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Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 1 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Aula 7 – AFO na Constituição Federal AFO p/ TCE-RJ Prof. Sérgio Machado Prof. Marcel Guimarães Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 2 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Sumário COMPETÊNCIA LEGISLATIVA (ART. 24) ................................................................................................... 6 MEDIDAS PROVISÓRIAS (ART. 62) .......................................................................................................... 9 PRECATÓRIOS (ART. 100) ...................................................................................................................... 11 LEI COMPLEMENTAR (ART. 163, 165 E 169) ............................................................................................ 15 MOEDA E BANCO CENTRAL (ART. 164) .................................................................................................. 18 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL – PPA, LDO E LOA (ART. 165 E 166) ................. 21 EMENDAS IMPOSITIVAS (ART. 166) ....................................................................................................... 36 TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS POR MEIO DE EMENDAS INDIVIDUAIS IMPOSITIVAS (EMENDA CONSTITUCIONAL 105/19 – ART. 166-A) ........................................................................................................................................................................ 49 VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS (ART. 167) ............................................................................................. 56 RECURSOS DESTINADOS AOS ÓRGÃOS DOS DEMAIS PODERES (ART. 168) ........................................... 64 DESPESAS COM PESSOAL (ART. 169) ..................................................................................................... 65 AUMENTO DE DESPESAS COM PESSOAL ................................................................................................................... 65 NÃO OBSERVÂNCIA DOS LIMITES DE DESPESAS COM PESSOAL ..................................................................................... 65 NOVO REGIME FISCAL – EMENDA CONSTITUCIONAL 95/2016 ............................................................... 69 EMENDA CONSTITUCIONAL 102/2019 – EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ............................................................................ 71 CONSTITUIÇÃO FEDERAL “SECA” .......................................................................................................... 74 QUESTÕES COMENTADAS – CESPE ....................................................................................................... 85 LISTA DE QUESTÕES – CESPE ............................................................................................................... 98 GABARITO – CESPE ............................................................................................................................. 102 RESUMO DIRECIONADO ...................................................................................................................... 103 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 3 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Dica de um concursado para um concurseiro Não existe melhor método de estudo. Existe o melhor método de estudo para você! Ciclos, revisões, técnicas de leitura e de resolução de questões são todos muito legais e você deve escutar pessoas que têm conhecimento do assunto. Isso pode lhe ganhar muito tempo em sua preparação! 😉 Agora, o que você não deve ficar fazendo é ficar sempre caçando aquele novo e melhor método de estudo. Encontrou algo recomendado por especialistas e que funciona para você? Pronto! Só continue estudando. Cada pessoa aprende de uma forma diferente. Alguns gostam de mapas mentais, outros preferem resumos, outros preferem a letra da lei. Enfim, encontre algo que funcione para você e estude! 😃 Essa é a dica! 😉 Não existe melhor método de estudo. Existe melhor método de estudo para você! Mentalidade dos campeões 🏆 Pessoas de sucesso não nascem assim. Elas se tornam bem-sucedidas estabelecendo o hábito de fazer coisas que pessoas sem sucesso não gostam de fazer Sabe qual é uma coisa que as pessoas sem sucesso não gostam de fazer? ESTUDAR! 😄 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 4 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Professor Sergio Machado (https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA) ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado) ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado) Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes) www.marcelguimaraes.com.br @profsergiomachado @prof.marcelguimaraes Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 5 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ A Constituição Federal de 1988 atribuiu grande importância às finanças públicas e aos orçamentos. É tanto que há um capítulo e uma seção só para isso! Trata-se da Seção II (dos orçamentos), que fica dentro do Capítulo II (das finanças públicas), que, por sua vez, fica dentro do Título VI (da tributação e do orçamento). Assim: TÍTULO VI DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS Seção I NORMAS GERAIS Seção II DOS ORÇAMENTOS “Então tudo que é relacionado a AFO está dentro desse capítulo II da Constituição, professor?” 🤨 Não, nem tudo relacionado a AFO está lá. Embora os dispositivos mais importantes sejam aqueles que estão no Capítulo II – das finanças públicas (artigos 163 a 169), há outros artigos relacionados à disciplina de Administração Financeira e Orçamentária (AFO) espalhados pela Constituição. E é isso que nós vamos ver nesta aula! 😉 Ah! Diversas vezes as questões irão se ater à literalidade da Constituição Federal. Por isso, vamos trazer os dispositivos na íntegra e comentá-los quando necessário. 😊 Ao final da aula, também vamos trazer a “lei seca”, ou, nesse caso, “Constituição Federal seca”, com todos os dispositivos pertinentes à nossa disciplina e que apresentamos na aula (na ordem em que aparecem na CF/88) 😅. Esse tipo de leitura também é importante. E você também pode usar essa seção como um resumo, sempre disponível para consulta. 😉 Vamos lá? 😃 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 6 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Competência legislativa (art. 24) Vamos começar com uma pergunta: de quem é a competência para legislar sobre Direito Financeiro? E para legislar sobre Orçamento? 🤔 A resposta está lá no artigo 24 da gloriosa CF/88, vejamos: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II – orçamento; (...) Não sei vocês, mas eu gosto do mnemônico: Tri Fi Pen Ec Ur O Tem gente que gosta do PUFETO (Penitenciário, Urbanístico, Financeiro, Econômico, Tributário e Orçamento). Escolha o que você achar melhor! PUFETO Você deve prestar atenção no seguinte: os municípios não estão inseridos expressamente na competência concorrente para legislar. Você notou que o caput do artigo 24 somente fala da União, Estados e Distrito Federal? 