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ECONOMIA EMPRESARIAL

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ECONOMIA EMPRESARIAL
AULA 01
Panorama Econômico
Aula 1: Ambiente econômico
Apresentação
Em nossa primeira aula, analisaremos o ambiente empresarial e os fatores de ordem econômica que poderão afetar o processo de decisão do gestor. Para isso, estudaremos as características dos sistemas econômicos, o funcionamento do mercado e como o Governo intervém nele.
Objetivos
· Identificar as características dos sistemas econômicos;
· Analisar o fluxo circular de renda;
· Listar as questões fundamentais da economia.
O processo de tomada de decisões
O processo de tomada de decisões perpassa por fazer escolhas entre ações e aplicações alternativas de recursos.
O cotidiano de um gestor envolve decisões sobre ampliar ou não a empresa, aquisição de diversos equipamentos, contrato ou demissões de funcionários, aluguéis ou compra de prédios para novas instalações. Enfim, sua missão é fazer uma série de escolhas entre ações alternativas.
Toda decisão empresarial é de natureza econômica, mesmo quando envolve assuntos não diretamente relacionados à economia, como a definição de certo perfil psicológico para uma dada função. Isso porque, ao fim, espera-se que todos os recursos empregados se combinem para atingir o melhor resultado possível, quer dizer, o maior lucro possível.
Mesmo uma instituição sem fins lucrativos, se quiser atingir resultados amplos, como distribuir alimentos para a população carente, deve ser eficiente, para que cada recurso empregado atenda ao maior número de pessoas possível.
Custo de oportunidade
A comparação entre os retornos desses investimentos define o que se chama custo de oportunidade.
Quando se faz um investimento qualquer, esperando um determinado retorno, está se deixando de fazer outros investimentos, e de receber suas respectivas remunerações.
Então, o custo de oportunidade de uma determinada escolha define-se pelo que se deixa de ganhar com uma escolha alternativa.
Exemplo
Vamos aplicar esse conceito a uma decisão empresarial típica?
Considere que você, executivo de uma empresa, disponha de uma determinada quantia para investir ou aplicar no mercado financeiro, comprando um título da dívida pública, ou para investir no seu negócio, comprando uma nova máquina que aumentará a sua capacidade de produção.
 Logo, você deverá escolher a alternativa que oferecer a melhor rentabilidade, isto é, o maior ganho por unidade investida em relação à outra. Deverá escolher, portanto, a que tiver o menor custo de oportunidade, aquela em que a alternativa não escolhida apresenta menor rentabilidade.
Suponha que o título do governo renda em um ano 9% e o lucro esperado com a aquisição da máquina seja de 10%, também em um ano. Fica claro que o custo de oportunidade de investir na produção é menor. Assim, se escolher essa alternativa, deixará de ganhar 9% ao ano (e ganhará 10%).
Se optasse pelo título público, seu custo de oportunidade seria de 10%, isto é, deixaria de ganhar mais do que ganharia de fato com essa escolha (9%).
Atenção
Essa comparação é extremamente importante para os destinos de uma empresa, pois, se seu objetivo é ter bons resultados ao longo do tempo, cada decisão deve buscar maximizar os ganhos possíveis naquele momento.
Decisões econômicas
As decisões estudadas pela economia envolvem a alocação dos fatores de produção e o seu uso pelos agentes econômicos, definidos como pessoas ou organizações que realizam transações econômicas.
As empresas, as entidades produtoras de bens e serviços, decidem sobre o que, o quanto e como produzir.
Vale lembrar que o executivo da empresa é que efetivamente toma as decisões necessárias à alocação de recursos, sempre em busca da melhor forma de aproveitar as oportunidades que se oferecem no mercado.
O Governo demanda bens e serviços da economia pois deve cumprir suas funções. Nós, os consumidores, tomamos decisões sobre o que e o quanto consumir.
O ambiente econômico
O objetivo da ciência econômica é analisar como os agentes econômicos utilizam os recursos de produção escassos para satisfazer as necessidades humanas. Ou seja, a economia auxilia as decisões empresariais, uma vez que pode mostrar cenários diferentes, de maneira que o administrador possa antecipar mudanças e melhorar a qualidade de suas decisões.
Abordagens da economia
Existem duas abordagens básicas da economia:
1
Macroeconomia
Analisa os agregados econômicos e seus efeitos sobre a sociedade. Trata de variáveis como o PIB e inflação.
2
Microeconomia
Trata-se de uma área da economia que estuda as perspectivas dos indivíduos e das empresas.
Sistema econômico
Um sistema econômico representa a forma como a economia se organiza.
É constituído pelos seguintes elementos:
· Estoque de fatores de produção ou recursos produtivos - capital, trabalho, terra, tecnologia e capacidade empresarial.
· Agentes econômicos - unidades de produção que constituem as empresas.
· Conjunto de instituições jurídicas, políticas e sociais – são elas que emolduram a sociedade.
Existem dois tipos de sistemas econômicos:
 
 Como funciona o mercado?
Vamos imaginar uma economia em que não exista governo. Nessa economia, existem apenas as famílias, que são as únicas ofertantes dos fatores de produção – recursos naturais, trabalho e capital – e as firmas (empresas), as únicas demandantes dos fatores de produção.
O esquema a seguir representa a relação cíclica que se estabelece entre as famílias e as empresas através de dois mercados:
· O mercado de fatores; e
· O mercado de bens e serviços.
 As famílias detêm a propriedade dos fatores de produção, isto é, em última instância, os recursos naturais e os capitais disponíveis na economia são propriedade das famílias (nesse modelo não há governo, lembra?). Além, é claro, do fator trabalho, que é a força de trabalho dos indivíduos.
As famílias oferecem esses recursos no mercado de fatores às empresas, que são as unidades produtoras. O que as firmas fazem é adquirir os fatores de produção para organizá-los na produção de algum bem ou serviço. Estes, por sua vez, são oferecidos no mercado de bens e serviços para as famílias que os usam para seu sustento e reprodução, satisfazendo suas necessidades e desejos.
