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Apostila Administra o Financeira

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aDMInISTRaÇÃO fInanceIRa
AdministrAção regionAl do senAc no estAdo de são PAulo
Gerência de Desenvolvimento 
Sidney Zaganin Latorre 
Coordenação Técnica
Andrea Cury Borges de Gouvea Tonanni 
Apoio Técnico
Patrícia Vivaldo dos Santos
© Senac-SP 2006
Elaboração do material didático
Ricardo Sussumu Takatori
Hong Yuh Ching
Edição e Produção
Edições Jogo de Amarelinha
aDMInISTRaÇÃO fInanceIRa
2006
�
Administração Financeira
Senac São Paulo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO / 6
CAPÍTULO 1 / 7
►����Foco: Estruturar as macro atividades desenvolvidas na administração financei-
ra da empresa, identificando a diferença entre financeiro (regime caixa) 
e econômico (regime competência)
ConCeitos básiCos de administração finanCeira
atribuições do administrador finanCeiro
estrutura organizaCional da administração finanCeira
diferença entre Caixa e luCro
CAPÍTULO 2 / 11
►���Foco: Saber elaborar demonstração do fluxo de caixa a partir das visões finan-
ceira e econômica 
fluxo de Caixa
finalidade do fluxo de Caixa
demonstração do fluxo de Caixa
método de elaboração
CAPÍTULO 3 / 20
►��Foco: Entender a importância de uma adequada gestão de capital de giro e o 
estabelecimento de suas políticas para a empresa
CiClo operaCional e CiClo de Caixa
alternativas de finanCiamento de ativo CirCulante
os subproCessos que Compõem o proCesso do Capital de giro
CAPÍTULO 4 / 26
►��Foco: Criar condições para uma adequada concessão de crédito ao cliente, 
balanceando os interesses da área comercial com os da área financeira
Crédito e Cobrança
Cadastro
Crédito
Cobrança
CAPÍTULO 5 / 43
►��Foco: Fazer a gestão do contas a receber para a manutenção da liquidez da 
empresa e redução da inadimplência
monitoramento do Contas a reCeber
�
Administração Financeira
Senac São Paulo
CAPÍTULO 6 / 46
►��Foco: compreender o impacto que os estoques provocam no ciclo de caixa e 
maneiras de influenciar no seu giro
téCniCas de gerenCiamento de estoque
CAPÍTULO 7 / 48
►��Foco: Obter as informações e documentos necessários para uma adequada 
gestão de contas a pagar
a quem se deve pagar?
a quem se deve pagar?
fases de Contas a pagar
prinCipais responsabilidades
Controles do Contas a pagar
transações das Contas a pagar
risCos em Contas a pagar
tesouraria
produtos de Crédito
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / 66
6
Administração Financeira
Senac São Paulo
Na gestão empresarial, uma das competências a serem desenvolvidas é a gestão financeira. 
Do entendimento econômico-financeiro muitas decisões são tomadas.
A compreensão operacional, sua interface, evidencia o desenvolvimento de competências e 
ferramentas adequadas à gestão empresarial. Na cadeia econômica, a administração finan-
ceira é um elo muito importante, pois a determinação da melhor utilização possível de re-
cursos limitados, dados os objetivos de desempenho, são administrados financeiramente.
Um dos grandes desafios atuais é o entendimento de risco, considerado em seu sentido 
mais amplo e genérico. A análise detalhada das tarefas, funções, produtos e negócios de 
uma empresa determinará quais as direções ou componentes de risco a serem monitora-
dos e estabelecerá a metodologia de administração de tal risco. Administrar não quer dizer 
eliminar risco, mas sim conhecê-lo e, conhecendo-o, desenvolver instrumentos de gestão 
com o objetivo de contê-lo dentro de níveis toleráveis e aceitáveis.
Para tornar o todo mais eficaz, não é mais suficiente o acompanhamento dos negócios 
junto ao mercado ou ao cliente. Cada dia é mais essencial deter-se em um conhecimento 
profundo dos negócios e formular-se um conceito de parceria, entre todas as áreas de uma 
instituição, na procura de formas de aprimoramento da gestão e do controle de risco.
Os gestores da empresa necessitam diariamente de informações acerca do nível de fatura-
mento, das disponibilidades de saldo e das perspectivas de resultados operacionais – todas 
as tecnologias e competências que devem gerar tais informações e dados. Diante deste 
quadro, o segmento financeiro tem uma importância vital na gestão empresarial.
INTRODUÇÃO
7
Administração Financeira
Senac São Paulo
Conceitos Básicos de Administração Financeira
A função financeira da empresa
Sem dinheiro, ou crédito, não se realiza nenhum empreendimento de caráter econômico, 
não há negócio sem um capital. O dinheiro está para a empresa como o sangue está para 
o corpo humano.
Quando se fala em fluxo monetário estamos em pleno domínio das Finanças das empresas, 
isto é, as entradas e saídas de dinheiro, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto 
de vista financeiro.
Portanto, finanças têm entendimento:
a) financeiro (dinheiro ou crédito);
b) econômico (equipamentos e tecnologia).
O conceito de administração financeira aceito é:
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA é a administração do fluxo 
monetário – entradas e saídas – existente em uma empresa.
Objetivos da Administração Financeira
A Administração Financeira tem como objetivo criar ao menos o equilíbrio financeiro da 
empresa, seja do ponto de vista econômico ou do ponto de vista financeiro, por meio da 
utilização de várias ferramentas e dados oriundos da área financeira.
CAPÍTULO 1
► Foco: estruturAr As mAcroAtiVidAdes desenVolVidAs nA 
AdministrAção FinAnceirA dA emPresA, identiFicAndo 
A diFerençA entre FinAnceiro (regime cAiXA) e 
econÔmico (regime comPetÊnciA)
�
Administração Financeira
Senac São Paulo
Atribuições do Administrador Financeiro
Cabe ao administrador financeiro as seguintes tarefas:
a) Obtenção de Fundos: quando houver necessidades de fundos – dinheiro –, cabe ao 
administrador financeiro obter esses recursos junto ao mercado financeiro nacional ou 
estrangeiro, ou outra fonte existente no mercado, pagando-se o mínimo de juros 
b) Distribuição de Fundos: aplicação dos recursos monetários da melhor forma possí-
vel, fixando uma política de compras – menor preço, política de vendas – melhor preço 
e menor prazo, política de crédito – vendas com a menor inadimplência, melhores 
investimentos e outras vantagens financeiras para a empresa.
c) Planejamento e Controle: todo o objetivo da empresa deve ser efetuado através de 
um planejamento e controle das operações; cabe ao administrador financeiro efetuar 
o planejamento e o controle de todas as atividades da empresa.
d) Organização e Controle: O setor de Finanças deve ser estruturado racionalmente, 
de acordo com as normas de organização, para melhor desempenho de suas funções. 
Todas as funções devem ser orientadas para os objetivos da empresa, principalmente 
os objetivos financeiros.
�
Administração Financeira
Senac São Paulo
Estrutura organizacional da administração financeira
Figura 1 – Organização corporativa: a organização geral de uma corporação e a função financeira. 
A função financeira é mostrada em cor mais escura.
De acordo com a figura acima, há uma clássica separação entre controladoria e tesoura-
ria, ambos reportando ao diretor financeirO da empresa. O tesoureiro normalmente é 
responsável por conduzir as atividades financeiras, como obter recursos (fundos), tomar 
decisões de dispêndio de capital e gerenciar o caixa. O controller constuma lidar com as 
atividades contábeis, gerenciamento de impostos e contabilidade de custos.
Diferença entre caixa e lucro
Uma das lições importantes é saber que lucro não significa dinheiro em caixa, isto é, se a 
empresa gerou um lucro de $500 mil em um dado período, não significa dizer que a em-
presa gerou um caixa de igual montante no mesmo período.
DiretoresDiretor-presidente 
(CEO)
Diretor de 
recursos 
humanos
Diretor de 
produção
Diretor 
financeiro 
(CFO)
Diretor de 
marketing
Diretor de 
informações
Tesoureiro Controller
Gerente de 
dispêndios de 
capital
Gerente de 
crédito
Gerente de 
câmbio
Gerente de 
impostos 
(tributos)
Gerente de 
contabilidade
Gerente captação 
de recursos e de 
planejamento 
financeiro
Gerente de 
caixa
Gerente de 
fundos de 
pensão
Gerente de 
contabilidade 
corporativaGerente de 
contabilidade 
financeira
10
Administração Financeira
Senac São Paulo
Caixa é financeiro e lucro é econômico. Os seguintes aspectos fazem com que o lucro seja 
diferente do caixa gerado (Frezatti, 1997):
• prazos de pagamento e recebimento são diferentes da venda e das despesas e custos, 
por uma questão temporal;
• não pontualidade de recebimento e de pagamento;
• valores ativados que se refletem na DRE por meio de depreciação e amortização. Tais 
reconhecimentos no DRE diminuem o lucro, mas não representam saída de caixa;
• provisões de qualquer tipo que afetam a DRE, mas não impactam o fluxo de caixa;
• receitas reconhecidas e não recebidas;
• recebimento de clientes que impactam no caixa e não têm referência no lucro.
11
Administração Financeira
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Fluxo de caixa
O Fluxo de Caixa é um dos mais importantes instrumentos de análise financeira.
Primeiramente, devemos mencionar que o fluxo de caixa não é a mesma coisa que capital 
de giro líquido.
O fluxo de caixa das operações, definido como sendo a diferença entre resultado antes dos 
juros e depreciação menos impostos, mede volume de numerário gerado pelas operações, 
não contando os investimentos ou gastos com necessidade de capital de giro, e tem por ob-
jetivo primordial a projeção das entradas e das saídas dos recursos financeiros da empresa 
em um determinado período de tempo. Os principais objetivos deste demonstrativo são:
1. Prognosticar as necessidades de captação de recursos;
2. Aplicar os excedentes da caixa nas alternativas mais rentáveis para a empresa, sem 
comprometer a liquidez.