😏 Pois é. A banca vai tentar fazer pegadinha aqui. Vai colocar os municípios no meio desse bolo. Não caia nessa! 😑 “Espera aí, professor. Então os municípios vão ficarfora dessa?” 🤔 Não, porque eles possuem competência legislativa suplementar, observe: Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; (...) “É verdade, professor. Você mesmo já disse que os municípios também possuem PPA, LDO e LOA” 😅 Pois é... 😄 Continuando, o artigo 24 ainda nos diz mais: § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 7 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. “Como é isso aí, professor?” 🤨 Calma! Vou simplificar pra você. ☺ Funciona assim: Quem faz as normas gerais é a União. A competência da União se limita a isso! ☝ E essa competência da União não impede os Estados de editarem normas suplementares, ou seja, “não exclui a competência suplementar dos Estados”. Caso a União não edite normas gerais, ou seja, “inexistindo lei federal sobre normas gerais”, então cada Estado pode fazer suas próprias normas gerais, exercendo a sua “competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades”. 😃 “E se o Estado tiver exercido sua competência legislativa plena e depois a União venha editar normas gerais? O que acontece, professor?” 🤔 Excelente pergunta! Em outras palavras, você está perguntando: e no caso de superveniência de lei federal sobre normas gerais, o que acontece? Acontece o seguinte: os dispositivos da lei estadual que forem conflitantes com os dispositivos da lei federal (somente esses dispositivos e não a lei toda) terão sua eficácia suspensa. Atenção: a lei não será revogada! Essa é a pegadinha! Preste atenção! A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia (e não revoga) da lei estadual, somente no que lhe for contrário (e não toda a lei) Questões para fixar CESPE – SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2019 A respeito da organização do Estado, a União, os estados federados e o Distrito Federal podem legislar concorrentemente sobre A) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico. B) ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. C) combate às causas da pobreza e aos fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos. D) direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. E) política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores. Comentários: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 8 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Prova de alto nível, mas com uma resolução simples. Observe a alternativa A. Agora observe o disposto na CF/88: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; É só lembrar do Tri Fi Pen Ec Ur O ou do PUFETO. Veja que a questão também tomou o cuidado de não citar os municípios, para ficar igualzinha ao artigo 24 da CF/88. Pronto, já encontramos nosso gabarito. As demais alternativas são temas de direito constitucional! 😆 Gabarito: A CESPE – PGE-AM - Procurador do Estado – 2018 A competência legislativa municipal suplementar não se estende ao direito financeiro, uma vez que o constituinte, ao tratar da competência concorrente para legislar sobre tal matéria, não contemplou os municípios. Comentários: Opa! A competência legislativa municipal suplementar se estende ao direito financeiro sim! A banca primeiro diz uma mentira e depois coloca uma justificativa “bonita” para você escorregar! Cuidado! É verdade que os municípios não estão expressamente inseridos no artigo 24, mas isso não retira deles a sua competência legislativa suplementar para legislar sobre direito financeiro. Afinal de contas, municípios também possuem orçamento público, não é mesmo? 😏 Gabarito: Errado Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 9 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Medidas Provisórias (art. 62) Vejamos: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º. Opa! Tem uma ressalva aí! Que ressalva é essa? 🤨 É para a abertura de créditos adicionais extraordinários: Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.” “Créditos adicionais extraordinários, professor? Como assim? O que é isso?” 🤨 É o seguinte: “a lei orçamentária é organizada na forma de créditos orçamentários, aos quais são consignadas dotações”1. Esses são os nossos créditos orçamentários iniciais (ou ordinários), porque eles já estão consignados na LOA. Já iniciamos o exercício financeiro com tais créditos. Portanto, os créditos orçamentários são classificações, contas, que especificam as ações e operações autorizadas pela lei orçamentária. E as dotações são os montantes de recursos financeiros com que conta o crédito orçamentário. Como dizem os mestres Teixera Machado e Heraldo Reis: “o crédito orçamentário seria o portador de uma dotação e esta o limite de recurso financeiro autorizado”. É como se o crédito orçamentário fosse uma gaveta e a dotação é o limite de dinheiro que pode estar dentro daquela gaveta. Beleza! Só que nem sempre a execução sai do jeito que foi planejado! 🧐 Às vezes a realidade exige que o planejamento seja alterado, e que o orçamento seja retificado! “Certo, e aí, professor? Se o orçamento precisar ser retificado, como isso acontece?” Por meio de créditos adicionais! 1 GIACOMONI, James. Orçamento público, 16ª edição, p. 303. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 10 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Então, resumindo, os créditos orçamentários podem sofrer alterações e os mecanismos utilizados para fazê-lo são os créditos adicionais. Por isso dizemos que os créditos adicionais são mecanismos retificadores do orçamento. 😉 Os créditos adicionais são assim chamados, porque eles não vêm junto com a LOA, que é o caso dos créditos orçamentários iniciais. Eles são adicionados posteriormente! Entendeu o nome agora? Créditos adicionais! 😏 A Lei 4.320/64 nos dá uma definição de créditos adicionais: Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. E, também de acordo com a Lei 4.320/64: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Portanto,temos três “tipos” de créditos adicionais: 1. Suplementares; 2. Especiais; e 3. Extraordinários. Pronto, agora que você entendeu o que é um crédito extraordinário, voltemos à regra constitucional: a única matéria de Administração Financeira e Orçamentária (AFO) que pode ser regulada por medida provisória é abertura de créditos extraordinários. Eu disse extraordinários (não adicionais, não suplementares, não especiais. Só os extraordinários). Atenção para pegadinhas! ☝ Resumindo É vedada a edição de medidas provisórias sobre qualquer coisa relacionada a orçamento, exceto sobre créditos extraordinários. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 11 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Precatórios (art. 100) Você sabe o que são precatórios? 