Esse ciclo, onde circulam fatores que produzem bens, é o chamado fluxo real da economia. Em contrapartida, em sentido inverso, no fluxo monetário, as famílias recebem a remuneração pelos fatores empregados na produção em dinheiro e a utilizam para comprar os bens no mercado, que, por sua vez, retornarão às empresas e assim por diante.
Esse fluxo é chamado de fluxo nominal ou fluxo circular da renda. Na verdade, apenas quando se olha o modelo pela ótica da renda é que podemos chamá-lo de circular, pois o dinheiro segue efetivamente um fluxo contínuo e ininterrupto nesse caminho. Pelo lado das mercadorias isso não ocorre, uma vez que os bens comprados são consumidos, parte para repor a força de trabalho, e retornam como oferta indistinta de fatores de produção.
Nota-se nesse esquema, no entanto, uma igualdade importante: o total do fluxo nominal é equivalente ao total de bens que circulam na economia.
Algumas igualdades básicas decorrem daí: a renda de uma economia é igual ao valor dos produtos produzidos e o total gasto, ou o dispêndio, também é igual à renda e à produção. Essas igualdades são medidas do nível da atividade econômica e expressam a mesma riqueza sob diversas formas.
Economia de mercado
Vamos agora nos deter no exame do ocorre no interior desse mercado.
Uma economia de mercado deve se basear na liberdade dos agentes econômicos. Esses agentes buscam sempre seu melhor benefício, seja comprando, seja vendendo algum bem ou recurso, sempre agindo individualmente.
Tal situação criaria um ambiente de concorrência, onde, em princípio, nem pessoa, nem organização, atuaria senão em seu próprio benefício e buscaria obter para si a maior quantidade de recursos possíveis.
O sistema de mercado visa, assim, garantir a concorrência e a liberdade de escolha. Embora poucos mercados funcionem de modo plenamente concorrencial e algumas escolhas, de fato, não sejam permitidas(como drogas ilegais). Contudo, funciona para atender a quase todas as necessidades, pois, é exatamente essa busca pela satisfação dos interesses individuais que garante a produção e a circulação de mercadorias em grande quantidade.
Na verdade, pelo encadeamento e complementariedade das necessidades, o mercado funciona com ordem, coordenando as atividades dos agentes econômicos e garantindo um fluxo constante de mercadorias, sem que exista qualquer entidade controlando os níveis de produção e da demanda.
O mecanismo que permite essa coordenação e esse controle é o sistema de preços.
Sistema de preços
Pode-se aceitar que, se um bem é bastante desejado, seu preço tende a subir e, se é pouco procurado, tende a cair.
Esse é um conceito que intuitivamente nós, que vivemos em uma economia de mercado, compreendemos bem.
Veremos isso na próxima aula, quando tratarmos de demanda e oferta de mercado. Neste momento, é importante que haja o entendimento de que a interação entre os desejos dos indivíduos e a produção das empresas determinará o preço das mercadorias.
Pode-se entender essa interação como se vivêssemos em um permanente leilão: os consumidores fariam lances para comprar os bens que desejam e as empresas avaliariam quanto estariam dispostas a aceitar em troca de suas mercadorias. Quando os dois valores coincidem, chegamos ao preço de equilíbrio do mercado.
Esse ajustamento quase automático da economia é o que Adam Smith chamou de “a mão invisível”.
Deve ficar claro que esse modelo representa simplificadamente uma realidade bastante complexa. Uma série de fatores influencia a determinação dos preços, como as características do setor de produção e do mercado consumidor.
Em termos gerais, esse modelo nos mostra o comportamento básico dos preços e nos permite explicar como o sistema de preços funciona como alocador de recursos, respondendo às questões básicas da economia, as chamadas “questões fundamentais “.
Vamos conhecê-las?
Questões fundamentais da economia
O que produzir será definido pelos consumidores, que, no mercado, procurarão maximizar sua satisfação, buscando os bens que atendam aos seus desejos e necessidades.
O quanto produzir será definido pelo sistema de ajustamento de preços, que, por aproximações sucessivas, tende a igualar via preço a quantidade ofertada e a demandada.
Como produzir é resultado da concorrência entre os produtores, pois como o objetivo das empresas é maximizar os lucros, sempre buscarão os métodos de produção com menores custos, deslocando, isto é, tirando do mercado os mais ineficientes.
Para quem produzir será determinado pelo jogo da oferta e da demanda no mercado de fatores de produção que redistribui o dinheiro arrecadado no mercado de bens através dos salários, juros, aluguéis e lucros. A distribuição da renda resultante define o quanto da produção será absorvido pelos detentores dos fatores de produção. “A produção destina-se a quem tem renda para pagar, e o preço é o instrumento de exclusão”.
O sistema capitalista ou de economia de mercado é regido:
a) Pelas forças de mercado
 O fluxo circular de renda na economia possui dois fluxos, a saber:
a) Fluxo real e fluxo monetário
3. De acordo com a teoria econômica, NÃO constitui um dos chamados “problemas econômicos fundamentais”:
b) Com quem produzir?
AULA 02
Aula 2: Demanda, oferta e equilíbrio de mercado
Apresentação
Nesta aula, relembraremos as duas grandes forças do mercado: a demanda de mercado e os fatores que podem alterar essa demanda e a oferta de mercado e os fatores que podem alterar essa oferta. Analisaremos como essas forças conduzem ao equilíbrio de mercado.
Nossa aula será sobre a microeconomia, a formação de preços no mercado definido pelas equações de demanda e oferta e suas alterações. Por fim, faremos uma análise de como as alterações das curvas de demanda e oferta alteram o equilíbrio de mercado e como a elasticidade da demanda pode alterar a receita total da empresa, influenciando sua estratégia.
Objetivos
· Definir demanda de mercado e os fatores que podem alterar essa demanda e, também, a oferta de mercado e fatores que podem ofertar essa oferta.
· Identificar os fatores que conduzem ao equilíbrio do mercado no contexto econômico e o deslocamento das curvas de demanda e oferta.
· Analisar a elasticidade do preço da demanda e como esse indicador pode alterar a receita total da empresa.
Demanda
A demanda pode ser definida a como “a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período”.