Outros objetivos igualmente importantes podem também ser considerados na elaboração 
do fluxo de caixa. Dentre eles, listamos os seguintes:
• Proporcionar o levantamento das necessidades de recursos financeiros para a realiza-
ção das transações definidas no planejamento da empresa; 
• Empregar de forma eficaz os recursos disponíveis, evitando que fiquem sem remuneração; 
• Planejar e controlar os recursos financeiros em termos das entradas e saídas, através 
da análise e controle das atividades de planejamento de vendas e despesas, índices de 
atividades, prazos médios e necessidades de capital de giro; 
CAPÍTULO 2
► Foco: sABer elABorAr demonstrAção do FluXo de cAiXA A 
PArtir dAs VisÕes FinAnceirA e econÔmicA
12
Administração Financeira
Senac São Paulo
• Saldar as obrigações incorridas pela empresa tempestivamente; 
• Buscar o equilíbrio financeiro entre os fluxos de entradas e saídas de recursos; 
• Analisar as fontes de créditos onerosas de forma a minimizar o custo de utilização 
das mesmas; 
• Prever desembolso de caixa em volumes elevados em épocas de encaixe baixo; 
• Desenvolver controle dos saldos de caixa e de duplicatas a receber; 
• Coordenar os recursos a serem utilizados pelas várias atividades da empresa no que se 
relaciona a investimentos e financiamentos. 
Através do fluxo de caixa pode-se cumprir o principal objetivo da empresa: a maximização 
do retorno dos proprietários, sem, no entanto, comprometer a liquidez, reduzindo dessa 
forma o risco incorrido pelos detentores do controle da empresa.
Finalidade do fluxo de caixa
As informações do FLUXO DE CAIXA, principalmente quando analisadas em conjunto 
com as demais demonstrações financeiras, podem permitir que investidores, credores e 
outros usuários avaliem:
a) a capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;
b) a capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retor-
nar empréstimos obtidos;
c) a liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;
d) a taxa de conversão de lucro em caixa;
e) a performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de dis-
tintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;
f) o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa;
g) os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento, 
financiamento etc.
13
Administração Financeira
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REQUISITOS
Para o cumprimento de sua finalidade, o modelo de FLUXO DE CAIXA adotado deve 
atender aos seguintes requisitos:
• evidenciar o efeito periódico das transações de caixa segregadas por ativida-
des operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento, 
nesta ordem; 
• evidenciar separadamente, em Notas Explicativas que façam referência ao FLUXO 
DE CAIXA, as transações de investimento e financiamento que afetam a posi-
ção patrimonial da empresa, mas não impactam diretamente nos fluxos de caixa 
do período; 
• reconciliar o resultado líquido (lucro/prejuízo) com o caixa líquido gerado ou con-
sumido nas atividades operacionais. 
 
Figura 2 – Fluxos de caixa da empresa.
(1) Fluxos operacionais (2) Fluxos de investimento
Mão-de-obra Salários
Pagamento
provisionado
Pagamento 
de compras 
a créditoContas a 
pagar
Matérias-
primas
Depreciação
Despesas
gerais
Produto em 
processo
Produto 
acabado
Despesas operacionais 
(incluindo depreciação) 
e juros
Imposto de renda
Vendas
Contas
a receber
Cobrança de vendas a crédito
Vendas à vista
Restituição
Pagamento
Vendas
Compras
Vendas
Compras
Ativo fixo
Participação
(3) Fluxos de financiamento
Empréstimo
Restituição
Venda de ações
Recompra de ações
Pagamento de dividendos em dinheiro
Patrimônio
Exigível
(curto e longo 
prazos)
Caixa e
títulos 
negociáveis
1�
Administração Financeira
Senac São Paulo
O esquema da página anterior mostra os fluxos de caixa da empresa. Podem ser divididos 
em: fluxos operacionais, fluxos de investimento e fluxos de financiamento. Cada um desses 
fluxos será explicado a seguir.
Demonstração do fluxo de caixa
Diferentemente do DOAR, em que os recursos são evidenciados em suas origens e apli-
cações, o formato adotado para o FLUXO DE CAIXA é o de classificação das movimen-
tações de caixa por grupo de atividades. A classificação dos pagamentos e recebimentos 
de caixa relaciona-se, normalmente, com a natureza da transação que lhe dá origem. 
Assim, por exemplo: a compra de matéria-prima para a produção é uma atividade ope-
racional; a compra de uma máquina utilizada na geração de outros produtos é uma ativi-
dade de investimento; a compra (resgate) de ações da própria empresa é uma atividade 
de financiamento.
A natureza da transação deve levar em consideração sua intenção subjacente para fins 
de classificação. Os desembolsos de caixa efetuados em investimentos adquiridos com a 
intenção de revenda (títulos, máquinas, terrenos etc.) não devem ser classificados como 
atividade de investimento, mas como atividades operacionais.
Reproduzimos a seguir os elementos constituintes de cada grupo.
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Envolvem todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e servi-
ços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento e financia-
mento. Normalmente, relacionam-se com as transações que aparecem na Demonstração 
de Resultados.
Entradas:
• recebimentos pela venda de produtos e serviços a vista, ou das duplicatas correspon-
dentes no caso de vendas a prazo. Incluem também os recebimentos decorrentes dos 
descontos das duplicatas emitidas contra as vendas a prazo efetuadas, de curto ou 
longo prazos, em bancos; 
• recebimento de juros sobre empréstimos concedidos e sobre aplicações financeiras 
em outras entidades.;
• Recebimentos de dividendos pela participação no patrimônio de outras empresas; 
1�
Administração Financeira
Senac São Paulo
• Qualquer outro recebimento que não se origine de transações definidas como ativida-
des de investimento e financiamento, como: recebimentos decorrentes de sentenças 
judiciais; indenizações por sinistro, exceto aquelas diretamente relacionadas a ativida-
des de investimento e financiamento, como o sinistro em uma edificação, por exem-
plo; reembolso de fornecedores. 
Saídas:
• pagamentos a fornecedores referentesao suprimento da matéria-prima para a produ-
ção de bens para revenda. Se compra a prazo, pagamento do principal dos títulos de 
curto ou longo prazos a que se refere a compra; 
• pagamentos aos fornecedores de outros insumos de produção, incluídos os serviços 
prestados por terceiros; 
• pagamentos aos governos federal, estadual e municipal, referentes a impostos, multas, 
alfândega e outros tributos e taxas; 
• pagamento dos juros (despesas financeiras) dos financiamentos (comerciais e bancá-
rios) obtidos. 
�
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO 
Relacionam-se normalmente com o aumento e diminuição dos ativos de longo prazo que 
a empresa utiliza para produzir bens e serviços. Incluem a concessão e recebimento de 
empréstimos, a aquisição e venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras 
entidades e a aquisição e alienação de imobilizado.
Entradas:
• recebimento do principal dos empréstimos concedidos ou da venda desses ativos a 
outras entidades, exceto ativos financeiros classificados como equivalentes-caixa; 
• recebimento pela venda de títulos de investimento a outras entidades; 
• recebimento pela venda de participações em outras empresas; 
• recebimento pelo resgate de participações investidas pela entidade; 
• venda de imobilizado e de outros ativos fixos utilizados na produção. 
16
Administração Financeira
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Saídas:
• desembolso dos empréstimos concedidos pela empresa e pagamento pela aquisição 
de títulos de investimento de outras entidades; 
• pagamento pela aquisição de títulos patrimoniais de outras empresas; 
• pagamento, no momento da compra ou em data próxima a esta, de terreno, edifica-
ções, equipamentos ou outros ativos fixos utilizados na produção. 
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Relacionam-se com os empréstimos de credores e investidores à entidade. Incluem a ob-
tenção de recursos dos donos e o pagamento a estes de retorno sobre seus investimentos 
ou do próprio reembolso do investimento; incluem também a obtenção de um emprésti-
mo junto a credores e a amortização ou liquidação destes; e também a obtenção e paga-
mento de recursos de/a credores via crédito de longo prazo.
Entradas:
• venda de ações emitidas; 
• empréstimos obtidos no mercado, via emissão de letras hipotecárias, notas promissó-
rias, títulos de dívida ou outros instrumentos, de curto ou longo prazos; 
• recebimento de contribuições, de caráter permanente ou temporário, que, por ex-
pressa determinação dos dadores, têm a finalidade estrita de adquirir, construir ou ex-
pandir a planta instalada, aí incluídos equipamentos ou outros ativos de longa duração 
necessários à produção. 
Saídas: 
• pagamento de dividendos ou outras distribuições aos donos, incluindo o resgate de 
ações da própria empresa; 
• pagamento dos empréstimos obtidos (exceto juros); 
• pagamento do principal referente a imobilizado adquirido a prazo. 
17
Administração Financeira
Senac São Paulo
Nota: As transações de investimento e financiamento que afetam ativos e passivos, mas 
não impactam o caixa, devem ser evidenciadas em Notas Explicativas. Isso pode ser feito 
tanto de forma narrativa como resumida em tabela específica. São exemplos:
• dívidas convertidas em aumento de capital; 
• aquisição de imobilizado via assunção de passivo específico (letra hipotecária, contrato 
de alienação fiduciária etc.); 
• aquisição de imobilizado via contrato de arrendamento mercantil; 
• bem obtido por doação (que não seja dinheiro); 
• troca de ativos e passivos não-caixa por outros ativos e passivos não-caixa. 
Método de elaboração
A movimentação das disponibilidades (caixa e equivalentes-caixa) da empresa, em um dado 
período, deve ser estruturada no FLUXO DE CAIXA, conforme já comentado, em três 
grupos, cujos títulos buscam expressar as entradas e saídas de dinheiro relacionadas com 
as atividades: operacionais, de investimento e de financiamento. A soma algébrica dos re-
sultados líquidos de cada um desses grupamentos totaliza a variação do caixa do período, 
que deve ser conciliado com a diferença entra os saldos respectivos das disponibilidades, 
constantes no Balanço, entre o início e o fim do período considerado.