🧐 Precatório é o reconhecimento judicial de uma dívida que o ente público tem com o autor da ação. Você “entra na justiça” contra um ente público e ganha a causa. Beleza. Você agora será detentor de um título, denominado de precatório. Você receberá a sua indenização por meio de precatórios. Eles estão previstos no artigo 100 da CF/88, observe: Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. Repare que esses pagamentos serão feitos exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo que é proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias. Por exemplo: se eu ganhar uma ação judicial contra um ente público e fizer jus a indenização, não haverá uma dotação no orçamento denominada “precatórios devidos ao professor Sérgio em razão da ação nº 1234-5” 😅 Vou aproveitar a oportunidade para lhe apresentar as regras sobre precatórios (previstas nos parágrafos do artigo 100 da CF/88): § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. Veja que os débitos de natureza alimentícia são pagos com preferência sobre todos os demais débitos, a não ser de um: débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência (mas só até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 12 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. A regra é a seguinte: apresentou antes de 1º de julho? Então será incluído no orçamento do próximo ano. Apresentou depois de 1º de julho? Então só será incluído no orçamento do ano subsequente ao próximo. Observe os seguintes esquemas: § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. E já que estamos falando sobre execução orçamentária e financeira, observe o seguinte dispositivo da LRF: 2018 2020 Inclusão no orçamento de 2019 2019 Pagamento até 31/12/2019 1º de julho Precatórios apresentados 2018 2020 Inclusão no orçamento de 2020 2019 1º de julho Precatórios apresentados Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 13 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição. Questões para fixar IDECAN – CFR-SP - Analista – 2018 Na contabilidade pública, o procedimento no qual o gestor compatibiliza o fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, com o objetivo de ajustar a despesa fixada às novas projeções de resultado é definido como: A) Fluxo de Caixa. B) Programação Orçamentária e Financeira C) Descentralização de Créditos Orçamentários. D) Relatório Resumido da Execução Orçamentária. Comentários: A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação. Gabarito: B CESPE – TRE-MT - Analista judiciário – 2015 De acordo com o disposto na LRF — Lei Complementar n.º 101/2000 —, após a publicação da LOA, o Poder Executivo deverá estabelecer metas trimestrais de arrecadação. Comentários: Não! A questão quis lhe confundir com as cotas trimestrais previstas lá na Lei 4.320/64. Na verdade, a LRF diz o seguinte: Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa. Eu avisei e disse para você gravar: metas bimestrais de arrecadação! Gabarito: Errado FGV – TJ-SC - Analista Administrativo – 2015 Durante a execução orçamentária, as receitas e despesas não se executam de forma perfeitamente ajustada, para isso a Lei de ResponsabilidadeFiscal dispõe sobre o estabelecimento da programação financeira e do cronograma de desembolsos. De acordo com as disposições legais relativas à programação financeira e ao cronograma de desembolsos: A) as metas de arrecadação são desdobradas em cotas trimestrais; B) as operações extraorçamentárias não são incluídas na programação financeira; C) o cronograma de desembolsos é de execução mensal; D) os recursos legalmente vinculados não precisam ser desdobrados em metas de arrecadação; E) por ser objeto de publicação oficial, o cronograma só pode ser alterado com autorização legislativa. Comentários: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 14 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ a) Errada. De novo, a mesma pegadinha... 😒 As receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação (art. 13, da LRF). b) Errada. As operações extraorçamentárias são incluídas sim na programação financeira, afinal elas também representam desembolsos (é dinheiro que sai do bolso da Administração Pública). E ainda temos a Lei 4.320/64: Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias. c) Correta. Isso mesmo. Agora é cronograma mensal de desembolsos, observe (LRF): Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. d) Errada. Precisam ser desdobrados em metas de arrecadação sim! E são desdobrados em metas bimestrais de arrecadação (art. 13, da LRF). e) Errada. O cronograma pode ser alterado sem autorização legislativa, afinal ele não é uma lei, é um ato administrativo. Gabarito: C Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 15 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Lei Complementar (art. 163, 165 e 169) Vamos começar explicando o óbvio: a lei complementar complementa a Constituição! 😉 “Ó, professor! Não me diga!” 😱 É! Vou dizer! 😂 A Lei Complementar (LC) tem o propósito de complementar a Constituição, explicando, adicionando ou completando determinado assunto. E a Constituição aponta quais matérias cabem à lei complementar. É como se ela dissesse: “Olha, o assunto X precisa ser melhor explicado, precisa ser complementado. E quem vai fazer isso é a lei complementar. Portanto, cabe à lei complementar dispor sobre o assunto X!” Muito bem. Você também tem que saber que, enquanto as leis ordinárias são aprovadas por maioria simples: Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. E tem mais: somente uma lei complementar pode alterar ou revogar outra lei complementar, por conta de sua matéria específica e de seu quórum diferenciado (maioria absoluta). Afinal você acha justo uma lei que foi designada pela Constituição Federal para tratar de um assunto e que foi aprovada por maioria absoluta ser alterada ou revogada por uma lei que não recebeu esse privilégio da Constituição e que pode ser aprovada por maioria simples? 🤔 Não, não é mesmo?! 😄 Conclusão: Uma lei ordinária não pode alterar ou revogar uma lei complementar! Então, beleza! Agora é a hora que você pergunta: “Professor, no âmbito das finanças públicas, o que a CF/88 exige que seja regulado por meio de lei complementar (LC)? Em outras palavras: o que cabe à lei complementar?” 🧐 Uh! Era aqui onde eu precisava chegar. 😎 Em seguida, vou transcrever os dispositivos constitucionais e fazer os devidos comentários (essa parte é assim mesmo. Tem que saber o que é tema de lei complementar e o que não é. Mas eu destacarei o que é mais importante, claro! 😄): CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS Seção I NORMAS GERAIS Art. 163. Lei complementar disporá sobre: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 16 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. “Espera aí, professor. Tem alguma lei que trata desses temas aí, não tem?” 🧐 Opa! Tem sim. E o nome dela é: Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 😄 A LRF dispõe sobre esses assuntos. O artigo 163 serviu de base para a elaboração da LRF. Seção II DOS ORÇAMENTOS (...) Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; “Já sei, professor. A LRF também trata desses assuntos!” 😃 Huuum! Mais ou menos! 😑 A LRF aborda parcialmente esses temas. Isso quer dizer que a LRF não é a tão sonhada nova lei de finanças públicas (aquela que irá substituir a Lei 4.320/64), prevista no art. 165, § 9º, I, da CF/88. Por exemplo: a LRF dispõe sobre PPA, LDO e LOA, mas os prazos de encaminhamento e devolução para sanção dessas leis orçamentárias (no âmbito da União) em vigor atualmente ainda são aqueles estabelecidos no art. 35 do ADCT. II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 17 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ O que é execução equitativa? É a execução das programações de caráter obrigatório que que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas parlamentares apresentadas. Quais são os critérios da execução equitativa? É a lei complementar quem vai dizer! 