A demanda é, então, o desejo de comprar. Esse desejo é expresso como uma quantidade desejada em dado período de tempo.
Lembre-se de que a demanda do consumidor foi determinada por 4 variáveis:
1. O preço do bem
2. A renda do consumidor
3. O gosto ou a preferência individual
4. O preço de outros bens (complementares ou substitutos)
 
O que isso significa?
Quanto menor o preço, maior a quantidade de um bem que estamos dispostos a comprar, mantendo as outras variáveis constantes.
No nosso exemplo, o aumento do preço da carne fez com que o consumidor diminuísse a quantidade adquirida.
A tabela de demanda e a curva de demanda anterior mostram esse efeito.
 
Inversamente, quando, por exemplo, há uma redução dessa preferência (mantendo as demais variáveis constantes), verificamos diminuição da demanda, ocorrendo um deslocamento da curva para a esquerda, de D0 para D2.
Isso significa que, para o mesmo nível de preços, o consumidor demandará menos unidades do produto.
Supply
Esses deslocamentos podem ocorrer quando houver qualquer alteração dos fatores elencados acima.
 Oferta
A oferta é definida como “a quantidade de um bem que os produtores desejam vender por unidade de tempo”. Assim como a demanda, devemos entender a oferta como um desejo medido como um fluxo por unidade de tempo.
A lei da oferta diz que “há uma relação direta entre o preço e a quantidade ofertada, mantendo as demais variáveis constantes (coeteris paribus)”. Isso justifica a inclinação positivada curva de oferta.
Ou seja, quanto maior o preço do bem, maior será a quantidade que os produtores estarão dispostos a ofertar, mantendo as demais variáveis constantes.
Pelo gráfico (Figura 5) vê-se que a oferta responde às alterações do preço, isto é, uma variação do preço corresponderá a uma alteração da quantidade ofertada que ocorrerá ao longo da curva.
Quando analisarmos o equilíbrio de mercado, verificaremos que uma alteração na curva de demanda ocasionará um novo ponto de interseção (Figura 6) ao longo da curva de oferta.
Veja os fatores que podem deslocar a curva de oferta:
· Uma alteração no preço dos fatores de produção (alteração de custos da empresa).
· Mudança no número de empresas no mercado.
· Modificações na tecnologia.
Percebe-se, então, que, quando ocorre aumento na oferta de mercado, teremos um deslocamento da curva inteira para a direita (de O para O’).
No caso de redução de oferta, o deslocamento será para a esquerda (de O para O”), conforme vemos na Figura 7.
Isso significa que, a qualquer preço, os produtores estarão dispostos a ofertar mais, ou menos, do bem.
Equilíbrio de mercado
Agora que já conhecemos a demanda e a oferta, podemos construir um modelo ideal que nos permita compreender como se estabelece o preço.
A concepção inicial é que os mercados caminham para situações de equilíbrio. Dessa forma, nenhum dos participantes conseguiria melhorar sua situação particular caso adotasse uma ação diferente.
Em um mercado competitivo, o equilíbrio ocorre quando a um determinado nível de preço a quantidade demanda for igual à quantidade ofertada.
Entendemos que preço de equilíbrio é aquele que será praticado pelo mercado, mantendo todas as demais condições constantes.
Observe a Figura 8 que mostra as expectativas dos consumidores e dos produtores em termos das quantidades demandadas e ofertadas.
Como já vimos, pela lei da oferta, quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. Em contrapartida, pela lei da demanda, quanto menor o preço maior a quantidade demandada.
Preços diferentesNa prática, vemos os ofertadores praticando preços diferentes. Como podemos explicar isso?
Vamos lembrar de que se trata de um modelo teórico. Ou seja, estamos supondo um funcionamento ideal do mercado, em que todos os participantes têm acesso às mesmas informações.
Mesmo com algumas diferenças pontuais, percebemos que em mercados concorrenciais, os preços tendem a se estabilizar em torno de um equilíbrio geral.
Exemplo
Vamos ver agora como esse ajuste pode acontecer.
Suponha que o preço se fixe, por alguma razão, em R$25,00 (podemos supor um tabelamento de preços).
Qual seria o efeito sobre o mercado?
A esse preço os produtores iriam querer ofertar o equivalente a 8 mil unidades do bem, mas os consumidores, por sua vez, estariam dispostos a consumir apenas 2 mil unidades.
Nesse momento, teríamos um excesso de oferta. Os produtores, então, irão reajustando as quantidades produzidas, e os preços vão deslocando-se ao longo da curva de oferta (Figura 11) até o preço de equilíbrio.
 Deslocamentos das curvas e alteração do equilíbrio de mercado
Como vimos, existem fatores que alteram a curva de demanda e outros que podem alterar a curva de oferta. Cada deslocamento provoca um novo ponto de equilíbrio.
Possibilidades de deslocamento das curvas de demanda e oferta
Deslocamento da curva de demanda sem alteração da curva de oferta
a) Aumento de demanda
Como vimos, pode ser causado por diversos fatores:
· Aumento da renda disponível do consumidor.
· Aumento do preço do bem susbtituto.
· Redução do preço do bem complementar.
· Aumeto da preferência do consumidor.
O deslocamento da curva de demanda será para a direita, como na Figura 13:
Com isso, o novo ponto de equilíbrio (E1) terá preço maior e quantidade transacionada maior também.
b) Redução de demanda
Como estudamos, a redução de demanda de um bem normal pode ser causada por diversos fatores:
· Redução da renda disponível do consumidor.
· Redução do preço do bem susbtituto.
· Aumento do preço do bem complementar.
· Diminuição da preferência do consumidor.
O deslocamento da curva de demanda será para a esquerda, como vimos na Figura 14:
Com isso, o novo ponto de equilíbrio (E1) terá preço menor e quantidade transacionada menor também.
Deslocamento da curva de ofertas em alteração da curva de demanda
a) Aumento da oferta de mercado
Pode ocorrer com a redução dos custos de produção, com o aumento na tecnologia e/ou a entrada de novos concorrentes no mercado.
No novo ponto de equlíbrio E1, o preço transacionado será menor e a quantidade maior.
b) Redução da oferta de mercado
Pode ocorrer com o aumento dos custos de produção, e/ou com a saída de concorrentes no mercado (concentração de mercado).