Para divulgar o fluxo de caixa oriundo das atividades operacionais, o Fasb (órgão normatiza-
dor das práticas contábeis americanas) e o Lasc (órgão que estabelece normas internacio-
nais de contabilidade) recomendam que as empresas utilizem o método direto. É facultada 
a elaboração do fluxo das operações pelo método indireto, ou método da reconciliação.
Método Direto
O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais compo-
nentes das atividades operacionais, como os recebimentos pelas vendas de produtos e ser-
viços e os pagamentos a fornecedores e empregados. O saldo final das operações expressa 
o volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante um período.
As empresas, ao utilizarem o método direto, devem detalhar os fluxos das operações, no 
mínimo, nas classes seguintes:
• recebimento de clientes, incluindo os recebimentos de arrendatários, concessionários 
e similares; 
• recebimento de juros e dividendos; 
1�
Administração Financeira
Senac São Paulo
• outros recebimentos das operações, se houver; 
• pagamento a empregados e a fornecedores de produtos e serviços, aí incluídos segu-
rança, propaganda, publicidade e similares; 
• juros pagos; 
• impostos; 
• outros pagamentos das operações, se houver. 
O Fasb incentiva, mas não obriga, as empresas a adicionarem outras informações que con-
siderem úteis ao evidenciar o fluxo de caixa das operações.
Método indireto
O método indireto faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações, 
por isso é também chamado de método da reconciliação. Para tanto, é necessário:
• remover do lucro líquido os diferimentos de transações que foram caixa no passado, 
como gastos antecipados, créditos tributário etc., e todas as alocações no resultado de 
eventos que podem ser caixa no futuro, como as alterações nos saldos das contas a 
receber e a pagar do período;
• remover do lucro líquido as alocações ao período do consumo de ativos de longo 
prazo e aqueles itens cujos efeitos no caixa sejam classificados de investimento ou 
financiamento: depreciação, amortização do goodwill e ganhos e perdas na venda de 
imobilizado e/ou em operações em descontinuidade (atividades de investimento); e 
ganhos e perdas na baixa de empréstimos (atividade de financiamento). 
Lembramos a necessidade de divulgação, em Notas Explicativas, do valor dos juros e im-
posto de renda pagos no período caso seja utilizado o método indireto.
Conciliação Lucro Líquido versus Caixa das Operações
Caso seja utilizado o método direto para apurar o fluxo líquido de caixa gerado pelas ope-
rações, exige-se a evidenciação, em Notas Explicativas, da conciliação deste com o lucro 
líquido do período. Essa conciliação deve refletir, de forma segregada, as principais classes 
dos itens a conciliar. É obrigatório evidenciar separadamente as variações dos saldos das 
contas Clientes, Fornecedores e Estoques.
Se for utilizado o método indireto, é exigida a evidenciação, em Notas Explicativas, dos 
juros (exceto as parcelas capitalizadas) e Imposto de Renda pagos durante o período.
1�
Administração Financeira
Senac São Paulo
Notamos que é muito comum pensar que o fluxo de caixa é de competência exclusiva do 
setor financeiro de uma empresa, e que o contador não tem condições para sua elabora-
ção. Raramente vemos o fluxo de caixa sendo elaborado pelo setor de contabilidade. É 
considerado, inclusive, peça-chave na administração financeira.
Para efeitos ilustrativos, segue abaixo demonstração da Google.
ANNUAL CASH FLOW STATEMENT (Indirect Method)
In Millions of U.S. 
Dollars
12 Months 
Ending
12 Months 
Ending
12 Months 
Ending
12 Months 
Ending
12 Months 
Ending
(except for per share 
items)
12/31/04 12/31/03 12/31/02 12/31/01 12/31/00
 Reclass. Reclass.Restated Reclass.
 12/31/04 12/31/04 12/31/03 12/31/02
Net Income/Starting Line 2,805.0 2,862.0 1,975.0 1,222.0 4,452.0 
Depreciation/Depletion 14,152.0 13,513.0 11,569.0 11,764.0 13,411.0 
Amortization 1,384.0 1,602.0 3,871.0 948.0 – 
Deferred Taxes – – – – – 
Non-Cash Items 9,205.0 11,583.0 5,283.0 1,214.0 1,468.0 
Changes in Working 
Capital (14,485.0) (26,329.0) (11,623.0) (2,968.0) 2,114.0 
Cash from Operating 
Activities 13,061.0 3,231.0 11,075.0 12,180.0 21,445.0 
 
Capital Expenditures (7,753.0) (7,091.0) (6,871.0) (7,832.0) (9,722.0) 
Other Investing Cash 
Flow Items, Total (24,015.0) (43,757.0) (29,246.0) (16,583.0) (24,677.0) 
Cash from Investing 
Activities (31,768.0) (50,848.0) (36,117.0) (24,415.0) (34,399.0) 
 
Financing Cash Flow 
Items 4,723.0 1,320.0 333.0 924.0 – 
Total Cash Dividends 
Paid (1,129.0) (1,121.0) (1,121.0) (1,105.0) (1,294.0) 
Issuance (Retirement) 
of Stock, Net 0.0 60.0 (16.0) 254.0 1,179.0 
Issuance (Retirement) 
of Debt, Net 17,881.0 58,663.0 27,816.0 21,427.0 13,166.0 
Cash from Financ-
ing Activities 21,475.0 58,922.0 27,012.0 21,500.0 13,051.0 
 
Foreign Exchange 
Effects 671.0 929.0 495.0 (96.0) (255.0) 
Net Change in Cash 3,439.0 12,234.0 2,465.0 9,169.0 (158.0) 
20
Administração Financeira
Senac São Paulo
Ciclo operacional e ciclo de caixa
Ciclo operacional – Prazo para a empresa suprir a produção e a comercialização dos seus 
produtos (bens, serviços ou idéias). É a somatória do PME + PMR.
Ciclo de caixa – Prazo em que a empresa não conta com recursos para cumprir seu ciclo 
operacional. É a diferença entre PMP e o ciclo operacional. Veja abaixo:
 
Prazo médio de estocagem PME
Prazo médio em que os estoques totais da empresa permanecem armazenados, à espera 
para serem:
• consumidos, 
• produzidos,
• novamente armazenados,
• vendidos.
CAPÍTULO 3
► Foco: entender A imPortÂnciA de umA AdeQuAdA gestão de 
cAPitAl de giro e o estABelecimento de suAs PolÍticAs 
PArA A emPresA
(PME) (PMR)
Ciclo Operacional
(PMP) Ciclo Financeiro
21
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Prazo médio de recebimento PMR
Prazo em que a empresa: 
• Financia seus clientes;
• Precisa de recursos para saldar seus compromissos;
• Normalmente é determinado pelas forças de mercado.
Prazo médio de pagamento PMP
Prazo em que a empresa:
• É financiada pelos seus fornecedores
- Governo
- Colaboradores
- Fornecedores
- Outros 
• Compra suas matérias-primas, componentes, peças e produtos finais
 
E stoque Médio
C usto de Produção/ano
(PME ) 3 6 0
E stoque Médio
C usto de Produção/ano
(PME ) 3 6 0
C L IE NTE S
Vendas Brutas D iárias
(VBD )
(PMR )
C L IE NTE S
Vendas Brutas D iárias
(VBD )
(PMR )
F ornecedores
C om pras D iárias
(C D )
(PMP)
F ornecedores
C om pras D iárias
(C D )
(PMP)
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Alternativas de financiamento de ativo circulante
Esta seção foi extraída do livro Administração do capital de giro (Editora Atlas, 2002).
Figura 3 – Necessidades totais de recursos.
A figura acima ilustra a necessidade total de recursos de uma empresa. Para se manter em 
equilíbrio financeiro, uma alternativa é financiar suas necessidades variáveis com dividas de 
curto prazo, utilizando os recursos de longo prazo para financiar todas as suas necessidades 
financeiras permanentes.
TEMPO EM DIAS
C ompra de
MP e
Início de
Produção
T érmino da
Produção
Salários
V E ND A
Pagamento
ao
fornecedor
R ecebimento
Das
Vendas
0 2 0 2 5 6 0 9 0
(PME ) = 2 5 dias
(PMP) = 6 0 dias
(PMR ) = 6 5
C F
TEMPO EM DIAS
C ompra de
MP e
Início de
Produção
T érmino da
Produção
e Pagamento
de Salários
V E ND A
Pagamento
ao
fornecedor
R ecebimento
das
Vendas
0 2 0 2 5 6 0 9 0
(PME ) = 2 5 dias
(PMP) = 6 0 dias
(PMR ) = 6 5
C F
Graficamente, podemos observar como seria o ciclo de caixa.
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Figura 4 – Estrutura de risco mínimo.
A figura acima retrata, de maneira extrema, uma posição de risco mínimo, em que a em-
presa compromete os recursos de longo prazo integralmente com os ativos, inclusive as 
necessidades sazonais de capital circulante.
 
Figura 5 – Estrutura alternativa de menor risco.
Neste caso (figura acima), somente uma parte de suas necessidades sazonais encontra-se 
financiada por créditos correntes, mantendo a empresa, em certos períodos, recursos dis-
poníveis para eventuais aplicações financeiras.
2�
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Figura 6 – Estrutura alternativa de maior risco.
Finalmente, a empresa definida acima revela maior participação de passivos de curto prazo, 
que cobrem todas as necessidades sazonais de fundos além de parte das necessidades per-
manentes. É uma abordagem de maior risco que pode ser compensada pelo menor custo 
do dinheiro a curto prazo.
2�
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Os subprocessos que compõem o processo do capital de giro
Figura 7 – Os 3 subprocessos de capital de giro.
Os 3 subprocessos são os seguintes: o de contas a pagar, o de estoque e o de contas a receber.