😅 E a lei complementar também vai dispor sobre: • procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos; • cumprimento de restos a pagar; e • limitação das programações de caráter obrigatório. “E para que tudo isso, professor?” Para realizar o disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. “E esses dispositivos falam sobre o quê?” Sobre emendas parlamentares impositivas! O pedacinho de orçamento impositivo que temos dentro do nosso orçamento autorizativo! 😉 Eis os mencionados dispositivos: Art. 166, § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. Art. 166, § 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, nomontante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. Viu aí onde estão definidos os critérios para a execução equitativa da programação? 😏 Muito bem! Para que mais a CF/88 exige lei complementar, no âmbito das finanças públicas? 🤔 Limites da despesa com pessoal! 😄 Senão vejamos: Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Então, os limites para despesa com pessoal são estabelecidos onde? 🧐 Em lei complementar! Mais especificamente na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em seus artigos 19 e 20. 😉 Ah! Então é assim: Limites da despesa com pessoal Lei complementar (LRF) Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 18 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Moeda e Banco Central (art. 164) Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. A União detém a competência para emitir moeda (CF/88, art. 21, VII). Certo. E essa competência, essa emissão de moeda pode ser feita por qualquer um? NÃO! Somente pelo banco central! 😄 É uma competência exclusiva do banco central. Não é do Banco do Brasil. É do Banco Central! § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. Entenda o seguinte: O banco central é o banco dos bancos 🏦 Se você entender isso, então você conclui que o banco central só pode emprestar dinheiro para instituições financeiras. E, por isso, não pode emprestar para o Tesouro Nacional e nem para órgão ou entidade que não seja instituição financeira. Então, nós perguntamos: • se for instituição financeira, pode receber empréstimo do Bacen? PODE! 😃 • se não for instituição financeira, pode receber empréstimo do Bacen? NÃO! 😤 Lembre-se: a proibição é para a concessão de empréstimos a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. 😉 § 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. “Que é isso, professor? Comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional? Regular a oferta de moeda ou a taxa de juros?” É isso mesmo. O banco central regula a oferta de moeda e a taxa de juros por meio da compra e venda de títulos de emissão do Tesouro Nacional. 😄 Pense na lei da oferta e da procura (lá da disciplina de economia). Quando há muita oferta de um produto, o seu preço é baixo. Quando há pouca oferta de um produto, o seu preço é alto. Agora imagine que a moeda é esse produto. Quando há muita moeda circulando, o preço da moeda é baixo. Quando há pouca moeda circulando, o preço da moeda é alto. “E o que é esse preço da moeda, professor?” 🧐 É a taxa de juros. A taxa de juros é o preço da moeda. Portanto, Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 19 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ • Se o banco central quer reduzir a oferta de moeda (e aumentar a taxa de juros), ele vai vender títulos de emissão do Tesouro Nacional: as pessoas vão entregar a sua moeda e receber títulos. Isso vai retirar moeda de circulação, enxugando o mercado; • Se o banco central quer aumentar a oferta de moeda (e reduzir a taxa de juros), ele vai comprar títulos de emissão do Tesouro Nacional: o banco central vai entregar a sua moeda (que não estava em circulação) e pegar títulos. Agora essa moeda estará em circulação. § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. Simplificando: as disponibilidades (o dinheiro, a grana, a bufunfa 💰) da União são depositadas no Bacen. Agora atenção: a Conta Única do Tesouro Nacional é mantida no Bacen, mas é operacionalizada pelo Banco do Brasil. Isso significa que o Banco do Brasil somente arrecada as receitas. Posteriormente, essas receitas são recolhidas para o banco central, que é onde está a Conta Única. “E o resto da Administração Pública? Eles podem depositar onde quiserem?” 🤔 O resto da Administração Pública vai depositar em instituições financeiras oficiais (ressalvados os casos previstos em lei). Aqui vai um esqueminha para você visualizar: Fonte: CRUZ, Victor. Constituição Federal anotada para concursos. 10ª edição. Rio de Janeiro, Ferreira, 2017. Conta Única do Tesouro Nacional Operacionalizada pelo Banco do Brasil Mantida no Banco Central • Depositadas no BacenDisponibilidades da União • Depositadas em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei Disponibilidades dos Estados, DF, Municípios, e órgãos ou entidades públicas Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 20 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Questões para fixar VUNESP – Prefeitura de Sorocaba - SP - Procurador do Município – 2018 A legislação nacional impõe uma série de restrições à aplicação das disponibilidades de caixa dos entes da federação, com o intuito de evitar aplicações temerárias de recursos públicos, em prejuízo de toda a sociedade. A respeito desse tema, é correto afirmar que A) as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco do Brasil; as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em instituições financeiras brasileiras. B) não se aplicam às empresas controladas pela União, pelos Estados e pelos Municípios as restrições constitucionais à aplicação de suas disponibilidades de caixa apenas em títulos emitidos por instituições privadas nacionais. C) as disponibilidades de caixa da União serão depositadas na Caixa Econômica Federal, e as reservas internacionais, no Banco Central do Brasil. D) as disponibilidades de caixa dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas serão aplicadas em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. E) as disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social próprio dos servidores públicos ficarão depositadas em conta única, juntamente às demais disponibilidades de cada ente, e serão aplicadas nas condições de mercado. Comentários: Olha aí a pegadinha logo na alternativa A! As disponibilidades de caixa da União não são depositadas no Banco do Brasil e nem são depositadas na Caixa Econômica Federal (alternativa C). Elas são depositadas no Banco Central. Já as disponibilidades dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, serão depositadas em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (justamente como diz a alternativa D). Gabarito: D CESPE – TC-DF - Analista de Administração Pública - Sistemas de TI – 2014 Com relação às finanças públicas e ao sistema tributário nacional, julgue o item subsequente. Cabem ao Banco Central a emissão de moeda, a função de depositário das disponibilidades de caixa da União e a atribuição de conceder empréstimos ao Tesouro Nacional. Comentários: Uh! Quase. O Banco Central emite moeda (inclusive, essa é uma competência exclusiva dele). O Banco Central é depositário das disponibilidades de caixa da União (o “resto” da Administração Pública” deposita em instituições financeiras oficiais). Mas o Banco Central não concede empréstimos ao Tesouro Nacional. Isso é vedado pela CF/88: Art. 164, § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimosao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. Gabarito: Errado Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 21 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Instrumentos de planejamento governamental – PPA, LDO e LOA (art. 165 e 166) Esses dispositivos são muito importantes. Muitos deles, nós já vimos, portanto, vamos dar uma revisada. Outros serão novidade e, por isso, explicaremos com mais profundidade. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. A iniciativa não é do Poder Legislativo! No Brasil, adotamos o tipo de orçamento misto: o Poder Executivo elabora e executa, enquanto o Poder Legislativo vota e controla. 😄 § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Mnemônicos que você pode usar para gravar: PPA regional DOM DK ODD PDC Ou então: DOM Drift King Oráculo Da Direção Piloto De Corrida. Perceba que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM), de forma regionalizada, não só para as despesas de capital (DK), mas também para outras despesas decorrentes dessas despesas de capital (ODD – Outras Delas Decorrentes). •Legislativo•Executivo •Executivo•Legislativo Controle e avaliação Elaboração Discussão, votação, aprovação Execução Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 22 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Atenção: apesar de seu nome ser “Lei de Diretrizes Orçamentárias”, a LDO estabelecerá metas e prioridades (MP), enquanto que o PPA estabelecerá diretrizes, objetivos e metas (DOM). A LDO é o elo entre o PPA e a LOA. É a LDO que faz o meio de campo entre esses dois instrumentos de planejamento. Ela representa o planejamento tático e busca dar concretude ao PPA. A LDO também disporá sobre as alterações na legislação tributária. Aqui você também tem que prestar atenção em eventuais pegadinhas: a LDO não fará alterações na legislação tributária (por exemplo: aumento ou redução de alíquota). Ela simplesmente irá dispor sobre essas alterações, ok? 😉 • DOM (diretrizes, objetivos e metas)PPA • MP (metas e prioridades)LDO LDO Metas e Prioridades (MP) DK para exercício subsequente Orienta a elaboração da LOA Dispõe sobre alterações na legislação tributária Estabelece a política de aplicação das ag. financ. oficiais de fomento PPA LDO LOA Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 23 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. Esse é o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO). A primeira (e importantíssima) informação sobre ele é a sua periodicidade: bimestral (2 meses). E se ele é publicado a cada bimestre, quantos relatórios serão produzidos para aquele exercício financeiro? “Vixe, professor! Deixa eu me lembrar das aulas de Raciocínio Lógico. O ano tem 12 meses. Um relatório a cada 2 meses. Então vou dividir 12 por 2, o que dá 6 relatórios para cada exercício financeiro!” 😃 Opa! Você está afiado, hein?! 😏 Repare também que ele será publica 30 dias após o encerramento de cada bimestre. Isso significa que o RREO do 1º bimestre (referente aos meses de janeiro e fevereiro) será publicado no final de março (30 dias após o encerramento do mês de fevereiro). “E por que é importante saber essa periodicidade, professor?” 🧐 Principalmente porque existe um outro relatório chamado de Relatório de Gestão Fiscal (RGF), que está lá no artigo 54 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Este relatório será publicado até após o encerramento do período a que corresponder. “E qual é a periodicidade do RGF, professor?” 🤔 Quadrimestral (4 meses)! 😱 Já está percebendo que isso é prato cheio para as questões? Elas vão tentar fazer confusão aqui! 😬 Portanto, grave: Além disso, você tem que saber que: • O RREO está na CF/88 (como acabamos de ver) e na LRF; • Já o RGF está somente na LRF. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Alertamos para outra pegadinha: como os planos e programas, muitas vezes, são mais longos do que o PPA, as questões adoram dizer que o PPA será elaborado em consonância com os planos e programas. Isso é mentira! 😤 Os planos e programas é que são elaborados em consonância com o PPA (não é o contrário)! ☝ • Bimestre (2 meses)RREO • Quadrimestre (4 meses)RGF Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 24 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Preste atenção Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância com o PPA (e não o contrário) § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. É o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que será acompanhado desse demonstrativo. Não é o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária (PLDO) e nem é o projeto de Plano Plurianual (projeto de PPA). “E esse demonstrativo demonstra o que mesmo, professor?” 🤔 Ele demonstra qual será o efeito das renúncias de receita sobre as receitas e despesas. E o detalhe é que ele é regionalizado, ok? 😉 Agora repare nesse dispositivo constitucional (vamos voltar um pouco até o artigo 150): Art. 150, § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. • Empresas estatais independentesInvestimento • PAS (Previdência, Assistência social e Saúde)Seguridade Social • "O resto": toda a Adm. Pública, exceto OSS e OIFiscal Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 25 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Ou seja: qualquer renúncia de receita que estiver relacionada com impostos, taxas ou contribuições só poderá ser concedida mediante lei específica! E essa lei específicadeve regular exclusivamente essas matérias. Isso significa que se governo quiser fazer uma renúncia de receita, ele deve: • Demonstrar o efeito regionalizado da renúncia no PLOA; • Obedecer às regras do art. 14 da LRF; • Editar lei específica. Detalhe é que a lei específica deve ser do ente que está concedendo a renúncia de receita e que detém aquela competência. Por exemplo: a União pode dar isenção do Imposto de Renda por meio de uma lei específica, mas não pode conceder isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, pois esse imposto é de competência dos Estados. Ou seja: não dá para “fazer cortesia com chapéu alheio”, não é mesmo? Continuando... § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Esse é o princípio da exclusividade! 😄 Resumidamente, ele preceitua que a LOA não conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da despesa. Mas, além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA: • Autorização para abertura de créditos adicionais suplementares (só os suplementares); • Autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO). § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) Reduzir desigualdades inter-regionais OF e OI SIM OSS NÃO Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 26 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Olha só, olha só! 😄 Com a Emenda Constitucional 102/19 ganhamos um novo anexo! É o anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento. Gostou do nome? Bem curtinho, né? 