No novo ponto de equlíbrio E1, o preço transacionado será maior e a quantidade menor.
Os efeitos da ação do governo no mercado
A participação do Governo no mercado pode causar um efeito no sistema de mercado. Mas, qual seria o efeito de uma intervenção governamental no sistema de preços?
a) Aumento dos impostos sobre o consumo
Vamos começar examinando o efeito do aumento dos impostos sobre o consumo.
O imposto pode ser considerado um custo de produção e vai agir diretamente sobre a curva de oferta, provocando um deslocamento à esquerda.
Isso poderá fazer com que o preço de equilíbrio aumente e a quantidade demandada diminua, conforme a Figura 17 mostra.
Ao contrário, a redução dos impostos significaria a redução dos custos de produção e poderia permitir a redução dos preços, aumentando correspondentemente a demanda.
b) Tabelamento de preços ou fixação de preços mínimos
Já o tabelamento de preços ou a fixação de preços mínimos elevam as condições de desequilíbrio, pois fazem com que se estabeleçam situações artificiais no mercado.
O Governo, buscando garantir a toda população acesso a algum bem essencial, pode determinar a fixação de um preço máximo ou um tabelamento de preços a ser praticado pelos ofertantes do produto.
Veja o efeito desse tabelamento de preços, utilizando o exemplo anterior.
O preço de equilíbrio seria, no exemplo, R$17,50, onde as quantidades demandadas e ofertadas seriam iguais.
Suponha que o Governo tabele o preço em R$15,00. A Figura 18 mostra que a esse preço os produtores estariam dispostos a ofertar 4 mil unidades do bem, quantidade inferior à demanda a este preço, 6 mil unidades, e mesmo ao preço de equilíbrio, que seria de 5 mil unidades. Teríamos, nesse caso, uma situação de desabastecimento.
Essa situação ocorreu, de fato, na época do Plano Real, em 1986, quando o governo determinou o congelamento dos preços, o que equivale a um tabelamento geral em toda a economia.
O resultado foi o esvaziamento das prateleiras das lojas, pois poucos produtos eram de fato ofertados. Quando cessou, por fim, o congelamento, as mercadorias voltaram às prateleiras.
Eventualmente, com o objetivo de proteger o produtor, o Governo pode estabelecer um preço mínimo, ou um piso para os preços.
Suponha que fosse estabelecido o preço mínimo de um bem em R$25,00. A esse preço, os produtores estariam dispostos a ofertar 8 mil unidades da mercadoria, enquanto os consumidores estariam dispostos a demandar apenas 2 mil unidades, resultando em excesso de oferta.
O efeito dessa medida é mostrado na Figura 19.
Mostra-se, nesses casos, que a intervenção do Governo altera o funcionamento do mercado.
Esse modelo, no entanto, se aplica a uma situação genérica, ideal, sem nenhuma das distorções encontradas no mundo real, resultante das estruturas da oferta e do papel do Governo.
Preço de equilíbrio
Vimos a curva de oferta e de demanda e como esse equilíbrio se estabelece graficamente. Agora, estudaremos como encontrar o preço de equilíbrio do mercado.
Função da demanda
A equação de demanda é a representação matemática da curva de demanda:
Onde:
· Qdx = quantidade demanda do bem x;
· px = preço do bem x;
· a = variável independente.
Qdx = a – px
O sinal negativo que antecede o px justifica porque a quantidade procurada de determinado produto varia inversamente em relação a seu preço, coeteris paribus.
Função de oferta
A equação de oferta é a representação matemática da curva de oferta.
Onde:
· Qox = quantidade ofertada do bem x;
· px = preço do bem x;
· b = variável independente.
Qofx = b + px
O sinal positivo que antecede o px justifica porque a quantidade ofertada de determinado produto varia diretamente em relação a seu preço, coeteris paribus.
Como determinar o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado?
O equilíbrio ocorre quando Qdx= Qox , ou seja, quando as curvas se interceptam e se estabelece um ponto onde a quantidade ofertada do bem x é igual à quantidade demandada do bem, ao preço px .
Para encontrar esse valor, basta igualar a equação de demanda com a de oferta (Qdx= Qox).
O resultado desse processo é o preço de equilíbrio, ou seja, é o patamar no qual consumidores e produtores realizam seus interesses.
Exemplo
Suponha que o bem x possui a seguinte função de demanda:
Qdx = 300 – 8px
E a função de oferta a seguir:
Qof = 48 + 10px
Como encontrar o preço e a quantidade de equilíbrio?
Basta igualar Qdx= Qof:
300 – 8p = 48 + 10p
300 – 48 = 10p + 8p
252 = 18p
P= 14
Para encontrar Qx, podemos utilizar qualquer função (de demanda ou de oferta).
Qdx= 300 – 8p
Qdx = 300 – 8 (14)
Qdx= 300 -112
Qdx =188
ou
Qox= 48+10p
Qox= 48 + 10.(14)
Qox = 48+ 140
Oox = 188
 Elasticidade preço da demanda e receita total
Definição e cálculo da elasticidade preço da demanda
Elasticidade mede a sensibilidade da demanda frente às mudanças no preço. Ou seja, a elasticidade-preço mostra como reage a quantidade demandada de um produto (Qd), devido à variação no preço deste produto.
Esse cálculo é muito importante para o gestor conseguir identificar a relação de fidelidade do seu consumidor frente às variações de preço.
Como podemos calcular a elasticidade preço da demanda? Como isso afeta o gestor na sua estratégia de preços?
Vamos ao cálculo da elasticidade preço da demanda:
 Epp = ∆%Qx∆%Px Epp = ∆%Qx∆%Px
Onde:
Epp é a elasticidade preço da demanda;
∆%Qx éa variação percentual da quantidade demandada de x;
∆%Px é a variação percentual do preço de x.
Tipos de demanda
Existem 3 tipos de demanda:
DEMANDA INELÁSTICA
Quando a quantidade demandada reage pouco frente à mudança de preço.