O primeiro subprocesso se inicia na requisição do material e termina no pagamento da 
fatura ao fornecedor. 
O segundo subprocesso se inicia no planejamento das necessidades de material, passa pela 
previsão de vendas que irá direcionar o plano de produção e termina na produção.
O terceiro subprocesso tem início na estratégia junto ao cliente, obtenção do pedido de 
venda e termina no recebimento da fatura do cliente.
Processos de Capital de Giro
Previsão
Seleção e 
Negociação
Recebimento e 
Conferência
Discrepância
Fatura
Emissão do 
Pagamento
Gestão do Caixa
Estratégia
de compra
Requisição do 
Pagamento
Originando a 
requisição
Pedidos e 
Contratação
Distribuição
Estratégia de 
Suprimento
Seleção de 
Produtos
Previsão de 
Vendas
Processamento 
de Pedidos
Programação de 
Produção
Planejamento 
da Produção
Produção
Almoxarifado
Previsão até 
produção
Planejamento 
de Materiais
Co
nt
as
 a 
pa
ga
r
Contas a receber
Estoque
Cobrança
Serviço do 
Cliente
Fatura
Elaboração 
do Pedido
Conferência 
de Crédito
Processamento
Pedido de Vendas
Gestão de Contrato
Gestão de Risco
Administração
de Venda
Estratégia
do Cliente
Recebimento e 
aplicação
Pedido até Caixa
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Crédito e cobrança
Com a estabilização da moeda em 1994, o Brasil passou de uma economia de especulação 
para uma economia de mercado, onde todo esforço para conseguir permanecer no mer-
cado tornou-se muito caro. Com isso, surgiu a necessidade de se criar critérios mais rigo-
rosos para se evitar uma possível perda na recuperação dos seus ativos, no menor espaço 
de tempo, e com o menor risco possível.
Também, com o grande progresso das telecomunicações e da informática, a concessão de 
crédito passou a ser um processo mais rápido e confiável para as empresas e, em especial, 
para as instituições financeiras.
Esse novo contexto faz com que, hoje em dia, as pessoas ligadas à área de crédito tenham 
um papel muito importante nas decisões para futuras vendas.
Cadastro
Um dos alicerces do crédito é o cadastro, pois sem ele não podemos obter importantes 
informações que nortearão os processos de análise e concessão do crédito, além das es-
tratégias para cobrança.
O Cadastro deve ser organizado da forma mais flexível possível, pois ele será um Banco 
de Dados para toda a organização – não só para a Área de Crédito, mas também para as 
demais áreas, entre elas, as ações de Marketing e de Vendas.
CAPÍTULO 4
► Foco: criAr condiçÕes PArA umA AdeQuAdA concessão de 
crÉdito Ao cliente, BAlAnceAndo os interesses dA 
ÁreA comerciAl com os dA ÁreA FinAnceirA
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A manutenção permanente do cadastro é a chave do seu sucesso.
São funções principais do cadastro:
• Obter informação sobre todos os agentes que se relacionam com a empresa.
•Manter-se sempre atualizado, revisando-o periodicamente.
• Prestar informações, com a urgência com que forem solicitadas.
• Investigar a veracidade das informações obtidas.
• Informar aos clientes internos todos os fatos que possam ser desabonadores.
• Registrar o relacionamento com o cliente. 
O cadastro é a área responsável pela coleta, registro e arquivamento de todos os dados, 
transformando-os em informações para que os usuários possam tomar decisões.
Ficha Cadastral
Um dos instrumentos mais vigorosos para o Cadastro é a Ficha Cadastral. 
A ficha cadastral deve ser adequada a cada situação, como por exemplo o ramo de ativida-
de, e de acordo com a complexidade da organização, respeitando sua cultura e, principal-
mente, seus objetivos.
Toda ficha cadastral deve ser composta de três itens básicos, a saber:
Dados Cadastrais ou de Identificação
Em natureza e essência, os dados cadastrais para pessoas físicas e jurídicas são os mesmos. 
A complexidade de uma ficha cadastral depende do mercado em que a empresa atua e das 
preferências pessoais dos seus usuários. 
São dados que procuram identificar:
• Para Pessoas Físicas: dados pessoais, residenciais, profissionais e de referências (co-
merciais e bancárias).
• Para Pessoas Jurídicas: dados de identificação (Contrato Social – Ltda.; Estatutos So-
ciais – S.A., com todas alterações), atividade, regime tributário, referências (comerciais 
e bancárias), tipos de seguros, gerência da empresa e dos sócios, suas participações 
em outras empresas e todos os Demonstrativos Econômico-Financeiros (Balanço Pa-
trimonial, Demonstrativo de Resultados, Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos, Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido etc.).
2�
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Dados Financeiros
São dados que identificam a situação financeira do indivíduo ou da organização:
• Para Pessoas Físicas: dados sobre sua receita (salário, aluguel, aposentadoria, ren-
dimento de aplicações financeiras, pró-labore, RPA) e sobre suas despesas (aluguel, 
escola dos filhos, financiamento de curto e longo prazos etc.)
• Para Pessoas Jurídicas: dados que procurem identificar o resultado entre receitas e 
despesas (Faturamento, Demonstrativos Financeiros, Investimentos em outros negó-
cios, Receitas não operacionais etc.)
Dados Econômicos
São dados que procuram identificar a “riqueza” do indivíduo ou da organização:
• Para Pessoas Físicas: são os bens móveis e imóveis que o indivíduo possui, outros tipos 
de ativos (ações, quotas) e outros modos de aplicações ou investimentos permanentes).
• Para Pessoas Jurídicas: são os bens constantes de seu Balanço Patrimonial.
O Poder da Informação
O meio adotado para verificação dos dados apresentados nas fichas cadastrais podem ser:
• De forma Direta: colhidos diretamente junto às instituições financeiras, fornecedo-
res, cartórios, Banco Central, mídia impressa, entrevista pessoal etc.
• De forma Indireta: colhidos por meio de empresas especializadas, como: Associação 
Comercial de São Paulo, Serasa – Centralização de Serviços dos Bancos S/A, Equifax/SCI.
2�
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Lembrete:
Os usuários de informações cadastrais, principalmente as instituições financeiras, têm 
em seus cadastros uma “poderosa informação”, porém esta não pode ter seu uso indis-
criminado, uma vez que sua característica é a confidencialidade, conforme determina 
a Lei Complementar 105 de 10/01/2001 em seu Art. 1º – As instituições financeiras 
conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
 § 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos desta Lei Complementar:
 I – os bancos de qualquer espécie;
II – distribuidoras de valores mobiliários;
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
V – sociedades de crédito imobiliário;
VI – administradoras de cartões de crédito;
VII – sociedades de arrendamento mercantil;
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado;
IX – cooperativas de crédito;
X – associações de poupança e empréstimo;
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
XII – entidades de liquidação e compensação;
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a 
ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os efeitos desta Lei Comple-
mentar, obedecerão às normas aplicáveis às instituições financeiras previstas no § 1o.
Art. 10º. – A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta Lei Comple-
mentar, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão de um a quatro 
anos, e multa, aplicando-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras 
sanções cabíveis.
Crédito
Podemos definir crédito como: “a expectativa de uma quantia em dinheiro ou seu equiva-
lente retornar ao seu dono, dentro de um espaço de tempo pré-estabelecido”. Podemos 
imaginar que existe uma possibilidade dessa quantia não retornar. A esta possibilidade cha-
mamos “Risco”.
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Desde que se organizaram em Florença, há setecentos anos, os Bancos, têm sido as princi-
pais instituições de crédito; tradicionalmente, os banqueiros têm tido o cuidado e a neces-
sidade de mensurar créditos, medindo a capacidade do cliente em retornar o crédito com 
o menor risco possível.
As principais Funções do Crédito são:
• Avaliar as informações constantes nas Fichas Cadastrais;
• Estudar, fixar e acompanhar os limites de crédito estabelecidos;
• Atualizar, revisar e cancelar os limites de créditos estabelecidos;
• Manter os clientes internos informados sobre a situação de crédito da organiza-
ção-cliente;
• Monitorar a Política Creditícia da Organização; 
• Participar do planejamento e execução da política de vendas da organização.
Importância
O crédito é considerado muito importante em virtude de fomentar múltiplas necessidades 
econômicas, como:
• Financiamento às Pessoas Físicas – compra de bens imóveis e móveis, educação, 
lazer, saúde etc.
• Financiamento às Pessoas Jurídicas – alavancagem nos negócios, como a compra 
de matéria-prima, máquinas e equipamentos, tecnologia, fomento de novas unidades 
fabris, crédito a clientes, créditos à exportação e à importação de bens e serviços etc.
Linhas de Crédito
As linhas de crédito são oferecidas para satisfazer às necessidades, emergenciais, de consu-
mo, de investimentos, de curto e longo prazos, tanto de pessoas físicas como de pessoas 
jurídicas .
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Modalidades Pessoa Física
• Cheque Especial – crédito rotativo para atender às necessidades eventuais e tempo-
rárias dos clientes.
• Cartão de Crédito – crédito preestabelecido para realizar operações de consumo de 
bens e serviços e de saques rápidos.
• CDC (Crédito Direto ao Consumidor) – para financiar a aquisição de bens durá-
veis, com amortizações mensais e fixas.
• Crédito Imobiliário – destinado à aquisição de imóvel residencial, amortizável a 
longo prazo.
• Leasing – destinado à aquisição de bens móveis, vinculados a um contrato de arreda-
mento mercantil, com prazo de 24 a 36 meses.
Modalidades Pessoa Jurídica
• Capital de Giro – contrato com crédito preestabelecido, destinado à cobertura even-
tual das atividades operacionais da organização.
• Vendor – é uma operação de financiamento da compra de bens e serviços concedidos 
aos compradores e garantido pelo fornecedor por meio de uma fiança.
• ACC (Adiantamento sobre Contratos de Câmbio) – financiamento às exporta-
ções preembarcadas..
• ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues) – financiamento às exportações 
já embarcadas.
• Financiamento à Importação.
• Resolução 63 – crédito com recursos captados no exterior.
• Leasing – destinado à aquisição de bens móveis, vinculados a um contrato de arrenda-
mento mercantil, com prazo de 24 a 36 meses.
• BNDES (BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social) – financia-
mento de projetos relacionados à compra de equipamentos, à modernização, à expan-
são fabril e ao desenvolvimento tecnológico.
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Garantias
Pessoais – é o modo de garantia em que a pessoa se obriga ao pagamento dos créditos, 
quando o devedor principal não paga. Podem ser o aval ou a fiança.
• Aval – é a garantia dada por pessoa física ou jurídica, usada em títulos de crédito, 
onde o avalista fica solidariamente responsável com o devedor pelo pagamento do 
crédito. É uma forma de garantia muito usada pela sua praticidade, quando de pe- 
quenas operações.
• Fiança – é a garantia dada por pessoa física, sempre em um contrato acessório, isto 
é, sua validade está sempre diretamente relacionada com a existência de um contrato 
principal, onde o fiador garante no todo ou em parte da obrigação, que outra pessoa 
assumiu com um concessor de financiamento
Endosso – é o meio pelo qual se transfere a posse de um título de crédito, garantin-
do ao seu novo possuidor a legitimidade do crédito, o aceite e o pagamento do título. 
Assim, quem endossa um título de crédito está transferindo não só sua propriedade, mas 
também todos os seus direitos . Há duas categorias de endosso:
• Endosso em Branco – é representado pela assinatura do proprietário ou seu 
procurador, no verso e anverso do título, sem qualquer declaração. Essa espé-
cie tem a característica de converter o título nominal em “ao portador”, permitin-
do que sua circulação possa dar-se pela simples tradição manual, isto é, que passe 
de mão em mão. O portador será o titular de todos os direitos do título e seu legítimo 
proprietário.
• Endosso em Preto – É aquele em que o endossante declara expressamente o 
nome do endossatário (novo proprietário) no termo de transferência: “Pague-
se a Fulano de Tal”. Além da transferência da propriedade do título, pode também 
conter outras declarações, em muitos casos necessários ao esclarecimento de 
certas responsabilidades.
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Reais – são garantias que se constituem sobre a vinculação de bens econômicos, onde o 
devedor afirma deixar à disposição do credor, caso não cumpra com sua obrigação na data 
acordada. Apresenta-se sob as formas de:
• Caução de Duplicatas/Cheques – é uma modalidade de garantia em que uma pessoa 
oferece a outra como segurança para o cumprimento de uma obrigação principal. São 
garantias creditícias, normalmente para satisfazer a obrigatoriedade de um contrato de 
crédito preestabelecido.
• Alienação Fiduciária – é a garantia constituída sobre veículos, máquinas e equipamen-
tos. Consiste na transferência, para o credor, do domínio do bem, embora o devedor 
permaneça com a posse. Neste caso, o devedor assume a figura de “fiel depositário”, 
não podendo vendê-lo ou onerá-lo sem a prévia concordância do credor.
• Penhor – Consiste na entrega ao credor, de bem móvel, por um devedor ou por ter-
ceiros, para garantir o cumprimento de uma dívida.
• Hipoteca – Implica a sujeição de bens imóveis, navios ou aeronaves, ao pagamento de 
uma dívida. A posse do bem não é transferível ao credor. Sua prova será por escrito em 
escritura pública. Se o devedor for casado, assinará também seu cônjuge. Tratando-se 
de pessoa jurídica, por ele assinará quem tiver poderes específicos para tal.
• Anticrese – é um contrato acessório, pelo qual o devedor dá ao credor o direito 
de receber os frutos ou rendimentos de determinado imóvel de sua propriedade. É 
também chamado de contrato de consignação de rendimentos. O contrato caducará 
quando o imóvel não for mais rentável, tornando-se estéril ou improdutivo.
Incapacidade
Uma constante preocupação em concessão de crédito é a escolha do tipo de garantia a 
ser reclamada para amparar o limite de crédito que está sendo estipulado. Diante disto, há 
que se ficar atento para a INCAPACIDADE de se adquirir crédito. Isso ocorre das 
seguintes maneiras:
• Incapacidade Total – ocorre quando as informações obtidas no cadastro não atingem 
o mínimo necessário para se estabelecer um limite de crédito.
• Comerciante individual – ocorre quando a pessoa física se apresenta não possuidora 
de outros bens.
• Sociedade estabelecida há pouco tempo, cuja constituição reúna pessoas desconheci-
das no mercado.
3�
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• Capital registrado muito baixo – um sintoma de que a própria pessoa não acredita 
no seu negócio.
• Estrutura organizacional arcaica ou sem experiência
Incapacidade Parcial 
Ocorre quando, dado um limite de crédito inicial, este não satisfaz mais o cliente, que co-
meça a pressionar para ter aumentado seu crédito.
Incapacidade Temporária
Ocorre quando se apresentam situações de negócios esporádicos, ou quando os clien-
tes, por razões justas e compreensíveis, atravessam uma fase difícil nos negócios, porém 
não desabonadora.
Incapacidade Definitiva
Por registrar fatos desabonadores atribuídos tanto à empresa quanto aos sócios que a com-
põem, não permite qualquer possibilidade de concessão de crédito.
Análise de Crédito
O processo de análise de crédito consiste em se verificar a relação entre a capacidade 
financeira do cliente e o seu comprometimento em adquirir crédito.
Podemos destacar duas análises: a subjetiva e a objetiva (ou estatística).
Análise Subjetiva 
A análise subjetiva consiste em decisões individuais do analista de crédito, no seu feeling, 
com base em alguns argumentos, onde todo o processo se baseia na experiência, informa-
ções e sensibilidade de cada um à concessão do crédito.
As informações necessárias para a análise subjetivas são tradicionalmente conhecidas 
como “Cs” do crédito: CARÁTER, CAPACIDADE, CONDIÇÕES, COLATERAL 
(garantias) e CAPITAL. 
3�
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Os “Cs” do Crédito
Caráter → Intenção de Pagar
Deve-se estar refletida a performance do eventual tomador de crédito, destacando-se os 
seguintes aspectos: identificação, pontualidade, existência de restrições, experiência em 
negócios, atuação na praça.
Capacidade → Habilidade de Pagar
A base para análise e indicação da capacidade é o relatório de visitas, isto é, a constata-
ção in loco das condições de operação e funcionamento da organização, destacando-se os 
seguintes aspectos: estratégia empresarial, organização e funcionamento, capacidade dos 
dirigentes e tempo de atividade.
Condições → Ambiente Externo
A análise do ambiente externo pode ser obtida por dados setoriais, nos órgãos técnicos, ou 
instituições oficiais. Os aspectos que devem ser observados são os seguintes: informação 
sobre os produtos e mercado, o ambiente macroeconômico e setorial, o ambiente com-
petitivo e a dependência do governo.
Colateral → Bens Patrimoniais Vinculados
Esta análise prende-se aos bens patrimoniais das pessoas físicas e jurídicas, onde se pode 
ter a vinculação destes com o contrato de crédito.
Capital → Situação Econômico-Financeira
A situação econômico-financeira é extraída dos relatórios contábeis, a saber: O Balanço 
Patrimonial, A Demonstração de Resultados, A Demonstração e Origens de Aplicações e 
Recursos, A Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido. Estas duas últimas, so-
mente para empresa de Capital Aberto.
Análise Estatística ou Objetiva
Com a informática, nos últimos anos foi possível a abordagem estatística baseada na pon-
tuação. Esse instrumento tornou-se importante na tomada de decisão relativa à concessão 
do crédito devido à sua praticidade e à sua agilidade.
O sistema de pontuação consiste de se atribuir pesos ou números, a quesitos de análise, 
onde após a atribuição de valores a cada característica variável de risco selecionada, pode 
ser concedido ou recusado de maneira padronizada, consistente e objetiva, baseado sem-
pre em probabilidades e ponto de corte.
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Ao se fazer um somatório de pontuações de toda acarteira de clientes, é possível deter-
minar probabilisticamente uma média relacionada com a determinação do nível de risco 
desejado, e a partir daí determinar o nível mínimo para aprovação do crédito.
Cobrança
Como a atividade de concessão de crédito estará sempre exposta ao risco de inadimplên-
cia, é necessário que à Área de Crédito faça uma permanente monitoração dos mecanis-
mos de que dispõe para minimizar as perdas.
Quando isso não é possível, a perda se torna inevitável e o crédito pode se transformar num 
problema. Faz-se necessário uma política de administração dos recebíveis, para a recupera-
ção total ou parcial do empréstimo, no menor tempo possível, com o menor custo.
Motivos de Créditos Problemáticos
• Avaliação incorreta da ficha cadastral.
• Política de crédito mal administrada.
• Analistas sem experiência.
• Instrumentos de análise fracos e sem consistência.
• Falta de monitoração de possíveis inadimplentes.
• Falta de comunicação entre áreas.
• Etc.
Funções da Cobrança
• Seguir e executar a política e as diretrizes de cobrança da organização.
• Manter as posições de contas a receber da empresa sempre atualizadas.
• Confeccionar e manter atualizados relatórios gerenciais.
• Informar às Áreas sobre o comportamento dos clientes inadimplentes.
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Processo de Cobrança
• Cartas.
• Telefonemas.
• Visitas Pessoais.
• Uso de empresas especializadas.
• Processo judicial.
Meios de Cobrança (Contas a Receber)
• Cobrança em carteira.
• Cobrança Bancária:
• Cobrança Simples,
• Cobrança Caucionada,
• Cobrança Descontada.
Meios de Cobrança (Recuperação de Ativos)
• Reconhecimento do problema.
• Verificar riscos e valores envolvidos.
• Revisão do dossiê do cliente.
• Verificar a situação do cliente em outros fornecedores.
• Rever garantias.
