ideias e as estruturas do poema acima, é possível inferir que 
 
A a ironia do poema mostra-se dissociada da realidade, o que revela, inclusive, uma alienação 
sanitária do eu lírico. 
B a concordância nominal seria estabilizada se, em vez de “e os nazis nariz metem até nisso”, o 
autor tivesse optado por “e os nazis narizes metem até nisso”. 
C a última estrofe combina vocábulos e expressões de teor subversivo com um aparato repressivo. 
Essa ideia pode ser ilustrada com, por exemplo, o uso dos verbos no modo imperativo e da 
palavra “Gestapo”. 
D a substituição dos verbos “Resista!” e “Coma!” por “Resiste!” e “Come!” prejudicaria a coerência 
interna do poema, pois o propósito da interlocução seria alterado. 
E a ironia do poema é questionável, haja vista que os fatos históricos citados confirmam a tese 
proposta pelo autor desde o título. Isso leva a crer que o tema “ditadura” não passa de um pano 
de fundo para o eu lírico expor sua opinião. 
 
 
QUESTÃO 42 
 
Disponível em: mundogospelblog.wordpress.com. 
O texto acima é uma receita que orienta o leitor acerca de como melhorar seus hábitos e 
comportamentos. A passagem textual em que as orientações são explicitadas reforçam, no texto 
acima, o caráter 
 
A descritivo. 
B narrativo. 
C expositivo. 
D injuntivo. 
E missivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
QUESTÃO 43 
 
Capítulo IV 
 
Um dever amaríssimo! 
 
José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as 
havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior 
da casa. Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, 
presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e 
talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem esticadas. A gravata de 
cetim preto, com um arco de aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era então moda. O 
rodaque de chita, veste caseira e leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era magro, chupado, 
com um princípio de calva; teria os seus cinquenta e cinco anos. Levantou-se com o passo 
vagaroso do costume, não aquele vagar arrastado dos preguiçosos, mas um vagar calculado e 
deduzido, um silogismo completo, a premissa antes da consequência, a consequência antes da 
conclusão. Um dever amaríssimo! 
ASSIS, M. Dom Casmurro. 
 
Sobre o fragmento acima, pode-se depreender que 
 
A as estruturas destacadas, quanto ao estilismo do autor, mostram como é possível burlar as 
convenções da norma culta e, ao mesmo tempo, ser elegante na locução. 
B entre as estruturas destacadas, apenas uma fere aquilo que a norma chama de colocação 
estilística. 
C em “...que lhe ficassem...” e “...imobilizava-lhe...”, os dois pronomes destacados apresentam 
valor semântico de posse. 
D “amaríssimo” significa, no contexto, “relativo ao amor, amoroso”. 
E as estruturas destacadas não ferem o padrão culto da linguagem e mostram uma variedade 
bastante formal da língua portuguesa. 
 
 
QUESTÃO 44 
 
 
Para as Estrelas de cristais gelados 
As ânsias e os desejos vão subindo, 
Galgando azuis e siderais noivados 
De nuvens brancas a amplidão vestindo... 
 
Num cortejo de cânticos alados 
Os arcanjos, as cítaras ferindo, 
Passam, das vestes nos troféus prateados, 
As asas de ouro finamente abrindo... 
 
Siderações 
Dos etéreos turíbulos de neve 
Claro incenso aromal, límpido e leve, 
Ondas nevoentas de Visões levanta... 
 
E as ânsias e os desejos infinitos 
Vão com os arcanjos formulando ritos 
Da Eternidade que nos Astros canta... 
 
Cruz e Sousa
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
Como poeta simbolista, Cruz e Sousa é antinaturalista e anticientificista, além disso cultua o vago 
em substituição à descrição. No poema lido, além das características citadas, destaca-se o(a) 
 
A presença de elementos palpáveis e concretos, utilizados como uma maneira racional para atingir 
os objetivos. 
B estado de aniquilamento repentino causado pela ação escapista do suicídio, retomando, assim, 
a escola romântica. 
C uso da maiúscula alegorizante por meio das palavras “Estrelas” e “Visões”, as quais 
representam, respectivamente, um meio para atingir as essências e o etéreo. 
D recurso da aliteração e da assonância para atingir a musicalidade, dando cadência melódica ao 
texto. 
E ordem direta, revelando um texto que trata do tema da morte de forma objetiva e racional, afim 
de minimizar o sofrimento. 
 
QUESTÃO 45 
 
Ia satisfeito com a visita, com a alegria de Capitu, com os louvores de Gurgel, a tal ponto que 
não acudi logo a uma voz que me chamava: 
[...] 
— Sr. Bentinho, disse-me ele chorando; sabe que meu filho Manduca morreu? 
— Morreu? 
— Morreu há meia hora, enterra-se amanhã. Mandei recado a sua mãe agora mesmo, e ela 
fez-me a caridade de mandar algumas flores para botar no caixão. Meu pobre filho! Tinha de 
morrer, e foi bom que morresse, coitado, mas apesar de tudo sempre dói. Que vida que ele teve! 
 