Se |Ep| < 1Ep < 1 - Demanda inelástica Quantidade procurada reage pouco a mudança no preço (∆%Q é MENOR que ∆%P)
DEMANDA COM ELASTICIDADE UNITÁRIA
Quando a quantidade demandada reage exatamente na mesma proporção que a mudança de preço.
Se |Ep| = 1Ep = 1 - Demanda de elasticidade unitária (∆%Q é IGUAL a ∆%P)
DEMANDA ELÁSTICA
Quando a quantidade demandada reage muito frente à mudança de preço.
Se |Ep| > 1Ep > 1 - Demanda elástica. Significa que a quantidade procurada reage fortemente à mudança no preço (∆%Q é MAIOR que ∆%P)
A estratégia da empresa quanto a definição de preço e a receita total
Sabemos que receita total de uma empresa é calculada através da fórmula:
Onde:
· RT: receita total;
· P: preço do produto;
· Q: quantidade vendida.
RT = P x Q
Então, como alterar o preço em busca de uma receita total maior, tendo a informação da elasticidade preço da demanda?
Se uma empresa tem o objetivo de aumentar seu faturamento total, ela deve conhecer a Ep da demanda para cada produto, para saber como alcançar este objetivo.
a) Se a demanda for inelástica
A diminuição do preço causará a redução da RT e o aumento de preço provocará o aumento da RT.
Nesse caso, a estratégia é aumentar o preço em busca de uma RT.
Exemplo
Vamos ao exemplo para ficar mais claro.
b) Se a demanda for elástica
A diminuição do preço causará o aumento da RT e o aumento de preço provocará a redução da RT.
Nesse caso, a estratégia é reduzir o preço em busca de uma RT.
Exemplo
Vamos ao exemplo para ficar mais claro.
Como esses exemplos, notamos que, de acordo com a Ep da demanda pelo produto, a medida para aumentar o faturamento varia.
Pode ser vantajoso elevar o preço (demanda inelástica); ou pode ser melhor diminuir o preço (demanda elástica).
Pode até ser inútil mexer no preço, sendo melhor trabalhar a preferência (casos de demanda de elasticidade unitária).
Atividade
1. Qual dos fatores abaixo não pode alterar a curva de demanda de um bem?
e) Alterações nos custos de produção.
2. De acordo com a lei da oferta:
b) Quanto maior o preço do bem, maior a oferta desse bem no mercado, mantendo as demais variáveis constantes (coeteris paribus).
3. Assinale abaixo a opção que NÃO representa uma intervenção do governo no mercado:
e) Preferência do consumidor
4. No que se refere ao conceito de teoria de demanda, oferta e equilíbrio de mercado, é INCORRETO afirmar que:
c) O modelo de oferta e demanda é definido pela teoria da procura e pelo equilíbrio de mercado.
5. Se o acréscimo percentual da quantidade demandada de um bem é menor do que a queda percentual em seu preço, o coeficiente de elasticidade-preço da demanda é:
c) Menor do que 1
AULA 03
Aula 3: Estruturas de mercado
Apresentação
Nesta aula, estudaremos as estruturas de mercado, suas características e diferenças entre a concorrência perfeita, concorrência monopolística, monopólio e oligopólio.
Ainda nesta aula, identificaremos as falhas de mercado, o papel do governo para minimizá-las e as consequências para o equilíbrio de mercado. Por fim, apresentaremos a Lei brasileira antitruste.
Objetivos
· Descrever a classificação e as características das estruturas de mercado (concorrência perfeita, concorrência monopolística, monopólio, oligopólio);
· Identificar as falhas de mercado e seus desdobramentos;
· Explicar o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC).
 O que é o mercado?
É um local onde existem duas forças que interagem: oferta e demanda.
Então, tanto a feira quanto o setor de energia elétrica são mercados. Contudo, percebe-se que eles não são iguais, que não funcionam da mesma forma.
Na feira livre, por exemplo, temos grande quantidade de pequenos ofertadores, sem que nenhum ofertador possa, sozinho, afetar o preço de mercado.
Por outro lado, no setor de fornecimento de energia elétrica, temos uma ou poucas empresas ofertadoras, e os seus preços não são estabelecidos pelo mercado da mesma forma que no nosso exemplo da feira. Ou seja, são mercados mas possuem estruturas diferentes.
Essas diversas estruturas de mercado determinam dinâmicas diferentes na formação do preço.
As estruturas de mercado
As estruturas de mercado definidas pela teoria são as seguintes:
1. Concorrência perfeita ou pura
Há muitos ofertadores de um mesmo produto, sem que nenhum tenha capacidade de influenciar os preços.
Na verdade, esse tipo de mercado é bem teórico e difícil de ser encontrado na vida real. Ele é utilizado como um como modelo para se entender o funcionamento do mecanismo de preços em termos ideais.
A entrada e a saída de novos produtores é muito fácil e é considerado um mercado “transparente”.
Os lucros, nesse caso, são sempre lucros normais, ou seja, o mínimo possível para que os empresários se mantenham no negócio. Seria o modelo onde a demanda e a oferta teriam um equilíbrio “natural”.
Exemplo
Podemos dizer que o setor agrícola está próximo a esse modelo, se colocarmos a hipótese de que seja um setor com pequenos produtores produzindo um produto homogêneo.
Como o produto é homogêneo, o consumidor não consegue identificar quem foi o produtor e, consequentemente, não há fidelização do produto.
2. Concorrência monopolística ou imperfeita
Há muitos ofertadores de produtos diferenciados, que podem ser substituídos uns pelos outros. A diferenciação de produto pode se dar pela qualidade, pela marca ou pela localização.
O comportamento das empresas em tal mercado é não cooperativo e concorrencial. Continua não existindo a dificuldade (barreiras) à entrada e à saída de novos competidores.
A grande dificuldade é se manter no mercado e fidelizar seu consumidor.
Dependo da fidelidade do consumidor, o preço pode ser maior do que os do concorrentes e, consequentemente, os lucros extraordinários.
Exemplo
O setor de calçados e vestuários se enquadram nessa estrutura.
3. Monopólio
É uma estrutura de mercado onde há somente uma empresa que vende um produto que não possui substitutos.