• Estabelecer um plano de ação.
Nota: não se deve concluir a negociação sem um acordo!
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Recuperação de Ativos
• Verificação da viabilidade da organização – Ela terá continuidade?
• Existem planos (de contingência e de logo prazo) para recuperação por parte do cliente?
• Existem condições financeiras para consolidar este plano?
• Quem são seus clientes? Eles acreditam?
• Quem são seus fornecedores? Eles acreditam?
• Você não é um cobrador, é um solucionador de problemas!
• Adote uma estratégia.
Protesto
É o ato formal pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento da obrigação origi-
nária em títulos e outros documentos.
• Os títulos, ou outros documentos de dívida, deverão ser apresentados ao Tabelião de 
Protesto de Títulos.
• Ao Tabelião compete: o protocolo, a intimação do devedor, o aceite ou devolução, o 
recebimento do pagamento, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a de-
sistência do credor, proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões 
(negativa ou positiva).
• Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida, inclusive em moeda 
estrangeira.
• O prazo é de 3 dias úteis, descontado o dia do protocolo e incluído o do vencimento.
• Considera-se dia útil somente o dia em que haja expediente bancário.
• Considera-se cumprida a intimação ao devedor quando comprovada a sua entrega no 
mesmo endereço que fora apresentado pelo credor no ato do protocolo.
• A intimação contém: nome, endereço, identificação do título e o prazo limite para 
pagamento da obrigação.
• A intimação será feita por edital (publicado pela imprensa local em jornais de circulação 
diária), quando o paradeiro do devedor for desconhecido.
3�
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• A desistência do protesto só poderá ser feita pelo credor, salvo medida de sustação 
judicial.
• O pagamento do título ou dívida será feito diretamente ao Tabelionato, acrescido de 
emolumentos e demais despesas, quando este dará quitação da dívida e colocará à 
disposição do credor no primeiro dia útil subseqüente.
Caso – “A XYZ” é uma indústria que atua no ramo Têxtil, no segmento de Fiação de Al-
godão, Fraldas de Algodão e Moda infantil. Defina para pessoa jurídica, através da análise 
subjetiva e objetiva, a concessão do crédito.
Anotações da Ficha Cadastral do Cliente:
Caráter
A) Pontualidade: atrasos de até 30 dias, conforme informações de terceiros.
B) Restrições: diversos protestos (7), já regularizados, inclusão no CCF (3) – já regularizado.
C) Experiência em Negócios: tradicional, grandes operações.
D) Atuação na Praça – sem registros desabonadores.
E) Capacidade.
F) Estratégia Empresarial – bem definida; vem atingindo os objetivos propostos; possui 
marca tradicional no mercado interno, e também vem exportando para o Mercosul.
G) Gerência – Administração profissionalizada recentemente, e exercida de forma mo-
derna, porém os executivos não são do ramo Têxtil. E recentemente promoveu rea-
justes e perdeu alguns profissionais.
H) Gestão 1 – (Organização e controles) – a empresa é organizada, com sistemas de con-
troles modernos e adequados.
I) Gestão 2 – (Tecnologia) –apresenta problemas de defasagem tecnológica dos equipa-
mentos; em decorrência, apresenta baixa produtividade (abaixo da média do setor).
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J) Gestão 3 – (Capital) – a empresa não tem capital de giro próprio:
- Vem sendo financiada com recursos de terceiros;
- Os estoques apresentam-se elevados;
- O endividamento bancário é de 4 meses das vendas;
- Custos elevados, sem existência de concentração de clientes e de fornecedores;
- Atraso fiscal considerável e passivos trabalhistas.
k) Dirigentes – empresa tradicional, 50 anos de mercado. 
 Recentemente foi adquirida por um grupo multinacional. 
 Executivos novos, sem experiência no ramo têxtil.
Condições
A) Principais produtos e participação do mercado – Fios de algodão tintos, fraldas e ma-
lhas. Sua participação está estimada em 15% do mercado.
B) Principais clientes e participação nas vendas – indústria, comércio totalmente pulveri-
zado, sem concentração dos 5 maiores.
C) Principais fornecedores e participação nas compras – matéria-prima é adquirida de 4 
fornecedores, sendo também importada, quando há necessidade. Não se evidencia 
risco no fornecimento.
D) Principais concorrentes – 3 grandes empresas dominam o mercado em fios que repre-
senta 80% do faturamento; o restante é muito concorrido.
E) Canais de distribuição – é feita diretamente através do sistema just in time, e o restante 
é feito na loja de fábrica.
F) Capacidade instalada – 90% de capacidade instalada.
G) Vendas 12 últimos meses – crescente e constante.
H) Ambiente Macroeconômico – descapitalizada, vem atravessando um período com o 
custo de capital elevado.
I) Ambiente Setorial – o setor, depois de muitas marés baixas, vem atravessando um 
crescimento sustentável.
J) Competitividade – concorrência acirrada. O poder de barganha dos clientes é muito 
forte. O concorrente mais forte faliu há dois anos.
K) Dependência do Governo – as vendas não dependem do governo.
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Colateral
A) Bens dos Sócios – sem restrições, todos quitados.
B) Bens da Empresa – sem restrições, todos quitados.
Capital
A) Perfil Empresarial: 31-12-X9 31-12-X0
Lucro Líquido R$ 750,00 R$ 1,171,00
Patrimônio Líquido R$ 33,844,00 R$ 43,426,00
B) Liquidez:
Corrente 1,10 1,20
Seco 1,06 1,18
Imediata 0,75 0,66
C) Endividamento
PKT 60% 55%
PKP 40% 45%
D) Atividade
PMR 60 dias 70 dias
PMP 45 dias 60 dias
PME 20 dias 15 dias
E) Rentabilidade
Margem Bruta 35% 30%
Margem Operacional 10% 8%
Margem Líquida 3% 3,5%
Custo de Capital 15% 12%
→ Obs.: valores monetários em (R$ 000,00)
Número de Pontos a serem atribuídos a cada quesito:
• 01 – maior risco
• 03 a 04 – médio risco (graduação)
• 05 – menor risco
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Avaliação do nível de risco a partir do somatório dos pontos:
• RISCO MÍNIMO – 85% ou 119 a 140 pontos
• RISCO BAIXO – 65% ou 91a 118 pontos
• RISCO CONSIDERÁVEL – 45% ou 63 a 91 pontos
• RISCO ELEVADO – 10% ou 28 a 62 pontos
Critério de decisão, ponto de corte – 75% ou MÍNIMO DE 105 PONTOS
Limite de Crédito
Não há, a rigor, um único modelo ou parâmetro para concessão de limite de crédito. O que 
acontece normalmente nas organizações é que elas concedem limites baseados em suas 
estatísticas anteriores, histórico do cliente, montante de compras nos outros fornecedores 
etc., critérios subjetivos a serem monitoradas sempre, com muito rigor, a fim de flexibilizar 
o montante de acordo com a evolução do cliente. Alguns admitem, por exemplo, 30% do 
faturamento; outros, 10 % do patrimônio líquido, e assim por diante. 
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Vale a pena relaxar os padrões de crédito da empresa?
Analise a situação a seguir:
CAPÍTULO 5
► Foco: FAZer A gestão do contAs A receBer PArA A 
mAnutenção dA liQuideZ dA emPresA e redução 
dA inAdimPlÊnciA
A empresa vende por $10,00 a unidade, com custo variável unitário de $6,00, custo fixo 
total de $120.000 e vendas de 60.000 unidades. Caso a empresa aumente seu prazo 
comercial de 30 para 45 dias, vendas aumentam em 5% (63.000 unidades), devedores 
duvidosos aumentam de 1% para 2% das vendas e a empresa exige retorno de 15%.
Vale a pena fazer isso?
A análise da empresa deve ser feita sob três critérios:
1. Contribuição para o lucro 
 Margem de contribuição unitária ($4) x 3.000 unidades adicionais de venda = 
$12.000
2. Devedores duvidosos
 Incremento desse custo de $6.600
3. Custo do investimento incremental em contas receber
 PMR x (custo variável total / 360 dias)
 Investimento no plano atual = $30.000
 Investimento no plano proposto = $47.200
 Incremento no investimento de $17.250
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 Retorno exigido da empresa = 15% x $17.250 = $2.588 
 = custo do investimento marginal em contas a receber
 Somente o custo variável é considerado pois é a parcela que gera saída de caixa da 
empresa, decorrente do aumento em contas a receber.
Resultado:
Incremento no lucro = $12.000
(-) Custo incremental em devedores = $6.600
(-) Custo do investimento em contas a receber = $2.588
(=) resultado final = $2.812
O resultado final irá determinar se vale a pena relaxar a política de crédito. Na situação 
analisada, o incremento no lucro e no caixa, de $12.000, suplanta em $2.812 os custos 
incrementais de inadimplência e do investimento em contas a receber.
Monitoramento do contas a receber
O monitoramento pode se dar de duas maneiras:
A) Por meio do prazo médio de recebimento PMR 
Esta é uma medida de extensão média do tempo que os clientes levam para liquidar suas 
compras a crédito.
PMR deve ser comparado com as próprias condições comerciais da empresa. Exemplo: se 
o PMR for de 35 dias versus suas condições de crédito de 30 dias, é evidente que alguns 
clientes estão pagando com atraso.
Uma forma de averiguar essa possibilidade está no uso do cronograma de vencimento, 
a seguir.
Prazo médio de recebimento = PMR =
Contas a receber / vendas diário
Giro de contas a receber = 360 dias / prazo de recebimento
ou = vendas a prazo / contas a receber
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Uma elevação do giro de contas a receber pode sugerir resultado positivo, porém com que 
reflexos? Com sacrifício do preço de venda e da margem de lucro.
Uma diminuição do giro pode ser justificada com aumento no volume de vendas ou ser 
lastreado por maiores prazos de pagamento pelos fornecedores.