O emprego da forma verbal grifada acima indica, considerando-se o contexto, 
A futuro, com um fato em desenvolvimento inicial. 
B presente, com uma certeza de um processo futuro. 
C futuro, com uma certeza de um processo contínuo. 
D presente, com um fato consumado há pouco tempo. 
E presente, com uma incerteza de um processo posterior. 
 
 
QUESTÃO 46 
 
TEXTO I 
A ilusão do migrante 
 
Quando vim da minha terra, 
não vim, perdi-me no espaço, 
na ilusão de ter saído. 
Ai de mim, nunca saí. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
 
 
 
27 
 
 
 
TEXTO II 
 
Xilogravura – No país da incerteza. 
 
A partir da leitura dos textos I e II, é possível sintetizar seus conteúdos semânticos em duas 
palavras. São elas, respectivamente, 
 
A acolhimento e saudade. 
B esperança e oportunidade. 
C inadequação e esperança. 
D esforço e recompensa. 
E alienação e desalento. 
 
QUESTÃO 47 
 
Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois?... A mesma; era 
justamente a senhora que, em 1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, muito antes, 
teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações. Naquele tempo, contava apenas uns quinze 
ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais 
voluntariosa. Não digo que ia lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, 
porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e 
espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era 
bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo 
passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, 
faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, — 
devoção, ou talvez medo; creio que medo. 
Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde 
na minha vida; era aquilo com dezesseis anos. 
ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas, Capítulo XVII. 
 
Machado de Assis é considerado um dos principais nomes do Realismo brasileiro e sua obra reflete 
um olhar crítico sobre os costumes e gostos da sociedade carioca burguesa do século XIX. No 
trecho acima, ao afirmar que não sobredoura a realidade, o narrador machadiano se refere ao 
A Arcadismo, já que faz uma descrição dos instintos de Virgília, cujas atitudes eram animalescas. 
B Naturalismo, uma vez que Virgília acompanha o narrador até o momento de sua morte, 
tornando-a algo idílico. 
C Realismo, porque as características físicas e psicológicas de Virgília são bastante exaltadas. 
D Romantismo, pois afirma que, de acordo com essa estética, a mulher deve ser exaltada com 
devoção. 
E Simbolista, pois há um desvio do estilo realista, percebido pelo uso de palavras pejorativas ao se 
referir à mulher. 
 
 
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QUESTÃO 48 
 
Disponível em: http://goo.gl/uUAuu5. 
 
A partir da imagem acima, nota-se que ela manifesta uma figura de linguagem caracterizada pela 
oposição ideológica de elementos não coexistentes, no caso, 
A antítese. 
B metonímia. 
C catacrese. 
D paradoxo. 
E hipérbato. 
 
QUESTÃO 49 
 
 
 
Horas mortas 
 
Breve momento, após comprido dia 
De incômodos, de penas, de cansaço, 
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso, 
Posso a ti me entregar, doce Poesia. 
 
Desta janela aberta, à luz tardia 
Do luar em cheio a clarear o espaço, 
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo 
Na transparência azul da noite fria. 
 
 
Chegas. O ósculo teu me vivifica. 
Mas é tão tarde! Rápido flutuas, 
Tornando logo à etérea imensidade; 
 
E na mesa em que escrevo, apenas fica 
Sobre o papel – rastro das asas tuas, 
Um verso, um pensamento, uma saudade. 
 
Alberto de Oliveira
 
 
 
 
 
 
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http://goo.gl/uUAuu5
 
Representante da escola parnasiana, aquele que é considerado o mais ortodoxo da tríade 
parnasiana brasileira, confirma esse título devido ao(à) 
 
A uso de palavras cotidianas, já que mostra como se sente após um dia de trabalho. 
B presença de palavras simples, como mesa, janela e noite. 
C apelo metafísico, ao citar o luar clareando o espaço. 
D sacralização da poesia, reservando a ela o poder de renovar suas forças. 
E subjetividade remanescente da escola romântica, ao falar da saudade. 
 
 
QUESTÃO 50 
 
Quadrilha 
 
João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história. 
 
Considerando os aspectos formais deste poema de Carlos Drummond de Andrade e a semântica 
possível para a conjunção QUE, pode-se inferir que o sentido 
 
A proposto é de subordinação de um indivíduo a outro. 
B observado é de explicação de uma ação individual. 
C proposto é de generalização do ato de amar dos indivíduos. 
D encontrado no texto é de particularização de um só indivíduo. 
E reiterado é de alusão ao jeito de amar de um dos indivíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
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