Há uma enorme dificuldade de entrar outra empresa no mercado, em alguns caso é até impossível. Com isso, há uma majoração dos preços e lucros extraordinários.
Voltaremos a essa questão quando tratarmos da interferência do Estado no mercado para minimizar suas falhas. Dependo do produto que está sob monopólio, pode haver a necessidade de interferência do governo para garantir o bem estar da sociedade.
Exemplo
Temos setores como fornecimento de água e energia que se encontram nesta situação, seja por conta de uma patente que garanta a exclusividade, pela escala de produção ou pelo domínio de uma tecnologia .
4. Oligopólio
É uma estrutura onde existe um pequeno número de ofertadores de um mesmo produto, mas que possuem certo grau de diferenciação.
O interessante é destacar que são grandes participantes do mercado e que a ação de um deles pode impactar afetando os demais e, portanto, o mercado.
Existe uma competição de preços mantida em estritos limites, pois temos grande dificuldade de entrada de novos competidores no mercado.
Qualquer movimento mais acentuado na tentativa de aumentar a participação de mercado por parte de um deles, pode ter como resultante uma guerra de preços.
A grande questão está na dificuldade de entrada de novos participantes por domínio de patentes, de matéria-prima, de autorizações governamentais entre outros.
É uma estrutura em que podem ocorrer condutas anticoncorrenciais dos participantes, como cartéis, dumping, entre outras.
Exemplo
É uma estrutura encontrada em setores da economia, como o de:
· Automobilístico.
· Eletrodomésticos.
· Produtos de higiene.
Os produtos podem ser diferenciados pela marca ou até podemos ver alguns setores com produtos homogêneos nessa estrutura (exemplo na produção de cimento).
Falhas de mercado
Uma situação de equilíbrio teórico e desejável é aquela que promove a melhor alocação dos recursos e maximização das satisfaçõesindividuais.
É o que a teoria denomina de “ótimo de Pareto”.
Mas nem sempre essa situação desejada acontece. Existem situações específicas, que chamamos de “falhas de mercado”, que impedem o equilíbrio automático no jogo de forças do mercado.
Podemos conhecer algumas a partir de agora.
A existência de monopólios naturais
O monopólio natural pode ser caracterizado por setores com elevados ganhos de escala, ou seja, quanto maior a produção, mais se consegue diluir o custo fixo e menor o custo unitário de produção.
Diferente dos outros tipos de monopólio, onde ocorre uma ação específica das empresas ou do governo que levem à concentração da oferta, os monopólios naturais se formam em decorrência das características de operação de determinados setores.
A ideia do monopólio é ofertar uma quantidade menor de produto a um preço maior e isso poderá gerar um conflito de interesses entre a empresa monopolista e a sociedade.
Nesses casos, podem ser necessárias políticas públicas para intervir nesse mercado de duas formas:
1
Propriedade pública
o próprio Estado passa a se responsabilizar pela oferta do bem.
2
Regulação
o setor permanece com a iniciativa privada, porém o governo regula a qualidade da oferta e os preços.
As externalidades
As externalidades podem ser definidas como:
"“(...) impactos gerados pelas atividades de produção e consumo de agentes envolvidos em um mercado específico e que atingem outros agentes não diretamente envolvidos no mercado."
- (PINHO, VASCONCELLOS, & TONETO JR., 2011)
Dependendo do valor desse efeito gerado, podemos classificá-las como:
1. Externalidades positivas
São os efeitos positivos da produção da empresa para a sociedade.
Como, por exemplo, o fato da empresa gerar emprego e desenvolvimento para a redondeza.
2. Externalidades negativas
Existem, também, os efeitos negativos, como, por exemplo, os dejetos que a indústria química jogará no mar e que gerará prejuízos ambientais para todo o planeta.
Eis o papel importante do Estado nesse momento. Ele pode, por exemplo, conceder subsídios para estimular ou retribuir a geração de externalidades positivas e simultaneamente cobrar impostos ou multas para desestimular externalidades negativas.
As falhas de informação
Quando o mercado não fornece por si todas as informações necessárias para que os consumidores tomem suas decisões, o Estado pode então induzir essa transparência, mediante uma legislação adequada que obrigue a divulgação de determinadas informações.
Exemplo
Como exemplo podemos citar as exigências de informações sobre a composição dos produtos nas embalagens.
Essa medida é feita para dar mais transparência ao consumidor e auxiliá-lo na sua decisão.
 Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC)
Sabemos que o sistema capitalista pressupõe a propriedade privada e a livre iniciativa.
Saiba mais
Veja como está definido a propriedade privada e a livre iniciativa no site do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Veja algumas definições importantes sobre esse assunto:
 
Lei Antitruste Brasileira
O caso de fusões e incorporações das empresas, dependendo da sua posição dominante, deve ser analisado pelo SBDC.
O Cade pode autorizar (ou não) a fusão se houver entendimento de que o poder de mercado da empresa pode gerar prejuízo ao consumidor.
A Lei Antitruste Brasileira (Lei n°12.529, de 30/11/2011) tem o intuito de restaurar o processo de concorrência no mercado e reprimir os abusos praticados no mercado de consumo.
Exemplo
Já ouvimos casos históricos sobre fusões. Anos atrás, ocorreram discussões no âmbito do CADE sobre a fusão da Brahma e da Antártica, dando origem à criação da AMBEV.
Posteriormente, foi negado pelo CADE o processo de aquisição da Garoto pela Nestlé, pois considerou que geraria uma concentração excessiva no processo de fabricação de chocolates.
Saiba mais
Entenda como o SBDC é formado.
Atividade
1. No tocante ao mercado em concorrência perfeita, assinale a alternativa abaixo que NÃO condiz com as características desse mercado:
b) Muitos vendedores com produtos diferenciados.
2. (Banca: FAFIPA. Órgão: APPA-PR. Prova: Analista Portuário - Economista, 2016)
A respeito das estruturas de mercado e suas características, pode-se afirmar CORRETAMENTE que:
c) Na estrutura de monopólio, o preço do ofertador individual é o preço da oferta de mercado.