O PMR pode ser comparado também com o PMR médio do setor. Assim, se todos os con-
correntes venderem nas mesmas condições de crédito e, se o PMR do setor é de 30 dias 
versus o PMR da sua empresa de 25 dias, ela tem porcentagem de clientes de desconto.
Se for o contrário, a empresa tem vários clientes em atraso.
B) Por meio do cronograma de vencimento ou “aging”
Esse relatório mostra a posição de contas a receber em uma determinada data detalhada 
em valores vencidos e valores a vencer.
Ambos valores são mostrados por prazos – de 0 a 30 dias, de 31 a 60 dias e acima de 61 
dias, em valor e percentual sobre o total do contas a receber.
Conforme quadro a seguir, o total a receber subiu de 31/12/x2 para 31/01/x3, porém os 
valores vencidos subiram proporcionalmente mais do que os valores a vencer. Eles repre-
sentavam 12,5% e agora representam 15,2%. 
Isso mostra que a empresa relaxou nas suas cobranças, precisando tomar atitudes para 
reduzir o nível de atrasados.
CRONOGRAMA DE VENCIMENTO
Posição em 31/12/x2 Posição em 31/01/x3
idade das contas valor % do valor idade das contas valor % do valor
(dias) total (dias) total
valores vencidos 4000 12,5% valores vencidos 5100 15,2%
0-30 1000 3,1% 0-30 1700 5,1%
31-60 1700 5,3% 31-60 1900 5,7%
acima 61 1300 4,1% acima 61 1500 4,5%
valores a vencer 28000 87,5% valores a vencer 28500 84,8%
0-30 10000 31,3% 0-30 11000 32,7%
31-60 11000 34,4% 31-60 10000 29,8%
acima 61 7000 21,9% acima 61 7500 22,3%
total a receber 32000 100,0% total a receber 33600 100,0%
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Técnicas de gerenciamento de estoque
1. Sistema da curva ABC – estoque dividido em 3 grupos, em que A consiste de 20% dos 
itens de estoque e 70% de valor e, portanto, deve girar mais rapidamente que itens 
dos demais grupos.
2. Sistema JIT / Manufatura enxuta – inicia-se a produção somente quando o estágio seguin-
te solicitar. Isso vale para fora da empresa e também para os estágios internos de produ-
ção. Assim, os materiais chegam no momento em que são necessários na produção. 
 A manufatura enxuta vai até uma etapa além, partindo do conceito de demanda puxada 
por parte do cliente. Dessa forma, a empresa só iniciará a produção quando ela rece-
ber o pedido do cliente. 
3. Lote econômico de compra – considera os custos de pedir e os custos de manter. O 
modelo minimiza o custo total do estoque.
CAPÍTULO 6
► Foco: comPreender o imPActo Que os estoQues 
ProVocAm no ciclo de cAiXA e mAneirAs 
de inFluenciAr no seu giro
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Figura 8 – Determinação do lote econômico de compra.
4. Modelo do MRP – Planejamento das necessidades de material – Para um dado plano 
de produção e com base no tempo de produção nos vários estágios e no tempo de 
entrega dos materiais, o sistema calcula as necessidades de materiais, comparando as 
necessidades de produção com o saldo de estoque disponível. 
LEC = lote econômico de compra, ou quantidade óti-
ma a ser encomendada cada vez que um pedi-
do é feito.
F = custos fixos de se colocar e receber uma enco-
menda.
V = vendas anuais em unidades.
C = custo anual de estocar expresso como porcenta-
gem do valor médio do estoque.
P = preço de compra que a empresa deve pagar por 
unidade do estoque.
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A quem se deve pagar?
O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente (por procuração 
ou escritura pública). Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da qui-
tação, exceto se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
O devedor que paga tem direito a quitação regular e pode reter o pagamento enquanto 
esta não lhe for fornecida.
A quitação designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor 
ou quem pagou por ele, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor ou 
do seu representante.
Fases de contas a pagar
Adiantamentos a fornecedores: estes valores são transferidos pela empresa adquirente 
aos seus fornecedores em função de uma encomenda feita por força de um contrato de 
compra ou prestação de serviços a longo prazo, ou quando o fornecedor exige um “sinal” 
para a realização do negócio. Gera uma saída de recursos do caixa da compradora e um 
registro em seu ativo, que evidencia o direito de receber do fornecedor alguma coisa num 
futuro próximo.
CAPÍTULO 7
► Foco: oBter As inFormAçÕes e documentos necessÁrios 
PArAumA AdeQuAdA gestão de contAs A PAgAr
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Pagamento a fornecedores: estes valores se referem à quitação de obrigações a pagar por 
compra a prazo, ou pela realização de pagamentos à vista. Na transação a prazo, o fornece-
dor ou prestador de serviço emite, junto com a nota fiscal, uma duplicata, documento que 
lhe permite receber o valor acordado na transação. Quando a empresa pratica operações 
de compra a prazo, deve manter uma área de contas a pagar, com responsabilidade de 
efetuar os pagamentos. Para tal, a empresa deve ter controle de suas obrigações (credores, 
valores e datas de vencimentos), receber os boletos de cobrança na data de liquidação de 
suas obrigações e fazer o pagamento dos títulos na rede bancária.
Solicitação de recursos à tesouraria – confirmada a legitimidade das obrigações, a área de 
contas a pagar deve preparar processos de pagamento e informar a tesouraria sobre os 
montantes a pagar e respectivos vencimentos para que esta autorize os bancos a realizar a 
liquidação dos títulos.
Administração das contas a pagar: é o gerenciamento destas obrigações, e considera a 
realização de algumas atividades:
• Follow-up: é o acompanhamento realizado pela empresa compradora perante seus 
fornecedores.
• Aging de Pagamentos: é a determinação da “idade” das contas a pagar.
• Renegociação de prazos: existem situações que levam uma empresa a postergar 
o pagamento de seus compromissos. Quando ocorrem problemas de liquidez, 
devem ser estabelecidas regras sobre quais fornecedores e obrigações terão 
prioridade de pagamento, negociado prazos, solicitando o parcelamento ou 
redução de encargos.
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Veja figura ilustrativa abaixo das diversas fases do contas a pagar.
 
Principais responsabilidades
• Formação do processo de pagamento, sempre antes da data do vencimento;
• Apontar divergências entre o processo interno e o externo (pedido X Nota Fiscal, 
Duplicata, Fatura etc.);
• Analisar e controlar os contratos firmados, que requerem pagamentos;
• Manter relacionamentos externo com fornecedores, bancos e outros, evitando atrasos 
nas liquidações dos compromissos;
• Autorizar os pagamentos que estejam de conformidade com o negociado;
• Emitir solicitações de pagamentos, cheques, borderôs bancários para a liquidação dos 
compromissos assumidos;
• Preparar a posição diária e semanal dos compromissos a serem liquidados para efeito 
de Fluxo de Caixa;
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• Aproveitamento de descontos financeiros, oferecidos pelos fornecedores, para anteci-
pação de pagamentos, desde que seja interessante à empresa;
• Organização, principalmente no controle de pagamento de contratos; a maioria dos 
contratos firmados exige pagamentos sucessivos por diferentes prazos; é conveniente 
que para cada contrato tenha-se uma Planilha de Acompanhamento do Contrato, para 
facilitar a conferência dos valores faturados contra a empresa.
Controles do contas a pagar
Através de uma minuciosa análise, prévia e diária, dos documentos em seu poder, o Contas 
a Pagar deverá ter uma sistemática eficiente das obrigações a pagar.
Os controles exigidos têm por objetivo evitar que documentos que compõem o processo 
de pagamento sejam extraviados, perdidos ou arquivados indevidamente, ou mesmo ense-
jem evitar dissabores para a empresa, tais como:
• pagamento de juros de mora e multas;
• envio de títulos a Cartório de Protestos;
• corte de crédito feito pelos fornecedores;
• informações negativas na praça;
• problemas creditícios junto às instituições financeiras.
Transações das contas a pagar
• A empresa deve efetuar seus pagamentos nas datas negociadas e manter recursos 
disponíveis nas contas bancárias;
• Descontos e abatimentos devem ser considerados pela empresa com base em 
autorização documentada;
• Privilegiar pagamentos por rede bancária;
• Área de contas a pagar, não deve processar o pagamento de obrigações não rela-
cionadas com o negócio da empresa.
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Riscos em contas a pagar
• Atrasos sistemáticos nos pagamentos;
• Pagar sem recibo;
• Não avisar antecipadamente a tesouraria.
Tesouraria
• Administração do Fluxo de Caixa;
• Aplicações;
• Captações;
• Liberação de Recursos Internos;
• Controle do Fundo Fixo de Caixa.
Transações de Tesouraria
• Privilegiar os bancos de primeira linha;
• Diversificar o leque de aplicações;
• Manter fundos disponíveis para pronto uso;
• Adiantamentos a funcionários;
• Captação de recursos após avaliação econômico-financeira das condições de mercado;
• Contratos de financiamento devem passar por avaliação jurídica.
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Riscos na Tesouraria
• Não privilegiar os bancos de primeira linha;
• Não diversificar o leque de aplicações;
• Não manter recursos disponíveis para pronto uso;
• Não estabelecer prazos para as prestações de contas de adiantamentos a funcio-
nários e adiantamentos para viagens;
• Não realizar a avaliação econômico-financeira e jurídica de contratos de emprésti-
mo e financiamento;
• Utilizar recursos de curto prazo para financiar a expansão das atividades da empresa;
• Demora na realização da conciliação bancária. Não fazer esta conciliação na Tesou-
raria pode levar a empresa à perda de controle sobre as disponibilidades;
Produtos de crédito
Chamamos de produtos de crédito algumas operações de crédito realizadas por bancos, 
financeiras, administradoras de cartão de crédito, empresas de leasing, empresas de fac-
toring etc. Cada produto aqui apresentado tem suas características próprias, seja para 
cumprir determinação da legislação e/ou por necessidade de mercado. 