😅 Como eu já estou me sentindo íntimo dele (e por razões didáticas), vou chamá-lo de “anexo dos agregados e das proporções”. 😄 “Legal, professor. Mas o que é agregado fiscal?” 🤔 Não me pergunte. Pergunte para quem inventou isso, porque isso não está definido em lugar nenhum! 😂 Portanto, não se preocupe. A banca não vai perguntar o que é agregado fiscal. Ela vai perguntar sobre o anexo que contém os agregados fiscais. 😉 “Beleza, professor. Mas o que é mesmo esse anexo?” 😅 Bom, esse anexo irá conter previsão de agregados fiscais. Essa é a primeira coisa que estará no anexo. A segunda coisa é a seguinte: a maioria dos investimentos são plurianuais (demoram mais de um ano para serem finalizados). Portanto, no início de cada exercício financeiro, podemos ter investimentos em andamento. Parte dos recursos para investimentos (que estão na LOA) será utilizada para dar continuidade a esses investimentos em andamento. Certo. Mas qual é o tamanho dessa parte? Qual é proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento? Ora! Quem vai dizer isso é justamente o “anexo dos agregados e das proporções”. 😃 Por exemplo: a LOA 2020 irá destinar R$ 10.000.000,00 para investimentos, sendo que já temos alguns investimentos em andamento, que não serão finalizados em 2019. Então, o “anexo dos agregados e das proporções” determina que 20% dos R$ 10.000.000,00 será destinado para dar continuidade a esses investimentos em andamento. Muito bem! Mas você sabe qual vai ser a primeira pegadinha que a banca vai fazer? 😏 Ela vai dizer que que esse anexo integra a LOA ou o PPA. Mentira! 😤 Esse anexo integrará a LDO! 😃 Volte lá e leia novamente: “Integrará a lei de diretrizes orçamentárias (...) anexo com...”. Preste atenção O “anexo dos agregados e das proporções” integrará a LDO Continuando: esse anexo aborda qual prazo? 🤔 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 27 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Resposta: o anexo será para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes. Por exemplo: o anexo 2021 será para o exercício financeiro de 2021 e, pelo menos, para os exercícios financeiros de 2022 e 2023. Notou a marcação no “pelo menos”? 🧐 É. Essa aqui é uma pegadinha sutil que a banca pode tentar. Por isso, eu pergunto: o anexo pode ser para o exercício a que se refere e para os três seguintes? 🤔 E já respondo: SIM! 😃 Pode ser para o exercício a que se refere e para os quatro seguintes? 🤔 SIM! 😃 Sim, porque a CF/88 fala que o anexo será para exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes. Esse é o mínimo. No mínimo, ele será para o exercício a que se refere e para os 2 exercícios subsequentes. 😏 Preste atenção O “anexo dos agregados e das proporções” será para exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 exercícios subsequentes Mas cuidado! Se uma questão simplesmente afirmar que esse anexo será para exercício a que se refere e para os três subsequentes, marque “errado”! 😤 Marque errado, porque não é isso que diz a CF/88. Ela não estabelece que o anexo (obrigatoriamente) seja para o exercício a que se refere e para os três subsequentes. A regra que está lá é: no mínimo, para o exercício a que se refere e para os dois exercícios subsequentes. Agora, se a questão afirmar que o anexo poderá ser para exercício a que se refere e para os três subsequentes, aí sim você pode marcar “certo”, porque isso é permitido pela CF/88. Mais um detalhe: existe outro anexo que possui um prazo parecido com esse. É o Anexo de Metas Fiscais (AMF), que também integra a LDO. Alguma dúvida de que a banca pode tentar fazer pegadinhas aqui? 😅 Então vamos ler a LRF: Art. 4º, § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Repare que o prazo aqui é fixo! O prazo é: “para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes”. Pronto. Só esses. Não será mais do que isso. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 28 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Já no “anexo dos agregados e das proporções”, o prazo é flexível. O prazo é “para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes”. Continuando na CF/88, vale dizer também que essa regra, esse anexo, vale somente para o Orçamento Fiscal (OF) e para o Orçamento da Seguridade Social (OSS), que fazem parte da Lei Orçamentária Anual (LOA), beleza? 😉 Observe na CF/88: § 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da seguridade social da União. Em frente... § 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. “Eita, professor! Eu achei que a LOA só continha previsões para o exercício a que ela se refere”. Pois é. Depois da EC 102/19, eu possodizer: você achou errado! 😅 Agora a LOA poderá sim conter previsões de despesas para exercícios seguintes, especificando quais são os investimentos plurianuais e quais investimentos estão em andamento. Só para lembrar: quem irá definir a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na LOA para dar continuidade àqueles em andamento? Isso mesmo o “anexo dos agregados e das proporções”, que integra a LDO. 😏 Vamos relembrar: qual o instrumento que não conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da despesa? A LOA. Então é a LOA (e não a LDO) que poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes. “Por que você está enfatizando isso, professor?” 🤨 Porque eu já estou prevendo as pegadinhas da banca. Ela vai dizer que é a LDO que poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes. Mas você já sabe que isso é mentira. A LDO conterá é o “anexo dos agregados e das proporções”. AMF •para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes Anexo dos agregados e das proporções •para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 29 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Beleza, professor. Não vou confundir. Mas e o princípio da anualidade? O fato de a LOA prever despesas para exercícios seguintes não é uma exceção ao princípio da anualidade?” Excelente pergunta! 😄 É o seguinte: enquanto houver leis orçamentárias aprovadas a cada ano para o exercício seguinte, o orçamento é anual. Todo ano nós temos uma LOA, que se refere àquele ano específico. Sim, agora ela poderá prever despesas para exercícios seguintes, mas se essas despesas não estiverem previstas nas leis orçamentárias anuais futuras (subsequentes), elas não poderão ser executadas. Portanto, veja que esses créditos ainda terão vigência até o fim daquele exercício financeiro (diferentemente dos créditos especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício, que poderão ser reabertos, nos limites de seus saldos, e terão vigência até o término do exercício financeiro subsequente. Esses são considerados exceções ao princípio da anualidade). A doutrina ainda não se pronunciou sobre o assunto, por isso eu espero que a banca não entre nesse mérito. Mas se ela decidir fazê-lo, esteja preparado para tudo. Analise a questão com carinho e você deve se sair bem. Mas se eu contar como doutrina, eis o meu posicionamento: pelos motivos citados anteriormente, a previsão de despesas para exercícios seguintes não é uma exceção ao princípio da anualidade. Prosseguindo: § 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a execução física e financeira. Repare que esse registro é centralizado (não “descentralizado”). Ele é feito por estados. E ele conterá, pelo menos (novamente, atenção a esse “pelo menos”, porque isso significa que o registro ainda poderá conter outras informações): • análises de viabilidade; • estimativas de custos; e • informações sobre a execução física e financeira. Eu não sei como será esse registro, mas imagino que seja algo assim: Estado Análise de viabilidade Estimativas de custos (R$) Informações sobre a execução física e financeira Outras informações Ceará Em anexo 15.000.000,00 Obra no muncípio de Fortaleza, 70% concluída - • Anexo de agregados fiscais e proporção dos recursos de investimentos que serão alocados na LOA LDO • Previsões de despesas para exercícios seguintesLOA Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 30 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Paraíba Em anexo 20.000.000,00 Obras realizadas por meio de convênios federais - Rio de Janeiro Em anexo 30.000.000,00 Obras paralisadas por falta de recursos - São Paulo Em anexo 50.000.000,00 Obras 90% concluídas - Beleza! 