3. Um tipo de situação em que pode ocorrer uma falha de mercado causada por desconhecimento do produto pelo consumidor e pode sugerir uma atuação regulatória do governo, é representada: d) Pelas assimetrias de informação.
4. “O CADE é uma autarquia federal integrante do poder judiciário e possui a atribuição de garantir a defesa da concorrência.”
Essa sentença é verdadeira ou falsa?
FALSA
5. Em relação à defesa da concorrência, NÃO consta na Constituição Federal brasileira de 1988: 
d) O estímulo à formação de oligopólios.
AULA 04
Custos e Rendimentos da Firma em Concorrência Perfeita
Premissa
Pela chamada teoria marginalista (ou neoclássica), toda e qualquer empresa tem como objetivo (privado) principal obter o maior lucro possível, sabendo-se que este lucro (LT) é obtido em função da maior diferença entre a receita total (RT) com o custo total (CT), isto é:
LT = RT – CT
Empresas têm como principal objetivo a maximização dos lucros (a curto ou a longo prazo).
Análise da maximização do lucro total: uma abordagem inicial
Conforme veremos melhor no item seguinte, o empreendedor deverá escolher o nível de produção 1 para o qual a diferença entre a receita total e custo total seja máxima. Por este contexto, vamos supor hipoteticamente a tabela I abaixo, na qual a coluna 1 nos dá a quantidade de produção (Q) que, multiplicada pelo preço unitário (P), na coluna 2, gera como resultado o valor da receita total (RT) na coluna 3.
A diferença entre RT e o custo total (CT), este com valores apresentados na coluna 4, origina o resultado do lucro (ou do prejuízo) total localizado na coluna 5. O lucro é máximo (R$280,00) quando a empresa tende a produzir (e a vender) 60 unidades do seu produto por período de tempo.
No caso de uma análise com enfoque contábil e/ou de administração financeira, há uma diferença fundamental sobre o chamado ponto de equilíbrio (PE ou break even point [BEP]). Essa análise diz respeito ao nível de produção na qual a receita é igual ao custo total, ou seja, o nível de quantidade tal onde o lucro total é igual a zero. Melhor dizendo, é importante saber a partir de que quantidade (por esta análise) a empresa vai obter lucros.
A receita marginal é definida como o acréscimo da receita total pela produção (e venda) de uma unidade a mais do produto. E o custo marginal, conforme já estudado por nós, é definido como sendo o acréscimo do custo total pela produção de uma unidade a mais do produto da empresa.
Além disso, pelos valores encontrados da receita total, se quisermos calcular os resultados da receita marginal, iremos constatar que para a empresa em concorrência perfeita, a RMg = P, e é com referência a este princípio que passaremos a discutir daqui para a frente.
Mas, antes disso, vamos entender melhor o que é o mercado (ou a estrutura) de concorrência perfeita.
Estrutura de concorrência perfeita e pressupostos iniciais: características da base da competição
Conforme já estudamos nas aulas 1 e 2, os conceitos de oferta e demanda se referem ao comportamento das pessoas quando interagem nos mercados. Um mercado é um grande grupo de compradores e vendedores de um dado bem ou serviço.
Os compradores, em conjunto, determinam a demanda pelo produto, e os vendedores ou produtores em conjunto, determinam a oferta do produto. Chamamos de mercados competitivos aqueles em que há muitos compradores e muitos vendedores, de modo que cada um deles exerce impactos “negligenciáveis” sobre os preços desses mercados.
Nos mercados competitivos, de concorrência perfeita, o funcionamento deles é livre, sem barreiras e transparente, de modo que uma única empresa não tem condições de afetar o preço de mercado. O preço de mercado é absorvido pelas empresasparticipantes dessa estrutura, bem como pelos consumidores individualmente.
As firmas (ou empresas) ofertam produtos semelhantes ou homogêneos, sendo que há completa mobilidade desses produtos em várias regiões, em diversos lugares. Nesse mercado, há livres entradas e saídas de firmas e de consumidores, nas quais os empresários tendem a maximizar o lucro total e os consumidores a maximizar a sua satisfação ou utilidade.
Atenção
Cabe destacar que os agentes econômicos (produtores e compradores) têm acesso a toda e qualquer informação importante, dentre elas os custos e as receitas dos concorrentes. Entretanto, supõe-se que nenhuma empresa influi no custo das demais, bem como nenhum consumidor afeta o consumo dos demais.
Curvas de demanda da firma individual e de mercado
Vamos imaginar o mercado de concorrência perfeita sendo uma molécula e cada firma que compõe este mercado sendo átomos. Pode-se informar que uma firma isoladamente não consegue alterar o preço de mercado do produto. Qualquer saída ou entrada de firmas neste mercado não iria alterar a estrutura desta molécula, pois suas participações isoladamente são “infinitesimais” no que diz respeito à formação da (curva de) oferta de mercado.
O preço do produto para uma firma qualquer é o valor (de venda) que vem do mercado — se e somente se — a curva de demanda para firma é horizontal, pois a firma (ou empresa) só pode vender a esse preço (Pm), conforme verificamos no Gráfico 1:
Se a firma (ou empresa) estiver com pretensão de vender mais caro o produto, ela pode não vender nada, pois o produto, de uma maneira geral, é homogêneo e isso dá bastante liberdade ao consumidor para comprar mais barato em outras empresas do mesmo ramo, do mesmo setor.
Paralelo a isso, a empresa também, teoricamente, não está disposta a vender a um preço mais barato, porque isso acaba ferindo o princípio da racionalidade: se o preço de mercado tende a vender o quanto quer, por que, então, vender a um preço menor?
A inclinação é negativa da curva de demanda de mercado (D), com a qual se defrontam todas as firmas, supondo que todas elas são do setor indústria para a nossa análise. Conforme estamos discutindo, a curva de demanda individual da firma é horizontal, é infinitamente elástica 2. Se ocorrer modificações do preço pelo mercado, a firma deve, automaticamente, ajustar a quantidade, pois é tomadora de preços.
Equilíbrio competitivo da firma em curto prazo
Apresentar o equilíbrio de curto prazo de uma empresa em um mercado competitivo requer mais discussão e complementação do que foi apresentado. Para isso, iremos detalhar mais sobre receitas e custos e depois, então, nos dedicaremos a visualizar e entender esse equilíbrio.