O responsável pela decisão de crédito tem que estar atento aos detalhes da operação de 
crédito em si e também nas mudanças de cada produto.
Na maioria das instituições existe a figura do gerente de produtos, que é quem cria, de-
senvolve e aperfeiçoa o produto de crédito. Este profissional necessita da colaboração de 
diversas áreas da instituição para que um produto possa ser lançado no mercado.
Para todo produto de crédito existir é necessário que hajam recursos para serem dispo-
nibilizados aos tomadores. Ou seja, para se emprestar ou para financiar é necessário que 
exista dinheiro para se conceder. A área de tesouraria é que cuida da disponibilidade destes 
recursos. É ela que informa por quanto o dinheiro será “vendido”. Isto levando em consi-
deração o custo do dinheiro.
Existem outros fatores que influenciam ainda no lançamento de um produto.
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Adiantamento sobre Contratos de Câmbio – ACC
Definição: O ACC, Adiantamento sobre Contratos de Câmbio, destina se às empresas 
exportadoras. A empresa recebe adiantado, em moeda nacional, o valor equivalente aos 
valores em moeda estrangeira. A utilização dos recursos não necessita ser total; a empresa 
pode solicitar a liberação parcial dos valores que serão obtidos com a exportação.
Banco Central: Controla as operações, que devem ser registradas em seu sistema. Há 
uma comparação entre as operações cadastradas e as exportações realizadas. 
Incentivo: É um produto que incentiva a exportação de produtos brasileiros. Já que é 
destinado às empresas exportadoras, com o objetivo de financiar os produtos que virão a 
ser exportados.
Adiantamento sobre o Contrato de Exportação – ACE
Definição: O ACE, Adiantamento sobre o Contrato de Exportação ou Adiantamento so-
bre Cambiais Entregues tem a mesma definição do ACC, diferenciando deste por ser uti-
lizado quando a mercadoria já está pronta e embarcada, ou seja, já foi superada a fase de 
produção da empresa exportadora. 
Antecipação de Restituição do I.R. 
Definição: Crédito pessoal sem comprovação de utilização. Linha de crédito que visa an-
tecipar os valores a serem recebidos da Receita Federal, referente a restituição devalores 
do imposto de renda recolhidos. 
Público-alvo: Clientes dos bancos que optam junto à Receita Federal a receber sua resti-
tuição do Imposto de Renda através de conta corrente na instituição. 
Após a estabilização da moeda e a queda nos índices de inflação, as instituições financeiras 
procuraram desenvolver produtos voltados para as operações ativas. Sem ter mais os altos 
ganhos nas operações passivas (captação de recursos), as instituições procuram gerar re-
ceitas com empréstimos e financiamento. Este produto é recente e começou a ser comer-
cializado por volta de 1998, inicialmente por poucas instituições; hoje em dia quase todas 
as grandes instituições oferecem este produto.
Como o público-alvo deste produto é composto por correntistas da instituição, a inadim-
plência tende a ser baixa. Além disto sabemos exatamente qual será o valor que o cliente 
irá receber, o que faz com que possamos adequar o valor que será liberado.
Para realizar a operação a maioria das instituições exige a apresentação do Recibo de En-
trega da Declaração do Imposto de Renda, onde consta qual será o banco que irá receber 
o crédito da restituição, além do valor dela. 
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Prazo: A maioria das instituições que oferecem o produto, limitam o prazo de quitação 
ao último do calendário da Receita Federal para a liberação dos lotes de restituição. Deve 
haver uma cláusula no contrato que indique o prazo máximo para a quitação da operação, 
pois a instituição corre o risco de o cliente cair na “malha fina” e pode ser que a restituição 
dele demore muito para ser liberada; sendo assim, o cliente terá que usar de outros recur-
sos para quitar sua dívida.
Encargos e valor principal: Os encargos, o valor principal, o IOF e a TAC são cobrados 
na quitação do contrato.
Limite financiado: As instituições, em sua maioria, liberam até 80% do valor da restitui-
ção. Elas também limitam o valor mínimo a ser financiado, em média R$ 100,00.
Capital de Giro
Definição: São empréstimos feitos pelas instituições financeiras aos seus clientes com o 
objetivo de suprir necessidade de cobertura em seus fluxos de caixa. Quando existe uma 
diferença, e isto é bem constante, entre os prazos e valores de recebimento e de pagamen-
to de obrigações por parte de uma empresa, esta tem a necessidade de obter um capital 
para cobrir este espaço que é gerado quando a empresa tem que receber determinada 
quantia em uma data, mas precisa pagar um obrigação em uma data anterior. 
Garantias: As garantias mais utilizadas neste tipo de operação são as duplicatas. Normal-
mente são solicitadas garantias que representem de 120% a 150% do valor da operação.
Exemplo: A firma ABC tem que pagar uma parcela referente à aquisição de uma máquina 
de costura industrial no dia 12 de janeiro. Suas vendas a prazo só começam a ser recebidas 
no dia 25. Para suprir este descasamento de prazos a empresa pode recorrer a uma ope-
ração de capital de giro.
Cartão de Crédito
Definição: cartão de plástico emitido por uma administradora de cartões que tem como 
finalidade servir como meio de pagamento. 
O cartão de crédito apresenta muitas vantagens para todos os envolvidos na operação, 
seja o emissor do cartão, o usuário ou o estabelecimento credenciado que aceita o cartão 
como meio de pagamento.
Vantagens do cartão:
Para o usuário – Permite que o usuário tenha um limite de crédito preestabelecido e au-
tomático para seu uso de acordo com suas necessidades. O cliente passa por uma única 
análise de crédito ao aderir ao sistema de cartão de crédito. O cliente pode optar pelo 
pagamento rotativo ou pelo parcelado de suas compras ou ainda optar por quitar o valor 
total de suas despesas.
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Para o estabelecimento – O estabelecimento que se credencia junto a uma administradora 
de cartões de crédito tem como principal vantagem (em relação ao crédito) a transferência 
das rotinas de concessão de crédito para a administradora, pois o único risco a que ele fica 
exposto ao receber um pagamento em cartão é se este constar na “lista de impedidos” e o 
responsável pela transação não realizar a consulta, mas mesmo assim com a informatização 
dos processos de consulta cada vez mais ampliados, este risco diminui muito. 
O cartão de crédito pode ser emitido para ser utilizado unicamente no Brasil ou para ter 
uso internacional.
O cartão pode ser emitido para pessoas físicas ou pessoas jurídicas.
Existem cartões que não estipulam limite de crédito, mas aprovam as despesas através do 
perfil econômico, recursos pessoais, padrão de gastos e histórico de pagamento.
CDC – Crédito Direto ao Consumidor
Definição: É o financiamento destinado à aquisição de bens duráveis.
Exemplo: Financiamento de automóveis e outros tipos de bens duráveis (geladeira, TV, 
videocassete etc.).
Esta modalidade de crédito está presente em nosso dia-a-dia. Quando compramos um 
bem durável e pagamos a prazo, na verdade estamos levando o bem e assumindo um 
financiamento com uma financeira ou banco. A instituição financeira paga à vista à loja e 
financia nossa compra.
Nos casos de financiamentos de veículos (automóveis, motos, caminhões, motos, barcos, 
máquinas) o bem financiado fica como garantia do pagamento. Nesta situação dizemos que 
o bem está em alienação fiduciária. 
As financeiras, devido à necessidade de emitir um parecer rápido sobre a solicitação do 
cliente, utilizam métodos informatizados de avaliação das propostas. Esses métodos são 
baseados em dados estatísticos de perfil de um bom pagador. Através destes sistemas in-
formatizados a financeira consegue em um tempo relativamente curto saber se o cliente 
será ou não um bom pagador.
Além disto, as empresas realizam checagens com as fontes informadas nas propostas, 
como: referências pessoais, local de trabalho, referência bancária, experiência de crédito 
em outra empresa etc.
As empresas/órgãos de informação também são fontes de consulta; eles servem para veri-
ficar se o cliente está com dívidas no mercado ou não.
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Cheque
Apesar do cheque ser uma ordem de pagamento à vista, sua grande utilização no mercado 
como meio de pagamento a prazo, faz com que, para efeito de estudo, ele seja colocado 
como um produto de crédito. 
Não é novidade alguma que a necessidade da venda de mercadorias e serviços, faz com 
que o empresário ou microempresário seja cada vez mais ágil. Ele necessita vender rapida-
mente e de preferência não colocando obstáculos para seus clientes. O cheque se mostrou 
como o instrumento ideal para suas vendas a prazo. O famoso cheque “pré-datado”. O 
cheque pré-datado, a rigor, não é uma operação de crédito. O consumidor parcela uma 
compra, dando como garantia os cheques pré-datados, mais porque tem maior facilidade 
nesta operação do que com o preenchimento de uma ficha cadastral completa para fi-
nanciar a compra a prazo. É por esta facilidade que o cheque pré é uma das modalidades 
preferidas no parcelamento das compras. De fato, é uma relação de confiança entre o 
consumidor e o varejista. Mas não está previsto na Lei este tipo de instrumento. Para todos 
os efeitos, o cheque é sempre um pagamento à vista. Tanto que se o varejista apresentar o 
cheque antes da data de vencimento, o documento é descontado normalmente. E se não 
houver fundos, o cheque é devolvido e o consumidor vai ter todos os problemas como 
qualquer outro emissor de cheque sem fundo.
No entanto todos devem tomar seus cuidados ao receber um pagamento em cheque, seja 
ela “pré-datado” ou à vista.
Alguns motivos de devolução de cheques:
Cheques – Motivo Descrição
Motivo 11 Insuficiência do fundos 1ª apresentação
Motivo 12 Insuficiência de fundos 2ª apresentação
Motivo 13 Conta encerrada
Motivo 14 Prática espúria (Compromisso de Pronto Acolhimento)
Motivo 21 Contra ordem ou oposição ao pagamento
Motivo 22 Divergência ou insuficiência da assinatura
Motivo 23 Cheques de órgão da administração

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