😄 Pulamos agora para o artigo 166: Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. No âmbito federal, esses projetos serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional. Não é só pela Câmara dos Deputados e nem só pelo Senado Federal. É pelas duas! 🧐 § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 31 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. Então, preste atenção! As emendas são: • Apresentadas na Comissão mista (que sobre elas emitirá parecer); e • Apreciadas pelo Plenário. São verbos diferentes, ok? 😉 § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 32 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. A única condição para que as emendas ao PLDO sejam aprovadas é que elas sejam compatíveis com o PPA. Só isso! 😌 § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. Em outras palavras: O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos (não é na proposta e nem nas leis) a que se refere este artigo enquanto não iniciada (e não finalizada) a votação (e não a discussão), na Comissão mista (não é no Plenário), da parte cuja alteração é proposta (somente da parte que está sendo alterada). § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. A lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, é a nova lei de finanças públicas, que irá dispor, dentre outras matérias, sobre a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual. § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo. Sabe as normas relativas ao processolegislativo que você estuda em direito constitucional? Elas se aplicam aos projetos de PPA, LDO e LOA. A não ser que essas normas contrariem algum dispositivo da Seção II – dos orçamentos, caso em que será aplicada a regra específica desta seção. § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. Condições para aprovação de emendas ao PLOA compatíveis com PPA e LDO se demandar recursos públicos, indique os recuros Recurso só poderão ser provenientes de anulação de despesas Mas não poderão ser anuladas despesas com Pessoal Serviços da dívida TRANS TRI CO se estiver relacionada a erros ou omissões Poderá haver reestimativa de receita e aumento da despesa Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 33 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Professor, como eu vou memorizar isso?” 😕 Você pode usar o mnemônico: VER-SE • V: veto • E: emenda • R: rejeição • S: suplementares • E: especiais Para concluir, vamos falar sobre os prazos dos instrumentos de planejamento. Eles não estão no artigo 165 e 166, mas sim no artigo 35 do ADCT, acompanhe: § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. *PPA é elaborado a cada 4 anos Para não confundir os prazos, grave o prazo da LDO. Faça assim: LDO termina com a letra O. Passe um traço (–) e divida essa letra O no meio. Ficou parecendo um 8 não foi? Parece um 8, mas é a letra O partida no meio. Viu? 8 meses e meio! 😃 Prazos PPA* e LOA Para o Executivo encaminhar ao Legislativo 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro Para o Legislativo devolver ao Executivo para sanção encerramento da sessão legislativa LDO Para o Executivo encaminhar ao Legislativo 8 ½ meses antes do encerramento do exercício financeiro Para o Legislativo devolver ao Executivo para sanção encerramento do primeiro período da sessão legislativa Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 34 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ “Mas quando é que começam e terminam as sessões e os períodos legislativos, professor?” A resposta está no artigo 57 da CF/88: Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Detalhe é que: § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Repare que o dispositivo fala em aprovação (e não votação) do PLDO. Não basta só começar a votar. Ele (o projeto de LDO) deve ser aprovado! E atenção: o que deve ser aprovado é o projeto de LDO e não a LDO propriamente dita, pois esta já é a lei em vigor. Isso só acontece com o PLDO, ok? Não acontece com o projeto de PPA e com o projeto de LOA! Ou seja: a sessão legislativa poderá ser interrompida mesmo sem a aprovação do projeto de lei do PPA e do orçamento anual. Concluímos, então, que, de acordo com a CF/88, não se admite a rejeição o PLDO. Tem que aprovar! Caso contrário, a sessão não será interrompida! 😤 Questões para fixar CESPE – TCE-MG – Analista de Controle Externo – Administração – 2018 O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei orçamentária enquanto não iniciada a discussão da parte para a qual se propõe alteração. Comentários: Certa, né? 😅 NÃO! ERRADA! 😳 O chefe do Poder Executivo poderá enviar mensagem ao Poder Legislativo para propor modificação nos projetos de lei orçamentária enquanto não iniciada a votação (e não a discussão) da parte para a qual se propõe alteração. Olha só a literalidade da CF/88: Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. Está vendo o nível de atenção que você deve dar a esse dispositivo constitucional? Eu avisei! 😄 Gabarito: Errado FCC – TRF- 3ª – Analista judiciário – 2016 Quanto ao processo de elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta orçamentária, a Constituição Federal estabelece que no caso de emendas ao projeto da lei do orçamento anual, somente são admitidas as indicações de recursos advindos de anulação de despesa. Comentários: Exatamente! Se quiser fazer uma emenda ao PLOA tem que indicar de onde os recursos necessários para realiza-la serão tirados. E somente será admitido tirar dinheiro da anulação de uma outra despesa. Lembrando que nem todas as despesas poderão ser anuladas! Algumas despesas jamais poderão ser anuladas. Isso tudo está lá na CF/88: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 35 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Art. 166, § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou Gabarito: Certo CESPE – DPF – Delegado – 2013 Cabe à comissão mista permanente de senadores e deputados federais examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas pelo presidente da República. Comentários: Sim! É isso mesmo, confira (CF/88): Art. 166, § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; Gabarito: Certo Questão inédita – Professor Sérgio Machado – 2019 A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. Comentários: É isso mesmo! Esse é aquele velho “copia e cola” que as bancas gostam. Observe: § 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. Esse dispositivo foi inserido pela EC 102/19. Aquele aluno que não está ligado nas novidades vai pensar: “LOA contendo previsões de despesas para exercícios seguintes? Nada disso!”