É preciso lembrar que tal equilíbrio advém da determinação da maximização do lucro total, obtido por meio da ótica da receita marginal e do custo marginal. Sabe-se que toda e qualquer firma ou empresa deseja uma dada receita total (RT). Esta é conseguida pelo resultado:
RT = P . Q
Sendo P o preço unitário de venda, e Q a quantidade a ser vendida (e demandada). A partir da receita total, podemos obter dois outros tipos de receita: a média e a marginal.
A tomada de decisão de uma empresa em concorrência perfeita diz respeito à quantidade que ela tende a produzir. Esta decisão é inerente ao seu desejo em obter lucros.
Sendo que a fórmula do lucro total (LT) é definida como LT = RT – CT, se trabalharmos com a variação do lucro total resultante da variação na quantidade produzida de um bem ou serviço, iremos conseguir o chamado lucro marginal (LMg), apresentado pela expressão:
LMg = (ΔLT/ ΔQ) = (ΔRT/ ΔQ) – (ΔCT/ ΔQ)
Sabendo-se que:
(ΔRT/ΔQ) = RMg}
(ΔCT/ΔQ) = CMg
Logo:
LMg = RMg - CMg
Como estamos supondo que a firma é racional na sua maneira de produzir e tem como objetivo último a maximização do seu lucro total, veremos que a quantidade ótima de produção da firma, que forma o seu equilíbrio competitivo, ocorre no âmbito da quantidade q*, pois é com esta quantidade que se tende a gerar essa maximização.
A ideia de se obter mais lucro possível está em conseguir a maior diferença (positiva) entre a RT com o CT. Para isso acontecer, a regra é justamente a firma maximizar o lucro total obtendo a igualdade RMg = CMg, sendo o custo marginal crescente, como está indicando o ponto E. A empresa racional sempre aumentará a sua produção, quando isso efetivamente gerar mais lucro total.
Neste sentido:
1.
Qualquer nível de produção abaixo do ponto E, o acréscimo de receita derivado da produção de uma unidade adicional do produto (RMg) é superior ao acréscimo de custo, derivada da produção de uma unidade adicional de produto (CMg). Neste caso é interessante a firma aumentar sua produção até chegar ao ponto E, pois: LMg > 0 e o LT está aumentando.
2.
Qualquer nível de produção acima do ponto E, o acréscimo de custo derivado do incremento de uma unidade de produção (CMg) é superior ao acréscimo de receita derivado deste aumento no produto (RMg), ou seja, LMg < 0 e o LT estará diminuindo. Neste caso, é atraente para a empresa reduzir sua produção dirigindo-se para o ponto E.
3.
Em qualquer ponto acima ou abaixo de E, a empresa não estará maximizando seu lucro total, portanto a quantidade q* é definida como ótima de produção, pois é com esta quantidade que faz ocorrer a igualdade RMg = CMg, gerando o equilíbrio da firma a curto prazo e, conforme o Gráfico 2, ocorre no momento em que o CMg é crescente.
4.
Pelo mesmo gráfico, discorre-se que a análise se torna mais interessante ao agregarmos à curva de custo total médio (CMe). Note que a curva de CMg intercepta a curva de CMe no ponto de mínimo desta última e que, a partir daí, podemos visualizar determinadas áreas que serão agora objetos de estudo dentro desta nossa atual discussão.
5.
Observe que a área do quadrado 0q*PE corresponde à multiplicação 0q* (quantidade vendida) por 0P (nível de preço determinado pelo mercado), ou seja, a receita total (RT) da firma. A área do retângulo 0q*CMeA corresponde à multiplicação de 0q* (quantidade vendida) por CMeA (custo total médio), isto é, ao custo total (CT).
6.
A subtração de 0q*PE em relação a 0q*CMeA equivale à área do retângulo EPACMe, que corresponde ao lucro total da firma (LT), ou seja, a diferença entre receita total (RT) e custo total (CT), sendo este lucro total chamado de lucro econômico (ou lucro extra ou extraordinário). Cabe destacar que este tipo de lucro é obtido por uma firma de concorrência perfeita apenas no curto prazo.
Como, em concorrência perfeita, RMg = CMg = P(preço), os livros de Economia costumam apresentar esta condição simplesmente como sendo P = CMg, ao invés, propriamente dito, de RMg = CMg.
Vamos ver, a partir do próximo tópico, o que acontece a longo prazo, isto é, quando outras empresas são introduzidas onde esteja vigorando o lucro extraordinário. Em outras palavras, vejamos o que ocorre quando há livre entrada e saída de firmas nesse mercado de concorrência perfeita.
Maximização do lucro de uma firma no longo prazo
Em longo prazo, o lucro extra atrairá novas empresas no mercado. A maior quantidade de empresas aumentará a oferta de produtos no setor industrial, pois dada uma demanda constante, provocará uma redução dos preços de mercado, reduzindo o lucro extraordinário com o passar do tempo.
Este processo com entrada de novas firmas, aumento de oferta e redução de preço e, portanto, de diminuição do lucro econômico total, somente cessará à medida que seja eliminado totalmente este lucro econômico, só ficando o chamado lucro normal.
Isso é demonstrado no momento em que a receita marginal de longo prazo (RMgLP) igualar o custo marginal de longo prazo (CMgLP) e o custo médio de longo prazo (CMeLP), significando que a firma está atuando no ponto mínimo de CMeLP.
Esta situação é expressa pelo Gráfico 3, a seguir:
Pela figura anterior, a entrada de mais firmas desloca a curva de oferta gradativamente para a direita, de S0 para S2, provocando uma queda no preço de mercado (po para p 2).
Quando o preço chega a P2, cessam os lucros extraordinários,pois, no ponto (p2, q2), RT = CT (ou RMe = CTMe) e LT = 0
Esse ponto corresponde ao mínimo da curva de custo médio de longo prazo (escala ou tamanho ótimo da empresa). Não há mais lucro extra (ou extraordinário), a firma somente obtém o lucro normal (ou extraordinário).
AULA 01
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