. Mas você já tomou sua vacina aqui! 💉 Gabarito: Certo Questão inédita – Professor Sérgio Machado – 2019 Integrará a lei orçamentária anual, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento. Comentários:Essa é a primeira pegadinha que vão fazer! Eu aposto! 😅 O “anexo dos agregados e das proporções” integrará a LDO (e não a LOA). Gabarito: Errado Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 36 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Emendas impositivas (art. 166) O orçamento público brasileiro é autorizativo, mas possui traços de orçamento impositivo. Nossos traços de orçamento impositivo foram inicialmente inseridos na Constituição Federal em 2015, com a promulgação da Emenda Constitucional (EC) 86/2015. Foi quando a primeira mexa branca apareceu na Vampira. 😅 Recentemente, o nosso orçamento ficou um pouco mais impositivo, por conta da EC 100/2019. Agora a mexa branca da Vampira aumentou! 😂 Com o advento da EC 86/2015 as bancas enlouqueceram! Esse assunto começou a despencar em provas (inclusive discursivas). Agora com advento da EC 100/2019, eu imagino que acontecerá a mesma coisa! 😬 Portanto, muita atenção agora! ☝ O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), enquanto tramita pelo Poder Legislativo (durante a fase de discussão, votação e aprovação), pode sofrer alterações por meio de emendas. E existem os seguintes tipos de emendas ao orçamento: • individual (de autoria de cada senador ou deputado); • Coletivas: o de bancada (e autoria das bancadas estaduais ou regionais); o de comissão (presentadas pelas comissões técnicas da Câmara e do Senado); e • de relatoria. As emendas individuais ganharam grande destaque (na mídia e nas provas 😅) depois da EC 86/2015, pois elas representavam o único pedacinho de orçamento impositivo que tínhamos em nosso orçamento autorizativo. As emendas individuais impositivas eram a única gota de orçamento impositivo no meio desse oceano de orçamento autorizativo. 🌊 Mas agora essa gota tem companhia: a EC 100/2019 trouxe o orçamento impositivo para as emendas de bancada! 😃 E eu já quero chamar a sua atenção aqui! ☝ Como você viu, as emendas coletivas podem ser emendas de bancada ou emendas de comissão. Em outras palavras: emendas coletivas são gênero e emendas de bancada e de comissão são espécies. Pois bem: Dentre as emendas coletivas, somente as emendas de bancada é que são impositivas! As emendas de comissão não o são! Portanto, se uma questão disser que as emendas coletivas são impositivas, pode marcar errado sem medo! 😏 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 37 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Beleza! Agora vamos lá! 😏 A EC 86/15 adicionou diversos parágrafos ao artigo 166 da CF/88. Quatro anos mais tarde, a EC 100/19 alterou alguns deles e adicionou mais outros. Vou apresentá-los agora. Lá vai: “Espera aí, professor! Espera aí! Por que essa coisa de orçamento impositivo? Por que isso surgiu, por que foi ampliado? Qual o objetivo disso tudo?” Respondo com uma palavra só: política! 😬 É. Os parlamentares estão lá para representar o seu eleitorado, para trazer obras, melhorias, investimentos para a sua base eleitoral. Imagine um deputado que prometeu a seus eleitores a construção de uma praça. Com muito esforço, ele conseguiu colocar isso no orçamento. Mas o chefe do Poder Executivo sabe que o orçamento é autorizativo e não está nem um pouco interessado em fazer essa obra. O deputado, então, empenhado em trazer essa melhoria para o seu povo, arregaça as mangas e começa a babar o chefe do Poder Executivo! 😄 São longas conversas, negociações inacabáveis. Numa dessas, o chefe do Executivo pode até pedir aquela “ajudinha” ao parlamentar, para que vote a favor de seus projetos. Ou seja: é o famoso “toma lá dá cá”. Mas no final das contas, a praça não foi construída. E quem saiu mais “queimado” nessa história foi o deputado, que prometeu e não cumpriu. Cansados dessa história, os parlamentares tiveram uma ideia: “isso só acontece porque o orçamento é autorizativo. Se ele fosse impositivo, o Poder Executivo seria obrigado a executar o que está no orçamento e esse jogo político não existiria”. E foi assim que nasceram as emendas parlamentares impositivas! 😄 Antes, somente as emendas individuais eram impositivas. Hoje, as emendas de bancadas também são! 😉 Agora sim! Vamos conhecer os parágrafos ao artigo 166 da CF/88! Eles serão apresentados em ordem didática, comentando sempre que necessário, ok? § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. Emendas parlamentares Individuais EC 86/2015 Coletivas De bancada EC 100/2019 De comissão de Relatoria Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 38 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. § 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) Esses são os parágrafos mais importantes desse assunto. Você deve saber que as emendas individuais e as emendas de bancada serão de execução obrigatória. A LOA e suas demais emendas são autorizativas, ou seja, a Administração está autorizada (e não obrigada) a executar aquela programação. Mas as emendas individuais e as de bancada são diferentes: elas serão de execução obrigatória! Mas, obviamente, há um limite para isso. E preste atenção, porque aqui tem novidade! ☝ Para as emendas individuais impositivas esse limite é de 1,2%, sendo que metade deste percentual (0,6%) será destinada a ações e serviços públicos de saúde (só saúde! Educação, segurança, seguridade social não!). Para as emendas de bancada esse limite é de 1% (por sinal, ele será de 0,8% em 2020, passando a ser 1% somente em 2021). “E metade desse 1% vai para a saúde também, não é, professor?” 😃 Não! Não é! 😤 Nas emendas de bancada não existe isso de metade do percentual ser destinado a ações e serviços públicos de saúde. Preste atenção para não cair em pegadinhas! Preste atenção! Somente as emendas individuais terão metade de seu percentual destinado a ações e serviços públicos de saúde. As emendas de bancada não! “Beleza, professor. Mas 1,2% e 1% de que?” 🧐 Aqui há uma pegadinha sutil. No que diz respeito às emendas individuais impositivas, perceba que no § 9º, quando ainda estamos na segunda etapa do ciclo orçamentário (discussão, votação e aprovação), ainda no planejamento, utiliza-se como base de cálculo a receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo (veja que ainda estamos no projeto de lei orçamentária). Já no § 11, na terceira etapa do ciclo orçamentário (execução), utiliza-se como base de cálculo a receita corrente líquida (RCL) realizada no exercício anterior. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 7 39 de 112| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Planejamento Execução Aprovadas no limite de É obrigatória a execução orçamentária e financeira das emendas parlamentares individuais, em montante correspondente a 1,2%
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